Cuatrecasas fatura 436,1 milhões de euros em 2024

Sem revelar o valor específico do escritório em Portugal, a Cuatrecasas avança que encerrou o ano de 2024 com uma faturação de 436,1 milhões de euros.

A Cuatrecasas encerrou o ano de 2024 com uma faturação de 436,1 milhões de euros. Segundo a firma, este valor representa um aumento de 12,2% em comparação com o ano anterior. A sociedade de advogados não revelou o valor específico do escritório em Portugal.

“Pelo segundo ano consecutivo, o crescimento situa-se nos dois dígitos e é o mais elevado dos últimos cinco anos. Entre 2020 e 2024, a sociedade registou um aumento acumulado do volume de negócios de 38,3% (120,8 milhões de euros). Se a tendência atual se mantiver, a Cuatrecasas espera ultrapassar a barreira dos 500 milhões de euros de receitas em menos de três anos“, refere a firma em comunicado.

Em termos de profissionais, a Cuatrecasas terminou o ano de 2024 com uma equipa de 1.990 colaboradores, mais 4,2% do que em 2023.

Crescemos em Espanha, Portugal e na América Latina e intensificámos a nossa presença em setores de grande impacto como a arbitragem internacional, o imobiliário, o private equity, as infraestruturas e a energia, entre outros. O sucesso não acontece por acaso. É o resultado de um plano estratégico bem definido, que colocou o cliente no centro da organização e aposta no talento, na inovação e no conhecimento”, sublinha o presidente executivo Rafael Fontana.

No seu Relatório de Sustentabilidade Corporativa 2024, no qual presta contas da gestão em áreas não financeiras, a firma destaca o investimento em inovação e otimização de processos, especialmente em IA generativa, que ascendeu a 3,6 milhões de euros. “Na estratégia institucional para atingir os objetivos de paridade de género e diversidade, mantém a taxa de presença feminina nos comités e órgãos de gestão. Na área da contribuição social, o tempo despendido pela Cuatrecasas em serviços pro bono atingiu umas significativas 4.017 horas, mais 34,4% do que em 2020”, acrescentam.

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Preços abrandam na Zona Euro com inflação a cair para 2,2%

Taxa de inflação subjacente - que exclui preços energia e alimentos e é seguida pelo BCE - também recuou e ficou abaixo das expectativas dos analistas.

Os preços na Zona Euro continuam a abrandar em 2025. A taxa de inflação anual recuou pelo segundo mês seguido, ao situar-se nos 2,2% em março, menos 0,1 pontos percentuais em relação ao mês anterior, beneficiando da queda dos preços da energia.

Por outro lado, e de acordo com os dados preliminares do Eurostat divulgados esta terça-feira, a inflação subjacente — que exclui os preços da energia e dos alimentos — cedeu para 2,4%, e ficou aquém do esperado pelos analistas (2,5%).

A leitura final destes dados será divulgada a 16 de abril, na véspera da reunião do conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) que vai decidir o rumo das taxas de juro na moeda única. Os mercados estão a antecipar um novo corte de 0,25 pontos nas taxas oficiais, mas deixam o cenário ainda em aberto, com possibilidade de uma pausa.

Preços abrandam

Fonte: Eurostat; Dados de março preliminares.

Energia trava inflação

Para a desaceleração dos preços dos bens e serviços que as famílias compram diariamente contribuiu em grande medida a queda dos preços da energia, que cederam 0,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em termos mensais registaram uma queda de 1,2%.

Já os preços dos alimentos processados tiveram a maior aceleração, com a taxa anual a passar dos 3% em fevereiro para os 4,1% em março. Seguem-se os preços dos serviços que, embora desacelerando, ainda observam uma taxa de inflação de 3,4%.

Portugal foi um dos cinco países da Zona Euro a registar um índice de preços no consumidor abaixo dos 2% em março, registando uma taxa de inflação de 1,9% (menos 0,6 pontos percentuais em relação a fevereiro).

A taxa de inflação mais baixa foi registada em França (0,9%) e a mais alta na Estónia, Croácia e Eslováquia (4,3%).

(Notícia atualizada às 10h23)

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Reporte ESG pode vir a ser menos exigente na UE que em Portugal

A simplificação de regras ESG na UE pode ditar que menos empresas sejam obrigadas a este relato do que o previsto na lei portuguesa, ao dia de hoje. Porém, é expectável que lei portuguesa acompanhe.

A Comissão Europeia lançou, em fevereiro, um pacote de simplificação que incidiu sobre três diplomas de sustentabilidade. As alterações que este pacote implica na diretiva de reporte de sustentabilidade dita um corte de 80% no universo de empresas abrangidas diretamente pelas obrigações de relato. Esta “talhada” pode determinar que a diretiva europeia acabe por se tornar menos abrangente do que as regras que já estão, à data, em vigor em Portugal.

O número de empresas abrangidas pela Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), que obriga as empresas a divulgarem informações sobre o impacto das suas atividades nas questões ambientais, sociais e de governança (ESG), vai encolher em 80%, de acordo com o pacote de simplificação Omnibus, proposto pela Comissão Europeia em fevereiro.

O objetivo apresentado é que a diretiva passe a aplicar-se apenas a empresas com um balanço superior a 25 milhões de euros e um volume de negócios superior a 50 milhões de euros, e que contem com mais de 1.000 trabalhadores. Antes, a fasquia do número de trabalhadores estava nos 250 e a diretiva de reporte aplicava-se também às pequenas e médias empresas cotadas.

Se esta alteração for aprovada, “torna o âmbito de aplicação da CSRD mais restritivo do que aquele que hoje é aplicável em Portugal“, alerta Madalena de Oliveira Perestrelo, consultora sénior de Bancário, Financeiro e Fusões e Aquisições na PLMJ.

Hoje, em Portugal, o Código das Sociedades Comerciais obriga as grandes empresas de interesse público com mais de 500 trabalhadores a fazerem relato de sustentabilidade. Já a proposta Omnibus de alteração da CSRD limita a obrigatoriedade de reporte às grandes empresas (independentemente de serem de interesse público ou não) com mais de 1.000 trabalhadores. Assim, conclui Perestrelo, caso o Omnibus seja aprovado, “haverá empresas portuguesas que hoje estão sujeitas à obrigação de reporte de sustentabilidade e que deixarão de o estar“.

“Se for apenas pela definição do tipo de sociedade e prazos previstos, sim, [tendo em conta o Código das Sociedades Comerciais] existem sociedades que se for aprovada a alteração Omnibus deixam de estar obrigadas [ao reporte de sustentabilidade]“, confirma a sócia da SRS Legal Carla Neves Matias.

De acordo com a sócia de Compliance da Macedo Vitorino, Cláudia Martins, “a CSRD prevalece sobre normas nacionais que a contrariem, mas apenas para impedir que os Estados-Membros reduzam os requisitos mínimos estabelecidos pelo direito da União, não para obstar à adoção de regras mais exigentes no plano nacional”, pelo que a lei portuguesa pode manter-se mais exigente ou ampla que a lei europeia.

“Ainda assim, não seria despiciendo afastar a hipótese de revisão do Código das Sociedades Comerciais, em função das alterações introduzidas na CSRD“, reconhece a sócia de Compliance da Macedo Vitorino. “Se a proposta Omnibus for aprovada, é provável que o Código das Sociedades Comerciais seja ajustado para refletir os novos critérios”, o que significa que algumas empresas atualmente obrigadas ao reporte de sustentabilidade poderão deixar de o estar caso não cumpram os novos limiares“, afere, ainda, Tânia Nogueira, advogada associada da Antas da Cunha Ecija.

Os critérios previstos no Código das Sociedades Comerciais, explica Madalena Perestrelo, resultam da transposição da NFRD – Non Financial Reporting Directive, a diretiva sobre relato de sustentabilidade de 2014 e que era aplicável antes da CSRD.

Ainda assim, ressalva Tânia Nogueira, prevê-se no pacote Omnibus que seja introduzido um modelo de reporte voluntário simplificado para empresas que integram cadeias de valor de entidades que estão obrigadas a esse reporte. Isto é, as entidades obrigadas ao reporte podem solicitar informações de sustentabilidade às empresas que integram a sua cadeia de valor.

Agora, o futuro da proposta Omnibus e as respetivas repercussões dependem das negociações com o Parlamento Europeu e o Conselho. “As alterações à CSRD, CSDDD [Diretiva de Devida Diligência em Sustentabilidade Corporativa] e CBAM [Mecanismo de Carbono Transfronteiriço] vão entrar em vigor assim que os colegisladores tenham chegado a acordo sobre as propostas”, afirma fonte oficial da Comissão, realçando que o Executivo Europeu apela a que o pacote Omnibus seja tratado “com prioridade”.

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Hospital da Luz Lisboa entra no top50 da Europa

  • ECO
  • 1 Abril 2025

Ranking publicado pelo jornal espanhol El Confidencial aponta o hospital do grupo Luz Saúde entre os 50 melhores da Europa. Hospital sueco lidera a lista.

O Hospital da Luz Lisboa, do grupo Luz Saúde, entrou na lista dos 50 melhores hospitais da Europa, segundo um ranking publicado pelo jornal espanhol El Confidencial. Naquela lista, a Luz Lisboa surge no 49º lugar de um ranking liderado pelo Karolinska Universitetssjukhuset (Suécia), seguido do Charité – Universitätsmedizin Berlin (Alemanha) e do Universitätsspital Zürich (Suiça).

O Luz Lisboa é o único hospital português a entrar neste ranking europeu e, de acordo com o estudo revelado pelo jornal espanhol, são vários os indicadores que permitiram a escolha. “O Hospital da Luz Lisboa é o centro mais prestigiado de Portugal e é líder em cirurgia robótica, oncologia, cardiologia e medicina digital, destacando-se pela sua inovação em diagnóstico e tratamentos personalizados. O seu modelo de atendimento integral e a sua adoção de tecnologia avançada tornam-no um dos hospitais mais modernos da Europa”, lê-se no estudo citado pelo El Confidencial.

Quais são os critérios para a seleção deste ranking? A reputação dos hospitais junto dos profissionais de saúde, indicadores clínicos, a experiência dos doentes e o nível académico e de investigação.

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Criadora do ChatGPT fecha maior ronda de capital de sempre

OpenAI angariou 40 mil milhões de dólares de um grupo de investidores liderado pelo SoftBank, ficando avaliada em 300 mil milhões de dólares.

A norte-americana OpenAI, criadora do ChatGPT, fechou na segunda-feira a maior ronda de capital de sempre por parte de uma empresa tecnológica, ao angariar 40 mil milhões de dólares de um grupo de investidores que inclui o japonês SoftBank.

A imprensa internacional diz tratar-se da maior ronda de financiamento de sempre de uma empresa tecnológica a nível mundial, superando em quase três vezes o recorde anterior, citando dados da PitchBook. A operação avalia a startup liderada por Sam Altman em 300 mil milhões de dólares.

Segundo a própria OpenAI, que anunciou esta ronda num comunicado, o novo financiamento destinar-se-á a investigação e desenvolvimento em inteligência artificial (IA), com vista à “entrega de ferramentas cada vez mais poderosas às 500 milhões de pessoas que usam o ChatGPT todas as semanas”.

Além disso, a empresa pretende “escalar a infraestrutura de computação”, numa altura em que a popularidade da conhecida plataforma de IA generativa tem exigido cada vez mais capacidade de processamento.

No mês passado, a OpenAI viu-se forçada a limitar o uso de uma nova funcionalidade de geração de imagens, com Altman a assumir na rede social X que os servidores da empresa estavam “a derreter”:

Em reação ao novo investimento, a empresa diz-se “entusiasmada” com a “parceria com o SoftBank”, que foi fundado pelo multimilionário Masayoshi Son. “Poucas empresas sabem como escalar tecnologias transformadoras como eles”, aponta a OpenAI.

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Verlingue e Grupo Sovena juntos há mais de 50 anos

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  • 1 Abril 2025

Paroles D’Experts é a nova série da Verlingue Portugal focada na experiência do Cliente e estreia-se com o Grupo Sovena, com o qual tem uma relação cinquentenária.

A série Paroles D’Experts é uma iniciativa internacional, promovida pelo Grupo Verlingue, o 10.º maior Corretor de Seguros em França, focada na partilha de conhecimento especializado sobre seguros e gestão de risco corporativo, na voz dos Clientes e dos especialistas comerciais.

A Verlingue Portugal estreia esta série com o Grupo Sovena, empresa portuguesa do setor agroalimentar com marcas muito conhecidas pelos portugueses, como a Fula ou a Oliveira da Serra. É uma empresa, que dado os seus segmentos de atuação, integra toda a cadeia de valor desde a área Agrícola, passando pela área Industrial e pelos Fast Moving Consumer Goods (FMCG).

Com mais de 50 anos de relação comercial, são várias as histórias e os momentos que permitiram chegar ao nível de confiança que atualmente é partilhado entre a Verlingue Portugal, a 5.ª maior corretora de seguros em Portugal, e o Grupo Sovena.

Presente em 11 países, com 2 000 Clientes e 1 200 Colaboradores, a gestão de riscos do Grupo Sovena é bastante complexa e está sob a responsabilidade de Nuno Oliveira, Senior Account Manager na Verlingue Portugal, desde 2007.

O Grupo Sovena fez-se acompanhar de João Guerreiro, People and Culture Director, e de Joana Oom de Sousa, Strategy, Business Development, Procurement & Sustainaibility Director, com 15 e 10 anos de casa, respetivamente. O Grupo Sovena, à semelhança da Verlingue Portugal, é um Grupo Familiar, com um produto que faz diferença na vida das pessoas.

Ao longo dos últimos 18 anos, Nuno Oliveira teve ocasião de trabalhar em sinistros muito complexos e descreve-os como a “hora da verdade”, uma vez que são momentos críticos da relação, em que o prémio deixa de ter relevância e o foco está em ter o assunto bem resolvido e com “um seguro que, de facto, funcione”. Nuno Oliveira sente que já faz parte do Grupo Sovena e João Guerreiro salienta que é fundamental ter um gestor de conta “com a experiência e o conhecimento do Grupo e que está alinhado com os seus valores”.

Alterações climáticas, escassez de mão de obra, aumento dos preços dos produtos e serviços, acesso à matéria-prima são desafios do setor de atividade em que atua o Grupo Sovena, aos quais, e segundo Joana Oom de Sousa, a Verlingue tem sido capaz de responder com soluções de proteção personalizadas, capazes de identificar as reais necessidades de cobertura de risco e garantir estratégias para a sua mitigação.

O Grupo Sovena tem, ainda, uma preocupação acrescida com a Sustentabilidade ambiental e social, valor que partilha com a Verlingue Portugal, a primeira Corretora nacional a obter a certificação Carbono Zero ao compensar as emissões de gases com efeito de estufa geradas pela sua atividade.

A anteceder este episódio, a Verlingue Portugal lançou 3 teasers de 1 minuto, nos quais vemos outras perspetivas desta relação que não se encontram no episódio completo e estão disponíveis aqui.

A Verlingue Portugal oferece soluções de seguros personalizadas para a Indústria Agroalimentar, focadas na gestão de riscos de toda a cadeia produtiva, conforme se pode ler na edição Verlingue Expert prevenção de riscos no setor Agroalimentar. Com uma abordagem especializada e serviço de consultoria, a Corretora ajuda a minimizar riscos, otimizar custos e garantir o crescimento sustentável dos seus Clientes, com acesso a soluções domésticas e internacionais, promove a análise, antecipação e prevenção dos riscos, com soluções à medida de cada Cliente.

A série Paroles D’Experts terá mais episódios ao longo do ano com outros especialistas e Clientes, mas com a mesma relação de confiança. Pode ouvir no Spotify ou se preferir assista aqui:

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Hoje nas notícias: Imigração, Costa e lavagem de dinheiro

  • ECO
  • 1 Abril 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As empresas que faturem mais de 20 milhões de euros terão acesso direto ao regime que tem sido apelidado de “via verde” para a imigração. António Costa rejeita que a Europa tenha de escolher entre investir em defesa e em coesão social. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Investigações por lavagem de dinheiro mais do que triplicaram em cinco anos

As investigações pelo crime de branqueamento de capitais mais do que triplicaram nos últimos cinco anos, passando de 522 em 2019 para 1.844 em 2024, segundo a versão preliminar do mais recente Relatório Anual de Segurança Interna (RASI). “O ano de 2024 veio confirmar tendências, já identificadas em anos anteriores, nomeadamente no crescimento [dos crimes] praticados em meio informático, tipos penais precedentes do branqueamento, através da utilização de diferentes modus operandi por organizações criminosas, tais como fraude com supostas aquisições de criptomoeda; fraude de investimento, entre outros”, indica o documento.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Empresas que faturem 20 milhões têm acesso direto à “via verde” da imigração

As empresas com faturação superior a 20 milhões de euros e pelo menos 150 trabalhadores, entre outras condições, vão poder aderir diretamente ao “protocolo de cooperação para a migração laboral regulada”. O regime conhecido como “via verde” da imigração vai ser assinado esta terça-feira com as confederações patronais, sendo admitidos pedidos a partir de 15 de abril. No caso das associações empresariais, a exigência ao nível do volume de negócios dos associados será de 200 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Costa rejeita que UE tenha de optar por investir em defesa ou coesão social

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, rejeita que os países europeus tenham de escolher entre investir em defesa ou em coesão social. “É uma escolha errada”, sublinha, numa entrevista concedida no rescaldo da sua presença em Paris no encontro SOS Oceano, notando que é preciso “reforçar a coesão social para ter capacidade de sustentar a defesa coletiva”. “Faz parte do coração do nosso modelo social que tem de ser preservado”, realça.

Leia a entrevista completa na Renascença (acesso livre).

AD terá de mudar de nome

O Tribunal Constitucional chumbou o nome da coligação entre o PSD e o CDS-PP, que na corrida às eleições legislativas antecipadas de maio deixou de fora o Partido Popular Monárquico (PPM). Assim, os dois partidos ficam impedidos de concorrer sob o nome Aliança Democrática, visto que, segundo a juíza relatora, “manter a sigla era suscetível de induzir em erro o eleitor, fazendo-o acreditar estar perante a mesma coligação que incluía os monárquicos [nas eleições de 2024]”.

Leia a notícia completa na Visão (acesso pago).

Máquinas de jogo online passaram os 15 mil milhões de euros em apostas

Os dados do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ) mostram que as apostas em máquinas de jogo online atingiram um novo máximo de 15.217 milhões de euros no ano passado. Este é o tipo de jogo que concentra o maior montante de apostas em Portugal, ficando bastante acima, por exemplo, da “raspadinha”, que chegou aos 1.836 milhões de euros em 2023 (não há ainda dados de 2024). No total, as apostas em jogos online cresceram 31,3% em 2024, atingindo os 20.792 milhões.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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“Se não estivermos bem connosco, acabamos por não estar bem para o resto”

  • ECO
  • 1 Abril 2025

O equilíbrio entre exercício, relaxamento e nutrição é essencial para a saúde. Neste episódio, especialistas do Holmes Place explicam como harmonizar estes pilares para ter uma vida mais equilibrada.

No mundo agitado em que vivemos, encontrar o equilíbrio entre corpo e mente é mais do que uma necessidade – é uma prioridade. O episódio Triângulo do Bem-Estar: Movimento, Relaxamento e Nutrição, do podcast/videocast Wellbeing, aborda a importância de três pilares fundamentais para uma vida equilibrada: exercício físico, alimentação e relaxamento. Especialistas do Holmes Place, João Côrça, Mafalda Sá e Paulo Ah Quin, partilham a sua visão sobre como harmonizar estas áreas para promover saúde e bem-estar.

Segundo João Côrça, nutricionista do Holmes Place Palácio Sottomayor, a alimentação é central para a promoção da saúde. “Se aquilo que comemos define aquilo que nós sonos, então temos de refletir bem sobre esse assunto”, diz.

Contudo, João Côrça reforça que não somos apenas o que comemos: “Somos também o exercício que fazemos e aquilo que representa o nosso bem-estar.” Esta visão holística reflete o trabalho em parceria entre diferentes áreas no Holmes Place, garantindo uma abordagem integrada à saúde.

O papel do relaxamento, tão essencial como o movimento e a nutrição, é abordado por Mafalda Sá, Group SPA Manager, que é da opinião de que “se não estivermos bem connosco, acabamos por não estar bem para o resto”.

"Com o exercício adequado, a pessoa consegue ter mais foco para se alimentar melhor, para procurar outras terapias complementares e, no geral, ter uma melhor performance”

Paulo Ah Quin, Master Trainer do Holmes Place

Numa sociedade marcada por níveis elevados de stress e ansiedade, os spas podem ser um refúgio indispensável. “O nosso spa é um sítio perfeito para uma pausa, seja para recuperar ou para se preparar para um dia mais exigente”, afirma. Para Mafalda Sá, terapias como massagens de relaxamento, aromaterapia ou Shiatsu têm benefícios imediatos, mas reforça que a consistência é chave. “Muitas vezes, as pessoas experimentam uma vez, mas não têm noção do impacto real porque não o fazem de uma forma regular”, explica.

Já o exercício físico, o terceiro vértice deste triângulo, é descrito por Paulo Ah Quin, Master Trainer, como “essencial para qualquer resultado, seja físico ou psicológico.” Segundo o especialista, não basta ter um plano de exercícios sem cuidar da alimentação ou negligenciar o descanso. “O corpo só funciona bem se todos os pilares estiverem equilibrados”, alerta.

Além dos benefícios físicos, o exercício contribui para um maior foco e motivação. “Com o exercício adequado, a pessoa consegue ter mais foco para se alimentar melhor, para procurar outras terapias complementares e, no geral, ter uma melhor performance”, explica.

Os desafios impostos pela vida moderna e pelas redes sociais também foram tema de reflexão. Paulo Ah Quin observa que as redes sociais criam uma pressão constante para projetar uma imagem idealizada de felicidade e sucesso. O especialista é da opinião de que é importante que a pessoa olhe para si própria e descubra o que realmente precisa, sem se sentir obrigada a mostrar algo aos outros.

Em última análise, o equilíbrio entre movimento, relaxamento e nutrição não é apenas uma questão de saúde física, mas também de saúde mental e emocional. Cultivar rotinas que incluam exercícios, alimentação equilibrada e momentos de introspeção e relaxamento é, afinal, o caminho para uma vida mais plena e produtiva.

Assista à conversa completa por aqui:

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O dia em direto nos mercados e na economia – 1 de abril

  • ECO
  • 1 Abril 2025

Ao longo desta terça-feira, 1 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Atrasos nos apoios do PRR para internacionalização digital de PME ameaçam projetos

Perante a falta de pagamento dos adiantamentos, “muitas empresas não conseguem efetuar os investimentos aprovados atempadamente e começam a ponderar desistir das candidaturas”.

As empresas que se candidataram a apoios do PRR para projetos de internacionalização através de comércio eletrónico têm de os iniciar até 9 de abril. Mas, depois de esperarem mais de um ano para saber se as suas candidaturas foram aprovadas, ainda não receberam os adiantamentos e têm de concluir os investimentos até outubro deste ano.

“Depois de as empresas estarem mais de um ano à espera de uma decisão acerca das suas candidaturas — só houve uma decisão na primeira semana de outubro de 2024 –, veem-se agora confrontadas com a falta de pagamento por parte do IAPMEI”, denuncia ao ECO o presidente da Associação de Promotores de Projetos de Investimento (APPI). “As empresas que viram os seus projetos aprovados, deveriam ter recebido um adiantamento de 23% do montante aprovado, mas até agora o pagamento não foi efetuado, apesar de na plataforma PRR o pagamento aparecer como pago”, diz Jorge Pinto.

Em causa está um apoio de 12 milhões de euros, dividido em vários concursos. Presentemente está a decorrer a análise das candidaturas do terceiro aviso, mas os resultados do segundo só foram conhecidos em outubro de 2024 e as empresas têm 12 meses, a partir dessa data, para efetuar os investimentos previstos. Mas, perante a falta de pagamento dos adiantamentos, “muitas empresas não conseguem efetuar os investimentos aprovados atempadamente e começam a ponderar desistir das candidaturas”, revela Jorge Pinto.

“Se existem estes atrasos totalmente incompreensíveis para o pagamento de um simples adiantamento, as empresas têm um fundado receio de esperarem eternamente para receberem os valores aprovados, relativamente às despesas realizadas”, justifica o presidente da APPI.

O responsável diz que a tesouraria do IAPMEI, o organismo responsável por efetuar estes pagamentos, avançou que os pagamentos estiveram suspensos até ao início de fevereiro e iriam ser retomados brevemente sem, no entanto, se comprometerem com uma data. O mês de março terminou e a situação persiste, lamenta Jorge Pinto.

O ECO questionou o IAPMEI no dia 20 de fevereiro e até à publicação deste artigo não obteve respostas.

A Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR confirmou ao ECO ter conhecimento da situação, tendo já reunido com a Aicep no âmbito da elaboração do próximo relatório de acompanhamento, onde o tema será abordado. Isto porque esta medida é gerida por duas entidades: a Aicep é responsável pela análise e acompanhamento das candidaturas e o IAPMEI pela gestão da plataforma PRR e pelos pagamentos aos beneficiários finais.

Recorde-se que no relatório anterior, divulgado em julho de 2024, a entidade liderada por Pedro Dominguinhos classificava como “preocupante” a execução desta medida, sugerindo a “operacionalização na sua totalidade da plataforma informática” e a “celeridade na divulgação de resultados e assinaturas de contratos”.

Mas os problemas não se ficam por aqui. Há empresas que, desde outubro, não conseguem entregar o termo de aceitação, porque a plataforma PRR não consegue validar a situação fiscal e contributiva junto da Autoridade Tributária e da Segurança Social. “Esta situação é mais uma prova da ineficiência das instituições e do modelo de governação do PRR, pelo menos no que às empresas diz respeito”, critica Jorge Pinto.

“As empresas contactam com os gestores dos projetos (Aicep), a questionar quando será possível a submissão dos termos de aceitação, e a Aicep contacta o IAPMEI, que não dá respostas objetivas”, detalha.

Esta medida tem como objetivo contribuir para a transformação dos modelos de negócio das PME e para a sua digitalização. Como a economia nacional é maioritariamente dominada por microempresas, menos ativas digitalmente do que as empresas de maior dimensão, este apoio a fundo perdido pretende ajudar a aumentar a competitividade destas empresas.

Esta meta do PRR tem de estar concluída até ao terceiro trimestre deste ano e fazia parte dos objetivos a cumprir para Portugal receber o nono cheque do PRR. Apesar de no exercício de reprogramação entre em fevereiro em Bruxelas não haver qualquer referência a esta medida em concreto, ela insere-se na componente C16 que sofreu várias alterações, nomeadamente com a redução de ambição do número de produtos e serviços em fase-piloto da Rede Nacional de Test Beds desenvolvidos, do número de PME e incubadoras de empresas diretamente apoiadas por programas de digitalização e a extensão dos prazos de execução.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 1 Abril 2025

O Banco de Portugal vai divulgar os dados da dívida pública referentes a fevereiro. Já o Eurostat vai revelar a estimativa rápida da inflação na Zona Euro de março e os dados da taxa de desemprego.

Esta terça-feira, o Banco de Portugal vai divulgar os dados da dívida pública referentes a fevereiro. Já o Eurostat vai revelar a estimativa rápida da inflação na Zona Euro de março e os dados da taxa de desemprego. A marcar o dia está ainda o início do prazo para a entrega da declaração de IRS e a assinatura do Protocolo de Cooperação Para a Migração Laboral Regulada.

Banco de Portugal revela dívida pública

Esta terça-feira, o Banco de Portugal vai divulgar os dados da dívida pública referentes a fevereiro de 2025. Em janeiro, a dívida pública, na ótica de Maastricht, aumentou 3,6 mil milhões de euros, para 274,3 mil milhões de euros, refletindo sobretudo o acréscimo dos títulos de dívida (3,1 mil milhões de euros), maioritariamente de longo prazo, e dos certificados de aforro (0,4 mil milhões de euros). Depois de 13 meses consecutivos marcados por correções homólogas, o stock da dívida pública contabilizou em janeiro o quarto mês seguido de aumentos.

Eurostat revela inflação de março

O Eurostat revela esta terça-feira a estimativa rápida da inflação na Zona Euro de março. Em fevereiro, a taxa de inflação da Zona Euro fixou-se em 2,3%, ficando abaixo dos 2,6% homólogos e dos 2,5% de janeiro, com Portugal acima da média (2,5%) dos países da moeda única. No conjunto da União Europeia (UE), a inflação anual (medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor) foi de 2,7% em fevereiro de 2025, o que compara com 2,8% em janeiro e com 2,8% no mesmo mês do ano passado.

Qual é a taxa de desemprego na UE?

O Eurostat vai divulgar também os dados da taxa de desemprego na União Europeia (UE) referentes a fevereiro. Em janeiro, a taxa de desemprego recuou na Zona Euro e na UE, face ao mês homólogo, fixando-se nos 6,2%, estável na variação mensal mas abaixo da de 6,5% registada em janeiro de 2024. Na UE, o indicador apresentou um comportamento semelhante, tendo-se mantido estável face a dezembro e recuado face aos 6,1% do mês homólogo.

Já pode entregar a declaração de IRS

A partir desta terça-feira já pode entregar a declaração de IRS, através da submissão do formulário eletrónico no portal das Finanças. A campanha termina a 30 de junho e, pela primeira vez, os contribuintes vão poder beneficiar da dedução à coleta 5% dos salários pagos a trabalhadores domésticos até ao máximo de 200 euros por agregado familiar.

Assinatura do acordo para a migração

Esta terça-feira será assinado entre o Governo e as confederações patronais o Protocolo de Cooperação Para a Migração Laboral Regulada, no Palácio das Necessidades. A chamada “via verde” para trabalhadores imigrantes tem como intuito agilizar a contratação de cidadãos estrangeiros com contrato de trabalho. A atribuição dos vistos deverá ocorrer no prazo de 20 dias a partir do dia do atendimento do requerente no posto consular e desde que cumpridos os requisitos legais previstos, nomeadamente a existência de um contrato de trabalho, seguro de saúde e de viagem, entre outros.

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Lisboa trava tuk-tuks infratores a partir desta terça-feira

Numa atividade em que nem se sabe quantos existem e circulam em Lisboa, assim como no país, os tuk-tuks têm novas regras na capital. A nova brigada da EMEL chega às ruas esta terça-feira.

Um passeio de três horas por Alfama, Baixa e Chiado, em Lisboa, pode chegar aos 200 euros. O serviço pode ser feito mediante marcação ou por angariação na via pública. É neste modelo que deverão ter maior impacto as alterações produzidas a partir desta terça-feira.Hugo Amaral/ECO

A circulação de tuk-tuks em Lisboa tem regras mais apertadas a partir desta terça-feira, com determinação de lugares específicos para estacionamento e para recolha de clientes na via pública. Autarquia procura regular atividade em que não se sabe quantas viaturas circulam, em que não é necessária formação específica e em que os condutores vestem o fato de guia turístico sem estar assegurado que conhecem a história de Portugal.

Sabendo que a vontade do autarca do Porto, Rui Moreira, de criar constrangimentos à circulação de veículos turísticos no centro da cidade acabou por esbarrar na justiça no início deste ano, a câmara de Lisboa escolheu um método distinto: determinou a proibição de circulação em mais 67 ruas da capital – para 337 – e o estabelecimento de 51 locais específicos para estacionamento, com 251 lugares no total.

O caminho escolhido pelo Executivo de Carlos Moedas é condicionado pelo facto de o licenciamento da atividade turística estar sob a tutela do Ministério da Economia, ao qual responde também o Turismo de Portugal. Entidade que, ao que o ECO/Local Online apurou, chamou a associação representativa dos operadores de tuk-tuk para uma reunião nesta quarta-feira.

Nos temas que a ANCAT – Associação Nacional de Condutores de Animação Turística levará ao Turismo de Portugal está a necessidade de se criarem registos fidedignos. “Não existe qualquer registo para viaturas. Enquanto não for alterada alguma legislação de base, vamos continuar sem saber quantos tuk-tuk há a circular. Ninguém sabe”, assegura Inês Henriques, em declarações ao ECO/Local Online. “Qualquer pessoa com carta de condução que obtenha o RNAAT [Registo Nacional de Agentes de Animação Turística], adquire uma viatura — ou 300, as que quiser — e é só operar”, denuncia.

A motivar a chamada, explica a responsável associativa, esteve a reportagem do canal Now em que se expuseram diversas falhas da atividade, designadamente a identificação por um condutor, da estátua de D. José na Praça do Comércio como “cavalo de Alfama”. Estava

Ciente da desordem que reina no Cais das Colunas, onde o estacionamento ilegal de tuk-tuks se tornou norma, Inês Henriques, secretária-geral da ANCAT, nota que a associação criou um canal de denúncias. Os condutores seus associados que sejam apanhados sobre a extensa passadeira junto ao rio serão expulsos. “Aquilo é uma vergonha. Os nossos associados já foram alertados que não podem parar lá. Desde 18 de janeiro que andamos a alertar as pessoas”.

Para prevenir explicações truncadas como a daquele condutor de tuk-tuk que identificou a estátua de Dom José como sendo do “cavalo de Alfama”, a câmara vai impor a frequência de um curso para quem queira concorrer a um dos 400 dísticos de estacionamento nos parques da cidade. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Entre os operadores, Tiago Monteiro, diretor-geral da empresa Boost, com 22 viaturas em Lisboa e 12 no Porto, considera as empresas familiares, dependentes da angariação direta, como uma das causas para o estacionamento abusivo que diz ser “comum a toda a cidade”. A alternativa está em lugares previamente estabelecidos, como na Baixa em frente ao hotel Pestana CR7 Lisboa, junto à sede da empresa, onde o ECO/Local Online inicia uma viagem que terminará no miradouro da Senhora do Monte, junto à Graça.

“Existe inevitavelmente acumulação. O que acontece é que, nas próprias zonas, essa acumulação ordena-se por si própria. Os lugares estão ocupados, o tuk-tuk chegou, não tem lugar, continua a circular e vai procurar outro lugar. A atividade conseguiu regular-se de forma positiva, exceto fora desses locais, em que a coisa é muito mais selvagem”, afirma.

Existe inevitavelmente acumulação. O que acontece é que, nas próprias zonas, essa acumulação ordena-se por si própria. Os lugares estão ocupados, o tuk-tuk chegou, não tem lugar, continua a circular e vai procurar outro lugar. A atividade conseguiu regular-se de forma positiva, exceto fora desses locais, em que a coisa é muito mais selvagem.

Tiago Monteiro

Diretor-geral da Boost

Com a redução da quantidade de lugares de estacionamento em vigor a partir desta terça-feira, “a coisa pode tendencialmente complicar-se”. E haver “poucos lugares de estacionamento vai criar mais atritos”.

O aperto no mapa da capital para a circulação também potenciará perdas, considera o responsável da empresa com cerca de década e meia de experiência nesta atividade. “Por serem menos ruas, onde tudo afunila, qualquer cliente vai sentir-se numa cidade onde todos ao lado são também turistas. Não prevejo que, pelo menos numa fase inicial, a coisa vá correr bem”.

Quem não está pelos ajustes é a câmara de Lisboa. Considerando que já houve tempo suficiente para os operadores e condutores interiorizarem as novas medidas, a ordem é para autuar segundo as novas regras, já a partir desta terça-feira.

Sem meios para ordenar a atividade, a autarquia irá aprofundar a fiscalização das restrições de circulação, de estacionamento e lugares de angariação de clientes, contando para isso com uma nova brigada de 61 pessoas na EMEL, constituída especificamente para este fim. Estes funcionários, a maioria agora contratados, serão um extra, já que qualquer fiscal da empresa de estacionamento municipal poderá fiscalizar e autuar os condutores de tuk-tuks.

O miradouro da Senhora do Monte é um dos locais escolhidos pela câmara para estacionamento. Ao contrário do que acontecia até aqui, há um número limite. Quem infringir poderá contar com autuação, à qual se dedica uma brigada especialmente criada pela autarquia na EMELHugo Amaral/ECO

A diretora-geral da ANCAT compreende a existência de um regulamento, de limitação de estacionamento e de contingente de viaturas, mas pede “bom senso” às autoridades. Ao contrário desta determinação da câmara para autuar de imediato, a expectativa de Inês Henriques é que haja um período de transição. Para já, espera sentar-se esta semana numa nova reunião com a câmara de Lisboa, que tem estado a ouvir os intervenientes neste processo nos últimos meses.

Para os operadores da atividade, a proibição de transitar em certas ruas necessita ainda de afinação, de modo a contemplar a circulação das viaturas em vazio, de e para a garagem de recolha ou em direção a um serviço contratado num hotel ou restaurante.

Num caso específico, na proibição de passagem no Largo de São Domingos, junto ao Rossio, onde muitas viaturas sobem a colina para descer para o Martim Moniz, e assim acederem às várias garagens no bairro dos Anjos, haverá efeitos noutras artérias. O condicionamento irá empurrar os tuk-tuk em final de dia de trabalho, entre as 17 horas e as 19 horas, para a Avenida da Liberdade ou para a Rua da Madalena, o que causará outros transtornos na cidade e no trânsito, alerta a secretária-geral da ANCAT.

“A cidade vai ficar um caos, e depois a culpa é dos tuk-tuks. Vão congestionar ruas onde já há reclamações e a culpa vai ser dos tuk-tuks”, lamenta Inês Henriques. “Estamos a negociar com a câmara. As pessoas não podem ser impedidas de recolher a viatura ou fazer um pickup. Até as exceções estarem contempladas, é questão de bom senso” das autoridades.

A cidade vai ficar um caos, e depois a culpa é dos tuks. Vão congestionar ruas onde já há reclamações e a culpa vai ser dos tuks. Estamos a negociar com a câmara. As pessoas não podem ser impedidas de recolher a viatura ou fazer um pickup. Até as exceções estarem contempladas, é questão de bom senso.

Inês Henriques

Diretora-geral da ANCAT

Contudo, além de não estar disposta a conceder na hora de autuar os prevaricadores, e desejosa de apertar a malha de modo a pôr termo aos abusos que se acumulam em vários pontos da capital, a autarquia irá ainda este mês levar à reunião de câmara o novo regulamento, no qual constarão os dísticos de estacionamento. A atribuição será antecedida de uma formação obrigatória e com testes, na qual serão apurados os contemplados com os 400 dísticos de estacionamento.

Não podendo controlar a criação de operadores turísticos e dos tuk-tuks, dependente do Estado central, a autarquia condiciona a circulação, por via da limitação de lugares e, nesta segunda fase, com o regulamento, também de autorizações de estacionamento.

A alternativa para os operadores será deixar a angariação in loco e passar a vender os serviços online ou junto de operadores. Uma transição com um óbice imediato: a comissão das agências online, como a Tripadvisor, que chegam aos 30%, aos quais se juntam 23% de IVA, nota Tiago Monteiro. O empresário assume que a concorrência se irá aprofundar neste canal.

“Sinto que esta loucura de rua vai certamente passar para o espaço online. Vão chegar mais operadores a querer ocupar esse espaço, que ficará muito mais concorrido, e todo o mercado vai ficar tendencialmente diluído”, salienta.

Num negócio onde um veículo elétrico usado ronda os 25 mil euros, segundo dados da Boost, e um pack de baterias para substituição se aproxima dos dez mil euros, a sobrevivência das empresas familiares poderá ficar mais árdua. As novas regras “afetam mais intensamente os negócios baseados na angariação de rua. Ficarão muito mais condicionados pelos locais de paragem, que são essenciais para a captação”, diz o empresário.

Junto à Sé de Lisboa, o caos é a nota dominante, mesmo fora da designada época alta, que nesta atividade se estende de maio a outubro.Hugo Amaral/ECO

Atividade em mercado livre e com muitos operadores dispersos – quantos, não se sabe, saliente a ANCAT, já que basta fazer um registo por escassas dezenas de euros e começar a operar com o tipo de veículo que se pretenda em qualquer lugar do país – o transporte de turistas em tuk tuk tem preços voláteis. Mas pegando na tabela desta empresa com mais de 20 tuk-tuks em circulação, o serviço supera o de um transporte que poderia ser feito num táxi.

Três horas da Baixa a Alfama, com passagem no Chiado para seis pessoas num tuk-tuk podem custar 200 euros. E se a opção for conhecer Belém, a viagem passa a durar quatro a cinco horas e a experiência sobe aos 300 euros. A época alta vai de maio a outubro, e é aí que a atividade faz dinheiro.

[Há] excesso de viaturas, excesso de pessoas a trabalhar que não têm mínima qualidade. Fala-se de especulação imobiliária, no nosso caso há especulação mobiliária. Não pode haver este tipo de pessoas a fazer este trabalho. Nós explicamos a cidade, a história, gastronomia, religião, cultura portuguesas. Não somos táxi nem TVDE

Inês Henriques

Secretária-geral da ANCAT

Face ao táxi, os tuk-tuks acrescentam a paragem em locais chave turísticos da cidade, por exemplo. O que leva a que empresas escolham esta atividade para team building ou nas horas de lazer dos congressos e conferências que decorrem na cidade, explica o empresário.

Para que não se vulgarizem os episódios como o do “cavalo de Alfama”, a ANCAT tem em curso uma formação a condutores, na qual estão envolvidos entidades que vão da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, às autoridades policiais da cidade e INEM.

Inês Henriques lamenta a ausência de obrigação de uma carteira profissional e que qualquer pessoa possa simplesmente inscrever-se no RNAAT, dependente do Ministério da Economia, e começar a operar.

Em resultado, diz, há “excesso de viaturas, excesso de pessoas a trabalhar que não têm mínima qualidade. Fala-se de especulação imobiliária, no nosso caso há especulação mobiliária. Não pode haver este tipo de pessoas a fazer este trabalho. Nós explicamos a cidade, a história, gastronomia, religião, cultura portuguesas. Não somos táxi nem TVDE”.

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