PS disponível para aprovar aumentos salariais no Estado

Pedro Nuno Santos está disponível para viabilizar um Orçamento Retificativo de modo a assegurar os aumentos salariais nas carreiras da Função Pública em caso de chumbo do Orçamento para 2025.

Se a proposta de Orçamento do Estado para 2025 for chumbada no Parlamento, o país terá de viver com um orçamento em regime de duodécimos, com os mesmos tetos de despesa autorizados para este ano, o que põe em causa os aumentos salariais de diversas carreiras da Função Pública. Ainda assim, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, está disponível para viabilizar um Orçamento Retificativo que permita cumprir aqueles acordos, apurou o ECO junto de duas fontes socialistas. O objetivo é deitar por terra qualquer argumento ou acusação do Governo liderado por Luís Montenegro de que a inviabilização do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) impedirá os aumentos salariais já anunciados para carreiras como os professores, os oficiais de justiça ou as forças de segurança e os militares.

Para chegar a bom porto, o Orçamento do Estado, que terá de ser entregue no Parlamento até 10 de outubro, precisa que o PS se abstenha ou, num cenário de voto contra dos socialistas, que o Chega vote a favor. Domingo, dia 1 de setembro, ficará marcado pelas intervenções de Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, respetivamente na Universidade de Verão do PSD e na Academia Socialista, esperando-se o anúncio das condições para um acordo.

Para o secretário-geral do PS há dois temas centrais nas negociações: a descida do IRC em dois pontos por ano nos próximos três exercícios, até aos 15%, e o IRS Jovem para todos os que têm até 35 anos, para um terço do imposto qualquer que seja o nível de rendimento. Como o ECO já tinha noticiado, esta medida em particular é para Pedro Nuno Santos uma linha vermelha que não aceitará ultrapassar para abster-se. Este deve ser, aliás, um dos pontos a abordar no discurso de encerramento da Academia Socialista, em Tomar.

No entanto, o ECO sabe que caso as negociações não resultem na viabilização da proposta orçamental, há um cenário muito claro na cabeça do líder socialista: um Orçamento Retificativo para este ano, que permita, assim, o aumento dos tetos da despesa de forma a acomodar aqueles acordos. Pedro Nuno Santos está disponível para viabilizar este documento, já que ao aumentar os limites até aos quais o Estado pode executar despesa existe maior margem de manobra para o próximo ano.

Isto porque até à aprovação de nova proposta, o Estado terá de ser gerido em regime de duodécimos, isto é, só pode executar em cada mês 1/12 da despesa pública autorizada em 2024. À semelhança do que aconteceu recentemente, em 2022, durante o período transitório em que se mantiver a prorrogação do Orçamento respeitante ao ano anterior, a execução mensal dos programas não pode exceder o duodécimo da despesa total da missão de base orgânica.

A Lei de Enquadramento Orçamental (LEO) prevê exceções aos limites dos duodécimos: as despesas com prestações sociais devidas a beneficiários dos sistemas de proteção social, a direitos dos trabalhadores, a aplicações financeiras e encargos da dívida, a despesas associadas à execução de fundos europeus e a despesas destinadas ao pagamento de compromissos já assumidos e autorizados relativos a projetos de investimento não cofinanciados ou a despesas associadas a outros compromissos assumidos cujo perfil de pagamento não seja compatível com o regime duodecimal.

Fonte especialista em Finanças Públicas, ouvida pelo ECO, explica que todos os compromissos relativos aos aumentos salariais previstos no acordo plurianual para a valorização dos funcionários públicos não ficam limitados pelos duodécimos, bem como a atualização das pensões prevista na lei. No entanto, há mais dúvidas em relação a questões como estes acordos. Se há quem defenda que os compromissos assinados pelo Executivo ficam excluídos do regime de duodécimos, há quem considere que não é assim tão linear. Para acautelar eventuais dúvidas, Pedro Nuno Santos estará, assim, para assegurar margem orçamental do Estado para o seu cumprimento.

Até ao momento, não houve qualquer desenvolvimento nos contactos entre o Governo e o PS para um eventual acordo. O secretário geral do PS já confirmou que só viabilizará a proposta de orçamento depois de uma negociação. E como o ECO revelou em primeira mão, enviou uma carta ao primeiro-ministro a pedir informação de despesa e de receita para 2025. O Governo, por seu lado, já enviou para o Parlamento na sexta-feira o chamado Quadro de Políticas Invariantes, que detalha o impacto orçamental de medidas ‘carry over’ que resultam da aplicação da lei, como os aumentos de pensões, de medidas que o Governo anunciou, como o IRC e o IRS jovem, e de medidas aprovadas no Parlamento contra a vontade do próprio Governo, como o fim das portagens nas antigas SCUT.

O Chega anunciou esta sexta-feira que o partido se retira das negociações para o Orçamento do Estado para 2025 e que “com toda a probabilidade votará contra” o documento.

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Maria Luís Albuquerque dá prioridade à habitação e mercado de capitais

  • ECO
  • 31 Agosto 2024

A ex-ministra das Finanças foi à Universidade de Verão do PSD para falar de Europa. E sinalizou duas áreas centrais para o futuro da UE: Habitação e união de mercado de capitais.

Maria Luís Albuquerque, escolhida por Luís Montenegro para ser comissária europeia, foi à Universidade de verão do PSD que decorre em Castelo de Vide — um segredo mal guardado desde há mais de uma semana — e antecipa o que vai ser o futuro da União Europeia. Se os últimos cinco anos foram muito difíceis, “os próximos não vão ser mais fáceis”. Ainda não se sabe qual será a pasta da ex-ministra das Finanças, mas Maria Luís já sinalizou duas áreas centrais para o futuro: A habitação e a conclusão da união dos mercados de capitais na zona euro.

As necessidades de habitação, não devem deixar de orientar os políticos europeus”, alerta a candidata portuguesa ao colégio de comissários que vai ser liderado por Von der Leyen. Depois, acrescenta que a Europa precisa de um verdadeiro mercado de capitais. Depois, acrescentou outra prioridade política para a União Europeia nos próximos anos, no contexto da invasão da Ucrânia: A revitalização da “indústria de Defesa da Europa”. Por outro lado, considera que a União Europeia deve continuar a eduzir a “dependência energética da Rússia”.

Perante os alunos da Universidade de Verão do PSD, Maria Luís Albuquerque não fugiu às perguntas sobre a governação no período da troika. A recuperação económica deveu-se à liderança do Governo. “Foi sempre um trabalho conjunto, de outras pessoas mais anónimas. E também se deveu aos portugueses, que souberam ultrapassar os problemas”, disse a ex-ministra, sem esquecer o antigo primeiro-ministro. “O país reconheceu Pedro Passos Coelho: ganhámos as eleições em 2015”.

Questionada por um aluno sobre as diferenças, e dificuldades, entre a função de ministra das Finanças e a de comissária europeia, Maria Luís respondeu que “é mais difícil fazermos algo que não fizemos. É uma realidade diferente. É um desafio maior.” E acrescenta: “Espero que a minha experiência como ministra das Finanças me ajude muito, como a capacidade de resistir”.

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Costa quer “mais recursos” para financiar UE

  • ECO
  • 31 Agosto 2024

O antigo primeiro-ministro e próximo presidente do Conselho Europeu avisa, na Academia Socialista, que a UE vai precisar de novos recursos, a partir da emissão de dívida ou de impostos europeus.

António Costa foi à Academia Socialista em Tomar para falar da Europa, e explicar que vai passar a ter uma menor participação partidária a partir do momento em que vier a ser formalmente empossado presidente do Conselho Europeu. E o financiamento da União Europeia foi um dos pontos chave do discurso. “Sei que é um tema desagradável”, ironiza, “mas as coisas são como são: Não são grátis”. Assim, diz o ex-primeiro-ministro, a União Europeia precisa de novos recursos, leia-se mais impostos, para financiar políticas como a coesão e a PAC. É preciso “novos recursos para uma União que seja mais do que tem sido” e não virão de mais “generosidade” dos Estados-membros.

Indicado para presidente do Conselho Europeu, António Costa aponta o caminho. “Temos mesmo de ter outros recursos”, por via da emissão de dívida europeia ou de impostos sobre o carbono ou as tecnológicas, que devem ser receitas próprias da União e não dos Estados. E também novas regras de governação económica, “amigas do investimento inteligente”.

Na Academia Socialista, Costa foi pedir a atenção aos temas europeus. A Europa “tem de estar mais presente na nossa vida política diariamente” e deixou mesmo um recado ao Governo de Luís Montenegro. É um tema “central no centro do Governo”. E quais são os principais desafios, além do financiamento da União Europeia? A transição climática e a transição digital. Mas não omitiu o que é a nova realidade europeia com a invasão da Ucrânia. “A guerra não é exterior à Europa, é mesmo na Europa, e diz-nos respeito a todos”, avisa. “Não podem ser definidos pela força, mas de acordo com o Direito Internacional, e de forma multilateral, e não pela Rússia. Por isso, a Rússia não pode ganhar a guerra. É uma guerra de todos nós”. E neste contexto, a União Europeia tem de olhar para o que será a próxima fase de alargamento da União Europeia. “Temos de nos preparar no ponto de vista das instituições e orçamental”.

Perante uma plateia de jovens socialistas, este é uma espécie de encontro de despedida. “Nos próximos anos estarei menos presente na atividade do PS do que estive nos últimos muitos, muitos, muitos anos”, diz o antigo primeiro-ministro. Tinha, aliás, dito, no início da sua intervenção, que era a última vez que se sentiria livre para intervenções partidárias.

O antigo primeiro-ministro desejou felicidades a Maria Luís Albuquerque como comissária europeia, mas escusou-se a comentar as críticas ao Governo de ausência de diálogo nesta escolha porque agora sobre política nacional só ouve. “Tenho ouvido essas críticas, mas sobre a política nacional eu agora só ouço”, disse.

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#35 As férias de Bruno Ferreira. “Tenho de combater o Fear Of Missing Out”

  • ECO
  • 31 Agosto 2024

Bruno Ferreira é Managing Partner da PLMJ, leva nas férias vários livros e um otimismo de que os vai ler. Tem de combater o chamado Fear of Missing Out e já prepara a rentrée.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

Quero acabar de acabar de ler os dois pequenos livros do David Baddiel que comecei no último mês mas que, por uma razão ou outra, ainda não acabei (“O Desejo de Deus” e “Os Judeus Não Contam”). É um escritor notável que combina um grande sentido de humor com uma capacidade analítica muito interessante.

Como me acontece todos os anos vou ser excessivamente otimista quanto ao que conseguirei ler em férias e vou levar outros três livros cujas temáticas correspondem aos rabbit holes onde me deixei cair nos últimos tempos (moral, música e gastronomia, não necessariamente por esta ordem): “Moral Minds – The Nature of Right and Wrong” de Marc D. Hauser; “Falar Piano e Tocar Francês” de Martim Sousa Tavares; e “La Cucina Italiana Non Esiste” de Alberto Grandi e Daniele Soffiati.

Em termos de séries, quero terminar a última temporada da série extraordinária “The Bear” e começar a ver a série “Industry” que, apesar de ser já de 2020, não vi ainda.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Infelizmente, ainda tenho neste período uma necessidade de combater o fear of missing out. A situação tem melhorado bastante nos últimos anos (a dimensão das equipas e a compreensão dos clientes tem ajudado muito), mas continuo a ter uma tendência pessoal (pouco saudável) para manter mais atenção do que seria recomendável ao que se está a passar no escritório.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Essas reflexões acabam por acontecer, mesmo que não sejam planeadas. São sobretudo resultado de haver mais tempo para conversar com a família e amigos ou até mesmo do que se vai lendo.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

A nós preocupa-nos o que preocupa os nossos clientes e, portanto, são vários os temas que estarão em cima da mesa. Para além destas preocupações estratégicas de cada setor, o impacto da inteligência artificial generativa (quer a nível do que fazemos no dia-a-dia, quer em termos estruturais e estratégicos) continuará a obriga-nos a adaptar em permanência e a refletir constantemente sobre se estamos a fazer o que é necessário (e que na verdade também interessa, e muito, não só aos nossos clientes mas também às nossas equipas, para quem está em jogo o futuro).

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#34 As férias de Vasco Perestrelo. Elena Ferrante e história do rock na bagagem

  • ECO
  • 31 Agosto 2024

CEO da MOP tem na bagagem para as férias o livro "A Amiga Genial”, da italiana Elena Ferrante, fenómeno de vendas nos últimos anos, "muita música" e podcasts como "History of Rock Music in 500 Songs".

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “As férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Vasco Perestrelo, CEO da MOP – Multimedia Outdoors Portugal, por convite da Private Equity Explorer para ser sócio da empresa aquando da compra ao grupo Prisa/Media Capital, e consultor da Explorer e outras áreas, leva Elena Ferrante na bagagem para as férias e “sempre muita música”, incluindo podcasts, como “History of Rock Music in 500 Songs”. Admite que não desliga totalmente e mantém o contacto com “temas essenciais” de uma forma “tranquila”.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

Em férias obrigo-me a ler livros em vez das dezenas de artigos, blogues e newsletters que assino e que me ocupam o tempo disponível quando estou a trabalhar. Curiosamente vejo menos séries, mas de resto mantenho os mesmos hábitos. Já estou de férias e comecei a ler “A Amiga Genial”, de Elena Ferrante, devido a um artigo do New York Times que me chamou a atenção para o livro e, como normalmente acontece, acabarei por ler ainda algo mais que uma amiga me recomenda.

Continuo a ouvir alguns dos podcasts que sigo habitualmente: o News Briefing do Financial Times, The Daily do NYT quando tenho um pouco mais tempo – e comecei a ouvir o Acquired, sobre histórias de grande instituições ou empresas, talvez o melhor do género – e sempre muita música, incluindo os podcasts All Songs Considered e History of Rock Music in 500 Songs, que é exatamente o que o título diz.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Durante muitos anos era sempre um objetivo desligar totalmente, o que, infelizmente, nunca conseguia superar. Atualmente, inverti a ‘estratégia’: não desligo, mantenho contacto com os temas essenciais, mas faço-o de forma mais ‘tranquila’ do que antes.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Quando penso nisso não me parece que seja o caso. Apesar de não “desligar” estou de férias e não uso especialmente este tempo para decisões estratégicas ou da carreira pessoal.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

A MOP, empresa que dirijo, tem tido grandes desenvolvimentos na oferta de produtos, resultado das concessões que vem ganhando. Este ano, em particular, queremos que a rentrée represente a afirmação desta nova realidade perante o mercado. São momentos importantes e de grande entusiasmo.

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Benfica despede Roger Schmidt. Novo treinador na próxima semana

  • ECO
  • 31 Agosto 2024

O clube da Luz já comunicou a decisão de avançar com rescisão de contrato com o treinador alemão. Rui Costa promete novo treinador quando equipa regressar ao trabalho depois da pausa das seleções.

O Benfica vai avançar com negociações para rescindir contrato com o treinador Roger Schmidt, anunciou a SAD do clube à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD informa que iniciou negociações com o treinador Roger Schmidt para a cessação do contrato de trabalho desportivo com efeitos imediatos”, pode ler-se em comunicado enviado pela SAD do clube ao mercado. “Roger Schmidt já não é treinador do Benfica. Chegados ao fim de quatro jornadas, decidimos que era o momento de trocar de treinador, face aos resultados e às exibições que não conseguimos obter e que ambicionávamos nesta altura“, disse Rui Costa, em conferência de imprensa, no centro de estágios do clube, no Seixal.

Na conferência de imprensa deste sábado, horas depois do anúncio oficial, Rui Costa sinalizou o calendário da mudança: “Quero nos próximos dias estar já a apresentar o novo treinador, que será o garante do futuro do Benfica“, sublinhou, explicando que procura um técnico que tenha “o mesmo perfil enquanto sistema táctico” e que reconheça “a qualidade dos jogadores”. Assim, espera-se um anúncio até meados da próxima semana.

Na sexta-feira, as ‘águias’ empataram 1-1 em Moreira de Cónegos, na abertura da quarta jornada da I Liga, depois de terem perdido na estreia com o Famalicão (2-0) e, pelo meio, vencerem Casa Pia (3-0) e Estrela da Amadora (1-0), ambos em casa.

Após o encontro – e mesmo ao intervalo – a contestação dos adeptos benfiquistas presentes no estádio do Moreirense subiu consideravelmente de tom, com pedidos de “demissão”, dirigidos ao presidente Rui Costa e ao treinador alemão, que, de resto, abandonou o relvado diretamente para os balneários assim que soou o apito final.

Schmidt, de 57 anos, chegou ao Benfica no início da época 2022/23, para render Nélson Veríssimo – que tinha substituído Jorge Jesus a meio de 2021/22 -, tendo acabado com o hiato de troféus dos ‘encarnados’ nesse mesmo exercício.

Sem erguer qualquer troféu desde a Supertaça de 2019, as ‘águias’ sagraram-se campeãs nacionais pela 38.ª vez, sob o comando do técnico germânico, além de terem conquistado a Supertaça, perante o FC Porto, poucos meses depois.

A campanha na Liga dos Campeões em 2022/23, em que o Benfica venceu um grupo com Paris Saint-Germain e Juventus, antes de atingir os quartos de final, em que foi eliminado pelo Inter Milão, reforçou ainda mais o estatuto de Schmidt entre as hostes benfiquistas.

De tal forma que o treinador, que inicialmente tinha assinado por duas temporadas com o clube, acabou por renovar a ligação por mais dois anos, até 2026, quando ainda nem estava concluída a primeira época ao serviço do emblema lisboeta.

Contudo, apesar da conquista da Supertaça, a temporada passada ficou muito aquém do expectável, desde logo com a quebra considerável na qualidade do futebol praticado pela equipa, aliada aos resultados na Liga dos Campeões, em que o Benfica caiu na fase de grupos (com quatro derrotas, uma vitória e um empate) e foi relegado para a Liga Europa, sendo eliminado nessa competição nos ‘quartos’, face ao Marselha.

Na anterior edição da I Liga, em que somaram 25 vitórias, cinco empates e quatro derrotas, as ‘águias’ terminaram em segundo lugar, a 10 pontos do campeão Sporting, tendo ainda sido eliminadas nas meias-finais da Taça de Portugal, pelo rival lisboeta, e da Taça da Liga, pelo Estoril Praia. Pelo meio, sofreram uma das mais pesadas derrotas dos últimos anos, em casa de outro rival, o FC Porto, por 5-0, em março.

Nesta nova temporada, o nível exibicional da equipa não registou qualquer evolução e a contestação ao treinador ganhou contornos ainda maiores, particularmente após o encontro com o Moreirense, que ditou o ponto final na ligação de Schmidt ao Benfica.

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Sindicato acusa Menzies de coagir trabalhadores a falhar greve mas empresa refuta

  • Lusa
  • 31 Agosto 2024

Estrutura sindical já apresentou queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Menzies refuta as acusações de aliciar trabalhadores com integração nos quadros.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (Sttamp) acusou hoje a Menzies de coagir os trabalhadores de Lisboa e do Porto a não fazerem greve com a promessa de virem a integrar os quadros, mas a empresa negou.

“Os trabalhadores foram coagidos pelos supervisores e pelas chefias diretas. A empresa, após o pré-aviso de greve, abriu um programa de passagem de pessoal das empresas de trabalho temporário aos quadros. Nos últimos dias, supervisores disseram a alguns colegas para não aderir à greve”, denunciou Catarina Silva do Sttamp, em declarações à Lusa.

A estrutura sindical já apresentou queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), mas sublinhou que “não são multas de 5.000 euros que vão prejudicar as empresas”.

Questionada pela Lusa, a Menzies (antiga Groundforce) refutou as acusações do sindicato, garantindo que o plano de integração dos trabalhadores já tinha avançado antes de ter sido anunciada a greve.

Fonte oficial da empresa vincou ainda que a Menzies está empenhada em “assegurar a qualidade” do serviço prestado e em melhorar as condições dos seus colaboradores.

A greve dos trabalhadores da Menzies nos aeroportos teve 50% de adesão esta manhã, sem qualquer voo cancelado, com o sindicato a lamentar a baixa adesão à greve pelos trabalhadores da empresa de handling (assistência em terra).

Catarina Silva disse que a adesão à greve não sofreu alterações significativas esta tarde e que compreende “que os trabalhadores se sintam na corda bamba”.

Também a Menzies confirmou que não se registam voos cancelados devido à greve.

Os trabalhadores da empresa de assistência em terra convocaram uma greve de dois dias, em protesto pelos salários baixos e pelas sucessivas alterações de horário, segundo um pré-aviso divulgado pelo sindicato Sttamp.

Esta manhã, Catarina Silva já tinha lamentado a baixa adesão à greve, explicando que entre os trabalhadores que não participaram na greve estão, sobretudo, os que têm uma remuneração base abaixo do salário mínimo.

O sindicato não espera assim que a empresa decida dar resposta às reivindicações apresentadas, uma vez que metade dos trabalhadores “deu prova de que está contente com as condições que tem”.

Catarina Silva referiu ainda que muitos destes trabalhadores estavam de folga e anteciparam o seu regresso e que a empresa está a disponibilizar, excecionalmente, snacks para quem decidiu não participar na greve.

“O plenário foi feito e as explicações foram dadas. Os trabalhadores, para já, estão a mostrar que estão satisfeitos. Pode ser que isto vire, ainda vai entrar gente à tarde. De resto, o sindicato considera-se de consciência plenamente tranquila. Se não aderiram é porque estão contentes e, se estão contentes, não há nada a fazer”, rematou.

A ANA — Aeroportos de Portugal tinha alertado, em comunicado, para a possibilidade de cancelamentos de voos devido à greve dos trabalhadores da empresa de handling (assistência em terra) Menzies (antiga Groundforce) nos aeroportos nacionais.

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Encontrado corpo do quinto militar da GNR nas buscas no Douro

  • Lusa
  • 31 Agosto 2024

Militar de 29 anos estava desaparecido depois do acidente de helicóptero na sexta-feira após novas buscas subaquáticas no sábado. Acidente provocou cinco mortos. As causas ainda estão por apurar.

O corpo do quinto militar da GNR vítima do acidente no rio Douro, em Lamego, foi encontrado pelas 16h10 de hoje durante as buscas subaquáticas na zona onde o helicóptero caiu, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil.

No local, a Lusa observou muitas movimentações por parte dos operacionais e embarcações que estão dentro do rio Douro, na zona de Samodães, Lamego, na zona onde a aeronave caiu na sexta-feira.

Dos cinco militares da GNR que seguiam a bordo, faltava apenas encontrar um de 29 anos, o que aconteceu esta tarde.

O helicóptero de combate a incêndios florestais caiu no rio Douro na sexta-feira, e transportava um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que regressavam de um fogo no concelho de Baião.

Os militares que perderam a vida neste acidente tinham entre os 29 e os 45 anos, três eram naturais de Lamego, um de Moimenta da Beira e outro de Castro Daire, no distrito de Viseu.

O piloto da aeronave foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros.

As causas do acidente ainda estão por apurar.

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ECO Quiz. Sismo, IRS e Cristiano Ronaldo

  • Tiago Lopes
  • 31 Agosto 2024

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com o ECO Quiz.

A semana que agora termina começou com a terra a tremer. Um sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter foi registado na madrugada de segunda-feira ao largo de Sines, com a Proteção Civil a informar, mais tarde, que o sismo não tinha provocado qualquer vítima nem danos significativos em infraestruturas. No próprio dia, a Associação Portuguesa de Seguradores emitiu um comunicado onde revelava que grande parte das habitações não tem cobertura de risco sísmico.

Ainda na mesma semana, a TAP apresentou os resultados do primeiro semestre, com o resultado líquido a baixar 98% face ao mesmo período de 2024. Outra notícia que marcou a atualidade foi a divulgação, por parte do Ministério das Finanças, do valor que vai custar aos cofres do Estado a redução das taxas de IRS.

Cristiano Ronaldo continua a ser um fenómeno nas redes sociais. O internacional português criou, finalmente, um canal no YouTube e bateu mais um recorde do Guinness ao conquistar o maior número de inscritos num canal da rede social em apenas 24 horas

O ECO publica todas as semanas um quiz que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento com este quiz do ECO.

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Impacto de “forte violência” no rio causou “destruição total”

  • Lusa
  • 31 Agosto 2024

Há, neste momento, um militar desaparecido, quatro mortos confirmados e o piloto sofreu ferimentos ligeiros. As causas do acidente do helicóptero ainda não são conhecidas.

O impacto do helicóptero que caiu ao Douro sexta-feira em Samodães (Lamego), com seis pessoas a bordo, foi de “forte violência” e causou a “destruição total da aeronave”, descreveu hoje o comandante regional da Polícia Marítima do Norte.

“Face àquilo que já encontramos e às imagens que temos registadas, tudo indica que [o impacto] foi de forte violência e causou a destruição total da aeronave”, afirmou Rui Silva Lampreia.

O comandante falava aos jornalistas depois da retirada do rio de parte dos destroços do helicóptero que na sexta-feira caiu ao Douro, em Samodães, concelho de Lamego, com seis pessoas a bordo, um piloto e cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que regressavam de um fogo no concelho de Baião.

Há, neste momento, um militar desaparecido, quatro mortos confirmados e o piloto sofreu ferimentos ligeiros.

“Face ao estado em que se encontra a aeronave, a violência do impacto foi bastante forte e causou praticamente a destruição, está quase irreconhecível diria eu”, acrescentou ainda Silva Lampreia.

Nesta conferência de imprensa, que decorreu no posto de comando destas operações, localizado no cais de Lamego, também estiveram presentes o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, e o chefe do Estado-Maior da Armada, Gouveia e Melo.

As causas do acidente ainda não são conhecidas.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), organismo do Estado Português, tem uma equipa no terreno e que está a investigar o acidente.

O helicóptero acidentado, do modelo AS350 — Écureuil, é operado pela empresa HTA Helicópteros, sediada em Loulé, Algarve.

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📹 Retrato dos trabalhadores estrangeiros em Portugal

  • ECO
  • 31 Agosto 2024

Qual tem sido o crescimento do número de trabalhadores imigrantes em Portugal, que idade têm, em que setores trabalham e em que regiões se concentram. Veja aqui o retrato.

Em 2014, o número médio de trabalhadores estrangeiros era de 55,6 mil, tendo aumentado para 495,2 mil em 2023, o que representou 2,1% e 13,4% do número total de trabalhadores por conta de outrem em cada um destes anos.

Saiba mais no vídeo.

 

http://videos.sapo.pt/0P44EBCti7O0lwUtZE94

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#33 As férias de Ana Trigo Morais. Olhar o mundo de forma diferente e criativa

Apesar de não ser fácil desligar, CEO da Sociedade Ponto Verde mune-se de livros durante as férias e procura ter espaço para a criatividade.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

A CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais, tem dificuldade em desligar durante as férias, mas não é só pela responsabilidade: “Não é fácil, porque tenho a sorte de gostar muito do que estou a fazer”, justifica. Os livros são uma “grande paixão” que a acompanha nestes períodos, nos quais procura “olhar o mundo de forma diferente e criativa”.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

Levo sempre comigo alguns livros – que são a minha grande paixão – e atualmente oiço alguns podcasts. Neste momento, tenho comigo “O Pacto da Água” de Abraham Verghese, “História de um Canalha” da Julia Navarro e “Dedico-lhe o meu silêncio” de Mário Vargas Llosa. Estou a ouvir “Encontro com a Beleza” do Martim Sousa Tavares e “Um Rei na Boca do Inferno”, do João Santos Duarte e o “Conversas Visíveis”, do Jorge Marrão e do Joaquim Aguiar.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Não [desligo]. Tento, mas há razões por que isso não é possível, fácil ou sequer avisado. Não é possível ou avisado, porque os temas da Sociedade Ponto Verde estão intimamente ligados ao futuro do país e em constante evolução, o grau de responsabilidade exigido não permite “desligar”. Não é fácil, porque tenho a sorte de gostar muito do que estou a fazer e das pessoas com quem trabalho, bem como do dinamismo dos meus acionistas e isso muda muito a forma como olhamos os desafios que temos pela frente. Não estou a defender que não se deve “desligar”, mas é mais difícil quando gostamos do que fazemos, acredito eu.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira?

Inevitavelmente. É de resto “o momento” para refletir, repensar, aprofundar diferentes visões e perspetivas. Ouvir outras pessoas, ler muito e aprofundar temas que podem aparentemente ser diversos daqueles que nos ocupam o dia-a-dia, mas estou em crer que há muita riqueza e muito a retirar desses momentos. As férias são uma ótima altura para olhar o mundo de forma diferente e criativa.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

Vê como não é fácil desligar? Há muitos, e que vão da SPV enquanto aceleradora de inovação e o seu papel na cadeia de valor até aos desafios que Portugal tem de vencer nos próximos 10 anos e em particular as decisões mais imediatas dos próximos meses e das quais dependerá muito o nosso sucesso, nomeadamente por Portugal a cumprir as exigentes metas da reciclagem a partir de 2020-25.

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