BE quer ouvir ministro da Economia sobre fábrica de baterias de lítio

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

"É importante discutir esta estratégia do lítio, que passa não só por este apoio a esta empresa chinesa como também pelo apoio à Savannah", disse Mariana Mortágua.

O BE quer ouvir na Assembleia da República o ministro da Economia, Pedro Reis, sobre a estratégia industrial do Governo, nomeadamente investimentos como o da nova fábrica de baterias de lítio em Sines, distrito de Setúbal.

É importante que o ministro da Economia seja chamado à Assembleia da República e que possa, perante o parlamento e o país, justificar os investimentos que estão a ser feitos. O mínimo que se pode exigir ao Governo é que diga ao país qual é a sua estratégia económica e industrial em vez de negar a existência de uma estratégia, enquanto oferece centenas de milhões de euros a uma empresa para produzir baterias de lítio”, justificou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.

A coordenadora bloquista referia-se ao projeto de construção da fábrica de baterias de lítio para automóveis da chinesa CALB, em Sines, distrito de Setúbal, num investimento aproximado de dois mil milhões de euros e que, segundo a empresa, deverá gerar 1.800 empregos diretos.

Referindo que o executivo português “está disponível a investir nesta fábrica de baterias até 350 milhões de euros”, a deputada defendeu que “ou o Governo tem uma política industrial para o país e toma decisões em nome dessa política industrial e compromete dinheiro público em nome dessa política industrial, ou não tem uma política industrial para o país e deixa o mercado tomar as suas decisões como vai anunciando”.

O que não é possível é termos um Governo que ao mesmo tempo diz que não tem política industrial, diz que não toma grandes decisões económicas, que não se mete em negócios alheios e dá 350 milhões a uma empresa chinesa para produzir baterias de lítio que é uma tecnologia controversa, no mínimo, quanto à sua sustentabilidade futura, o papel que vai ter no futuro e a sua utilidade futura, a disputa que há entre EUA, China e a Europa relativamente a esta tecnologia”, salientou.

Na ótica do BE, todas estas questões são “da maior relevância para o debate nacional”.

“É importante discutir esta estratégia do lítio, que passa não só por este apoio a esta empresa chinesa como também pelo apoio à Savannah, que é uma empresa que está a fazer a exploração de lítio em território português contra a vontade das populações”, lembrou, numa referência à prospeção do lítio em Boticas, distrito de Vila Real.

Interrogada sobre a ameaça do Chega, que no domingo admitiu propor uma comissão de inquérito à empresa Spinumviva, detida pela mulher e filhos do primeiro-ministro, Luís Montenegro – e que esteve no centro do debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo mesmo partido –, Mariana Mortágua voltou a acusar o partido liderado por André Ventura de “contaminar o debate público”.

Os bloquistas consideram que o Chega bloqueia a atividade da Assembleia da República, impedindo que se debatam temas “importantes para a vida das pessoas”, como a crise na habitação, e a coordenadora do BE realçou que tal não é por acaso, mas sim a estratégia daquele partido.

Mariana Mortágua afirmou que prefere recentrar o debate político na lei dos solos, que apelidou como “a mãe de todos os conflitos de interesse” e lembrou que o BE já chamou ao parlamento o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida. A deputada salientou que a recente investigação da RTP apontou que, quando era autarca, Castro Almeida “fez ajustes diretos com uma empresa de quem era sócio”, o mesmo, “agora, a quem vende a empresa imobiliária”.

“Quanto ao primeiro-ministro, penso que subsistem algumas perguntas, depois da explicação que deu, e para o bem do país, era importante que a esclarecesse e que pudesse responder a elas, para nós podermos discutir política, se faz favor”, apelou.

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Henry Cavill é o novo rosto da Longines

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 24 Fevereiro 2025

A Longines anunciou o ator como seu mais recente Embaixador da Elegância, reforçando a ligação da marca à excelência e ao requinte discreto.

Há personalidades que combinam carisma, sofisticação e uma presença marcante. Henry Cavill, ator britânico conhecido por papéis em filmes como “Super-Homem” e “Missão: Impossível – Fallout”, junta-se agora ao universo da alta relojoaria. A escolha não é um acaso. Desde 1832, a Longines tem procurado personalidades que ilustrem a sua filosofia: “A elegância é uma atitude”. Cavill, com a sua postura impecável e um equilíbrio entre tradição e modernidade, encaixa-se perfeitamente nesse ideal. A parceria coloca-o ao lado de outros nomes de peso como Kate Winslet, Jennifer Lawrence e a modelo Barbara Palvin, todos rostos da distinção da marca.

O CEO da Longines, Matthias Breschan, sublinha a afinidade natural entre Cavill e a marca: “A sua sofisticação, genuinidade e personalidade multifacetada refletem o verdadeiro significado da elegância nos dias de hoje. Seja no grande ecrã ou ao partilhar as suas paixões pela aviação e equitação, mantém sempre uma autenticidade e graciosidade que fazem dele a personificação do espírito Longines”.

Cavill, por sua vez, reconhece essa ligação. “O que me atrai na Longines é a sua elegância discreta. A verdadeira qualidade não precisa de ostentação – está presente em cada detalhe e em cada ação. Esta filosofia, sustentada por gerações de mestria artesanal e inovação, ressoa profundamente com os meus próprios valores”.

Não é difícil perceber a afinidade. Para além da carreira no cinema e televisão, Cavill é um gentleman moderno: apaixonado por videojogos, dedicado à produção de conteúdos originais através da sua produtora Promethean Productions e comprometido em desafiar os limites do entretenimento. Atualmente, prepara-se para protagonizar e produzir a adaptação de Warhammer 40.000 para a Amazon Prime Video e está envolvido no aguardado filme live-action Voltron.

A parceria com a Longines traz mais do que apenas um novo rosto à marca. Representa um alinhamento entre o passado e o presente, entre a mestria artesanal e a visão de futuro. Cavill visitará a sede da Longines em Saint-Imier, na Suíça, onde poderá conhecer de perto a história da marca, que há quase dois séculos define padrões na relojoaria de luxo.

Com um legado que inclui a cronometragem de campeonatos mundiais e uma presença marcante em federações desportivas internacionais, a Longines consolidou-se como um dos ícones da precisão. Integrada no Swatch Group, mantém-se fiel ao seu compromisso com a tradição, inovando sem nunca perder de vista a essência da elegância.

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Com as marcas a “navegar pela incerteza”, as tendências da publicidade digital para 2025

A IA, a preocupação dos consumidores com o bem-estar e a sua fadiga perante os algoritmos são alguns dos desafios na publicidade digital a que as marcas devem procurar responder este ano.

Pensando que as tendências de consumo deste ano refletem um mundo onde “a estabilidade parece passageira”, as marcas “devem navegar por essas contradições, oferecendo certeza sem rigidez e personalização sem saturação excessiva”, entende Sérgio Oliveira, head of business transformation do Publicis Groupe Portugal.

A ideia foi defendida no evento “Upfronts 2025”, realizado pelo IAB Portugal com o objetivo de analisar e discutir algumas das principais tendências da publicidade digital, tendo Sérgio Oliveira avançado cinco tendências do setor para o presente ano.

A inteligência artificial e o seu papel na ligação das marcas aos consumidores, a preocupação dos consumidores com o bem-estar ou a sua fadiga perante algoritmos que levam a um “loop infinito de treta” e que requerem uma análise por parte das marcas, foram outras das tendências elencadas pelo head of business transformation do Publicis Groupe Portugal.

Progresso AI.mbíguo

A primeira tendência referida por Sérgio Oliveira está relacionada com a inteligência artificial (IA), cujo papel está já, em 2025, “totalmente estabelecido”, influenciando o setor desde as recomendações personalizadas até às interações automatizadas com o cliente.

No entanto, esta tecnologia traz também preocupações relacionadas com a confiança, autenticidade e a diminuição da importância da conexão humana. Nesta lógica, ao mesmo tempo que a IA está a tornar as compras mais inteligentes, os consumidores continuam a procurar por apoio humano no suporte ao cliente, pelo que “as marcas devem fazer este equilíbrio de forma eficiente“.

A pesquisa baseada em IA está também a mudar a forma de procurar os conteúdos, bem como a forma como as marcas se vão posicionar neste campo, sendo que 60% das pesquisas já estão a ser tratadas pela IA, verificando-se uma redução da dependência dos motores de busca tradicionais.

Por outro lado, a IA veio complicar a distinção entre o que é verdadeiro e falso, o que implica para as marcas um desafio relacionado com a confiança, numa altura em que os consumidores são cada vez mais céticos. “As marcas têm de perceber como podem trabalhar esta questão da confiança num mundo onde os consumidores são cada vez mais desconfiados“, referiu o responsável da Publicis.

Trazendo uma perspetiva britânica para o evento, Jonathan Mew, CEO do IAB UK, defendeu também na sua apresentação que a IA vai mudar a forma como os consumidores descobrem produtos e marcas, sendo que 82% dos consumidores quer que esta tecnologia os ajude na redução de tempo que gastam à procura de algo para comprar.

Financial Prudence

Sérgio Oliveira chamou também a atenção para o repensar dos consumidores em relação à forma como gastam o seu dinheiro, acrescentando que as marcas devem perceber como navegar num ecossistema onde as pessoas estão ansiosas por gastar, mas em que a incerteza as leva também a ser muito cautelosas.

Ou seja, o desafio para as marcas passa por estas compreenderem “como é que podem fazer com que determinados tipos de despesas sejam encarados como um investimento inteligente, seja ao nível da educação financeira ou de recompensas gamificadas, e como é que podem criar um envolvimento a longo prazo” com o consumidor.

As estratégias a adotar podem ser bastante diferentes, mas o head of business transformation da Publicis deu como exemplo algumas marcas que estão a colocar o preço diretamente nas embalagens.

Proactive Wellness

Outra das tendências avançadas prende-se com as questões de bem-estar e com o facto de os consumidores estarem a deixar de ter “cuidados reativos” e passarem a uma “autogestão proativa”, preocupando-se cada vez mais com alimentação e hábitos de vida saudáveis, utilizando tecnologia, nutrição e soluções focadas na longevidade.

As marcas devem, portanto, refletir sobre que tipo de contributo podem dar neste sentido e como podem criar soluções que apoiem a longevidade, ao mesmo tempo que promovem opções de estilo de vida saudáveis.

Devem também pensar como podem “colmatar a disparidade no acesso à informação, tornando a nutrição personalizada mais acessível e acionável para todos“.

Nesta vertente, Sérgio Oliveira alertou também que os targets das campanhas vão também tender a multiplicar-se, em paralelo com a esperança de vida. Os consumidores estão também a assumir cada vez mais o controlo do envelhecimento, pelo que as marcas devem equacionar como vão responder aos desafios de terem compradores com cada vez mais idade.

O CEO do IAB UK, Jonathan Mew, defendeu precisamente o mesmo, referindo que as gerações mais velhas estão-se a tornar “dominantes” mas também “mais novas”, pelo que procuram por experiências e produtos que estas gerações não tendiam a procurar.

Além disso, o targeting vai também modificar-se ao longo dos próximos anos, desde logo devido ao crescimento da partilha de casa e outras consequências relacionadas com as dificuldades no acesso à habitação

Anti-algorithm

Para Sérgio Oliveira, atualmente vive-se numa “armadilha gigante”, onde existe um “loop infinito de treta“. Isto uma vez que “a fase de lua de mel da personalização digital acabou“, com os algoritmos “outrora celebrados pela personalização a deixarem agora os utilizadores esgotados”.

Neste sentido, “o desafio para as marcas prende-se com a capacidade de se manterem reais e distinguirem-se de conteúdos que muitas vezes não são geradas de forma profissional e cujo consumo excessivo está a conduzir a uma fadiga digital por parte dos consumidores”.

Mas como é que as marcas podem navegar neste ecossistema? A aposta na simplicidade ou o regresso ao analógico poderiam ser algumas das soluções, mas “não parece ser expectável que muitas pessoas voltem a usar telemóveis de teclas”, disse Sérgio Oliveiras.

As marcas devem assim refletir sobre como podem ultrapassar o ruído digital, encorajar as experiências humanas em primeiro lugar e utilizar curadores para “trazer a autenticidade a confiança de volta às experiências digitais”.

Resilient contradictions

O head of business transformation do Publicis Groupe Portugal defendeu ainda que os consumidores vivem atualmente num paradoxo entre a cautela e a ação, a desconfiança e a expectativa e entre o realismo e o escapismo, com as pessoas a “repensarem o seu relacionamento com as marcas” e a forçá-las a “navegar nestas contradições com adaptabilidade e reações rápidas“.

Neste sentido, “é importante que as marcas continuem a criar confiança neste mundo em contradição“, defendeu Sérgio Oliveira, que entende que o setor tem também um papel maior a desempenhar — nomeadamente na sociedade portuguesa –, tendo em conta a influência que exerce, pelo que as marcas devem refletir sobre como se podem tornar “a constante em que os consumidores confiam”.

Outras tendências

Retail media, connected TV ou marketing de influência são outras tendências que também devem marcar este ano e que foram abordadas por Fernando Parreira (presidente do IAB Portugal), Jonathan Mew (CEO do IAB UK), Joana Santos (head of agencies & partnerships da Google Portugal), Inês Cruz Silva (head of sales da Endless) e Reyes Justribó (diretora geral do IAB Espanha), que também marcaram presença no evento.

No evento, Fernando Parreira começou por avançar que 2025 vai ser um “ano de grande incerteza”, devido ao atual contexto macroeconómico e geopolítico, mas que vai também ser um “ano de grande inovação”, dando-se continuidade a uma “onda de inovação” que tem sido “muito protagonizada pela IA”, mas que conta com “ramificações” noutras áreas da tecnologia e na “forma como se fazem os negócios”.

O responsável adiantou também que, no campo da publicidade digital, os próprios consumidores esperam que a publicidade lhe seja cada vez mais dirigida, o que levanta desafios na forma como se faz o contacto com o consumidor. Segundo Fernando Parreira, 71% dos consumidores espera mesmo que as marcas entreguem experiências personalizadas através da publicidade digital.

O presidente do IAB Portugal alertou também para a importância da publicidade, que “ajuda a manter o acesso livre à informação e aos conteúdos de entretenimento”. Além disso, a publicidade digital representa, em média, 70% das receitas dos media na Europa, mostrou, sendo que, no entanto, o digital cresceu apenas 1% em Portugal no último ano.

Enquanto tendências para este ano, Fernando Parreira referiu desde logo a data — deixando no ar a pergunta se será em 2025 que as estratégias de first party data se vão efetivamente concretizar — assim como a afirmação do vídeo e connected TV.

No caso da connected TV, Reyes Justribó, diretora geral do IAB Espanha, defendeu que atualmente os preços para anunciar neste meio “estão um pouco altos para as marcas”, mas que uma maior oferta e inventário trará mais competição, o que fará com que os preços baixem. Justribó preconiza ainda o crescimento da compra programática neste segmento, já em 2025.

Já Joana Santos, da Google Portugal, referiu que a connected TV está a mudar a forma como as pessoas consomem media e que a sua adoção tem registado um “crescimento significativo” em Portugal ao longo dos últimos anos, sendo que 50% dos lares portugueses já dispõem de, pelo menos, uma connected TV.

Segundo dados apresentados por Joana Santos, entre as plataformas de streaming, a Netflix é que conta com mais utilizadores através de connected TV, na ordem dos 800 mil utilizadores, seguindo-se a Amazon Prime (500 mil), Disney+ (400 mil) e HBOMax (200 mil). Já o YouTube regista 2,5 milhões de utilizadores em Portugal através de connected TV.

No caso desta plataforma de vídeo pertencente à Google, Joana Santos adiantou que nos EUA já há mais pessoas a aceder à mesma através de connected TV do que através de dispositivos móveis.

Olhando para um horizonte temporal mais longínquo, Jonathan Mew argumentou que em 2030 a audiência da televisão linear será uma “minoria”, e que grandes audiências neste meio acontecerão apenas em “grandes momentos culturais ou desportivos”.

O retail media é também “claramente um movimento que está a acelerar, embora em Portugal se esteja um pouco atrás”, o áudio digital figura como “o formato que mais cresce na Europa” e o digital out of home “é também uma das novidades mais recentes em Portugal e sabemos que vai ter o seu crescimento”. Além disso, “as marcas estão a ser cada vez mais desafiadas para voltarem às suas raízes e reforçarem o branding no digital“, apontou Fernando Parreira.

No caso do investimento em retail media, este terá origem tanto em novos budgets criados para o efeito como na realocação de outros budgets já existentes e alocados a outros canais, tanto online como offline, defendeu Jonathan Mew. Segundo o CEO do IAB UK, 33% dos anunciantes a nível europeu indicam que estão a redirecionar investimento em search para retail media, e 31% avançaram que os seus investimentos em retail media advêm de novos budgets que não interferem com outros canais onde já investem.

Uma das grandes vantagens deste tipo de publicidade prende-se com o facto de os retalhistas oferecem uma cobertura complementar aos outros canais, permitindo que as marcas “alcancem audiências mais vastas e incrementem o retorno sobre o investimento feito em publicidade”, avançou Reyes Justribó. Segundo a diretora geral do IAB Espanha, a estandardização dos formatos aliada a uma melhor capacidade de medição “será a chave para o desenvolvimento” do retail media.

Inês Cruz Silva, head of sales da Endless, disse também que o retail media tem, “sem dúvida, vindo a ganhar um lugar de relevo no investimento das marcas”, defendendo ainda que se devia “começar a encarar o retail media não apenas numa perspetiva de eccommerce mas de uma forma omnicanal“.

Embora o “conteúdo sempre tenha sido rei”, as “fronteiras” entre os diferentes tipos de meios vão-se esbater cada vez mais ao longo dos próximos cinco anos, com os media a diversificarem-se para envolver o público de novas formas, defendeu Jonathan Mew. Isto também porque os consumidores não querem estar “confinados” a canais específicos, procurando antes conteúdos alinhados com os seus interesses e disponíveis para serem consumidos da maneira que estes mais gostam.

Reyes Justribó indicou ainda o marketing de influência enquanto outra tendência que se irá afirmar ao longo de 2025, onde lançamentos limitados (“drops”) serão capazes de criar uma “sensação de exclusividade” e, dessa forma, gerar uma grande procura e lealdade junto dos consumidores. Além disso, os influenciadores virtuais vão também criar novas possibilidades criativas para as marcas, desde logo por permitirem um controlo total do storytelling.

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PT2030 com taxa de execução de 5,8% até janeiro. Compete ainda em último

Compete está entre os primeiros ao nível das aprovações, mas cai para último na execução, com apenas 12 milhões de euros (0,3%). É dos que mais executaram entre dezembro e janeiro.

A taxa de execução do Portugal 2030 no final janeiro de 2025 era de 5,8%. Mais 0,4 pontos percentuais face ao mês anterior e um desempenho muito inferior ao registado no Portugal 2020, no período homólogo. O Pessoas 2030 lidera com uma execução de 16,9%. O pior desempenho é do Compete: apenas 0,3%.

O novo quadro comunitário de apoio tem 5.702 milhões de euros de fundo aprovado e 1.329 milhões de euros de fundo executado, sendo que a maior parte deste desempenho é da responsabilidade do programa Pessoas 2030, com uma taxa de execução 16,9% (962,16 milhões de euros). O segundo e terceiro lugares do pódio são ocupados, respetivamente pelo Programa de Assistência Técnica (14,7% que corresponde a 24,69 milhões de euros), e o Mar 2030 com uma taxa de execução de 8,04% (31,56 milhões de euros a 31 de dezembro). Mas estes dois programas são relativamente pequenos em termos de dimensão.

Já o Compete, também conhecido como o programa das empresas, está entre os primeiros ao nível das aprovações, mas cai para último na execução, com apenas 12 milhões de euros (0,3%). Ainda assim, está entre os que mais executaram entre dezembro e janeiro (+6,62 milhões de euros). Melhor só o Centro 2030 (com mais 8,68 milhões) e a Madeira (8,36 milhões), mas que são programas de menor dimensão.

Estas taxas de execução deixam os fundos em perigo de devolução de verbas a Bruxelas, porque em 2025 já se aplica a chamada regra da guilhotina. O ministro Adjunto e da Coesão, Manuel Castro Almeida, já disse no Parlamento que o atual quadro comunitário de apoio está sob “uma pressão anormal” este ano porque todos os programas – temáticos ou regionais – têm de cumprir esta regra da guilhotina.

Isto é, os programas têm de gastar o correspondente ao orçamento de cada ano nos três anos seguintes. Se não o fizerem, o montante remanescente tem de ser devolvido a Bruxelas. Ou seja, em cada programa operacional é necessário dividir a dotação por sete (correspondente ao número de anos do quadro) e é esse o valor que é necessário executar três anos depois (é a regra do N+3).

Castro Almeida revelou que o risco máximo é do Sustentável 2030, o programa que sucedeu ao POSEUR, por isso, a opção de retirar alguns investimentos do PRR e assegurar a sua continuidade com financiamento do PT2030 pode ajudar a superar este problema.

O Sustentável 2030 apresentava no final de janeiro uma taxa de execução de 3,7%. No espaço de um mês executou 6,2 milhões de euros, o que o coloca no TOP 5 da execução em valores, mas não em taxa.

A taxa de execução de 5,8% do PT2030 compara com os 21% do Portugal 2020, em dezembro de 2017. No anterior quadro comunitário de apoio não havia uma monitorização mensal do desempenho dos fundos e este e o valor homólogo mais próximo.

É preciso ter em conta que no PT2020, a agricultura estava incluída e, nessa altura, já contava com uma taxa de execução de 39%, influenciando muito positivamente os dados globais. Sem isso, a taxa de desceria para 17,6%, ainda assim muito acima do executado no PT2030.

A influenciar negativamente o desempenho do PT2030 está a sua entrada em vigor ainda mais tarde do que é habitual e a simultaneidade no tempo com o encerramento do PT2020 e a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que acabou por ter uma dotação idêntica a um quadro comunitário (22,2 mil milhões de euros), mas que tem de estar integralmente executado até 2026.

Em termos de taxas de aprovação a liderança vai também para o Pessoas 2030 que tem 2,64 mil milhões aprovados, num total de 3.660 operações. Segue-se o Norte 2030 (728) e o Compete 2030 (665). No extremo oposto está o Programa de Assistência Técnica com apenas 25. Em termos globais, 24,8% do PT2030 já foi aprovado, num total de 5,7 mil milhões de euros.

A monitorização mensal do PT2030 revela ainda que, no final de janeiro, dos 12,51 milhões de euros colocados a concurso (54%), o Lisboa 2030 tem a maior percentagem do programa já a concurso (74%) seguido do Sustentável 2030 e do Mar 2030 (69%).

Por outro lado, a Comissão já transferiu, a título de pagamentos intermédios, 10,24 mil milhões para os 27 Estados-membros, “resultado da execução das operações financiadas pelos fundos da coesão no âmbito do período de programação 2021-2027”.

“No conjunto dos 14 Estados-membros com envelopes financeiros acima dos seis mil milhões, Portugal está em 11º lugar em termos dos pagamentos intermédios recebidos, com 205 milhões de euros (0,9% da respetiva dotação), seguindo-se a Itália, a Croácia e a Espanha, o último ainda sem pagamentos”, lê-se na monitorização mensal.

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Grupo Greenvolt instala painéis solares em 10 parques logísticos na Alemanha

A Energy Partners, da qual a empresa portuguesa é acionista, fez um acordo com a gigante da logística GLP para uma dezena de projetos de energia fotovoltaica de 23 megawatts.

O grupo Greenvolt, através da subsidiária Energy Partners, assinou um acordo com a GLP Clean Energy para implementar dez projetos fotovoltaicos nos telhados de armazéns logísticos na Alemanha. A empresa vai instalar painéis solares nos parques do promotor logístico, que faz parte da GPL (antiga Global Logistic Properties).

Os projetos contratualizados, cuja capacidade total é de aproximadamente 23 megawatts (MW), serão remunerados ao abrigo da Lei das Energias Renováveis (EEG). O primeiro, de 3,8 megawatts (MW), será concluído até ao final deste mês num armazém logístico da GLP em Mönchengladbach, na Renânia do Norte-Vestfália (na fotografia).

“A eletricidade gerada localmente será disponibilizada aos inquilinos da GLP através de Contratos de Compra de Energia (PPA), sem necessidade de investimento por parte deles. Além disso, a eletricidade gerada será oferecida a um preço reduzido em comparação com a tarifa standard”, esclarece a energética nacional.

Segundo o diretor executivo da Energy Partners, Matthias Giller, posteriormente, se for “necessário”, serão “implementadas soluções de armazenamento e mobilidade elétrica”, de acordo com a informação transmitida esta segunda-feira à imprensa.

“Os sistemas fotovoltaicos em coberturas constituem uma das características mais relevantes dos centros de logística modernos. A geração de energia solar no local resolve de forma ideal o chamado trilema energético: é economicamente viável, reduz as faturas de eletricidade dos nossos inquilinos e é sustentavelmente rentável“, explicou o diretor sénior da GLP Clean Energy, Stefano Fissolo.

Fundada em 2024 como uma subsidiária da MaxSolar GmbH, a Energy Partners GmbH comercializa soluções para projetos energéticos e, através da celebração de PPA – Power Purchase Agreements onsite e offsite, permite que clientes industriais e comerciais (C&I) garantam um fornecimento de eletricidade verde a longo prazo.

Presente em 20 países, a Greenvolt conta com mais de 450 MWp de capacidade contratada, aproximadamente 180 MWp instalados e um portefólio de mais de 2.500 projetos. O pipeline de solar, eólica e armazenamento está nos 10,9 gigawatts (GW).

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Fornecedores da CALB interessados em investir em Portugal

O ministro da Economia comunicou que, de acordo com a CALB, há fornecedores desta empresa que estão a considerar Portugal como destino de investimento.

O ministro da Economia, Pedro Reis, indica que, de acordo com a presidente da CALB, Liu Jingyu, “muitos fornecedores da CALB consideram investir em Portugal”. O ministro falava, esta segunda-feira, na cerimónia de lançamento do projeto para a construção de uma fábrica de baterias de lítio de última geração em Sines, num investimento de aproximadamente dois mil milhões de euros.

O ministro da Economia, Pedro Reis, acompanhado pela chairman da CALB, Liu Jingyu, durante o lançamento do projeto da nova fábrica de baterias de lítio em Sines, Lisboa, 24 de fevereiro de 2025. A CALB, líder global na produção de baterias de iões de lítio, lança o projeto para a construção de uma fábrica de baterias de lítio de última geração em Sines. ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

Isto é daqueles big bangs de investimento que de vez em quando acontecem, e que neste momento, para Portugal, é tremendamente importante, não só pelo que faz acontecer, [mas também] pelo que sinaliza a outros setores“, afirmou Pedro Reis, em declarações à imprensa, à margem do evento.

Questionado sobre mais detalhes em relação a estes fornecedores, o ministro escusou-se a avançá-los, afirmando que dizer mais “seria dar trunfos à nossa concorrência internacional” já que, nestes momentos, há “uma corrida altamente competitiva pelo investimento externo”.

No discurso que fez no evento, o responsável pela pasta de Economia afirmou que Portugal é crescentemente visto como porto de abrigo para investimentos e uma plataforma estratégica para exportação: “Algo se passa de positivo com a economia portuguesa para que o mundo cá esteja a reforçar o investimento”. No entanto, assinalou, o desafio é não ficar pela exportação de eletrões, mas também incorporar o valor acrescentado nos serviços e economia nacional.

Ainda à margem, Madalena Oliveira e Silva, administradora da AICEP, afirmou que a contratualização dos incentivos ao projeto terá de ocorrer ainda em 2025. Pedro Reis indicou que o apoio pode ir até 35% do total de incentivos disponíveis, o correspondente a 350 milhões de euros, mas isso não significa que seja atingida essa fasquia. Segue-se a avaliação nos próximos meses.

(Notícia atualizada às 16:44)

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Carregamento para carros elétricos vai instalar mais 80 pontos em 18 municípios

Operadores de Pontos de Carregamento têm até 21 de março para apresentarem as propostas. Prevê-se que os postos entrem em funcionamento até ao final deste ano.

A Mobi.E, entidade gestora da rede de mobilidade elétrica, lançou um novo concurso internacional para instalação e exploração de 40 postos de carregamento, num total de 80 pontos, para veículos elétricos. Os equipamentos ficarão localizados em 18 municípios que manifestaram interesse na adesão.

Nesta segunda fase da iniciativa “Ruas Elétricas”, o orçamento é de 540 mil euros, de um total de 2,3 milhões de euros que não foram esgotados na fase inicial, verba cofinanciada pelo Fundo Ambiental.

Em comunicado, a Mobi.E adianta que a “iniciativa visa dotar de postos de carregamento ruas em zonas urbanas, residenciais ou comerciais, onde predominam edifícios sem parqueamento próprio, criando as condições necessárias para que os moradores destas zonas possam vir a adquirir veículos elétricos”.

“É também uma forma de sensibilizar os municípios para o papel central que desempenham na transição para uma mobilidade sustentável, incentivando-os a criar procedimentos para reforço da rede pública de carregamento”, avança a entidade gestora da rede de mobilidade elétrica.

Em Paços de Ferreira, serão instalados quatro postos de carregamento, ao passo que Mirandela e Ourém receberão, cada, três postos. O reforço da infraestrutura incluirá ainda dois postos em 15 outros concelhos. A saber: Borba, Carregal do Sal, Castanheira de Pera, Constância, Crato, Fundão, Marvão, Mora, Oleiros, São João da Pesqueira, Santa Cruz das Flores, Sertã, Sousel, Tábua e Trofa.

Cada um destes equipamentos terá uma potência de 22 kW, com dois pontos de carregamento em simultâneo, devendo permitir carregamentos sem necessidade de contrato prévio com um Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica.

O concurso determina um prazo de 30 dias, até 21 de março, para que os Operadores de Pontos de Carregamento (OPC) apresentem as suas propostas através da plataforma de compras públicas acinGov. Prevê-se que os postos entrem em funcionamento até ao final deste ano.

A primeira fase do projeto está em fase de implementação e prevê a instalação de um total de 156 postos de carregamento (312 pontos) em 62 municípios. Os lotes, que foram a concurso em setembro último, foram adjudicados à EDP Comercial, Wowplug, Ecoinside, Mota-Engil Renewing, Galp e Wenea.

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“Motivos de ordem técnica” impedem validação de faturas para o IRS

Portal e-Fatura não está a permitir registar as despesas e o prazo termina já esta terça-feira. "Por favor tente mais tarde", sugere o site.

“Motivos de ordem técnica” estão a impedir os contribuintes de validar as despesas para o IRS no portal e-Fatura. O prazo termina esta terça-feira. O ECO já questionou o Ministério das Finanças sobre a causa deste erro e se equaciona estender o período para o registo das faturas e aguarda resposta.

Depois de queixas de alguns contribuintes que não estavam a conseguir validar as faturas, o ECO fez um teste e obteve o mesmo problema. Ao tentar registar uma despesa o site emite a seguinte mensagem: “Por motivos de ordem técnica não nos é possível responder ao seu pedido. Por favor tente mais tarde”.

 

 

Caso o Governo não alargue o prazo, só tem até esta terça-feira, dia 25, para validar as faturas. Se falhar este passo não irá beneficiar de todas as deduções à coleta, no acerto de contas com a Autoridade Tributária (AT). Ou seja, poderá ser pago um reembolso menos significativo ou até ter que pagar imposto.

Para validar as faturas, o contribuinte deve entrar no portal e-Fatura, inserir os dados de autenticação, que são os mesmos para aceder ao portal das Finanças. Depois, deve consultar as faturas que lhe aparecem pendentes (em destaque no topo da página) e terminar o preenchimento atribuindo a cada uma das 13 categorias disponíveis: saúde, educação, lares, imóveis, reparação de automóveis, reparação de motociclos, restauração e alojamento, cabeleireiros, atividades veterinárias, passes mensais, ginásios, jornais e revistas. Existe ainda a opção ‘outros’ que deve ser usada para despesas gerais e familiares em supermercados.

Há faturas que já aparecem automaticamente categorizadas mas outras continuam pendentes. Por isso, deve verificá-las para garantir que todas as deduções são aproveitadas ao máximo.

Por exemplo, as faturas de supermercado normalmente surgem quase sempre como pendentes assim como as de portagem ou estacionamento. Neste caso, deve selecionar a categoria ‘outros’ que diz respeito às despesas gerais e familiares. Também recibos de restaurante costumam estar pendentes.

Para registar corretamente a despesa, tem de entrar na respetiva fatura, correr a página até ao fim, clicar no botão ‘alterar’ e selecionar a opção pretendida. Também tem a possibilidade de inserir manualmente uma despesa. Para tal, deve escolher o botão ‘registar nova fatura’.

Se for trabalhador independente, poderá ainda escolher as faturas que dizem à sua atividade profissional. No futuro, já não será preciso este passo, porque o Governo está a trabalhar, no âmbito do pacote de simplificação fiscal, num mecanismo que irá permitir que o contribuinte indique um NIF diferenciado para a categoria B. Isto fará com que seja possível a classificação automática de faturas para contribuintes com rendimentos de trabalho independente, de modo a dispensar o contribuinte da obrigação de classificar todas as faturas, consoante sejam a título pessoal ou profissional.

Se tem filhos deve consultar também as páginas deles para validar as faturas emitidas com o seu NIF, atribuindo-lhes a categorias adequadas. Pode ainda ter a necessidade de associar receitas médicas a algumas das despesas de saúde do agregado e é por isso que não deve deixar para o último dia esta tarefa. É ainda possível reaver parte do IVA pago em ginásios e em assinaturas de jornais e revistas.

E se as faturas não estiverem disponíveis? Depois de 25 de fevereiro, no caso de haver despesas que não apareçam no e-Fatura até 31 de março, o contribuinte deverá introduzi-las manualmente na declaração de IRS durante a época de preenchimento, que decorre de abril a junho.

A partir de 16 de março, o portal das Finanças disponibiliza a listagem das despesas para dedução à coleta do IRS apuradas pela Autoridade Tributária. Caso verifique alguma omissão ou inexatidão reclame até 31 de março.

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Mais dívida, corte de subsídios e impostos. Como Merz quer pôr a Alemanha na rota do crescimento

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Fevereiro 2025

Friedrich Merz quer formar um novo Governo na Alemanha até à Páscoa. Os sociais-democratas e os Verdes são possíveis parceiros de coligação, para fazer o país voltar a ser o motor da economia do euro.

Friedrich Merz vai tornar-se, aos 69 anos, o próximo chanceler da maior economia da Zona Euro, após sair vencedor das eleições legislativas antecipadas deste domingo. Natural do mais populoso dos 16 estados da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestefália, este conservador formado em Direito, mas que desde cedo se tem dedicado à política e com experiência no mundo empresarial, quer formar um Governo que consiga reformar o travão constitucional à dívida do país para o pôr no caminho do crescimento económico.

Até chegar à liderança da União Democrata-Cristã (CDU), a qual conquistou apenas à terceira tentativa, foi eleito deputado ao Parlamento Europeu em 1989 antes de se dedicar à política nacional como membro do Parlamento federal alemão, cinco anos mais tarde. Chegou a estar afastado da política ativa após 2009, período em que exerceu advocacia e trabalhou no setor privado, na filial alemã da BlackRock.

No entanto, Merz chega agora a primeiro-ministro da Alemanha sem experiência governativa, depois de “herdar” a CDU da ex-chanceler Angela Merkel em 2021, com quem as diferenças ideológicas e estratégicas foram evidentes ao longo do tempo.

Os resultados provisórios já divulgados ditam uma vitória do bloco conservador da União Democrata-Cristã (CDU) e do partido “irmão” União Social-Cristã na Baviera (CSU), que, juntos, conquistaram 208 lugares dos 630 que compõem o Bundestag. Longe da maioria absoluta, Merz vai ter de se coligar com pelo menos mais um partido para conseguir formar Governo.

Mas, diante de um Parlamento mais fragmentado, com o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) a duplicar os resultados das eleições anteriores e a tornar-se a segunda força política, pode tornar-se ainda mais difícil para o próximo quadro governativo inverter o cenário de contração económica dos últimos dois anos para passar a uma taxa de crescimento anual de 2%.

O principal desafio reside no facto de a AfD e o Die Linke (A Esquerda) deterem um total combinado de 216 assentos – mais de um terço do Bundestag –, o que lhes confere a capacidade de vetar quaisquer alterações constitucionais, quando para aumentar o teto da dívida — um passo crucial para financiar o reforço dos investimentos em Defesa e Infraestruturas — é necessária uma maioria de dois terços dos 630 deputados.

“A AfD é contra uma reforma do travão à dívida. O Die Linke é contra um aumento nos gastos com Defesa, embora possa apoiar uma reforma do travão da dívida para aumentar o investimento”, assinala o economista Niklas Garnadt.

Com uma postura mais conservadora socialmente, mas mais favorável às empresas em comparação com Olaf Scholz e mesmo Angela Merkel, o líder da CDU defende a redução das prestações sociais, como do subsídio de desemprego, bem como da burocracia e do número de funcionários públicos. Simultaneamente, apoia cortes nos impostos sobre os rendimentos pessoais e das empresas, o que, a concretizar-se, baixaria as receitas do Estado para criar mais investimento.

Outra preocupação para Friedrich Merz é a relação transatlântica e a revitalização do eixo franco-alemão. A sua prioridade absoluta é “criar unidade na Europa” face às pressões vindas da nova Administração norte-americana e de Moscovo.

“Concordo plenamente com todos aqueles que estão a exigir mais liderança da Alemanha e, francamente, estou disposto a fazê-lo porque estou a ver que a Alemanha está numa posição estratégica no centro da Europa”, disse o próximo chanceler alemão, na Conferência de Segurança de Munique.

Como descreve o Politico, Merz é um “atlantista convicto” que “vê o estatuto da Alemanha como a maior economia da Europa como uma oportunidade para ‘não ser anão’ em comparação com um Trump ‘imprevisível'”.

Não obstante, no primeiro discurso após a vitória, afirmou: “A prioridade absoluta será reforçar a Europa o mais depressa possível, para que, passo a passo, possamos mesmo alcançar a independência face aos Estados Unidos”.

Quanto à China, a posição do líder dos conservadores parece menos flexível em comparação com Olaf Scholz, tendo mesmo reconhecido que a Alemanha tem uma grande dependência do gigante asiático.

Exemplo disso é o peso do mercado chinês nas vendas da Volkswagen, atualmente em situação de crise, com cortes salariais e fecho de fábricas, e sobre a qual Merz já disse estar “fora de questão” o Estado ajudar economicamente.

Além disso, os analistas argumentam que os resultados eleitorais deste domingo não são favoráveis a grandes reformas económicas. “É difícil ver o próximo Governo a ser capaz de entregar muito mais à economia do que um impacto positivo de curta duração de alguns cortes de impostos, pequenas reformas e um pouco mais de investimento”, disse Brzeski, do ING, que considera uma reforma do sistema de pensões “altamente improvável”.

Mas um dos primeiros atos de Merz após a vitória nas eleições de domingo já está a gerar polémica: convidou Benjamin Netanyahu para uma visita à Alemanha, quando o Tribunal Penal Internacional emitiu há meses um mandado de captura contra o primeiro-ministro israelita.

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Ministro da Agricultura contra cortes na PAC que é uma questão de “segurança alimentar e defesa”

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

O ministro da Agricultura insistiu que não se pode “destruir o que funciona bem" e que a Política Agrícola Comum "é segurança alimentar, mas também é defesa”.

O ministro da Agricultura insurgiu-se esta segunda-feira contra cortes na Política Agrícola Comum, considerando que é, não só uma questão de “segurança alimentar” para os países da União Europeia (UE), mas é “também defesa”.

“A Política Agrícola Comum [PAC] é segurança alimentar, mas também é defesa”, disse José Manuel Fernandes, no âmbito de uma reunião ministerial, em Bruxelas, capital da Bélgica e sede das principais instituições da UE.

“Nesse sentido, consideramos que não são aceitáveis cortes na PAC”, completou o governante, insistindo que são necessários apoios “para os agricultores” e para fomentar o investimento.

O ministro da Agricultura insistiu que não se pode “destruir o que funciona bem” e que a pandemia demonstrou que a PAC resulta. Sobre a adesão da Ucrânia à UE e eventuais alterações que seja necessário fazer para incorporar o país, José Manuel Fernandes disse que a inclusão vai “reforçar a autonomia estratégica” da UE.

“Tornar-nos-á mais fortes”, completou, no dia do terceiro aniversário desde o princípio da invasão russa.

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Vendas de bens penhorados na plataforma e-Leilões atingem 629 milhões em 2024

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

O segmento imobiliário "manteve-se como o mais dinâmico", com um volume de vendas de 593,5 milhões de euros, indica a Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução.

O volume de vendas de bens penhorados na plataforma online da Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução (OSAE), apelidada de e-Leilões, atingiu os 629,3 milhões de euros em 2024, foi anunciado esta segunda-feira.

A plataforma criada pela OSAE para agilizar a venda de bens que foram alvos de penhora, através de leilões eletrónicos, registou, no ano passado, 10.170 sessões de leilão, com 169.150 licitações, segundo adiantou a ordem em comunicado.

O segmento imobiliário “manteve-se como o mais dinâmico”, indicou a OSAE, com um volume de vendas de 593,5 milhões de euros, o que reflete “a elevada procura e a confiança dos investidores”.

Já os bens de direito alcançaram 24,8 milhões de euros em vendas, com 4.559 licitações, enquanto o setor automóvel totalizou vendas no valor de 8,08 milhões de euros, impulsionado por 36.340 licitações.

No segmento dos equipamentos e maquinaria, a comercialização de equipamentos atingiu 1,6 milhões de euros, enquanto as máquinas registaram 449 mil euros em vendas. Finalmente, o mobiliário “alcançou 769 mil euros em volume de vendas, confirmando a diversidade da oferta na plataforma”.

Anabela Veloso, bastonária da OSAE, defende que, com “os bens vendidos a valores justos, à luz do mercado atual, a entrada em funcionamento do e-Leilões trouxe o reforço da proteção dos direitos e interesses de exequentes e executados”, em declarações citadas em comunicado.

A responsável destaca também o apoio do Ministério da Justiça e a cooperação que mantida com a área governativa e as mais diversas entidades envolvidas nesta plataforma.

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Trabalhadores das Lajes rejeitam indisponibilidade dos EUA para rever tabelas salariais

  • Lusa
  • 24 Fevereiro 2025

O sindicato pede uma "postura de maior exigência ao Estado português em relação aos Estados Unidos da América", acusando os sucessivos governos da República de "subserviência sistemática".

Os trabalhadores portugueses na base das Lajes, nos Açores, recusam-se a aceitar que Portugal não reivindique junto dos Estados Unidos uma revisão das tabelas salariais, com vencimentos base abaixo do mínimo praticado no país, informou um dos sindicatos.

Quer o sindicato, quer os trabalhadores não aceitam como resposta a indisponibilidade da parte americana. É sempre possível tentar um diálogo e, neste caso, da parte portuguesa é possível fazer perceber aos norte-americanos que não é uma questão de disponibilidade, é uma questão de justiça, de direito internacional e de mínimos”, afirmou o dirigente sindical Vítor Silva.

O coordenador do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Comércio e Escritórios, Hotelaria, Turismo e Transportes dos Açores (SITACEHTT), falava, em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Desde 2021 que o sindicato alerta para o facto de alguns níveis da tabela salarial das Feusaçores (forças norte-americanas destacadas na base das Lajes) apresentarem valores abaixo do salário mínimo nacional e do salário mínimo regional nos Açores, que tem um acréscimo de 5%.

Para evitar que os trabalhadores portugueses aufiram menos do que o salário mínimo regional, foi criado um suplemento, para atingir esse valor, mas, segundo o sindicato, isso significa que trabalhadores com 10 e 15 anos de serviço perdem direito às diuturnidades.

Em janeiro, o deputado do PSD eleito pelos Açores Francisco Pimentel questionou o ministro da Defesa Nacional, numa pergunta, por escrito, na Assembleia da República, sobre esta situação.

“Está o Ministério da Defesa ao corrente desta situação e disponível para diligenciar no sentido de avançar com a revisão imediata da estrutura salarial destes trabalhadores, sem dependência de recurso a complementos que se fundem e confundem com diuturnidades?”, questionou.

Na resposta, o Governo disse que as remunerações dos trabalhadores portugueses na base das Lajes dependiam do acordo de cooperação e defesa entre Portugal e os Estados Unidos, “não tendo qualquer mecanismo de atualização automática ou indexação perante as alterações remuneratórias nacionais”, e que não existia “disponibilidade da parte dos EUA para avançar com a mesma, atenta a complexidade desta revisão”.

Segundo Vítor Silva, se foi possível criar um suplemento sem rever o acordo, também é possível “criar uma norma que diga que nenhum trabalhador português na base das Lajes pode ter um salário base inferior à retribuição mínima mensal garantida nos Açores”.

O SITACEHTT/Açores pede uma “postura de maior exigência ao Estado português em relação aos Estados Unidos da América”, acusando os sucessivos governos da República de “subserviência sistemática”.

“É fundamental que, ao contrário do que aconteceu até aqui, o Estado português assuma uma atitude de maior firmeza e exigência na defesa dos interesses do país, dos Açores e dos direitos laborais dos trabalhadores portugueses”, vincou.

O dirigente sindical vai reunir-se, na terça e quarta-feira, com as forças políticas com representação na Assembleia da República, para pedir “total empenhamento” na defesa dos assuntos laborais na base das Lajes.

Os trabalhadores reivindicam a “revisão da tabela salarial e a consagração do primeiro nível de todas as tabelas salariais igual ou superior à retribuição mínima mensal garantida praticada nos Açores”.

“Este ano, faz 30 anos do acordo de cooperação e defesa e consequentemente do acordo laboral. Isso significa que há 30 anos que não é revista a tabela salarial. É mesmo urgente fazer-se alguma coisa”, alertou Vítor Silva.

Segundo o sindicalista, atualmente, existem nove funcionários com vencimentos base abaixo do salário mínimo regional, mas o número poderá aumentar, tendo em conta que o salário mínimo em Portugal tem vindo a aumentar todos os anos.

“Os valores que estão a ser pagos na base das Lajes aos trabalhadores portugueses são extremamente baixos. Em média, são 25% inferiores àqueles que são praticados noutras bases dos Estados Unidos na Europa”, salientou.

O sindicato exige também a consagração de prazos de resposta pelos diferentes níveis de resolução de conflitos, “garantindo que os trabalhadores possam recorrer, em tempo útil, às instâncias judiciais”.

Em setembro de 2022, os trabalhadores com salários base abaixo do salário mínimo regional apresentaram queixas, mas depois de passarem pelos comandos português e norte-americano e pela comissão laboral, foram encaminhadas para a comissão bilateral, que ainda não deu resposta.

O SITACEHTT/Açores reivindica ainda o estabelecimento de um contingente mínimo de trabalhadores portugueses na base das Lajes, numa proporção de três por cada militar norte-americano, que nunca desça abaixo dos atuais 450 funcionários.

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