Eleições influenciaram detenção de Rendeiro? “É não ter a noção” do que é uma investigação criminal, responde Marcelo

Presidente da República recusou a ideia sugerida por Rui Rio, de que as eleições influenciaram a detenção de Rendeiro. Quem diz isso "não tem a noção" do que é uma investigação criminal, diz Marcelo.

Marcelo Rebelo de Sousa recusa que a proximidade de eleições tenha influenciado a detenção de João Rendeiro, como sugeriu o presidente do PSD. “É não conhecer o que é uma investigação criminal, as dificuldades que implica quando atravessa a fronteira de vários países. É não ter a noção de como isso implica tantas diligências, tantos processos complicados”, respondeu o Presidente da República.

É uma investigação que “envolve países que são soberanos, com as suas autoridades judiciárias e, portanto, não se faz de um momento para o outro, nem é possível prever quando se faz. Faz-se quando é possível fazer, desde que se persista, persista, persista e se ultrapassa os obstáculos existentes”, acrescentou Marcelo à saída do encontro o encontro da Associação Nacional de Municípios Portugueses, em Aveiro, em declarações transmitidas pela CNN Portugal.

O Presidente da República respondia assim à sugestão do presidente do PSD, que disse esta manhã que “o azar de João Rendeiro foi haver eleições em janeiro”, com críticas às múltiplas entrevistas televisivas que o diretor nacional da PJ, Luís Neves, concedeu este sábado, depois de conhecida a detenção do ex-banqueiro na África do Sul.

Marcelo considera a captura do fundador ex-presidente do BPP como um “momento importante para a justiça portuguesa”. “Mostrou que não há ninguém acima da lei e quando há uma decisão do tribunal que deve ser executada, cabe à máquina executiva fazer tudo para executá-la”, mesmo que surjam dificuldades, apontou o Presidente aos jornalistas.

"É não conhecer o que é uma investigação criminal, as dificuldades que implica quando atravessa a fronteira de vários países. É não ter a noção de que como isso implica tantas diligências, tantos processos complicados.”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

“Pode haver dificuldades neste mundo global em que se circula, momentos de atraso e obstáculos. Mas é função da Justiça não desistir e a PJ não desistiu”, disse.

Recusou comentar o processo de extradição que arrancará agora nos tribunais sul-africanos, mas disse que a confiança dos portugueses na Justiça não sairá beliscada com o tempo que o processo demorar.

Marcelo deu exemplos de como a Justiça está a ser reforçada e a funcionar, como a notícia de que o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, vai ser executado em 3,7 milhões de euros para pagar uma coima do Banco de Portugal, uma ação que vai abranger a sua pensão de reforma, contas bancárias, moradias e quadros do antigo banqueiro.

João Rendeiro está detido na esquadra de polícia de North Durban, a cinco quilómetros do hotel onde foi intercetado no sábado. Vai ali passar a próxima noite até ser ouvido por um juiz na segunda-feira de manhã num tribunal na cidade costeira, o Verulam Magistrates Court, previsivelmente entre as 9h00 e as 16h00 (hora local, menos duas horas em Lisboa).

(Notícia atualizada às 18h00)

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