Universitários olham para o risco e retorno na hora de investir. E ignoram ESG

Onde e como investem os estudantes universitários? Olham sobretudo para o risco e rentabilidade dos produtos financeiros e ignoram fatores de sustentabilidade.

Os estudantes universitários em Portugal olham sobretudo para o risco e o retorno na hora de investir e praticamente ignoram os aspetos relacionados com os indicadores ambientais, sociais e de governação (ESG), segundo um inquérito do regulador do mercado divulgado esta quarta-feira.

“Na escolha dos produtos financeiros de investimento, os critérios mais referidos são o risco e a rentabilidade desses produtos financeiros (referidos por 84,0% e 83,1%, respetivamente, de respondentes)”, revela o estudo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

as questões ligadas à sustentabilidade “têm pouca expressão”, acrescenta o estudo feito junto de mais de 2.500 universitários. No momento de decidir onde aplicar o dinheiro, apenas 2,3% referiram as características sociais e ambientes dos produtos financeiros e 13,3% indicaram um deles.

Este resultado estará ligado ao grande desconhecimento em torno das aplicações financeiras sustentáveis: quase metade (47,2%) dos inquiridos revelou não ter informação sobre este tipo de produtos.

Um quarto tem criptoativos

Praticamente um quarto da amostra (23,4%) disse ter criptoativos, como bitcoin ou outras criptomoedas, na sua carteira de investimentos, sendo que para alguns é mesmo o único ativo financeiro que têm (15 respondentes) ou coexiste com apenas mais um ativo financeiro (56 respondentes).

A CMVM detalha que em 64,7% das carteiras que têm criptoativos, estes ativos digitais representam até 5% do património total dos respondentes. Quem tem criptoativos – sobretudo homens com menos de 36 anos – “denota algum excesso de confiança na literacia digital e informa-se mais frequentemente sobre matérias relacionadas com produtos e mercados financeiros”.

Quase 40% diz ter conhecimentos sobre mercados e produtos

Em termos de conhecimentos sobre mercados e produtos financeiros, 38,5% dos respondentes afirmam-se conhecedores ou muito conhecedores destas matérias.

Porém, “em alguns casos, a autoavaliação de conhecimentos financeiros não é coincidente com os conhecimentos e atitudes demonstrados”, demonstra o inquérito.

Quase metade dos respondentes (48,9%) tem uma autoavaliação inferior aos conhecimentos financeiros demonstrados. O inquérito revelou que os jovens com idade até 25 anos são “sobreconfiantes”.

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Ministra da Justiça e bastonária ausentes da reunião sobre advogados oficiosos

O ECO/Advocatus sabe que Rita Alarcão Júdice, por ser advogada de profissão, prefere delegar estas matérias relativas a advogados na secretária de Estado desde que tomou posse.

A ministra da Justiça e a bastonária da Ordem dos Advogados não marcaram presença na reunião de trabalho relativa à Reforma do Sistema de Remuneração dos Advogados Oficiosos, realizada esta quarta-feira. Apesar do tema da revisão da tabela de remuneração dos advogados do Estado ser uma das bandeiras da líder dos 35 mil advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro fez-se representar por um vogal do Conselho Geral, Alberto Barreiros e, da parte do Governo, tal como a reunião anterior, esteve presente a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo.

Da parte da OA, houve tentativas de marcação de reuniões com a senhora ministra da Justiça, mas sem resposta do Governo. Bem como foi pedido que, dias antes da reunião realizada esta quarta-feira, fosse entregue o relatório à OA, mas também sem sucesso.

Assim, estiveram presentes em representação da Ordem, na apresentação do Relatório do Grupo de Trabalho, o vogal do Conselho Geral, Alberto Barreiros, o Chefe de Serviços do Gabinete Jurídico, Pedro Benodis Silva e Cláudia Pincho.

Da parte do Ministério da Justiça, o ECO/Advocatus sabe que Rita Alarcão Júdice, advogada de profissão, prefere delegar estas matérias relativas a advogados na SEAJ. Acompanha, mas delega a decisão na secretária de Estado desde que tomou posse.

“A OA considera que a proposta apresentada pelo Ministério da Justiça não vai ao encontro aquelas que são as pretensões dos profissionais e, desse modo, considera-a insuficiente. Tendo em conta que esta foi uma reunião técnica onde o Ministério da Justiça apresentou a sua proposta e que a OA tentou antecipar para que contasse com a presença da Ministra da Justiça, a OA fez-se representar por uma delegação que recebeu a proposta do Ministério da Justiça e foi informada da inclusão da OA no Grupo de Trabalho que irá negociar esta revisão. Esta proposta não foi partilhada de forma antecipada com a OA para que a mesma pudesse ser analisada e discutida de forma prévia, o que permitiria acelerar o processo de atualização da tabela aplicável ao sistema de acesso ao direito”, segundo explicou a OA em comunicado.

Assim, “mesmo levando em conta que este processo já poderia estar mais adiantado do que se encontra neste momento, a OA aguarda com expectativa o início deste processo negocial e continua disponível para prosseguir este caminho de negociação, que deverá, naturalmente, ser acompanhado com a presença da Ministra da Justiça. No âmbito deste processo de negociação, a OA considera que o mesmo deverá ser completo e integrar a discussão da revogação da portaria que retira à OA a competência exclusiva de composição das escalas de advogados para integrar o Sistema de Acesso ao Direito e Tribunais (SADT). A OA não aceita que a escolha dos Advogados seja efetuada pelo MP/Juiz/OPC sem qualquer critério objetivo ou conhecido, em manifesta violação dos mais basilares direitos de defesa dos cidadãos. Esta portaria coloca em causa todo o processo e deve ser revogada, tendo em conta a sua ilegalidade”, concluiu o mesmo comunicado.

A ministra da Justiça, Rita Júdice, participa na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, na residência oficial, no Palácio de São Bento, Lisboa, 20 de junho de 2024. ANTÓNIO COTRIM/LUSAANTÓNIO COTRIM/LUSA

O Grupo de Trabalho criado pelo Governo para o que chama de Reforma do Sistema de Remuneração dos Advogados Oficiosos propõe a revisão dos honorários fixados há 20 anos, uma nova classificação e listagem dos atos praticados por advogados oficiosos, para efeitos de fixação de honorários e alargar os atos praticados a processos de arbitragem, processos em Julgados de Paz e em processos de mediação extrajudicial concluídos com acordo entre as partes. Mais: a remuneração atribuída a cada ato passa a depender da complexidade jurídica e do volume presumido das horas trabalhadas, valorizando-se igualmente os atos mais solicitados. O Ministério da Justiça espera tomar uma decisão “a breve prazo, depois de ouvida a Ordem dos Advogados e recolhidos contributos de outros interessados”, segundo comunicado do Ministério da Justiça.

O relatório apresenta ainda a criação de um “sistema de controlo de qualidade do serviço prestado pelos advogados oficiosos”, a realização de inquéritos de satisfação aos beneficiários, uma revisão ampla do sistema de registo e pagamento de despesas e ainda a exigência de certidão de não dívidas ao Estado (Fisco e Segurança Social) como condição de inscrição nas escalas das defesas oficiosas.

O GT propõe um aumento de 4,75% na Unidade de Referência (medida de cálculo dos honorários) e admite que, à luz da nova tabela, estima-se um aumento na despesa com os honorários dos advogados oficiosos de cerca de 7 milhões de euros. Este novo modelo da tabela de honorários acomoda um duplo aumento: no valor e no número de Unidades de Referência fixadas para cada ato.

A bastonária da Ordem dos Advogados exigiu, na semana passada, a demissão da Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, “que foi a interlocutora da Ordem dos Advogados para os assuntos da Justiça, e com quem nunca se dignou sequer a debater esta solução (nem sequer informá-la)”, diz Fernanda de Almeida Pinheiro.

Em causa a portaria para ser publicada com “carácter de urgência” que altera o Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais (SADT), passando agora a prever-se a possibilidade de o Tribunal, o Ministério Público ou os Órgãos de Polícia Criminal (como a PJ ou Autoridade Tributária) nomearem qualquer advogado oficioso que, sendo contactado, se manifeste disponível para aceitar a nomeação em caso de falhas nas escalas definidas. Esta alteração surge no decorrer do protesto da Ordem dos Advogados que teve início a 1 de setembro.

“Como forma de retaliação contra o protesto justo e legítimo da Advocacia, o Governo, através do Ministério da Justiça, aprovou uma alteração à Portaria que Regulamenta a Lei do Acesso ao Direito, passando a prever expressamente a possibilidade de o Tribunal, o Ministério Público ou os Órgãos de Polícia Criminal nomearem qualquer Advogado que, sendo contactado, se manifeste disponível para aceitar a nomeação”, diz, em comunicado a bastonária dos mais de 35 mil advogados.

Desde setembro que a Ordem dos Advogados (OA) apelou à não inscrição de advogados nas escalas do SADT. O SADT é o sistema que permite que os cidadãos com menor poder económico tenham acesso aos tribunais para defender os seus direitos, uma vez que a justiça não pode ser negada a ninguém. Desta forma, foi criado um sistema sustentado pelo Estado que paga a advogados, os chamados advogados oficiosos, para defender estes tipos de casos.

Ao contrário do que sucede atualmente, em que as nomeações dos Advogados e a nomeação dos Advogados em escala, por uma questão de organização, transparência e justiça, são realizadas pela Ordem dos Advogados, o Governo pretende passar a permitir que tais nomeações possam ser feitas por outras entidades.

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Orçamento só inscreve descida do IRC para 20% em 2025. Novas descidas no futuro ficam em aberto

OE2025 vai ter apenas referência à redução de um ponto transversal na taxa de IRC e às medidas seletivas acordadas com o PS. Leitão Amaro defende que documento continua a refletir "visão" do Governo.

A proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) só terá inscrita a redução da taxa de IRC para 20% no próximo ano, assim como as medidas seletivas acordadas com o PS, deixando em aberto novas reduções das taxas no futuro. A posição foi esclarecida esta quarta-feira pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, após o Conselho de Ministros que aprovou a proposta orçamental.

“A única coisa que consta do OE2025, porque é de 2025 que estamos a falar e é a 2025 que a lei se aplica, é a redução de um ponto transversal na taxa nominal e medidas seletivas acordadas com o PS e que constam do acordo de Concertação Social”, disse António Leitão Amaro, em conferência de imprensa, após a realização do Conselho de Ministros, quando questionado pelos jornalistas.

O governante salientou que é conhecida “a divergência para o futuro” entre o Executivo e o PS, pelo que “o entendimento do Governo foi e é que não se deve fazer depender o OE2025 relativamente a escolhas para os anos seguintes”.

“Essa divergência não foi alterada nem ultrapassada. Se conseguimos a convergência ou a aceitação do PS relativamente a 2025 com as medidas seletivas, e que o desagravamento da taxa fosse no máximo em um ponto, é isso que consta do OE e não consta nenhuma referência ao futuro. É 2025 que estamos a votar e é 2025 que será votado”, apontou.

O Programa do Governo prevê a redução das taxas de IRC, começando com a redução gradual de dois pontos percentuais por ano, uma intenção da qual o PS discorda. Contudo, nas negociações, o Governo contrapropôs ao PS uma diminuição gradual da taxa para 17% em três anos, sem mexer nas derramas estaduais.

Leitão Amaro desvalorizou as cedências ao PS no que toca à essência do Orçamento definida pelo Governo. “Amanhã perceber-se-á isso e perceber-se-á também que houve alterações e ajustamentos sobre aquilo que constava do Programa de Governo”, frisou, apontando o exemplo do IRS Jovem.

“Quando um partido não tem maioria absoluta e tem maioria relativa dialoga com outros partidos. O essencial da visão do Programa de governo, o caminho, o caráter, estão lá. Os princípios estão lá”, vincou.

Questionado sobre as previsões do Banco de Portugal, que reviu em baixa de 2% para 1,6% o crescimento para este ano, Leitão Amaro invocou o facto de o Conselho de Finanças Públicas (CFP) ser a entidade responsável por endossar ou não as previsões do Orçamento, assinalando que esteve em diálogo com as instituições europeias sobre as trajetórias das várias dimensões.

“O Governo está muito confiante no cenário que apresenta, com ambição”, defendeu.

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Votação final global do Orçamento do Estado adiada para 29 novembro

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

A conferência de líderes decidiu manter as datas de 30 e 31 de outubro para a discussão do documento na generalidade.

A votação final global da proposta de Orçamento para 2025 foi adiada, esta quarta-feira, de 28 para 29 de novembro, por decisão da conferência de líderes, que também decidiu manter as datas de 30 e 31 de outubro para a discussão na generalidade.

Com este calendário, que resultou de uma decisão do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, por ausência de consenso, a discussão na especialidade decorrerá nos dias 22, 26, 27, 28 e 29 de novembro.

Neste período (entre 22 e 29 do próximo mês) dedicado à discussão na especialidade, haverá uma interrupção dos debates no dia 25 para a realização da sessão solene que assinalará o 25 de novembro de 1975.

Na conferência de líderes desta quarta-feira, PSD, CDS e Iniciativa Liberal defenderam que o debate na generalidade do Orçamento para 2025 deveria iniciar-se uma semana antes das datas previstas, ou seja, em 24 e 25 de outubro, mas esta proposta teve a oposição do PS, Chega, Bloco de Esquerda, Livre e PCP.

Com esta proposta, que não alcançou uma maioria indicativa, as bancadas do PSD e do CDS-PP pretendiam dispor de mais tempo para a elaboração dos guiões de votações do processo orçamental – uma tarefa que é considerada complexa sobretudo para as bancadas que suportam o Governo, já que requer intenso trabalho de coordenação política. Se este calendário fosse aprovado, a votação final global do Orçamento realizar-se-ia no dia 26 de novembro e não no dia 29 desse mês, como ficou estabelecido.

Face à ausência de consenso, tendo de um lado o PSD, IL e CDS, e do outro lado uma maioria composta pelo Chega e as bancadas da esquerda, o presidente da Assembleia da República decidiu corresponder à vontade maioritária expressa em conferência de líderes parlamentares.

Perante os jornalistas, o porta-voz da conferência de líderes, o deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira, assumiu que “foi uma decisão por parte do senhor presidente da Assembleia da República, já que não houve unanimidade”.

“Houve grupos parlamentares que defendiam um primeiro cenário, outros grupos parlamentares que defendiam um segundo cenário. A maioria tendeu para um determinado cenário – e foi exatamente com base nesse cenário que o presidente da Assembleia da República decidiu que o calendário do debate na generalidade ocorrerá nos dias 30 e 31 de outubro“, declarou o porta-voz da conferência de líderes.

Na conferência de líderes de hoje foi também feita uma alteração ao debate preparatório do Conselho Europeu, com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro. Este debate, no próximo dia 16, vai iniciar-se às 09:00 e não às 14:30 como estava inicialmente previsto.

Já para dia 18 de outubro, o Governo agendou para debate em plenário um conjunto de iniciativas legislativas, entre as quais uma que transpõe a diretiva comunitária sobre tributação de grupos de empresas multinacionais e também uma alteração ao Código de IRC em matéria de requisitos da dupla tributação económica. Nesse mesmo dia, será discutida uma proposta que altera o Regime Jurídico das Autarquias Locais sobre publicitação das deliberações dos órgãos autárquicos.

Ainda antes do começo da discussão do Orçamento, mais concretamente no dia 23 deste mês, haverá uma reunião plenária com declarações políticas. Dois dias depois, dia 25, uma sexta-feira, realiza-se um debate setorial com a presença do ministro da Educação, Fernando Alexandre.

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Parlamento chama secretário de Estado do Trabalho para esclarecer mudanças aos apoios aos estágios

Os deputados da comissão de trabalho aprovaram esta quarta-feira, por unanimidade, o requerimento de audição com caráter de urgência do secretário de Estado do Trabalho.

O secretário de Estado do Trabalho, Adriano Moreira, terá de ir ao Parlamento prestar esclarecimentos sobre as mudanças feitas recentemente às políticas ativas de emprego, nomeadamente nos apoios aos estágios. Os deputados da comissão do trabalho aprovaram esta quarta-feira, por unanimidade, o requerimento de audição com caráter de urgência apresentado pelo grupo parlamentar socialista.

“O Governo introduziu um conjunto de alterações nas chamadas Políticas Ativas do Mercado de Trabalho, depois de considerar que as medidas então em curso não se revelaram tão eficazes na sua aplicação prática, conforme defendeu a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho. A verdade, porém, é que a evolução dos indicadores do emprego e desemprego tem sido positiva ao longo dos últimos anos, que os riscos de precarização e de fraude no uso das políticas ativas também diminuíram consideravelmente, e que as alterações agora efetuadas avançam sem que seja conhecida qualquer avaliação do impacto das referidas políticas que as justifique”, lê-se no requerimento, que mereceu “luz verde” dos deputados esta quarta-feira à tarde.

O PS sublinha, assim, que as mudanças feitas pelo atual Governo “geraram sinais de alerta” que merecem “escrutínio urgente da Assembleia da República”, daí a necessidade de uma audição.

Em causa está a reformulação recente, nomeadamente, dos programas do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) de apoio aos estágios, que passaram agora a ser dirigidos a jovens que têm, pelo menos, o ensino secundário ou pós-secundário concluído.

“Significa que a medida é mais estreita do ponto de vida do âmbito da aplicação, mas é também mais eficaz”, explicou a ministra do Trabalho. Além disso, passaram a ser apoiados estágios com a duração de seis meses, e não de nove meses como até aqui.

Essa alteração na duração é um dos “recuos” que o PS destaca, a par da eliminação do prémio-emprego para as empresas que integrem os jovens estagiários no final do programa, tal como estava desenhado, o que comporta “evidentes riscos de precariedade para os jovens beneficiários”, entendem os socialistas.

“É importante perceber em que avaliação se baseia o novo quadro de políticas ativas e compreender estas mudanças na sua arquitetura, bem como os efeitos que terão no mercado de trabalho e nas condições de controlo, eficiência e transparência deste tipo de apoios”, defende o PS, no requerimento aprovado pelo Parlamento.

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Visit Madeira reforça aposta na marca Madeira Ocean and Trails com rebranding

  • + M
  • 9 Outubro 2024

A estratégia visa "levar o destino mais além, através de um reforço do investimento e um ambicioso plano de ações de promoção". A Madeira Ocean and Trails conta também com uma série de embaixadores.

A Associação de Promoção da Madeira está a reforçar a aposta na marca Madeira Ocean and Trails (MOT), através de um rebranding, do lançamento de um novo vídeo promocional e do relançamento do seu site.

Esta nova estratégia visa “levar o destino mais além, através de um reforço do investimento e um ambicioso plano de ações de promoção“, refere-se em nota de imprensa.

Eduardo Jesus, presidente da Associação de Promoção da Madeira e secretário regional de Economia, Turismo e Cultura, sublinha a importância da marca MOT, “uma marca completa de turismo ativo que representa o que de melhor o destino Madeira tem para oferecer, englobando duas linhas de produto: montanha e mar”, diz citado em comunicado.

A marca Madeira Ocean and Trails conta também com uma série de embaixadores madeirenses, nomeadamente Luís Fernandes, da modalidade de Trail, Emanuel Pombo, de BTT, Tomás Lacerda, da modalidade de stand up paddle e surf, Mayra Santos, da natação em águas abertas, e Paulo Manso, da vela, e Bernardo Pereira, da canoagem.

A missão destes atletas passa por “promover e elevar o destino pelas suas características únicas, ideais para a prática destas modalidades“, lê-se em nota de imprensa.

“Com a colaboração dos embaixadores vamos assim continuar a promover a região em termos de locais para a prática desportiva e da natureza ímpar que é cenário para todas as atividades abrangidas”, entende Eduardo Jesus.

A marca MOT nasceu em 2017 com o objetivo promover as atividades de natureza. Em 2021 agregou as atividades do mar, de forma a representar a diversidade de atividades de natureza e mar que é possível concretizar na Madeira.

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Contas públicas com excedente recorde no primeiro semestre

As Administrações Públicas tiveram um excedente de 1.707 milhões de euros no 1.º semestre, cerca de 1,2% do PIB. É um recorde desde pelo menos 1999 e acima dos 0,3% estimados pelo Governo para 2024.

Portugal registou no primeiro semestre de 2024 o maior excedente orçamental num primeiro semestre desde 1999, quando se iniciou a série trimestral das contas nacionais. Segundo o mais recente relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), as Administrações Públicas alcançaram um saldo positivo de 1.707 milhões de euros, o equivalente a 1,2% do PIB.

Este resultado supera em 0,1 pontos percentuais o excedente verificado no mesmo período do ano anterior e compara favoravelmente com a meta do Governo para o conjunto do ano, que aponta para um excedente de 0,3% do PIB.

Segundo a UTAO, a evolução favorável do saldo orçamental face ao período homólogo refletiu principalmente o crescimento da receita (subida de 9,4%), particularmente da receita fiscal e contributiva, que se situou acima do previsto para o ano completo (aumento de 5,4%) à boleia da atividade económica, do mercado de trabalho e da inflação.

Os dados conhecidos são apenas do primeiro semestre, mas sugerem a possibilidade de um resultado orçamental no final de 2024 superior ao previsto, apesar de não refletirem os encargos com novas medidas de política, entretanto adotadas.

UTAO

Relatório das contas das Administrações Públicas: janeiro a junho de 2024

A despesa, por sua vez, cresceu “praticamente em linha com o previsto”, referem os técnicos da UTAO, contribuindo assim para a melhoria do saldo orçamental. A despesa teve um acréscimo homólogo de 12% no montante de 730 milhões de euros (cerca de 0,3% do PIB), particularmente por conta de “subsídios e prestações sociais para compensar o agravamento dos preços da energia, combustíveis e habitação.”

O desempenho alcançado entre janeiro e junho foi de tal forma significativo que, segundo a UTAO, é possível que as metas orçamentais estabelecidas no Orçamento do Estado para 2024 sejam superadas.

“Os dados conhecidos são apenas do primeiro semestre, mas sugerem a possibilidade de um resultado orçamental no final de 2024 superior ao previsto, apesar de não refletirem os encargos com novas medidas de política, entretanto adotadas, e que reduzem receita e aumentam despesa”, refere o relatório da UTAO, escrito pelos técnicos Filipa Almeida Cardoso, Jorge Silva e Vítor Nunes Canarias e sob a coordenação de Rui Baleiras.

Dívida pública em queda e investimento aquém das metas

Os números apresentados pela UTAO para as contas nacionais referentes ao primeiro semestre revelam o maior excedente neste período mas também “largamente acima da meta orçamental para o ano como um todo, prevista no Programa de Estabilidade 2024–2028”, destaca a UTAO.

Porém, a equipa de Rui Baleiras alerta que “este resultado não considera um conjunto de medidas de política que entraram em vigor no segundo semestre do ano, com impactos diretos na subida da despesa e na redução da receita fiscal”.

Entre estas medidas está o suplemento extraordinário de pensões, o aumento do subsídio de risco das forças de segurança e das forças armadas, a recuperação do tempo de serviço e apoio extraordinário para os professores deslocados da sua área de residência, a redução adicional do IRS e a isenção de IMT e Imposto de Selo nas aquisições de casa pelos jovens até 35 anos.

Os dados apresentados pela UTAO revelam também que o saldo primário, que exclui os encargos com juros da dívida pública, evoluiu favoravelmente. Atingiu 3,3% do PIB no primeiro semestre, contra 3,2% no período homólogo de 2023.

Esta melhoria do saldo primário “superou o aumento dos encargos com a dívida pública”, destaca a UTAO. Com efeito, apesar do incremento nominal, os juros da dívida mantiveram-se estáveis em percentagem do PIB, representando 2,1% da riqueza produzida no país.

Aquém das estimativas voltou a estar o investimento. Segundo cálculos da UTAO, a Formação Bruta de Capital Fixo aumentou apenas 7,4% no primeiro semestre em cerca de 187 milhões de euros, que corresponde a uma taxa de crescimento homóloga muito abaixo dos objetivos anuais da Proposta de Orçamento do Estado para 2024 (32,3%) e do Programa de Estabilidade 2024–2028 (35%), “à semelhança do que a UTAO tem notado em todos os exercícios orçamentais há vários anos seguidos.”

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Católica prevê crescimento da economia de 1,6% em 2024

Economistas do NECEP cortam previsão de expansão do PIB em duas décimas e esperam uma taxa de crescimento de 2% no terceiro trimestre.

Os economistas da Católica cortaram a previsão de crescimento da economia portuguesa de 1,8% para 1,6% em 2024, de acordo com a nota do NECEP – Católica-Lisbon Forecasting Lab divulgada esta quarta-feira. Esperam ainda uma taxa homóloga de 2% e de 0,4% em cadeia no terceiro trimestre.

“O ponto central da estimativa de crescimento da economia portuguesa foi revisto em baixa em 0,2 pontos percentuais para 1,6% em 2024, na sequência do crescimento fraco do segundo trimestre (0,2% em cadeia) e da revisão dos dados dos últimos dois anos pelo INE, já que a atividade económica continua a evoluir de uma forma aparentemente estável, com crescimento ligeiramente abaixo do potencial”, pode ler-se na nota.

Segundo o NECEP, “os fatores determinantes continuam a ser as elevadas taxas de juro e a fragilidade da atividade económica na Zona Euro, em particular na Alemanha e França”, dando nota de que “o investimento cresceu apenas 0,6% no segundo trimestre e os sinais para o terceiro trimestre são de moderação, refletindo também o atual ambiente externo”.

Para 2025, prevê uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,8% e uma taxa de inflação de 2,2%.

Para o terceiro trimestre de 2024 apontam para um crescimento de homólogo de 2% e em cadeia de 0,4% em cadeia, o que significaria um acelerar face aos 1,6% homólogos e 0,2% em cadeia registados no terceiro trimestre. Segundo os economistas da Católica, a Zona Euro deverá ter crescido 0,2% e 0,8%, respetivamente, “num contexto de crescente fragilidade da economia europeia”.

Alerta ainda que “os riscos políticos e geopolíticos mantêm-se elevados”, com o foco “agora nas eleições norte-americanas de novembro e nas suas potenciais consequências para o resto do mundo”.

“Há um clima de grande incerteza no mundo e não se vislumbra um fim próximo para os principais conflitos armados que se estão a alargar e aprofundar”, aponta.

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WTW convidou Pedro Brinca a expor desafios macroeconómicos

  • ECO Seguros
  • 9 Outubro 2024

A corretora realizou um encontro de partilha de conhecimentos, tendo convidado o economista Pedro Brinca a detalhar a sua opinião sobre o Relatório Draghi.

A WTW reuniu alguns convidados em Lisboa para atualizar conhecimentos importantes para a gestão das empresas, nomeadamente na avaliação de riscos.

O economista Pedro Brinca aprofundou o diagnóstico e as conclusões do Relatório Draghi sobre competitividade da economia europeia.

Assim, a corretora liderada por Nuno Arruda, convidou também o economista Pedro Brinca para falar nos “Desafios macroeconómicos no mundo, na Europa e em Portugal” numa apresentação onde foi dissecada o Relatório Draghi sobre a competitividade da Europa no Mundo e a sua indissociável ligação a ameaças e oportunidades para a economia portuguesa.

A sessão contou ainda com a intervenção do próprio Nuno Arruda e de Elsa Carvalho, Head of Business Development da WTW, tendo sido moderada pelo apresentador Fernando Alvim.

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Festival de Marvila vai ter mais de 30 iniciativas gratuitas até domingo

  • ECO
  • 9 Outubro 2024

O festival “Os Dias de Marvila” vai ter exposições, espetáculos de música, dança, teatro, de multimédia, caminhadas e workshops. Começa nesta quarta-feira e prolonga-se até domingo.

A terceira edição do festival “Os Dias de Marvila” começa esta quarta-feira e vai até domingo. O festival é organizado pelas Bibliotecas de Lisboa e pela Câmara Municipal da capital, reunindo mais de 30 iniciativas culturais gratuitas.

A programação desta edição, cujo tema é “Habitar”, pretende refletir sobre a diversidade cultural local. O festival procura promover a participação ativa dos cidadãos através do envolvimento da comunidade, associações, instituições públicas e artistas profissionais nas iniciativas.

A abertura oficial do festival está marcada para as 17h00 na Biblioteca de Marvila. Ao longo de cinco dias, esta freguesia lisboeta será palco de exposições, espetáculos de música, dança, teatro, caminhadas, workshops e espetáculos de multimédia. Na programação conta-se ainda a iniciativa “Livros Livres”, da Biblioteca de Marvila, que vai espalhar livros pela zona, desafiando os visitantes a encontrarem-nos. O festival terá, no último dia, às 20h00, o concerto de encerramento com o cantor Gui Aly.

O festival tem lugar, para além da Biblioteca de Marvila, em salões de festas, igrejas, parques, no complexo polidesportivo Marquês de Abrantes, nas estações de metro e de comboio locais e nas escolas Eça de Queirós e D. Dinis.

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Descontos no teatro e reforço de 18% no Orçamento. Conheça as 25 medidas para a Cultura

Conselho de Ministros aprovou esta quarta-feira várias medidas destinadas ao setor da cultura. Ministro da Presidência anuncia reforço de 18% das verbas face ao orçamento de 2024.

O Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) prevê um reforço de 18% no orçamento destinado à cultura no próximo ano, face ao que estava previsto para este ano. O anúncio foi feito pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, após a reunião do Conselho de Ministros em que foi aprovada a versão final do Orçamento do Estado para 2025.

“Sendo concreto, há um aumento de 25% do orçamento para 2025 face ao que se estima ser a execução do orçamento da cultura em 2024 e de 18% face aquilo que constava do Orçamento para 2024″, elucidou António Leitão Amaro, em conferência de imprensa, tendo ao lado a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues.

O reforço no investimento vai permitir que o Governo execute um pacote de 25 medidas para reforçar o setor da Cultura, que está assente em quatro eixos: a formação e criação cultural e artística; preservação e valorização do património cultural e artístico; acesso e democratização da cultura e, por fim, ação cultural e artística.

Entre as medidas do primeiro eixo, o Governo prevê avançar com uma estratégia para a valorização das bibliotecas nacionais, através de programas, iniciativas e bolsas e, no caso das livrarias, propõe rever o regime do preço fixo do livro.

Em linha com a ambição de fomentar a procura de museus, monumentos e palácios tutelados, disponibilizando 52 dias por ano de acesso gratuito, o Ministério da Cultura vai ainda conceder um desconto de 50% a todos os jovens até 25 nos nos teatros nacionais. No caso das visitas escolares, o acesso vai mesmo passar a ser gratuito.

Já no âmbito da ação cultural e artística, o Governo prevê desburocratizar e flexibilizar os apoios ao cinema e audiovisual, às bandas sinfónicas e orquestras e concretiza a proposta de Lei do Mecenato, “que garante princípios fundamentais que a lei tem de representar”, afirmou Dalila Rodrigues, durante a conferência de imprensa.

Segundo a ministra, a proposta surge com uma “ambição” de “simplificação” do apoio mecenático e ainda no sentido de “facilitar o reconhecimento das entidades que vão ser beneficiadas”. Estas últimas, revela a ministra, vão aumentar de forma “expressiva”.

“Nenhuma lei de mecenato pode deixar de ter inscrita esta decisão e compromisso de um aumento generalizado dos benefícios fiscais”, frisou.

Veja aqui as medidas do Governo para apoiar o setor da Cultura:

(Notícia atualizada pela última vez às 14h45)

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Madeira demorou quatro dias para aceitar ajuda de Lisboa no combate aos incêndios

  • Lusa
  • 9 Outubro 2024

Governo Regional tem "autonomia sobre a gestão de meios" e “um serviço de proteção civil” autónomo, destacou a ministra da Administração Interna nesta quarta-feira, numa audição no Parlamento.

A ministra da Administração Interna disse hoje que o Continente disponibilizou ajuda para o combate aos incêndios florestais da Madeira, mas o Governo Regional recusou esse apoio inicialmente, tendo só aceitado o auxílio quatro dias depois.

Numa audição pedida pelo PS sobre a gestão dos meios de proteção civil no incêndio ocorrido, entre 14 e 27 de agosto, na Madeira, Margarida Blasco realçou que o Governo Regional tem “autonomia sobre a gestão de meios” e “um serviço de proteção civil” autónomo.

Aos deputados da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a governante avançou com a fita do tempo sobre a ajuda disponibilizada pelo Continente.

Segundo a ministra, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) teve conhecimento do incêndio na Madeira na manhã de 14 de agosto e, no dia seguinte, à hora de almoço, o presidente da ANEPC telefonou ao secretário regional da Proteção Civil a disponibilizar ajuda e a resposta dada pela Madeira foi de que “não seria necessário pois estava tudo controlado”.

Margarida Blasco salientou que foi respeitada a autonomia da região e que, em 16 de agosto, o secretario de Estado da Proteção Civil, “precavendo um eventual pedido de auxílio”, pediu ao presidente da ANEPC para delinear um plano para enviar para a Madeira.

A governante avançou que o pedido de ajuda do Governo Regional da Madeira chegou em 17 de agosto e que “recebeu resposta imediata” com o envio nesse mesmo dia dos primeiros 76 operacionais, uns dias depois seriam enviados mais operacionais do Continente e dois meios aéreos através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

A ministra disse ainda que, desde o início dos fogos na Madeira, que o Continente estava “a prever que a situação podia piorar de um dia para o outro”, estando por isso “tudo pronto” para avançar assim que o pedido de ajuda fosse feito.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. No dia 26, ao fim de 13 dias, a Proteção Civil regional deu o fogo como “totalmente extinto”.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para 5.104 hectares de área ardida, embora as autoridades regionais tenham sinalizado 5.116.

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