Custo de construir uma habitação nova sobe 3,1% só por causa da mão-de-obra

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9 Abril 2025

Em fevereiro, construir uma habitação nova era 3,1% mais caro do que um ano antes. Um agravamento explicado quase exclusivamente pela subida de 6,9% do custo da mão-de-obra.

Os custos de construção de habitação nova aumentaram 3,1% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

A subida deste indicador, embora represente uma desaceleração de três décimas face à variação registada em janeiro, é influenciada quase exclusivamente pelo aumento do custo da mão-de-obra, que alcançou 6,9% no segundo mês do ano.

Apesar de ter sido o menor aumento do custo da mão-de-obra desde março de 2024, o agravamento deste custo estará intimamente ligado à escassez de mão-de-obra que se verifica atualmente no setor da construção.

Enquanto isso, o preço dos materiais teve uma variação nula, depois de um acréscimo de 0,4% em janeiro, mostram os dados oficiais divulgados esta quarta-feira.

Variação homóloga dos custos de construção de habitação nova:

Fonte: INE

Feitas as contas, o custo da mão-de-obra contribuiu com 3,1 pontos percentuais (3,2 pontos percentuais no mês anterior) para a variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova, enquanto os materiais tiveram um contributo praticamente nulo. No entanto, “apesar de a variação dos materiais ter sido nula, a um nível mais desagregado existiram contributos positivos e negativos”, refere o INE.

Nesse sentido, os betumes e os materiais de revestimentos, isolamentos e impermeabilização e os vidros e espelhos contribuíram positivamente para a variação agregada do preço, ao registarem uma subida acima dos 10% e de cerca de 5%, respetivamente, no mês em análise, salientou o INE.

Em sentido inverso, as madeiras e derivados, a chapa de aço macio e galvanizada e as tubagens de aço, de ferro fundido e aparelhos para canalizações apresentaram reduções de cerca de 10%.

No que diz respeito à variação em cadeia dos custos de construção de habitação nova, a variação mensal do índice foi de 0,1% em fevereiro, nove décimas abaixo do registado no mês anterior, tendo o custo dos materiais aumentado 0,5% e o da mão-de-obra 0,3%.

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Exportações voltam a disparar. Cresceram 12% em fevereiro, antes da queda do Governo e da guerra comercial

"As exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de +11,9% e +3,3%”, revela o INE. Valores de janeiro foram revistos em alta.

As exportações em fevereiro cresceram 11,9% mantendo a trajetória iniciada em janeiro e com uma nova redução do défice da balança comercial, de 483 milhões de euros, antes da queda do Governo e da guerra comercial. O bom desempenho das vendas de bens ao exterior surge na sequência de trabalhos por encomenda.

“Em fevereiro de 2025, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de +11,9% e +3,3%”, revela o Instituto Nacional de Estatística esta quarta-feira.

“O défice da balança comercial diminuiu 483 milhões de euros em fevereiro de 2025, em termos homólogos, atingindo 1.952 milhões de euros”, acrescenta a mesma nota sobre as estatísticas do comércio internacional.

A economia nacional já tinha arrancado o ano com um crescimento homólogo de 11,9% das exportações e de 8,6% das importações de bens, valores revistos em alta em 0,2 pontos percentuais.

O comportamento das exportações de bens foi ainda melhor se excluídos os combustíveis e lubrificantes – o acréscimo homólogo foi de 13,5%, um ligeiro abrandamento de face aos 13,7% de janeiro.

De acordo com o INE, o bom desempenho das exportações nacionais deve-se às transações TTE, ou seja, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade). Um exemplo são os trabalhos de processamento. Porque se forem excluídas estas vendas ao exterior, “as exportações registaram um acréscimo mais modesto”, de 1,5% face ao período homólogo”.

Assim, as exportações de fornecimentos industriais aumentaram 37,3%, sobretudo de produtos químicos para a Alemanha. “O aumento nesta categoria ficou a dever-se, essencialmente, ao aumento das transações TTE, que representaram 28% da totalidade das exportações nesta categoria (+23,7 p.p. que no período homólogo)”, explica o INE.

Em termos de destinos, tendo em conta os principais países parceiros de 2024, o maior aumento das exportações foi para a Alemanha (+73,4%), sobretudo de ao nível dos fornecimentos industriais, mas quando excluídas as transações TTE, o acréscimo das exportações para a Alemanha foi de apenas 2,3%. Além disso, as exportações para Espanha subiram 5,9%.

As maiores quebras nas exportações foram registadas para Marrocos (-13%), para o Reino Unido (-11,6%) e para a Bélgica (-6,3%).

Bens de consumo, Máquinas e Combustíveis com os maiores aumentos nas importações

Em fevereiro, as importações de bens aumentaram em termos homólogos 3,3% uma forte desaceleração face ao crescimento de 8,6%, em janeiro. Excluindo combustíveis e lubrificantes, a progressão foi de 2,9%, contra os 9,9% de janeiro e excluindo as transações TTE, ou seja, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda as importações aumentaram 4,8%.

Foi da China que Portugal mais bens importou em fevereiro, com um aumento de 30% das importações. As compras aos Países Baixos e a França aumentaram 15,8% e 15,6%, respetivamente.

As importações dos Estados Unidos aumentaram 9,5% em fevereiro, também numa lógica de antecipação das tarifas que se vieram a confirmar.

A quebra mais significativa foi da Irlanda (-36,7%) e do Brasil (-21,5%).

Tal como nas exportações, os preços das importações registou uma variação positiva, +0,4% contra -0,8%, em janeiro de 2025 e -6,0% em fevereiro de 2024. Excluindo os produtos petrolíferos, a variação foi nula (-0,7%, em janeiro de 2025; -6,0% em fevereiro de 2024), sublinha o INE. Os preços das exportações registaram uma variação positiva de 0,5%, quando no mês anterior tinha sido negativa (-0,4%) e no mês homólogo também (-4,5%). “Excluindo os produtos petrolíferos, a variação foi ligeiramente superior, +0,8% (-0,1%, em janeiro de 2025; -3,5%, em fevereiro de 2024)”, refere o INE.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Faltou transparência no bónus de meia pensão dado por Costa. Novo estudo quer melhoria da comunicação da Segurança Social

Estudo alerta que trabalhadores tendem "a não saber com exatidão a sua idade de reforma" e a ter dúvidas quanto ao valor futuro da sua reforma. Apela a melhorias na comunicação da Segurança Social.

Numa altura em que a inflação estava em níveis recorde, o Governo de António Costa anunciou um bónus correspondente a meia pensão, para apoiar os reformados a enfrentar a subida dos preços. Em contrapartida, as atualizações das pensões de janeiro de 2023 foram, porém, limitadas. Um novo estudo realça agora que “não existiu transparência na forma como a política foi comunicada“. E essa não foi a única vez que a comunicação da Segurança Social gerou mais dúvidas do que certezas, apelando os investigadores a uma melhoria a esse nível.

Este estudo faz parte de um projeto que é apresentado esta quarta-feira, dia 9 de abril, no campus da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE). Em causa está o projeto “Avaliação de políticas numa perspetiva intergeracional“, que visa “contribuir para a construção de um futuro equitativo para todas as gerações“.

Neste âmbito, estão a ser analisadas políticas públicas e preparadas recomendações para as tornar mais alinhadas com uma visão de longo prazo. Para já, seis medidas (entre as quais, a tal limitação da atualização das pensões levada a cabo pelo Governo anterior) já foram avaliadas e os resultados são apresentados esta manhã.

“Em setembro de 2022, o Governo português anunciou que iria atribuir meia pensão aos pensionistas para mitigar os efeitos da elevada taxa de inflação, mas a atualização das pensões em janeiro de 2023 seria inferior ao previsto pela referida lei. Em abril de 2023, o Governo anunciou que a partir de julho as pensões receberiam um reforço estrutural que implicaria que o aumento total ao longo de 2023 seria equivalente ao aumento que teria ocorrido se a fórmula automática tivesse prevalecido”, lembram os investigadores.

Na análise que é apresentado esta quarta-feira, salienta-se que o principal objetivo da atribuição do referido bónus foi mitigar os efeitos da inflação, tendo o Governo reconhecido, depois, que não seria possível aumentar as pensões, de forma normal, no arranque de 2023, para “não comprometer a sustentabilidade da Segurança Social“.

Assim, os investigadores argumentam que “não existiu transparência na forma como a política foi comunicada, o que pode gerar incompreensão e falta de confiança por parte dos cidadãos”, alertam. “Comunicar os benefícios da medida para as próximas gerações com base em evidência científica ajuda a legitimar as políticas“, frisam os mesmos.

Não existiu transparência na forma como a política foi comunicada, o que pode gerar incompreensão e falta de confiança por parte dos cidadãos.

Nova SBE

Pior, este não foi um caso isolado. De acordo com a nova análise, os trabalhadores tendem “a não saber com exatidão a sua idade de reforma“, como funciona o sistema de Segurança Social e “tende a existir incerteza em relação ao valor futuro da sua pensão”, ainda que diversos estudos demonstram que “informar os cidadãos leva a que estes apoiem mais as políticas”.

Assim, os investigadores defendem que “a comunicação de reformas da Segurança social deve melhorar“.

“Informar sobre as medidas é importante para os trabalhadores. A Segurança Social tem impacto na oferta de trabalho no final da vida e, consequentemente, nas decisões de consumo e poupança“, sublinham.

No entanto, no que diz respeito particularmente ao bónus e à limitação das atualizações regulares das pensões, o novo estudo conclui que estas medidas não aumentaram a desigualdade entre as gerações, nem dentro das gerações. Antes, foram eficientes e intergeracionalmente justas.

A atual geração de pensionistas teve de contribuir menos para obter a atual pensão, enquanto as gerações futuras terão de contribuir mais para ter uma pensão igual.

Nova SBE

“A política desfavorece os atuais pensionistas, já que a pensão diminui em termos reais. Todavia, a atual geração está em vantagem, comparativamente às gerações futuras. A atual geração de pensionistas teve de contribuir menos para obter a atual pensão, enquanto as gerações futuras terão de contribuir mais para ter uma pensão igual“, é realçado, em relação à justiça entre gerações.

Por outro lado, quanto à desigualdade intrageracional, observa-se que os aumentos das pensões foram maiores para pensões mais baixas, diminuindo essa desigualdade, notam os investigadores.

Apoio à contratação sem termo pode ter criado injustiça entre gerações

Outras das medidas analisadas no âmbito deste projeto, cujos resultados são agora conhecidos foi o Compromisso Emprego Sustentável.

O Governo anterior aproveitou as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para criar um novo apoio à contratação sem termo de jovens e desempregados, mas este novo estudo alerta que essa medida foi “provavelmente injusta“, no que diz respeito à dinâmica entre as várias gerações.

Esta medida – que, entretanto, foi revogada e substituída por outra pelo atual Governo – que consistiu na concessão aos empregadores de um apoio financeiro à contratação sem termo dos desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

O objetivo foi fomentar a criação líquida de postos de trabalho, melhorar a qualidade de trabalho e combater o desemprego, nomeadamente, entre os jovens, daí que estivesse a prevista uma diferenciação em função da idade.

“Para que os indivíduos sejam elegíveis, estes [tinham] de estar inscritos no IEFP e desempregados por um mínimo de dois meses, exceto se tiverem entre os 36 e os 45 anos. Neste caso, os indivíduos [necessitavam] de estar desempregados por um período mínimo de seis meses”, sublinham os investigadores.

Ora, de acordo com o novo estudo da Nova SBE, a média do tempo de desemprego era de nove meses em fevereiro de 2022. Mas entre os indivíduos com 55 anos ou mais, a média era de 14 meses, enquanto entre os jovens rondava os quatro meses.

“A política tem o objetivo de retirar indivíduos de desemprego de média e longa duração. Contudo, pode [ter] criado uma situação de injustiça etária“, alerta, assim, a nova análise, que destaca que “a necessidade de se encontrarem desempregados há pelo menos seis meses para serem elegíveis, aumenta a probabilidade de alguns membros serem discriminados negativamente em detrimento das faixas mais jovens e mais velhas“.

O IEFP necessita de reduzir a burocracia e agilizar o processo de candidatura, além de publicitar melhor as medidas e dar mais tempo para as empresas se candidatarem.

Nova SBE

Por outro lado, os investigadores alertam que seis em cada dez das empresas ouvidas não ouviram falar desta medida, sendo que, destas, mais de 35% teriam recorrido a ele, caso o conhecesse.

“O IEFP necessita de reduzir a burocracia e agilizar o processo de candidatura, além de publicitar melhor as medidas e dar mais tempo para as empresas se candidatarem“, recomendam, assim, os especialistas.

Defendem, além disso, que é urgente avaliar a eficácia das políticas ativas do mercado de trabalhado, especialmente dos subsídios à contratação. “Que seja do nosso conhecimento, não existe nenhuma avaliação deste tipo em Portugal, apesar das mesmas existirem há mais de uma década”, rematam.

“Os incentivos políticos estão todos feitos para o curto prazo”

Na apresentação deste novo projeto no campus da Nova SBE, Luís Lobo Xavier, da Fundação Calouste Gulbenkian, salientou que, para tentar equilibrar o curto e o longo prazo, primeiro, é preciso perceber o ponto de partida, sendo que, por vezes, há desequilíbrios já nesse ponto.

O responsável realçou que a tendência é privilegiar o curto prazo, porque há mais informação sobre esse momento. Mas essa não é a única razão, reconheceu. “Geralmente, as gerações futuras não têm voz. Por exemplo, há mais desemprego nas gerações mais jovens, mas a maior parte do valor do subsídio de desemprego que é pago pelo Estado é para as taxas etárias mais elevadas“, apontou Luís Lobo Xavier.

Além disso, os incentivos políticos “estão todos feitos para o curto prazo”, alertou o mesmo. Na mesma linha, Susana Peralta, professora da Nova SBE, defendeu que “há um problema de curto prazismo“, mas admitiu que há o dever de trabalhar para deixar algo de positivo às gerações mais positivas.

Sugeriu, por exemplo, incorporar análises intergeracionais na construção do Orçamento do Estado. “Não vejo como podemos construir sistema político justo sem pensar nas gerações futuras”, atirou.

Por sua vez, Miguel Poiares Maduro, dean da Católica Global School of Law, realçou que é fundamental ter consciência e informação do impacto as políticas públicas num “universo maior” do que o momento presente.

Uma das soluções poderia ser, disse, criar uma segunda câmara no seio da Assembleia da República com as diferentes gerações representadas e que teria um efeito suspensivo, caso as medidas e políticas ameaçassem o futuro. Nesse caso, haveria uma nova deliberação das medidas com a ótica da dinâmica entre as várias gerações.

(Notícia atualizada às 12h47)

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Empresário Carlos Palhares compra histórica marca de calçado Sanjo

Holding do empresário nortenho comprou 51% da M2Bewear, que detém a histórica marca de calçado Sanjo. Fundador da Mecwide quer apostar na internacionalização e na "melhoria contínua do produto".

A Sanjo foi a primeira marca portuguesa de sapatilhas, tendo sido lançada em 1933Instituto Superior de Economia e Gestão

O controlo da empresa que detém a Sanjo acaba de mudar de mãos. Através da holding Head Value, da qual é o único sócio, o empresário Carlos Palhares adquiriu 51% da M2Bewear, que detém a histórica marca de calçado, bem como uma área de negócio dedicada à produção de fardas e equipamentos de proteção individual.

A informação foi divulgada esta quarta-feira num comunicado que não dá detalhes sobre o montante envolvido na transação. Mas, do ponto de vista estratégico, a operação “tem como objetivo acelerar o crescimento e internacionalização dos negócios e marcas da M2Bewear, permitindo à empresa garantir os recursos necessários para a sua próxima etapa de desenvolvimento”, lê-se na nota.

Temos pela frente o desafio da internacionalização e a melhoria contínua do produto num país tão rico no conhecimento da indústria do calçado.

Carlos Palhares

Empresário

A Sanjo foi a primeira marca de sapatilhas portuguesa, lançada pela Companhia Industrial de Chapelaria, em São João da Madeira, em 1933. Chegou a ser a principal marca de calçado desportivo em Portugal, mas enfrentou dificuldades no final dos anos 1990, depois da adesão de Portugal à União Europeia. Viria a renascer já em 2019 graças aos atuais acionistas, Hélder Pinto e José do Egipto.

Estes gestores foram “fundamentais para revitalizar a Sanjo, relançando-a com um forte trabalho de rebranding, inovação no design e melhoria do produto”, aponta o comunicado divulgado esta quarta-feira. “Graças a essa visão, a marca consolidou-se novamente como uma referência no mercado português, conquistando uma nova geração de consumidores e preservando o seu legado histórico”, acrescenta.

Em 2023, com 90 anos, a Sanjo apostou na abertura de uma loja própria no Bairro Alto, a somar à presença em mais de uma centena de lojas multimarca. Dados da InformaD&B mostram que a M2Bewear Lda. emprega 14 pessoas e registou mais de dois milhões de euros em vendas e serviços prestados e um resultado líquido positivo de 7.192,48 euros em 2023.

Já a Head Value opera em vários setores, da indústria ao turismo. O empresário Carlos Palhares foi o fundador da Mecwide, empresa de Barcelos especializada em serviços de engenharia e que nos últimos tempos tem vindo a apostar no setor dos data centers, conforme noticiou o ECO em março deste ano.

Helder Pinto , José do Egipto e Carlos Palhares após a assinatura do acordo.

“A Sanjo fez parte da minha infância e juventude bem como de todos os portugueses da minha geração. É uma marca que nos desafia e obriga a honrar a sua bonita história. Temos pela frente o desafio da internacionalização e a melhoria contínua do produto num país tão rico no conhecimento da indústria do calçado”, reage o empresário, citado em comunicado.

Por sua vez, os até agora acionistas da M2Bewear acreditam que “a experiência da Head Value na internacionalização das suas participadas é uma mais-valia, pois este será um dos pilares desta nova fase da Sanjo”. “A aposta na digitalização e inovação, desde a experiência de compra até à personalização do produto, também permitirá fortalecer a relação com os consumidores e tornar a marca mais competitiva num mercado global”, rematam.

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Apesar da turbulência, Portugal paga menos para emitir 1.047 milhões em dívida a 5 e 12 anos

Num dia em que as obrigações soberanas estão a ser severamente castigadas pela guerra comercial, o IGCP conseguiu pagar juros mais baixos para emitir dívida com maturidades em 2030 e 2037.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) pagou esta quarta-feira juros mais baixos para emitir um total de 1.047 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a cinco e a 12 anos, apesar de um contexto no qual a turbulência nos mercados provocada pela guerra comercial contagia também os ativos de dívida soberana.

No leilão realizado esta quarta-feira, o IGCP vendeu 586 milhões de euros em OT com maturidade em 2037, tendo pago uma taxa de juro de 3,416%. No mercado secundário, a yield desta maturidade negociava nos 3,48% antes do leilão. Na última colocação de uma maturidade semelhante, de 13 anos a 14 de março deste ano, o IGCP pagou uma taxa de 3,633%.

No prazo de fevereiro de 2030, o Tesouro pagou uma taxa de colocação de 2,347%, menos que os 2,9% ao qual as obrigações negoceiam no mercado secundário.

O montante total indicativo era de entre mil e 1.250 milhões de euros. Em termos de procura, foi de 2,01 vezes a oferta nas OT com maturidade em 2037, e de 2,26 vezes na mais curta.

Os mercados financeiros estão a atravessar um período de elevada tensão, marcado por uma correção acentuada nas ações e, sobretudo, por uma queda significativa nos preços das obrigações, acompanhada de uma subida repentina e persistente das yields.

“A dívida soberana tem registado uma elevada volatilidade nas últimas sessões, resultado do anúncio das tarifas impostas por Donald Trump e a dificuldade dos mercados em avaliar plenamente o impacto das mesmas”, referiu Filipe Silva, Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, sobre as emissões de OT.

“Prevê-se que o consumo seja afetado, que a inflação aumente e que possa ocorrer um abrandamento da economia global, caso não se verifiquem avanços nas negociações”, adiantou.

As yields das obrigações do Tesouro dos EUA (Treasuries) têm mostrado uma resistência inesperada, com a yield a 10 anos primeiramente a cair para níveis abaixo dos 4% no dia a seguir ao anúncio das tarifas de Trump (atingindo o valor mais baixo desde outubro), para posteriormente disparar para uma taxa média ponderada de 4,37%, a que negoceia atualmente. Mas esta quarta-feira, as yields das Treasuries a 10 anos estão a subir 11,8 pontos base, depois de na terça-feira terem subido 10,3 pontos base e na segunda-feira escalado 16,6 pontos base.

[Notícia atualizada às 11h07]

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Forte subida dos juros das obrigações dos EUA assusta investidores

Os mercados estão novamente em ebulição esta quarta-feira com a queda das obrigações e a subida das yields. Trump arrisca transformar incerteza em caos económico, alertam os especialistas.

Os mercados financeiros estão a atravessar um período de elevada tensão, marcado por uma correção acentuada nas ações e, sobretudo, por uma queda significativa nos preços das obrigações, acompanhada de uma subida repentina e persistente das yields.

Este movimento, que desafia as normas tradicionais de refúgio em tempos de instabilidade económica, está a gerar preocupações profundas entre investidores e economistas esta quarta-feira, justamente no dia em que entra em vigor as tarifas mais elevadas sobre as importações dos EUA de vários países do mundo.

As yields das obrigações do Tesouro dos EUA (Treasuries) têm mostrado uma resistência inesperada, com a yield a 10 anos primeiramente a cair para níveis abaixo dos 4% no dia a seguir ao anúncio das tarifas de Trump (atingindo o valor mais baixo desde outubro), para posteriormente disparar para uma taxa média ponderada de 4,38%, a que negoceia atualmente. Só esta quarta-feira, as yields das Treasuries a 10 anos estão a subir 11,8 pontos base, depois de na terça-feira terem subido 10,3 pontos base e na segunda-feira escalado 16,6 pontos base.

A mesma pressão está a ser sentida nas obrigações com maturidades mais longas. É disso exemplo as Treasuries a 30 anos, que em três dias acumulam um aumento da yield de 44,7 pontos base, e estão atualmente a negociar nos 4,85%, segundo o benchmark destas obrigações recolhido pela Refinitiv. É preciso recuar a 7 de janeiro de 1982 para se assistir a uma subida tão repentina e forte das yields das Treasuries a 30 anos, segundo o analista Jim Bianco.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Este comportamento é particularmente significativo porque, em períodos de stress nos mercados acionistas, as obrigações soberanas costumam funcionar como ativos de refúgio, registando subidas nos preços e quedas nas yields. Desta vez, o cenário é diferente. “A administração Trump pode estar a brincar com nitroglicerina líquida”, refere o reconhecido investidor Ed Yardeni, da Yardeni Associates, ao Financial Times, esta quarta-feira.

Os efeitos desta crise não se resumem ao mercado acionista e obrigacionista dos EUA. Estão a ser sentidos além-fronteiras. No Reino Unido, as yields das obrigações a 30 anos sobem atualmente 13,5 pontos base para 5,48%, o nível mais alto desde 1998.

A origem desta turbulência reside na política comercial agressiva promovida por parte da Administração de Donald Trump marcada por um aumento generalizado e cego das tarifas comerciais. Estas medidas estão a criar incerteza sobre o crescimento económico global e a alimentar receios de inflação persistente. “Os mercados estão condicionados para reverter à média; não estão preparados para ruturas de paradigma”, refere Elida Rhenals, da AXA Investment Managers, ao The Wall Street Journal. Este cenário tem levado os investidores a provocar uma onda de venda de Treasuries no mercado esta quarta-feira, numa corrida por maior liquidez.

Outro fator preocupante que está a assustar os investidores é o défice orçamental dos EUA, que já ultrapassa os 6% do PIB e uma dívida pública superior a 37 biliões de dólares. O aumento das yields reflete também receios sobre a capacidade do governo norte-americano em refinanciar esta dívida num eventual cenário de recessão. Ben Wiltshire, estratega de taxas de juro no Citi, afirmou que “o sell-off pode estar a sinalizar uma mudança de regime onde os Treasuries já não são o porto seguro global no mercado obrigacionista”.

Além disso, um leilão recente de Treasuries a três anos encontrou pouca procura, com os dealers primários a absorverem uma percentagem maior do que o habitual neste tipo de operações. Este resultado negativo aumentou o nervosismo dos investidores nos mercados obrigacionistas, que esta quarta-feira estarão particularmente atentos ao resultado de um leilão a 10 anos de 39 mil milhões de dólares, que terá lugar nas próximas horas.

As yields elevadas nas obrigações aumentam o custo de oportunidade para investir em ações, limitando qualquer recuperação nos mercados acionistas.

Os efeitos desta crise não se resumem ao mercado acionista e obrigacionista dos EUA. Estão a ser sentidos além-fronteiras. No Reino Unido, as yields das obrigações a 30 anos sobem atualmente 13,5 pontos base para 5,48%, o nível mais alto desde 1998. No Japão, as yields das obrigações governamentais de longo prazo também registaram aumentos significativos, com os títulos a 30 anos a negociarem perto dos 2,7%, o valor mais elevado desde agosto de 2004.

Os títulos de dívida da República também não passam impunes a esta tempestade, com a curva de rendimentos de Portugal a mostrar uma subida generalizada da yield das obrigações do Tesouro a mais de sete anos.

As obrigações do Tesouro a 10 anos, por exemplo, registam atualmente uma subida de 1,4 pontos base para os 3,256%. Já a yield da linha a 12 anos (OT 4.1% 15abr2037), que será esta quarta-feira será alvo de um leilão de dívida, num valor indicativo em 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros, regista uma subida de 2,9 pontos base, estando a negociar nos 3,48%; enquanto a taxa da obrigação a 5 anos (OT 3,875% 15fev2030) — a outra das duas linhas que o IGCP utilizará para emitir dívida esta quarta-feira –, está a registar uma correção de 2,6 pontos base para os 2,9%.

Estes movimentos estão a criar um ambiente de incerteza nos mercados financeiros globais e a provocar grandes desafios aos investidores. Por um lado, as yields elevadas nas obrigações aumentam o custo de oportunidade para investir em ações, limitando qualquer recuperação nos mercados acionistas. Por outro lado, estas dinâmicas alimentam receios de uma recessão nos EUA e noutras economias desenvolvidas. Além disso, há uma mudança na perceção dos Treasuries como ativos seguros.

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Exposição promovida pelo BPI dedicada à inteligência artificial chega ao Porto

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  • 9 Abril 2025

A exposição que pretende ser uma "viagem imersiva pelo impacto da inteligência artificial" em diversas áreas, instala-se na sede do BPI, no Porto, entre 9 de abril e 1 de junho.

Após ter atraído mais de 13 mil visitantes em Lisboa, a exposição BPI “AI Innovation Garden”, dedicada à inteligência artificial (IA), ruma ao Porto.

Com o objetivo de oferecer uma “viagem imersiva pelo impacto da inteligência artificial na educação, sociedade, negócios e criatividade“, a exposição instala-se na sede do BPI, na Avenida da Boavista, entre 9 de abril e 1 de junho.

Na “primeira exposição dedicada à inteligência artificial em Portugal”, é apresentada uma “série de ferramentas inovadoras” que permite ao público explorar o “potencial transformador” da IA.

A BPI “AI Innovation Garden” é destinada a estudantes, profissionais, empreendedores e curiosos que queiram compreender como a IA está a moldar o futuro. “Enquanto todos falam sobre os perigos da IA, nós mostramos as suas possibilidades concretas”, diz Hugo Silva, CEO da agência portuguesa United Creative e um dos curadores e idealizadores da exposição, citado em comunicado.

Enquanto exposição dedicada à IA, a BPI “AI Innovation Garden” permite ao público explorar o potencial transformador da IA em diversas áreas.

Na área “AI Business”, os visitantes podem “criar uma empresa completa em 10 minutos, do logótipo a um plano de negócios que permite identificar os concorrentes na sua região e projetar resultados financeiros para os próximos 5 anos”, refere-se em nota de imprensa.

Já no “AI Jobs” é possível descobrir qual o impacto da IA em cada profissão numa “plataforma exclusiva que calcula a percentagem de exposição de qualquer profissão à automação por IA, identifica planos alternativos de carreira e até mede o potencial dos seus hobbies como futura fonte de rendimento, fornecendo um relatório personalizado que pode ser partilhado por email”.

É também possível gravar um vídeo em 17 segundos onde os visitantes se podem ver a falar instantaneamente em qualquer idioma, experimentar um simulador de terapia em realidade virtual, transformar textos em projetos arquitetónicos completos, com plantas e vistas 3D em apenas alguns minutos ou testar o primeiro mouse do mundo com IA incorporada, capaz de redigir e-mails e traduzir textos com um simples clique.

Aprender os “10 mandamentos” para criar prompts eficientes, comparar os principais chatbots do mercado e conhecer as suas vantagens e limitações, transformar textos complexos em podcasts naturais com duas vozes que debatem o assunto de forma dinâmica ou experimentar uma ferramenta que analisa até 50 documentos em simultâneo são outras das funcionalidades que podem ser testadas pelos visitantes.

A entrada na exposição é gratuita, mediante inscrição prévia que pode ser feita aqui.

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China garante “vontade firme e recursos abundantes” para responder a Trump

  • Lusa e ECO
  • 9 Abril 2025

Pequim sublinha que “não há vencedores numa guerra comercial” e que “a China não quer uma”, mas que “não ficará de braços cruzados se os direitos legítimos do seu povo forem violados”.

O Governo chinês assegurou esta quarta-feira que tem “uma vontade firme” e “recursos abundantes” para responder com determinação se os Estados Unidos insistirem em “intensificar ainda mais as suas medidas económicas e comerciais restritivas”.

Com vontade firme e recursos abundantes, a China tomará resolutamente contramedidas e lutará até ao fim”, disse o Ministério do Comércio chinês, num comunicado difundido esta quarta-feira.

O ministério reiterou que “não há vencedores numa guerra comercial” e que “a China não quer uma”, mas “não ficará de braços cruzados se os direitos legítimos do seu povo forem violados”.

Xi JinpingLusa

O Governo chinês publicou na terça-feira um livro branco em que defende a posição da China nas suas relações económicas e comerciais com os Estados Unidos.

No documento, a China afirma que “ambos os países são uma oportunidade e não uma ameaça um para o outro” e apela a Washington para que elimine “imediatamente” a “imposição unilateral de tarifas”.

O documento insta ainda os EUA a “reforçar o diálogo, gerir as diferenças e promover a cooperação” e sublinha que Pequim está “disposta a comunicar” com Washington “sobre as principais questões económicas e comerciais bilaterais e a abordar as suas preocupações através do diálogo e de consultas em pé de igualdade”.

Trump ordenou na terça-feira a aplicação de uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses, elevando o total das taxas para 104%.

Pequim anunciou anteriormente uma taxa de 34% sobre os produtos norte-americanos, depois de Trump ter imposto uma taxa na mesma percentagem sobre os produtos chineses.

Trump afirmou que Pequim quer desesperadamente um acordo, mas disse que Pequim não sabe como começar a negociar, sublinhando que a Casa Branca está à espera de um telefonema do seu homólogo chinês, Xi Jinping.

Nas possíveis futuras negociações entre Pequim e Washington está também o futuro das operações da aplicação TikTok nos EUA, que o Governo de Trump exigiu que se desligue da sua empresa-mãe, a chinesa ByteDance, para poder operar em território norte-americano.

Xi Jinping defende que China deve reforçar laços com países vizinhos

O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou esta quarta-feira ao “reforço dos laços estratégicos com os países vizinhos”, na sua primeira aparição pública desde que Donald Trump aumentou para 104% as taxas alfandegárias sobre a China.

Xi, que não mencionou o Presidente norte-americano, instou os seus funcionários, durante uma reunião de trabalho, a melhorarem as relações com os países vizinhos “através de uma gestão adequada das diferenças”, com vista a “reforçar os laços nas cadeias de abastecimento”, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

As relações da China com os países vizinhos estão “no seu melhor nível na História moderna” e, ao mesmo tempo, Pequim está a entrar “numa fase crucial profundamente interligada com as mudanças na dinâmica regional e nos desenvolvimentos globais”, observou.

O líder chinês defendeu que a diplomacia da China com os seus vizinhos se baseará na construção de uma “comunidade de futuro partilhado”, um dos chavões mais repetidos pelos líderes do Partido Comunista Chinês (PCC) em que se defende que a prosperidade só é sustentável se as nações trabalharem em conjunto.

Na reunião foi salientado igualmente que a China deve reforçar o seu sentido de responsabilidade e manter uma “diplomacia de vizinhança de amizade, sinceridade, benefício mútuo e inclusividade”.

Foi igualmente sublinhado que a China deve “apoiar os países da região a manterem as suas próprias vias de desenvolvimento e a gerirem corretamente os conflitos e as diferenças”.

“Devemos construir uma rede de interconexão de alto nível e reforçar a cooperação nas cadeias industriais e de abastecimento”, acrescentou o líder chinês, frisando a importância de “manter conjuntamente a estabilidade regional e cooperar em matéria de segurança e aplicação da lei”.

O líder chinês não fez qualquer referência aos Estados Unidos e Pequim tem sublinhado até agora que não vai ceder às tarifas de Trump.

Trump ordenou na terça-feira a aplicação de uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses, elevando o total das taxas alfandegárias para 104%.

Pequim anunciou anteriormente uma taxa de 34% sobre os produtos norte-americanos, depois de Trump ter imposto uma taxa na mesma percentagem sobre os produtos chineses.

Trump afirmou que Pequim quer “desesperadamente” um acordo, mas disse que a China não sabe “como começar” a negociar e sublinhou que a Casa Branca está à espera de um telefonema de Xi Jinping.

Nas possíveis futuras negociações entre Pequim e Washington está também o futuro das operações da aplicação TikTok nos EUA, que o Governo de Trump exigiu que se desligue da sua empresa-mãe, a chinesa ByteDance, para poder operar em território norte-americano.

Banco central da China pede aos credores estatais que reduzam compra de dólares

O banco central da China não vai permitir quedas acentuadas do yuan e, por isso, pediu aos principais bancos estatais que reduzam as compras de dólares norte-americanos, segundo avança a Reuters.

A diretiva das autoridades chinesas surge num momento em que o yuan enfrenta fortes pressões no sentido da baixa, na sequência das tarifas impostas pelos EUA aos produtos chineses e das medidas de retaliação de Pequim.

O Banco Popular da China (PBOC) enviou a orientação aos bancos estatais esta semana, pedindo-lhes que retenham as compras de dólares norte-americanos para as suas contas proprietárias.

Os grandes bancos também foram instruídos a aumentar as verificações ao executar ordens de compra de dólares para os seus clientes, num movimento que os mercados interpretam como uma forma de o banco central conter as negociações especulativas.

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Volta a tempestade às bolsas europeias e asiáticas. Lisboa tomba mais de 2% com todas as cotadas no vermelho

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9 Abril 2025

Da Europa à Ásia, as bolsas voltam a acordar em forte queda, no dia em que as tarifas recíprocas anunciadas na semana passada por Donald Trump entraram em vigor.

Os mercados voltaram a acordar em forte baixa esta quarta-feira, dia em que entraram em vigor as tarifas anunciadas por Donald Trump há uma semana.

O índice pan-europeu Stoxx 600 cai 2,73%, enquanto o espanhol IBEX 35 recua 2,17%, o francês CAC 40 desvaloriza 2,32%, o alemão DAX cede 2,10% e o britânico FTSE 100 perde 1,91%. Em Lisboa, o PSI está a ceder 1,91%, com a Galp e a EDP Renováveis a liderarem as perdas, ambas de mais de 3%.

Também as bolsas asiáticas voltaram a cair esta quarta-feira, dia em que entra em vigor o último conjunto de tarifas dos Estados Unidos, incluindo uma taxa de 104% sobre as importações chinesas. A bolsa de Tóquio fechou a sessão em queda acentuada, com o principal índice (Nikkei) a perder mais de 5%. O ministro das Finanças japonês, Katsunobu Kato, indicou que a taxa de câmbio entre o dólar e o iene vai estar em cima da mesa nas negociações com os EUA sobre as tarifas.

Naquela que tem sido uma verdadeira montanha-russa, as principais bolsas nova-iorquinas fecharam na terça-feira com perdas expressivas. A sessão começou com fortes ganhos – o S&P 500 chegou a subir 4% –, que ao longo dia se evaporaram com as declarações que chegavam da Casa Branca. A confirmação de tarifas de 104% contra produtos importados da China, que entraram em vigor esta madrugada (às 5h, hora de Lisboa), inverteu o humor dos investidores.

Já as cotações do petróleo nos mercados internacionais estão também em queda. O barril de Brent, cotado em Londres e que serve de referência às importações europeias, desvaloriza 2,20%, para 61,43 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, cai 2,50%, para 58,08 dólares.

O ouro está a valorizar 1,20%, para 3.020 dólares por onça.

O Banco Popular da China voltou a fixar uma taxa de câmbio interna mais baixa para o yuan, colocando o valor da moeda para o seu nível mais baixo desde 2007. O PBoC permitiu gradualmente a depreciação do yuan nos últimos dias, com o objetivo de aliviar o impacto das tarifas dos EUA.

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Pedro Nuno pede que não se dispersem votos à esquerda, Mortágua critica “bala de prata”

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

No debate entre o secretário-geral do PS e a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, os temas da habitação, defesa e imigração marcaram as principais diferenças entre os dois líderes.

O líder socialista apelou a que não se dispersem votos à esquerda porque só a vitória do PS permite uma alternativa à AD, tendo a coordenadora bloquista criticado que a “bala de prata” de Pedro Nuno Santos seja Luís Montenegro.

No debate entre o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, – a estreia de ambos nos frente a frente para as legislativas – habitação, defesa e imigração marcaram as principais diferenças entre os dois líderes, que concordaram nas críticas aquilo que consideram ser a inação do Governo português perante as tarifas dos Estados Unidos.

Na reta final, o tema da governabilidade marcou duas visões distintas, com Pedro Nuno Santos a afirmar que “só haverá alternativa à AD se o PS vencer estas eleições”, recordando que em 2024 o Presidente da República convidou o partido mais votado a formar Governo.

Quero pedir ao povo português e aos eleitores que votam à esquerda para não dispersarem votos porque nós hoje podíamos ter um Governo do PS e não ter a AD a governar se não tivesse havido a dispersão de votos que tivemos há um ano”, apelou, recordando que o PS perdeu por cerca de 50 mil votos e o BE teve nessas eleições cerca de 280 mil votos.

Na resposta, Mariana Mortágua contrapôs esta ideia porque, segundo dia, o “primeiro lugar não determina nada”. “Aquilo que Pedro Nuno Santos está a dizer quando diz que quer ser o mais votado e que espera uma viabilização do PSD é que tem uma bala de prata e que a bala de prata de Pedro Nuno Santos é Luís Montenegro”, criticou.

Segundo a líder bloquista, o líder do PS está à espera que o primeiro-ministro, que todos os dias acusa de “não ser confiável”, lhe “dê a confiança para governar com base no seu apoio”. Sobre a disponibilidade do BE para um acordo pós-eleitoral, tal como em 2015, Mortágua respondeu que “há sempre”.

PS diz que não vai reverter isenção fiscal para jovens na compra de casa

Um dos temas em que as divergências entre antigos parceiros de geringonça foram mais evidentes foi na questão da habitação.

Pedro Nuno Santos criticou as medidas “aparentemente bondosas” do Governo, como a isenção do IMT e do imposto de selo para os jovens na compra de casa, por não terem sido acompanhadas pelo aumento do lado oferta e por isso terem feito acelerar os preços, reiterando que os socialistas não as querem reverter, mas sim garantir que aumenta a construção em Portugal.

Aproveitando para defender a medida do programa eleitoral para usar parte dos dividendos da Caixa Geral de Depósitos para financiar construção pelas autarquias, o líder do PS criticou a proposta do BE sobre o teto das rendas por poder “trazer problemas mais graves” e considerou que os bloquistas não têm uma solução para aumentar o parque habitacional.

Mariana Mortágua criticou que PS e PSD discutam inaugurações de casas quando o preço a habitação que as pessoas estão a pagar aumentou 9% em 2024, contrapondo que um dos problemas da construção é que o seu ritmo não é compatível com as necessidades que as pessoas têm hoje.

Insistindo que é preciso baixar as rendas, a líder do BE referiu que a proposta dos tetos às rendas resulta na Holanda, onde os socialistas a defenderam, enquanto Pedro Nuno Santos replicou que “noutros países não funcionou”.

Quanto à imigração, o líder do PS aproveitou para criticar executivo por ter feito “mais uma ação de propaganda despudorada” para “ataque ao Governo anterior do PS”, numa matéria onde considerou ser possível “construir-se consensos” entre PSD e PS, referindo que “muitas das linhas deste plano de ação são de continuidade com aquilo que o Governo anterior vinha fazendo”, defendendo que o país precisa de “uma imigração regulada”.

Já Mortágua afirmou que o BE não cede num “princípio básico” que é quem está em Portugal poder regularizar-se, acusando o PS de estar “a abdicar desse princípio em nome de um outro”.

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“Eletricidade gratuita” nas novas construções é requisito?

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  • 9 Abril 2025

A energia solar está a tornar-se essencial nas novas construções. Além de reduzir custos, promove sustentabilidade e pode aumentar o valor dos imóveis desde a fase do projeto.

Com a crescente exigência de soluções mais sustentáveis no setor da construção, a integração de sistemas fotovoltaicos em novas edificações está a tornar-se uma prática cada vez mais comum — e, em muitos casos, obrigatória. A energia solar, muitas vezes chamada de “eletricidade gratuita”, é um recurso com potencial para redefinir o modo como se consome e produz energia a partir de casas e edifícios.

A utilização de painéis solares, telhados solares (que integram as células fotovoltaicas diretamente na cobertura do edifício) e sistemas de armazenamento permitem não só uma maior eficiência energética, como também a possibilidade de reduzir significativamente a dependência da rede elétrica tradicional.

Para os consumidores, esta independência representa uma poupança real na fatura de eletricidade e proteção face à volatilidade dos preços da energia. Já para promotores e investidores, a incorporação desta solução pode representar um diferencial competitivo, com impacto direto na valorização do imóvel.

Além dos benefícios económicos, os ganhos ambientais são evidentes: menor pegada de carbono, utilização de uma fonte limpa e renovável e contribuição direta para os objetivos de neutralidade climática.

Neste cenário, empresas com experiência no setor energético desempenham um papel essencial. A Voltalia, especialista em energias renováveis, disponibiliza soluções chave na mão para novas construções, garantindo a instalação eficiente de sistemas fotovoltaicos — tanto em projetos residenciais como em empreendimentos de maior escala.

As suas soluções incluem desde o autoconsumo de energia com painéis solares, até carports solares para grandes espaços, maximizando o uso da energia limpa gerada. Além disso, a empresa também tem baterias de armazenamento para aumentar a independência energética, permitindo o uso da energia gerada mesmo após o pôr-do-sol.

Com presença em vários mercados e um histórico sólido em energia solar, a Voltalia posiciona-se como parceira estratégica na transição energética, ajudando promotores, construtores e consumidores a preparar-se para um futuro onde a eletricidade limpa e acessível é parte integrante da construção.

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Young Lions já tem vencedores. Conheça os representantes de Portugal na competição internacional

  • + M
  • 9 Abril 2025

Depois de no fim de semana responderem aos briefings das sete categorias a concurso, os finalistas defenderam as suas propostas perante os jurados. Em junho, vencedores representam o país em Cannes.

Está escolhida a comitiva que vai representar Portugal a competição internacional Young Lions, durante o Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, em junho.

Durante o último fim de semana, mais de 50 finalistas nas áreas de marketing, digital, relações públicas, imprensa/outdoor, design, filme e media responderam aos briefings lançados pela Bellissimo Cafés, Worten, Nuvem Vitória, Betclic, Jardim Zoológico, Turismo de Portugal e Nos.

Seguiu-se, na segunda e terça-feira, a apresentação das suas propostas ao painel de jurados, constituído por vários profissionais dos diferentes setores, que selecionaram as ideias que mais se destacaram em cada categoria.

Comum a três dos briefings apresentados foi a necessidade de apelar a uma nova geração de consumidores. Na categoria Digital, apresentando soluções para que a Worten seja mais “cool” aos olhos da Geração Z, Mariana Santos e Maria Vaz da Silva, da Havas, sagraram-se vencedoras.

Também a Nos, na categoria de Media, desafiou as equipas a criar um diálogo entre a WTF e a Geração Z, com Débora Jaime, da Arena, e João Santos, da Buzz Mosquito, a apresentarem a melhor resposta. Bruno Loureiro e Joana Luís, da Via Verde, destacaram-se na área do Marketing, ao desenvolver uma proposta que aproxime a Bellissimo de um target mais jovem, descreve a organização.

A convite da MOP, a União Zoófila optou por uma abordagem emocional, solicitando, em Design, uma sugestão de key visual para uma campanha de incentivo à adoção de animais, e em PR, a Nuvem Vitória, escolheu uma estratégia de promoção do 10º aniversário da associação. O “troféu” das duas categorias foi entregue a Michelle Silva, da Judas, e Carolina Gonçalves, da BAR Ogilvy, e Sofia Tavares de Carvalho e Matilde Ribeirinho, da Havas, respetivamente.

Mariana Laurência e Carlos Alberto, da ACNE, apresentaram a melhor proposta para alargar o dinamismo da campanha “Aposto que não és capaz”, da Betclic, em Imprensa/Outdoor. Por fim, o Turismo de Portugal desafiou as duplas da categoria de Filme a retratar o país como um destino de união e alegria, com a dupla Beatriz Roque e João Bronze, da BBDO TBWA a obter o primeiro lugar.

Duplas Vencedoras:

Media (Briefing: Nos)

  1. Débora Jaime (Arena) + João Santos (Buzz Mosquito)
  2. Margarida Brilhante + Bernardo Graça (Mindshare)
  3. Filipa Serra da Silva (Initiative) + Mariana de Oliveira Duque (Arena Media)

PR (Briefing: Nuvem Vitória)

  1. Sofia Tavares de Carvalho + Matilde Ribeirinho (Havas)
  2. Salomé Souto + Marisa Esteves (Nervo)
  3. Beatriz Raposo + Rita Paulo (LLYC)

Marketing (Briefing: Bellissimo)

  1. Bruno Loureiro + Joana Luís (Via Verde)
  2. Esmeralda Moreira (Lidl) + Luís Girão (Future School)
  3. Diogo Alves (ERA Portugal) + Rita Brígico (Simplefy)

Filme (Briefing: Turismo de Portugal)

  1. Beatriz Roque + João Bronze (BBDO TBWA)
  2. Catarina Araújo (Uzina) + Joana Antunes (Fuel)
  3. Francisco Urgueira + Duarte Cunha (NOSSA)

Imprensa/Outdoor (Briefing: Betclic)

  1. Mariana Laurência + Carlos Alberto (ACNE Lisboa)
  2. André Cabral (O Escritório) + Luís Ferreira Borges (Stream & Tough Guy)
  3. Manuel Stock + Vasco Ribeiro da Cunha (Dentsu Creative Portugal)

Digital (Briefing: Worten)

  1. Mariana Santos + Maria Vaz da Silva (Havas)
  2. Nuno Miguel Coelho (ACNE Lisboa) + Tomás Toste (Bar Ogilvy)
  3. Pedro Silva + Welzimar Silva (Fuel)

Design (Briefing: Jardim Zoológico)

  1. Michelle Silva (Judas) + Carolina Gonçalves (BAR Ogilvy)
  2. David Canaes (Fuel) + Francisco Roque do Vale (O Escritório)
  3. Pedro Rodrigues (McCann Lisboa) + Romeu Ribeiro (Judas)

 

“Esta edição dos Tangity Young Lions Portugal que agora termina foi a prova de que os jovens talentos têm plena consciência de que a vida dura muito pouco para deixar passar a oportunidade de evoluir a nível profissional e pessoal”, refere Ana Paula Costa, representante dos Lions Festivals em Portugal.

“A campanha de promoção dos Young Lions deste ano “A vida dura muito pouco” lembra-nos que o talento não pode esperar por reconhecimento póstumo. Os vencedores deste ano personificaram essa urgência criativa com as ótimas propostas que recebemos”, acrescenta Vasco Perestrelo, CEO da MOP.

“Levam consigo não apenas as suas ideias, mas a mensagem de que a criatividade portuguesa é audaz, imediata e pronta para deixar a sua marca. Estamos confiantes de que farão jus ao legado de sucesso que a Portugal tem tido na competição”, conclui.

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