CEO da Air France-KLM volta a Portugal antes da privatização da TAP

  • ECO
  • 26 Fevereiro 2025

Benjamin Smith é dos gestores que vão acompanhar o Presidente de França na visita a Portugal esta semana.

O CEO da Air France-KLM é um dos gestores que vão acompanhar o Presidente francês na visita a Portugal esta semana, avançou esta quarta-feira a Bloomberg e confirmou o ECO. Benjamin Smith regressa a Lisboa, num momento em que decorre o processo até à privatização da TAP e o grupo que lidera é um dos interessados.

Olivier Mazzucchelli, CEO da companhia aérea low cost do grupo, Transavia, é outro dos membros da delegação de executivos franceses que vem com Emmanuel Macron, segundo a agência financeira.

A empresa franco-neerlandesa enviou representantes a Portugal em meados de janeiro com o objetivo de reunir apoios para a privatização da TAP e abrir portas a negócios futuros, sobretudo na área da sustentabilidade, noticiou na altura o Expresso.

Já no final de outubro uma delegação do grupo de aviação esteve em Lisboa com o mesmo tema em cima da mesa. Semanas depois, o CEO da Air France-KLM afirmou, em conferência de imprensa, que teve “uma ótima reunião com o Governo” sobre a privatização da TAP.

Benjamin Smith explicou que o processo ainda não está oficialmente lançado, mas que a empresa está interessada “em ir atrás desta oportunidade, assumindo que vai ao encontro das nossas ambições estratégias e que somos capazes de cumprir com quaisquer que sejam as exigências do Governo português”.

A Air France-KLM estará disposta a cumprir as exigências do Governo para garantir uma posição na TAP.

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Jeff Bezos anuncia “mudança significativa” na secção de opinião do Washington Post

  • + M
  • 26 Fevereiro 2025

A alteração levou à saída de David Shipley, editor de opinião da publicação norte-americana. O CEO do jornal apoiou a decisão, mas os jornalistas já se mostraram desagradados.

Jezz Bezos, fundador da Amazon e proprietário do The Washington Post, anunciou esta quarta-feira uma “mudança significativa” na secção de opinião do jornal.

A “mudança significativa” prende-se com o facto de o The Washington Post passar a publicar diariamente opiniões assentes em dois “pilares” editoriais: “liberdades pessoais e mercado livre” (personal liberties e free markets, em inglês), segundo explicou Jeff Bezos, numa publicação no X (ex-Twitter).

Embora a secção de opinião do jornal de que é proprietário vá continuar a cobrir outros temas, Bezos adiantou quepontos de vista opostos a esses pilares serão deixados para serem publicados por outros [jornais]”.

“Estou confiante de que os mercados livres e liberdades pessoais são certos para a América. Também acredito que esses pontos de vista estão a ser mal servidos no atual mercado de ideias e de opinião nos media. Estou animado para que juntos preenchamos esse vazio”, escreveu ainda Bezos.

O magnata partilhou também que David Shipley, editor de opinião do The Washington Post, vai deixar a empresa, tendo decidido afastar-se, embora lhe tenha sido oferecida a oportunidade de continuar.

“Ofereci a David Shipley, a quem admiro muito, a oportunidade de liderar este novo capítulo. Sugeri que se a resposta não fosse ‘claro que sim’, então teria de ser ‘não’. Após uma cuidadosa consideração, David decidiu afastar-se. Esta é uma mudança significativa, não será fácil e exigirá 100% de comprometimento — respeito sua decisão”, escreveu Bezos, acrescentando que o Washington Post irá procurar um novo editor de opinião para “assumir” a posição deixada vaga no jornal norte-americano.

A decisão de Bezos – que já foi aplaudida por Elon Musk – foi também defendida por Will Lewis, CEO do jornal, que, num email interno, avançou que com a alteração no jornal “não se trata de ficar do lado de nenhum partido político”, mas sim de “ser absolutamente claro sobre o que defendemos como jornal”, cita a CNN. “Fazer isso é uma parte essencial para funcionarmos como uma publicação de notícias de referência em toda a América e para todos os americanos“, escreveu Lewis.

A mudança, no entanto, não parece estar a ser bem recebida junto dos jornalistas da publicação. O jornalista Jeff Stein, por exemplo, apelidou a mudança de “intrusão maciça de Jeff Bezos”, que deixa claro que “opiniões divergentes não serão publicadas ou toleradas”.

“Ainda não senti nenhuma intrusão na minha cobertura jornalística, mas se Bezos tentar interferir no lado noticioso, vou pedir imediatamente a demissão”, disse Stein, também através de uma publicação no X.

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Trump prepara tarifa de 25% sobre importações da UE

  • ECO
  • 26 Fevereiro 2025

O Presidente dos EUA adiantou que será implementada uma tarifa de 25% sobre as importações de produtos da UE. Bruxelas volta a prometer uma "reação firme e imediata contra barreiras injustificadas".

Donald Trump disse esta quarta-feira que os Estados Unidos estão a preparar uma nova tarifa de 25% sobre as importações de produtos oriundos da União Europeia (UE), de acordo com declarações citadas pelo Financial Times. “Tomámos a decisão e vamos anunciá-la muito em breve. Será de 25%”, afirmou o Presidente norte-americano, no âmbito de uma reunião governamental.

A Comissão Europeia, através do seu porta-voz, já reagiu a mais este anúncio de Trump, ao reiterar que a UE “reagirá firme e imediatamente contra barreiras injustificadas ao comércio livre e justo, incluindo quando as tarifas são utilizadas para desafiar políticas não-discriminatórias”.

Considerando que a UE “foi criada para tramar os Estados Unidos”, Trump detalhou que a nova tarifa sobre os produtos com origem na UE aplicar-se-á de forma “generalizada”. No entanto, o Presidente norte-americano também mencionou especificamente um alvo: as importações de automóveis.

“Eles não aceitam os nossos carros. Eles não aceitam, essencialmente, os nossos produtos agrícolas. Eles usam todo o tipo de razões para justificar isso. E nós aceitamos tudo deles. Nós temos um défice de cerca de 300 mil milhões de dólares com a UE”, queixou-se o Presidente aos jornalistas, apesar de reconhecer ter descendência europeia (especificamente, alemã).

Questionado sobre o que acontecerá se a UE retaliar, como já prometeu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump respondeu: “Não podem. Ou melhor, podem tentar. Mas os números nunca serão equivalentes aos nossos. Nós somos o pote de ouro que toda a gente quer.”

Mercado europeu “providencial” para EUA, responde Bruxelas

Entretanto, um porta-voz da Comissão Europeia já respondeu que a UE “é o maior mercado de comércio livre do mundo” e tem sido “providencial” para os Estados Unidos. “Ao criar um mercado único vasto e integrado, a UE facilitou o comércio, reduziu os custos para os exportadores dos EUA e harmonizou as normas e regulamentações em 27 países”, sublinhou, em comunicado.

Em referência às novas ameaças do Presidente norte-americano, a UE afirmou que reagirá “firme e imediatamente” a novas taxas alfandegárias, cuja introdução não está ainda agendada.

“A UE protegerá sempre as empresas, os trabalhadores e os consumidores europeus contra taxas alfandegárias injustificadas”, afirmou o porta-voz do executivo europeu. A mesma fonte defendeu ainda o “trabalho em conjunto para preservar oportunidades para os cidadãos e as empresas”, em vez de ações “uns contra os outros”.

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BCP admite olhar para o Novobanco, mas diz “que será bem-vindo na bolsa”

O presidente executivo do BCP voltou a dizer que analisa todas as oportunidades e frisou que, se houver um IPO, o Novobanco "será bem-vindo na bolsa".

Se o Novobanco avançar para a oferta pública inicial (IPO), o banco “será bem-vindo na bolsa”, declarou esta quarta-feira o CEO do BCP, Miguel Maya, que tem sido um dos candidatos a avançar para a compra da instituição.

“Se o Novobanco for para o mercado, ficamos entusiasmados, não tira valor ao BCP. Estamos sozinhos no mercado, será bem-vindo na bolsa”, disse Miguel Maya aos jornalistas durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados.

O líder do BCP – o único banco cotado na bolsa de Lisboa – reitera que o banco pretende crescer de forma orgânica e que não precisa de aquisições para expandir a atividade. Mas diz ao mesmo tempo que é uma obrigação olhar para as oportunidades que surgirem no mercado, nomeadamente se acrescentarem valor para os acionistas.

Recusou, ainda assim, fazer comentários sobre a avaliação do Novobanco. “Se vale este valor? Fico mais entusiasmado com o que vale o BCP“, referiu.

No início do mês, Miguel Maya afirmou que se o Novobanco tiver “um preço adequado, se criar valor para os acionistas e fizer sentido para a economia portuguesa”, o BCP poderia “considerar” a aquisição do concorrente.

“Governador tem visão mais completa”

Questionado sobre as declarações do governador do Banco de Portugal, que alertou que uma venda do Novobanco a outro concorrente em Portugal teria consequências sistémicas, Miguel Maya afirmou que Mário Centeno “terá razão”. “O senhor governador tem uma visão mais completa. Para fazer essa afirmação terá suportado em dados que não são do nosso conhecimento“.

O gestor também disse que “é normal e desejável que haja uma apreciação da concorrência se houver uma operação de consolidação”. “Não passaria pela cabeça que não houvesse”, disse.

O BCP anunciou lucros de 906 milhões de euros em 2024, uma subida de 6% em relação ao ano anterior.

(Notícia atualizada às 18h19)

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EDP Renováveis avança com um novo aumento de capital em 2025

EDP Renováveis vai voltar a fazer um aumento de capital por incorporação de reservas através do seu programa de scrip dividend, mediante um pay-out de 40% de um dividendo de 8 cêntimos por ação.

A EDP Renováveis (EDPR) EDPR 0,29% pretende dar continuidade ao seu programa de remuneração flexível aos acionistas, conhecido como scrip dividend, para este ano. Esta decisão, que segue a linha das propostas apresentadas em 2023 e 2024 pela equipa de Miguel Stilwell, será submetida à aprovação na próxima Assembleia Geral Ordinária de Acionistas, refere a empresa em comunicado ao mercado.

O Conselho de Administração da EDPR decidiu propor a manutenção do programa de scrip dividend com um pay-out de 40%, que se traduz num dividendo proposto de 8 cêntimos por ação. Este mecanismo oferece aos acionistas a opção de receber o seu dividendo em novas ações da empresa, em dinheiro, ou numa combinação de ambos.

Este anúncio surge no seguimento da apresentação das contas de 2024, que revelaram um prejuízo de 556 milhões de euros em 2024, que compara com um lucro de 309 milhões de euros obtidos no ano anterior.

O programa de scrip dividend da EDPR funciona através de um aumento de capital por incorporação de reservas. Os acionistas recebem direitos de subscrição gratuitos, correspondentes às ações que detêm. Estes direitos podem posteriormente ser negociados no mercado durante um período definido ou utilizados para receber novas ações da empresa.

A flexibilidade do script dividend permite à EDP Renováveis otimizar a sua estrutura de capital e reinvestir na empresa, enquanto oferece aos acionistas a liberdade de escolher a forma de remuneração que melhor se adequa às suas necessidades.

A EDP, que detém 71,3% do capital da EDPR, já anunciou ao mercado que, à semelhança da decisão que tomou no ano passado e em 2023, pretende voltar a receber as ações da EDPR correspondente à sua posição na empresa, ao abrigo desse programa e, como tal, não irá vender os direitos de incorporação que lhe sejam atribuídos.

“Esta intenção reflete a importância estratégica que a EDPR continua a ter para a EDP e para a execução do seu plano de negócios, dando prioridade ao reinvestimento do cash-flow em crescimento rentável”, refere a EDP em comunicado.

Para os acionistas, que preferirem receber o dividendo em dinheiro, a EDPR compromete-se a comprar os direitos de subscrição a um preço fixo garantido. Este preço é calculado segundo a fórmula estabelecida na proposta e será anunciado antes do início do período de negociação dos direitos.

A flexibilidade deste programa permite à EDPR otimizar a sua estrutura de capital e reinvestir na empresa, enquanto oferece aos acionistas a liberdade de escolher a forma de remuneração que melhor se adequa às suas necessidades. Além disso, o scrip dividend pode proporcionar vantagens fiscais para alguns investidores, dependendo da jurisdição aplicável.

A implementação deste programa está sujeita à aprovação da Assembleia Geral de Acionistas e às condições de mercado vigentes na altura da execução.

Ações da EDP Renováveis em bolsa

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Escrutínio dos media “pode ser desagradável” mas é o “preço” a pagar pelos políticos, diz Marcelo

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

O Presidente da República defendeu que "a comunicação social tem um papel a desempenhar", que pode ser "desagradável para os titulares de poderes políticos, mas é um preço".

O Presidente da República defendeu esta quarta-feira que o escrutínio da comunicação social é um preço a pagar por quem exerce cargos políticos, referindo que, “juntamente com coisas que são agradáveis, há coisas desagradáveis”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava em resposta a perguntas dos jornalistas, à saída da Casa da Imprensa, em Lisboa, onde participou na sessão de abertura de um debate sobre a Lei de Imprensa de 1975.

Interrogado se considera que os jornalistas estão a pressionar o Governo, a propósito da empresa da família do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e de governantes com empresas imobiliárias, o chefe de Estado respondeu que não iria comentar “casos concretos” relativos “a questões políticas e a notícias e especulações e tal”.

Em seguida, o Presidente da República defendeu que “a comunicação social tem um papel a desempenhar”, que pode ser “desagradável para os titulares de poderes políticos, mas é um preço”. Marcelo Rebelo de Sousa invocou a sua experiência: “Esse papel que desempenha muitas vezes é desagradável, e todos sabemos, isso já me aconteceu uma vez, duas vezes, cem vezes, mil vezes”.

“Quem escolhe um certo tipo de responsabilidades sabe que, juntamente com coisas que são agradáveis, há coisas desagradáveis, coisas que considera justas e coisas que considera injustas. Isso é o pluralismo próprio da vida democrática”, reforçou. Interrogado se o primeiro-ministro deve vir prestar explicações sobre esta matéria, o chefe de Estado recusou responder, “uma vez que há quem tenha suscitado isso no parlamento e possa suscitar mais vezes, no parlamento ou fora do parlamento”.

“Portanto, deixo aos protagonistas o formularem os seus juízos e dizerem aquilo que entendem que devem dizer, e pedirem mais, se entenderem que devem pedir mais”, acrescentou. Nesta ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa foi também questionado sobre a chamada lei dos solos, tendo em conta as declarações que fez na terça-feira questionando a eficácia da sua aplicação em ano de eleições autárquicas, que se irão realizar entre setembro e outubro.

Sem nada adiantar quanto à sua posição, o Presidente da República referiu que o parlamento “está a reapreciar se muda ou não alguma coisa nessa matéria” e poderá aprovar “um novo diploma”, que lhe será submetido. “Vamos esperar”, aconselhou.

Antes, repetiu que vários autarcas lhe falaram no assunto dizendo que “era um mau ano” para aplicarem a lei, que lhes atribui a decisão de “avançar ou não com determinadas escolhas em matéria de ordenamento do território ou urbanísticas”, por ser um ano eleitoral. “Devo dizer, confesso, que não tinha passado isto pela cabeça, mas tem lógica aquilo que disseram. É verdade que eles são livres de atuar ou não atuar. Ali ninguém impõe que devam atuar ou não”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

O decreto-lei que alterou o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, a chamada lei dos solos, foi aprovado pelo Governo e promulgado pelo Presidente da República no fim do ano passado.

O chefe de Estado voltou também a referir que estão em causa fundos europeus, não do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas “sobretudo fundos do Portugal 2030, que, embora tendo um horizonte um bocadinho maior, é também muito urgente”.

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Sete em cada dez empresas usam IA nas operações financeiras, conclui KPMG

Consultora analisou uso da tecnologia na contabilidade, planeamento financeiro e gestão de tesouraria, risco e fiscal em 2.900 empresas. Mais de 50% dos executivos confirma retorno do investimento.

Cerca de sete em cada dez empresas (71%) empresas estão a utilizar Inteligência Artificial (IA) nas suas operações financeiras, concluiu um inquérito realizado pela KPMG e divulgado esta quarta-feira.

Apesar dos desenvolvimentos tecnológicos na área financeira das organizações (contabilidade, planeamento financeiro, gestão de tesouraria, de riscos e fiscal), a consultora revela que menos de metade (41%) implementou IA de forma moderada ou significativa. A percentagem deverá mais que duplicar para 83% nos próximos três anos.

Incluir esta tecnologia na gestão financeira das empresas já está a trazer níveis de retorno de investimento (ROI – Return Over Investment), segundo a análise dos consultores da Big Four. Aliás, 57% dos executivos inquiridos disseram que o ROI superou as expectativas, além de dar mais “qualidade” aos dados e decisões, rapidez na obtenção de comentários/documentos (insights”) e na produção de relatórios, o que resulta na maior eficiência operacional e redução de custos.

O responsável de consultoria tecnológica na KPMG Portugal considera que este estudo confirma que a IA é um “fenómeno global” e está a ser aproveitado pelas equipas financeiras em várias geografias e indústrias. “Os benefícios que a IA permite e o ROI que gera tornam-na numa prioridade estratégica e uma ferramenta muito poderosa e, à medida que surgem novas capacidades, o ritmo de adoção só irá acelerar”, diz o partner Rui Gonçalves.

Mesmo os mais céticos estão a virar o jogo. Em 2024, 6% dos participantes neste estudo afirmaram que não tinham intenção de implementar IA generativa, mas este ano a percentagem desceu para 1%. Certo é que residem obstáculos: segurança de dados (57%), falta de competências em IA (53%), dificuldades na recolha de dados (48%) e preços (45%).

O ‘KPMG Global AI in Finance Report’ analisou 2.900 empresas de 23 países, através de um modelo de maturidade com três classificações sobre a a adoção da IA: “Líderes” (24%), “Implementadores” (58%) e “Iniciantes” (18%).

“As empresas precisam de agir para se manterem competitivas e sustentáveis, sendo que é difícil encontrar outra tecnologia com níveis tão elevados de retorno”, reforça o sócio Rui Gonçalves.

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Seguradoras crescem lucros, mas perdem nos investimentos

  • ECO Seguros
  • 26 Fevereiro 2025

As companhias de seguros em Portugal aumentaram 14% os lucros no primeiro semestre de 2024, mas continuam a perder dinheiro nos investimentos.

Os resultados dos investimentos das companhias de seguros em Portugal continuam a ser prejuízos, enquanto o negócio segurador subiu lucros no primeiro semestre de 2024 em relação a igual período do ano anterior, revela o estudo Contas Setor Segurador, elaborado pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

O documento que agrega as contas de todas as seguradoras indica que o setor obteve 341 milhões de euros de resultados líquidos nos primeiros seis meses de 2024, mais 14,4% que nos seis meses iniciais de 2023.

Os resultados da Conta Técnica, aqueles especificamente gerados pelo negócio segurador, registaram uma subida de 58,7% para 246 milhões de euros, enquanto a Conta Técnica do ramo Vida decresceu 37% para 152 milhões de euros.

Já a Conta Não Técnica, composta pelos rendimentos de investimentos como juros, dividendos, rendas e ganhos de capital e ainda por custos financeiros, como juros sobre empréstimos e perdas em investimentos, atingiu resultados negativos de 103 milhões de euros, ainda assim melhor que os 135 milhões perdidos nos primeiros seis meses de 2023.

É o conjunto das contas Técnicas Vida e Não Vida e da conta Não Técnica que é utilizada para apurar os resultados total das seguradoras.

Acidentes de Trabalho continua a estrela

O ramo Acidentes de Trabalho, maldito durante décadas pelos prejuízos causados às seguradoras, virou a maldição e primeiro semestre de 2024 significou 30% do total dos lucros do setor. Com uma sinistralidade a baixar de 58,9% no terceiro trimestre do 2022 – segundo a ASF, entidade supervisora -, para 51,1% nos primeiros nove meses de 2024.

O ramo Saúde subiu resultados dos 4 milhões de euros registados nos primeiros semestres de 2023 e 2022 para 15 milhões, enquanto o segmento que inclui os seguros multirriscos deu 42 milhões de lucros técnicos. O ramo Automóvel baixou resultados para 12 milhões de euros.

Nos ramos Vida, os maiores lucros vieram de seguros com ou sem garantias de capital ou rendimento, cabendo uma pequena parte de resultados positivos aos produtos unit linked e à gestão de fundos de pensões.

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Governo garante que liberdade editorial da RTP é sagrada e nega ter feito críticas

  • Lusa e + M
  • 26 Fevereiro 2025

"Os jornalistas da RTP não se deixam condicionar e continuarão a cumprir o seu dever profissional", lê-se na nota assinada pela direção de informação do operador de serviço público. 

O ministro dos Assuntos Parlamentares defendeu que o Governo vê a liberdade editorial da RTP como sagrada e declarou que o executivo não foi a fonte de uma notícia sobre uma suposta estratégia concertada contra o Governo.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, respondia em plenário ao deputado do Livre Jorge Pinto, que o questionou sobre a notícia do jornal online Observador segundo a qual o Governo alegadamente entende que por trás das polémicas que têm atingido o executivo estará uma agenda cruzada entre interesses imobiliários e os media.

O Observador escreve, baseado em fontes anónimas, que no Governo se acredita que a intenção de retirar sete milhões de euros anuais em publicidade do canal público levou a uma atitude editorial mais hostil por parte da RTP perante o executivo.

Num debate agendado pelo PCP sobre política geral “centrada na degradação da situação social do país”, o ministro Pedro Duarte disse que o executivo pretende fortalecer o serviço público de media e que “a liberdade editorial é absolutamente sagrada e isso não está em causa”.

Pedro Duarte garantiu que a notícia avançada pelo Observador “não saiu do Governo”, sublinhando que em causa estavam fontes anónimas e pedindo ao deputado Jorge Pinto que informe o Governo se souber “mais alguma coisa”.

No seu pedido de esclarecimento, Jorge Pinto criticou o que chamou de atitude confrontacional do ministro Pedro Duarte com a RTP, sublinhando que o governante terá deixado subentendido que “poderia haver uma partidarização dos trabalhadores da RTP“.

Jorge Pinto lembrou ainda a intenção do Governo de acabar com a publicidade na televisão pública, exigiu saber quem fez as declarações que serviram de base à notícia do Observador e se o ministro concordava com o que foi noticiado, acrescentando que a “investigação e o escrutínio são e têm de ser parte essencial do trabalho da RTP.

Na noite de terça-feira, a direção de informação da RTP reagiu em comunicado à notícia do Observador. “Os escrutínios dos poderes públicos é uma das missões principais do jornalismo livre e independente. É essa também a missão da RTP. Quaisquer que sejam e de onde quer que venham as insinuações de alegadas “estratégias concertadas” têm apenas uma resposta simples e linear: os jornalistas da RTP não se deixam condicionar e continuarão a cumprir o seu dever profissional”, lê-se na nota assinada pela direção de informação do operador de serviço público.

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Nos alcança lucro recorde em 2024. Vai pagar dividendo extra

2024 deu "os melhores resultados de sempre" ao grupo Nos, num ano em que a devolução de taxas pagas à Anacom, após vitórias nos tribunais, foram a cereja no topo do bolo.

A operadora Nos NOS 0,65% obteve em 2024 “os melhores resultados de sempre”, tendo lucrado 273,1 milhões de euros, um crescimento superior a 50%, se contabilizados os efeitos “não recorrentes”. Graças a eles, este ano, além do dividendo ordinário de 35 cêntimos, a empresa irá propor pagar um dividendo extraordinário de 5 cêntimos por ação.

A melhoria do resultado líquido consolidado em 2024 prende-se, principalmente, com as mais-valias da venda de torres de telecomunicações, concluída pela Nos no ano passado, e com um efeito extraordinário referente a taxas de atividade, que lhe foram devolvidas pela Anacom, na sequência de decisões favoráveis e de “inconstitucionalidades” reconhecidas em processos judiciais movidos pela operadora.

Como noticiou o ECO, a Nos reconheceu a 30 de setembro de 2024 “um proveito acumulado de 72 milhões de euros decorrente de decisões favoráveis no Tribunal Constitucional” para devolução de taxas que pagou ao regulador, de acordo com informações divulgadas publicamente pela Sonae. A empresa, através da Sonaecom, é o principal acionista da Nos.

É por causa desse free cash flow não recorrente, gerado em 2024 com a alienação das torres, que a administração da Nos irá propor aos acionistas, na próxima assembleia geral, pagar um dividendo extraordinário de 5 cêntimos por ação, além do dividendo ordinário de 35 cêntimos, que se mantém em linha com o do ano anterior. A Nos considera que esta remuneração acionista lhe permite continuar a ter “uma sólida estrutura de capital”.

Excluindo os “efeitos extraordinários não recorrentes”, o lucro da Nos teria atingido, mesmo assim, 187 milhões de euros, um aumento superior a 21%, de acordo com informação divulgada esta quarta-feira ao mercado.

“Os resultados de 2024, ano em que celebrámos o 10.º aniversário da Nos, foram os melhores de sempre da empresa, com crescimentos sólidos em receitas, EBITDA e resultado líquido antes de efeitos extraordinários”, comenta Miguel Almeida, CEO da Nos, citado num comunicado.

O gestor considerou ainda ter sido “um ano de conquistas”, em que a Nos manteve “a liderança no 5G” e expandiu a cobertura da respetiva rede de fibra ótica residencial (FTTH), que já tem em torno de 5,7 milhões de casas passadas.

Em 2024, a Nos alcançou um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 767,6 milhões de euros, mais 7,1% do que em 2023.

Quanto às receitas consolidadas, o grupo obteve 1.696,3 milhões de euros no total do ano, mais 6,2% do que no ano anterior. O grosso deste montante, pouco mais de 1.629 milhões de euros, foi obtido com o negócio das telecomunicações, que progrediu 6,3%.

O segmento empresarial também cresceu, uns 9,6%, “refletindo o aumento do número de serviços e de oferta de IT e de ganhos de quota de mercado”, explica a Nos.

o negócio de cinema e audiovisuais melhorou 2,8%, contribuindo com 102,2 milhões de euros para as receitas da operadora nacional.

Na vertente operacional, a Nos fechou 2024 com mais de 11,35 milhões de unidades geradoras de receita (+3,1%). A empresa tinha acima de 6 milhões de clientes móveis, perto de 1,7 milhões de clientes de televisão e cerca de 1,2 milhões de clientes com pacotes.

Quanto ao investimento, a Nos revela que investiu 372,7 milhões de euros em 2024, uma redução de 5% face a 2023.

“O investimento significativo que fiemos ao longo dos últimos anos e a obsessão por melhorar continuamente a qualidade dos serviços que prestamos a famílias, empresas e instituições continuam a ser reconhecidos pelos nossos clientes, justificando os resultados recorde alcançados”, comenta Miguel Almeida, citado no mesmo comunicado.

32º Digital Business Congress APDC - 10MAI23
Miguel Almeida, CEO da NosHugo Amaral/ECO

Findo mais um ano, 2025 começou para a Nos com o anúncio, em janeiro, de uma compra significativa. A operadora portuguesa conseguiu convencer o grupo britânico Claranet a vender-lhe a Claranet Portugal por 152 milhões de euros. A tecnológica presta serviços de tecnologia às empresas, incluindo cloud, cibersegurança e inteligência artificial (IA).

Sobre isso, Miguel Almeida aponta que “a implementação em larga escala” da IA e de “soluções digitais avançadas em todas as áreas” do negócio serão “um fator chave” para o “crescimento futuro” da empresa.

“Ao integrar capacidades baseadas em IA em todas as funções, pretendemos maximizar o potencial do negócio, impulsionar a eficiência operacional e posicionar a Nos como uma organização totalmente capacitada para a IA, preparada para responder às exigências de um mundo cada vez mais digital”, escreve o gestor.

Na sessão desta quarta-feira, na bolsa de Lisboa, antes de se conhecerem estes resultados anuais, a ação da Nos valorizou 0,26%, fechando a negociar nos 3,91 euros cada título. Este ano, os títulos da empresa já acumularam ganhos de 17,42%.

(Notícia atualizada às 17h21 com proposta de dividendos)

Cotação das ações da Nos em Lisboa:

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Menzies “despe” companhias aéreas e veste novos uniformes

Novos uniformes da Menzies Aviation passarão a ser usados por todos os trabalhadores, que deixam de "vestir" as marcas das companhias aéreas.

Até aqui, quem se dirigisse ao check-in de um voo da TAP nos aeroportos portugueses era recebido por um trabalhador com uma farda da companhia aérea, apesar de na verdade ele trabalhar para a Menzies Aviation, a antiga Groundforce. A partir desta semana, cai a marca da transportadora e todos os colaboradores da empresa de serviços de assistência em escala terão os mesmos uniformes.

As novas roupas de trabalho dos trabalhadores da Menzies Aviation, em que domina o cinzento e o azul turquesa, foram apresentadas esta quarta-feira num evento que decorreu nas instalações do aeroporto Humberto Delgado, onde fica a maior operação europeia da empresa britânica que em junho passado conclui a aquisição de 50% da antiga Groundforce. A Menzies é detida pelo Agility Group, do Kuwait.

“Não é só mudança de imagem, reflete os nossos valores: segurança, trabalho de equipa integridade, agilidade, foco no cliente e sustentabilidade”, afirmou Rui Gomes, vice-presidente da Menzies Aviation Portugal, antes do desfile das roupas feito por trabalhadores da empresa.

Desenvolvidos com base no contributo das equipas da Menzies em todo o mundo, o design e os tecidos usados estão adaptados a diferentes climas. Além da segurança, também o conforto foi, segundo a empresa, uma prioridade nos novos uniformes, que pela primeira vez passam a incluir ténis para os colaboradores que contactam com os passageiros.

O aeroporto de Lisboa foi um dos escolhidos a nível mundial para o lançamento dos novos uniformes, além de Heathrow e Sidney.

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ERC reforça separação entre conteúdos jornalísticos e comerciais

A ERC reforça a distinção entre conteúdos jornalísticos e comerciais. A nova diretiva abrange as "parcerias" e "colaborações" e alarga-se aos sites e redes sociais dos órgãos de comunicação social.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) aprovou um conjunto de recomendações para os órgãos de comunicação social sobre a identificação e separação entre conteúdos jornalísticos e conteúdos e publicitários/comerciais.

“Esta iniciativa regulatória é tanto mais premente quanto as empresas de media enfrentam atualmente um contexto de significativos constrangimentos estruturais e financeiros e a necessidade de diversificar as suas fontes de receitas. Ao mesmo tempo, a hibridez entre jornalismo e publicidade e a erosão de fronteiras entre ambos colocam importantes desafios regulatórios“, enquadra o regulador, explicando que a diretiva incorpora os contributos que recebeu no seguimento da auscultação preliminar de um conjunto de entidades e, posteriormente, de consulta pública junto dos agentes do setor e de cidadãos, que se realizou entre setembro e outubro de 2024.

Na elaboração da diretiva, a ERC destaca que “a hibridização de conteúdos acentua-se no contexto de rápida evolução tecnológica e, em particular, de não linearidade das plataformas digitais dos órgãos de comunicação social, dificultando o seu enquadramento na legislação setorial em vigor” e, em simultâneo, “a comunicação publicitária/ comercial vem assumindo novos formatos, designadamente pela apropriação das modalidades discursivas do jornalismo“.

Assim, entre as 21 recomendações, a ERC começa por lembrar que os conteúdos de natureza jornalística e os conteúdos publicitários/ comerciais devem ser claramente distintos e distinguíveis e, para tal, “os órgãos de comunicação social devem garantir, de modo cabal e eficaz, a transparência das suas comunicações de natureza publicitária/ comercial”.

“Os conteúdos jornalísticos sobre matérias resultantes de “parcerias” ou “colaborações” entre o órgão de comunicação social e entidades terceiras devem revestir relevância editorial e conter explicitamente essa referência”, aponta também o regulador, clarificando que “os/as diretores/as de informação devem abster-se, em qualquer circunstância, de assinar contratos de natureza publicitária/ comercial com entidades terceiras”.

“Sempre que existirem ofertas, tais como viagens e alojamento, no âmbito da realização de um trabalho jornalístico, essa indicação deve surgir clara e evidente para os públicos“, acrescenta a ERC, que alarga as recomendações aos sites dos órgãos de comunicação social e às suas páginas nas redes sociais. “No caso particular dos sítios eletrónicos dos órgãos de comunicação social, a natureza publicitária/ comercial deve ser identificada no conteúdo específico, bem como nos respetivos destaques na página de abertura e nas secções em que é publicado“, escreve o regulador no ponto 13.

Quanto ao princípio da incompatibilidade nos conteúdos jornalísticos, a ERC lembra que os jornalistas “não podem conceber nem apresentar conteúdos de natureza publicitária/ comercial”, estando ainda vedada aos jornalistas “a angariação de conteúdos publicitários”.

A participação de jornalistas, por via da sua notoriedade pessoal ou institucional, em iniciativas e eventos que decorrem de relações contratuais entre o órgão de comunicação social e entidades terceiras, deve ser determinada por critérios editoriais”, escreve ainda o regulador no ponto 16, acrescentando que “de outra forma, será considerada atividade publicitária, nos termos do n.º 2 do artigo 3.ºdo Estatuto do Jornalista“.

Os conteúdos jornalísticos sobre matérias relacionadas com eventos, que decorrem de relações contratuais entre o órgão de comunicação social e entidades terceiras, não podem ser condicionados por qualquer tipo de indicação que restrinja a liberdade editorial”, reforça a ERC.

A diretiva abarca também os suplementos publicitários / comerciais, dizendo que estes devem ter ficha técnica própria, o anunciante deve estar identificado, os suplementos não podem ser elaborados por jornalistas e, não sendo de natureza jornalística, não devem fazer referência ao cumprimento das normas do exercício da profissão de jornalista.

A diretiva, elaborada ao abrigo do n.º 1 do artigo 63.º dos Estatutos da ERC, que revoga a Diretiva 1/2009, sobre publicidade em publicações periódicas.

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