Carlos Tavares defende “pacto lusitano” na TAP para “satisfazer” a esquerda e investidor de fora da Europa

Carlos Tavares defende "pacto lusitano" na TAP para "satisfazer" esquerda e diz que tenciona investir nas áreas da hotelaria, automóvel, saúde, inteligência artificial e transporte aéreo.

Carlos Tavares, ex-CEO da Stellantis, defendeu, esta segunda-feira, um “pacto lusitano de acionistas para satisfazer a esquerda no Parlamento “na sua vontade de guardar o controlo” da TAP, que passa por um modelo em que Estado fica com 40% do capital da empresa de aviação, os empregados outros 20% e a criação um fundo de investimento com outros 20% que inclua empresas de turismo nacionais. Os restantes 20% seriam vendidos a uma companhia aérea de fora da Europa. “A sustentabilidade de uma empresa como esta passa pela recorrência dos lucros”, advertiu.

Na ótica do gestor, este modelo, que propõe para a privatização da TAP — um assunto que tem agitado as águas no país –, seria o mais consensual e uma forma de agradar à esquerda no Parlamento, uma vez que garantiria capitais nacionais. “Há um pacto lusitano de acionistas com a possibilidade de guardar um controlo português desta companhia que é uma das exigências, pelo que eu percebo da parte mais de esquerda da nossa Assembleia [da República], que é perfeitamente lógico na lógica deles”, afirmou Carlos Tavares à margem do jantar anual da Associação Comercial do Porto (ACP), que aconteceu na noite desta segunda-feira, no Palácio da Bolsa.

O ex-presidente da Stellantis está convencido de que a sua proposta para a privatização da TAP colhe unanimidade junto de todos os partidos com assento político na Assembleia da República. “Não vejo razão pela qual os partidos políticos não poderiam apoiar isto”, notou. Por isso mesmo, o gestor de 66 anos propõe que o fundo de investimento detentor de 20% do capital da TAP inclua empresários do turismo português, com “um assento à mesa desta empresa que é uma das ferramentas para desenvolver o seu negócio”.

Há um pacto lusitano de acionistas com a possibilidade de guardar um controlo português desta companhia que é uma das exigências, pelo que eu percebo da parte mais de esquerda da nossa Assembleia.

Carlos Tavares

Gestor e ex-presidente da Stellantis

Para Carlos Tavares, este “pacto lusitano de acionistas não impede ter uma gestão muito competitiva da empresa, numa indústria extremamente difícil, com margens fracas e com um nível de exposição à geopolítica que é muito elevado”.

Considerando que é ponto assente que “o Governo não sabe gerir a TAP” e, como tal, a privatização é uma “decisão estratégica, o gestor sugere ainda no seu modelo de negócio que 20% do capital seja vendido a uma outra companhia aérea que não seja europeia de modo a não gerar concorrência direta com Portugal na área do turismo.

Depois ficam 20% para uma parceria com uma outra transportadora aérea que não pode ser de um país europeu, porque qualquer país europeu é um concorrente turístico em Portugal”, defendeu. E como tal, “não poderá ter como objetivo estratégico desenvolver o turismo em Portugal”.

Os principais interessados na companhia europeia são todos europeus. Os grupos IAG, Lufthansa e Air France – KLM já manifestaram publicamente a sua vontade em participar na privatização, que transitou para o próximo Executivo.

Outra sugestão do gestor passa por incluir no caderno de encargos da privatização da companhia aérea o reembolso de mais de três mil milhões de euros em injeções do Estado português na transportadora aquando da pandemia da Covid-19.

Fora de causa está a possibilidade de vir a gerir a TAP. “Nem pensar; claro que não. Tenho 66 anos e, portanto, a minha vida de CEO já acabou. Posso ter um papel na governação da empresa, mas não na liderança executiva”, disse.

Não põe de lado, contudo, a hipótese de também investir na transportadora: “Posso ser investidor, mas isso é são números que não estão ao meu alcance. Posso ajudar para que se crie um grupo de investidores que esteja interessado”.

Tavares quer investir na hotelaria, IA e indústria

Carlos Tavares tenciona investir em Portugal nos setores da hotelaria, automóvel, saúde, inteligência artificial e transporte aéreo, admitindo que tem “tido vários contactos nesse sentido, mais na área da indústria”, nomeadamente do calçado. Ainda assim, o gestor afirmou que “ainda é cedo para falar sobre isso”, porque só o deverá fazer dentro de meses. “Isso vai acontecer naturalmente”, garantiu.

Mas uma coisa é certa para Carlos Tavares: “Se eu tiver a possibilidade de investir, será no meu país prioritariamente“, não descurando, contudo, a hipótese de se aliar a capitais estrangeiros nesse desígnio. Até porque, Carlos Tavares é apologista de que “alguns modelos de negócios de investimento estrangeiro devem incluir capital nacional”, nem que seja com um peso de 10 a 20%.

Vejo várias propostas em que se obviamente se está a investir em Portugal com um modelo de negócios estruturalmente negativo“, alertou, chamando a atenção para as consequências nefastas que daí podem advir caso assim não aconteça: não atrair capital português, reduzir as receitas fiscais, acabando por “sobrecarregar os outros atores económicos”, além de não fixar talento que o país tanto precisa e que emigra em busca de melhores condições de vida.

Temos interesse em que os nossos jovens graduados fiquem cá com postos de chefia e salários de bom nível [assim como] haja lucro e receitas fiscais para financiar a educação, a saúde e a segurança”, sustentou Carlos Tavares.

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Associação de Municípios contesta alteração do Governo à gestão de resíduos

ANMP aprovou parecer contra proposta de alteração da lei dos resíduos. Medida do Governo, que tenta evitar multa europeia, prejudica o ambiente e penaliza as autarquias, assegura a associação.

O projeto de decreto-Lei com o qual o Governo pretende alterar o Regime Geral de Resíduos, em resposta a uma infração apontada por Bruxelas, “prejudica severamente o ambiente e penaliza os municípios”, assegura a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) que contesta a medida.

Reunida nesta terça-feira, a ANMP aprovou, por unanimidade, um parecer desfavorável às alterações propostas pelo projeto de decreto-Lei que estabelece novas regras para o Regime Geral de Resíduos.

Este projeto surge em resposta a um processo de infração movido pela Comissão Europeia contra Portugal, considerando-se que o país não completou devidamente a transposição da Diretiva 2018/851. Nesta, Bruxelas regulamenta a gestão de resíduos, identificando-os como “dos mais complexos de gerir” e apontando para uma quota de 7 a 10% no volume total de resíduos produzidos no espaço comum.

O Governo português indica, nesta iniciativa legislativa, que “torna-se urgente e necessário aprovar o presente decreto-lei para assegurar a completa transposição da referida Diretiva Quadro dos Resíduos, garantindo o cumprimento integral do direito da União Europeia e o encerramento do processo de infração”.

No projeto de decreto-Lei a que o ECO/Local Online teve acesso, o Governo indica que “por forma a assegurar ou melhorar a valorização dos resíduos, no respeito pela proteção da saúde humana e do ambiente, devem ser removidas, antes ou depois da valorização, e sempre que necessário, as substâncias, misturas e componentes perigosos dos resíduos perigosos tendo em vista o seu tratamento”.

Para a ANMP, o projeto de decreto-Lei “não só não contribui para resolver o problema” dos resíduos perigosos, “como prejudica severamente o ambiente e penaliza os municípios, pois aumenta os custos com os resíduos indiferenciados – tanto ao nível da recolha, como do transporte e do destino final, em particular com a deposição em aterro e pagamento da TGR associada”.

A entidade liderada por Luísa Salgueiro pretende a imposição de “prazos, os mais curtos possíveis, que forcem a constituição das entidades gestoras [em falta], efetivando a responsabilidade do produtor e, bem assim, acautelar soluções transitórias de tratamento e gestão integrada dos fluxos específicos”.

Não só não contribui para resolver o problema [dos resíduos perigosos] como prejudica severamente o ambiente e penaliza os municípios, pois aumenta os custos com os resíduos indiferenciados – tanto ao nível da recolha, como do transporte e do destino final, em particular com a deposição em aterro e pagamento da TGR associada.

Associação Nacional dos Municípios Portugueses

Para a associação, não se justifica “dispensar expressamente os produtores [de resíduos perigosos] da rotulagem e não adotar idêntica solução para a operacionalização das recolhas de responsabilidade municipal”. Entre estes estão os resíduos perigosos, os têxteis e os monos, cuja recolha pelos municípios se tornou obrigatória a 1 de janeiro.

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Banco de Fomento espera lançar linha de 3,5 mil milhões para exportadores este mês

Gonçalo Regalado anunciou ainda que vai trabalhar para a criação de um fundo soberano de capital até ao final do seu mandato.

O Banco Português de Fomento (BPF) espera que a linha de 3,5 mil milhões de euros para ajudar as empresas exportadoras esteja ativa ainda durante este mês de maio, adiantou o CEO da instituição, Gonçalo Regalado, na conferência Banking on Change, organizada em Lisboa pelo ECO com a KPMG e a PLMJ.

“Estamos em negociações com Comissão Europeia para ter uma linha para os exportadores. São 3,5 mil milhões de euros que vão permitir aos exportadores portugueses ter uma linha para investimento como fizemos na Covid, mas ainda mais competitiva em termos de pricing”, disse o gestor.

“Queremos que a linha esteja ativa durante o mês de maio para todos os empresários exportadores, não para os exportadores para os EUA, mas para os 71 mil exportadores para todo o mundo”, acrescentou.

Gonçalo Regalado revelou que irá partilhar o protocolo da linha com os bancos comerciais “entre final desta semana e inicio da próxima ”.

“Que não falte segurança e estabilidade no acesso ao financiamento”, destacou o líder do banco de fomento. “Esperamos que haja boa tendência para que empresas portuguesas encontrem novos mercados”, afiançou.

“Portugal deve ter um fundo soberano de capital”

No mesmo painel, Gonçalo Regalado considerou que Portugal devia ter “um fundo soberano de capital” e anunciou que vai trabalhar na construção desse fundo até final do seu mandato.

“A nossa ambição é até final deste mandato criar e construir um fundo soberano de capital. O país deve ter isso. Os países desenvolvidos têm ou fundos soberanos ou bancos soberanos. É bom que Portugal tenha essa dimensão”, referiu o gestor.

Mas como irá ser financiado? “Nós temos uma proposta concreta no próprio banco, que está a ser trabalhada, estruturada e organizada para que possamos apresentar ao nosso acionista, que são os portugueses e o Estado”, explicou.

“O país deve ter instrumentos de capital. O capital é importante para as empresas”, disse Regalado.

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Relação com os clientes na adoção de IA vai diferenciar banca e fintech

  • Rita Atalaia
  • 6 Maio 2025

A relação com os clientes é que vai marcar a diferença entre a banca e as fintech perante a revolução da IA, e não tanto a adoção desta tecnologia que traz desafios, mas também oportunidades.

A forma como os bancos tradicionais e as fintech ou neobancos se relacionam com os clientes, numa era em que se vive a revolução da inteligência artificial (IA), é que vai marcar a diferença – e aumentar a concorrência – entre os incumbentes e os insurgentes, e não tanto a adoção desta mesma tecnologia que pode trazer “escala, robustez e consistência” à banca e aos outros setores.

“Não tem a ver com a adoção da tecnologia [de IA]. A relação com os clientes é que vai marcar a diferença”, afirmou Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Portugal, durante a conferência Banking on Change, organizada em Lisboa pelo ECO com a KPMG e a PLMJ, afastando que possa haver um problema de concorrência para a banca perante as fintech e os neobancos.

“O tema não está tão ligado à forma como [bancos e fintech] vão adotar a tecnologia, mas como vão servir os clientes. Conhecer bem os clientes, antecipar as suas necessidades – e isto é válido na banca como noutras indústrias”, referiu o banqueiro, reforçando que a “relação com o cliente é que vai marcar a diferença”.

É uma segunda revolução – a primeira foi a digitalização – que traz desafios, mas que pode representar uma oportunidade. Esta tecnologia, referiu Rui Gonçalves, Partner Head of Technology Consulting da KPMG Portugal, “pode promover a solução de muitos problemas, mas vai criar outros”, nomeadamente éticos. Mas também ajudar as empresas a criarem novos modelos de negócio.

“Começamos já a perspetivar a próxima fase que é a utilização de IA para criar novos modelos de negócio disruptivos”, disse ainda, alertando, porém, que ainda há “temas estruturais para resolver, como os dados”.

Já Manuela Veloso, Head JP Morgan Chase AI Research, considerou, no mesmo painel, que a “grande oportunidade da IA é a escala, a robustez e a consistência, algo que os humanos não têm a capacidade de providenciar”. A responsável lembrou que até há pouco tempo a IA envolvia apenas a capacidade de processar e apresentar dados. Mas a nossa fase da IA introduziu a capacidade de atuar e responder.

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Plano de insolvência da dona da Visão discutido esta terça-feira pelos credores. Segurança Social pede adiamento

  • Lusa e + M
  • 6 Maio 2025

A Segurança Social, um dos principais credores, vai pedir o adiamento da votação do plano de insolvência da dona da Visão para poder avaliar a nova versão apresentada por Luís Delgado.

A assembleia de credores da Trust in News (TiN) discute esta terça-feira o plano de insolvência da empresa, que prevê uma injeção de até 1,5 milhões de euros, numa diligência marcada no Tribunal de Sintra.

No entanto, a Segurança Social (um dos principais credores) vai pedir o adiamento da votação do plano de insolvência da dona da Visão e de outras publicações como a Exame ou Jornal de Letras, segundo avançou o Expresso e confirmou o +M, uma vez que Luís Delgado, acionista único da empresa, entregou uma nova versão do plano na sexta-feira, dia 2 de maio. Autoridade Tributária, Impresa e Novobanco completam o conjunto de principais credores.

A Segurança Social pretende assim analisar e votar por escrito a nova versão do plano entregue por Luís Delgado, com o objetivo de acomodar as exigências dos credores, como a do pagamento dos impostos referentes a dezembro. Este é o único atraso no pagamento de impostos desde a declaração de insolvência, a 4 de dezembro, o qual Luís Delgado se comprometeu a fazer em tempo útil.

O plano da TiN prevê a injeção de um valor de até 1,5 milhões de euros pelo acionista único, Luís Delgado, o encerramento da delegação do Porto e busca de soluções para publicações deficitárias.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, a TiN, que detém publicações como a Visão e a Exame, propõe aos credores um “compromisso de aporte de até 1,5 milhões de euros, faseadamente, e em função das necessidades da empresa para reforçar a tesouraria”, por parte do acionista único.

O plano mantém ainda a intenção de suspender, licenciar ou vender publicações deficitárias como TV Mais, Telenovelas, Caras Decoração, Prima, Visão Saúde, Visão Surf e This Is Portugal, sendo que, “com exceção da Telenovelas, todas as outras publicações já estão suspensas”.

“A TIN está empenhada a tentar encontrar estas soluções (venda/licenciamento) no mais curto espaço de tempo, ainda em 2025”, indicou.

“Pretende ainda um ajuste na periodicidade, se necessário, de algumas revistas, mantendo apenas as mais rentáveis”, além da redução de 70% do espaço físico (50% já foi reduzido) e o “encerramento da delegação no Porto”.

Será ainda reduzido “o quadro de funcionários, proporcional à suspensão publicações, com reestruturação interna” e “os custos com pessoal não poderão ultrapassar os 250 mil euros/mês, objetivo alcançável, com o apoio e intervenção do administrador da insolvência”, referiu.

Quanto ao pagamento das dívidas proposto, será faseado, no caso da Autoridade Tributária e Segurança Social em 150 prestações, além de um “plano de pagamento de 12 a 15 anos para credores comuns e garantidos” e da “possibilidade de permuta de publicidade para pagamento de parte das dívidas”.

Para aumentar receitas, o plano prevê o “aumento de assinaturas digitais e melhoria da plataforma de ‘e-commerce’”, parcerias “estratégicas com outros grupos editoriais”, a “exploração de novos formatos de conteúdo, como ‘podcasts’ e vídeos”, e o “licenciamento de marcas para gerar receita adicional”.

Quanto ao impacto desta reestruturação, a empresa aponta uma “melhoria gradual da rentabilidade, com um retorno a resultados positivos esperado a médio prazo”, evitando-se assim a liquidação da empresa e “preservando postos de trabalho e ativos”. Ficará, segundo o plano, ajustado “o modelo de negócio para um formato mais sustentável, alinhado às tendências digitais”, garantindo ainda o “pagamento aos credores, comparativamente a um cenário de liquidação, onde muitos não receberiam seus créditos”.

O plano prevê também a “criação imediata de uma ‘Task Force’ com dois diretores editoriais, diretora comercial, diretora financeira e diretor de recursos humanos, com a tarefa de reanalisar todos os custos e contratos passíveis de serem renegociados ou cessados, sem qualquer penalização para a empresa, e apresentar medidas e sugestões para aumentar as receitas, tendo em conta os recursos existentes” e os melhores exemplos nacionais e internacionais. As sugestões deste órgão “serão implementadas após aprovação da gerência e do administrador da insolvência”.

A proposta para a continuidade da TiN, mediante a apresentação de um plano de insolvência, tinha sido aprovada em assembleia de credores, em 29 de janeiro, mantendo-se os títulos em atividade.

Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e digital.

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Apagão. António Costa pede mais interconexões energéticas para reduzir riscos

  • Lusa
  • 6 Maio 2025

O líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE vincou ser "essencial aumentar o investimento na segurança da rede".

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta terça-feira mais interconexões energéticas na União Europeia (UE) para reduzir o risco de apagões como o da semana passada na Península Ibérica, pedindo investimentos na segurança da rede.

Temos de continuar a melhorar a integração e a interconexão energética da União porque isso também ajudará a reduzir o risco de incidentes e apagões como os da semana passada na Península Ibérica“, defendeu António Costa. Intervindo numa visita à cidade espanhola Barcelona, na associação cívica de debate público Cercle d’Economia, o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE vincou ser “essencial aumentar o investimento na segurança da rede”.

“Estamos também a tomar medidas para garantir que os preços da eletricidade deixem de estar dependentes da volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis”, avançou António Costa, no dia em que a Comissão Europeia vai apresentar um plano para a UE deixar de depender da energia vinda da Rússia até 2027.

Como exemplo, António Costa referiu que “a solução ibérica ofereceu lições sobre a forma como se pode avançar para que os cidadãos e empresas beneficiem de energia barata, limpa e segura“, numa alusão ao mecanismo temporário e excecional criado após a crise energética de 2022 para conter o peso do gás na produção de eletricidade e assim baixar o preço da luz.

Neste discurso, o presidente do Conselho Europeu fez ainda uma analogia, entre a UE e um monumento histórico: “Talvez a União Europeia seja um pouco como a Sagrada Família [pois é] um projeto enorme, rebuscado, idealista e de dimensões históricas”.

“Um projeto com uma arquitetura tremendamente complexa, de certa forma perpetuamente inacabado, em que cada nova geração contribui com o seu grão de areia para responder aos desafios do seu tempo. Um projeto que por vezes estagna, mas que avança sempre com determinação, porque é guiado por uma visão arrojada e ambiciosa do futuro”, adiantou.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou na segunda-feira da semana passada Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade e também uma parte do território de França. Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

 

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Portugal com preços de gás e luz abaixo da UE. Empresas com maior alívio que domésticos

Portugal compara bem nos preços da energia face à UE, embora só 'ganhe' a Espanha nos preços da eletricidade para não domésticos. No gás, tem dos impostos mais baixos da UE para não domésticos.

Nos últimos seis meses de 2024, o preço médio de gás natural em Portugal, quer para consumidores domésticos quer para empresas, ficou abaixo da média da União Europeia, mas acima dos de Espanha. No que toca a eletricidade, o cenário é semelhante, no segmento doméstico. No entanto, no segmento industrial, Portugal leva mesmo a melhor, tanto face a Espanha como à União Europeia.

O preço médio do gás em Portugal situou-se 6% abaixo dos praticados na União Europeia, mas 15% acima dos de Espanha, para os consumidores domésticos. Suécia, Letónia, Itália e os Países Baixos registaram os preços de gás natural mais elevados da União Europeia para este segmento, e no leste concentram-se os preços mais baixos – Hungria, Croácia, Roménia e Bulgária.

Já no que diz respeito aos consumidores não domésticos, como as empresas, Portugal destaca-se mais da União Europeia, que supera o preço médio do gás do país em 11%, mas continua a comparar mal com Espanha, com preços 4% superiores. Os preços mais elevados registam-se na Suécia, a Finlândia, o Luxemburgo e a Eslováquia, enquanto os mais baixos estão na Lituânia, Bulgária, Roménia e Bélgica.

Na eletricidade, no mesmo período, os consumidores domésticos em Portugal pagaram um preço médio 6% acima dos de Espanha mas 8% abaixo da UE. No segmento não doméstico, Portugal tem eletricidade 3% mais barata que Espanha e 32% mais barata que a União Europeia.

Portugal com impostos mais altos exceto no gás para empresas

Portugal está entre os países com o peso mais elevado na componente de impostos e taxas, no segmento doméstico, enquanto no segmento não doméstico está entre os países com o peso mais reduzido”, escreve o regulador, relativamente ao gás.

Na eletricidade, Portugal registou um peso na componente de impostos e taxas (que incluem os Custos de Interesse Económico Geral), acima das restantes geografias, nos segmentos doméstico e não doméstico.

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Pedro Nuno “não está sozinho” e “até agradece” que antigos líderes do PSD entrem na campanha

Participação de ex-líderes em almoço com Montenegro deixa “mais clara a natureza do PSD nesta campanha”, diz o socialista. Líder da AD recusa que Passos Coelho atrapalhe 'namoro' com pensionistas.

A poucas horas de Luís Montenegro almoçar com antigos presidentes do PSD, em plena reta final para as eleições legislativas de 18 de maio, o rival Pedro Nuno Santos disse esta manhã que “até [agradece] que esses antigos líderes participem porque fica mais clara a natureza do PSD nesta campanha”.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao mercado municipal de Leiria, o secretário-geral do PS alegou que também conta com “muitos militantes e ex-dirigentes” do partido nas ações de campanha. “Não estou sozinho. O PS está todo unido”, acrescentou, notando ainda que os antigos secretários-gerais não estarão na campanha porque o PS “os dá ao mundo”, numa referência a António Costa (Conselho Europeu) e António Guterres (ONU).

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, senta-se ao cockpit de um carro desenvolvido de raiz para ser utilizado na “Fórmula Student”, durante uma visita ao Instituto Politécnico de Leiria, no âmbito da campanha para as eleições legislativas.JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA 6 maio, 2025

À mesa laranja e ao lado do candidato da AD, na sede do PSD, estão personalidades como Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho, Marques Mendes, Rui Rio, Manuela Ferreira Leite, Pedro Santana Lopes, Luís Filipe Menezes e Fernando Nogueira. Ausente no estrangeiro, José Manuel Durão Barroso enviou uma carta, enquanto Francisco Pinto Balsemão e Rui Machete não irão por razões de saúde.

Em Leiria, Pedro Nuno Santos salientou que “mais importante” do que o apoio no terreno de antigos líderes socialistas, é “o resultado de um ano de governação de uma coligação que falhou”. O PS, acrescentou, tem as propostas para “quem quer um SNS público a dar resposta às pessoas todas e não aos problemas de alguns, [para] quem quer uma economia a crescer” e vai “construir casas para todos, e não para uma minoria dos jovens”.

Dirigindo-se aos “portugueses envergonhados com o comportamento do primeiro-ministro”, salientou que o PS é “a mudança segura para Portugal” e que tem uma “equipa com competência e experiência”, além de um programa eleitoral para “responder aos problemas de todos, e não só de alguns”.

Na segunda-feira à noite, em Viseu, Luís Montenegro falou diretamente aos pensionistas e reformados, sublinhando que a coligação de direita “não só está reconciliada” com essa franja da população, como está “num processo de valorização ainda maior daqueles que estão hoje a gozar o seu merecido tempo de reforma”.

“Não existe [essa reconciliação]. Montenegro sabe que não existe. Os pensionistas tiveram aumentos das pensões, mas foram realizados por nós na oposição, acima do previsto na lei, com o voto contra da AD [no Parlamento]. Montenegro enganou os pensionistas [quando] anunciou um aumento que era um bónus sem repetição e ao criar a expectativa de uma redução do IRS maior do que a que fizeram – e agora, habituados a receber reembolsos, os pensionistas perceberam que têm de pagar”, resumiu Pedro Nuno Santos.

Passos não atrapalha ‘namoro’ da AD aos pensionistas

Já esta manhã, durante uma arruada em Sintra e numa alusão ao período de assistência financeira da troika, Luís Montenegro reconheceu que “na evolução histórica e financeira do país, tivemos um período de recuperação em que houve alguma incompreensão”.

No entanto, completou, durante o último ano disse ter mostrado que o PSD é “um partido com grande vocação social, que não esquece os que trabalharam a vida toda e que olha com humanismo para os que estão numa fase mais adiantada da vida e não os [deixa] sozinhos”.

Questionado pelos jornalistas sobre se não é contraproducente aparecer na campanha com Pedro Passos Coelho, que liderava o Governo nessa altura, respondeu que é “extremamente gratificante ter [a seu lado] toda a história, que é uma história grande, do PSD”.

Antecipando o almoço agendado para a sede do partido, Montenegro confessou que tem “por hábito conversar com antigos líderes de quando em vez”, e não apenas os que foram primeiros-ministros. E destacou que “nenhum disse que não” ao convite para este almoço comemorativo do aniversário do PSD, à exceção de Marcelo Rebelo de Sousa, que “como Presidente da República não deve ter uma participação partidária numa altura em que estamos em campanha eleitoral”.

(Notícia atualizada às 12h10 com declarações de Luís Montenegro)

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AD e IL perto da maioria, mas indecisos sobem para 20%

  • ECO
  • 6 Maio 2025

Sondagem diária da Pitagórica dá 43,3% à coligação do PSD e do CDS e aos liberais, juntos. Maioria absoluta só com 116 deputados.

As intenções de voto na Aliança Democrática (35,8%) e na Iniciativa Liberal (7,5%) — que, juntas, atingem 43,3% — apontam para a possibilidade da maioria desejada por Luís Montenegro para as eleições legislativas de dia 18 de maio, segundo o resultado do quarto dia da sondagem da Pitagórica para o Jornal de Notícias, a TSF e a TVI/CNN. No entanto, o número de indecisos disparou e já está muito perto dos 20%.

O PS (27,1%) mantém a distância de 8,7 pontos percentuais para a coligação formada pelo PSD e o CDS, enquanto o Chega (16,5%) está a recuperar terreno. À esquerda, o Livre (3,4%) regista uma queda de cinco décimas face ao dia anterior, o Bloco de Esquerda (1,8%) perde 0,3 pontos e a CDU (3,2%) sobe ligeiramente. O PAN está cada vez mais irrelevante, fixando-se nos 0,6%, e corre o risco de ficar sem representação parlamentar.

No quarto dia desta sondagem, a amostra continua a ser de 800 inquéritos, mas as 200 entrevistas recolhidas a 30 de abril foram substituídas por outras 200 recolhidas a 4 de maio. Esta metodologia será repetida nas próximas sondagens diárias.

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Remuneração dos depósitos afunda pelo 15.º mês consecutivo para 1,69%

Apesar da queda da taxa de juro das novas operações, o montante de novos depósitos voltou a aumentar em março em cerca de 10,5% e, em termos homólogos, esse crescimento foi de 68%.

A banca continua a cortar a remuneração dos depósitos a prazo, à boleia da política monetária do Banco Central Europeu, que tem sido marcada por cortes consecutivos das taxas de juro.

Em março, “a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo 15.º mês consecutivo, passando de 1,83%, em fevereiro, para 1,69%”, refere o Banco de Portugal em comunicado. Trata-se do valor mais baixo desde junho de 2023.

Este comportamento fez com que Portugal descesse uma posição entre os países da área do euro, sendo agora o país com a quarta taxa mais baixa, ficando bem abaixo da média de 2,11% praticada na Zona Euro.

Nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média diminuiu 0,14 pontos percentuais, para 1,70%, renovando também mínimos de junho de 2023. “Esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 95% dos novos depósitos em março”, destaca a entidade liderada por Mário Centeno.

A remuneração média dos novos depósitos de um a dois anos diminuiu 0,14 pontos percentuais, fixando-se em 1,44% — o valor mais baixo desde maio de 2023. No sentido oposto, esteve a remuneração média dos novos depósitos a mais de dois anos, que registou um aumento de 0,32 pontos percentuais, atingindo os 1,51%.

O Banco de Portugal revela ainda que o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares aumentou 10,5% face a fevereiro (cerca de 1.230 milhões de euros), totalizando 12.909 milhões de euros em março. Em termos homólogos, o volume de novos depósitos cresceu 68%.

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Taxa de juro dos novos créditos à habitação cai para 3,11% pelo 17.º mês consecutivo

A taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação caiu 0,07 pontos percentuais em março. Está no valor mais baixo desde dezembro de 2022.

A fatura do crédito à habitação continua a ficar mais leve no orçamento das famílias portuguesas. Segundo dados do Banco de Portugal divulgados esta terça-feira, a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação foi de 3,11% em março, o valor mais baixo desde dezembro de 2022, que se traduz numa correção de 0,07 pontos percentuais face aos 3,11% registados em fevereiro.

Segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo regulador, março marca o 17.º mês consecutivo de correção da taxa de juro dos novos empréstimos à habitação. “Esta descida observou-se quer nos novos contratos, quer nos contratos renegociados, cujas taxas médias se reduziram 0,05 pontos percentuais e 0,10 pontos percentuais, fixando-se em 3,05% e 3,39%, respetivamente”, destaca ainda o Banco de Portugal.

Na análise do quadro europeu, o Banco de Portugal refere que “a taxa de juro média das novas operações de empréstimos à habitação do conjunto dos países da área do euro diminuiu 0,02 pontos percentuais, para 3,31%”, colocando Portugal na oitava posição dos países da área do euro com a taxa de juro média mais baixa, ficando inclusive abaixo da média da área do euro.

Bancos abrem cordões à bolsa em março

O Banco de Portugal revela ainda que o montante de novos contratos à habitação aumentou 265 milhões de euros em março para 1951 milhões de euros, “o segundo valor mais elevado da série histórica”, que remonta a dezembro e 2014.

Esta dinâmica foi novamente fortemente influenciada pelos jovens com idade igual ou inferior a 35 anos, ao serem responsáveis por cerca de “56% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em março (excluindo os novos contratos para consolidação de crédito e as transferências de crédito para outra instituição), um peso 2 pontos percentuais acima do observado para fevereiro”, destaca o Banco de Portugal.

Além do aumento dos empréstimos para a compra de casa, também em março os bancos abriram os cordões na concessão de outros créditos. “Na finalidade consumo, o montante dos novos contratos aumentou 18 milhões de euros, para 585 milhões de euros, o valor mais elevado da série histórica (com início em dezembro de 2014)”, revela o Banco de Portugal.

Na finalidade de “outros fins”, o montante dos novos contratos subiu 11%, cerca de 25 milhões de euros, para 237 milhões de euros.

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Empresário Jorge Mendes acusado de fraude fiscal

  • ADVOCATUS e Lusa
  • 6 Maio 2025

O empresário Jorge Mendes e a mulher foram acusados pelo Ministério Público por um crime de fraude fiscal relativo a uma doação no âmbito da “Operação Fora de Jogo”.

O empresário Jorge Mendes e a mulher Sandra Mendes foram acusados pelo Ministério Público por um crime de fraude fiscal relativo a uma doação no âmbito da “Operação Fora de Jogo”, avança o Correio da Manhã.

Em causa está uma doação a Sandra Mendes de quase metade do capital de uma empresa que, posteriormente, viria a ser comprada por outra sociedade ligada a Jorge Mendes. O Ministério Público alega que a doação foi fictícia tendo provocado um prejuízo ao Estado de 18 milhões em impostos.

À Lusa, Jorge Mendes refutou a acusação do Ministério Público, considerando-a “incorreta, infundada e injusta”, sublinhando tratar-se de um processo relacionado com a sua vida pessoal e não profissional.

Refutamos totalmente esta acusação, porque não existiu qualquer fraude fiscal, e será apresentada defesa por todos os meios legais e nas instâncias próprias. A acusação é incorreta e infundada; e é injusta, quer em si mesma, quer, também, tendo em conta o percurso de vida de Jorge Mendes e o contributo que tem dado ao país, e também o seu histórico de contribuinte por si e pelas suas empresas”, refere a defesa do empresário, em comunicado enviado à agência Lusa.

No comunicado, o advogado Rui Patrício explica que “estão em causa factos estritamente relacionados com a esfera pessoal, familiar e sucessória” do seu constituinte, “não se tratando da área profissional”.

A defesa de Mendes lembra que a matéria em causa “já havia sido analisada pela Autoridade Tributária (AT) em 2014 (há cerca de 11 anos, portanto), tendo também havido várias inspeções e análises posteriores”.

“Ora, apesar disso, e durante muitos anos, nunca foi levantado qualquer eventual problema sobre estes factos, nem foi liquidada qualquer quantia ou enviada qualquer notificação para o efeito; o que ainda torna mais estranho e objetivamente incompreensível este processo e, agora, esta acusação, parecendo-nos que o processo-crime foi usado pela AT, de forma abusiva, para finalidades estritamente fiscais”, sustenta Rui Patrício.

O comunicado acrescenta que, “tendo sido esta a primeira vez (em março de 2025) em que AT concluiu que seria devido imposto, e embora os seus advogados considerem ser tal conclusão incorreta, Jorge Mendes pretende pagar o montante em causa, em coerência com a boa-fé com que desde sempre agiu neste caso”.

“E, por isso, já desencadeou, ele próprio, os trâmites legais para pagamento, uma vez que a AT nunca o fez, nem sequer agora, assim também procurando retirar ao contribuinte instrumentalizando o processo-crime e mascarando como pedido de indemnização o que não é mais, afinal, do que uma pretensão de imposto que nunca declarou ou liquidou ao longo dos anos”, sublinha a defesa do empresário.

Segundo Rui Patrício, aguarda-se agora que corram os trâmites legais daquele procedimento para pagamento já desencadeado por Jorge Mendes.

“Finalmente, e apesar de tudo já ter sido explicado no processo, de diversas formas, com clareza e detalhe, estando integralmente acessível a quem quiser ver, será novamente esclarecido e quantas vezes forem necessárias, com o espírito de transparência, de colaboração e de respeito institucional, mas também de firmeza, que sempre existiu”, concluiu a defesa do empresário Jorge Mendes.

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