Jorg Kukies será o novo ministro das Finanças da Alemanha

  • Lusa e ECO
  • 9:31

Fonte do Governo alemão avançou nome de Kukies, conselheiro próximo do chanceler, como o substituto de Lindner. Líder da oposição pede que seja convocada moção de confiança até à próxima semana.

Jorg Kukies será o próximo ministro das Finanças da AlemanhaLusa

Jorg Kukies, conselheiro próximo do chanceler Olaf Scholz, é o novo ministro das Finanças alemão, disse esta quinta-feira à Agência France Presse fonte governamental de Berlim.

Especialista em questões económicas, Kukies, 56 anos, assume a pasta das Finanças num Governo em crise, que já não tem maioria no Parlamento de Berlim e no qual apenas restam representantes dos partidos Social-Democrata (SPD) e Verdes.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, demitiu na quarta-feira o ministro das Finanças, Christian Lindner, do Partido Democrático Liberal, após uma série de reuniões. O líder do Governo alemão acusou Lindner de ter quebrado a confiança e de ter apelado publicamente a uma política económica diferente, incluindo o que Scholz disse que seriam “reduções de impostos no valor de milhares de milhões para alguns dos que ganham mais” e, ao mesmo tempo, cortar as pensões de todos os reformados.

Já os três outros ministros do Partido Democrático Liberal (FDP) apresentaram a demissão ao fim da noite de quarta-feira, provocando uma crise na coligação governamental alemã.

Entretanto, Volker Wissing, o ministro dos Transportes, retirou a demissão e disse aos jornalistas na manhã desta quinta-feira, em Berlim, que, depois de falar com Scholz, tinha decidido continuar como ministro, abandonando o partido. Os outros dois ministros do FDP que se demitiram podem vir a ser substituídos, indicou na manhã desta quinta-feira a agência noticiosa alemã DPA.

Ainda na quarta-feira, Scholz anunciou que vai pedir um voto de confiança no dia 15 de janeiro, o que pode provocar a eleições antecipadas já em março de 2025.

No entanto, o líder do maior partido da oposição, Friedrich Merz (CDU – União Democrata-Cristã), instou esta quinta-feira o primeiro-ministro alemão a antecipar a moção de confiança para “o mais tardar” até à próxima semana.

Citado pela agência espanhola EFE, Merz disse que “não há razão para esperar até janeiro do próximo ano para pedir um voto de confiança”, sublinhando que o Governo de coligação “já não tem maioria” no Parlamento.

O líder da CDU adiantou ainda que, na reunião agendada para o meio-dia com Scholz, vai pedir-lhe que “abra caminho”para a realização de eleições e que vai apresentar os seus argumentos num encontro posterior com o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Por sua vez, também esta quinta-feira, o vice-chanceler e ministro da Economia, Robert Habeck (Verdes), apoiou a decisão de Olaf Scholz de demitir o ministro das Finanças, insistindo que a Alemanha é capaz de funcionar apesar do colapso da coligação governativa.

Christian Lindner não foi capaz de concluir a tarefa fundamental de elaborar um orçamento e perdeu o respeito dos outros membros do Governo, disse Habeck, em declarações à emissora alemã Deutschlandfunk. “A este respeito, a decisão do chanceler foi lógica. Foi coerente e necessária nesta altura”, acrescentou.

Acordo com oposição alemã é “praticamente impossível”

O politólogo Oscar Gabriel acredita que um acordo entre o Partido Social Democrata (SPD), do chanceler Olaf Scholz, e a União Democrata-cristã (CDU) para salvar o atual governo minoritário, na Alemanha, é praticamente impossível.

“Não há qualquer razão para um acordo entre o SPD e a CDU. A comunicação com a oposição nunca foi guiada por respeito e cooperação. Como Scholz nunca precisou da oposição, nunca tentou alcançar nenhum acordo com eles, por isso não vejo nenhum motivo para que os conservadores os ajudem a sair da crise”, apontou Gabriel, em declarações à agência Lusa.

Para o politólogo Oscar Gabriel, o mais provável é que uma moção de confiança, solicitada pelo chanceler ao parlamento, não consiga a maioria e precipite eleições antecipadas no início do ano. “Podemos ter um governo minoritário que dure algumas semanas ou meses. E eu excluiria a hipótese de um acordo, qualquer que seja, com a CDU”, frisou.

“É uma situação bastante semelhante à que vivemos em 1982, quando o governo de Helmut Schmidt acabou depois de severos desentendimentos entre os liberais e os social-democratas. Nessa altura, Schmidt livrou-se dos ministros liberais, o que levou à perda de maioria no parlamento. Agora temos as mesmas opções para lidar com esta situação”, recordou o cientista político.

(Notícia atualizada às 12h35)

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Acelerar a transição nos resíduos para colocar Portugal na linha da frente da reciclagem de embalagens

  • BRANDS'Local Online
  • 8:55

A primeira paragem do ECO Cidade aconteceu esta terça-feira em Mafra, onde se debateram caminhos para que o país atinja as metas europeias. Incumprimento em 2025 é uma possibilidade, avisam peritos.

“Não há soluções iguais para territórios diferentes”, começou por avisar a presidente da Sociedade Ponto Verde (SPV) durante a primeira paragem do projeto ECO Cidade, que aconteceu na manhã desta terça-feira, dia 5, em Mafra.

No lançamento da iniciativa que vai percorrer várias cidades do país para refletir sobre sustentabilidade, Ana Trigo Morais, presidente da SPV, defendeu a necessidade de se criarem mais projetos de sensibilização e promoção da reciclagem para que Portugal possa cumprir as metas definidas em contexto europeu. O risco de incumprimento é real, avisam os peritos.

“Nos últimos três anos, desenvolvemos o programa Re_Source em que já tivemos a oportunidade de contar com parceiros de 49 países, trabalhamos com 149 parceiros, e é um gosto ser um acelerador da inovação nos resíduos”, afiançou. A responsável lembrou ainda que, além de ser importante “financiar ideias novas”, é fundamental apostar na “monitorização e recolha de dados” para conseguir melhorar a gestão. Neste sentido, a SPV tem vindo a sugerir a criação de um “observatório nacional de resíduos” que “seria fundamental para aumentar a transparência na cadeia de valor”. E apontou que, “numa era em que a inteligência artificial está aí”, não é possível ainda ter dados atualizados em tempo real sobre o setor – algo que tem de mudar para facilitar o cumprimento das metas.

"Não há boa gestão sem boa informação e não há boa informação se não tivermos capacidade de a recolher e tratar”

Ana Trigo Morais, presidente da Sociedade Ponto Verde

A concretizar-se, este projeto permitiria, acredita, que a sociedade tivesse dados em tempo real sobre o destino que é dado aos resíduos urbanos, facilitando a adoção de medidas para potenciar a separação de materiais. “Não há boa gestão sem boa informação e não há boa informação se não tivermos capacidade de a recolher e tratar”, apontou.

Ana Trigo Morais, presidente da Sociedade Ponto Verde

A sessão, que decorreu no Torreão Sul do Palácio Nacional de Mafra, contou ainda com o líder da autarquia local, Hugo Moreira Luís, que sublinhou o papel das políticas públicas na aceleração do caminho da sustentabilidade. “Temos muito para andar, temos muito para inovar e transformar. Em Mafra, estamos mesmo muito comprometidos e muito disponíveis para fazer esse caminho”, assegurou.

O presidente alertou ainda para o que considera ser uma preocupação que, diz, deve merecer reflexão da sociedade: o custo da recolha e tratamento de resíduos. “O município de Mafra, e provavelmente nos outros não é diferente, não consegue repercutir no cliente todos os gastos que tem com a recolha [de resíduos]. Os cerca de 15% que ficam a faltar são compensados pelos impostos”, explicou Moreira Luís. É preciso, por isso, envolver mais a comunidade na “valorização do resíduo” que “tem sempre um valor económico” que não deve ser desperdiçado.

Recompensar as boas práticas

De acordo com os mais recentes dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Portugal produziu, em 2022, mais de cinco milhões de toneladas de resíduos urbanos – é o equivalente a 507 quilos de resíduos anuais por habitante. No mesmo período, mais de metade (57%) dos resíduos produzidos no continente acabaram em aterros.

"À velocidade atual, serão necessários três planetas em 2050”

Ana Cristina Carrola, vogal do Conselho Diretivo da APA

Ainda assim, há números que mostram o caminho que o país fez ao longo das últimas décadas na separação e valorização de materiais: em 2021, a taxa de reciclagem de baterias portáteis foi de 73%, ultrapassando a meta fixada de 65%, e a dos pneus usados foi de 69%, mais do que o objetivo estabelecido (65%).

Ana Cristina Carrola, vogal do Conselho Diretivo da APA, esteve em Mafra para alertar para a importância do cumprimento das metas de reciclagem a que Portugal está obrigado para 2025 e para lamentar os atuais níveis de consumo. À velocidade atual, “serão necessários três planetas em 2050”. A responsável realçou ainda os resultados positivos alcançados com a redução da produção de sacos e garrafas de plástico, que é preciso aprofundar. “Um bom desempenho em matéria de resíduos é fundamental para a economia circular”, disse.

Ana Cristina defende que o país deve aproveitar mais materiais, até pela possibilidade da sua valorização, e trabalhar toda a cadeia de gestão de resíduos, de forma a permitir um melhor “desempenho nacional”.

No painel dedicado às “Boas práticas de reciclagem”, moderado pelo jornalista e editor do Local Online Alexandre Batista, os participantes procuraram refletir sobre como podem os cidadãos ser mais envolvidos nos objetivos europeus para a gestão de resíduos. Ana Trigo Morais acredita que a resposta está em “premiar o cidadão” pela separação de materiais e dar-lhes benefícios que incentivem a adoção de comportamentos mais sustentáveis. “As políticas públicas são fundamentais para acompanhar as ambições do país”, acrescentou, lembrando o bom exemplo do município de Mafra.

“São distribuídos sacos às pessoas gratuitamente e é-lhes dito como é que devem separar os resíduos orgânicos. O sistema é simples do ponto de vista do utilizador e tem esta vantagem de não precisar de investimento por parte dos municípios”, explicou Nuno Soares.

Desde o início do ano que a recolha seletiva de biorresíduos passou a ser obrigatória em Portugal, mas a Tratolixo – responsável pela recolha nos concelhos de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra – começou a trabalhar o tema ainda em 2019. Nesse ano, a empresa criou um projeto piloto para “testar um modelo inovador” que abrangeu 5500 fogos para testar o conceito.

"O país está claramente muito atrás na cobertura dos resíduos orgânicos”

Nuno Soares, presidente da Tratolixo

“São distribuídos sacos às pessoas gratuitamente e é-lhes dito como é que devem separar os resíduos orgânicos. O sistema é simples do ponto de vista do utilizador e tem esta vantagem de não precisar de investimento por parte dos municípios”, explicou Nuno Soares.

O presidente da Tratolixo adiantou ainda que foi concluída, no final do ano passado, a construção de uma “nova central mecânica para tratar 300 mil toneladas” e separar, de forma automática, os sacos de biorresíduos. “O país está claramente muito atrás na cobertura dos resíduos orgânicos”, lamentou.

Fruto de um programa de inovação da SPV e da Beta-i, o município de Mafra implementou, em setembro, um piloto para testar a aplicação de um sistema de incentivos à reciclagem. A tecnologia na boca dos ecopontos permite registar o depósito de embalagens e recompensar o utilizador, via cartão, com pontos que depois podem ser trocados por descontos no comércio local. “Achamos que podemos escalar esta prática a nível municipal. Pode ser um bom instrumento para atingirmos as metas”, afirmou Lúcia Bonifácio, vereadora da autarquia.

Lúcia Bonifácio, vereadora da Câmara Municipal de Mafra

Do lado do vidro, a Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem (AIVE) tem procurado contribuir para o aumento da separação deste material com a implementação de um projeto dirigido ao canal Horeca, onde os níveis de reciclagem são baixos. “É um canal onde existem grandes perdas de vidro. Os resultados [destes projetos piloto] são muito bons”, confirmou Beatriz Freitas, secretária-geral da AIVE. Recorde-se que, neste campo, basta que cada português recicle mais duas garrafas de vidro por mês para que o país consiga cumprir a meta de reciclagem definida.

"Temos um projeto para dotar os municípios de contentores para os grandes produtores do canal Horeca”

Beatriz Freitas, secretária-geral da AIVE

Entre os pilotos, destaque para o projeto que junta a AIVE à SPV, que junta os Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos, a Reninorte, Lipor, Algar e a Cascais Ambiente em áreas de concentração de estabelecimentos Horeca. “Temos um projeto para dotar os municípios de contentores para os grandes produtores do canal Horeca”, explicou Beatriz Freitas.

A ideia é que, através da colocação de contentores de vidrão de basculamento assistido, os restaurantes e cafés possam ter acesso a um depósito único para todos as suas embalagens de vidro. “Os resultados deste projeto piloto são muito bons”, confirmou a responsável da AIVE, que adiantou que a iniciativa foi replicada na Marinha Grande e que irá arrancar agora na Figueira da Foz.

Aumentar a valorização dos materiais

O encerramento da sessão de lançamento do projeto ECO Cidade, em Mafra, contou com a presença do vice-presidente da CCDR – Lisboa e Vale do Tejo, que defendeu uma “alteração de paradigma” para aumentar, cada vez mais, a transformação do “resíduo em matéria-prima” com valor.

José Alho destacou os elevados níveis de incorporação de resíduos na cadeia de produção, nomeadamente nos óleos alimentares (42%), mas lembrou que é preciso melhorar os resultados na incorporação de óleos minerais (7%), madeiras (4%) e cinzas (2%). Esta é uma “oportunidade para criar riqueza”, enquanto se persegue o cumprimento das metas europeias na separação e valorização de materiais.

Há uma questão que é fundamental: reduzir, reduzir, reduzir. Esta foi sempre a primeira prioridade. Não conseguiremos resolver este problema se não apostarmos na redução”, rematou.

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Lisboa Cidade da Aprendizagem: descubra o que pode aprender na capital

  • BRANDS'Local Online
  • 8:39

Da arte à tecnologia, a iniciativa Lisboa Cidade da Aprendizagem é um mapa digital que reúne diversas experiências de aprendizagem.

Se anda à procura de aprender algo novo ou de ter uma experiência numa área específica só tem de aceder ao site Lisboa Cidade da Aprendizagem e começar a explorar as atividades que lhe interessam. Da arte à tecnologia, do voluntariado ao empreendedorismo, este mapa digital agrega diferentes experiências de aprendizagem, disponibilizadas pelas mais de 100 entidades parceiras da Rede Lisboa Cidade da Aprendizagem.

Esta iniciativa desenvolvida pela Câmara Municipal Lisboa, integra uma Rede Internacional de mais de 50 cidades, regiões e ilhas de aprendizagem, presentes em três continentes e pretende promover o desenvolvimento pessoal e profissional dos cidadãos ao criar um ambiente propício para a aprendizagem contínua e acessível a todos.

 

Este “passaporte” para o conhecimento foi desenhado para democratizar o acesso à aprendizagem, permitindo aos utilizadores descobrir e explorar novas áreas e competências que contribuam para a sua qualificação e conquista de microcertificados – as medalhas digitais openbadge –, uma solução tecnológica que inclui metadados sobre a aprendizagem, e que pode ser partilhada nas redes sociais, no Curriculum Vitae ou exibida no portfólio online do utilizador.

Além disso, várias microcertificações podem ser associadas e constituir uma playlist ou percurso de aprendizagem, que possibilita a obtenção de uma microcertificação final (como vários módulos de um curso ou várias atividades de um módulo).

Até outubro, a plataforma já promoveu mais de 900 oportunidades de aprendizagem, que decorreram online ou presencialmente, gratuitas ou pagas, para diversos públicos-alvo, e foram emitidas 2.093 medalhas.

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Hoje nas notícias: inteligência artificial, DCIAP e apoio judiciário

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O antigo economista-chefe do FMI, Kenneth Rogoff, defende “regulação pesada” para a inteligência artificial. Rui Cardoso vai ser o novo diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal. E o Governo vai alargar o apoio judiciário aos meios de resolução alternativa de litígios. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

“Gostava que houvesse um botão de pausa” na inteligência artificial

O economista norte-americano Kenneth Rogoff defende “regulação pesada” para a inteligência artificial (IA), depois do “grande erro” dos EUA ao não regulamentar as redes sociais. Em entrevista, o antigo economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) antecipa que a IA não vá ser boa para o emprego e que “pode criar muito mais populismo, tensões e problemas”, mas, por outro lado, considera que “pode aumentar o crescimento [económico]”. “Estou otimista em relação à tecnologia. Estou pessimista sobre como a humanidade vai usá-la”, afirma, apontando que “gostava que houvesse alguma maneira de carregar num botão de pausa para que a sociedade evolua”.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Rui Cardoso é o novo diretor do DCIAP

O nome do procurador-geral adjunto Rui Cardoso foi aprovado, em reunião plenária do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) na quarta-feira, para ser o novo diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). A decisão não foi unânime, tendo havido alguns votos em branco e um voto contra entre os 16 membros presentes. Perto de fazer 54 anos, Rui Cardoso substitui Francisco Narciso, que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), “pôs o lugar à disposição logo após a tomada de posse” de Amadeu Guerra e, até haver uma vaga no Supremo Tribunal de Justiça, será procurador em representação da PGR no Tribunal Constitucional.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Governo alarga apoio judiciário aos meios alternativos de resolução de litígios

A secretária de Estado da Justiça, Maria José Barros, revelou esta quarta-feira que o apoio judiciário vai passar a contemplar os meios de resolução alternativa de litígios, no âmbito da revisão da tabela de honorários dos advogados oficiosos que ficará pronta até ao final deste ano. “Não faz sentido o Estado só disponibilizar um advogado oficioso apenas se o litígio correr num tribunal”, defendeu, numa conferência organizada pelo Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD) e pelo Jornal Económico. Essa expansão da atuação do centro requer, segundo a governante, que “entidades públicas de outras áreas governativas se registem como entidades pré-vinculadas junto do CAAD”.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Quase 900 mil casas sem ligação à rede pública de água

Há mais de 874 mil casas sem água potável em Portugal Continental, segundo um estudo da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA). Em cerca de 605 mil destes casos é por opção dos proprietários, um cenário mais comum no Norte (19,8%) e no Centro (14,7%). No entanto, as restantes cerca de 272 mil casas não têm acesso ao serviço, sendo o défice de cobertura mais elevado no Alentejo (9,4%) e no Algarve (9,5%). Existem ainda mais de um milhão de casas que não têm saneamento, estando 800 mil alojamentos sem acesso à rede.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Cardeal Américo Aguiar quer acelerar indemnizações a vítimas de abuso da Igreja

O cardeal Américo Aguiar considera que é “obrigação” da Igreja Católica agilizar o processo de indemnizações às vítimas de abusos sexuais. Em entrevista, o bispo de Setúbal diz esperar que a reunião plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que decorre entre 11 e 14 de novembro, possa “continuar este caminho”. “Não vamos pedir às vítimas que percorram novamente o túnel do horror”, frisou Américo Aguiar, apontando 2025 como “um ano jubilar [em que] seria particularmente simbólico que os processos se encerrassem”.

Leia a entrevista completa na Renascença (acesso livre)

 

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O dia em direto nos mercados e na economia – 7 de novembro

Ao longo desta quinta-feira, 7 de novembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Salário médio líquido dispara 10% para 1.151 euros. Veja as profissões com maiores aumentos

Trabalhadores dependentes ganham mais 104 euros face há um ano, mas a valorização real, descontando o efeito da inflação, foi menor: 82 euros ou 7,8%. Militares e agricultores com os maiores aumentos.

O salário médio líquido dos trabalhadores por conta de outrem disparou 9,9% para 1.151 euros, no terceiro trimestre de 2024, o que significa mais 104 euros na conta bancária, em comparação com o ordenado de há um ano, que estava nos 1.047 euros, segundo os cálculos do ECO com base nos novos dados publicados, esta quarta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), juntamente com as estatísticas do emprego relativas ao período entre julho e setembro.

Em termos reais, já descontando o impacto da inflação, registada em setembro, de 2,1%, o crescimento foi menor, mas ainda significativo, de 7,8% ou de 82 euros. Isto significa que 22 euros do aumento nominal de 104 euros foi “comido” pela subida, ainda que mais branda, dos preços.

O rendimento médio mensal líquido da população empregada por conta de outrem, já depois da retenção na fonte em sede de IRS e das contribuições sociais, tem estado a crescer consecutivamente desde o início do ano, em termos homólogos. No primeiro trimestre, o ordenado médio líquido cresceu 6,3% e, no segundo, registou-se uma evolução positiva de 8,9%.

Na variação em cadeia, isto é, do segundo para o terceiro trimestre, o aumento do salário médio líquido foi mais modesto, de 1,23% ou de 14 euros em comparação com o ordenado de 1.137 euros que o INE calculou para o segundo trimestre.

Maiores aumentos para Forças Armadas, agricultores e administrativos

Analisando a variação das remunerações médias líquidas por grupos de profissões, o INE mostra que, no terceiro trimestre do ano, a classe das Forças Armadas continua a beneficiar do maior incremento salarial. A folha de vencimento destes profissionais subiu de 1.322 euros para 1.589 euros, um aumento de 267 euros, o que corresponde a um crescimento homólogo de 20,20%.

No ranking dos maiores aumentos, surge, em segundo lugar, o grupo dos agricultores e pescadores. Estes trabalhadores auferiam, em média, 825 euros, no terceiro trimestre, o que traduz um crescimento de 11,79% ou de 87 euros face ao salário de 738 euros que ganhavam no mesmo período do ano passado.

A completar o pódio das maiores subidas no salário médio líquido está o pessoal administrativo, que teve um incremento salarial de 10,16% ou de 91 euros, o que elevou o ordenado de 896 para 987 euros.

Em sentido oposto, entre os grupos profissionais com aumentos salariais menos significativos, em termos homólogos, e que ficaram abaixo do aumento médio (9,9%), estão os representantes do poder legislativo e gestores de topo, os trabalhadores da montagem e os funcionários não qualificados.

Entre julho e setembro, o vencimento dos representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos atingiu os 1.871 euros, uma subida de 4,23% ou de 76 euros face ao ordenado do ano passado, de 1.795 euros.

Na lista dos menores aumentos, seguem-se os trabalhadores da montagem, cujo ordenado médio líquido deu um salto de 6,10% ou de 57 euros, evoluindo de 935 para 992 euros. Os trabalhadores não qualificados beneficiaram de um aumento de 6,97% ou de 46 euros, o que elevou o ordenado médio líquido de 660 para 706 euros.

Gestores de topo e agricultores com perda salarial na variação em cadeia

Na variação em cadeia, os agricultores e os gestores de topo sofreram uma redução no rendimento mensal líquido, o que pode ser explicado eventualmente por efeitos sazonais, uma vez que o terceiro trimestre engloba os meses de férias do verão, designadamente agosto.

No caso dos agricultores, pescadores e trabalhadores da floresta, verificou-se uma redução na remuneração média mensal líquida de 3,28% ou de 28 euros, o que fez o ordenado cair de 853 para 825 euros, entre o segundo e o terceiro trimestres do ano. De salientar que o trabalho deste grupo profissional é muito sazonal. Em relação à agricultura, especificamente, as vindimas costumam decorrer normalmente entre a segunda quinzena de setembro e as primeiras duas semanas de outubro, ou seja, já fora da análise do INE para o terceiro trimestre (de agosto a setembro), o que pode ser uma justificação.

Em relação aos gestores de topo, registou-se uma perda salarial de 0,95% ou de 18 euros: o rendimento mensal líquido regrediu de 1.889 euros para 1.871 euros, do segundo para o terceiro trimestres de 2024. Neste grupo, estão os representantes do poder legislativo, onde se incluem os deputados que vão de férias parlamentares entre o final de julho e início de setembro.

Ainda que aufiram uma compensação equivalente ao subsídio de férias, deixam de receber as ajudas de custo diárias, porque não participam nos trabalhos da Assembleia da República, já que esta se encontra encerrada naquele período, o que poderá explica esta variação negativa em cadeia. Só no ano passado, o Parlamento pagou, em média, 2.420 euros mensais, isentos de IRS, em ajudas de custo, as quais acrescem ao salário bruto de 3.892,14 euros, tal como o ECO noticiou.

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5 coisas que vão marcar o dia

Audições sobre o OE2025 continuam, CGD e EDP divulgam resultados financeiros e será anunciada decisão da Reserva Federal relativa às taxas de juro.

No mesmo dia em que o ministro Adjunto e da Coesão Territorial e o ministro das Infraestruturas e Habitação vão ao Parlamento defender a proposta orçamental, o Eurostat divulga dados estatísticos. Nos mercados, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e a EDP – Energias de Portugal vão divulgar resultados financeiros. Lá fora, termina a reunião da Reserva Federal dos EUA e será anunciada decisão de corte (ou não) das taxas de juro.

Caixa apresenta resultados financeiros

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresenta os resultados dos primeiros nove meses do ano após o fecho de mercado. A informação será disponibilizada no sítio da internet da CGD e também no da CMVM e pelas 10h00 do dia seguinte terá lugar uma conference call destinada a analistas e investidores. No mesmo período no ano passado, o banco público registou lucros recorde de quase 987 milhões de euros, um aumento de 42,6% em relação ao mesmo período de 2022.

… e à EDP, como correu o terceiro trimestre?

A EDP – Energias de Portugal vai presentar os resultados do terceiro trimestre do ano. A empresa registou lucros de 509 milhões de euros no terceiro trimestre do ano passado, uma subida de 141% face ao mesmo período em 2022. No mesmo dia, a Euronext apresenta o novo plano estratégico para os próximos três anos e o seu CEO e presidente do Conselho de Administração, Stéphane Boujnah, assinala os principais destaques dos resultados do terceiro trimestre desde ano.

Audições sobre OE2025 continuam

As audições no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) continuam. Nesta quinta-feira chegou a vez de serem ouvidos o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, e o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

Termina reunião da Reserva Federal

A Reserva Federal (Fed) norte-americana, liderada ainda por Jerome Powell, vai anunciar a sua decisão relativa às taxas de juro que deverá terminar com um corte de 25 pontos base, apontam as previsões dos economistas inquiridos pela FactSet. Assim, a taxa de juro que os bancos cobram uns aos outros deve descer de um intervalo de 4,5% a 4,75%, a partir do seu nível atual de 4,75% a 5%.

Eurostat divulga dados estatísticos

O Eurostat vai divulgar dados de setembro do comércio de retalho e dos preços das importações industriais. O órgão estatístico europeu divulga dados sobre o salário médio ajustado a tempo inteiro por trabalho relativo a 2023. O Banco de Portugal (BPStat) também publica dados sobre os índices cambiais relativos a outubro.

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Coverflex lança assistente que ajuda empresas a comparar seguros para trabalhadores

Nova ferramenta da Coverflex quer ser "aliado na eficiência" das empresas. Por exemplo, comparar planos de segurou ou criar planos de benefícios personalizados passam a exigir apenas alguns cliques.

A portuguesa Coverflex acaba de lançar um novo assistente baseado em inteligência artificial, que promete ajudar empregadores e trabalhadores a perceberem melhor como funcionam os benefícios extra salário. Segundo foi avançado ao ECO em primeira mão, uma das funcionalidades que passam a estar disponíveis é a comparação de planos de seguros em poucos cliques, poupando horas de trabalho aos responsáveis de recursos humanos.

“O Coverflex AI inaugura uma nova era na compensação, simplificando um dos temas mais complexos no ambiente de trabalho. Criámos esta solução para que empresas e colaboradores tenham total autonomia no acesso à informação que realmente precisam — de forma rápida, simples e personalizada para cada pedido, através de perguntas em linguagem natural“, explica ao ECO a country manager para Portugal, Inês Odila.

Em concreto, este novo assistente permite às empresas, por exemplo, personalizarem as políticas de benefícios de acordo com o setor que se inserem e com a sua dimensão, “acedendo a informações reais e atualizadas sobre as práticas de mercado”.

Permite também comparar planos de seguros em poucos cliques, garantindo que “as empresas encontram rapidamente o que precisem, personalizando às suas necessidades do momento”.

Além disso, o assistente é capaz de dar orientações especializadas às empresas “em termos de vencimentos e contabilidade, em conformidade com as regulamentações nacionais”, para facilitar a gestão financeira dos empregadores.

“Para as empresas, o Coverflex AI é um verdadeiro aliado na eficiência. Basta imaginar um departamento de recursos humanos que já não precisa de perder horas a filtrar dados, a comparar seguros ou a criar planos de benefícios. Agora, tudo isto é feito em poucos cliques, de forma autónoma“, salienta Inês Odila.

Já para os trabalhadores, a vantagem desta nova ferramenta é, sobretudo, o acesso simplificado à informação. “O Coverflex AI representa uma verdadeira porta aberta à autonomia e à personalização. Na prática, significa que cada pessoa pode consultar, a qualquer momento, os seus benefícios e seguros, esclarecer dúvidas e aceder facilmente a informações que ajudam a entender, de forma independente, o valor real da sua compensação”, avança a country manager.

Com acesso imediato a insights, os colaboradores conseguem gerir e adaptar melhor a sua compensação ao longo do tempo, levando a que se sintam mais valorizados e apoiados.

Inês Odila

Country manager da Coverflex em Portugal

“Com acesso imediato a insights, os colaboradores conseguem gerir e adaptar melhor a sua compensação ao longo do tempo, levando a que se sintam mais valorizados e apoiados, sabendo que têm à disposição uma solução feita para responder às suas necessidades únicas”, acrescenta a mesma.

Inês Odila indica ainda que a Coverflex quer também vir a lançar novas ferramentas “que acompanhem os colaboradores nesta jornada de conhecimento, como uma ferramenta para esclarecer qualquer dúvida sobre o seu recibo de vencimento ou outra que ajuda a interpretar a sua apólice de seguros e entender, de forma clara e rápida, o que está ou não incluído”.

“O Coverflex AI é um movimento com um propósito claro: democratizar a compensação. Queremos que todos, independentemente da sua experiência ou conhecimento financeiro, tenham acesso fácil e direto às informações que moldam o seu bem-estar financeiro”, argumenta a responsável.

A partir desta quinta-feira, este novo assistente está oficialmente disponível para as 8.500 empresas que são clientes da Coverflex. A partir de agora, o compromisso desta empresa portuguesa é lançar, todos os meses, um novo use case desta ferramenta, “ouvindo ativamente as empresas e colaboradores para entender o que o mercado realmente precisa”.

Ao ECO, Inês Odila adianta, a propósito, que a Coverflex criou já uma equipa dedicada especificamente à inteligência artificial, uma vez que reconhece que esta tecnologia é essencial para o futuro. “Esta equipa está totalmente focada em desenvolver e aprimorar continuamente esta solução, sempre com o objetivo de alinhá-la às necessidades reais de empresas e colaboradores“, remata a responsável.

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26 projetos de hidrogénio e biometano de 245 milhões de euros candidatam-se a apoios

As candidaturas ao último aviso de 70 milhões de euros correspondem a uma capacidade instalada de produção de 203,39 megawatts, num investimento total de 245,3 milhões de euros.

O Governo recebeu 26 candidaturas para o apoio à produção de gases renováveis lançado em junho, com uma dotação de 70 milhões de euros, indica o Ministério do Ambiente e Energia, em resposta ao ECO/Capital Verde.

As candidaturas correspondem a uma capacidade instalada de produção de 203,39 megawatts, num investimento total de 245,3 milhões de euros. De acordo com o aviso, cada um dos candidatos vai ter direito a um apoio máximo de 15 milhões de euros, que não deverá ultrapassar 60% do total de investimento previsto.

Agora, as candidaturas que reúnam as condições de elegibilidade serão apreciadas pela Direção-Geral da Energia e Geologia (DGEG) e pela entidade gestora do Fundo Ambiental. O prazo máximo para que a instalação se encontre operacional decorre até 30 de junho de 2026. Os projetos têm obrigatoriamente de ter início até 180 dias de calendário após a data da assinatura do contrato de financiamento entre o Fundo Ambiental e o beneficiário.

Para os projetos serem elegíveis, a produção de “gases de origem renovável” — que vão do hidrogénio verde ao biometano — tem de ser efetuada a partir da energia produzida por instalações que utilizem unicamente “fontes de energia renováveis”. Os 70 milhões de euros concedidos são integralmente provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência.

As candidaturas para este aviso são conhecidas depois de, no início de outubro, terem sido selecionados os 22 projetos que terão direito a verbas do aviso anterior, no valor de 83 milhões de euros. Tal como o ECO/Capital Verde avançou na altura, 13 milhões de euros deste total foram atribuídos à Voltalia, divididos por dois projetos, um no Carregado e outro na Covilhã.

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Euronext expande operações no Porto com 200 contratações e mudança de escritório

Agora a partir do centro da cidade, a gestora de bolsas vai reforçar competências e colaboradores no Porto, onde tem um centro tecnológico e uma unidade de liquidação e custódia de títulos.

A Euronext, a gestora de bolsas que controla a praça portuguesa, vai continuar a expandir a sua atividade em operações e em número de pessoas no Porto, onde detém o centro tecnológico e a antiga Interbolsa. A companhia emprega atualmente 350 pessoas na Invicta e vai mudar de instalações para o centro da cidade para acomodar o alargamento previsto, projetando contratar mais duas centenas de colaboradores nos próximos três anos.

Com duas empresas atualmente localizadas na avenida da Boavista — a Euronext Securities (liquidação e custódia de títulos) e a Euronext Technologies (centro tecnológico) –, o grupo que gere a bolsa de Lisboa vai mudar de instalações para um novo edifício em Cedofeita. Uma nova localização que oferece espaço e condições para acolher o reforço da equipa projetado para os próximos anos.

“A decisão de mudarmos para um novo edifício deve-se ao crescimento significativo das equipas no Porto, que atualmente ultrapassam os 350 colaboradores, com previsão de expansão nos próximos anos”, esclarece ao ECO fonte oficial da Euronext. É que “as instalações atuais já não comportam este crescimento e o layout em nove pisos torna-se inadequado para as necessidades operacionais, dificultando a proximidade física necessária entre as equipas para maximizar produtividade e eficiência.”

Com o novo edifício ainda em obras de remodelação para vir a acolher as equipas da Euronext na cidade, a empresa prevê que tenha condições para se transferir para as novas instalações na segunda metade de 2025, possivelmente mais próximo de final do ano.

A Euronext refere que “está previsto o crescimento da equipa para responder às necessidades da estratégia da empresa e à natural evolução na área da tecnologia”, apontando para um aumento de cerca de 200 colaboradores nos próximos três anos. O grosso destas contratações será para o centro tecnológico, avança ao ECO a mesma fonte do grupo liderado por Stéphane Boujnah, que irá apresentar esta quinta-feira o novo plano estratégico do grupo, assim como os resultados do terceiro trimestre do ano.

Apesar de a bolsa portuguesa ter vindo a perder dinamismo — só este ano já se despediu da Inapa e da Reditus e, recentemente, disse adeus à Greenvolt na sequência da aquisição pelos americanos da KKR, Portugal –, Portugal é estratégico para o grupo, com o centro tecnológico do Porto a assumir-se como uma das grandes apostas. Desde que foi transferido para Portugal, o centro tecnológico foi agregando mais serviços, como a cibersegurança, a gestão de infraestruturas ou os serviços aos colaboradores.

Stéphane Boujnah é CEO e Chairman da Euronext desde novembro de 2015

Inaugurado em 2017, o Euronext Technologies viu o número de colaboradores crescer de 70 para mais de 280, “refletindo a importância crescente desta unidade no Grupo Euronext, que presta serviços para diversas geografias dentro e fora da Europa“.

“O centro tecnológico permanece essencial para o bom funcionamento da Euronext, contribuindo com atividade centrada no desenvolvimento de tecnologia e ainda nas áreas de suporte e proteção da atividade, com impacto em todas as bolsas e outros negócios do grupo“, destaca fonte oficial, em resposta às perguntas do ECO.

Ainda que o principal foco da Euronext em Portugal seja o centro tecnológico, a Euronext Securities, a antiga Interbolsa, “também tem reforçado a sua equipa para responder a desafios tanto nacionais como internacionais”.

Hub no Porto é essencial para o bom funcionamento da Euronext, contribuindo no desenvolvimento de tecnologia e nas áreas de suporte e proteção, com impacto em todas as bolsas e outros negócios do grupo.

Fonte oficial da Euronext

De acordo com a gestora de bolsas, “as operações [no Porto] têm aumentado tanto pela ampliação das áreas em que as equipas operam, em colaboração com outras localizações, quanto pela evolução natural do grupo”. Atualmente, a Euronext cobre toda a cadeia de valor – desde a negociação e compensação até à liquidação e custódia. Esta diversificação dos negócios, acrescenta, tem sido “determinante para ajustar as equipas e alocar competências não só em Portugal, mas em todas as geografias onde o grupo está presente.”

A Euronext está atualmente presente em 18 países. Em Portugal tem equipas em Lisboa, onde está a Euronext Lisbon, e no Porto, sendo que Portugal é um dos países onde o grupo mais tem vindo a contratar. Portugal é atualmente a terceira maior localização em número de colaboradores, representando mais de 12% do total.

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Caixa a caminho de lucro recorde e novo ciclo

Banco público apresentará resultados que o colocam a caminho de lucros de 1,7 mil milhões em 2024, mas próximos anos serão "mais difíceis", avisou Paulo Macedo. Vem aí um novo ciclo na Caixa.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresenta esta quinta-feira os resultados dos primeiros nove meses do ano com o caminho apontado a um lucro recorde em 2024. Mas Paulo Macedo já avisou que, depois do resultado “significativo” deste ano, “não vai ser fácil” compensar a descida das taxas de juro em 2025. Que trará um novo ciclo no banco público, com possíveis mudanças na gestão. Após alcançar lucros de quase 900 milhões de euros na primeira metade do ano, o desempenho até setembro encaminhará a CGD para lucros históricos na casa dos 1,7 mil milhões de euros no conjunto do ano.

Pelo menos é esta a conta que o Governo (com base nas indicações do banco) está a fazer com base no dividendo de 670 milhões de euros que espera receber da Caixa no próximo ano (e que foi inscrito no Orçamento do Estado) e tendo em conta a habitual política de distribuição de 40% dos resultados ao acionista (que nos últimos dois anos foi mais generosa até).

Porém, apesar do resultado inédito que se prevê para este ano, o presidente da Caixa já deixou o aviso de que não se vai repetir devido ao ciclo de normalização da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

A descida das taxas de mercado que se verifica no último ano já está a pressionar a margem financeira dos bancos (como se viu nos resultados dos outros bancos privados), mas espera-se que o embate seja particularmente sentido nas contas do próximo ano, admitiu Paulo Macedo recentemente.

“Para o ano, a perspetiva é que os resultados sejam inferiores aos deste ano. Não será fácil compensar o cenário central que é de um corte 150 pontos base até 31 de dezembro do ano que vem”, avisou na conferência dos 40 anos da Associação Portuguesa de Bancos. “Da mesma maneira que estamos com um resultado que será outra vez bastante positivo, para o ano temos de nos preparar, e para os anos seguintes”, alertou na mesma ocasião.

Novo ciclo na Caixa após pagar recapitalização

O novo ciclo da política monetária na Zona Euro coincidirá de certa maneira com um novo capítulo na vida da Caixa. Depois da dura reestruturação que executou nos últimos anos e de ter reembolsado a totalidade dos 2,5 mil milhões de euros da injeção de dinheiro que recebeu em 2016 para tapar o buraco aberto por empréstimos ruinosos (que valeu uma penosa comissão de inquérito), o banco público olha agora para a próxima fase.

Nos tempos mais imediatos, isso passará pela nova equipa de gestão. A atual administração está em fim de mandato. Paulo Macedo, que assumiu o leme em 2017, já manifestou a intenção de continuar a liderar o maior banco em Portugal. Mas deverá haver administradores na porta da saída, por vários motivos, incluindo a chegada à idade da reforma.

“Já manifestei essa disponibilidade” ao Ministério das Finanças, assumiu Paulo Macedo em entrevista ao Jornal de Negócios em junho. “Ainda há muita coisa a fazer no banco”, acrescentou.

Segundo explicou, uma grandes prioridades será a digitalização do banco público — algo que vai ao encontro do que destacou esta semana a vice-governadora do Banco de Portugal, Clara Raposo, quando disse que o setor devia aproveitar os bons resultados para investir no futuro.

“O nível de serviço da Caixa é adequado, mas estamos conscientes que temos de fazer muito melhor e de que há toda esta parte hoje tecnológica que é um imperativo“, disse Paulo Macedo na entrevista apontando à forma como o banco quer tirar partido das novas tecnologias, incluindo Inteligência Artificial e big data.

Paulo Macedo, presidente da Caixa.Carlos M. Almeida/Lusa

Polémica com redução de serviços, nova sede e Novobanco

O trabalho de Paulo Macedo continuará ainda marcado pelo esforço de eficiência que os bancos têm imprimido nos últimos anos através do fecho de balcões e redução de quadros, perante uma procura cada vez maior nos canais digitais. Em algumas situações este esforço tem levado a polémicas como aconteceu com o episódio de fecho do balcão da Caixa em Almeida em 2017 e volta agora a repetir-se com a redução de serviços bancários em agências localizadas interior do país e nas ilhas. Por conta desta polémica, o presidente da CGD foi novamente chamado ao Parlamento. Déjà vu.

Na Caixa, o cost to income está abaixo dos 30%, um dos melhores do setor em Portugal, mas o banco quererá manter os custos controlados face ao ciclo de juros mais baixos.

Com o novo mandato a estender-se até 2028, a nova equipa de Paulo Macedo terá ainda outros dois grandes marcos pela frente: a potencial consolidação do setor com a venda do Novobanco a arrancar no próximo ano e ainda a mudança para a nova sede.

A Caixa está de saída do seu quartel-general dos últimos 40 anos, na Avenida João XXI, e onde mora agora o Governo, e prepara a mudança para o Parque das Nações previsivelmente daqui a dois anos. A nova morada será o Edifício WellBe.

Em relação ao Novobanco, o discurso de Paulo Macedo tem sobretudo abordado a questão da importância de manter um banco público com força para atuar no mercado, algo que poderá estar em causa se o banco da Lone Star for vendido a algum dos grandes concorrentes: BCP ou os espanhóis BPI ou Santander. “Interessa ser relevante. Não faz sentido ser um banco público com quota de 6% ou 7%. A Caixa claramente influencia as comissões ao ter das mais baratas, os spreads ao ter dos mais baratos, e as operações de médio e longo prazo onde é líder”, disse no ano passado. E não falta capital à Caixa (rácio acima de 20%), ao contrário do que aconteceu no passado.

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Kamala quer “transição pacífica” de poder. “Temos de aceitar os resultados das eleições”, diz

  • ECO
  • 6 Novembro 2024

"Sei que muitos pensam que estamos a entrar numa época escura, mas espero que, para bem de todos, não seja assim", disse Harris num discurso de derrota horas depois de declarada a vitória de Trump.

“Os resultados não são os que queríamos”, mas há que os “aceitar”, disse Kamala Harris, no discurso de derrota na universidade de Howard, em Washington, várias horas depois da contagem dos votos ter apontado para uma vitória clara de Donald Trump na corrida à Casa Branca. Até ao momento, Kamala conseguiu 47,5% ou 67,2 milhões de votos, contra os 51% ou 72 milhões de votos de Donald Trump. Os republicanos também estão à frente na eleição para a Câmara dos Representantes e no Senado.

A candidata democrata adiantou que já tinha telefonado a Trump para o felicitar pela vitória nas eleições e sublinhar que “ajudará na transição democrática para que seja uma transição pacífica” do poder. “Sei que muitos pensam que estamos a entrar numa época escura, mas espero que, para bem de todos, não seja assim”, disse Harris, num breve discurso, onde pediu aos seus apoiantes que encham o “céu de luz com mil milhões de estrelas, a luz do otimismo, da fé, da verdade”.

O discurso soou menos a uma derrota e mais a uma pausa na “batalha” que demorará tempo. “Isso não significa que não ganhemos. A chave é não nos rendermos, não deixar de tentar que o mundo seja um lugar melhor”, disse Kamala para os mais jovens, para quem é normal estarem a sentir-se “tristes”.

A ainda vice-presidente dos EUA disse ainda que a “luz da promessa norte-americana vai sempre brilhar”, desde que os americanos “não se rendam” e sigam “lutando”. Kamala afirmou que, embora concedesse a vitória da eleição, não abriria mão da “luta que motivou a sua campanha”, destacando a defesa dos direitos no aborto, democracia, Estado de Direito, justiça igualitária e prevenção da violência com armas.

Para Harris essa batalha continuará em diversos espaços, incluindo nas “urnas, tribunais e esferas públicas”. Comentou também que “por vezes, essa luta demora, mas isso não significa que não possa ser vitoriosa”, indicando à audiência que “é hora de arregaçar as mangas: mantenha-se organizado, envolvido, em defesa da liberdade.”

No seu discurso, reiterou que aceitar a derrota distingue a democracia da tirania e que a sua lealdade, mais do que para um partido político, é para com a Constituição do país.

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