Parlamento Europeu vira as costas à Frente Polisário e reorienta a sua abordagem estratégica para a estabilidade no Mediterrâneo

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  • 18 Dezembro 2024

No início da sua décima legislatura, decidiu não renovar o intergrupo dedicado ao Sahara Ocidental, uma estrutura que foi renovada em todas as legislaturas anteriores desde a sua criação em 1987.

Esta decisão marca uma mudança nas prioridades estratégicas do Parlamento para uma abordagem mais pragmática, alinhada com os interesses da estabilidade e do desenvolvimento na região mediterrânica.

A formação de um intergrupo requer o apoio de, pelo menos, três grupos parlamentares. No entanto, nesta legislatura, o intergrupo para o Sahara Ocidental apenas teve o apoio do grupo da Esquerda, o que impediu a sua reconstituição. Esta falta de consenso reflete o reconhecimento de que as prioridades europeias devem ser orientadas para a construção de relações mais fortes e mais benéficas com os principais atores da região.

Neste contexto, Marrocos tem sido destacado como um parceiro estratégico e fiável, capaz de contribuir tanto para a estabilidade regional como para o desenvolvimento sustentável. A decisão do Parlamento Europeu reforça esta cooperação, marcando um afastamento da dinâmica impulsionada pela Frente Polisário e seus aliados, que no passado utilizaram o intergrupo como uma plataforma para influenciar as políticas da UE.

A não constituição do intergrupo constitui um sério revés para os interesses da Argélia e da Frente Polisário no Parlamento Europeu. Durante décadas, estes partidos utilizaram o intergrupo como um instrumento para os seus objetivos políticos, muitas vezes em detrimento das relações estratégicas entre a Europa e outros intervenientes importantes no Mediterrâneo.

Esta mudança de abordagem sublinha o empenhamento do Parlamento Europeu em soluções mais pragmáticas e realistas, afastando-se das iniciativas divisionistas do passado. A decisão pode também ser interpretada como um apoio implícito ao plano de autonomia proposto por Marrocos para o Sara Ocidental, que é reconhecido pela maioria dos países europeus e pela comunidade internacional como a solução viável para resolver o diferendo e garantir a paz, a segurança e o desenvolvimento na região.

Ao dar prioridade à parceria com Marrocos, o Parlamento Europeu envia uma mensagem clara sobre a importância de construir alianças estratégicas baseadas na confiança e em interesses comuns. Marrocos, enquanto parceiro essencial da União Europeia em domínios como a gestão das migrações, a luta contra o terrorismo e a cooperação económica, consolida a sua posição de ator indispensável no Mediterrâneo. Com esta decisão, o Parlamento subscreve as posições e declarações expressas pelo Conselho Europeu (17.10.24), pela Comissão e por vários Estados-Membros.

A não renovação do intergrupo inscreve-se igualmente na lógica da promoção da parceria comercial UE-Marrocos, ao mesmo tempo que representa uma vitória para o desenvolvimento das populações locais que dele beneficiam no quadro do Plano de Autonomia Marroquina.

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CTT chegam a acordo para comprar espanhola Cacesa por 104 milhões

CTT antecipam que a operação só estará concluída em março ou abril de 2025, mas o objetivo é criar sinergias superiores a cinco milhões de euros.

Os CTT chegaram a acordo para comprar a espanhola Cacesa, para aumentar a presença dos CTT no e-commerce. A compra desta empresa que tem ativos de 91 milhões de euros será financiada através de dívida e terá um valor total de 104 milhões de euros.

Numa nota ao mercado, os CTT antecipam que a operação só estará concluída em março ou abril de 2025, mas o objetivo é criar sinergias superiores a cinco milhões de euros. O mercado não reagiu positivamente ao anúncio de compra, já que os CTT iniciaram a sessão a cair 0,22%, para 4,53 euros por ação.

A aquisição da totalidade do capital da Cacesa avalia a empresa em 91 milhões de euros, o que equivale a um múltiplo de 5,5 vezes o EBIT. A operação será realizada através da subsidiária CTT Expresso e será financiada com dívida através de compromissos já acordados com um grupo de bancos.

Os CTT esperam que a aquisição gere sinergias operacionais que se traduzirão num aumento do EBIT superior a cinco milhões de euros. Sendo que as principais sinergias ao nível das receitas são esperadas da expansão dos serviços de distribuição last mile e da integração com os processos alfandegários dos CTT. Mas o objetivo é também reduzir custos através de uma maior eficiência nas operações de tratamento aduaneiro e a eliminação da duplicação de custos.

De acordo com as previsões comunicadas ao mercado, a compra da empresa fundada em 1987 pela Iberia deverá aumentar os lucros e o fluxo de caixa “desde o primeiro dia”, com um aumento de quase 20% do resultado por ação e do free cash flow por ação até 2026, “incluindo sinergias normalizadas expectáveis (+12% excluindo sinergias)”.

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Cofares destaca o valor dos farmacêuticos comunitários com a sua campanha de Natal

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  • 18 Dezembro 2024

A cooperativa lançou um spot que explora o conceito de legado familiar, uma vez que a profissão farmacêutica é muitas vezes transmitida através das gerações, dos avós aos pais e filhos.

A Cofares está a celebrar o Natal com uma campanha multicanal destinada a reconhecer o papel e o contributo social e sanitário dos seus membros, que cuidam da saúde da população a partir do coração de cada cidade e aldeia, gerando uma ligação única com os seus doentes.

“Todos os associados da Cofares fazem parte de uma grande família que trabalha com vocação para oferecer à sociedade o legado mais valioso: a saúde. Essa campanha é a nossa forma de parabenizar a todos pelo Natal e agradecer pelo trabalho essencial que realizam à frente de suas farmácias”, disse o presidente da Cofares, Eduardo Pastor.

O spot apresenta Estrella Nieto Giménez-Montesinos, membro da Cofares e farmacêutica comunitária de Madrid, e a sua família, que inclui 14 farmacêuticos. A sua história foi selecionada como vencedora da campanha “Saúde, o nosso legado”, lançada pela cooperativa para assinalar o Dia Mundial do Farmacêutico.

Por ocasião do Dia Mundial do Farmacêutico, a Cofares iniciou uma busca entre os seus membros por histórias e testemunhos reais que refletissem os valores da profissão e a sua contribuição para a sociedade. Há alguns dias, a cooperativa realizou a cerimónia de entrega dos prémios aos proprietários de farmácias comunitárias selecionados para representar cada uma das categorias ou legados. Durante o evento, realizado na sede corporativa da Cofares em Madrid, os premiados puderam partilhar as suas histórias e receber os seus prémios das mãos de Eduardo Pastor, Presidente da Cofares, e dos membros do Júri – constituído pelo Comité de Recursos.

O prémio “Legado Familiar” foi atribuído a Estrella Nieto Giménez-Montesinos e à sua família, que protagonizaram o spot de Natal da cooperativa.

Na categoria “Legado Digital”, o vencedor foi Antonio Galdeano, que utilizou magistralmente o potencial das redes sociais como ferramenta de prevenção e divulgação de hábitos de vida saudáveis a partir da sua farmácia rural situada em Zarzalejo (Madrid).

O prémio Legado Rural foi atribuído a Lara Auñón, que gere a sua farmácia em Valdepeñas de la Sierra, uma localidade situada nas montanhas do norte de Guadalajara, com apenas 80 habitantes, sendo o verdadeiro ponto de referência da saúde na localidade e um exemplo do trabalho dos farmacêuticos comunitários no mundo rural.

Da mesma forma, Luz María Camacho foi galardoada com o “Legado de Coragem e Superação” depois de a sua farmácia ter sofrido os efeitos devastadores do vulcão La Palma em 2021. A proprietária foi obrigada a começar do zero e a abrir uma nova farmácia depois de a sua ter sido soterrada pela lava.

Por último, o prémio “Legado da Farmácia e do Desporto” foi atribuído a Toscana Viar por ter conseguido conciliar o seu trabalho à frente da sua farmácia em Getxo (Biscaia) com o aconselhamento sobre nutrição desportiva à seleção espanhola de futebol e ao Athletic Club Bilbao.

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Barcelona e Madrid, epicentro das compras no sector do luxo e da alta joalharia neste Natal

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  • 18 Dezembro 2024

Este ano, além disso, as suas montras estarão repletas de firmas e marcas tradicionais, especialmente relojoeiros, que no último ano têm vindo a marcar presença nas suas ruas mais procuradas.

Barcelona e Madrid voltam a ser o epicentro das compras de luxo neste Natal, consolidando-se como os principais centros de moda, joalharia fina e relojoaria do país.

O Paseo de Gracia, em Barcelona, e a Calle Serrano, em Madrid, voltam a ser as ruas mais procuradas graças ao impulso das marcas de luxo e retomam o título de ruas comerciais mais caras de Espanha, segundo os últimos dados da Cushman & Wakefield. Os retalhistas de todo o mundo continuam a optar por uma presença física das suas marcas em locais de luxo.

Na capital catalã, neste Natal, as marcas mais emblemáticas voltam a apresentar as suas propostas, dando prioridade à personalização e ao artesanato tradicional. Entre as empresas mais consolidadas encontra-se o grupo de joalharia fina Rabat, que dispõe de cinco estabelecimentos ao longo do Paseo de Gracia, com a sua loja principal na Casa Codina, um edifício emblemático de seis andares situado ao lado de La Pedrera.

Outra marca é a Panerai, que abriu recentemente a sua primeira boutique em Barcelona, muito perto da Diagonal, graças à Rabat, seu distribuidor oficial desde há muitos anos. E nos Jardinets de Gràcia, a Patek Philippe, que planeia abrir uma boutique nos próximos meses, irá aumentar a sua oferta premium, consolidando a capital catalã como o epicentro da alta relojoaria no panorama internacional.

Em Madrid, na Serrano, o luxo também vai reavivar uma campanha de vendas chave neste Natal e as principais marcas têm vindo a posicionar-se para estarem nas melhores localizações desta rua madrilena, à frente da Ortega y Gasset.

Ao longo desta artéria privilegiada, destacam-se marcas de moda e de alta joalharia, como Cartier, Rabat, Hublot, Tiffany ou firmas como Louis Vuitton, Loewe ou Prada, entre muitas outras. Os grandes operadores, juntamente com as empresas de cariz espanhol, procuram fidelizar os clientes locais, que evoluíram para um maior interesse pela exclusividade, pelo design personalizado e pela sustentabilidade, ao mesmo tempo que respondem à crescente procura internacional.

Se o Natal é um momento-chave para as marcas de luxo, a sua aposta na sustentabilidade e na circularidade também ganha força nesta altura do ano e consolida uma tendência de crescimento. De acordo com um estudo do Círculo Fortuny com a análise da McKinsey, a sustentabilidade é uma oportunidade para gerar impacto no setor de gama alta e pode também ser rentável.

Esta análise demonstrou que os consumidores exigem cada vez mais artigos e experiências mais sustentáveis, pelo que é fundamental que a sustentabilidade seja integrada no modelo de negócio para que seja coerente e credível ao longo do tempo.

Prova disso é a aposta na circularidade e na sustentabilidade que marcas de luxo como a Gucci, Prada e Hermès têm posto em prática, com serviços de preowned para dar uma segunda vida aos seus artigos, quer através de canais diretos, quer através de parcerias com plataformas especializadas em artigos de luxo.

Na joalharia fina e na relojoaria, um grande expoente em Espanha tem sido a Rabat, com o seu serviço “Rabat Pre-Owned & Vintage”, concebido para oferecer aos colecionadores e amantes da joalharia fina a possibilidade de redescobrir os relógios e promover a economia circular e a sustentabilidade, permitindo que os colecionadores desfrutem de relógios de coleção e vintage nas mesmas condições em que foram fabricados. A Watches of Switzerland e a Bucherer também deram este salto quando se aperceberam de que os clientes e potenciais compradores estavam a mostrar grande interesse em relógios intemporais.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 18 de dezembro

  • ECO
  • 18 Dezembro 2024

Ao longo desta quarta-feira, 18 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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A Universidade Alfonso X el Sabio e o Instituto Nacional de Cibersegurança criam a Aula de Cibersegurança e Criptografia Pós-quântica Incibe-UAX

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  • 18 Dezembro 2024

Tem como objetivo formar profissionais de cibersegurança em tecnologias e modelos de criptografia quântica para proteger a informação no novo contexto cibernético que se espera.

A Universidade Alfonso X el Sabio (UAX) e o Instituto Nacional de Cibersegurança (Incibe) anunciaram a criação da Aula de Cibersegurança e Criptografia Pós-Quantum Incibe-UAX, que terá a sua sede no campus de Chamberí da UAX Madrid.

Através de um programa de masterclasses ministradas por líderes internacionais no desenvolvimento e aplicação de tecnologias quânticas, que se realizarão mensalmente durante o ano letivo, os alunos aprofundarão as tecnologias quânticas, as ameaças que podem representar para a cibersegurança atual e como desenvolver sistemas criptográficos resistentes a estes ataques.

A sessão inaugural da Aula de Cibersegurança e Criptografia Pós-Quantum do Incibe-UAX foi presidida por José Luis Escrivá, Governador do Banco de Espanha, que durante o seu mandato como Ministro da Transformação Digital promoveu a Lei da Cibersegurança.

No seu discurso, Escrivá sublinhou a importância da cibersegurança em diferentes áreas e salientou que “a nível da economia em geral, o investimento em cibersegurança e na formação de profissionais é essencial para que as empresas aumentem a sua capacidade de prevenção e resposta”.

Na área do setor financeiro, Escrivá explicou que “é fundamental, uma vez que presta serviços críticos ao público”. A este respeito, o governador recordou que o Banco de España será responsável pela aplicação do regulamento DORA. Por último, salientou também que os ciberataques podem pôr em risco a estabilidade financeira, pelo que é importante que haja coordenação e também testes de stress para as instituições financeiras.

Juntamente com ele, Luis Hidalgo, responsável pelo Talento de Cibersegurança da Incibe, sublinhou que “a cibersegurança é um domínio em que convergem diferentes perfis profissionais. Não requer apenas engenheiros informáticos, mas também matemáticos, advogados, psicólogos…. É uma profissão com um futuro promissor, pelo que o INCIBE incentiva os jovens a formarem-se e a especializarem-se neste setor em instituições académicas de excelência como esta”.

Santos González, diretor da Aula de Cibersegurança e Criptografia Pós-quântica do INCIBE-UAX, sublinhou que a aula “procura oferecer formação para criar uma geração de profissionais que nos permita enfrentar o novo paradigma e antecipar as novas ameaças cibernéticas que virão com as tecnologias quânticas”.

Isabel Fernandez, reitora da Universidade Alfonso X el Sabio, sublinhou a necessidade de “formar futuros profissionais que saibam aplicar a tecnologia de forma responsável e ética. Além disso, esta sala de aula é um reflexo da missão da UAX de gerar o talento de que as empresas necessitam para continuar a crescer e promover o desenvolvimento económico e social. Com este projeto, além de gerar conhecimentos que enriquecerão a aprendizagem dos alunos, adquirimos, juntamente com o INCIBE, o compromisso de difundir um conteúdo cada vez mais crítico: a cibersegurança”.

O setor da cibersegurança é já um dos setores com menor taxa de desemprego no nosso país. Segundo dados do mercado, o número de profissionais que trabalham no setor é superior a 100.000, embora para satisfazer a atual procura de talento fosse necessário quase duplicar este número. Para além desta lacuna de profissionais, existe o enorme potencial da computação quântica para ultrapassar ameaças mais sofisticadas.

A sala de aula estará localizada no campus UAX Madrid Chamberí, um ecossistema no qual convivem estudantes, investigadores, startups, empresas e investidores, promovendo a aprendizagem através do diálogo e do desenvolvimento de projetos conjuntos. O campus alberga também a UAX Business & Tech Faculty, um modelo de formação pioneiro em Espanha, concebido em conjunto com grandes empresas como a Microsoft, a IBM e o Santander, entre outras, para ouvir as necessidades de talento existentes e alinhá-las com a oferta formativa.

A UAX salientou que este modelo unifica a formação nos domínios empresarial e tecnológico, de modo a que as licenciaturas tecnológicas incluam um certificado obrigatório em negócios, como é o caso da Licenciatura em Engenharia Matemática com Certificado em Negócios Digitais; enquanto as licenciaturas em negócios incluem um certificado em tecnologia, como é o caso da Licenciatura em ADE com Certificado em Tecnologia de Transformação de Condução.

 

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Desemprego é mais grave entre migrantes. Língua, qualificações e discriminação são desafios, alerta OIT

Barreiras linguísticas, dificuldade no reconhecimento das qualificações e discriminação levam migrantes a registar taxas de desemprego mais elevadas. Normas culturais agravam cenário entre mulheres.

Os trabalhadores migrantes têm um “papel vital” no mercado de trabalho mundial, mas as barreiras linguísticas, as dificuldades no reconhecimento das qualificações e a discriminação têm tornado desafiante a integração destas pessoas. De acordo com um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), por causa dessas barreiras a taxa de desemprego é mesmo mais alta entre os migrantes do que entre os não migrantes, sendo especialmente elevada nas mulheres.

As pessoas migrantes enfrentam uma taxa de desemprego mais alta (7,2%) em comparação com as não migrantes (5,2%), com as mulheres migrantes (8,7%) a enfrentarem níveis de desemprego mais altos do que os homens”, explica a organização no relatório Global estimates on international migrant workers.

Além dos motivos já apontados (da língua ao reconhecimento das qualificações), a OIT aponta desafios à integração especificamente ligados a questões de género, o que explica que o desemprego seja maior entre as mulheres do que os homens. Por exemplo, o facto de haver oportunidades de emprego limitadas para trabalhadoras e falta de serviços de cuidado a descendentes (como creches) justificam essa disparidade de género, segundo a organização.

“Além disso, a influência de normas socioculturais e de expectativas de género (tanto nos países de origem como de destino) podem exacerbar as limitações de emprego enfrentadas por mulheres migrantes”, lê-se ainda no relatório, que foi publicado esta semana.

Ainda assim, entre 2017 e 2022, o desemprego dos migrantes diminuiu na Europa e na Ásia Central, de 11,2% para 6,2%. Já em África, a quebra foi de 12,3% para 11,4%. E nas Américas a taxa estabilizou nesse período.

Contas feiras, a OIT estima que 167,7 milhões de migrantes estejam na força de trabalho mundial, dos quais 155,6 milhões empregados e 12,1 milhões desempregados.

Setor dos serviços é o que mais emprega

Quase sete em cada dez dos trabalhadores migrantes estão a exercer funções nos serviços, setor que é, portanto, aquele que mais emprega pessoas deslocadas. Também entre os não migrantes, os serviços têm um peso relevante no emprego, mas menos expressivo (51,5% contra 68,4%).

“Essa tendência foi amplamente impulsionada pela procura global por cuidados e trabalho doméstico, particularmente entre as mulheres. Assim, 28,8% das mulheres migrantes e 12,4% dos homens migrantes estavam empregados na economia de cuidados, em comparação com 19,2% das mulheres não migrantes e 6,2% dos homens não migrantes”, salienta a OIT.

De acordo com o novo relatório, muitos países têm populações envelhecidas (Portugal é um dos países onde esse problema é mais grave), o que tem alimentado a procura por serviços domésticos e de saúde e aberto oportunidades de trabalho para migrantes.

Por outro lado, a OIT deixa algumas recomendações relativamente à integração dos migrantes nos mercados de trabalho, como melhorar o acesso a oportunidades de trabalho digno e aumentar a proteção destes trabalhadores.

“Com a maioria das pessoas migrantes empregadas em setores de alta procura, garantir acesso equitativo a oportunidades de emprego para promover o desenvolvimento sustentável e mercados de trabalho inclusivos é uma prioridade política“, salienta o relatório

Os trabalhadores e trabalhadoras migrantes são indispensáveis ​​para lidar com a escassez global de mão de obra e contribuir para o crescimento económico.

Gilbert F. Houngbo

Diretor-geral da OIT

Já o diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, assinala que “os trabalhadores e trabalhadoras migrantes são indispensáveis ​​para lidar com a escassez global de mão de obra e contribuir para o crescimento económico”, sendo que “garantir os seus direitos e acesso a trabalho digno não é apenas um imperativo moral, mas também uma necessidade económica“.

Portugal também tem enfrentado sérias dificuldades de contratação de trabalhadores, tendo o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, realçado recentemente que o país precisa mesmo de imigrantes. Mas ressalvou ser preciso que as entradas sejam controladas e organizadas para facilitar a integração destas pessoas, nomeadamente no mercado de trabalho.

Desta forma, o Governo espera também evitar os problemas burocráticos que têm marcado os últimos anos, tendo o Governo anterior deixado 400 mil processos emperrados.

Já esta quarta-feira, é apresentado o programa de integração e formação de migrantes e refugiados no setor do turismo, que irá abranger, numa primeira fase, cerca de mil pessoas. O objetivo do Governo é contribuir para a melhoria das condições de integração dos refugiados e dos migrantes em Portugal e prepará-los para uma integração no setor do turismo. O programa envolverá um investimento de 2,5 milhões de euros.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 18 Dezembro 2024

Em dia de Conselho de Ministros, a Fed anuncia a sua decisão quanto à política monetária, o Eurostat divulga a inflação na Zona Euro e o INE partilha uma série de indicadores.

A Reserva Federal (Fed) anuncia esta quarta-feira a sua decisão quanto à taxa de juro, sendo expectável um corte de 25 pontos base. O Eurostat divulga a inflação na Zona Euro e o INE divulga uma série de indicadores, nomeadamente no que diz respeito às estatísticas dos serviços prestados às empresas, à síntese económica de conjuntura e aos índices de preços na produção industrial. Em dia de Conselho de Ministros, a saúde vai ser tema em audições parlamentares.

Fed decide sobre política monetária

A Reserva Federal (Fed) anuncia hoje a sua decisão quanto à taxa de juro. As previsões dos analistas apontam para que a Fed avance com um corte de 25 pontos base naquela que é a última reunião do ano. Especula-se, contudo, que a Fed possa fazer uma pausa após esta descida, devido à persistência da inflação. Na reunião de novembro, a Fed reduziu as taxas em 25 pontos base para um intervalo de 4,50% a 4,75%, tal como amplamente esperado.

Como está a inflação na Zona Euro?

O Eurostat, além de outros indicadores, divulga esta quarta-feira a inflação na Zona Euro referente a novembro, dado que influencia a política económica decidida pelo BCE, nomeadamente no que diz respeito à taxa de juro. Por cá, o INE divulga também uma série de indicadores, nomeadamente no que diz respeito às estatísticas dos serviços prestados às empresas (referente a 2023), à síntese económica de conjuntura (novembro) e aos índices de preços na produção industrial (novembro).

Saúde é tema em audições parlamentares

Esta quarta-feira é ouvido na Comissão de Saúde o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a propósito da atual situação no INEM, sobre o “turismo de saúde em Portugal” e também sobre a demissão da administração da ULS Almada Seixal. Além disso, é também ouvido o presidente do conselho de administração da SPMS (Serviços Partilhados do Ministério da Saúde) sobre o tratamento de cidadãos estrangeiros no SNS. Paulo Alexandre de Sousa, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, vai também ser ouvido a propósito do plano de reestruturação da instituição.

Relatório anual do Tribunal de Contas Europeu (TCE)

Decorre esta quarta-feira a apresentação do Relatório Anual do Tribunal de Contas Europeu, relativo ao ano de 2023. A apresentação aos responsáveis da Administração Pública portuguesa é feita em Lisboa pelo membro português do TCE, João Leão.

Reunião do Conselho de Ministros

Destaque também esta quarta-feira para a reunião do Conselho de Ministros, na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, seguida de briefing onde serão divulgadas as decisões do Governo.

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Cinco ativos que estão a cavalgar a febre das criptomoedas

A maré alta nas criptomoedas este ano está a fazer subir o valor de muitos outros ativos, incluindo fundos, tecnológicas, corretoras cripto e empresas de mineração. Conheça alguns.

Alguns ativos regulados têm cavalgado a febre das criptomoedas este anoPixabay

Menos de um mês depois de ter quebrado a barreira dos 100 mil dólares, a bitcoin iniciou esta semana a bater novos recordes. A popular moeda virtual ultrapassou os 107 mil dólares, com o mercado das criptomoedas cada vez mais perto dos 3,8 biliões.

Os investidores especulam que o 2025 será um ano pródigo para os criptoativos, depois de Donald Trump, um antigo crítico reconvertido em apoiante, ter sido reeleito Presidente dos EUA. Desde 5 de novembro, dia em que se realizaram as eleições, a bitcoin acumula ganhos superiores a 50%.

Apesar de ser uma subida considerável, que alcança os 150% no acumulado do ano, na verdade, a bitcoin está longe de ser a campeã das subidas em 2024. A Mantra, outro criptoativo, já valorizou mais de 6.750% desde o princípio do ano. Existem ainda outros ativos que estão a disparar à boleia das criptomoedas.

iShares Bitcoin Trust ETF

A escalada do preço da bitcoin não começou só em novembro. As criptomoedas já estavam a viver um bom momento desde janeiro, mês em que a Securities and Exchange Commission (SEC), o regulador norte-americano dos mercados de capitais, deu luz verde aos primeiros fundos cotados na bolsa com exposição direta à bitcoin (ETF).

Entre os ETF de bitcoin criados este ano, o iShares Bitcoin Trust ETF, da BlackRock, conhecido pelo ticker “IBIT”, apresenta-se como “o produto de bitcoin negociado em bolsa mais transacionado desde o seu lançamento”. É também, de acordo com a plataforma de preços CoinMarketCap, aquele que tem o maior valor de mercado.

Atualmente, o IBIT, que se diferencia de outros ETF por investir diretamente em bitcoins, e não através de instrumentos derivados, detém quase 540 mil unidades da criptomoeda, avaliadas em perto de 55 mil milhões de dólares. Desde que começou a negociar a 11 de janeiro, este fundo já valorizou mais de 115%.

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MicroStrategy

Michael Saylor, 59 anos, é um conhecido adepto das criptomoedas. E a MicroStrategy, a empresa de software que ajudou a fundar em 1989, é um grande investidor institucional de bitcoin, numa estratégia que se iniciou em 2020.

Ao longo dos últimos quatro anos, a empresa tem dispendido milhares de milhões de dólares a comprar bitcoins, detendo no seu balanço, segundo os dados mais atualizados, 423.650 unidades avaliadas em mais de 45 mil milhões de dólares, o equivalente a cerca de 2% de todas as moedas no mercado.

Depois da escalada do preço da bitcoin este ano, e perante a elevada exposição da empresa à criptomoeda, o preço das ações da MicroStrategy já subiu mais de 530% este ano.

A empresa também recebeu outra boa notícia esta semana: as suas ações passarão a integrar o índice Nasdaq 100, colocando-a no radar dos fundos de índice. Estes, por sua vez, ganham uma exposição indireta à criptomoeda.

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Semler Scientific

O nome pode ser desconhecido para muitos, mas a Semler Scientific, uma tecnológica do setor da saúde, tem chamado a atenção este ano pela sua estratégia de investimento em bitcoins.

Sob o comando de Doug Murphy-Chutorian, a empresa iniciou em maio um plano de aquisição desta criptomoeda, declarando no seu site que “acredita que a bitcoin é uma reserva de valor de confiança e um investimento apelativo”. “A sua escassez e oferta finita fazem dela uma potencial proteção contra a inflação e um ativo de refúgio perante a instabilidade global”, acrescenta.

No dia 16 de dezembro, a Semler Scientific anunciou num comunicado que já detém 2.084 bitcoins, adquiridas ao longo dos últimos meses por um montante total de 168,6 milhões de dólares e a um preço médio, incluindo comissões e outras taxas, de 80.916 dólares cada uma. Estas bitcoins estarão a valer quase 223 milhões de dólares ao preço de mercado atual.

Com esta estratégia, e também graças a outros desenvolvimentos operacionais, as ações desta empresa de tecnologias para o setor da saúde acumulam ganhos de mais de 68% na bolsa.

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Hut 8

A bitcoin necessita de uma extensa rede de computadores ligados para poder funcionar. São eles que validam as transações na blockchain em troca de uma recompensa paga em criptomoeda. Se nos primórdios da bitcoin um computador portátil bastava, hoje em dia a rede é mantida por grandes armazéns cheios de computadores de alto desempenho com elevados consumos energéticos.

Algumas empresas cotadas em bolsa dedicam-se a essa atividade, como é o caso da Hut 8. Esta empresa de infraestrutura tecnológica é também um dos maiores mineradores de bitcoin cotados, e um dos que mais valorizou ao longo deste ano. Os respetivos títulos listados no Nasdaq entraram em 2024 a valer 13,34 dólares e mais do que duplicaram de valor, estando próximos dos 30 dólares.

Liderada por Asher Genoot desde fevereiro, a Hut 8 minera bitcoins em quatro localizações no continente americano, incluindo duas em Alberta, no Canadá, e outras duas nos EUA, em Niagara Falls e no Texas.

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Coinbase

Longe vão também os tempos em que o acesso ao mercado cripto era complexo e exclusivo para os mais entendidos. Tal como hoje existem plataformas de negociação de ações simplificadas para investidores de retalho, há também um nome que se destaca entre as plataformas de compra e venda de criptomoedas. Esse nome é o da Coinbase.

A Coinbase é uma corretora de criptomoedas com presença mundial, incluindo em Portugal, e uma das mais usadas pelos pequenos investidores. A empresa gera receitas através das comissões cobradas nas transações e tem beneficiado noutros momentos de alta do mercado.

Depois de em 2023 ter visto as suas ações crescerem 391%, a empresa tem prolongado esses ganhos em 2024, com um avanço acumulado de cerca de 81%. Mas apesar destes dois anos de sucesso bolsista, a Coinbase também tem sido penalizada quando há grandes quedas no valor dos criptoativos. Em 2022, ano marcado pelo colapso da concorrente FTX, a Coinbase afundou 86% em bolsa.

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Grupo Paulo Duarte apresenta no dia 20 de dezembro o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade

  • Conteúdo Patrocinado
  • 18 Dezembro 2024

O Grupo Paulo Duarte, líder nacional no setor de logística e transportes, apresenta o primeiro Relatório de Sustentabilidade, reafirmando o compromisso com o impacto positivo em 3 pilares essenciais.

Com um olhar voltado para o futuro, este relatório revela os esforços e resultados do Grupo em 2023, incluindo iniciativas que reforçam a transição para um modelo de negócios mais sustentável.

A apresentação do primeiro Relatório de Sustentabilidade do Grupo Paulo Duarte vai realizar-se no dia 20 de dezembro, a partir das 10h00, em formato conferência online, organizada em parceria com o ECO. Assista aqui:

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Entre os destaques estão:

Redução das emissões de carbono: Adoção de frotas mais eficientes e programas de eco-condução.

● Compromisso com as comunidades: Projetos de envolvimento social e suporte às regiões onde o Grupo atua.

● Valorização dos colaboradores: Programas de formação e desenvolvimento para mais de 1.000 profissionais.

Inovação tecnológica: Integração de ferramentas digitais para otimizar processos e reduzir desperdícios.

Esta publicação marca um passo decisivo na jornada sustentável do Grupo Paulo Duarte, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

A apresentação do Relatório de Sustentabilidade do Grupo Paulo Duarte vai realizar-se de acordo com o seguinte alinhamento:

● 10h00: Apresentação do Relatório de Sustentabilidade por Gustavo Paulo Duarte (CEO do Grupo Paulo Duarte)

10h30: Debate com Duarte Cordeiro (ex-ministro do Ambiente e da Ação Climática de Portugal, António Paulo Duarte (Diretor-Geral do Grupo Paulo Duarte) e Gustavo Paulo Duarte (CEO do Grupo Paulo Duarte), moderado pelo ECO;

Este evento, inovador na abordagem e no formato, destacará as principais ações e compromissos do Grupo em prol da sustentabilidade.

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Governo espera fechar novo aeroporto com a ANA em fevereiro

Calendário interno do Executivo aponta para a aprovação até ao fim de fevereiro da resolução que mandata a ANA a apresentar a candidatura formal à construção do aeroporto Luís de Camões.

Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas, Thierry Ligonnière, CEO da ANA, José Luís Arnaut, chairman da ANA, Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, Hugo Espírito Santo, secretário de Estado das Infraestruturas, e João Jesus Caetano, presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, com a imagem do projeto do aeroporto Luís de Camões, no Campus XXI. ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

 

A ANA entregou esta terça-feira o Relatório Inicial do aeroporto Luís de Camões, com a primeira estimativa dos custos, as especificações do projeto e o modelo de financiamento. O Governo tem agora 30 dias para responder à ANA se pretende que esta avance com a candidatura formal à construção, período em que o Executivo negociará ajustes à proposta com a concessionária.

A aprovação em Conselho de Ministros da resolução que mandata a ANA a preparar a candidatura à construção da infraestrutura no Campo de Tiro de Alcochete deverá avançar até ao final de fevereiro, segundo o calendário interno do Executivo, apurou o ECO.

O extenso relatório que o Governo recebeu da ANA, realizado em apenas seis meses, é apenas o primeiro passo formal. A concessionária terá de preparar uma candidatura completa, que incluirá um conjunto alargado de documentos, como o Relatório das Consultas, o Relatório sobre o Local Selecionado, um Estudo de Impacte Ambiental, o Relatório Técnico e o Relatório Financeiro. Dispõe de três anos, calendário que o ministério das Infraestruturas pretende encurtar.

Entregue a candidatura, o Executivo, este ou já outro, terá 90 dias para decidir se a construção do aeroporto é mesmo para avançar nos moldes propostos.

Governo terá de negociar extensão do contrato com Bruxelas

Nem o Governo nem a ANA, que é detida pela francesa Vinci, quiseram revelar os custos da obra, o modelo de financiamento ou o prazo de construção, mas segundo o ECO apurou o valor estimado é um pouco acima dos 8.000 mil milhões, para a construção de duas pistas, com um terminal de passageiros no meio com capacidade para 75 mangas.

O Relatório Inicial sobre o novo aeroporto, entregue esta terça-feira pela ANA ao Governo, prevê que o novo aeroporto seja financiado através da alteração das taxas aeroportuárias e a extensão do contrato de concessão.

A extensão do contrato é uma das formas de financiamento do novo aeroporto previstas no contrato de concessão, que atualmente termina em 2062. O alargamento tem de ter luz verde da Comissão Europeia, com quem o Governo irá encetar negociações, apurou o ECO.

A extensão do prazo pode ser entendida como uma restrição à concorrência, uma vez que limita o mercado a outros operadores. Há, no entanto, um precedente que pode ajudar. Em 2019, a concessão do aeroporto Eleftherios Venizelos, em Atenas, foi estendida de 2026 para 2046, mas a concessionária, que é detida em 50% pela alemã AviAlliance, pagou 1.403 mil milhões de euros pelo alargamento do prazo. No caso de Lisboa, a contrapartida seria a construção da nova infraestrutura.

O aumento do prazo não é neutro para os cofres do Estado, já que impede um futuro Governo de negociar condições de receita mais vantajosas a partir de 2062, o prazo atual da concessão.

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TAP avalia criar provisão para pagar milhões a tripulantes

A companhia aérea está a avaliar a criação de uma provisão para pagar valores retroativos aos tripulantes, depois de uma decisão desfavorável do Supremo Tribunal de Justiça.

O Supremo Tribunal de Justiça proferiu a 12 de dezembro uma decisão sobre contratos a prazo de tripulantes da TAP que pode originar um encargo de centenas de milhões de euros. A gestão da companhia está a avaliar a constituição de uma provisão para fazer face a estes custos potenciais. Caso seja criada, terá um impacto significativo nos resultados.

A decisão do Tribunal, avançada pelo Diário de Notícias, surge numa altura em que o Governo se prepara para relançar a reprivatização da TAP. O Supremo concluiu que os contratos a prazo dos tripulantes estavam mal fundamentados, pelo que deveriam estar integrados no quadro como efetivos.

O jornal explica que a integração no quadro, com a categoria “CAB1”, implica o pagamento de um valor diário por cada vez que voam, que na prática resulta numa duplicação do salário. É esta diferença de vencimento que os queixosos exigiram em tribunal, paga com retroativos.

O caso judicial abrange dezenas de tripulantes dispensados em 2020/2021, mas segundo o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) a decisão abre a porta a que cerca de dois mil tripulantes admitidos na TAP com contratos a prazo desde 2006 possam fazer a mesma exigência. Para a decisão contribuiu um parecer jurídico pedido em 2021 à professora catedrática Maria do Rosário Ramalho, atual ministra do Trabalho e Segurança Social.

O presidente do sindicato, Ricardo Penarróias, contabilizou o encargo potencial para a companhia aérea em 200 a 300 milhões de euros, em declarações ao Diário de Notícias. Fonte ligada ao processo afirmou ao ECO que o montante deverá ser mais próximo dos 100 milhões, mas tudo depende de número de tripulantes que recorrerem aos tribunais aproveitando a decisão do Supremo.

O Governo, sabe o ECO, já estava a par deste risco. A gestão da TAP está a avaliar a constituição de uma provisão para fazer face a este custo potencial, o que teria um impacto significativo nos resultados. A companhia aérea teve lucros de 118,2 milhões até setembro, que seriam praticamente anulados caso fosse criada uma provisão de apenas 100 milhões.

O ECO questionou a TAP sobre a estimativa dos encargos e se vai avançar com uma provisão, mas a companhia respondeu que não comenta questões legais. Foram enviadas também perguntas ao Governo, que não tinha respondido até à publicação do artigo.

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