O dia em direto nos mercados e na economia – 16 de janeiro

  • ECO
  • 16 Janeiro 2025

Ao longo desta quinta-feira, 16 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Salários da Função Pública sobem 2,15%. Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" traz-lhe as notícias que estão a marcar o mercado de trabalho, dos salários às novas tendências, todas as quintas-feiras.

Os salários da Função Pública sobem cerca de 58 euros ou 2,15% este ano. Este é um dos temas do novo episódio do podcast “Ao trabalho!”, que lhe leva todas as quintas-feiras os principais destaques do mundo laboral em menos de cinco minutos. Falamos também sobre uma nova recrutadora executiva que acaba de chegar a Portugal e ainda sobre o impacto do regime híbrido na satisfação no trabalho.

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Cofares, reconhecida como Top Employer em Espanha pelo quinto ano

  • Servimedia
  • 16 Janeiro 2025

A cooperativa destaca-se como empregador pelo seu compromisso com um ambiente de trabalho inovador e inclusivo para os seus mais de 3.000 empregados em Espanha.

A Cofares renovou a sua certificação como Top Employer Spain pelo quinto ano consecutivo, consolidando a sua posição como um empregador de referência. A empresa sublinhou na quinta-feira que este reconhecimento apoia as políticas da cooperativa que visam o bem-estar e o desenvolvimento profissional e pessoal da sua força de trabalho.

O selo, atribuído pelo Top Employers Institute, avalia vários aspetos da gestão, como a digitalização, a liderança, a sustentabilidade e a diversidade, pilares fundamentais da estratégia da Cofares. Para além disso, este ano a cooperativa reforçou as suas parcerias com organizações como a Cruz Vermelha e a Fundação Integra para promover o emprego de pessoas em situação de vulnerabilidade.

A Cofares continua também a promover a sua filosofia “Smart Health”, que liga a experiência do trabalhador à inovação tecnológica, promovendo um ambiente de trabalho dinâmico e orientado para o futuro.

Nas palavras de Eduardo Pastor, Presidente da Cofares, esta distinção reflete a dedicação da organização à sua equipa. “Estamos empenhados no cuidado e desenvolvimento das pessoas que fazem parte da Cofares. Sabemos que o seu talento é essencial para trabalhar em prol da saúde e do bem-estar da sociedade”, afirmou.

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Chelo Domínguez, novo CMO do Grupo Gallo

  • Servimedia
  • 16 Janeiro 2025

Tem como objetivo contribuir para a estratégia de crescimento do grupo, continuar o processo de transformação para um modelo de empresa alimentar mais transversal e reforçar a expansão internacional.

Com esta nomeação, o Grupo Gallo indicou que está a reforçar o seu roteiro para o desenvolvimento de linhas estratégicas que consolidam o seu posicionamento no mercado e o seu compromisso com os seus consumidores, “através da qualidade e sustentabilidade de todos os seus produtos”. Para Chelo Domínguez, o novo cargo é “um privilégio e uma responsabilidade assumir o controlo de uma marca que está na memória sentimental dos espanhóis há mais de 75 anos. O meu principal objetivo é adaptar a nossa estratégia de marketing aos desafios de um ambiente competitivo em constante evolução, sem perder de vista os valores que fazem de nós a marca preferida dos consumidores: qualidade, inovação e origem local”.

Depois de ter trabalhado em multinacionais como a Google, a Samsung e a Just Eat, ocupou vários cargos ao longo de mais de 20 anos a nível nacional e internacional em marketing, gestão de marcas, comunicação e assuntos públicos. No seu último cargo, antes de se juntar à Gallo, Chelo liderou a estratégia de marketing global para as cadeias da Just Eat a partir da sede em Amesterdão.

Licenciada em Direito pela Universidade de Salamanca, com um mestrado em Jornalismo e Comunicação pela Universidade Complutense de Madrid e um MBA pela IE Business School, trabalhou em sectores-chave como a eletrónica de consumo, a publicidade e a tecnologia. A sua carreira internacional permitiu-lhe desenvolver-se profissionalmente em diferentes países, como Espanha, Bélgica, Estados Unidos e Países Baixos, “o que trará uma visão global e multicultural à estratégia do Grupo Gallo”, afirmou a empresa.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 16 Janeiro 2025

O Governo aprova 30 medidas de simplificação fiscal e a reforma para as migrações a asilo vai a Parlamento. Serão também divulgadas estatísticas sobre o emprego e a pedidos de asilo.

O Governo aprovará 30 medidas de simplificação fiscal em Conselho de Ministros, no mesmo dia em que o Plano Nacional de Implementação do Pacto Europeu para as Migrações e Asilo vai ser debatido em Parlamento. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) vai divulgar o relatório anual sobre a evolução do emprego, que aponta as tendências para 2025, enquanto o Eurostat e o Banco de Portugal (BdP) divulgam dados que dão pistas sobre a saúde da economia. Nos Estados Unidos, o Morgan Stanley e o Bank of America divulgam os resultados do ano passado.

Governo vai aprovar 30 medidas de simplificação fiscal

O Governo irá aprovar 30 medidas de simplificação fiscal no Conselho de Ministros desta quinta-feira, confirmou o primeiro-ministro no primeiro debate quinzenal do ano. De acordo com Luís Montenegro, estas soluções “vão ao encontro de servir melhor os contribuintes e as empresas”, lembrando que o Executivo já reduziu a carga fiscal naquele que disse ser “o primeiro Orçamento em muitos anos que não aumenta um único imposto”. O Ministério das Finanças dará uma conferência de imprensa.

Migrações no centro do debate em São Bento

O plenário da Assembleia da República desta quinta-feira fica marcado pelo debate temático proposto pelo Governo sobre o Plano Nacional de Implementação do Pacto Europeu para as Migrações e Asilo. Em causa está a transposição para a lei nacional da reforma da política de migração e asilo da União Europeia, que prevê combate à imigração ilegal e uma solidariedade obrigatória entre os Estados-Membros. O Executivo fez chegar a Bruxelas o seu plano nacional para a implementação da estratégia, mas revelou ao ECO que poderá avançar com uma versão final ainda este mês após as reuniões do Conselho Nacional de Migrações e Asilo e este plenário. Os Estados-Membros têm dois anos desde a aprovação pelo Conselho Europeu da reforma para por em prática a legislação adotada, visto que foi aprovado em 2024, deverá entrar em vigor em 2026.

Como evolui o (des)emprego em Portugal e no mundo?

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) vai divulgar o relatório anual “Perspetivas sociais e de emprego no mundo: tendências 2025”. Segundo o último relatório publicado, metade dos países da União Europeia (UE) viram o desemprego jovem encolher em 2023 e, Portugal foi um dos países onde se registaram “fortes reduções do emprego jovem”. Nesse relatório, a organização previa um agravamento do desemprego mundial em 2024. Esta quinta-feira será confirmado se as previsões se concretizaram.

Morgan Stanley e Bank of America divulgam resultados

O banco de investimento Morgan Stanley e o Bank of America vão apresentar os resultados referentes a 2024. Resta saber se vão conseguir surpreender o mercado como os seus congéneres, que apresentaram na quarta-feira lucros além do esperados pelos economistas: o JP Morgan registou o maior lucro de sempre em 2024, o Goldman Sachs duplicou os lucros no quarto trimestre, o Citi regressou aos lucros, e os do Wells Fargo dispararam 47% no último trimestre.

Eurostat e BdP divulgam dados que dão pistas sobre a saúde da economia

O Eurostat divulgará dados sobre o comércio internacional de bens relativos a novembro, os pedidos de asilo feitos em outubro do ano passado e a criação de empresas e as insolvências em novembro de 2023. Enquanto isso, o Banco de Portugal (BdP) vai divulgar o balanço dos Fundos de Investimentos relativo a novembro e os indicadores coincidentes para a atividade económica e consumo privado de dezembro.

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Pescada, salmão e massa lideram subidas de preços neste arranque de ano

Do cabaz de 63 produtos alimentares da Deco Proteste, a pescada, o salmão e a massa em espirais foram os bens que registraram as maiores subidas de preços entre 1 e 15 de janeiro de 2025.

O ano novo trouxe um aumento dos preços de muitos bens alimentares. Só na primeira metade de janeiro, o preço da pescada fresca subiu 22%, com o salmão e a massa em espirais a fecharem o pódio das maiores subidas entre os dias 1 e 15 de janeiro, mostram os dados da Deco Proteste divulgados esta quinta-feira.

A análise ao cabaz de produtos alimentares essenciais indica que a 1 de janeiro de 2025 os portugueses pagavam 11,54 euros por um quilo de pescada fresca. Duas semanas depois, a 15 de janeiro, o mesmo produto custava 14,03 euros, o que corresponde a um aumento de 2,49 euros.

No caso do salmão, o preço subiu 2,43 euros no mesmo período, passando de 13,04 para 15,47 euros. No top três das maiores subidas está ainda a massa em espirais, cujo preço subiu de 1,19 euros para 1,36 euros, uma diferença de 16 cêntimos.

Fonte: Deco Proteste

No top dos cinco produtos com maiores variações de preços na primeira metade de janeiro está ainda a laranja e as salsinhas Frankfurt, a custarem, em termos absolutos, mais 18 e 19 cêntimos, respetivamente, o correspondente a aumentos de 12% e 11%.

Feitas as contas, desde o início do ano e até ao dia 15 de janeiro, o mesmo cabaz de produtos passou a custar 3,91 euros. Assim, este conjunto total de 63 produtos alimentares entra na segunda metade do mês a custar 240 euros.

Quanto aos produtos com maiores variações de preço em relação ao período homólogo (15 de janeiro de 2025 vs. 17 de janeiro de 2024), destacam-se a dourada, que ficou quase dois euros mais cara (27%); o novilho de carne para cozer, que encareceu 1,91 euros (22%); e os cereais integrais, que passaram a custar mais 0,65 euros (20%).

Fonte: Deco Proteste

A subida do preço do cabaz é ainda mais acentuada quando considerado o início da guerra na Ucrânia (fevereiro de 2022), altura em que o mesmo cabaz custava menos 56,44 euros, mostram os dados da Deco Proteste.

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“O setor dos media tem demonstrado uma notável capacidade de adaptação”, defende Rui Freire

Rui Freire, managing director da Initiative, antecipa em discurso direto os desafios de agências de meios, meios e anunciantes para 2025.

Rui Freire, Managing Director da Initiative Portugal, em entrevista ao ECO - 30NOV22Manter a relevância num contexto de transformação acelerada é para Rui Freire o principal desafio das agências de meios em 2025. “A continuidade de integração da inteligência artificial nos processos continuará a exigir investimento não só em tecnologia, mas também no desenvolvimento de talento humano, para assegurar que continuamos a entregar insights estratégicos e impacto real para as nossas marcas“, defende o managing diretor da Initiative.

Para os anunciantes, “gerir investimentos de forma eficiente num contexto de incerteza política e económica será crucial para garantir impacto e maximizar retorno” e, para os meios, o maior desafio “será assegurar a sustentabilidade num ambiente cada vez mais competitivo e digitalizado“. “A aposta em tecnologia, parcerias estratégicas e conteúdos diferenciadores será fundamental para que os media portugueses continuem a competir, inovar e captar relevância junto das audiências e anunciantes”, aponta.

A confiança dos anunciantes e consumidores dependerá de medições robustas, práticas éticas na utilização de dados e da capacidade de se diferenciarem em termos de credibilidade e impacto no mercado local“, resume o responsável da maior agência do grupo IPG/Mdiabrands.

Setores como retalho, automóvel, apostas e telecomunicações vão impulsionar o investimento publicitário este ano, sendo esperado um “crescimento moderado”. “O digital continuará a liderar o crescimento, mas com formatos emergentes como áudio e vídeo digital, retail media e as plataformas de streaming a poderem aparecer como uma alternativa“, antecipa Rui Freire.

Quais são os grandes desafios das agências de meios para este ano?

O principal desafio será manter a relevância num contexto de transformação acelerada. Com a evolução constante das tecnologias e a pressão por resultados mensuráveis, as agências de meios terão de equilibrar inovação tecnológica com a proximidade humana. A continuidade de integração da inteligência artificial nos processos continuará a exigir investimento não só em tecnologia, mas também no desenvolvimento de talento humano, para assegurar que continuamos a entregar insights estratégicos e impacto real para as nossas marcas.

Adicionalmente, a fragmentação das audiências e a exigência por resultados cada vez mais mensuráveis obrigarão as agências a serem mais ágeis e eficientes na gestão dos investimentos.

Outro desafio importante será o de integrar práticas sustentáveis nas campanhas e operações, acompanhando a crescente valorização da sustentabilidade por parte das marcas e consumidores portugueses.

E dos anunciantes e também dos meios?

Os anunciantes enfrentam o desafio de acompanhar as mudanças nos comportamentos do consumidor, que está cada vez mais atento à personalização, à transparência e à autenticidade. Além disso, gerir investimentos de forma eficiente num contexto de incerteza política e económica será crucial para garantir impacto e maximizar retorno.

Por sua vez o maior desafio para os meios e publishers portugueses em 2025 será assegurar a sustentabilidade num ambiente cada vez mais competitivo e digitalizado. A fragmentação das audiências e a predominância das grandes plataformas globais continuam a pressionar os modelos de negócio tradicionais, exigindo inovação na captação de receitas, seja através de modelos de subscrição, parcerias estratégicas ou maior diversificação de formatos publicitários.

Outro ponto crítico será conquistar e reter audiências, especialmente junto das gerações mais jovens, que preferem consumos rápidos, personalizados e multiplataforma. Para isso, os meios terão de investir em conteúdos relevantes, segmentados e de qualidade, ao mesmo tempo que exploram novas tecnologias, como inteligência artificial, para melhor entenderem os interesses e hábitos do público.

Por fim, a adaptação às exigências de transparência e regulação será fundamental. A confiança dos anunciantes e consumidores dependerá de medições robustas, práticas éticas na utilização de dados e da capacidade de se diferenciarem em termos de credibilidade e impacto no mercado local.

Como antecipa o investimento publicitário em 2025?

Prevemos um crescimento moderado do investimento publicitário em 2025, impulsionado por setores como Retalho, Automóvel, Apostas e Telecomunicações. O digital continuará a liderar o crescimento, mas com formatos emergentes como áudio e vídeo digital, retail media e as plataformas de streaming a poderem aparecer como uma alternativa.

De acordo com o mais recente estudo da Magna, prevê-se que, em 2025, as receitas publicitárias em Portugal continuem a crescer a um ritmo próximo de 6%, ultrapassando os 900 milhões de euros, em linha com a evolução observada a nível global. Esta tendência positiva está em sintonia com as projeções do FMI, que apontam para um crescimento da economia portuguesa de 1,9% em 2024 para 2,3% no ano seguinte

No entanto, o investimento estará mais seletivo, com as marcas a procurarem meios e estratégias que demonstrem resultados tangíveis e mensuráveis. As incertezas macroeconómicas, como inflação ou instabilidade política, poderão ter impacto em algumas categorias.

Quais são os meios com maior potencial de crescimento e de quebra? Porquê?

Os meios digitais continuam a ser o principal motor de crescimento, com destaque para o vídeo online, o áudio digital e o retail media. O vídeo online mantém uma enorme capacidade de atrair audiências, especialmente entre os mais jovens, enquanto o áudio digital, com podcasts e streaming, se posiciona como um meio altamente envolvente. O retail media ganha destaque pela sua capacidade de integrar dados de consumo diretamente em estratégias para as nossas marcas. 2025 deverá ser mais um ano positivo para o OOH que ajudará a consolidar a sua quota de mercado, muito fruto do seu processo contínuo de digitalização.

Por sua vez a imprensa continua a enfrentar desafios significativos. A migração de audiências para plataformas digitais e os elevados custos operacionais dificultam a sua capacidade de competir com a personalização e rapidez do digital.

No último ano assistimos a várias novidades nos media. Como olha para o setor?

O setor dos media tem demonstrado uma notável capacidade de adaptação, onde temos assistido a movimentos estratégicos relevantes.

Olhando para o setor em 2024, reconhecemos um mercado que combina resiliência e criatividade, mas que ainda precisa de encontrar soluções mais sustentáveis para crescer. A aposta em tecnologia, parcerias estratégicas e conteúdos diferenciadores será fundamental para que os media portugueses continuem a competir, inovar e captar relevância junto das audiências e anunciantes.

Recuando a 2024, que pontos destaca como os mais positivos e negativos do último ano?

Entre os aspetos positivos, destacaria a consolidação do OOH e de formatos como o áudio digital, que ganhou ainda mais relevância, bem como o crescimento do marketing de conteúdos, agora mais estratégico e menos transacional. Por outro lado, a aceleração da adoção da inteligência artificial permitiu ganhos significativos em eficiência e personalização das campanhas de forma a maximizarmos a eficácias em termos de retorno.

2024 foi de igual modo um ano de desafios. A fragmentação das audiências obrigou a um esforço adicional para otimizar estratégias multicanal, e a pressão económica afetou algumas categorias de investimento, levando muitas marcas a repensarem prioridades.

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Adico reedita “cadeira peninsular” de Daciano da Costa

Adico prepara-se para conquistar os mercados do Canadá, Austrália, Polónia e Japão. E estima faturar 14,3 milhões de euros em 2025 no universo das três empresas do grupo.

Adico reedita “cadeira peninsular” do “pai do design português” Daciano da Costa15 janeiro, 2025

Com um volume de negócios de 4,7 milhões de euros em 2024 e a preparar-se para conquistar, este ano, os mercados do Canadá, Austrália, Polónia e Japão, a Adico, a mais antiga empresa de mobiliário metálico do país, está a reeditar várias peças do “pai do design português”, Daciano da Costa.

A empresa centenária tem para venda a icónica “cadeira peninsular”, com apresentação marcada para a feira Maison et Objet, que acontece entre esta quinta-feira e o próximo dia 20, em Paris.

A Adico vai comercializar a cadeira peninsular dentro da sua rede como resultado de uma parceria com o atelier Daciano da Costa, celebrando a união do design nacional com a nossa capacidade industrial”, começa por assinalar ao ECO/Local Online o administrador da empresa de mobiliário, Miguel Carvalho.

“É um grande privilégio e orgulho fazermos parte da revitalização das peças”, estando já em desenvolvimento a reedição de um sofá e de uma mesa que foram desenhados por Daciano da Costa, com uma “abordagem que respeita a história e o caráter das peças originais”, detalha o administrador da Adico. A empresa de Estarreja ganhou fama, em 1930, com as mesas e cadeiras metálicas para esplanadas, tendo a tradicional “cadeira portuguesa” como maior ícone industrial.

A Adico vai comercializar a cadeira peninsular dentro da sua rede como resultado de uma parceria com o atelier Daciano da Costa, celebrando a união do design nacional com a nossa capacidade industrial.

Administrador da Adico

Miguel Carvalho

Já Inês Cottinelli, CEO do atelier Daciano da Costa, refere, por sua vez, que “a colaboração com a Adico reflete o espírito inovador e visionário do Daciano: ele sempre acreditou na fórmula de unir criatividade, função e execução de excelência”.

A título de curiosidade, a “cadeira peninsular” original integrou o conjunto de mobiliário projetado para o Grande Casino Peninsular na Figueira da Foz, em 1983. De estrutura metálica em inox, inclui assento e encosto estofados a veludo 100% algodão para assegurar um maior conforto.

Miguel Carvalho, CEO da Adico, sentado na icónica “cadeira portuguesa”

De olhos postos nos novos mercados do Canadá, Austrália, Polónia e Japão, o empresário inaugurou recentemente uma nova carpintaria da CTM – Mobiliário — onde detém 60% –, em Oliveira de Azeméis, para apoiar as duas empresas Adico e JMS, que detém na totalidade, esta última especializada no desenvolvimento e fabrico de mobiliário hospitalar e geriátrico.

O novo espaço envolveu um investimento de 600.000 euros, entre a aquisição do pavilhão e maquinaria, adianta o empresário.

Contas feitas, contabiliza Miguel Carvalho, o universo Adico faturou 12,4 milhões de euros em 2024. “Mas temos o objetivo de atingir os 14,3 milhões de euros em 2025”, assegura. A JMS é a que representa um maior peso nas contas do grupo com um volume de negócios de 7,3 milhões de euros em 2024, mais 7.000 euros do que em 2023 (6,6 milhões de euros). Já a Adico faturou 4,7 milhões de euros face aos 4,4 milhões de euros de 2023, segundo dados fornecidos pelo empresário.

A Adico exporta para 29 países, assumindo os mercados espanhol, francês e alemão um peso de 50% do total das exportações. Seguem-se depois os Estados Unidos, a Coreia do Sul, Itália, Holanda, Irlanda, Finlândia, Dinamarca, Suécia e Grécia.

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Empresas podem provar que cumprem leis anticorrupção até 14 fevereiro

As entidades abrangidas pelo Regime Geral da Prevenção da Corrupção (RGPC) têm até 14 de fevereiro para proceder ao envio de documentos na plataforma do Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC).

As entidades abrangidas pelo Regime Geral da Prevenção da Corrupção (RGPC) têm mais tempo para proceder ao registo e envio dos documentos na plataforma do Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC). O prazo terminaria a 31 de dezembro, mas foi prorrogado para o dia 14 de fevereiro de 2025, devido ao número elevado de pedidos.

As entidades, públicas e privadas, que já tenham remetido ao MENAC a documentação a que estão obrigadas, por correio ou e-mail, devem enviar as últimas versões em vigor de cada documento através da Plataforma RGPC.

Assim, até 14 de fevereiro, as entidades empregadoras com 50 ou mais trabalhadores têm de cumprir deveres de registo e comunicação ao Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC), no âmbito do Regime Geral da Prevenção da Corrupção (RGPC).

O RGPC é aplicável a entidades públicas e privadas com 50 ou mais trabalhadores, incluindo a administração direta e indireta do Estado, regiões autónomas, autarquias locais e setor público empresarial. Estão obrigadas as pessoas coletivas públicas e privadas com sede em Portugal, e as suas sucursais, com 50 ou mais trabalhadores, incluindo serviços e pessoas coletivas da administração do Estado, regiões autónomas, autarquias locais e setor público empresarial.

Decorre do RGPC que cada entidade abrangida tem de designar um responsável pelo cumprimento normativo, que deve integrar a direção superior, e que garante e controla a aplicação destas normas. A fim de prevenirem e detetarem eventuais atos de corrupção, as entidades abrangidas adotam e implementam um programa de cumprimento normativo que deve incluir, pelo menos, um plano de prevenção de riscos de corrupção e infrações conexas (PPR), um código de conduta, um programa de formação, um canal de denúncias e a designação de um responsável pelo cumprimento normativo.

“Temos assistido a uma discussão no espaço público sobre a questão de saber se as entidades privadas abrangidas pelo RGPC estariam ou não obrigadas a proceder ao seu registo e submeter documentação na Plataforma RGPC, atento o quadro normativo atualmente existente, que, em nosso entender, não prevê tal obrigação para as entidades privadas nem qualquer infração relativa à falta de registo ou utilização da referida plataforma por parte dessas entidades”, segundo uma nota assinada pelos advogados da Morais Leitão, Duarte Santana Lopes (sócio), João Rodrigues Brito (associado coordenador) e Eduardo Nunes Pereira (associado).

“No entanto, através de posições assumidas sobre o assunto e de comunicações dirigidas às entidades abrangidas, tem sido possível verificar que o MENAC entende que as entidades privadas abrangidas pelo RGPC também devem registar-se na Plataforma RGPC e nela apresentar os documentos mencionados nessa plataforma, de modo a permitir que aquele execute a sua missão de acompanhar e fiscalizar o cumprimento do RGPC por parte de todas as entidades abrangidas”, concluem.

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Prova dos 9. Costa Neves vai mesmo “pagar para trabalhar” no Governo?

Costa Neves recebia subvenção de 3.400 euros, à qual se somava pensões da CGA e da Segurança Social. Esses rendimentos ficam suspensos. Passa a ganhar 6.000 euros como secretário-geral do Governo.

Carlos Costa Neves já tomou posse como secretário-geral do Governo. Depois da polémica em torno do salário de Hélder Rosalino — primeiro nome anunciado pelo Executivo para esse cargo –, o ex-ministro da Agricultura foi o escolhido pela sua “reconhecida competência técnica, aptidão, experiência profissional e formação“.

Até agora, Costa Neves recebia, todos os meses, pensões da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações (CGA), bem como uma subvenção vitalícia, que ficam suspensas. Em troca, passa a receber um salário mensal, ao qual acrescem despesas de representação.

Mas, na cerimónia de tomada de posse esta terça-feira, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, optou por sublinhar que a nova remuneração será inferior aos rendimentos anteriores.

Convém explicar que a secretaria-geral do Governo é um novo órgão criado com a reforma da Administração Pública. Resulta da extinção oito entidades, que se fundem neste novo órgão, o que permitirá cortar em 25% o número de cargos diretivos. Além disso, prevê-se uma poupança de cerca de 4,1 milhões de euros por ano.

O primeiro nome anunciado pelo Governo foi o de Hélder Rosalino, que iria receber cerca de 15 mil euros, isto é, “a remuneração de origem no Banco de Portugal” A entidade liderada por Mário Centeno rejeitou cobrir, contudo, esse custo e, a 30 de dezembro, o consultor acabou por comunicar a sua indisponibilidade para o cargo.

Em alternativa, o Executivo de Luís Montenegro escolheu Carlos Costa Neves, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus, ex-ministro da Agricultura, Pescas e Florestas e ex-ministro dos Assuntos Parlamentares. Neste caso, a remuneração aplicada será a prevista no decreto-lei que aprovou a orgânica da secretaria-geral. É um valor bem inferior ao prometido a Rosalino, mas será mesmo inferior ao que Costa Neves estava a receber, como realçou o primeiro-ministro?

A afirmação

“Não deixo de anotar o esforço e a prova de dedicação à causa pública que o secretário-geral dá ao vir vestir esta camisola com custos pessoais e financeiros. Está a pagar para trabalhar, uma vez que terá um rendimento inferior do que se aqui não estivesse”, disse o primeiro-ministro, Luís Montenegro, na tomada de posse do secretário-geral do Governo, Carlos Costa Neves.

Os factos

Segundo fonte do Governo, Carlos Costa Neves tinha, até aqui, três fontes de rendimentos: uma subvenção mensal vitalícia, por ter exercício funções públicas durante vários anos, à qual acresciam uma pensão da Segurança Social e outra da Caixa Geral de Aposentações.

No caso da subvenção vitalícia, o valor é público e está publicado no site da CGA. Carlos Costa Neves recebia, todos os meses, 3.383,85 euros. Mas a lei dita que, ao assumir funções como secretário-geral do Governo, essa transferência fica suspensa, tal como já tinha noticiado o ECO.

Quanto às pensões, o valor não é, neste momento, público. Fonte do Governo disse ao ECO que, no total, o ex-ministro tinha rendimentos mensais brutos de cerca de nove mil euros. Ora, descontando a tal subvenção, significa que recebia em torno de 5.600 euros brutos da Segurança Social e da CGA.

Também essas prestações ficam suspensas com a tomada de posse. De acordo com a lei, quando se iniciam funções públicas, estes pagamentos são suspensos (a menos que estejam em causa reformas invalidez ou por incapacidade para o trabalho), o que significa que Costa Neves não continuará a receber as pensões.

Em contrapartida, passa a receber um salário por ser o novo secretário-geral do Governo. O vencimento será o correspondente ao valor do nível 80 da Tabela Remuneratória Única, a que acresce 25% desse valor para pagar as despesas de representação.

Assim, o salário base do ex-ministro deverá corresponder a um valor base de 4.989,47 euros, aos quais se somam cerca de mil euros em despesas de representação.

Tudo somado, dá 6.236,84 euros brutos por mês, menos 2.763,16 euros do que os rendimentos que recebia até aqui, de acordo com fonte do Governo.

Prova dos 9

De acordo com os números adiantados pelo Governo quanto ao total de rendimentos que Carlos Costa Neves recebia até aqui e com o estatuto remuneratório do cargo que agora assume, o secretário-geral do Governo vai mesmo ver o seu rendimento (pelo menos, em termos brutos) encolher ao assumir a nossa posição. Em causa está uma diferença de cerca de 2.700 euros brutos.

Não é possível calcular, para já, os rendimentos líquidos com confiança, uma vez que não são conhecidos os detalhes familiares que permitem perceber que taxa de retenção na fonte de IRS deve ser aplicada.

Assim, convém notar que os valores mencionados não são aqueles que efetivamente chegarão à carteira de Costa Neves, na medida em que ainda terá de descontar IRS. Por exemplo, no caso de ser solteiro em dependentes, dos 6.236,84 euros, pode contar com cerca de quatro mil euros por mês. Para além disso, terá de pagar 11% de contribuições para a Segurança Social, isto é, quase 700 euros. Ou seja, no fim do mês, ficará com cerca de 3.300 euros líquidos no bolso.

Logo, confirma-se que o secretário-geral “terá um rendimento inferior do que se não estivesse” nesse cargo, como disse o primeiro-ministro. Mas é claro que não terá de “pagar para trabalhar”, uma vez que efetivamente receberá uma remuneração para exercer as funções.

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Há países com reservas de gás a pisar o risco. Bruxelas desdramatiza

Países Baixos, Croácia e Hungria apresentam reservas de gás próximas do limite definido para fevereiro. Mas a Comissão Europeia considera que não há motivo para alarme.

A Comissão Europeia considera que não há motivo para alarme no que toca à segurança de abastecimento no Velho Continente. De momento, todos os países que possuem reservas a nível europeu estão acima dos limites impostos pela Comissão, embora os Países Baixos, Croácia e Hungria estejam com um intervalo mais curto, abaixo de um dígito, face ao nível desejável em fevereiro.

No início da semana, a Bloomberg noticiou que as temperaturas frias que assolaram o Velho Continente no fim de semana pressionaram as reservas de gás europeias, apesar de estas ainda serem suficientes para ultrapassar o inverno.

De acordo com um porta-voz da Comissão, os níveis de armazenamento correntes — 64,98%, a 13 de janeiro — ainda estão alinhados com a média antes da guerra da Ucrânia, de 66%, e o ritmo de uso das reservas é também semelhante ao dos anos 2016 a 2021, cerca de 17 a 18 mil milhões de metros cúbicos (bcm) por mês.

Vemos que os fundamentais de mercado de gás na UE estão bem de momento, e não vemos problemas de segurança de abastecimento”, afirma fonte oficial da Comissão Europeia, em resposta ao ECO/Capital Verde, acrescentando que a entidade está num “contacto próximo” com os Estados membros, e a monitorizar continuamente a situação.

A Rede Europeia de Operadores do Sistema de Transmissão de Gás (ENTSOG, na sigla em inglês) prevê que as reservas de gás podem ser preenchidas durante o verão partindo de um nível de armazenamento de 30 a 35%, “mesmo que exista uma disrupção total do gás russo”, indica a mesma fonte.

Em novembro de 2024, a Comissão adotou metas intermédias que exige aos Estados membros que cumpram, de forma a garantir que a 1 de novembro de 2025 as reservas estarão preenchidas a 90% da sua capacidade.

Existem metas intermédias para os dias 1 de fevereiro, 1 de maio, 1 de julho e 1 de setembro deste ano. No próximo fevereiro, a União Europeia espera contar, no mínimo, com uma média de 50% de gás nas reservas.Isto será particularmente importante no caso de o inverno de 2024-2025 ser mais frio do que a média”, lê-se na regulação que define a implementação dos níveis para o gás armazenado na UE.

Em maio, ter as reservas a 30%, em média, é considerado “suficiente” para se atingirem os 90% em novembro. A mesma regulação ressalva que existe uma margem: se houver uma derrapagem de até cinco pontos percentuais face ao objetivo, este considera-se completo.

A Comissão Europeia relembra ainda que, desde que esta regulação foi lançada, no período da crise energética, a UE superou o objetivo de preenchimento autoimposto. Em 2024, foi atingido um nível de 95% ainda antes de 1 de novembro, que corresponde a um terço do consumo anual da UE.

Países Baixos quase a pisar o risco

Estão também definidos os limites que cada país deve cumprir especificamente, que variam consoante o histórico da taxa de reservas nos últimos cinco anos, ao mesmo tempo que respeitam o juízo da Comissão acerca da segurança de abastecimento. Em paralelo, estes números são analisados pelo Grupo de Coordenação do Gás, que aconselha a Comissão nestas matérias, e é constituído pela Agência para a Cooperação de Reguladores de Energia (ACER), a ENTSOG e representantes da indústria e de associações de consumidores.

Olhando para o dados mais recentes dos níveis de armazenamento dos Estados-membros com reservas subterrâneas, e comparando com os patamares definidos para fevereiro, todos estão em cumprimento, e muitos por uma larga distância, como é o caso de Portugal.

Níveis atuais das reservas de gás europeias e metas para 2025

Os Países Baixos são o Estado-membro mais próximo de quebrar o limite correspondente: as respetivas reservas estão preenchidas em quase 49%, mas a CE aponta para 47% como o nível ideal para fevereiro. Seguem-se a Croácia e a Hungria, como os restantes países que mais perto estão do limite, superando a “linha vermelha” por apenas 3,7 e 4,8 pontos percentuais, respetivamente.

Portugal é o país com mais reservas na UE, já que as tem totalmente cheias. Mas, tendo em conta o objetivo definido pela Comissão para fevereiro, está em segundo lugar: a Suécia supera em 35 pontos percentuais aquilo que foi definido para este Estado-membro, enquanto Portugal está “apenas” 30 pontos percentuais acima. Segue-se a Polónia, com uma margem de conforto de mais de 28 pontos percentuais.

É da responsabilidade dos Estados-membros tomar as medidas necessárias para atingir os níveis em reserva desejados. “Para isso, podem impor sanções e multas aos atores de mercado, assim como incentivos financeiros ou compensações”, indica o executivo comunitário.

Se nalgum dos momentos intermédios for detetado um preenchimento mais de 2% abaixo do desejado, a Comissão emite um aviso e inicia o diálogo com os Estados-membros em causa, recomendando medidas que devem ser tomadas “imediatamente” pelo país. Caso não sejam tomadas ações no espaço de um mês a partir do aviso, a Comissão, como medida de último recurso, pode obrigar os Estados a aplicarem algumas medidas que eliminem o hiato face à trajetória delineada. Estas medidas podem incluir a imposição de abrir a gestão do armazenamento a outros atores de mercado.

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Crise no automóvel castiga exportações dos têxteis, metalomecânica e componentes

Setores como o têxtil, vestuário, calçado, mobiliário, cerâmica, moldes e vidro, já sentem um abrandamento da procura, agravado pela crise nas duas maiores economias.

A crise no setor automóvel europeu e o desafiante ambiente económico na Europa, sobretudo nas duas maiores economias europeias — França e Alemanha — já estão a ter impacto nas exportações portuguesas. Toda a indústria transformadora, com destaque para setores como o têxtil e de vestuário, calçado, cerâmica e vidro, madeira e mobiliário, metalomecânica e os moldes já sentem um travão nas vendas ao exterior.

“A diminuição da atividade de produção da indústria automóvel europeia tem e terá reflexos na atividade produtiva em Portugal, muito especialmente na produção de componentes para esta indústria, proveniente de vários setores de atividade”, diz Rafael Alves Rocha. Para o diretor-geral da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), “o facto de os fornecedores nacionais dirigirem maioritariamente a produção para a Europa e a esmagadora dos veículos produzidos na União Europeia (UE) incluírem componentes produzidos pela indústria nacional resulta numa diminuição da produção”.

Rafael Alves Rocha realça que, “após um crescimento da produção e das exportações claramente acima da produção de automóveis na Europa, as exportações nacionais caíram em 2024 e não há expectativas de que possam recuperar em 2025″. Nos 11 primeiros meses de 2024, as exportações de componentes para automóveis caíram 17,3%, face ao mesmo período do ano anterior, atingindo 967 milhões de euros, segundo os dados divulgados esta segunda-feira pela Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA).

“Embora as empresas produtoras de componentes para a indústria automóvel sejam robustas, não é de excluir o encerramento de algumas e a diminuição de trabalhadores”, admite o diretor-geral da CIP.

Os últimos meses do ano passado foram marcados por más notícias no setor automóvel, com a gigante Volkswagen a anunciar a intenção de encerrar pela primeira vez na sua história fábricas na Alemanha e uma onda de despedimentos no setor na Europa. Portugal tem escapado, para já, a despedimentos de multinacionais alemãs, mas a crise já se sente em empresas que dependem deste setor. Apenas nas últimas semanas de dezembro, soube-se que a Coindu vai fechar a fábrica em Arcos de Valdevez e despedir 350 pessoas; a espanhola Cablerías, outra fornecedora instalada no Alto Minho, avançou com um pedido em insolvência em Portugal, ameaçando 250 postos de trabalho em Valença; e a catalã Ficosa decidiu colocar os 900 trabalhadores da sua fábrica na Maia em lay-off devido à quebra nas encomendas. Estes são os casos conhecidos, mas há mais empresas de menor dimensão em dificuldades.

Toda a indústria exportadora, com poucas exceções, está a ser afetada por uma conjuntura externa adversa em muitos dos nossos principais mercados de destino.

Rafael Alves Rocha

Diretor-geral da CIP

Mas não é apenas o setor automóvel que está a sentir um travão na procura externa. Segundo Rafael Alves Rocha, “de uma forma geral, toda a indústria exportadora, com poucas exceções, está a ser afetada por uma conjuntura externa adversa em muitos dos nossos principais mercados de destino. Olhando para os dados de 2024, destacaríamos, para além do material de transporte, as quebras das exportações nas indústrias têxteis e de vestuário, calçado, cerâmica e vidro, madeira e mobiliário”.

Além do travão na procura externa, Rafael Alves Rocha nota que “as empresas têm sido pressionadas pela subida dos encargos financeiros, em resultado do elevado nível das taxas de juro, que só a partir de meados de 2024 começaram a descer dos máximos históricos que atingiram em 2023″. Outra dificuldade, diz, é a escassez de mão-de-obra que afeta a generalidade dos setores, assim como o “agravamento dos custos laborais unitários resultante de aumentos salariais significativamente acima dos ganhos de produtividade, no contexto da referida escassez de mão-de-obra”.

O responsável identifica, porém, sinais de esperança: “Há sinais de que a fase mais baixa do ciclo já terá sido ultrapassada, permitindo perspetivas de alguma recuperação da atividade económica”. “Dito isto, é certo que o setor suscetível de sofrer mais dificuldades será a indústria transformadora, por ser o mais vulnerável à conjuntura externa”, reconhece.

Para o diretor-geral, “se, por um lado, há perspetivas de uma lenta recuperação, há também riscos importantes, decorrentes, por exemplo da evolução política e económica na França e na Alemanha e das consequências de eventuais medidas da nova Administração norte-americana que afetem o comércio internacional e, em especial, com a Europa”, avisa.

Esta situação económica está a afetar o setor transformador de uma forma muito abrangente, em especial os que laboram para o mercado internacional. A deterioração da procura externa é já visível na diminuição das exportações portuguesas de bens em vários setores, os quais possuem um peso relevante na nossa estrutura produtiva.

Luís Miguel Ribeiro

Presidente do conselho de administração da AEP

José Eduardo Carvalho, presidente da AIP, destaca que “o setor automóvel é muito importante para o nosso país — representa 2,4% do PIB, emprega 150 mil trabalhadores, e exporta 97% da sua produção (12,7% do total das exportações do país)”. Representada em quatro pólos agregadores — Aveiro (Toyota e Renault), Mangualde (Stellantis), Tramagal (Mitsubishi Fuso) e Palmela (AutoEuropa), “a presença de construtores automóveis em Portugal também dinamiza uma indústria, a montante e a jusante, quer no fornecimento de componentes, quer de serviços“, nota José Eduardo Carvalho.

“É um facto de que a concorrência dos fabricantes chineses e a queda global da procura, a par de custos de produção elevados e do impacto das tarifas comerciais, estão a criar um ‘efeito dominó’ no setor automóvel e na cadeia de fornecimento europeia, que terá consequências em Portugal“, avisa o presidente da AIP, acrescentando que “o avanço da eletrificação vai exigir reestruturação e as cadeias de fornecimento têm de mudar para sobreviver num novo quadro concorrencial”.

“Esta situação económica está a afetar o setor transformador de uma forma muito abrangente, em especial os que laboram para o mercado internacional”, concorda Luís Miguel Ribeiro. Para o presidente do conselho de administração da AEP, “a deterioração da procura externa é já visível na diminuição das exportações portuguesas de bens em vários setores, os quais possuem um peso relevante na nossa estrutura produtiva. No período de janeiro a outubro de 2024, entre os setores que registaram uma quebra das suas exportações estão o têxtil, vestuário, calçado, mobiliário, cerâmica e vidro”, aponta.

Luís Miguel Ribeiro refere que, “atendendo ao enorme efeito de arrastamento inerente ao setor automóvel, ainda é cedo para perceber o possível impacto da crise nos restantes setores da economia portuguesa. No entanto, pode-se prever que setores com maior proximidade ao setor automóvel, nomeadamente, com desenvolvimento de atividade complementar à indústria automóvel, como se trata da indústria têxtil ou de moldes, poderão ser mais afetados pela recente conjuntura”.

O responsável destaca ainda que, uma análise ao valor global das exportações de bens nos 10 primeiros meses de 2024 permite verificar um aumento nominal de 3,6%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda assim, “já se verificam quedas das exportações de matérias têxteis e suas obras, máquinas e aparelhos, e material de transporte, bens com peso relevante na indústria transformadora portuguesa e que podem traduzir as dificuldades neste setor”.

Adivinham-se problemas nos setores já referidos, como a fileira automóvel, têxtil e vestuário, e calçado. Também os setores da construção, metalurgia e metalomecânica vão ser inevitavelmente afetados, em particular com a situação em França.

Nuno Botelho

Presidente da Associação Comercial do Porto

Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto, também reconhece que “há setores de atividade que, ao longo do ano, já foram dando sinais de forte retração ao nível das exportações”. “No caso da fileira automóvel, de acordo com um dos representantes do setor, o recuo nas vendas ao exterior já chegava a 25% em outubro. No caso do calçado, as exportações no primeiro semestre tinham diminuído mais de 15% em valor e cerca de 2% em volume. Também no têxtil há quebras previstas nas exportações”, sintetiza.

Para o presidente da Associação Comercial do Porto “adivinham-se problemas nos setores já referidos, como a fileira automóvel, têxtil e vestuário, e calçado”, mas “também os setores da construção, metalurgia e metalomecânica vão ser inevitavelmente afetados, em particular com a situação em França”.

Laranjinha, fábrica de vestuário infantil

A ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal realça que “a indústria têxtil e vestuário tem sentido um abrandamento da atividade, em resultado da situação económica vivida nas principais economias ocidentais, onde se encontram os principais clientes deste setor”, um abrandamento que “resulta de fatores bem conhecidos, como a inflação, a incerteza económica e o aumento das taxas de juro, que têm afetado o consumo de artigos têxteis e de vestuário“.

Em relação às geografias mais afetadas, a associação que representa o setor destaca que “a situação é transversal à maioria dos mercados europeus, como França, Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica e países nórdicos, que são os principais destinos das exportações de têxteis e vestuário portugueses”.

Em relação à evolução das exportações no ano passado, a ATP estima que estas tenham atingido cerca de 5,6 mil milhões de euros em 2024, o que corresponde a uma descida de cerca de 4% face ao ano anterior. “Para 2025, as expectativas são cautelosas, refletindo a incerteza económica e os desafios que persistem nos mercados europeus e globais”, aponta.

“A situação económica na Europa é uma preocupação para o setor, tendo em conta o impacto direto na economia portuguesa e na atividade das empresas têxteis. As perspetivas de crescimento anémico são alarmantes, e torna-se essencial que a Europa priorize políticas de crescimento económico e de melhoria da competitividade”, acrescenta.

Também o “campeão das exportações”, a indústria portuguesa de metalurgia e metalomecânica, prevê fechar 2024, na melhor das hipóteses, com uma estabilização da faturação no exterior, face aos 24.017 mil milhões de euros registados em 2023. E para 2025 admitem mesmo uma quebra nas vendas no estrangeiro.

Gualter Morgado, da APIMA (Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins), estima que as exportações do setor do mobiliário encerrem o ano de 2024 com um “ligeiro decréscimo” de “2% a 3%”, face aos 2,2 mil milhões alcançados no ano anterior. O líder da associação que representa o setor justifica esta desaceleração com o ambiente vivido no mercado francês, inglês e americano, devido ao efeito provocado pelas eleições. “Há sempre uma paragem” antes das eleições, explica.

Relativamente ao mercado francês, o principal mercado do setor — França e Espanha juntas representam cerca de 60% das exportações –, Gualter Morgado refere que “caiu o negócio de loja”, mas as empresas estão a compensar essa quebra com a entrada na área de projeto e decoração.

Com os clientes automóveis a pesarem cerca de 80% no volume de produção total, que ronda os 750 milhões de euros, também a indústria portuguesa dos moldes “já está a sentir uma redução das encomendas”, relatou ao ECO o diretor da associação do setor (Cefamol) em dezembro, sem conseguir ainda quantificar a dimensão da quebra. “Não somos isentos aos movimentos internacionais. Se isto será temporário ou não, e quanto tempo o ciclo vai demorar a alterar-se, não sabemos dizer”, completa Paulo Ferreira Pinto.

A construção ainda antecipa um crescimento, sustentado na atividade nacional. “O valor bruto da produção do setor da construção deverá ter registado um crescimento de 3% em 2024, refletindo a resiliência das empresas perante os desafios mencionados e evidenciando o seu importante contributo para a atividade económica nacional”, esclarece Manuel Reis Campos. O presidente da Associação dos Industriais da Construção e Obras Públicas (AICCOPN), alerta que “o setor da construção e do imobiliário tem enfrentado desafios significativos, em grande parte devido à escassez de mão-de-obra qualificada, ao aumento dos custos de construção, designadamente de matérias-primas, energia e materiais, bem como ao impacto das taxas de juro elevadas”.

Conferência de imprensa de apresentação da CNCP - 18MAI21
Manuel Reis Campos reconhece desafios no setor da construção, mas antecipa um crescimento em 2025Hugo Amaral/ECO

“Além disso, as expectativas não concretizadas quanto à redução do IVA, aplicável às obras de reabilitação e construção de habitação a preços moderados têm gerado alguma retração no mercado. Estes fatores têm contribuído para o abrandamento da atividade em determinadas áreas, especialmente no segmento dos edifícios, tanto residenciais, quanto não habitacionais”, acrescenta o responsável que lidera a associação do setor.

Mais do que a conjuntura internacional, Manuel Reis Campos aponta obstáculos como “a excessiva burocracia e a lentidão nos procedimentos de contratação pública, evidentes na baixa taxa de execução financeira do PRR, cujo prazo para a conclusão do plano se aproxima rapidamente”.

“Apesar da necessidade urgente de aumentar a oferta de habitações no mercado, o aumento das taxas de juro e da inflação têm provocado, nalguns casos, a suspensão ou redimensionamento de projetos habitacionais, verificando-se uma evolução contida da atividade neste segmento”, atira, notando que “este cenário tem impactado não apenas o mercado de construção de nova habitação, mas também a oferta de imóveis para arrendamento, criando incertezas e entraves em projetos que poderiam contribuir para aumentar a oferta habitacional e responder às necessidades do mercado”.

Mesmo com estes desafios, Manuel Reis Campos traça um cenário positivo para este ano. “As expectativas para o setor da construção em 2025 são positivas, com uma projeção de crescimento de 4% em termos reais, atingindo um Valor Bruto da Produção (VBP) estimado em 23.700 milhões de euros“, calcula.

PRR e fundos europeus ao resgate

Perante uma conjuntura económica externa que promete permanecer desafiante — as duas principais economias europeias vão a eleições em fevereiro — e com a tomada de posse de Donald Trump nos Estados Unidos, os representantes empresariais admitem desafios em 2025.

“Há empresas a passar muitas dificuldades”, reconhece o presidente da AEP, adiantando que “é de realçar o papel dos fundos europeus, em particular do Portugal 2030, e do Banco Português de Fomento, na promoção adequada de instrumentos de financiamento do investimento e de capitalização das empresas, por forma a dar resposta à conjuntura adversa e, simultaneamente, aos múltiplos desafios que as empresas enfrentam”.

Também o presidente da AIP diz que “é fundamental direcionar e reforçar os incentivos do PRR e do Portugal 2030 para a inovação produtiva e para o crescimento das empresas, não só deste setor, mas todas as industriais e de serviços às empresas”.

José Eduardo Carvalho aponta o peso dos produtos industriais transformados nas exportações globais, que é de cerca de 94%, em 2023, “no entanto dois terços são de baixa e média-baixa intensidade tecnológica e apenas cerca de 10% é alta tecnologia“.

A continuidade e reforço destas agendas mobilizadores, a par dos incentivos à digitalização e à descarbonização e transição climática das empresas, previstos no PRR e também no Portugal 2030, são cruciais.

José Eduardo Carvalho

Presidente da AIP

“O problema está no facto de que o valor acrescentado das exportações no PIB (abaixo de 30%) estar a abrandar (situação que se mantém nos últimos 15 anos) e a conclusão é a de que a nossa indústria tem de ganhar competitividade”, alerta. O responsável considera ainda que “as 54 agendas mobilizadoras do PRR (consórcios que unem grandes empresas e PME, e centros tecnológicos), que estão em curso até 2026, e que representam mais de 7,7 mil milhões de euros de investimento e a criação de mais de 18 mil postos de trabalho (11 mil qualificados), nos mais variados setores de atividade industrial, podem e devem representar uma mudança estrutural e apoiar Portugal neste reforço da nossa competitividade internacional”.

“A continuidade e reforço destas agendas mobilizadores, a par dos incentivos à digitalização e à descarbonização e transição climática das empresas, previstos no PRR e também no Portugal 2030, são cruciais”, remata.

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