Vodafone vê margem para consolidação em Portugal, com MásMóvil à espreita

CEO admite que grupo está a explorar oportunidades de fusão e/ou aquisição em "vários mercados" e vê margem para consolidação em Portugal. Estará a negociar com a MásMóvel em Espanha.

O CEO do grupo Vodafone confirmou que a empresa está em conversações com “várias partes em vários mercados” para possíveis operações de fusão e/ou aquisição. Nick Read disse ainda que Espanha, Itália, Reino Unido e Portugal são mercados que podem beneficiar de consolidação para reduzir o número de operadoras, garantindo ser a favor da concorrência.

Numa conferência com analistas esta quarta-feira, Nick Read destacou mesmo o caso de Portugal, por estar em vias de receber “dois novos entrantes quando, na verdade, só queria ter um”. É uma referência ao leilão do 5G promovido no ano passado pela Anacom, que teve uma fase exclusiva para facilitar a entrada de novas operadoras com rede própria no país, uma operação que o gestor não coloca entre os melhores exemplos de progresso na atribuição de espetro, defendeu.

A notícia surge no dia em que o El Confidencial avançou que os donos da MásMóvil, onde se inclui o fundo KKR, terão retomado as negociações para uma possível aquisição da filial espanhola da Vodafone. Os investidores estarão a tentar convencer Read a vender a o negócio por um montante inferior aos 7.000 milhões que a Vodafone, alegadamente, pedia em 2019. Não é a primeira vez que o rumor circula no mercado. A MásMóvil também terá mostrado, a dada altura, interesse numa eventual fusão com a Vodafone em Portugal.

O mercado português tem três operadoras móveis já estabelecidas, incluindo a Vodafone. Mas prepara-se para receber mais duas com a chegada do 5G: os romenos da Digi (possivelmente já no segundo semestre, como noticiou o ECO) e a Nowo, que já tem presença no negócio fixo e explora o móvel como operadora virtual. Esta última é, precisamente, detida pela MásMóvil.

À luz das declarações do CEO da Vodafone, uma fusão da MásMóvil com a Vodafone em Portugal corresponderia, precisamente, à mensagem deixada por Nick Read na conferência com analistas, no dia em que o grupo apresentou resultados do terceiro trimestre do ano fiscal. Portugal contribuiu 270 milhões para as receitas totais, um crescimento homólogo de 7,7%. As ações da empresa estão a subir 2,3%, para 131,28 libras.

Importa recordar, neste contexto, que também a Altice realizou conversações exploratórias para uma possível venda do negócio em Portugal, que inclui a Meo. Mas a intenção caiu por terra, por não haver interessados dispostos a pagar o mínimo de 6.000 milhões que Patrick Drahi, fundador da Altice, queria pela Altice Portugal, avançou a Reuters em janeiro.

(Notícia atualizada às 14h21 com mais informação)

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