Conferência Cascais Ambiente: que soluções existem para a prevenção de resíduos?

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  • 2 Novembro 2024

Esta iniciativa pretende promover uma cultura de sustentabilidade e de ação ambiental com o objetivo de moldar um futuro mais verde.

No contexto da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos, Cascais será palco da Conferência Cascais Ambiente, a realizar-se no dia 21 de novembro no Edifício Cruzeiro.

Esta iniciativa pretende promover uma cultura de sustentabilidade e de ação ambiental, reunindo especialistas e líderes de diferentes setores para debater estratégias que podem moldar um futuro mais verde.

O evento é gratuito, mas sujeito a inscrição aqui.

PROGRAMA (em atualização)

9h30 Sessão de Abertura
António Costa
, Diretor do ECO
Luís Almeida Capão, Diretor Municipal de Ambiente e Sustentabilidade da Câmara Municipal de Cascais
Emídio Sousa, Secretário de Estado do Ambiente

10h00 O que é a EWWR e Contexto Europeu
Françoise Bonnet, Secretária-Geral ACR+ Association of Cities and Regions

10h15 Mesa-Redonda: Desperdício Alimentar (grande tema EWWR 2024)
Hunter Halder
, Fundador da REFOOD
Guilherme Gonçalves, Gestor de Projetos de I&D e Inovação da MC Sonae Continente
Eduardo Diniz, Responsável da Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar
Fernanda Santos, Coordenadora do Departamento de Formação e Educação e Projetos da DECO

11h00 Zero Waste Cities: Combater o Desperdício na Escala Urbana
Sara Correia
, Engenheira Ambiental da Associação ZERO

11h25 Pausa para café

11h45 Mesa-Redonda: A Prevenção na Cadeia de Valor dos Resíduos
Luís Almeida Capão, Diretor Municipal de Ambiente e Sustentabilidade da CM de Cascais
Nuno Soares
, CEO da Tratolixo
Pedro Nazareth, CEO da Electrão
Luísa Magalhães, Diretora Executiva da Smart Waste Portugal

12h30 Contar a História do Desperdício: O Desafio da Sensibilização/Comunicação
One-on-one com Catarina Barreiros, Fundadora & CEO da Loja do Zero

13h00 Encerramento Institucional
Carlos Carreiras
, Presidente da Câmara Municipal de Cascais

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No “Little Portugal” da Carolina do Norte conta-se “cada dólar”

  • Lusa
  • 2 Novembro 2024

O Little Portugal está cheio e Rosemary Pereira não tem mãos a medir, servindo bifanas e outros pratos portugueses, raros na Carolina do Norte, onde uma indigesta inflação é tema de conversa.

O Little Portugal está cheio e Rosemary Pereira não tem mãos a medir, servindo bifanas, churrasco e outros pratos portugueses, raros na Carolina do Norte, onde uma indigesta inflação é tema de conversa com clientes. As sondagens colocam a economia entre as principais preocupações dos eleitores antes das presidenciais de 05 de novembro. A perceção do desempenho económico da administração de Joe Biden, de quem é vice-presidente a candidata democrata Kamala Harris, não é positiva e, para tornar a situação mais complicada, este parece ser o ponto forte de Donald Trump.

Primeiro negócio de Rosemary Pereira, o restaurante Little Portugal arrancou com o final da pandemia e durante a última campanha eleitoral. A comerciante luso-americana, que investiu numa zona onde não há portugueses, mostra-se satisfeita com o negócio, mas queixa-se do custo de vida e aponta o dedo a Biden. “Se a economia estivesse melhor, mais gente saía, a gente da classe média estaria mais livre para não estar a contar cada dólar, cada nota“, afirma à Lusa a comerciante com origens em Mineola, Nova Iorque.

Tenho pessoas que vinham duas vezes por semana e agora vêm uma. E vêm porque gostam e porque querem estar cá, clientes de há anos e com quem temos aquelas amizades“, adianta, no restaurante decorado com padrão de azulejos portugueses e um grande galo de Barcelos, lembrança das suas raízes minhotas. Em pior situação, sublinha, estão os reformados, cujos aumentos de pensões não têm acompanhado o do custo de vida.

Na Carolina do Norte, mas também na Florida e na Georgia, eleitores queixaram-se à Lusa do aumento do custo de vida. Aqueles que exprimiram preferência por Trump apontaram, geralmente, este como o principal fator para a sua escolha, invocando o passado do ex-presidente como empresário.

Num comício na semana passada em Raleigh, perto do Little Portugal, Kamala Harris comprometeu-se a fazer da redução do custo de vida a sua principal prioridade, caso derrote Trump.

Perante um anfiteatro lotado, Harris reforçou a mensagem de que Trump é instável e “obcecado com a vingança e à procura de poder sem limites” e contrastou o que seria a “lista de inimigos” com que o republicano voltaria à presidência, com a sua “lista de coisas a fazer pelo povo americano”, perante uma audiência entusiástica. “No topo da minha lista está baixar o vosso custo de vida“, disse a candidata democrata.

As eleições entram na reta final com Trump e Harris praticamente empatados nas sondagens em estados como a Carolina do Norte, Georgia e Pensilvânia, onde uma vitória fará a diferença em termos de votos do colégio eleitoral. Foi com vitórias neste estado que Trump conseguiu derrotar Hillary Clinton em 2016, apesar de a democrata ter sido a mais votada no total nacional.

Muito em função da questão dos preços – ou da perceção desta – Rosemary já escolheu Donald Trump e revela mesmo entusiasmo pelo magnata. “Há quatro anos [final do mandato de Trump] não estávamos nesta situação, as coisas eram melhores. Quem não vê isso… ‘I´m sorry’!“, exclama, recorrendo ao inglês para mostrar incompreensão da opinião contrária. E dá o exemplo do preço da gasolina, que disparou: “fiquei… wow!”. “Para alguém que está reformado, esse dinheiro era comida para por na mesa e que já perderam“, sublinha.

A Carolina do Norte foi o estado onde nas últimas eleições Donald Trump ganhou por uma margem mais estreita, tendo perdido pontos em relação a 2016, e é neste estado que repousam muitas das esperanças democratas de evitar um regresso do republicano à Casa Branca.

Depois de um pico de inflação na primeira metade do mandato de Biden, a subida dos preços tem de facto vindo a abrandar de maneira consistente. Dados oficiais divulgados na quinta-feira indicam que a inflação atingiu 2,1 por cento no último ano.

Mesmo as estatísticas de perceção da inflação mostram que esta tem vindo a recuar entre os consumidores: é o caso dos indicadores de confiança da Universidade de Michigan e do Conference Board. Mas continuam abaixo do histórico em períodos de crescimento económico sólido e de evolução positiva do mercado de trabalho, como o atual.

Joanne Hsu, economista da Universidade de Michigan, afirmou na semana passada que “não é que [os consumidores] tenham perdido noção da realidade”. “Os preços elevados continuam a pesar nas suas finanças pessoais e isso continua a ser muito frustrante“, disse ao jornal New York Times.

É o caso de Rosemary, que relata que os preços aumentaram após a pandemia “e depois nunca baixaram”, sobrecarregando os pequenos empresários. “Onde podia fazer-se a publicidade por 200 dólares, agora faz-se por 500. Os produtos já custam mais, os empregados querem ser pagos mais… É tudo, é tudo!“, exclama à Lusa. E queixa-se de que, trabalhando com produtos portugueses, sofre também com o encarecimento do transporte desde New Jersey, onde junto da comunidade portuguesa estão concentradas as empresas importadoras.

Para Rosemary, mãe de três filhos, o problema é sobretudo ao “trabalho duro” não corresponder um rendimento equivalente: “Dá, mas podia dar mais se as coisas não estivessem como estão”.

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Exportações para a China crescem 2,6% até setembro

  • Lusa
  • 2 Novembro 2024

As exportações lusófonas para a China aumentaram 2,6% nos primeiros nove meses de 2024, mantendo o melhor arranque de ano de sempre, de acordo com dados oficiais.

As exportações lusófonas para a China aumentaram 2,6% nos primeiros nove meses de 2024, mantendo o melhor arranque de ano de sempre, de acordo com dados oficiais. As exportações atingiram 109,1 mil milhões de dólares (100,3 mil milhões de euros), o valor mais elevado para o período entre janeiro e setembro desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar este tipo de dados dos Serviços de Alfândega da China, em 2013.

Os dados divulgados na sexta-feira mostram que a subida sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas cresceram 2,8%, para 91,2 mil milhões de dólares (83,8 mil milhões de euros), um novo máximo para os primeiros nove meses do ano.

As vendas de mercadorias de Angola para a China aumentaram 2,2% para 13,5 mil milhões de dólares (12,4 mil milhões de euros), enquanto as exportações de Portugal subiram 8,9% para 2,33 mil milhões de dólares (2,14 mil milhões de euros).

Também Moçambique exportou mais para a China, com as vendas moçambicanas a subirem 6,1%, para 1,26 mil milhões de dólares (1,16 mil milhões de euros).

Pelo contrário, as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram 16,8%, para 885,2 milhões de dólares (813,6 milhões de euros), enquanto as vendas de Timor-Leste (menos 99%), Cabo Verde (menos 82,4%) e São Tomé e Príncipe (menos 91,1%) também caíram em comparação com o período entre janeiro e setembro de 2023.

As exportações da Guiné-Bissau para a China mantiveram-se inalteradas nos primeiros nove meses de 2024, embora o país não tenha vendido mais de mil dólares (cerca de 919 euros) em mercadorias.

Na direção oposta, os países lusófonos importaram mercadorias no valor de 65,1 mil milhões de dólares (59,8 mil milhões de euros) da China, um aumento anual de 17,9% e um novo recorde para os primeiros nove meses do ano.

O Brasil foi o maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, com importações a atingirem 55,1 mil milhões de dólares (50,6 mil milhões de euros), seguido de Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 4,64 mil milhões de dólares (4,27 mil milhões de euros).

Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 174,2 mil milhões de dólares (160,1 mil milhões de euros) entre janeiro e setembro, mais 7,8% do que em igual período de 2023 e um novo máximo para os primeiros nove meses do ano.

A China registou um défice comercial de 44,1 mil milhões de dólares (40,5 mil milhões de euros) com o bloco lusófono no período entre janeiro e setembro deste ano.

Em abril, o Fórum de Macau realizou a sexta conferência ministerial, durante a qual foi aprovado o novo plano de ação do organismo até 2027, concentrado em novas áreas de cooperação, como a economia digital e a economia azul.

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PSI fecha semana plena de resultados a subir quase 1%

O principal índice da bolsa portuguesa acompanhou os ganhos das bolsas mundiais com Jerónimo Martins a recuperar mais 2,24%. Já a Semapa caiu 2,3%, reagindo à queda no lucro trimestral.

A bolsa de Lisboa subiu quase 1% na última sessão da semana, primeira do mês de novembro, com apenas duas cotadas a fecharem em terreno negativo. O índice acompanhou os ganhos da generalidade das praças europeias, num dia que também está a ser de otimismo nos mercados norte-americanos.

Enquanto o Stoxx 600 subiu 1,1% e o espanhol IBEX-35 somou 1,3%, o português PSI valorizou 0,95%, para 6.594,91 pontos, o que permitiu ao índice fechar a semana com ganhos acumulados de 1,25%, invertendo uma sequência de duas semanas consecutivas de perdas.

Os CTT estiveram em destaque desde a abertura, comandando os ganhos na praça nacional. Com a sessão concluída, os Correios mantiveram o melhor desempenho do dia, subindo 2,34%, para 4,375 euros por ação, na semana em que apresentaram resultados, nomeadamente uma quebra de 22% nos lucros dos primeiros nove meses do ano.

A Jerónimo Martins, que também apresentou resultados esta semana, fechou a valorizar 2,24%, ocupando o segundo lugar do pódio do PSI, com os títulos a valerem 18,27 euros. A empresa prolongou, assim, os ganhos de mais de 8% registados na sessão anterior.

Ações da Jerónimo Martins recuperam

As cotadas do setor energético também contribuíram para os ganhos do PSI esta sexta-feira. Desde logo, a Galp, que deu o tiro de partida de uma semana preenchida por resultados, ao apresentar na segunda-feira passada uma subida de 24% do resultado líquido nos nove meses até setembro, batendo um novo recorde. Mas a petrolífera, que recuperou 1,72% nesta sessão, acabou por encerrar com uma queda semanal de 4% no preço das respetivas ações.

Enquanto isso, a EDP e a EDP Renováveis somaram, respetivamente, 1,53% e 1,11% nesta sessão.

Do lado oposto, o BCP corrigiu ligeiramente, na ordem dos 0,06%, mas fechou nos 46,31 cêntimos por ação, mantendo assim a capitalização bolsista de sete mil milhões de euros que alcançou na sessão anterior — na sequência, igualmente, da apresentação de resultados e de um plano estratégico que prevê distribuir aos acionistas até 75% dos resultados nos próximos quatro anos.

Já a Semapa saiu-se prejudicada, ao perder 2,30%, para 14,42 euros. Na quinta-feira, já após o fecho dos mercados de capitais na Europa, a companhia revelou aos acionistas que os lucros encolheram 16,5% no terceiro trimestre, para 49,7 milhões de euros, apesar de ter fechado os nove meses do ano com um aumento dos lucros de 8,6% face ao mesmo período do ano anterior.

Os investidores, incluindo na Europa, estavam à espera para conhecer novos dados do mercado laboral norte-americano, e assim foi: excluindo o setor agrícola, a maior economia do mundo gerou apena 12 mil empregos em outubro, muito abaixo dos 100 mil que eram esperados pelos economistas, devido ao impacto negativo de dois furacões e da greve na Boeing. Contudo, as bolsas em Wall Street acabaram por descartar esses dados e valorizar ainda assim, na esperança de um corte maior das taxas de juro na próxima reunião da Fed, que decorrerá na próxima semana.

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“Bónus” de mandatos ao partido vencedor das legislativas é a solução para um Governo estável?

UTAO sugere que seja atribuído ao partido do Governo mandatos extra por forma a alcançar uma maioria estável no Parlamento. Partidos mais pequenos só entram na AR se conseguirem 3% dos votos.

E se, nas próximas eleições legislativas, o partido mais votado ganhasse automaticamente deputados extra por forma a alcançar uma maioria estável que apoiasse o Governo em funções? A sugestão foi deixada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) no âmbito da discussão sobre o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), numa altura em que a proposta do Governo entra na fase de debate na especialidade, depois de ter sido aprovada na generalidade pela Assembleia da República, na passada quinta-feira. Aos olhos dos politólogos, esta poderá ser uma solução para minimizar os cenários de instabilidade política, mas admitem alguma resistência dos partidos — especialmente dos mais pequenos.

Vindo da UTAO, o que se pretende [com esta proposta] é gerar um equilíbrio político, económico e também nas finanças públicas. A instabilidade política motiva instabilidade económica e social, e com isto a UTAO quer tentar assegurar uma democracia estável e um Governo que tenha o seu tempo de longevidade normal”, aponta Paula Espírito Santo, politóloga e investigadora do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP), em declarações ao ECO.

Mas o que diz a proposta? Ora, a equipa de economistas “deixa à consideração pública” a “criação de um mecanismo que reforce a probabilidade de haver no Parlamento uma maioria de deputados que apoie o Governo em funções”.

“Trata-se de combinar o sistema de representação proporcional existente com a introdução de uma expressão aritmética que atribua um determinado número de mandatos adicionais ao partido mais votado nas eleições legislativas, em caso de vitória sem maioria absoluta de deputados”, explicam. Por outras palavras, ao partido que ganhasse as eleições legislativas ser-lhe-iam atribuídos mandatos adicionais para reforçar a sua posição parlamentar, garantindo, desta forma, uma maioria estável e um apoio mais seguro ao Governo, à semelhança do que acontece na Grécia, desde 2023.

Parlamento grego no centro de Atenas, Grécia.NUNO VEIGA/LUSA

Nas eleições do no passado naquele país a regra foi: se o partido ou coligação pré-eleitoral tiver tido, pelo menos, 25% dos votos nas urnas, ganha um bónus de 20 lugares. Ademais, um lugar adicional é-lhe atribuído por cada 0,5 pontos percentuais que tiver obtido nas urnas depois dos 25% dos votos, até perfazer um máximo de 50 mandatos extra. No caso grego, há uma outra regra em vigor há mais tempo e que se mantém: só entram para o Parlamento (composto por 300 deputados) os partidos que tiverem tido o mínimo de 3% dos votos nas eleições parlamentares.

Em termos práticos, e transpondo diretamente a regra para Portugal, num cenário em que este sistema eleitoral vigorasse, a Aliança Democrática (AD), que conseguiu 28,83% dos votos e elegeu 78 deputados do PSD e dois do CDS/PP, nas últimas eleições legislativas, teria direito a mais 20 deputados. Considerando que a Assembleia Nacional é composta por 230 deputados, o acréscimo seria de 27, perfazendo um total de 105 deputados. Neste cenário, a proximidade de deputados atual com o PS (78 deputados) deixaria de ser uma realidade.

Em sentido contrário, o PAN deixaria de ter representação parlamentar por ter conquistado apenas 1,95% dos votos.

O nosso sistema atual com as listas proporcionais por distrito, já incorpora, implicitamente, um bónus para partidos mais votados, permitindo a formação de maiorias“, explica André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.

“Não se trata de um bónus explícito como no sistema grego, mas o que acontece, é que há um conjunto de votos desperdiçados nos partidos mais pequenos, e em especial nos círculos que elegem menos deputados. O efeito dos votos desperdiçados é, na prática, um bónus para os partidos maiores”, detalha o politólogo, aludindo ao método d’Hondt, sistema que distribui os assentos parlamentares em proporção ao número de votos obtidos por cada partido. Na última ida às urnas, em março, quase 1,2 milhões de votos não serviram para eleger deputados, prejudicando, sobretudo, os partidos mais pequenos.

Mas com base neste sistema sugerido pela UTAO, o “bónus” deixaria de ser implícito e seria concedido ao partido com mais votos, permitindo alcançar uma maioria estável.

“De certa forma, a sugestão acaba por distorcer o método de Hondt e do sistema proporcional. Podemos dizer que num plano abstrato gera maior conforto ao partido que ganhar. No fundo, a própria representação eleitoral acaba por ser uma forma de desempate considerando que a solução política e parlamentar pode não gerar o equilíbrio que se pretende nem uma maioria absoluta”, avalia Paula Espírito Santo.

Maioria estável ameaça consenso democrático?

“Conforto” é de facto o adjetivo mais adequado para caracterizar este cenário, uma vez que um partido que tenha uma maioria estável deixa de estar criticamente dependente de consensos políticos para fazer aprovar propostas na Assembleia da República. Ou até mesmo Orçamentos do Estado.

Um sistema mais proporcional apela mais ao consenso e diálogo, o que por um lado é positivo mas facilita crises políticas“, alerta André Azevedo Alves. “Por outro lado, sistemas maioritários conferem maior segurança“, diz.

Porém, aos olhos do especialista, não será por isso que este sistema se torna “mais ou menos democrático”, uma vez que os deputados continuam a ser eleitos através de “uma eleição livre e com regras aceites”. “É, no entanto, um sistema que apela menos ao consenso e à negociação, e valoriza mais o confronto entre o Governo e a oposição“, argumenta.

Por seu turno, embora reconheça que essa possa ser uma realidade, Paula Espírito Santo recorda que o “poder tem como objetivo manter-se” e que, por norma, os partidos que formam Governo “não se limitam apenas àquela legislatura de quatro anos”.

“A capacidade de diálogo, de introdução de propostas dos seus opositores e a própria retórica política estará sempre presente. O principal eixo do sistema democrático é a capacidade de negociar sabendo que os partidos têm uma base muito volátil”, diz ainda a politóloga, recordando que no último mandato do Governo de António Costa (2022-2023), o ex-primeiro-ministro procurou levar a cabo essa responsabilidade mesmo governando com uma maioria absoluta. “Não se pode fechar as portas ao diálogo, se não seria subverter a lógica do sistema democrático”.

Novo sistema arriscaria sobrevivência dos partidos mais pequenos

No relatório, a UTAO deixa claro que este mecanismo não promove a formação de “maiorias absolutas”, mas sim procura “aumentar a probabilidade de haver um Governo com apoio maioritário no Parlamento”. Neste cenário, sugere a entidade liderada por Rui Baleiras, “as coligações pós-eleitorais poderão tornar-se mais frequentes do que até hoje“.

Um mecanismo assim daria maior protagonismo a partidos pequenos do que o status quo, pois poderiam aspirar, com maior frequência, a fazer parte das soluções de Governo (ter ou não ter representantes no Governo é outra questão, a decidir entre as partes)”, lê-se no relatório.

No entanto, mesmo que fosse proposta uma revisão constitucional, não é líquido que, para além do PS e do PSD, essa seja uma vontade das restantes bancadas parlamentares. O Bloco de Esquerda, por exemplo, já se manifestou contra a sugestão deixada pela UTAO.

Não vai ser fácil convencer os partidos mais pequenos“, prevê Paula Espírito Santo. “Os partidos vão tentar perceber se isto compromete, de alguma forma, a sua longevidade e/ou sobrevivência. Por via da coligação, a proposta precavê a dificuldade que possam ter de eleger ou de se fazer ouvir, mas pode diluir a existência dos partidos“, aponta a politóloga.

Isto é um sistema que cria condições para os partidos mais pequenos se dissiparem nas coligações“, explica André Azevedo Alves, referindo, a título de exemplo, e neste contexto, um cenário no qual a Iniciativa Liberal (IL) iria a eleições coligada com o PSD e o CDS-PP. “Obviamente que não significaria que os liberais desapareceriam, mas acaba por limitar a margem de sobrevivência da IL“.

E fora do quadro dos pequenos partidos, o Chega, enquanto terceiro maior partido, passaria a reunir condições de protesto.

“André Ventura cavalgaria a proposta como uma tentativa de PS e PSD se blindarem face à concorrência do Chega que hoje, nas sondagens, destaca-se como o terceiro maior partido”, refere André Azevedo Alves. “Mais do que prejudicar os pequenos partidos, seria uma espécie de conluio do PS e PSD para se protegerem face ao Chega“.

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Castelo Branco defende criatividade como instrumento de desenvolvimento económico do território

"A criatividade deve também gerar valor na economia, emprego e progresso", diz o vice-presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco.

“O segundo Fórum Iberoamericano de Cidades Criativas, [que terminou esta quinta-feira em Castelo Branco], vem reafirmar o compromisso desta rede: a criatividade enquanto instrumento de desenvolvimento do territórioe motor da economia local. É desta forma que Hélder Henriques, vice-presidente da câmara local, começa por fazer o balanço dos quatro dias da iniciativa que reuniu uma mão cheia de especialistas mundiais.

“Além da preservação e salvaguarda do património, a criatividade deve também gerar valor na economia, emprego e progresso no âmbito daquilo que é nosso nos diferentes territórios, cada um com a sua especificidade”, assinala o autarca em declarações ao ECO/Local Online à margem desta iniciativa que teve o Chile como país convidado.

Além da preservação e salvaguarda do património, a criatividade deve também gerar valor na economia, emprego e progresso no âmbito daquilo que é o nosso nos diferentes territórios, cada um com a sua especificidade.

Hélder

Vice-presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco

A realização desta conferência em Castelo Branco acontece precisamente na sequência da conquista, em 2023, do estatuto de cidade membro da Rede Mundial de Cidades Criativas da Unesco, na categoria de Artesanato e Artes Populares. “O nosso principal argumento, no âmbito da candidatura que realizamos à Unesco, foi o nosso bordado albicastrense, que tem um conjunto de dimensões muito assinaláveis”, detalha Hélder Henriques. Este ex-libris da cidade deverá, em breve, ganhar um novo impulso. “Estamos crentes de que rapidamente será inscrito no inventário nacional do património cultural, sustenta, devendo em breve terminar a consulta pública que decorre com esse propósito.

Após quatro dias de conferências em torno do papel fulcral das cidades criativas da Unesco, o número dois do município de Castelo Branco considera que “este tipo de encontros é relevante para fazer rede e obter contactos, para partilhar experiências e projetos”.

Além de Castelo Branco, também Idanha-a-Nova e Leiria, Óbidos, Caldas da Rainha são mais algumas localidades portuguesas que fazem parte da lista das Cidades Criativas da Unesco.

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Bolsas em Wall Street avançam, indiferentes a más notícias no emprego

  • Lusa
  • 1 Novembro 2024

A bolsa de Nova Iorque negociava em alta na primeira sessão de novembro, com os investidores a descartarem os últimos dados do emprego, que ficaram muito abaixo do esperado devido a greves e furacões.

A bolsa de Nova Iorque negociava esta sexta-feira em alta na primeira sessão de novembro, com os investidores aparentemente indiferentes aos últimos dados do emprego, que ficaram muito abaixo do esperado devido a greves e furacões.

Às 14h35 (hora de Lisboa), o Dow Jones subia 1,18%, para 42.256,67 pontos, e o Nasdaq valorizava 1,40%, para 18.348,09 pontos. O índice alargado S&P 500 subia 1,02%, para 5.763,93 pontos.

Estas subidas seguem-se a uma sessão negativa na quinta-feira, em que o S&P 500 e o Nasdaq registaram os seus piores dias desde o início de setembro, caindo 1,86% e 2,76%, respetivamente.

O mercado bolsista encerrou esta sexta-feira uma semana de resultados tecnológicos, com desempenhos mistos da Alphabet, Microsoft e Meta.

A Intel liderava esta sexta-feira as subidas no índice Dow Jones, com ganhos de 7,18%, apesar de ter registado um prejuízo pior do que o previsto. As receitas superaram as estimativas dos analistas e a previsão de resultados apresentadas para o trimestre em curso também superaram as expectativas.

A subir estavam também as ações da Amazon, 6,66%, após a empresa ter divulgado um lucro acima do esperado pelos analistas no terceiro trimestre. Ainda no Dow Jones, a Chevron e a Boeing subiam 4,01% e 2,79%, respetivamente.

Estes resultados ajudaram a compensar a descida de 0,64% da Apple, que publicou na quinta-feira resultados trimestrais ligeiramente melhores do que o previsto, graças, nomeadamente, a uma recuperação das vendas do iPhone, mas não entusiasmou Wall Street com o seu discurso sobre a inteligência artificial.

Para além das eleições Presidenciais norte-americanas de 5 de novembro, que têm provocado uma elevada volatilidade, os investidores estão também atentos à reunião de política monetária da Reserva Federal (Fed), a 6 e 7 de novembro.

Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Departamento de Estatísticas do Emprego norte-americano indicam que a criação de emprego nos Estados Unidos desacelerou fortemente em outubro, tendo sido criados apenas 12.000 empregos, muito abaixo das estimativas dos analistas, que apontam para cerca de 100.000, e longe dos 223.000 empregos criados em setembro.

Os economistas estimam que os furacões Helene e Milton, combinados com as greves na Boeing e noutras empresas, impactaram negativamente o crescimento líquido do emprego em dezenas de milhares de postos de trabalho no mês passado. Já a taxa de desemprego manteve-se em 4,1%.

A quebra na geração de emprego foi tão forte que há investidores a apostar que a Fed irá proceder a uma redução mais forte do que o habitual na sua principal taxa de juro, apontando para uma quebra de meio ponto percentual.

Contudo, a expectativa generalizada em Wall Street continua a ser de que a Fed procederá ao tradicional corte de um quarto de ponto percentual na próxima semana. Certo parece ser que os dados do emprego abaixo do esperado tenham eliminando a pequena probabilidade que os analistas admitiam de uma manutenção das taxas.

A esperança em Wall Street é que a economia americana ainda escape a uma recessão, mesmo que o mercado de trabalho continue a abrandar, graças, em parte, aos próximos cortes nas taxas por parte da Fed.

Também foi publicado o índice de atividade industrial (PMI) dos Estados Unidos, que caiu para 46,5 em outubro, face a 47,2 em setembro.

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Novo tarifário da EPAL acresce 33 cêntimos por mês para maioria dos consumidores

  • Lusa
  • 1 Novembro 2024

O novo tarifário da EPAL entra em vigor esta sexta-feira e representa, para a maioria dos clientes domésticos, um acréscimo de 33 cêntimos mensais, tendo por base um consumo médio mensal de 8 m3.

O novo tarifário da Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) entra esta sexta-feira em vigor e representa, para a maioria dos clientes domésticos, um acréscimo de 33 cêntimos mensalmente.

Em comunicado, a EPAL avança que as tarifas foram aprovadas e atualizadas de acordo com a previsão do índice harmonizado de preços no consumidor, publicado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) para 2024.

Para a maioria dos clientes domésticos da EPAL (cerca de 85%), a atualização de preços reflete um acréscimo de 33 cêntimos por mês, tendo por base um consumo médio mensal de oito metros cúbicos e um contador de até 25 milímetros.

A área servida pela EPAL e pelas Águas do Vale do Tejo abrange 91 municípios e serve 3,5 milhões de habitantes.

No comunicado, a EPAL destaca ainda a tarifa social da água, destinada a clientes mais carenciados, que prevê descontos que podem ir até aos 93%, bem como a tarifa familiar, destinada a agregados familiares com cinco ou mais pessoas.

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Alto funcionário da Comissão Europeia suspeito de receber presentes do Qatar. Procuradoria abre investigação

  • Lusa
  • 1 Novembro 2024

A Procuradoria Europeia abriu um inquérito sobre as alegações de corrupção contra um alto funcionário da Comissão Europeia, suspeito de ter recebido presentes do Qatar.

A Procuradoria Europeia confirmou esta sexta-feira a abertura de um inquérito sobre as alegações de corrupção contra um alto funcionário da Comissão Europeia, suspeito de ter recebido presentes do Qatar.

Na sequência da publicação de um artigo no diário francês Libération, a Procuradoria Europeia anunciou a abertura de um inquérito ex-officio contra o estónio Henrik Hololei, antigo diretor-geral dos Transportes da Comissão Europeia.

O Ministério Público recorda que “as instituições e os órgãos” da UE “devem comunicar sem demora à Procuradoria Europeia todos os atos criminosos relativamente aos quais esta tenha competência” e precisa que, até ao momento, não recebeu qualquer comunicação do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF) ou da Comissão.

Segundo o Libération, os investigadores do OLAF identificaram, no entanto, num relatório, uma série de “regalias” de que Hololei teria beneficiado a partir do Qatar, incluindo “estadas em hotéis de cinco estrelas, por vezes com a família e sessões de compras”.

Segundo o diário francês, Hololei terá, “na maior parte das vezes viajado sem o declarar em pelo menos 25 ocasiões a expensas do Qatar” quando o alto funcionário era responsável pela negociação de um acordo de “céu aberto” com os Emirados, que permitia à Qatar Airways um maior acesso ao território europeu.

Este caso vem juntar-se ao chamado “Qatargate”. Desde dezembro de 2022, o Parlamento Europeu tem sido abalado por suspeitas de corrupção envolvendo representantes eleitos do Qatar e de Marrocos.

Na quinta-feira, questionada durante uma conferência de imprensa, a Comissão Europeia afirmou ter “agido rapidamente” no caso Hololei, enquanto o inquérito OLAF foi “concluído em julho de 2024” com uma recomendação de “acompanhamento disciplinar”.

“Imediatamente”, a Comissão transmitiu o relatório ao Gabinete de Investigação e Disciplina (IDOC), com um “mandato para dar início a uma ação disciplinar”, disse um porta-voz do executivo europeu.

O caso está atualmente na “primeira fase do processo pré-disciplinar”, segundo este porta-voz, que escusou “especular” sobre as conclusões do procedimento interno.

Na sequência das primeiras revelações, o alto funcionário, de 54 anos, deixou o cargo de diretor-geral em 2023 para assumir uma posição menos estratégica de “conselheiro” político, que ainda ocupa atualmente.

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Morreu o antifascista Camilo Mortágua aos 90 anos

  • Lusa
  • 1 Novembro 2024

Camilo Mortágua, pai das deputadas do Bloco de Esquerda Mariana e Joana Mortágua, morreu esta sexta-feira aos 90 anos. Foi antifascista e está na fundação do movimento LUAR.

O antifascista Camilo Mortágua, pai das deputadas do Bloco de Esquerda Mariana e Joana Mortágua, morreu esta sexta-feira aos 90 anos, segundo uma nota enviada à Lusa pela família. Natural de Oliveira de Azeméis, Camilo Mortágua emigrou para a Venezuela em 1951, com 17 anos. Foi a partir desse país que começou a lutar contra o fascismo em Portugal, integrou a Direção Revolucionária Ibérica de Libertação e participou no assalto ao navio Santa Maria, em 1961, sob o comando do capitão Henrique Galvão.

Nesse mesmo ano, juntamente com o revolucionário Palma Inácio e outros antifascistas, desviou um avião da TAP no percurso entre Casablanca (Marrocos) e Lisboa para largar sobre a capital portuguesa 100.000 panfletos contra o regime salazarista. Já em 1967, esteve envolvido num assalto à filial do Banco de Portugal na Figueira da Foz para financiar a atividade antifascista. Nesse mesmo ano, está na fundação da Liga de Unidade e Ação Revolucionária (LUAR).

Após a revolução de 25 de Abril de 1974, Camilo Mortágua dinamizou a ocupação da Herdade da Torre Bela, no Ribatejo, da qual resultou a criação da cooperativa Torre Bela.

Concentrou então a sua atenção no desenvolvimento rural e local desde a vila de Alvito, no Alentejo, onde se fixou nos anos 80 do século XX e da qual Mariana e Joana Mortágua são naturais.

Em 1991 fundou a Associação Terras Dentro, nas Alcáçovas, e foi presidente da Presidente da Associação para as Universidades Rurais Europeias (APURE).

Camilo Mortágua publicou as suas memórias em dois volumes, intituladas “Andanças para a Liberdade”, nas quais percorre a sua vida desde a infância na Beira Litoral até ao 25 de Abril.

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Economia dos EUA dececiona com impacto de furacões e greve. Criou apenas 12 mil empregos em outubro

Economistas esperavam 100 mil novos empregos em outubro, mas a maior economia do mundo conseguiu empregar apenas 12 mil pessoas, devido ao impacto de dois furacões e da greve na Boeing.

A economia dos EUA conseguiu criar apenas 12 mil novos empregos em outubro, o ritmo mais lento desde 2020 e o pior desempenho desde que Joe Biden tomou posse como Presidente dos EUA, segundo dados divulgados esta sexta-feira, que excluem o setor agrícola.

O número fica muito abaixo das estimativas dos economistas, que apontavam para cerca de 100.000 novos empregos gerados no mês passado.

A justificar o fraco desempenho do mercado laboral da maior economia do mundo está o impacto dos fortes furacões Helene e Milton, bem como a greve que tem condicionado severamente a atividade da fabricante aeroespacial Boeing, explica a Bloomberg.

No que diz respeito à taxa de desemprego, esta manteve-se nos 4,1% em outubro.

Além da leitura muito abaixo das expectativas, estes dados ganham ainda mais relevância por serem conhecidos a poucos dias das eleições Presidenciais norte-americanas, que colocam o republicano Donald Trump frente a frente com a democrata Kamala Harris, atual vice-presidente dos EUA. A votação decorrerá na terça-feira, 5 de novembro.

Apesar destes dados, os futuros dos principais índices de Wall Street sinalizam uma abertura em alta das bolsas às 13h30 em Lisboa. Os futuros do S&P 500 somam 0,48%, os do Dow Jones avançam 0,51% e os do Nasdaq ganham 0,46%.

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Sporting oficializa saída do treinador Rúben Amorim para o Manchester United

Manchester United oficializou contratação do treinador português, aceitando pagar 11 milhões de euros ao Sporting pela rescisão. Deve continuar ao leme dos "leões" mais três jogos.

Rúben Amorim vai assumir os comandos do Manchester UnitedEPA/MIGUEL A. LOPES

É oficial: Rúben Amorim vai deixar os comandos do Sporting para passar a treinar o Manchester United, confirmaram os dois clubes esta sexta-feira, praticamente em simultâneo. Deverá manter-se ao leme do Sporting por apenas mais três jogos.

Numa publicação na rede social X, o Manchester United escreveu: “It’s done [está feito]. Bem-vindo ao Manchester United, Rúben Amorim.Rúben Amorim será head coach, mas só assumirá a função no dia 11 de novembro, condicionado à obtenção de visto de trabalho, segundo um comunicado do clube.

Instantes depois, o Sporting confirmou a mesma informação num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário, acrescentando mais detalhes.

“A Sporting SAD chegou a acordo com o Manchester United FC com relação aos termos e condições da saída do treinador Rúben Amorim”, lê-se no comunicado, indicando que a SAD leonina irá receber dos ingleses o pagamento de 11 milhões de euros como “contrapartida”.

“Adicionalmente, a Sporting SAD terá um benefício de 1.658.000 euros relativos à extinção de direitos de crédito, registados como passivos e passivos contingentes, em consequência da revogação e renegociação de contratos referentes a comissões de intermediação”, acrescenta o Sporting.

O Rúben é um dos mais excitantes e mais conceituados treinadores jovens do futebol europeu.

Manchester United, em comunicado

O anúncio da saída acontece no dia em que o Sporting defrontará em casa o Estrela da Amadora, pelas 20h15, num jogo a contar para a 10.º jornada do campeonato, ainda com Amorim ao leme. Atualmente, os “leões” ocupam a primeira posição na tabela, acumulando 27 pontos, a três pontos de distância do FC Porto, tendo vencido todos os nove jogos.

O Sporting de Rúben Amorim também defrontará o Manchester City na próxima terça-feira, dia 5 de novembro, num jogo a contar para a Liga dos Campeões. O treinador ainda guiará a equipa principal por mais um jogo, contra o SC Braga, partida que está marcada para dia 10 de novembro.

Rúben Amorim, conhecido adepto do clube rival Benfica, tem sido o treinador do Sporting desde março de 2020 e conseguiu devolver as glórias ao clube, com a conquista do título de campeão nacional logo em 2020/2021, algo que não acontecia desde a época de 2001/2002. Viria a repetir o feito em 2023/2024.

Em reação à contratação, o Manchester United, que continuará a ser orientado por Ruud van Nistelrooy até à chegada do português, enalteceu os palmarés de Rúben Amorim: “O Rúben é um dos mais excitantes e mais conceituados treinadores jovens do futebol europeu. Altamente condecorado enquanto jogador e treinador, os seus títulos incluem ter vencido a Primeira Liga duas vezes em Portugal com o Sporting, uma delas o primeiro título do clube em 19 anos.”

(Notícia atualizada pela última vez às 12h48)

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