IPCG espera chegar até 38 empresas monitorizadas em 2025. “Gostava que fossem muito mais”, mas “não querem”, diz presidente

No próximo ano, o Instituto Português de Corporate Governance espera alargar em pelo menos duas empresas o universo que acompanha. Em paralelo, vai começar a preparar uma nova revisão do código.

O presidente da direção do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), João Moreira Rato, vê como próximos passos para o exercício de avaliação das práticas de governança, que está nas mãos deste instituto, uma revisão do código atual e a junção de mais empresas ao universo monitorizado. No próximo ano, conta angariar uma a duas novas empresas. “Vamos continuar a monitorizar esta revisão. E, no próximo ano, vamos iniciar a discussão para atualizarmos o código para 2026“, afirmou o presidente do instituto na apresentação do Relatório de Acompanhamento e Monitorização, que teve lugar esta quarta-feira no estúdio do ECO. A última atualização do Código de Governo das Sociedades, desenvolvido e aplicado pelo IPCG, foi feita em 2023.

A Comissão de Acompanhamento e Monitorização (CAM), além de monitorizar a aplicação do código atual ao longo do próximo ano, vai analisar se o enquadramento legislativo e regulatório se alterou significativamente, tanto em Portugal como a nível europeu, e se há novas boas práticas a surgir com relevância para serem implementadas. Em paralelo, este órgão irá refletir sobre se o grau de exigência deve subir nalguns parâmetros. No final deste balanço, deverá obter-se uma versão melhorada do código atual, explica o presidente da direção.

João Moreira Rato, presidente da direção do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG)Hugo Amaral/ECO

Os esforços futuros desta comissão concentrar-se-ão também em captar mais empresas para o universo em monitorização. “Temos tido uma nova empresa a cada ano, gostávamos de [para o ano] trazer uma ou duas. Já estamos a falar com empresas nesse sentido”, indica o líder do instituto. No entanto, concede, não é uma tarefa fácil, apesar de o IPCG estar “ativamente” a tentar angariar mais empresas. “Gostava que fossem muito mais que uma ou duas. Mas as empresas não querem. Muitas não se sentem preparadas. Contactámos muito mais empresas do que as últimas que se juntaram“, esclarece.

Gostava que fossem muito mais que uma ou duas. Mas as empresas não querem. Muitas não se sentem preparadas. Contactámos muito mais empresas do que as últimas que se juntaram.

João Moreira Rato

Presidente da direção do IPCG

Segundo o mesmo, “há muitas empresas que não são emitentes, privadas, algumas familiares, que têm vindo a evoluir nesta área e estão preparadas”. No entanto, “têm sempre receio de entrar a zero e ficar mal na monitorização. “Apesar de quererem usar o processo para melhorar, muitas empresas preferem ter trabalho feito antes de serem monitorizadas“, explica.

O IPCG monitoriza atualmente 36 empresas, das quais apenas duas não são cotadas. O grupo é constituído não só pelas 16 empresas que integravam o índice bolsista PSI à data, como também por empresas tão distintas entre si como a Caixa Geral de Depósitos, Cofina, Flexdeal e Sporting Club de Portugal. Estas empresas sujeitam-se ao acompanhamento do IPCG de forma voluntária.

Na opinião de João Moreira Rato, “é importante que as empresas que são líderes setoriais e que têm alguma dimensão deem o exemplo”, para que as boas práticas de governança se possam generalizar na economia.

Pedro Maia, presidente da Comissão de Acompanhamento e Monitorização (CAM)Hugo Amaral/ECO

Na apresentação do relatório anual, que teve lugar esta quarta-feira no estúdio do ECO, Pedro Maia, presidente da Comissão de Acompanhamento e Monitorização (CAM), reconheceu que os temas tratados são “muito importantes” mas que têm sido desenvolvidos num “universo muito confinado”. “A corporate governance [governança corporativa] não é exclusiva de sociedades cotadas“, sublinhou. O objetivo em relação às restantes empresas portuguesas é “conseguir fazer um caminho idêntico ao que se fez com as sociedades cotadas”, até porque “será um contributo muito importante para a economia, conseguirmos expandir para outras realidades [empresariais]“, acredita.

No âmbito de um debate se se seguiu à apresentação do relatório, e confrontado com a hipótese de ser criado um código de governança mais simples, mais dirigido a empresas de média dimensão, Rui Pereira Dias, membro da CEAM — Comissão Executiva de Acompanhamento e Monitorização, mostrou reservas. “Se porventura houvesse por parte do mercado uma procura por um instrumento desses, até se poderia fazer essa reflexão. Mas não vejo do lado das empresas essa pulsão“, afirmou.

Rui Pereira Dias, membro da CEAM – Comissão Executiva de Acompanhamento e Monitorização do Código de Governo das Sociedades do IPCGHugo Amaral/ECO

Da sua perspetiva, “há que olhar para o código como ele está e saber que algumas recomendações não fazem sentido para empresas mais pequenas”. Rui Pereira Dias acredita que o melhor ponto de partida será selecionar quais as empresas que, não sendo cotadas, já estão em boas condições de aderirem ao código.

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Metade dos estudantes deslocados em Lisboa e Porto sem contrato de arrendamento

Há apoios para estudantes deslocados mas, sem contrato de arrendamento ou recibos de renda, universitários não conseguem aceder aos subsídios. Metade dos deslocados estão nessa situação.

Metade dos estudantes universitários deslocados para as regiões da Grande Lisboa e Grande Porto dizem não ter contratos formais de arrendamento e avisam que os senhorios não passam recibos de renda, o que limita o acesso a apoios e “cria uma grande situação de vulnerabilidade”. O cenário é traçado pelo think tank EDULOG, que num novo estudo revela, ainda, que só 3% dos estudantes que concorrem a uma vaga em residências universitárias conseguem efetivamente um lugar.

“Dos estudantes deslocados, expostos aos custos da habitação temporária, 48% não possuem contrato formal de arrendamento e 51% afirmam que o senhorio não emite recibos de renda“, lê-se no estudo divulgado esta quinta-feira, que detalha que, do total de universitários em Lisboa e no Porto, 38,1% são deslocados.

Alberto Amaral, coordenador científico do conselho consultivo do EDULOG e antigo reitor da Universidade do Porto, salienta, em declarações ao ECO, que, face à subida dos preços dos quartos para estudantes, o Governo anterior até criou apoios específicos, mas, sem contratos de arrendamento nem recibos, os universitários não têm acesso a esses subsídios.

Pior, para este especialista, é “muito difícil” resolver esta situação, uma vez que “não vê” como poderia ser viável a fiscalização por parte da Autoridade Tributária (AT).

Por outro lado, embora as residências universitárias tenham um “papel crucial” na vida destes estudantes que estão a viver temporariamente nestas duas regiões do país que são “sujeitas a grande pressão mobiliária”, os dados mostram só uma minoria consegue um lugar.

Embora as residências universitárias tenham um papel crucial para os estudantes deslocados, a oferta é insuficiente, o que agrava a dificuldade de acesso a alojamento de qualidade e a preço acessível.

EDULOG

“A oferta é insuficiente, o que agrava a dificuldade de acesso a alojamento de qualidade e a preço acessível. Apenas 3% dos estudantes que concorrem a uma vaga numa residência universitária obtêm lugar“, sublinha o referido think thank.

Uma das recomendações do EDULOG é a criação de mais alojamento subsidiado, mas Alberto Amaral avisa que as residências não se constroem de um dia para o outro. Por exemplo, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), estão a ser financiadas novas residências, mas ainda estão a ser construídas, sublinha o mesmo especialista.

Ainda assim, os níveis de satisfação dos estudantes com as condições de alojamento nessas residências são “relativamente positivos”, especialmente no Porto, mostra este novo estudo.

Já na Grande Lisboa, os níveis de satisfação são um pouco mais baixos, “indicando uma possível carência na infraestrutura das residências e um maior descontentamento com os custos associados“, lê-se no estudo.

Menos de 18% têm acesso a bolsas de estudo

O estudo divulgado esta quinta-feira mostra também “uma dependência significativa do suporte familiar para cobrir as despesas de alojamento, alimentação e transporte“, sendo que 66,5% dos estudantes da Grande Lisboa e do Grande Porto dependem mesmo de ajuda familiar para frequentar o ensino superior.

Há um outro dado a destacar, neste âmbito: apenas 17,8% desses estudantes têm acesso a bolsas de estudo, “uma percentagem considerada insuficiente para responder às necessidades da população estudantil deslocada”, assinala o EDULOG.

O coordenador científico Alberto Amaral alerta que há dois problemas no que às bolsas de estudo diz respeito: não apenas a cobertura é baixa, como também uma parte significativa cobre apenas as propinas, não dando resposta, por exemplo, às despesas de transporte e alimentação dos beneficiários.

Assim, o think tank recomenda o aumento das bolsas de estudo e a revisão dos critérios de elegibilidade para “melhorar significativamente a experiência dos estudantes, diminuindo o peso das despesas pessoais e permitindo um maior foco nos estudos”.

Alberto Amaral esclarece que é preciso aumentar o limite dos rendimentos das famílias que dá acesso a bolsa, já que hoje, como estão as regras, é preciso “ser praticamente indigente” para ter a bolsa máxima, afirma o ex-reitor.

Maioria usa transportes públicos

Já quanto à mobilidade destes estudantes, o transporte público é o meio mais utilizado, com 75,4% dos estudantes, na Grande Lisboa, e 58,4%, no Grande Porto, a recorrerem a este tipo de transporte para as deslocações diárias.

“No Grande Porto, os estudantes deslocam-se mais a pé (18,4%) do que na Grande Lisboa (10,5%), e entre os meios de transporte, o metro e o autocarro urbano são os mais utilizados em ambas as regiões, sendo o metro particularmente importante na Grande Lisboa (48,1% dos estudantes o utilizam) e no Grande Porto (com um uso de 39,5%)”, detalha o estudo, que indica ainda que em Lisboa há maior insatisfação quanto à cobertura e qualidade da rede de transportes.

Assim, os especialistas recomendam a expansão e melhoria dos serviços de transporte e da infraestrutura de ciclovias nas áreas da Grande Lisboa e do Grande Porto, o que proporcionaria “maior conveniência, mas também promoveria opções de transporte sustentáveis, alinhando-se com as expectativas e necessidades dos estudantes”.

Este think tank enquadra-se na Fundação Belmiro de Azevedo. O objetivo é, nomeadamente, “contribuir para a construção de um sistema de educação de referência” e a informação das políticas públicas “para a inovação e mudança na Educação”.

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Seguro de saúde só é dedutível em IRC se cobertura for idêntica para todos os trabalhadores

  • Lusa
  • 20 Novembro 2024

Custos com a inclusão de familiares no seguro também não serão dedutíveis pela empresa sendo estes suportados pelo trabalhador. Se for a empresa a suportá-los, serão considerados remuneração acessória

As despesas de uma empresa com um seguro de saúde atribuído aos trabalhadores apenas podem ser dedutíveis para efeitos de IRC se a cobertura for idêntica para todos, refere a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

A dúvida fiscal consta de um pedido de informação vinculativa, agora divulgado, com um contribuinte a pretender saber se o seguro é dedutível como gasto, para efeitos de IRC, sendo usado o critério da antiguidade como base para oferecer diferentes coberturas aos trabalhadores.

Além desta dúvida, o contribuinte em questão quer também saber qual o tratamento fiscal se a apólice incluir elementos do agregado familiar de alguns trabalhadores, sendo este encargo com a inclusão de familiares debitado ao seu salário.

Perante este contexto, a AT esclarece que as despesas com o seguro de saúde não podem ser dedutíveis para efeitos do IRC, porque as condições “não serão idênticas para todas as pessoas seguras, caso a opção seja a do critério da antiguidade” e não resultando esta diferenciação de critérios estabelecidos por Convenção Coletiva de Trabalho.

“De facto, para um seguro de saúde, não se afigura que a diferente antiguidade dos colaboradores constitua uma justificação aceitável” para efeitos do disposto no artigo do código do IRC que delimita alguns dos gastos dedutíveis.

Além disso, esclarece a AT, os custos com a inclusão de familiares no seguro também não serão dedutíveis pela empresa sendo estes suportados pelo trabalhador. Já se for a empresa a suportá-los, serão considerados como remuneração acessória, fazendo parte do vencimento do trabalhador (“constando no recibo respetivo”), pelo que o gasto será dedutível para a empresa, mas tributado como rendimento de trabalho ao funcionário para efeitos de IRS.

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Lucros e receitas da Nvidia duplicam, mas ações acumulam perdas no mercado after hours

  • ECO
  • 20 Novembro 2024

A gigante tecnológica norte-americana apresentou resultados acima dos esperados para o trimestre. "A era da inteligência artificial está a avançar a todo vapor", salienta o CEO Jensen Huang.

A gigante tecnológica Nvidia registou lucros de 19,3 mil milhões de dólares e receitas de 35,08 mil milhões de dólares no terceiro trimestre deste ano, mais do que duplicando os resultados (+111%) face ao mesmo período no ano passado.

Mas nem isso poupou as ações de perdas acima de 2,5% no início do mercado after hours (após o fecho do mercado).

Não obstante a valorização anual, a subida do volume de negócios abrandou face aos três trimestres anteriores. Uma análise por segmento mostra que as receitas do principal contribuidor, os centros de dados, aumentaram 112% para 30,8 mil milhões de dólares, em termos homólogos, enquanto no gaming e na inteligência artificial (IA) para computadores cresceram perto de 15%, para 3,3 mil milhões.

A era da inteligência artificial está a avançar a todo vapor, impulsionando uma mudança global para a computação da Nvidia”, referiu o CEO Jensen Huang, citado em comunicado ao mercado, acrescentando que “a procura pelo Hopper e a expectativa pelo Blackwell – em plena produção – são incríveis”.

A fabricante de chips vai distribuir o próximo dividendo trimestral de 0,01 cêntimos por ação a 27 de dezembro e a todos os acionistas registados a 5 de dezembro.

Antecipando o quarto trimestre, a Nvidia disse esperar uma receita de 37,5 mil milhões de dólares, com variação próxima de 2%, o que fica ligeiramente acima das expectativas de Wall Street, que eram de 37 mil milhões.

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Metro de Lisboa pede desculpas por identificar ativistas em relatório ambiental

  • Lusa
  • 20 Novembro 2024

Em causa está a referência no Relatório de Conformidade Ambiental a três ativistas cujas redes sociais terão sido monitorizadas pela empresa, por se oporem ao projeto previsto para o Jardim da Parada.

O Metropolitano de Lisboa lamenta ter identificado três mulheres no relatório de conformidade ambiental do prolongamento da Linha Vermelha, em consulta pública, apresentando “desculpas publicamente” às ativistas, que se queixaram à Comissão Nacional de Proteção de Dados.

Em comunicado, a transportadora esclarece que o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (Recape) do prolongamento da Linha Vermelha, entre São Sebastião e Alcântara, é “um documento extenso e exaustivo e integra obrigatoriamente um plano de comunicação” e que, no documento, em consulta pública até 5 de dezembro, “consta indevidamente o nome de três cidadãs”.

“O Metropolitano de Lisboa lamenta e apresenta as suas desculpas publicamente por este facto e, de imediato, decidiu implementar alterações orgânicas e procedimentais com o objetivo de que situações desta natureza não voltem a ocorrer”, lê-se na nota.

Segundo a transportadora pública, o plano de comunicação “tem por objetivo acompanhar a pluralidade de ideias e as manifestações da sociedade, por forma a assegurar o melhor esclarecimento e recolha de contributos relativos ao investimento público, preservando e motivando a pluralidade de opiniões”.

“A liberdade de expressão é um direito inalienável e nunca foi intenção do Metropolitano de Lisboa pôr em causa esse direito constitucional”, concluiu-se na nota.

Em causa está a referência no Recape a três ativistas cujas redes sociais terão sido monitorizadas pela empresa, por se oporem ao projeto previsto para o Jardim da Parada.

“Posso adiantar que já fizemos queixa online à Comissão Nacional de Proteção de Dados. Quanto à queixa ao Ministério Público, estamos a organizá-la”, indicou na terça-feira à Lusa Margarida Vicente, uma das três ativistas.

Segundo uma notícia do Público, o Metro de Lisboa terá “vigiado, desde 2022, a atividade nas redes sociais de três ativistas” que se opõem à construção no Jardim da Parada da estação de Campo de Ourique, inserida no plano de expansão da Linha Vermelha entre São Sebastião e Alcântara.

As ativistas são membros do Movimento Salvar o Jardim da Parada, criado com o propósito de contestar o traçado previsto para a obra.

O jornal refere que a monitorização das três cidadãs consta no plano de comunicação do Recape, no qual a contestação dos grupos de ativistas ao traçado e impacto previsto são considerados como “ameaças”, no âmbito de uma análise comparativa.

Contudo, num esclarecimento enviado à Lusa também na terça-feira, o Metropolitano negou “categoricamente a existência de qualquer tipo de vigilância indevida ou ilícita às redes sociais de qualquer parte interessada” no projeto de prolongamento da Linha Vermelha.

“O que está em causa é, tão-somente, o normal acompanhamento e a análise das referências públicas feitas ao referido projeto de expansão da rede do Metropolitano de Lisboa, na comunicação social e nas redes sociais, por todas as partes interessadas, incluindo cidadãos e grupos de cidadãos, em particular os que mais têm contribuído para o debate público sobre este empreendimento”, argumentou a empresa.

O financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência prevê um investimento no Metro de Lisboa de 400 milhões de euros para esta expansão da Linha Vermelha e 250 milhões de euros para a nova Linha Violeta (metro ligeiro de superfície), que ligará o Hospital Beatriz Ângelo por Odivelas a Loures, num total de 650 milhões de euros.

Já a Linha Circular, com inauguração prevista no segundo semestre de 2025, vai ligar a estação do Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede e duas novas estações (Estrela e Santos), unindo as linhas Amarela e Verde num novo anel circular no centro de Lisboa.

Além da construção de duas novas estações será remodelada a estação existente no Cais do Sodré. O investimento previsto na construção desta linha é de 331 milhões de euros.

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Minas antipessoais dos EUA são “muito importantes” para a defesa da Ucrânia

  • Lusa
  • 20 Novembro 2024

Exército russo tem utilizado estes explosivos "extensivamente" em território ucraniano desde a invasão em larga escala em 2022, com "pelo menos 13 tipos de minas antipessoais implantadas".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que as minas terrestres antipessoais fornecidas por Washington a Kiev, sob críticas de várias organizações não-governamentais (ONG), são “muito importantes” para travar o avanço do exército russo no leste do país.

O líder ucraniano congratulou-se com o fornecimento de uma nova parcela de ajuda militar norte-americana, que inclui minas antipessoais terrestres “muito importantes (…) para travar os ataques russos”, à medida que o exército de Moscovo avança contra as tropas ucranianas, menos numerosas e menos bem armadas.

Na terça-feira, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou a doação à Ucrânia de pelo menos 275 milhões de dólares (260 milhões de euros) em novas armas.

Várias ONG criticaram a decisão dos Estados Unidos, qualificando-a de “injustificável” e sublinhando as consequências destas armas proibidas internacionalmente para os civis, a longo prazo, apesar de se destinarem a travar o avanço russo em território ucraniano.

Enterradas ou escondidas no solo, as minas antipessoais explodem quando alguém se aproxima ou entra em contacto com elas, causando frequentemente mutilações ou mesmo a morte.

As minas “não distinguem entre soldados e civis” e continuam a explodir muito depois de terem sido colocadas, podendo afetar agricultores ou crianças, lamentou Alma Taslidzan, da ONG Handicap International, em entrevista à agência noticiosa francesa AFP.

Cerca de 164 Estados e territórios, incluindo a Ucrânia, assinaram a Convenção de Otava de 1997 sobre a proibição e eliminação das minas antipessoais, mas nem a Rússia nem os Estados Unidos ratificaram a convenção.

O exército russo tem utilizado estes explosivos “extensivamente” em território ucraniano desde a invasão em larga escala em fevereiro de 2022, com “pelo menos 13 tipos de minas antipessoais implantadas”, segundo um relatório publicado hoje pelo Landmine Monitor.

Este último abastecimento de material militar ocorre numa altura em que as preocupações sobre o agravamento do conflito têm aumentado.

No passado fim de semana, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu à Ucrânia autorização para disparar mísseis de longo alcance de fabrico norte-americano contra a Rússia, à qual, o Presidente russo, Vladimir Putin, reagiu com o alargamento da doutrina russa sobre o uso de armas nucleares.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.

Rússia tomar medidas contra rendimentos dos “agentes estrangeiros”

Também esta quarta-feira, os deputados russos aprovaram uma lei que proíbe as pessoas designadas como “agentes estrangeiros” – muitas vezes opositores ao regime – de gastarem na Rússia os seus rendimentos provenientes da produção cultural ou intelectual.

As pessoas e organizações declaradas “agentes estrangeiros” na Rússia, muitas das quais vivem atualmente no exílio, estão já sujeitas a pesadas restrições administrativas, sob ameaça de sanções e mesmo de prisão.

Segundo o novo texto, que deve ser aprovado em segunda e terceira leituras antes de ser enviado à Câmara Alta do Parlamento, serão também obrigados a abrir uma conta bancária especial para a qual será transferida a sua remuneração por atividades intelectuais.

Estes indivíduos e organizações só poderão utilizar o dinheiro se forem retirados do registo de “agentes estrangeiros”. Esta medida aplica-se, em particular, às dezenas de artistas e autores afetados por este estatuto, que consideram “infame”.

“Os agentes estrangeiros deixarão de poder enriquecer à custa do país e dos seus cidadãos”, congratulou-se Vyacheslav Volodin, presidente da Duma, a câmara baixa do Parlamento, após a votação de hoje.

“As medidas que foram tomadas destinam-se a impedir que os traidores enriqueçam”, prosseguiu, criticando os que deixaram a Rússia desde fevereiro de 2022, data do início da agressão à Ucrânia, acrescentando que as somas em questão poderiam também ser transferidas para o Estado russo.

A lista de “agentes estrangeiros” inclui atualmente 493 pessoas, incluindo celebridades como os escritores Lyudmila Ulitskaya e Boris Akunin, bem como proeminentes jornalistas e opositores. Um deles, o cantor de ‘rock’ Dmitry Spirin, disse à AFP que a votação de quarta-feira não foi um “choque” nem uma “surpresa”.

“Era de esperar que, mais cedo ou mais tarde, viessem a isto para ganhar dinheiro”, analisou o antigo vocalista do grupo Tarakany, que deixou a Rússia em 2021 e vive atualmente na Argentina. Dmitry Spirin, crítico de Vladimir Putin, opôs-se nomeadamente à ofensiva russa na Ucrânia em 2022, bem como à anexação por Moscovo da península ucraniana da Crimeia em 2014.

Segundo Spirin, o regime russo está a utilizar esta legislação para “colocar obstáculos no caminho” das pessoas designadas como “agentes estrangeiros”, impedindo-as “de viver em paz, mesmo fora do território russo”. O cantor considera que a lei, se entrar em vigor, terá poucos efeitos concretos na vida quotidiana dos “agentes estrangeiros” que vivem fora da Rússia.

Introduzida em 2012, a lei sobre “agentes de estrangeiros” tem sido progressivamente reforçada e alargada para silenciar qualquer dissidência, em especial desde o início do ataque em grande escala à Ucrânia.

No final de 2021, algumas semanas antes desta ofensiva, a organização não-governamental Memorial, um pilar da defesa dos direitos humanos e guardiã da memória dos crimes soviéticos, foi proibida sob o pretexto de ter violado a lei sobre “agentes estrangeiros”.

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Manuel Serrão fica sujeito apenas a Termo de Identidade e Residência. MP pedia caução e proibição de acesso a fundos

Ministério Público tinha pedido caução de 500 mil e proibição de acesso aos fundos e de exercício de funções, mas juíza manteve apenas Manuel Serrão sujeito a Termo de Identidade e Residência.

Primeira derrota do Ministério Público no caso da Operação Maestro. O Ministério Público tinha pedido quatro novas medidas de coação para Manuel Serrão – proibição de contactos com órgãos decisores, proibição de exercício de funções, proibição de acesso a fundos comunitários e caução de 500 mil euros – mas a juíza apenas manteve o Termo de Identidade e Residência. O ECO sabe que a juíza de instrução considerou os argumentos da defesa do empresário, a cargo de Pedro Marinho Falcão, viáveis e acabou por decidir contra o MP no processo chamado de Operação Maestro.

O empresário Manuel Serrão é suspeito de fraude na obtenção de fundos europeus de 40 milhões de euros. Até aqui, os arguidos estão já sujeitos ao Termo de Identidade e Residência (TIR).

O Ministério Público (MP) considera o empresário portuense e vogal da Associação Selectiva Moda “o principal mentor” de um alegado esquema na obtenção de subsídios comunitários que levou a Polícia Judiciária a realizar, no dia 19 de março de 2024, 78 buscas no âmbito desta operação, na qual são também suspeitos o jornalista Júlio Magalhães, António Sousa Cardoso, que liderou a Associação de Jovens Empresários, e António Branco e Silva.

A investigação sustenta que, pelo menos desde 2015, Manuel Serrão, António Branco e Silva e António Sousa Cardoso, “conhecedores das regras de procedimentos que presidem à candidatura, atribuição, execução e pagamento de verbas atribuídas no âmbito de operações cofinanciadas por fundos europeus, decidiram captar, em proveito próprio e das empresas por si geridas, os subsídios atribuídos à Associação Selectiva Moda e às sociedades No Less e House of Project — Business Consulting”.

As operações terão sido “cofinanciadas, através, designadamente, da apresentação e utilização como documentos de despesa aos projetos submetidos, com vista ao respetivo reembolso, faturas suspeitas de se tratar de negócios simulados, sem correspondência a serviços prestados nos projetos, ou, ainda faturas com valores sobrefaturados”, frisa o MP, num despacho judicial.

Segundo a investigação, as entidades beneficiárias controladas pelos suspeitos, “através da montagem de justificações contratuais, designadamente referentes a prestações de serviços e fornecimento de bens ou serviços”, obtiveram a aprovação e pagamento de incentivos no valor global de, pelo menos, 38.938.631,46 euros, através de 14 projetos, cofinanciados pelo FEDER.

O MP sustenta que os três suspeitos “obtiveram o comprometimento de pessoas da sua confiança, do seio do seu círculo de amizades”, como o jornalista Júlio Magalhães, “mas também do mundo empresarial, e em particular da área do setor têxtil, casos de Paulo Vaz, João Oliveira da Costa e Mário Genésio”.

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Generali reduz dívida soberana de Itália e Fitch mantém rating elevado de A+

  • ECO Seguros
  • 20 Novembro 2024

A agência acaba de atualizar a sua nota sobre a seguradora italiana e todas as principais subsidiárias. A exposição à dívida soberana de Itália reduziu-se e menor sinistralidade melhoram as operações.

Com perspetivas positivas, a agência de rating Fitch confirmou o Insurer Financial Strength (IFS) da Assicurazioni Generali S.p.A., casa-mãe da Generali em Portugal, e das suas principais subsidiárias em ‘A+’ (Forte). A agência também reafirmou o Issuer Default Rating (IDR) de Longo Prazo da Generali em ‘A’.

Segundo a Fitch, “as classificações refletem a capitalização muito forte do grupo, o baixo índice de alavancagem financeira, o risco de concentração de investimentos soberanos, ainda elevado, mas reduzido, e o perfil empresarial muito sólido da Generali”. Acrescenta que “a perspetiva positiva reflete a classificação soberana de Itália, uma vez que esta afeta a avaliação do perfil da indústria, o ambiente operacional onde a seguradora atua e a qualidade de crédito da carteira de investimentos da Generali”

A Fitch considera a capitalização da Generali como ‘Muito Forte’, com uma taxa de Solvência II (S2) de 220% no final de 2023 (final de 2022: 221%). No final dos primeiros nove meses de 2024, a taxa de Solvencia II era de 209%. A pontuação Prism Global da Generali manteve-se como ‘Muito Forte’ no final de 2023, baseada nas contas IFRS 17, que incluem a margem de serviço contratual (CSM) como uma fonte adicional de capital disponível. “Espera-se que a Generali mantenha a sua força de capital a médio prazo”, considera a agência.

O índice de alavancagem financeira calculado pela Fitch (FLR) permaneceu estável em 15% no final de 2023. A previsão é que o FLR permaneça amplamente inalterado até ao final de 2024 e que diminua até ao final de 2025, após a Generali emitir 750 milhões de euros em notas subordinadas de nível 2, em setembro de 2024, para pré-financiar parte das notas perpétuas subordinadas de mil milhões de euros, cujo primeiro resgate ocorre em novembro de 2025.

A avaliação do risco de investimentos e ativos da Generali é influenciada pela grande, embora mais reduzida, exposição à dívida soberana italiana. Esta exposição cria um risco significativo de concentração e potencial volatilidade na adequação de capital, o que a Fitch considera uma fraqueza na classificação. No entanto, a seguradora tem reduzido progressivamente a sua exposição a títulos italianos nos últimos cinco anos para proteger o capital de solvência da volatilidade dos spreads governamentais italianos.

A exposição aos títulos soberanos italianos caiu para 39 mil milhões de euros no final de 2023 (em 2022 eram 43 mil milhões), equivalente a 0,6 vezes o património consolidado dos acionistas incluindo o CSM (Em 2022 era de 0,7 vezes). No final do primeiro semestre de 2024, a Generali possuía 36 mil milhões de euros em títulos soberanos italianos. Espera-se que este risco de concentração diminua ainda mais até ao final de 2024.

A Generali é o terceiro maior grupo de seguros da Europa por prémios, nota a Fitch, Possuindo uma posição de liderança em importantes países da Europa Ocidental, bem como uma presença significativa na Europa Central e Oriental e na Ásia. “O perfil de negócios do grupo beneficia do seu grande porte e ampla diversificação geográfica, de produtos, grupos de clientes e canais de distribuição” avalia a agência.

O lucro operacional da seguradora em 2023, calculado sob IFRS 17, aumentou para 6,9 mil milhões de euros (em 2022 era de 6,4 mil milhões), beneficiando principalmente de um desempenho muito forte no setor não-vida. O rácio combinado calculado pela Fitch melhorou para 92,8% em 2023, qaundo em 2022 era de 94,2%, devido a descontos mais acentuados, crescimento do volume e uma melhor taxa de sinistralidade O retorno sobre o capital (ROE) calculado pela Fitch foi de 13,5% em 2023, considerado muito forte. Espera-se que o ROE permaneça em níveis semelhantes em 2024.

Nos primeiros nove meses de 2024, a Generali reportou um resultado operacional mais elevado de 5,4 mil milhões de euros, melhor que os 5 mil milhões de igual período de 2023, suportado por um melhor desempenho nos segmentos de vida e gestão de ativos e património, além de beneficiar de aquisições recentes, como as operações europeias da Liberty. No setor de não vida, o rácio combinado reportado foi de 94,0%, face a 94,3% em igual período do ano passado, com uma melhoria na taxa de sinistralidade mais do que compensando um efeito menor de descontos.

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TVI compra direitos televisivos dos jogos do Moreirense

  • + M
  • 20 Novembro 2024

Acordo entre estação de televisão e clube de futebol do concelho de Guimarães é válido a partir da próxima época desportiva e por três anos. Inclui publicidade no estádio e patrocínio nas camisolas.

A TVI chegou a acordo com o Moreirense Futebol Clube para transmitir nos canais do grupo os jogos em casa do clube minhoto. Este acordo marca o regresso do campeonato de futebol à televisão em sinal aberto já a partir da próxima época desportiva e por um período de três anos. Até ao momento não foi possível apurar o valor deste negócio.

Além dos direitos de transmissão, o acordo inclui a venda de publicidade nas primeiras linhas em redor do estádio, bem como a presença do logótipo da TVI na frente das camisolas dos jogadores do clube, avança o grupo dono também da CNN Portugal e do V+TVI.

Com esta iniciativa, que marca o regresso do campeonato de futebol à televisão em sinal aberto, “a TVI reforça a sua aposta estratégica na transmissão de eventos desportivos em direto, consolidando-se como uma referência na promoção do desporto e na oferta de conteúdos de alta qualidade”, prossegue o comunicado.

O acordo marca então o regresso de jogos da liga portuguesa à televisão em sinal aberto, o que não acontecia há mais de uma década, agora com uma transmissão de quinze em quinze dias. Para além de transmitidos na TVI, a aposta no futebol deve reforçar também o V+TVI, canal generalista lançado em agosto no cabo e que faz do comentário de futebol um dos seus principais pilares.

Tudo faremos para garantir que os espectadores encontrem nos canais TVI aquilo que necessitam, seja na informação, entretenimento, ficção ou desporto. A nossa vontade é que a TVI continue a singrar nos caminhos que tem vindo a trilhar e que a sua liderança se solidifique”, afirmava José Eduardo Moniz na apresentação do canal, em agosto, prometendo a estação relatos dos jogos dos três maiores clubes portugueses e programas de análise e debate sobre a atualidade futebolística nas noites de segunda a domingo.

Recorde-se que os canais em sinal aberto deixaram de transmitir os jogos da Liga dos Campeões (UEFA Champions League) esta época. Os direitos de transmissão foram divididos entre dois canais por cabo – Sport TV e DAZN (Eleven) – sendo que este último foi o detentor em exclusivo dos direitos de transmissão da Liga dos Campeões durante os últimos seis anos.

Pedro Morais Leitão, CEO do grupo Media Capital, revelou na altura ao +M que a TVI concorreu para tentar assegurar direitos de transmissão das competições europeias e que, inclusivamente, fez uma proposta de preço “16% acima do preço praticado nas épocas 2021/2022 a 2023/2024”. No entanto, os direitos acabaram todos por ser comprados pela Sport TV e pela DAZN.

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Fidelidade alerta clientes para emails fraudulentos

Clientes da Fidelidade estão a ser alvo de um ataque de phishing com intenção de lhes extorquir informação financeira. A companhia alertou as potenciais vítimas sobre como agir perante a ameaça.

A Fidelidade está a alertar os seus clientes para o facto de estarem a ser enviados mails fraudulentos em nome da companhia para os seus clientes. O objetivo dos piratas informáticos é “tentar obter dados financeiros, utilizando de um link malicioso”, avisa a seguradora.

A mensagem fraudulenta tem esta imagem:

A Fidelidade solicita a quem recebeu esta mensagem que “não interaja com a mesma e que a elimine de imediato”.

​A Fidelidade informa que não solicita senhas ou dados sensíveis por e-mail, SMS ou hiperligação, recomendando que os utilizadores de correio eletrónico devem “sempre verificar o remetente de todos os emails, antes de clicar em hiperlinks”.

A companhia ​acrescenta que, em caso de dúvida, os clientes devem contactar pelo telefone 217 948 800 ou falar com o seu mediador de seguros.

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Hoteleiro do Algarve “democratiza” condições negociais entre empresas

Lançada pelo dono do Hotel Alísios, a Winds nasceu no Algarve para facilitar o comércio "justo" entre empresas. A plataforma já está presente nos 18 distritos e prepara-se para entrar nas ilhas.

José Carlos Leandro, hoteleiro do Algarve, percebeu que existia uma discrepância muito grande nas condições negociais entre as pequenas e as grandes empresas. Consciente deste problema, criou em 2019 a Winds, um marketplace que tem como objetivo facilitar o comércio justo entre empresas de todas as dimensões e localizações. A plataforma tem 110 compradores e 152 vendedores. Até ao final do ano, a plataforma 100% portuguesa quer alargar o serviços às regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Lançada inicialmente no Algarve pelo dono do Hotel Alísios, localizado em Albufeira, e com foco no setor hoteleiro, a Winds está presente nos 18 distritos portugueses e em vários setores de atividade, de que se destacam alimentar, energia, materiais de escritório, segurança, informática, químicos e materiais de construção.

“Isto tornou-se um fenómeno e as empresas começaram a saber deste projeto e a querer aderir”, conta ao ECO Miguel Segarra, responsável de marketing e comunicação da Winds. Em cinco anos, contabiliza que a plataforma já movimentou mais de 52,9 milhões de euros, facilitando vendas e transações entre empresas em todo o país.

Com um total superior a 201 mil encomendas efetuadas até setembro de 2024, a plataforma da Winds encontra-se disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. Entre os clientes estão fornecedores de alimentos e bebidas como a Sogenave, a Aviludo e a Nestlé. São as empresas que ficam responsáveis pelo transporte da mercadoria.

Para aceder à plataforma Winds, o comprador tem uma subscrição de 25 euros por mês, enquanto as empresas vendedoras pagam 3% sobre o total das vendas realizadas na Winds.

Com o apoio da Caixa Geral de Depósitos, a Winds promove um ambiente comercial mais equitativo e acessível aos compradores, ao garantir a possibilidade de pagamento até 120 dias, sem juros, enquanto os vendedores recebem o valor das vendas a pronto pagamento.

“Isto é um benefício muito grande para as empresas compradoras”, afirma o responsável de marketing e comunicação da Winds. Miguel Segarra detalha ao ECO que “quem compra paga a quatro meses e quem compra tem o dinheiro creditado na sua conta no dia seguinte”.

Miguel Segarra, responsável de marketing e comunicação da Winds.Winds

“Não há nenhuma plataforma que seja concorrente da Winds”, afirma Miguel Segarra. “Este processo faz com que as empresas recebam no dia seguinte e que não precisem de andar atrás dos clientes porque as faturas já venceram”, realça o responsável de marketing da Winds.

É o único marketplace online na Europa, onde empresas de todos os setores, independentemente da sua dimensão, podem negociar em igualdade de circunstâncias.

Miguel Segarra

Responsável de marketing e comunicação da Winds

A empresa, que emprega oito pessoas, prepara-se para expandir a plataforma para as regiões autónomas da Madeira e dos Açores até ao final do ano. O porta-voz adianta que a Winds já tem empresas nacionais que fazem entregas nas ilhas, mas que o objetivo passa por terem fornecedores e compradores nesses locais, de forma a “dinamizar o comércio regional”.

“É o único marketplace online na Europa, onde empresas de todos os setores, independentemente da sua dimensão, podem negociar em igualdade de circunstâncias”, conclui Miguel Segarra.

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Investigadores criam sistema de lubrificação sustentável para aplicações mecânicas

  • Lusa
  • 20 Novembro 2024

Investigação da FCTUC tem "implicações significativas para várias indústrias que procuram melhorar o desempenho mecânico enquanto reduzem o impacto ambiental".

Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveram um sistema de lubrificação sustentável que melhora consideravelmente a resistência ao desgaste e à corrosão em aplicações mecânicas, anunciou aquela instituição de ensino superior.

O responsável pela criação deste sistema, desenvolvido no âmbito do projeto internacional “LubEnergy”, é o investigador do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da FCTUC e do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE) Fábio Ferreira, revelou a FCTUC num comunicado.

Esta investigação surgiu com o objetivo de melhorar os componentes mecânicos, pois cada vez mais temos a problemática do atrito e do desgaste, que consequentemente conduz a um maior gasto de energia”, explicou Fábio Ferreira.

Nos automóveis, por exemplo, se o motor tem muito atrito, gasta mais combustível para poder mover os componentes e o carro andar.

Esta investigação surgiu com o objetivo de melhorar os componentes mecânicos, pois cada vez mais temos a problemática do atrito e do desgaste, que consequentemente conduz a um maior gasto de energia.

Fábio Ferreira

Investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

Assim, assegurou, ao integrar revestimentos de carbono tipo diamante dopados com gadolínio (Gd-DLC) com líquidos iónicos, além de melhorar em quase 50% a performance desses componentes, foram abordadas as preocupações ambientais associadas a aditivos lubrificantes convencionais, como dialquilditiofosfatos de zinco (ZnDTPs).

“Os lubrificantes tradicionais dependem de aditivos que podem ter impactos ambientais negativos devido aos altos níveis de fósforo, enxofre e zinco”, esclareceu o líder do projeto, frisando que o objetivo era desenvolver uma alternativa mais sustentável que não comprometesse o desempenho.

A investigação envolveu o desenvolvimento de revestimentos de DLC com concentrações variadas de gadolínio para melhorar as suas propriedades de resistência ao desgaste.

“Quando combinados com líquidos iónicos específicos, os revestimentos de Gd-DLC não só reduziram o desgaste, como também forneceram excelente proteção contra corrosão, mesmo na presença de líquidos iónicos contendo brometos, que geralmente corroem superfícies de aço”, sustentou a FCTUC.

De acordo com Fábio Ferreira, as técnicas de análise de superfície revelaram que a presença de gadolínio facilita a adsorção de iões de fosfato dos líquidos iónicos na superfície do DLC, resultando na formação de tribofilmes ricos em fósforo que aumentaram a resistência ao desgaste.

A investigação desenvolvida tem implicações significativas para várias indústrias que procuram melhorar o desempenho mecânico enquanto reduzem o impacto ambiental”, sublinhou.

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