Grande Porto paga 344 milhões de euros pela STCP até 2034

  • Lusa
  • 20 Novembro 2024

Os municípios do Grande Porto acionistas dos STCP vão pagar 344 milhões de euros à transportadora até 2034, no âmbito do novo contrato de serviço público com vigência de 10 anos.

Os municípios do Grande Porto acionistas da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) vão pagar 344 milhões de euros à transportadora até 2034, no âmbito do novo contrato de serviço público com vigência de 10 anos.

De acordo com o documento, a que a Lusa teve acesso, os municípios do Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Gondomar, Maia e Valongo vão desembolsar, ao longo de 10 anos, 334.067.854,22 euros à transportadora.

Em causa está o novo contrato de serviço público que deverá entrar em vigor em janeiro de 2025, após o fim do atual no final do ano.

O novo documento terá de ser aprovado pelos respetivos executivos e assembleias municipais, tendo já sido votado favoravelmente em reunião de Câmara de Gaia, sendo também hoje votado em Matosinhos.

Por município, o Porto será o que desembolsará a maior ‘fatia’ da compensação a ser paga à STCP, totalizando 180 milhões de euros entre 2025 e 2034, representando um montante anual entre os 16 e os 19 milhões de euros ao longo dos 10 anos de vigência do contrato.

Segue-se o município de Vila Nova de Gaia, que desembolsará 49,3 milhões de euros até 2035, com valores compreendidos entre os 3,9 milhões de euros em 2025 e os 5,7 milhões 10 anos depois.

Matosinhos desembolsará 44,3 milhões de euros em 10 anos, mas no caso matosinhense a verba anual diminui de 2025 a 2034, passando de 4,6 milhões de euros no próximo ano até 3,9 milhões uma década depois.

Já Gondomar desembolsará 28,5 milhões de euros durante a década, passando de uma verba anual 2,6 milhões no próximo ano a três milhões em 2034.

O município da Maia gastará 26,4 milhões de euros, diminuindo de 2,7 milhões de euros em 2025 para 2,2 em 2034.

Por fim, Valongo desembolsará 15,1 milhões de euros ao longo de 10 anos, passando de 1,5 milhões de euros anuais em 2025 para 1,4 em 2034.

Atualmente, a STCP tem o seu capital dividido entre o Porto (53,69%), Vila Nova de Gaia (12,04%), Matosinhos (11,98%), Maia (9,61%), Gondomar (7,28%) e Valongo (5,4%).

O contrato prevê três cenários de implementação da rede de serviços da STCP, baseados nos investimentos feitos pelo Metro do Porto já implementados ou que aguardam a conclusão de obras.

Assim, de acordo com o documento a que a Lusa teve acesso, o cenário 1 está dependente “da entrada em operação de expansões da rede de Metro do Porto, nomeadamente do prolongamento da linha Amarela de Santo Ovídio a Vila d’Este, que está previsto ainda para o ano de 2024 [já abriu], da entrada em funcionamento da linha Rosa, entre a Casa da Música e São Bento, e do sistema BRT/Metrobus da Boavista — Império/Anémona [ainda em obras ou sem estar em funcionamento]”.

“Como são variáveis que a STCP não controla em termos de cronograma, é expectável que a entrada em funcionamento do Cenário 1 da rede ocorra apenas aquando estas condições se encontrem reunidas para serem cumpridas”, pode ler-se no contrato.

Já a rede a explorar no âmbito do cenário 2 “advém de alterações que coincidem com ajustes fruto da entrada em funcionamento da nova Linha Rubi da rede de Metro do Porto entre a Casa da Música e Santo Ovídio, bem como da inauguração do BRT de Matosinhos, entre o Mercado de Matosinhos e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, ambos previstos para o ano de 2026”, pode ler-se no documento.

Já o cenário 3 está dependente do “final dos atuais contratos com os operadores privados na AMP (rede UNIR)”, em que “poderão ser realizados ajustes na rede da STCP em virtude desse momento, sem pôr em risco o equilíbrio financeiro dos atuais contratos”, que terminam no final de 2030.

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Assembleia Municipal do Porto aprova orçamento de 2025 com dotação de 450 milhões de euros

  • Lusa
  • 20 Novembro 2024

A Assembleia Municipal do Porto aprovou, por maioria e com críticas da oposição, mas também elogios ao diálogo, o orçamento municipal para 2025, com mais 38 milhões de euros face ao deste ano.

A Assembleia Municipal do Porto aprovou, por maioria e com críticas da oposição, mas também elogios ao diálogo, o orçamento municipal para 2025, que se fixa em 450 milhões de euros, mais 38 milhões de euros face ao deste ano.

O orçamento municipal para 2025 foi aprovado na terça-feira à noite, em Assembleia Municipal, com os votos favoráveis do movimento independente Rui Moreira: Aqui Há Porto, do PSD e do Chega, a abstenção do PS e do PAN, e os votos contra do BE e CDU.

Para Susana Constante Pereira, do Bloco de Esquerda (BE), este é “um orçamento que encerra três mandatos de muitos anúncios, bastante propaganda feita, mas ouvidos moucos e autoindulgência quanto ao que são promessas que não foram cumpridas”.

Considerando que “este orçamento não corrige desequilíbrios na cidade”, a bloquista exigiu mais medidas para a mobilidade, habitação, nomadamente de estudantes, combate à especulação que retira fogos habitacionais, um plano municipal de combate à pobreza, a criação de equipas multidisciplinares para intervenção em territórios vulneráveis e a criação de uma carta para a cultura, entre outras propostas.

Já Rui Sá, da CDU, defendeu mais apostas na habitação e criticou o “esvaziamento ao nível da estrutura municipal” que, do seu ponto de vista, “opta pelas empresas municipais”, concluindo que este “orçamento mostra que uma coisa é a propaganda municipal com sucessivos instrumentos e prazos e outra coisa é a realidade”.

Sá enumerou projetos anunciados e que ficam, ao fim de três mandatos de Rui Moreira, “por concretizar”, como o Programa Rua Direita, cujas intervenções estavam previstas no mandato de 2021, ou a requalificação da Praça da Corujeira, cujas obras arrancariam em 2022, de acordo com o anunciado.

“Alguns [projetos] até desapareceram do orçamento deste ano”, disse, apontando uma lista da qual se destaca o Ramal da Alfândega, as ciclovias, a recuperação da Quinta de Salgueiros ou o pavilhão multiúsos.

Já Agostinho Sousa Pinto, do PS, justificou a abstenção apontando que não está de acordo com várias medidas, mas o documento inclui outras com as quais concorda, avisando: “É o maior orçamento maior de sempre do Porto. Isso atribui responsabilidade ao executivo”.

“Continua a ser pouco ambicioso, por exemplo, nas políticas de habitação para a classe média. Também não é o orçamento do PS pela intensidade com que regulamenta o Alojamento Local”, disse o socialista, aplaudindo, no entanto, algumas propostas como o reforço da coesão social, a reabilitação de escolas ou a diminuição dos impostos.

Pelo PAN, Paulo Vieira de Castro referiu as “oportunidades perdidas do Porto ser inovador”, dando como exemplo uma das propostas enviadas, o Programa de Apoio Emocional Psicológico para os cuidadores de animais.

A esse propósito, falou de um estudo nacional sobre a fadiga e stress dos profissionais de veterinária, elencou medidas sobre adoção de animais e centros de recolha lotados, defendeu a criação de um parque intergeracional de matilhas e mais financiamento para o bem-estar animal.

Já Fernando Monteiro, do PSD, considerou que o “orçamento reflete a visão estratégica deste executivo e prioriza investimentos que respondem aos desafios estruturais e às oportunidades que o Porto enfrenta”, destacando três rubricas que representam 40% do total do orçamento: ambiente, energia e qualidade de vida, urbanismo e habitação e coesão territorial.

Pelo Chega, Jerónimo Fernandes considerou que o movimento independente “até podia ter prometido mais”, ironizando: “Podiam fazer como fazem os socialistas, até porque prometiam, saiam, embandeiravam em arco e a malta aqui aplaudia toda”.

Em resposta, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse que, em matéria de habitação, “o Porto quando diz mal do seu parque habitacional devia ter algum cuidado” porque “não está como queria estar, mas está muito bem, sobretudo comparando com o resto do país, tendo sido este um investimento de sucessivos executivos”.

“Nos últimos anos investimos 170 milhões de euros para recuperar o parque habitacional. Curiosamente ninguém pergunta como está o parque habitacional do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), uma competência do Governo (…) Resolvemos o problema da habitação? Não, não temos uma varinha mágica. Espero que o próximo executivo considere a habitação o problema prioritário da cidade do Porto”, apontou.

Numa intervenção na qual fez reparos às criticas da oposição e uma espécie balanço dos três mandatos, Moreira lembrou temas e projetos passados que foram “resolvidos”, como o do Pavilhão Rosa Mota, Rivoli, Batalha, Mercado do Bolhão, entre outros, falou do aumento das zonas verdes na cidade e das intervenções para travar perdas de água.

“E só não conseguimos fazer mais por causa das obras do metro. Há obras que não conseguimos fazer sob pena de virarmos a cidade ao contrário”, referiu.

Pelo movimento independente, o deputado Rui Almeida considerou que “o Porto é uma cidade de que hoje os portuenses se orgulham”, afirmando que “já não é uma cidade triste”, mas “uma cidade virada para fora, reconhecida internacionalmente e procurada por todos (…). O dever cumprido em política não é fácil de se poder dizer que se conseguiu. Este executivo passou por uma pandemia, por várias guerras que afetam diretamente e indiretamente o Porto, e continua a poder a dizer que tem o dever cumprido, fez aquilo com que mais se comprometeu. Vai entregar aos portuenses uma cidade completamente diferente daquela que recebeu”.

Para 2025, o orçamento fixa-se em 450 milhões de euros. A receita corrente atingirá os 320,3 milhões de euros, montante que “suporta a despesa corrente de 303,1 milhões de euros”. Já a receita de capital será de 23,2 milhões de euros e a despesa de capital de 133,1 milhões de euros.

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Penela vai oferecer plano de saúde a partir de 2025 e lança concurso público para construção de habitação

  • Lusa
  • 20 Novembro 2024

A Câmara de Penela, vai contratar um plano de saúde, com descontos, para os 5.400 habitantes. No capítulo da habitação, foi lançado um concurso público para construção de novos fogos.

A Câmara de Penela vai contratar um Plano de Saúde para que, a partir de 2025, os 5.400 habitantes do concelho tenham descontos no acesso a serviços complementares ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Ainda no capítulo do investimento, a autarquia lançou um concurso público para construção de 12 fogos de habitação a custos controlados, num investimento de dois milhões de euros.

“A aquisição de um Plano de Saúde para a nossa população é o início do cumprimento do nosso compromisso eleitoral de possibilitar acesso a serviços de saúde, inclusive consultas, a preços reduzidos aos penelenses”, frisou o presidente da autarquia, em comunicado enviado à agência Lusa.

Eduardo Nogueira dos Santos (PS) salientou que esta aposta, sem custos para os habitantes do concelho de Penela, não significa “o descrédito/desinvestimento no SNS, antes pelo contrário”.

“As nossas ações determinadas na requalificação do Centro de Saúde e em dar condições às equipas para prestar os melhores cuidados médicos demonstram o nosso empenho em dar à população acesso a cuidados de saúde de qualidade”, considerou.

Segundo o comunicado, o Centro de Saúde de Penela tinha previsto um apoio financeiro de 123 mil euros para pequenas reparações e, após quase dois anos de “negociações intensas com o anterior Governo, passou a ter disponível um financiamento de 1,9 milhões de euros que permitirá uma profunda requalificação”.

Salientando que o plano será complementar ao SNS, Eduardo Nogueira dos Santos frisou que a requalificação do Centro de Saúde vai criar “melhores condições de conforto e de segurança para os utentes e profissionais que lá trabalham, melhorando os cuidados de saúde primários no concelho”.

“Na área da saúde, muito pouco foi feito em Penela nas últimas décadas, pelo que este Plano de Saúde pode ser um ponto interessante que nos distingue e que apoia os penelenses financeiramente”, realçou.

A abertura do procedimento para contratar o Plano de Saúde foi aprovada na terça-feira, na reunião do executivo municipal, com um preço base de 58.806 euros, depois de uma consulta preliminar ao mercado.

“Esta é uma proposta exequível, com grande responsabilidade de gestão orçamental e que é escalável, permitindo aumentar paulatinamente a qualidade dos serviços assegurados, pelo que se o orçamento o permitir e caso se justifique, o apoio poderá ser aumentado todos os anos”, explicou o presidente do município de Penela.

De acordo com o comunicado, “os preços base unitários a suportar pelos munícipes serão bastante mais reduzidos do que os praticados no mercado”.

Para consultas de clínica geral e enfermagem ao domicílio, os munícipes vão suportar no máximo 25 euros, enquanto em consultas de Oftalmologia, Cardiologia, Nutrição, Psicologia, Pediatria, Ginecologia-Obstetrícia e Dermatologia o preço terá o máximo de 35 euros.

O Plano de Saúde prevê ainda um preço máximo a suportar pelos penelenses de 15 euros em sessões de fisioterapia, de 25 euros em Terapia da Fala, de 15 euros em consultas ao domicílio, de 50 euros em consultas de urgência e de 10 euros em videoconsultas, entre outros apoios previstos.

No acesso à rede de óticas convencionadas, o município pretende aplicar descontos de até 35%, além de um desconto de até 15% em exames de diagnóstico e no acesso à rede de farmácias convencionadas, enquanto o acesso à medicina dentária será ilimitado, dentro dos valores convencionados com as clínicas.

O plano deverá entrar em vigor a partir de meados de 2025, abrangendo os cidadãos inscritos na base de dados do recenseamento eleitoral no concelho de Penela e respetivos descendentes com idade inferior a 18 anos.

Quanto à construção de 12 habitações a custos controlados, o presidente do município realçou, em declarações à Lusa, que o concelho “tem carências habitacionais fortes há muitos anos”, tendo a autarquia avançado com cinco projetos para construção de habitação a custos controlados, para arrendamento acessível.

“Estamos a falar de habitação para a classe média”, vincou o autarca daquele concelho do distrito de Coimbra.

Além deste investimento cujo concurso público é agora lançado, a Câmara vai levar a discussão na reunião do executivo na segunda-feira a proposta de adjudicação da construção de 18 fogos no Bairro de São Jorge, num investimento de cerca de 2,8 milhões de euros, referiu.

Segundo Eduardo Santos, faltam ainda lançar mais três concursos públicos – um outro edifício na urbanização da Camela, 25 fogos no Espinhal e seis fogos na freguesia da Cumeeira.

O autarca referiu que três das empreitadas são em terrenos municipais e as restantes em terrenos comprados pela Câmara de Penela, para libertar o máximo de orçamento possível para a construção.

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BCE alerta para riscos da sustentabilidade da dívida pública dos países da Zona Euro

O BCE destaca como principais riscos à estabilidade financeira na Zona Euro as vulnerabilidades na dívida pública e a pressão dos juros sobre as finanças de empresas e famílias.

O Banco Central Europeu (BCE) publicou esta quarta-feira a sua mais recente avaliação dos riscos para a estabilidade financeira na Zona Euro, alertando para um conjunto de vulnerabilidades num contexto de elevada incerteza geopolítica e económica, com particular foco para a sustentabilidade da dívida pública dos países da área do euro.

No “Financial Stability Review” de novembro, o BCE destaca que o crescimento económico na Zona Euro permanece frágil, enquanto as preocupações com as perspetivas do comércio global se somam à incerteza geopolítica e política. “Ao lado da incerteza geopolítica e política, as tensões comerciais globais estão a aumentar, elevando o risco de eventos extremos”, alerta Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, no prefácio do relatório.

Esse risco é particularmente visível ao nível da sustentabilidade da dívida soberana em alguns países da Zona Euro, face à elevada incerteza política, fundamentos orçamentais fracos e crescimento potencial lento. “As vulnerabilidades soberanas estão a aumentar à luz da elevada incerteza política e geopolítica, fundamentos fiscais fracos e crescimento tendencial lento”, lê-se no relatório.

Apesar das reduções recentes nos rácios de dívida relativamente ao PIB de vários Estados-membros, os técnicos do BCE sublinham que os desafios orçamentais persistem em vários países da área do euro, sendo exacerbados por questões estruturais como o fraco crescimento potencial e a elevada incerteza política.

O BCE alerta, por exemplo, para o deslizamento orçamental ou incertezas em torno dos caminhos de consolidação orçamental sob o novo quadro orçamental da União Europeia que poderiam levar a uma reavaliação do risco soberano, alimentando a volatilidade do mercado obrigacionista e a incerteza política.

Pressão sobre os mercados financeiros

Outro ponto de destaque do “Financial Stability Review” de novembro é o facto de “os mercados financeiros estarem a demonstrar resiliência”, com episódios de volatilidade a revelarem-se breves e com impacto limitado no sistema financeiro mais amplo. No entanto, o BCE refere que “as avaliações elevadas e forte concentração de risco deixam os mercados financeiros vulneráveis a dinâmicas adversas que poderiam ser amplificadas por entidades não bancárias, dadas as vulnerabilidades de liquidez e alavancagem”.

O BCE destaca, por exemplo, que as avaliações elevadas nos mercados de ações e obrigações de empresas, com a alta concentração de risco, tornam os mercados financeiros suscetíveis a correções súbitas e acentuadas, especialmente nos mercados de ações.

As insolvências empresariais têm aumentado em todos os setores e países, “embora a partir de níveis moderados”, refletindo tanto “a eliminação gradual do apoio político relacionado com a pandemia como as perspetivas de negócio continuamente fracas e incertas”, refere o BCE.

A autoridade responsável pela política monetária da Zona Euro alerta que há sinais de que os investidores podem estar a subestimar e a sobrestimar a probabilidade e o impacto de cenários adversos, como indicado pelos prémios de risco de ações em mínimos históricos e pelos spreads de obrigações empresariais relativamente comprimidos em ambos os lados do Atlântico.

Além disso, refere que a concentração da capitalização bolsista e dos lucros entre um conjunto de grandes empresas, especialmente nos EUA, aumentou significativamente nos últimos anos, notando que isso “levanta preocupações sobre a possibilidade de uma bolha de preços de ativos relacionados com as empresas de inteligência artificial.”

Riscos sobre empresas e famílias

No setor privado não financeiro, o BCE identifica preocupações com o risco de crédito para algumas empresas e famílias da Zona Euro, que poderão afetar a qualidade dos ativos dos bancos e das instituições financeiras não bancárias. “Os custos de financiamento elevados e as perspetivas de crescimento fracas continuam a afetar os balanços das empresas, especialmente das empresas do setor imobiliário comercial e das PME”, lê-se no relatório.

O BCE salienta também que as insolvências empresariais têm aumentado em todos os setores e países, “embora que a partir de níveis moderados”, refletindo tanto “a eliminação gradual do apoio político relacionado com a pandemia como as perspetivas de negócio continuamente fracas e incertas”.

Quanto às famílias, o BCE nota que as suas vulnerabilidades diminuíram, mas “os custos com juros estão a desafiar os grupos de rendimentos mais baixos”, notando que as finanças das famílias beneficiaram de menor alavancagem, mercados de trabalho resilientes, forte crescimento dos rendimentos e poupanças mais elevadas. No entanto, as famílias com rendimentos mais baixos e empréstimos à habitação à taxa variável “estão a ser desafiadas pelas taxas de juro elevadas”.

Este ambiente de pressão junto de famílias e empresas, em virtude de “fracas condições macrofinanceiras, riscos de abrandamento do crescimento económico e impacto desfasado das elevadas taxas de juro sobre os mutuários” leva o BCE a referir que as perspetivas de risco de crédito para as carteiras das empresas e das famílias “continuam a ser negativas”, com possibilidade e refletir-se no balanço dos bancos.

Embora considerando que a qualidade dos ativos dos bancos tenha permanecido resiliente, o BCE refere que as preocupações com a qualidade do crédito em partes dos setores não financeiros sugerem que há desafios pela frente. “Os bancos podem ainda enfrentar custos de provisionamento mais elevados se os riscos nos setores não financeiros se materializarem, não menos porque os valores decrescentes das garantias podem não estar totalmente refletidos nos seus balanços”, alerta o relatório.

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Euribor sobe a seis e a 12 meses e desce a três meses

  • Lusa
  • 20 Novembro 2024

A taxa a três meses foi a única que caiu esta quarta-feira, mas ainda não voltou a negociar abaixo de 3%, depois de na semana passada ter quebrado esta fasquia.

A Euribor subiu esta quarta-feira a seis e a 12 meses, recuando no prazo a três meses, continuando no mesmo sentido registado na véspera nos dois prazos mais longos.

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, subiu esta quarta 0,018 pontos para 2,761%, após ter caído na segunda-feira para um novo mínimo desde 30 de dezembro de 2022 (2,735%).
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, subiu para 2,465%, mais 0,017 pontos do que na terça-feira e depois de ter atingido, na segunda-feira, um novo mínimo desde 05 de outubro de 2022.
  • Já a Euribor a três meses recuou para 3%, menos 0,013 pontos que na terça-feira. Na passada sexta-feira, esta taxa tinha descido para 2,998%, um novo mínimo desde 28 de março de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.

A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.

Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Lucro do Crédito Agrícola sobe 55% com mais juros e menos imparidades

Crédito Agrícola registou uma subida de 54,7% do resultado nos primeiros nove meses do ano. Margem financeira ajudou mas também as menores necessidades de provisões e imparidades.

O Crédito Agrícola viu o lucro até setembro subir 54,7% para 347,1 milhões de euros, um desempenho que se deveu essencialmente ao aumento da margem financeira e às menores necessidades de reforço de provisões e imparidades, segundo anunciou a instituição esta quarta-feira.

A margem financeira aumentou 10,3% para 592,8 milhões de euros, com o banco a beneficiar do contexto de taxas de juro elevadas, tal com o resto do setor. Já as comissões baixaram 0,5% para 113,3 milhões, “justificado pela não cobrança de comissões aplicáveis ao crédito à habitação até final de 2024 e pelo não agravamento do preçário”, explica o grupo liderado por Licínio Pina. Na parte seguradora, os resultados de contratos de seguros renderam mais 12,4% para 71,8 milhões. O que, somando tudo, levou o produto bancário core a aumentar 8,8% para 777,9 milhões.

Por outro lado, as imparidades e provisões tiveram um reforço líquido de 8,3 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que compara com os 71,7 milhões em termos homólogos, o que ajuda também a explicar o desempenho do Crédito Agrícola desde o início do ano.

Os custos de estrutura ascenderam a 331,4 milhões de euros, mais 6,7% em comparação com o mesmo período do ano passado. No final de setembro o rácio de eficiência era de 41,3%.

Do lado do balanço, a carteira de crédito cresceu 1,5% para 12,2 mil milhões de euros, isto apesar da diminuição dos empréstimos às famílias em 1,4% para 4,9 mil milhões, o que foi compensado com o aumento de 3,4% no segmento das empresas.

Os depósitos aumentaram 6,1% para 21,2 mil milhões de euros.

A Caixa Central do Crédito Agrícola integra uma rede de cerca de sete dezenas de caixas regionais espalhadas por todo o país, com mais de 600 agências.

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Desemprego registado sobe em outubro. Há mais de 312 mil inscritos no IEFP

O número de desempregados inscritos no IEFP aumentou 3% em termos homólogos, para 312.510 indivíduos. Em cadeia, também houve uma subida, embora mais ligeira.

O número de desempregados inscritos nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) aumentou em outubro, superando a fasquia dos 312 mil indivíduos. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira, a subida homóloga foi de 3%, enquanto em cadeia foi mais ligeira, de 0,6%.

“No fim do mês de outubro de 2024, estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 312.510 indivíduos desempregados. O total de desempregados registados no país foi superior ao verificado no mesmo mês de 2023 (+9.154; +3%), bem como ao do mês anterior (+1.1716; +0,6%)”, informa o IEFP, numa nota divulgada esta manhã.

Há vários meses consecutivos que o número de desempregados inscritos no IEFP estava a cair, mas em agosto houve um aumento. Em setembro, o desemprego registado voltou a recuar, mas em outubro a tendência inverteu-se novamente, como mostra o gráfico abaixo.

Ainda assim, é de notar que nem todas as regiões do país registaram aumentos do desemprego em outubro face ao mês anterior: no Norte, houve uma redução de 1,2% e em Lisboa e Vale do Tejo um recuo de 0,7%.

Já em termos homólogos, só os Açores e a Madeira escaparam aos aumentos do número de desempregados. Nessas regiões, houve um decréscimo de 5,7% e 8,4%, respetivamente. Em contraste, nas regiões do Centro e Vale do Tejo, o desemprego registado subiu 4,4% face ao registado há um ano.

Por outro lado, quanto aos setores da economia portuguesa, os dados publicados esta quarta-feira mostram que o desemprego subiu, em termos homólogos, tanto na agricultura (+2,9%), como no setor secundário (+8,8%), como no setor terciário (+2,6%).

O IEFP indica também que as ofertas de emprego por satisfazer, no final de outubro de 2024, totalizavam 11.872 nos serviços de emprego de todo o país, menos 20,3% do que há um ano e menos 0,7% do que há um mês.

Atualizada às 12h43

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Bruxelas levantou mais sete mil milhões nos mercados para financiar bazuca. Procura superou largamente a oferta

Procura por obrigações verdes a 18 anos superou 27 vezes a oferta ao atingir 80 mil milhões. Emissão pagou juros de 3,26%. Obrigações a sete anos pagaram taxa de 2,719% e procura foi sete vezes maior.

A Comissão Europeia levantou terça-feira sete mil milhões de euros em obrigações na décima operação sindicalizada realizada em 2024, dos quais três mil milhões de euros foram obrigações verdes NextGenerationEU.

A operação, que tem por objetivo financiar a bazuca europeia, dividiu-se em duas parcelas: os três mil milhões de euros em obrigações verdes vencem a 4 de fevereiro de 2043 e pagam uma taxa de juro de 3,26%. A procura por estes títulos a 18 anos superou 27 vezes a oferta ao atingir 80 mil milhões de euros, avança a Comissão em comunicado esta quarta-feira.

A outra parcela de obrigações foi emitida com um prazo de sete anos (vencem a 4 de dezembro de 2031) e ascendeu a 4 mil milhões de euros com uma taxa de 2,719%. Também aqui o apetite do mercado foi superior ao montante oferecido: a procura superou 17 vezes a oferta, ascendendo a 66 mil milhões de euros.

Todos os empréstimos da UE são garantidos pelo orçamento comunitário e as contribuições para o orçamento constituem uma obrigação jurídica incondicional para todos os Estados-membros ao abrigo dos Tratados da UE e isso ajuda a explicar o apetite dos investidores.

As verbas levantadas são utilizadas para financiar o NextGenerationEU, a bazuca, e o apoio à Ucrânia, bem como projetos verdes nos Planos Nacionais de Recuperação e Resiliência (PRR) dos Estados-membros.

Até agora, a Comissão já levantou cerca de 60 mil milhões de euros do objetivo total de financiamento de 65 mil milhões para o segundo semestre deste ano. Mas, em termos globais, a Comissão já emitiu 426,58 mil milhões em obrigações, sendo que desse montante “262 mil milhões já foram pagos aos Estados-membros no âmbito do Mecanismo de Recuperação e Resiliência e NextGenerationEU”, revela o mesmo comunicado.

Foram ainda “atribuídos mais 67 mil milhões a outros programas da UE, que beneficiam do financiamento do NextGenerationEU. Além disso, até à data, foram desembolsados mais de dez mil milhões de euros à Ucrânia” este ano, mas o objetivo é financiar até 33 mil milhões de euros em empréstimos à Ucrânia entre 2024 e 2027. Um apoio que complementa os 18 mil milhões desembolsados a Kiev ao abrigo do programa Política de Assistência Financeira em 2023.

A diferença entre o montante emitido e pago aos Estados-membros é explicado pela Comissão pela participação em operações de gestão de liquidez a curto prazo para atenuar as futuras necessidades de financiamento.

A dívida total da UE ascende agora a 596,46 mil milhões. A próxima operação no calendário indicativo de emissões da UE é um leilão de títulos da UE a 25 de novembro.

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Ministério Público abre investigação a uso de documentos durante 40 anos por Álvaro Sobrinho

A decisão surge na sequência da Investigação SIC que revelou que o banqueiro usou indevidamente documentos portugueses durante 40 anos.

O Ministério Público acaba de abrir um inquérito para investigar o uso de documentos portugueses durante 40 anos por parte de Álvaro Sobrinho, ex-líder do BESA. O Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) avançou com uma queixa-crime contra Álvaro Sobrinho. Uma das conclusões do inquérito interno é que o banqueiro foi notificado da situação, mas apenas em maio deste ano.

O Ministério Público quer agora saber se Sobrinho se apresentou no processo BES como português, apesar de ter renunciado à cidadania há 40 anos, avança a SIC Notícias. O objetivo é apurar se, em alguma das vezes em que Álvaro Sobrinho se apresentou à Justiça – quando foi ouvido pelos procuradores e quando foi interrogado pelo juiz – se identificou como português.

Este inquérito é aberto na sequência de uma investigação da SIC que denunciava que Álvaro Sobrinho, que está prestes a ser julgado por 18 crimes de abuso de confiança e cinco de branqueamento de capitais no processo do BESA, encontra-se em Angola há cerca de três meses e que renunciou à cidadania portuguesa há cerca de 40 anos, desconhecendo-se se vai ou não estar presente para responder em tribunal.

“O Ministério Público fez um requerimento ao processo para emissão de certidão de peças do processo para subsequente remessa ao DIAP, com vista a ser registado inquérito. Esse requerimento já foi deferido pelo juiz”.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, revelou que o inquérito aberto no Instituto dos Registos e Notariado (IRN) sobre a utilização de documentos nacionais pelo ex-presidente do BESA Álvaro Sobrinho já permitiu identificar algumas falhas.

“Já temos alguns dados preliminares que nos indicam algumas falhas no processo que já estão identificadas. Temos de aprofundar com maior detalhe e queremos e aguardamos que também nos seja entregue um plano de ação para suprir estas falhas que existiram no sistema. Está a ser acautelado e espero em breve ter mais novidades”, disse a governante sobre o processo de averiguação interna aberto na sequência de uma reportagem da SIC.

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Cipher alerta para uma utilização mais intensiva da IA pelos cibercriminosos durante a Black Friday e o Natal

  • Servimedia
  • 20 Novembro 2024

Cipher, a unidade de cibersegurança do Grupo Prosegur, prevê um aumento significativo da utilização da IA nos ciberataques que terão lugar durante a época alta de consumo do ano.

A empresa alertou para o facto de os cibercriminosos já estarem a utilizar ferramentas automatizadas, com as quais conseguem criar mensagens de phishing mais convincentes, fazer-se passar por identidades de forma quase indetetável e lançar ataques maciços numa questão de minutos.

A empresa recorda que o Instituto Nacional de Cibersegurança (INCIBE) geriu em 2023 mais de 83 500 incidentes de cibersegurança em Espanha, dos quais 58 000 afetaram particulares e os restantes afetaram empresas, com uma tendência crescente ao longo deste ano.

Neste contexto, a Cipher apela aos consumidores, empresas e instituições para que tomem precauções extremas durante a última parte do ano, quando se espera um grande aumento das transações em linha. A empresa sublinha que os cibercriminosos vão intensificar os seus esforços durante campanhas como a Black Friday e a Cyber Monday, empregando táticas como o phishing através de e-mails falsos para obter dados pessoais e bancários.

Indica que também recorrerão à clonagem de sítios Web legítimos para capturar informações sensíveis e credenciais de utilizador. As aplicações maliciosas disfarçadas de software legítimo representam outra ameaça, concebida para roubar dados, comprometer os dispositivos e a segurança dos utilizadores. Além disso, o “malvertising”, através de anúncios online fraudulentos, distribui malware ou redireciona para sites perigosos. Por último, os falsos cupões e descontos destinam-se a atrair vítimas desprevenidas, completando este vasto repertório de fraudes.

Ao mesmo tempo, acrescentou, as soluções de cibersegurança evoluíram para responder às crescentes ameaças digitais e às novas táticas. De acordo com Cipher, ferramentas avançadas como a inteligência artificial defensiva e a deteção proativa permitem identificar padrões suspeitos e bloquear ataques antes que estes ocorram. Estratégias como a Cyber Threat Intelligence podem analisar as ameaças emergentes, ajudar a mitigá-las e promover a educação em cibersegurança, que é fundamental para reduzir o seu impacto.

Durante esta época, a Cipher afirma intensificar as suas capacidades de análise e resposta através de ações proativas, detetando atividades suspeitas com tecnologias avançadas. Além disso, recomenda às empresas e aos consumidores que desconfiem de ofertas irrealistas, que utilizem redes seguras para fazer compras em linha e que reforcem as medidas de proteção de dados. Para as empresas, recomenda também que realizem auditorias de segurança e reforcem os seus protocolos para fazer face ao aumento das transações. Estas práticas são essenciais para minimizar os riscos num ambiente cada vez mais digitalizado.

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Bitcoin bate novo recorde acima dos 94 mil dólares

Notícia de que empresa de media de Donald Trump está em negociações para comprar uma plataforma de negociação de criptomoedas dá força ao mercado.

A bitcoin bateu um novo recorde, superando pela primeira vez a fasquia dos 94 mil dólares, na sequência de uma notícia a dar conta de que a empresa de media de Donald Trump está em negociações para comprar uma plataforma de negociação de criptomoedas, o que está a aumentar a expectativa de uma agenda amiga para o setor na próxima Administração dos EUA.

Esta madrugada, a mais popular das criptomoedas atingiu os 94,078 mil dólares, o valor mais elevado de sempre, mas já teve uma ligeira correção e transaciona agora na casa dos 93,3 mil dólares, de acordo com os dados da Bitstamp.

Desde o início do ano a bitcoin mais do que duplicou de valor, mas foi impulsionada sobretudo nas semanas que antecederam as eleições americanas e quando as sondagens começavam a dar maior favoritismo a Donald Trump, que se veio a confirmar no início deste mês.

Bitcoin dispara

Bitstamp

Se os investidores já esperavam um contexto mais positivo para as criptomoedas com o regresso de Trump à Casa Branca, esse otimismo reforçou-se com a notícia do Financial Times de que a Trumo Media and Technology, que detém a Truth Social, está prestes a comprar a Bakkt, com ligações à Intercontinental Exchange, que detém a NYSE.

O analista da IG Tony Sycamore explicou à Reuters que a subida da bitcoin para novo máximo se deveu não só a esta notícia mas também ao facto de os investidores estarem a aproveitar o primeiro dia de negociação de opções no Nasdaq sobre o ETF Bitcoin da BlackRock.

Segundo a CoinGecko, o valor de mercado de criptomoedas superou os três biliões de dólares com o entusiasmo dos investidores após a vitória republicana nas eleições de 5 de novembro, com a perspetiva de um ambiente regulatório menos restritivo para o setor.

No mercado acionista, ações ligadas às cripto também estão a aproveitar a febre. Na pré abertura da bolsa de Nova Iorque, a plataforma Coinbase valoriza 0,7% e as mineiras Riot Platforms e Mara Holdings valorizam cerca de 1,5% e 2,5%, respetivamente.

As ações da MicroStrategy, um importante investidor cripto, aceleram mais de 3%.

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Portugal mantém-se campeão europeu no fabrico de bicicletas, mas produção teve terceira maior queda da UE em 2023

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Novembro 2024

Eurostat indica que Portugal fabricou 1,8 milhões de bicicletas em 2023, o que representa 18,6% da produção total da UE. No entanto, o número de unidades produzidas em território nacional caiu 16,6%.

Mesmo tendo diminuído a quantidade de unidades produzidas, Portugal continuou a ser o “campeão” da União Europeia (UE) no fabrico de bicicletas.

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat, foram produzidas 1,8 milhões de bicicletas em território nacional em 2023, de um total de 9,7 milhões de bicicletas fabricadas no bloco comunitário.

Deste modo, Portugal foi responsável por cerca de 18,6% da produção total de bicicletas na UE. A Roménia (1,5 milhões), a Itália (1,2 milhões) e a Polónia (0,8 milhões) também estão entre os maiores produtores, segundo o gabinete estatístico.

Produção de bicicletas na UE em 2023

Fonte: Eurostat

No entanto, face a 2022, a produção de bicicletas em Portugal caiu 16,6%, tendo sido produzidas menos 358.390 destas viaturas de duas rodas. Ao nível da UE, representa a terceira maior queda no número de unidades produzidas, atrás apenas da Roménia (-1.038.392) e da Itália (-747.380), com diminuições homólogas de 40,7% e 39,4%, respetivamente.

no conjunto dos 27 Estados-membros, a produção de bicicletas baixou 24% em comparação com 2022. As 9,7 milhões de unidades representam também uma queda de 16% na última década, de 2013 a 2023.

Exportações travam no setor das duas rodas

A tendência de queda no setor das duas rodas na UE verificou-se também no que toca ao valor das exportações de bicicletas, que em 2023 diminuiu 10%, para 1,03 mil milhões de euros, em comparação com o ano anterior.

Segundo o Eurostat, o espaço comunitário exportou um total de 293 mil bicicletas elétricas e 852 mil bicicletas convencionais nesse ano, o que equivale a quedas homólogas, respetivamente, de 21% e de 17%.

Ainda que com uma retração menos significativa em comparação com o conjunto dos 27 Estados-membros, as exportações portuguesas caíram 1,58% face a 2022, para um valor de cerca de 760 milhões de euros. A Associação Nacional das Indústrias de Duas Rodas (Abimota) justifica o recuo com um cenário de “overstock de componentes de bicicletas”.

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