Governo quer “foco na execução” do plano de investimentos para a ferrovia

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

O secretário de Estado disse que o “objetivo da neutralidade carbónica continua a ser o grande desiderato e uma das pedras de toque daquilo que é a estratégia para a ferrovia” em Portugal.

O secretário de Estado das Infraestruturas defendeu esta terça-feira como necessário o “foco na execução” do plano de investimentos assumido por Portugal, que “privilegia o modo ferrovia”, e definir uma “visão integrada para a logística, intermodal” no setor dos transportes.

Nós precisamos de garantir que vamos executar tudo aquilo que nos comprometemos a fazer, há um plano de investimento muito ambicioso, que privilegia o modo ferrovia, é uma prioridade para o país a descarbonização dos transportes, e temos de os executar”, disse hoje à Lusa o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, no Entroncamento (Santarém), onde presidiu à abertura do Portugal Railway Summit.

Na sua quinta edição, a segunda consecutiva na cidade dos comboios, a iniciativa da PFP – Plataforma Ferroviária Portuguesa, Cluster da Ferrovia, reúne durante dois dias, no Museu Nacional Ferroviário, quatro centenas de especialistas, líderes da indústria e profissionais do setor ferroviário para discutir os mais recentes avanços, desafios e oportunidades da ferrovia.

Na sua intervenção, o governante abordou as estratégias e objetivos do Plano Nacional de Investimentos (PNI) para o horizonte temporal 2021-2030, incidindo no projeto nacional de alta velocidade, onde destacou a utilização da “bitola ibérica polivalente” e a importância da “interoperabilidade com a rede convencional”, a par da terceira travessia sobre o Tejo, tendo destacado o “foco na execução”, a “participação de empresas privadas”, e a “promoção da intermodalidade”.

À Lusa, o secretário de Estado disse que o “objetivo da neutralidade carbónica continua a ser o grande desiderato e uma das pedras de toque daquilo que é a estratégia para a ferrovia” em Portugal, tendo feito notar a importância de uma” visão integrada para a logística” do setor dos transportes.

“O transporte de mercadorias é crítico. Temos uma prevalência de transporte rodoviário pesado de carga muito grande em Portugal, isso traz implicações ambientais e importa definir uma visão para a logística nacional, intermodal, que inclua os portos, a ferrovia, a rodovia e o próprio setor da aviação, uma visão integrada que não existe e que vamos ter rapidamente de a desenvolver”, defendeu Hugo Espírito Santo.

Questionado sobre as declarações da Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias (APEF), que indicou que o transporte ferroviário de mercadorias caiu 10% até abril e imputou a responsabilidade aos incentivos públicos dos últimos anos à rodovia e ao transporte de mercadorias, nomeadamente através da descida de taxas de portagem nas estradas, o governante considerou as críticas “extemporâneas” e disse que “muita coisa está a ser feita” e que vão ser libertados fundos para o setor da ferrovia.

“O primeiro passo para conseguir haver transporte ferroviário de mercadorias é haver infraestrutura. É isso que estamos a fazer”, declarou, tendo feito notar que deve haver a “noção que a infraestrutura demora”, e assegurado que o governo vai “libertar agora um conjunto de fundos combinados numa anterior resolução do Conselho de Ministros”.

Já sobre a observação da APEF que as portagens para uso do caminho-de-ferro (Taxa de Uso cobrada pelo Estado/Infraestruturas de Portugal) foram aumentadas em mais de 20% no último ano, em contraponto com a redução da carga fiscal na rodovia aplicada aos combustíveis fósseis sem que seja atribuído apoio ou redução para os custos da energia elétrica e dos combustíveis usados na ferrovia, o secretário de Estado disse que “vai ser de 3% o aumento este ano da taxa de uso”, o que, “num contexto inflacionário” é “extremamente razoável”, tendo reiterado os apoios a conceder.

“Há muita coisa que está a ser feita e eu acho as críticas um bocadinho extemporâneas, desse ponto de vista, e o nosso objetivo é ter todos os privados envolvidos neste processo de desenvolvimento da ferrovia em Portugal”, concluiu.

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Israel impede agência Associated Press de transmitir imagens de Gaza

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

Pouco antes da apreensão do equipamento, a AP estava a transmitir uma imagem geral do norte de Gaza. A agência disse que cumpre as regras de censura militar de Israel.

As autoridades israelitas apreenderam esta terça-feira uma câmara e equipamento de transmissão à Associated Press no sul de Israel, acusando a agência noticiosa norte-americana de violar a proibição que impuseram à televisão Al Jazeera. A denúncia foi feita pela AP, que tem o canal de satélite do Qatar entre os milhares de clientes que recebem transmissões de vídeo em direto da agência.

O Governo israelita ordenou o encerramento dos escritórios da Al Jazeera em Israel em 5 de maio, e proibiu as emissões e a difusão do site do canal do Qatar no país. A AP “lamenta veementemente as ações do Governo israelita para encerrar a nossa transmissão ao vivo de longa data que mostra Gaza e apreender o equipamento da AP”, disse a vice-presidente de comunicações empresariais da agência, Lauren Easton.

Funcionários do Ministério das Comunicações chegaram às instalações da AP na cidade de Sderot, no sul do país, esta terça à tarde (hora local), e apreenderam o equipamento. Entregaram à AP um documento, assinado pelo ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, alegando que a agência estava a violar a lei relativa aos organismos de radiodifusão estrangeiros.

Pouco antes da apreensão do equipamento, a AP estava a transmitir uma imagem geral do norte de Gaza. A agência disse que cumpre as regras de censura militar de Israel, que proíbe a transmissão de pormenores como movimentos de tropas que possam pôr em perigo os soldados.

As filmagens em direto mostravam geralmente fumo a elevar-se sobre o território, disse a AP. A apreensão seguiu-se a uma ordem verbal na quinta-feira para cessar a transmissão em direto, o que a organização noticiosa se recusou a fazer. “O encerramento não se baseou no conteúdo da transmissão, mas sim numa utilização abusiva por parte do Governo israelita da nova lei de radiodifusão estrangeira do país”, disse Easton.

A vice-presidente da agência apelou às autoridades israelitas para que devolvam o equipamento e permitam restabelecer a transmissão em direto. Trata-se de poder “continuar a fornecer este importante jornalismo visual a milhares de meios de comunicação social em todo o mundo”, acrescentou.

Também em comunicado, o Ministério das Comunicações israelita disse que “continuará a tomar todas medidas necessárias para limitar as emissões que prejudiquem a segurança do Estado”. Há muito que o Governo israelita tem uma relação difícil com a Al Jazeera, acusando o canal do Qatar de ser tendenciosa contra Israel.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, chamou-lhe um “canal de terror” que difunde incitamentos contra Israel. A Al Jazeera é um dos poucos canais internacionais de notícias que permaneceu em Gaza durante a guerra, transmitindo cenas de ataques aéreos e hospitais sobrelotados, e acusando Israel de massacres.

A guerra em Gaza começou com um ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas. Mais de 35.600 palestinianos foram mortos desde então na ofensiva israelita na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que não faz distinção entre civis e combatentes na contagem de vítimas.

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Governo chega a acordo com sete sindicatos sobre recuperação do tempo de serviço dos professores

Acordo prevê que 50% do tempo de serviço dos professores seja devolvido no espaço de 1 ano (uma tranche em setembro de 2024 e uma segunda em julho de 2025) e o restante até julho de 2027.

O Ministério da Educação chegou esta terça-feira a acordo com sete sindicatos do setor da Educação – FNE, FENEI, SIPE, FEPECI, SPLIU, SNPL e SIPPEB – sobre a recuperação dos 6 anos, 6 meses e 23 dias de tempo de serviço dos professores que estão congelados desde a troika. De fora ficaram a Fenprof, o SPL, o SEPLEU, o Pró-Ordem e o Stop.

À saída da reunião, Pedro Barreiros adiantou que 50% do tempo vai ser devolvido no espaço de um ano (uma tranche em setembro de 2024 e uma segunda em julho de 2025) e o restante até julho de 2027.É um dia histórico para todos os professores”, enalteceu. “Não é uma vitória do Governo. Não é uma vitória dos sindicatos. É uma vitória de todos, incluído da escola pública“, corroborou Júlia Azevedo.

Chegámos a acordo. Foi demorado, mas com um bom propósito”, anunciou o secretário-geral da FNE, o primeiro a sair da reunião com o Governo, referindo que “é um dia histórico” e que o acordo foi alcançado através do “esforço e envolvimento de todos os professores”.

Temos vindo de um processo extremamente desgastante e finalmente conseguimos encontrar uma plataforma de entendimento”, corroborou Francisco Pinto, da FENEI e em representação também do Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), FEPECI, SPLIU e SNPL, notando que “o poder político teve de perceber” que a classe “tinha razão”, visto que tem sido “extremamente mal tratada”. “Foram quase 20 anos após o primeiro congelamento e finalmente conseguimos a recuperação integral do tempo de serviço”, acrescentou a presidente do SIPE, à saída da reunião, apontando que “isso é uma vitória” e que foi alcançado “um bom acordo com cedências de parte a parte”.

Com este acordo é possível “recuperar a totalidade do tempo congelado”, isto é, os 2.393 dias, “faseados da seguinte forma: 599 dias no dia 1 de setembro de 2024 e 598 dias nos três momentos seguintes (a 1 de julho de 2025, 1 de julho de 2026 e 1 de julho de 2027)”, explicou Pedro Barreiros. Ou seja, no espaço de um ano, os docentes conseguem ver devolvidos 50% do tempo de serviço que ainda está congelado.

São 2 anos e 10 meses para recuperar todo o tempo de serviço que nos falta sem perder um único dia“, acrescentou a presidente da SIPE, notando que “ao contrário” do que sucedeu em 2018, “em que o tempo de serviço era mascarado e sufragado, agora o tempo é sempre contabilizado à data de progressão do professor”.

As carreiras da Administração Pública estiveram congeladas entre 2005 e 2007 e entre 2011 e 2017, num total de nove anos e quatro meses. Em 2019 e após um debate aceso, os docentes acabaram por recuperar cerca de dois anos, nove meses e 18 dias de serviço, o que representa uma despesa permanente de 244 milhões de euros anuais para os cofres do Estado, segundo revelou o antigo ministro da Educação, João Costa. Ainda ficavam a faltar, por isso, os 6 anos, 6 meses e 23 dias.

Na reunião da semana passada, o ministro reiterou que qualquer alteração à proposta vai ter “um impacto orçamental significativo”, pelo que, diz, que prefere não avançar com números publicamente. “As contas estão feitas e quando estivermos a proposta fechada serão apresentadas com toda a transparência, prometeu. No programa de Governo, a estimativa era de cerca de 300 milhões de euros.

Por outro lado, segundo a FNE, o Ministério da Educação garantiu que ” todos os professores alvo do congelamento irão ficar todos dispensados de vagas de acesso ao 5.º e ao 7.º escalão”, sendo que essa progressão irá ocorrer “à data em que os docentes reunirem as condições”. “É outra grande, grande vitória”, enalteceu também Júlia Azevedo.

Esta era, aliás, uma condição sine qua non imposta pelos sindicatos para chegarem a acordo com o Governo. Além disso, foi ainda assegurado que “os professores não veriam subtraídos o tempo de serviço em lista” de espera e que para beneficiarem destas circunstâncias “não é preciso ter a totalidade do tempo de serviço congelado”.

Apesar das cedência do Executivo, ao permitir uma recuperação mais rápida face ao inicialmente proposto e de não “subtrair” o tempo já assegurado através do “acelerador das carreiras”, o Ministério da Educação não cedeu na obrigatoriedade de permanecer, no mínimo, um ano antes da progressão ao escalão seguinte, mas os sindicatos fizeram salvaguardar que “esse tempo de permanência vai ser recuperado no escalão seguinte”, explicou a presidente da SIPE.

À saída da reunião, a FNE deu ainda conta ao ministro da Educação que, no futuro, a questão da ultrapassagem também deve ser discutida, bem como deve ser aberto um processo negocial que vise “compensar” os professores que estão no 10º. escalão [o último escalão da carreira], no sentido de ser permitida numa futura revisão da carreira, que estes docentes possam ver contabilizado o tempo de serviço”, nomeadamente através da criação de novos escalões.

Nesta revisão, o sindicato liderado por Pedro Barreiros propõe ainda que se equipare os professores que estão no topo da carreira ao topo da carreira dos técnicos superiores“. De notar que estes docentes ficam de fora desta recuperação, tal como o ministro já tinha sinalizado no final da última reunião, dado que a recuperação é feita através da progressão na carreira. Já o SIPE apontou que “ficou a promessa” de num futuro “próximo” começar as “negociações” de outras “questões muito importantes”, como é o caso da alteração ao diploma da mobilidade por doença.

Cinco sindicatos não assinaram o acordo. “É um acordo que exclui professores”, justifica Fenprof

Ainda assim, dos 12 sindicatos que representam o setor, houve cinco que decidiram não assinar o acordo com o Ministério da Educação: o SPL, o SEPLEU, o Pró-Ordem e o Stop vão avançar com um pedido de negociação suplementar, enquanto a Fenprof vai realizar um plenário para decidir se vai requerer ou não uma negociação suplementar.

A Fenprof acaba de sair de uma reunião tendo informado o ministro da Educação de que não assinará um acordo como este que aqui está e que nos foi apresentado”, afirmou secretário-geral da Fenprof, reconhecendo que há “aspetos em que houve evolução” da parte do Governo, mas que ainda assim há divergências de “fundo” que não permitem a assinatura do documento.

“Há 25.400 professores que não são abrangidos na totalidade ou em parte pela recuperação” do tempo de serviço, dos quais “13.400 que estão no 10º escalão” e que “perderam tempo como os outros” e “vão ser penalizadíssimos na sua aposentação” e “outros 12 mil professores do 8º escalão”, indicou Mário Nogueira, sublinhando que “este é um acordo que exclui professores”. “Seríamos hipócritas fazermos uma acordo hoje e para a semana estarmos à porta do Ministério da Educação a dizer que os professores do topo da carreira também devem ser envolvidos”, acrescentou.

Além disso, “há professores que quando foi da recuperação dos 1.018 dias [o equivalente a 2 anos, 9 meses e 18 dias] foram obrigados a usar esse tempo de serviço para subirem nas listas”, sendo que “alguns nem mudaram de escalão” e o acordo não prevê a recuperação desse tempo, sustentou Mário Nogueira.

A Fenprof realçou ainda que a recuperação do tempo de serviço agora assegurada “não é nada que tivesse caído do céu, nem caído do Governo”, mas que se deveu a “uma forte luta que os professores desenvolveram em 2023”, da qual o sindicato se orgulha, nomeadamente de “não ter sido daqueles que entraram a meio da luta quando ficaram isolados e se puseram dessa luta”.

Mário Nogueira criticou ainda os sete sindicatos que chegaram a acordo esta terça-feira, indicando que estes “perderam oportunidade de poder ir mais longe”, através da negociação suplementar. Para já, a Fenprof vai reunir em plenário para decidir se avança ou não com esse pedido, mas o secretário-geral adianta que “é provável que sim”.

Questionado sobre as declarações do ministro da Educação, que acusou a Fenprof de não ser “parte da solução”, Mário Nogueira apelidou o momento de “execrável” e “lamentavelmente triste” e considerou que esta “é uma facada na confiança” com a Fenprof.

“[O ministro] Não tem o direito de fazer uma afirmação dessas”, apontou Mário Nogueira, referindo que o governante “reprovou neste primeiro relacionamento”, nomeadamente pela “forma como se comportou”. Por isso, o sindicalista sugeriu a Fernando Alexandre que tenha “tento da língua sobre pena de criar maiores dificuldades”, avisou.

(Notícia atualizada pela última vez às 23h05)

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Moedas alerta que “Lisboa não pode estar sozinha” no problema dos sem-abrigo

Moedas reúne-se esta sexta-feira com o ministro da Presidência e com a ministra do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social para debater problema dos sem-abrigo na capital.

Carlos Moedas diz que “Lisboa não pode estar sozinha na resolução deste grande problema”, como classificou os 3.000 sem-abrigo na cidade e as mais de 300 pessoas que “estão sem documentos” e “dormem em tendas nas ruas” da capital. Num encontro com o primeiro-ministro, o presidente da Câmara pediu mais articulação entre os organismos públicos, como a Santa Casa da Misericórdia e a Segurança Social, e a abertura de mais centros de acolhimento.

Precisamos de uma solução para que as pessoas possam ser acolhidas. Elas não podem estar em tendas no meio da cidade“, frisou Carlos Moedas, referindo-se aos imigrantes sem documentos. Declarações feitas à saída de uma audiência com Luís Montenegro, na residência oficial, que um dia depois de ter enviado uma carta ao primeiro-ministro e também ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O autarca social-democrata elogiou a prontidão de Luís Montenegro em recebê-lo. “Eu queria agradecer ao senhor primeiro-ministro pela rapidez. Vou estar já nesta sexta-feira com [António] Leitão Amaro, ministro da Presidência, e também com a ministra [do Trabalho, da Solidariedade e] da Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho”, anunciou.

Precisamos de uma solução para que as pessoas possam ser acolhidas. Elas não podem estar em tendas no meio da cidade.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Carlos Moedas saiu da audiência com o compromisso de uma reunião já esta sexta-feira com os dois ministros. “Eu sei que ele [Leitão Amaro] está a trabalhar no funcionamento da AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo] para termos um centro em Lisboa que possa acolher estas pessoas, para que elas não estejam na rua com tendas no meio da cidade”, adiantou.

Em cima da mesa estão duas questões distintas para Moedas: primeiro, uma articulação com o ministro da Presidência “em relação às pessoas que estão em Portugal e não estão documentadas”; e depois com a Segurança Social para a “resolução de problemas de todos os dias”.

O autarca contabiliza 3.000 pessoas sem-abrigo, mas com acolhimento. “Mas há 390 que não têm tecto e, dessas, mais de metade é estrangeira e a grande maioria não está documentada“, destacou. Neste ponto, Moedas apontou o dedo à AIMA. “O presidente da Câmara não pode ajudar pessoas que nem sequer têm documentos e que se foram acumulando, no fundo, pelo não funcionamento da AIMA durante tanto tempo. Essas pessoas acabam por estar na rua”, criticou.

Por tudo isto, Moedas defendeu a urgente abertura de “mais centros de acolhimento na região de Lisboa”, e não apenas na capital, assim como “uma política de imigração digna humana” no país.

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Assembleia-geral da Lusa para eleição dos órgãos sociais foi novamente suspensa

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

Em 26 de março, os acionistas da Lusa aprovaram os primeiros cinco pontos da ordem de trabalhos, que incluía o relatório de gestão, e adiaram a eleição dos membros dos órgãos sociais para hoje.

A assembleia-geral da Lusa para eleição dos membros dos órgãos sociais para o mandato 2024-2026 foi suspensa, devendo agora ocorrer dentro dos 90 dias posteriores a hoje, de acordo com a administração.

“A segunda sessão da assembleia-geral da Lusa, agendada para hoje, 21 de maio de 2024, pelas 10:00, foi objeto de suspensão, ao abrigo do n.º 1, ‘in fine’, do artigo 387.º do Código das Sociedades Comerciais [CSC], conforme deliberação dos respetivos acionistas presentes”, segundo a administração da agência.

“A realização da terceira sessão, tendo em conta o disposto no n.º 2 do mesmo artigo 387.º CSC, deve ocorrer dentro dos 90 dias posteriores ao da segunda sessão”, remata.

Em 26 de março, os acionistas da Lusa aprovaram os primeiros cinco pontos da ordem de trabalhos, que incluía o relatório de gestão, e adiaram a eleição dos membros dos órgãos sociais para hoje.

A Lusa registou um prejuízo de cerca de 255 mil euros, o que compara com um lucro de 110 mil euros em 2022, devido “nomeadamente de imparidades constituídas sobre clientes, apesar das receitas terem ultrapassado os quatro milhões de euros, o que já não se verificava desde 2015”.

O Plano de Atividades e Orçamento para este ano, que era o quinto ponto na ordem de trabalhos, foi aprovado na assembleia-geral (AG), tendo a reunião sido suspensa antes do ponto seis sobre a eleição dos membros dos órgãos sociais.

A Lusa é detida em 50,15% pelo Estado, tendo como acionistas privados a Global Media (GMG), dona do Diário de Notícias (DN), TSF, entre outros, com 23,36%, as Páginas Civilizadas, empresa do Grupo Bel, do empresário Marco Galinha, que é acionista da Global Media, com 22,35%, a NP – Notícias de Portugal, detentora de 2,72%, e o Público, com 1,38%.

A RTP detém 0,03% da Lusa, enquanto O Primeiro de Janeiro, SA e a Empresa do Diário do Minho, Lda possuem, cada um, uma posição de 0,01% da agência noticiosa portuguesa.

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CIP apresenta a Luís Montenegro medidas para economia que “dê mais para todos”

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

Numa reunião com o primeiro-ministro, Armindo Monteiro apresentou um conjunto de medidas para uma economia de maior valor acrescentando e que "dê mais para todos".

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, Armindo Monteiro, apresentou esta terça-feira, numa reunião com o primeiro-ministro, um conjunto de medidas para uma economia de maior valor acrescentando que é necessário para que a economia “dê mais para todos”.

“As propostas que trouxemos fazem parte de um conjunto de propostas na área da economia e com satisfação vimos que o Governo tem, não apenas no seu programa, mas agora verbalizado pelo primeiro-ministro, a mesma preocupação no sentido de tornar não as empresas prósperas, mas portugueses prósperos“, afirmou Armindo Monteiro, à saída de uma reunião com Luís Montenegro.

O presidente da CIP, encontrou-se esta manhã com o chefe do Governo português na Residência Oficial do primeiro-ministro, em Lisboa. “O compromisso da CIP é efetivamente tornar uma economia que seja de maior valor acrescentado. Isso significa poder pagar melhores salários. Se nós não crescermos, não é possível pagar melhores salários”, acrescentou o presidente da confederação empresarial.

Armindo Monteiro admitiu que a transformação não poderá ser feita de imediato, mas que “é preciso marcar o caminho para lá chegar”. Nesse sentido, apontou que os empresários pretendem aumentar salários, mas que esses aumentos “não podem resultar de uma vontade unilateral”. Para o responsável da CIP, a subida dos salários através do crescimento económico é “a única forma” de haver “uma economia sustentável”.

Entre as medidas propostas pelos empresários está a redução do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC), que tem sido defendida nos últimos meses.

No seu programa de Governo, a AD propõe uma redução do IRC de 21% para 15%, ao ritmo de 2 pontos percentuais por ano, a eliminação gradual da progressividade da derrama estadual e a eliminação gradual da derrama municipal, assegurando, no caso desta última, “a compensação através do Orçamento do Estado da perda de receita para os municípios”.

Questionado sobre uma convergência entre a CIP e o atual Governo neste aspeto, Armindo Monteiro apontou que é “uma variável importante”. “A questão do IRC é importante porque nós não vivemos sozinhos no mercado, nem na Europa, nem no mundo”, afirmou, acrescentando que a atual estrutura fiscal em Portugal, aliada à burocracia, pode limitar investimento estrangeiro no país.

“Nós termos uma taxa de tributação mais elevada que pulmões económicos, como é a Alemanha, ou a França, ou a Bélgica, ou aqui ao lado, Espanha, não faz sentido nenhum. Há investimentos que nós podíamos estar a atrair e não estamos a fazer, porque, precisamente, a tributação sobre os rendimentos das empresas é maior que em qualquer parte da Europa”, lamentou.

Quanto à dimensão burocrática, o líder da CIP pediu que Portugal tenha “a capacidade de um Estado mais simples” porque “um investimento que hoje seja viável, amanhã não pode ser”.

“Se não houver esta capacidade de um Estado mais simples — e quando dizemos mais simples não é com menos escrutínio, é mais simples, que tenha procedimentos mais simples, seja para realizar investimento, seja para outras atividades que envolvem as famílias ou que envolvem as empresas –, nós, naturalmente, não conseguimos atrair investimento”, sublinhou.

Armindo Monteiro expressou que esta transformação económica deve ser algo que “dê mais para todos” e não num regime de substituição. “Esta ideia de uma substituição nula, ou seja, para alguém ganhar, alguém tem que perder, é algo que é próprio da Revolução Industrial, não é próprio do século XXI, como nós estamos”, vincou.

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Podcast Heróis PME aborda a liderança e gestão de pessoas

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  • 21 Maio 2024

O 3º episódio do Podcast Heróis PME teve como tema a "Liderança e a Gestão de Pessoas". Os especialistas presentes no podcast explicam como as diferentes lideranças influenciam o sucesso das empresas.

“Liderança e Gestão de Pessoas” foi o mote para a conversa do terceiro episódio do Podcast Heróis PME, uma iniciativa da Yunit Consulting, que visa reconhecer vários empresários com histórias de sucesso, a fim de partilharem os seus exemplos de força, coragem e visão que geram emprego e riqueza para o país.

Neste episódio marcaram presença os especialistas João Raposo, administrador da Reorganiza; Hugo Oliveira, Partner & Ecosystems Director Sage Iberia; e Ken Gielen, responsável da marca ActionCOACH, que, além de reconhecerem a importância de iniciativas como a dos Heróis PME para as empresas, também falaram sobre os seus métodos de atuação e liderança nos negócios.

João Raposo, também finalista da 5ª edição do Heróis PME, na categoria de Transformação Digital, começou por dizer que o que o levou a candidatar-se a este prémio é o mesmo motivo que o leva, agora, a patrocinar a 6ª edição: “Achamos que é muito importante, em Portugal, criarmos comunidades de decisores e juntarmos grupos para podermos partilhar as melhores práticas. Ninguém nasce sozinho. Nascemos todos sempre fruto de alguém, mas, ao longo da vida, fico com a sensação de que vamos ficando cada vez mais sozinhos. E isso, para mim, é um contrassenso. Para não ser um caminho tão solitário, eu acredito que estas partilhas de experiências, de pôr as PME em contacto umas com as outras, de ouvir as diferentes candidaturas, de perceber os desafios, ajuda-nos muito a não ter um lugar de solidão na liderança do negócio“.

Por sua vez, Ken Gielen, também coach de empresários, acrescentou, ainda, que iniciativas como a dos Heróis PME são muito importantes para aumentar a confiança dos líderes. “O que me tem fascinado é mesmo a necessidade de reconhecer porque aumenta a confiança. Felizmente, já se vê cada vez mais candidaturas nesta 6ª edição. O processo de candidatura é um processo de reflexão muito importante e, portanto, dá para ganhar contexto. Nós conseguimos, no seio dos nossos clientes, aliciar alguns para se candidatarem. Isto é o que me tem fascinado mais, que é ganhar consciência daquilo que se faz bem, e depois eles sujeitarem-se a uma votação para mostrar ao mundo o bom daquilo que fazem”, disse.

A mesma opinião foi partilhada por Hugo Oliveira, que afirmou: “Estes prémios destacam muito a incrível coragem, a resiliência, e a inovação que as nossas PME têm. São verdadeiros heróis. E acho que, ao reconhecer e divulgar estes exemplos que temos, não só estamos a celebrar essas mesmas pessoas e empresas, mas também estamos a dar o mote e a incentivar outros a fazerem essa jornada de inovação e de empreendedorismo. A SAGE acredita firmemente no espírito do empreendedorismo e na celebração das histórias que as empresas portuguesas – as PME essencialmente, que são o core do nosso tecido empresarial, têm para nos contar do extraordinário que fazem”.

Hugo Oliveira, Partner & Ecosystems Director Sage IberiaSAGE

É mais fácil ser líder numa PME do que numa grande empresa?

Relativamente à liderança nas PME e nas grandes empresas, os especialistas consideram que há poucas coisas que mudam. “Eu acho que os princípios devem ser semelhantes. As empresas existem porque têm uma missão, missão essa que tem sempre alguma necessidade que a pessoa humana tem. Há aqui uma lógica focada na pessoa que não se pode perder e, por isso, uma liderança que não tenha o envolvimento das pessoas, não é uma liderança no sentido puro da palavra. O que eu acho que há de diferença é que talvez numa PME as coisas são muito mais transparentes para o bom e para o mau. Há mais informalidade que, às vezes, temos de combater, isto porque, apesar de a informalidade poder tornar as coisas mais ágeis, às vezes também pode criar algumas perceções nos colaboradores de pouca segurança”, explicou João Raposo.

Para Ken Gielen, que já liderou uma unidade fabril, em Portugal, com 350 colaboradores e que fazia parte de uma multinacional, a liderança de uma grande empresa já fez parte da sua vida, o que o faz considerar que o líder será sempre o fator principal de atração de pessoas: “Comparativamente com uma multinacional, eu, como diretor-geral, tinha uma lista telefónica de todas as pessoas especialistas que eu podia contactar. Numa PME, é a mesma pessoa que está em todas as caixas e não tenho de ser generalista. Isto porque há mais pessoas especialistas numa grande empresa do que numa PME, já que nesta última tem de haver maior versatilidade. Portanto, nos dias de hoje, num ciclo económico de pleno emprego, a liderança é que faz a diferença de querer ir trabalhar para o sítio A ou para o sítio B. A atratividade da empresa acontece através do seu líder“.

“Concordo que um líder faz toda a diferença por aquilo que consegue fazer com a equipa. Hoje em dia, uma boa liderança pode ser a diferença entre o sucesso e o insucesso. Mesmo para uma empresa que tenha todos os outros fatores. É claro que, quanto maior a empresa, quanto mais pesada for a sua estrutura e quanto mais diversificada for o seu negócio, esse poder dilui-se, mas a verdade é que um líder tem nas suas mãos o leme do navio”, acrescentou Hugo Oliveira.

E, no que diz respeito às características que um bom líder deve ter, o responsável da SAGE enalteceu, ainda, a confiança e estratégia: “Eu acho que um bom líder é um líder que tem a estratégia e o caminho bem definido e está convencido daquilo que quer fazer. Acho que um líder que não inspire confiança, não consegue liderar. E a confiança começa nele próprio. Portanto, um líder que está confiante e que consegue transmitir essa confiança naquilo que defende, tem uma equipa, por natureza, com ele, faz com que as pessoas o sigam com a energia necessária para que isso aconteça“.

Também neste ponto houve um consenso entre os três especialistas. João Raposo acredita que a “confiança é fundamental”, até porque “atrai otimismo”. Ainda assim, o administrador da Reorganiza, reforçou a importância de um líder saber gerir a transparência: “Há informações que não adianta nada estar a partilhar, mas, na dúvida, devemos partilhar informação. Eu acredito que um líder opaco é provavelmente alguém que não está bem com ele próprio. Portanto, não ter medo da transparência é muito importante para ser líder consigo e para, depois, poder sê-lo com a própria equipa. Como líder, eu tenho de ter a capacidade de ser escrutinado e de ser transparente”.

“Para mim, gestão tem a ver com competência e produtividade e liderança tem a ver com envolvimento e paixão, sabendo comunicar isso”, disse, por sua vez Ken Gielen, que destacou a comunicação como outra característica fundamental de um bom líder. “A comunicação eficaz é medida através da resposta que recebemos. O líder é responsável pelo contexto para que o próprio colaborador possa trazer o seu conteúdo, que se adapta àquele contexto. E há conversas duras que têm de ser tidas quando a pessoa não se encaixa no contexto, que são as regras do jogo, a cultura da empresa, os comportamentos que são premiados e os resultados”, disse.

Ken Gielen, responsável da marca ActionCOACH

A inteligência emocional para “conversas duras”

Ainda no âmbito de uma comunicação clara e de “conversas duras” que, muitas vezes, são necessárias entre os líderes e os colaboradores das empresas, Hugo Oliveira destacou que, para que isso aconteça, “há que criar, primeiro, um ambiente de confiança e segurança, onde as pessoas sintam que podem transmitir a sua opinião de uma forma livre, sem consequências. A partir do momento em que se constrói esse espaço, as conversas têm de ser duras quando têm de ser duras e transparentes sempre”.

“E o gestor de uma PME que quer continuar a crescer e manter a sua rentabilidade, tem de conseguir ter estas conversas. A equipa e os clientes não querem saber quanto eu sei, eles querem saber o quanto eu me preocupo. Portanto, isto tem a ver com eu preocupar-me com o outro, saber ler o outro, saber interpretar aquilo que é o estado de espírito da outra pessoa. Aliás, uma das técnicas que partilhamos com os nossos clientes é para começarem qualquer reunião com a pergunta: qual é o teu estado da alma, o que é que vai dentro de ti? Porque precisamos de saber qual o contexto da pessoa para depois trabalhar o conteúdo. E isto é inteligência emocional, saber interpretar estes sinais”, acrescentou Ken Gielen.

Nesse sentido, Hugo Oliveira disse, ainda, que a inteligência emocional é, de facto, essencial, até para saber quando ter essas “conversas duras”: “Não vou ter uma conversa dura com alguém que está em baixo e incapaz emocionalmente de ouvir aquilo que eu tenho para dizer e, portanto, não vou escolher aquele momento, vou escolher outro. Se não, a pessoa fecha-se. E aí também entra a inteligência emocional, para além da própria introspeção que nós próprios temos de fazer no dia a dia sobre o motivo que nos faz sentir como estamos a sentir, o que é que isto está a impactar no que estamos a fazer e o que temos de alterar ou corrigir para que isso mude”.

Esta lógica de uma preocupação com as nossas emoções, mas também com as do outro, nem sempre fez parte daquilo que se considera uma boa liderança, mas João Raposo considera que foi uma mudança que veio para ficar e que, independentemente dos diferentes tipos de liderança, é uma característica que tem de estar presente. “Concretamente, as lideranças não são todas iguais. O meu estilo de liderança não daria numa determinada empresa. Há setores, há tipos de colaboradores, de culturas, que têm que se encaixar, e daí que a autenticidade seja muito importante. Há uma geração anterior à nossa que se habituou a que o líder seja sempre o forte, o conquistador, o nº 1, e, hoje em dia, o líder é muito mais aquele que consegue levar os outros a serem fortes, conquistadores e nºs 1. Eu acho que isto é uma mudança cultural que está a acontecer e que não vai voltar atrás, e que eu acredito verdadeiramente nela“, afirmou.

João Raposo, administrador da Reorganiza

Os líderes que inspiram líderes

Elon Musk, Papa Francisco e Rui Nabeiro foram os três nomes mencionados pelos três líderes presentes neste episódio do podcast, depois de questionados sobre quais os líderes que os inspiravam. Apesar de serem personalidades diferentes, há um fator comum nos três que os leva a mencioná-los como inspiração: a boa liderança em diferentes contextos.

“Uma pessoa que a mim me inspirou bastante foi o Rui Nabeiro, da Delta Cafés, pela sua simplicidade, mas também por estar disponível para as outras pessoas. Se, em gestão, gerir dez pessoas é um bocadinho o nosso limite, já na liderança podemos liderar e inspirar milhões de pessoas. E acho que o Rui Nabeiro foi uma referência nesse nível pela sua humanidade e pela sua simplicidade. E, ao mesmo tempo, pela sua audácia”, começou por dizer Ken Gielen.

Já para o Hugo Oliveira, a sua referência é o Elon Musk “por aquilo que conseguiu fazer em todos os projetos em que pôs mão”: “Acho que foi uma pessoa que verdadeiramente transformou a nossa vida em muitas áreas, e continua a fazê-lo, e não desiste. Acredita naquilo com uma energia que é inexplicável. Foi uma das pessoas mais ricas do mundo e depois esteve quase na falência, mas voltou a reinventar-se por uma única razão: porque acredita naquilo que está a fazer e tem uma visão de transformar a vida das pessoas“.

João Raposo, por sua vez, inspira-se no Papa Francisco e justifica: “Tem um estilo de liderança de que eu gosto bastante, que é uma liderança assente no amor aos outros, é uma liderança que não é piramidal, ao contrário do que as pessoas possam estar habituadas a ver na igreja. Tem vindo a fazer aqui um processo de conversão grande, de muitas reformas em que não vêm de cima para baixo, onde desenvolve a comunidade. É um homem que percebe muito do mundo atual. Para mim, o Papa Francisco é um líder que me inspira por isto, porque tem esta capacidade de olhar o mundo e de estar com o coração sintonizado na pessoa“.

Acompanhe toda a conversa aqui:

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Viana do Castelo conquistou dois prémios e duas menções honrosas

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  • 21 Maio 2024

Foi pelos projetos "Palavras com Som", "Viana é tua", "Breathe Viana", e "Náutica para todos" que Viana do Castelo recebeu dois prémios e duas menções honrosas na 5ª edição do Prémio Autarquia do Ano.

A Câmara Municipal de Viana do Castelo conquistou dois Prémios e duas Menções Honrosas nos Prémios Autarquia do Ano de 2024. O município venceu na subcategoria “Apoio às Crianças” com o projeto Palavras com Som, e na subcategoria “Consciencialização Política” com o projeto Viana é Tua. Conquistou, ainda, uma Menção Honrosa na subcategoria “Promoção de Estilo de Vida Saudável” com o projeto e com a aplicação Breathe Viana, e uma Menção Honrosa na subcategoria “Apoio à inclusão de indivíduos com deficiência e incapacidade motora” com o projeto municipal Náutica para todos.

Luís Nobre, presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo

O município dá, agora, mais detalhes sobre cada um dos projetos distinguidos:

1. Qual o processo inerente à criação e implementação dos projetos, que acabaram por se tornar vencedores nesta 5ª edição do Prémio Autarquia do Ano?

O projeto “Palavras com Som”, criado pela autarquia, pretende promover o adequado desenvolvimento da comunicação humana, potenciando capacidades linguísticas diretamente relacionadas com a aquisição de competências essenciais ao desenvolvimento da criança. Aborda a saúde infantil ao nível das competências exigidas na valência da Terapia da Fala, preocupando-se com diferentes áreas interventivas: fala, linguagem, voz, respiração, mastigação, deglutição e motricidade orofacial. Neste âmbito, promove atividades nos jardins de infância públicos, envolvendo a comunidade educativa (alunos, educadores de infância e encarregados de educação), destinando-se a crianças entre os 5 e os 6 anos, que frequentam jardins de infância públicos do concelho.

O projeto “Viana é tua” pretende criar um momento de diálogo entre os jovens do concelho e os decisores políticos, com vista a envolver e a comprometer as jovens gerações com o presente e futuro de Viana do Castelo. Para o efeito, o Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo está a percorrer as escolas secundárias do concelho para ouvir contributos e responder a questões colocadas pelos jovens vianenses. Esta iniciativa pretende desencadear um processo de reflexão sobre o futuro da juventude e reforçar a sua participação ativa na construção da sociedade, valorizando e integrando as políticas pensados por e para os mais jovens.

Sobre o “Breathe Viana”, a Câmara Municipal submeteu e viu aprovada uma candidatura no âmbito do “Património Natural – Gal Costeiro Litoral Norte – Alto Minho”, que tem como principal linha orientadora a Valorização Turística e Promoção de estilos de vida saudável no Património Natural de Viana do Castelo. Foi assim que nasceu o portal e o site “Breathe Viana”, com o objetivo maior de promover a orla litoral vianense. O projeto incluiu o desenvolvimento de diferentes ações, entre elas a criação de uma plataforma virtual (Portal + APP) para disponibilizar uma série de informação e visa chegar a diferentes públicos: cidadãos de todas as idades que habitam em Viana do Castelo; atletas, clubes e associações da região; bem como população portuguesa e comunidades internacionais incentivadas pela prática desportiva ou de atividade física em contextos de natureza.

Já na perspetiva de possibilitar igualdade de oportunidades a todos os alunos, a autarquia desenvolveu o projeto “Náutica para Todos” como um projeto paralelo e complementar ao “Náutica na Escola”, com o objetivo de também proporcionar a prática curricular destas atividades adaptadas aos alunos portadores de deficiência e com necessidades específicas. Nesta perspetiva de igualdade de oportunidades a todos os cidadãos, o projeto visa ser um contributo para a inclusão através do ensino das náuticas a portadores de incapacidade e deficiência, propondo e incentivando a inclusão, na disciplina de Educação Física, da náutica (2º e 3º Ciclos) e da natação (1º Ciclo).

2. Quais foram os principais desafios enfrentados durante a execução dos projetos e como foram superados?

Os desafios foram apenas o trilhar natural de um caminho desconhecido. No entanto, como os quatro projetos são necessários para o bem-estar comum, foram acolhidos com naturalidade e conquistaram, praticamente de imediato, o seu público.

3. Como foi o processo de escolha das categorias a inscrever nesta 4ª edição do Prémio Autarquia do Ano?

Estes são quatro projetos desenvolvidos a pensar na conveniência, no conforto e comodidade da nossa população, apoiando as crianças, estimulando os mais jovens para a consciência política, apoiando indivíduos com deficiência e/ou incapacidade motora, e promovendo o nosso território. Candidatamos, por isso mesmo, nesta edição, quatro projetos que sabemos ser inovadores e uma imensa mais-valia para os nossos munícipes e até para o país, contribuindo não só para o bem-estar dos vianenses, mas para o desenvolvimento da comunidade, a igualdade de oportunidades e a promoção de Viana do Castelo.

4. Quais foram os resultados práticos da implementação dos projetos em questão, junto da sua comunidade?

Felizmente, podemos afirmar que os quatro projetos estão a ser bem-sucedidos. No que toca ao “Palavras com Som”, no presente ano letivo, o projeto garantiu a inscrição de 134 alunos, de dois agrupamentos e 4 jardins de infância, nomeadamente Areosa, Carreço, Monserrate e Meadela. O objetivo é que o projeto se vá alargando e apoiando cada vez mais alunos, chegando a mais escolas e agrupamentos. Este é, provavelmente, um dos nossos projetos mais queridos, no âmbito da Promoção da Saúde, já que nos permite detetar precocemente alterações que interfiram com o desenvolvimento da criança; promover o desenvolvimento adequado da comunicação, linguagem, fala, da mastigação e da deglutição; prevenir dificuldades de aprendizagem, potenciando competências meta fonológicas e sintáticas; e promover momentos de partilha de conhecimento sobre comunicação humana com os educadores de infância e encarregados de educação.

O “Viana é Tua” está a ser implementado desde o ano passado e, até maio de 2024, já passou por quatro escolas, conquistando cerca de três centenas de jovens – na Escola Pintor José de Brito o autarca vianense reuniu com cerca de 60 alunos do 11º e 12º anos; na Escola Monte da Ola foram ouvidos igualmente cerca de 60 estudantes do 11º e 12º anos; na Escola Secundária Santa Maria Maior a sessão contou com a presença de cerca de 130 estudantes; e na Escola Básica e Secundária de Barroselas foram envolvidos cerca de 30 estudantes. Em todas as sessões, os jovens conversaram com o Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, apresentando as suas preocupações, abordando as áreas que gostavam de ver priorizadas no município, demonstrando ambição e interesse no exercício de uma cidadania ativa.

Também a “Náutica para Todos” tem vindo a crescer, reforçando-se ano após ano, apoiando mais crianças e jovens. No primeiro ano de Náutica para Todos, ano letivo 2016/2017, estiveram envolvidos no projeto 30 alunos de dois agrupamentos escolares. Desde então, a iniciativa tem incrementando a inclusão social através do desporto e, no presente ano letivo, inclui 67 alunos das escolas do concelho de Viana do Castelo, numa parceria salutar entre a Câmara Municipal, a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) e os Agrupamentos de Escolas, apoiando os alunos sinalizados com deficiência nas turmas que frequentam as atividades náuticas. Juntos, conseguimos promover atividades curriculares na expressão físico motora da natação no 1º CEB e na náutica na disciplina de educação física, no 2º e 3º ciclos e secundário, adaptada, em todos os estabelecimentos de ensino dos nossos sete agrupamentos escolares.

Por fim, o projeto “Breathe Viana” tem incentivado o turismo desportivo associado ao património natural, nomeadamente através da divulgação da região costeira de Viana do Castelo enquanto destino turístico, em termos de Desporto e Lazer, ao mesmo tempo que valoriza o papel do turismo desportivo no desenvolvimento sustentável do Património Natural desta área geográfica e ainda impulsiona os benefícios socioculturais, tais como a melhoria da qualidade de vida, através da divulgação do Património.

5. Como descreveria a relação entre os projetos em questão e os objetivos traçados pelo seu município para 2024?

Os objetivos têm sido amplamente atingidos nos quatro projetos, pelo que só podemos estar satisfeitos e motivados para continuar. Tal como anteriormente referido, os projetos têm cada vez mais aderentes, são valorizados e estimados pelos nossos munícipes, pelo que o caminho é seguir em frente.

6. Quais as áreas e setores de atuação que foram mais impactados, positivamente, com os projetos em causa? Quais os seus pontos fortes?

Se candidatamos estes quatro projetos, foi por reconhecermos que todos tiveram um forte impacto positivo na nossa comunidade, cada um à sua maneira e na sua área. Estas iniciativas contribuem para o desenvolvimento, para a saúde, para a inclusão dos vianenses e para a promoção do território, objetivos que, como não poderiam deixar de ser, são o nosso propósito final.

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Câmara Municipal de Ponte de Sor distinguida pela Festa do Arroz e EMISE

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  • 21 Maio 2024

Foi por causa dos projetos "Festa do Arroz" e "EMISE" que a Câmara Municipal de Ponte de Sor recebeu uma menção honrosa e um prémio, na categoria Educação, na 5ª edição do Prémio Autarquia do Ano.

A Câmara Municipal de Ponte de Sor distinguiu-se na 5ª Edição do Prémio Autarquia do Ano, em duas categorias distintas, com os projetos “Festa do Arroz” e o “EMISE – Equipa Multidisciplinar de Intervenção em Saúde Escolar”.

O município recebeu uma Menção Honrosa na categoria de Cultura e Património e na subcategoria Evento pelo projeto “Festa do Arroz” e saiu premiado na categoria Educação e subcategoria Ensino Pré-Primário com o projeto EMISE.

Sérgia Bettencourt, vereadora da Cultura, Educação, Turismo e Geminações (à esquerda), e Susana Esculcas, Chefe de Divisão de Educação, Juventude e Desporto no Município de Ponte de Sor (à direita)

O município explica agora como nasceu o projeto “Festa do Arroz”:

1. Qual o processo inerente à criação e implementação do projeto, que acabou por se tornar vencedor nesta 5ª edição do Prémio Autarquia do Ano?

Ponte de Sor tem um passado ligado à produção de cereais e à cultura do arroz. Em 1920, instalou-se em Ponte de Sor uma Fábrica de Moagem de Cereais e Descasque de Arroz, que viria a laborar até meados dos anos 80. Atualmente, nesse edifício está instalado o Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor, o principal polo cultural do concelho. Em 2014, nasceu a ideia de realizar neste espaço um evento que celebrasse este património que faz parte da nossa história e da história do próprio edifício.

2. Quais foram as razões e necessidades que levaram ao desenvolvimento do projeto em questão?

Tal como referido anteriormente, o passado do edifício onde atualmente está instalado o Centro de Artes e Cultura está intimamente relacionado com a cultura do arroz. Era imperativo criar um evento que celebrasse a memória do espaço e o próprio arroz enquanto elemento identitário local.

3. Quais foram os principais desafios enfrentados durante a execução do projeto e como foram superados?

Tratando-se de um evento que já vai na sua 11ª edição, um dos principais desafios é conseguir manter a sua identidade, ao mesmo tempo que tentamos trazer sempre algum elemento inovador e que capte a atenção do público. Para além disso, entendemos que um dos principais desafios ao longo deste tempo foi, sem dúvida, conseguir realizar o evento em moldes totalmente diferentes durante a pandemia de COVID-19. Apesar de não se realizar num formato presencial, foram dinamizadas diferentes atividades através das redes sociais do Município, por forma a não deixar que o evento caísse no esquecimento.

4. Como foi o processo de escolha da categoria a inscrever nesta 5ª edição do Prémio Autarquia do Ano?

Ao longo destas 11 edições, a Festa do Arroz foi ganhando dimensão e entendemos que estava no momento de podermos apresentar este projeto a uma outra escala. Os Prémios Autarquia do Ano são, sem dúvida, uma ótima plataforma, porque, além do reconhecimento que conferem aos projetos, são uma oportunidade de os podermos apresentar a uma escala nacional.

5. Quais foram os resultados práticos da implementação do projeto em questão junto da sua comunidade?

Este evento tem vindo a consagrar-se, ao longo dos anos, como um dos principais eventos para a comunidade. É um evento em que são envolvidas várias camadas da comunidade, com atividades diferenciadas. A população e as associações locais são desafiadas a fazer parte deste evento numa das suas principais componentes, que é o Concurso de Arroz-Doce. Neste concurso, com duas modalidades (tradicional e inovador), a população é convidada a confecionar as suas receitas de arroz-doce e depois as mesmas são degustadas gratuitamente pelo público presente neste certame.

6. Como descreveria a relação entre o projeto em questão e os objetivos traçados pelo seu município para 2024?

Um dos objetivos deste executivo municipal é conseguir proporcionar uma oferta cultural diversa e descentralizada, conseguindo também através do apoio às associações locais assegurar uma oferta cultural e desportiva com cada vez mais qualidade e para toda a população. Este evento é, sem dúvida, um exemplo dessa mesma oferta, onde, numa tarde cultural, são desenvolvidas diversas atividades que se complementam entre si e com o objetivo principal de manter viva a memória de um produto que foi tão importante para o desenvolvimento da nossa economia e identidade local.

7. Quais as áreas e setores de atuação que foram mais impactados, positivamente, com o projeto em causa? Quais os seus pontos fortes?

Este é um projeto transversal, que engloba diversas áreas de atuação. Por ser um evento cultural que celebra um elemento do nosso património e da história local, atravessa as dimensões da cultura e do turismo, captando novos visitantes e turistas para a cidade. O próprio programa musical é elaborado com base nas tradições regionais e etnográficas. E, ao longo das 11 edições deste evento, a dimensão ambiental também foi ganhando destaque, afirmando-se mesmo como um eco-evento, dadas as diversas preocupações que foram sendo tidas na sua concretização. Finalmente, a dimensão social é também bastante impactada, pois é sempre objetivo deste evento poder convidar as associações e IPSS’s Locais a estarem presentes, nomeadamente, com os seus utentes.

De seguida, o município de Ponte de Sor, passa a explicar o Projeto “EMISE – Equipa Multidisciplinar de Intervenção em Saúde Escolar”:

1. Qual o processo inerente à criação e implementação do projeto EMISE, que acabou por se tornar vencedor nesta 5ª edição do Prémio Autarquia do Ano?

O Município de Ponte de Sor, através da Equipa Multidisciplinar, tem um longo histórico na intervenção em contexto escolar. As avaliações realizadas no final de cada ano letivo apontavam para questões que eram consecutivamente recorrentes. A Equipa Multidisciplinar de Intervenção em Saúde Escolar (EMISE) surgiu da reformulação que foi definida para a Equipa Multidisciplinar, promovendo o seu alinhamento com as atividades do Plano Integrado Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE). Esta equipa focou-se em centrar a sua ação no aluno e nos contextos familiar, escolar e comunitário, procurando responder a problemas práticos identificados no território educativo, através da intervenção direta e capacitação de famílias, assistentes operacionais e comunidade, e processos de consultoria a professores, tendo como objetivos a melhoria do sucesso e prevenção do insucesso escolar. A EMISE assume-se, então, como uma Equipa de Intervenções na área da mediação Sociocomunitária, Psicologia e Terapia da Fala, com foco no envolvimento e Capacitação das Famílias, implementando medidas locais de combate à reprodução social das desigualdades, promotoras da equidade e inclusão, empoderando a comunidade educativa de conhecimento e ferramentas que permitam desenvolver uma estratégia concertada de combate ao insucesso escolar. Para este projeto, o Município de Ponte de Sor, recorreu a um processo de consultoria, desenvolvendo ferramentas que permitiram a implementação de um processo de monitorização que permitisse avaliar o impacto da intervenção. Este processo, associado aos indicadores de Impacto verificados após a implementação desta abordagem ecossistémica, permitiu-nos verificar que o trabalho da EMISE constitui uma resposta eficaz aos problemas complexos que estão na base do insucesso escolar e que o maior envolvimento por parte das famílias e professores proporciona resultados mais rápidos e duradouros.

2. Quais foram as razões e necessidades que levaram ao desenvolvimento do projeto em questão?

Ponte de Sor é um território educativo que investe na inovação e humanização do seu ecossistema de ensino/aprendizagem. Reconhecido pela excelência dos projetos educativos que visam o desenvolvimento de cada criança e jovem de forma plena, respeitando as suas características individuais e promovendo a sua participação e inclusão para que cada um desenvolva o seu potencial e seja apetrechado com as competências essenciais para uma integração social e cívica bem-sucedida. Desejando responder, cada vez melhor, aos imperativos de aprendizagem escolar de todos os alunos e formandos e às expectativas das suas famílias, o Município de Ponte de Sor tem renovado o seu compromisso com uma educação de qualidade, apresentando-se como um parceiro estratégico para uma escola moderna e inovadora alargando o seu âmbito de intervenção ao conceito de “cidade educadora”, onde cada um encontra a segurança, o conhecimento, a orientação e o estímulo de que precisa para a realização feliz do seu próprio projeto de vida. Pretende-se um ecossistema educativo onde todos – alunos, professores, famílias e parceiros do setor social e económico-, são valorizados e envolvidos como parte integrante de uma verdadeira comunidade de aprendizagem.

3. Quais foram os principais desafios enfrentados durante a execução do projeto e como foram superados?

Os desafios enfrentados foram os decorrentes da implementação de processos que procuram responder de forma diferente e inovadora a problemáticas enraizadas nos contextos/na comunidade. O processo de mudança da intervenção desencadeou diversos procedimentos e tarefas internas e externas à EMISE, sendo o desafio principal a implementação com qualidade do Modelo Operacional no terreno, sensibilizando os diferentes intervenientes para a necessidade de trabalhar em articulação, partilhando preocupações, objetivos e uma intervenção concertada e articulada, envolvendo e comprometendo todos os atores no processo de cada criança. Envolver toda uma comunidade de prática num novo sistema, que requer um maior nível de envolvimento e acompanhamento das crianças, tanto na implementação de medidas, como na monitorização e verificação dos resultados, constituiu o maior desafio, no entanto manifestou ser também o aspeto mais diferenciador e a razão mais direta da eficácia desta intervenção. Considerámos que foi um desafio nitidamente superado, através do compromisso assumido por uma equipa que se tornou coesa, organizada, focada e altamente comprometida com a vida de cada criança. De facto, este compromisso com a melhoria contínua, possibilitada pelo processo de monitorização constante e o compromisso com o sucesso e bem-estar de cada criança verificado na superação dos seus obstáculos e em pequenas conquistas dia após dia, constitui a força e a energia que leva esta equipa a enfrentar qualquer desafio e a tornar este projeto um verdadeiro Sucesso.

4. Como foi o processo de escolha da categoria a inscrever nesta 5ª edição do Prémio Autarquia do Ano?

O município é promotor de diversos projetos na área da educação, desde a educação pré-escolar com o projeto Kiitos 4All, passando pelo primeiro ciclo com a EMISE, e nos restantes ciclos de ensino que pretendem inspirar, envolver, capacitar e potenciar os diferentes contextos educativos para incrementar um ecossistema de inovação e aprendizagem que vise a transformação, a coesão social e o desenvolvimento do potencial individual de cada criança, jovem e adulto. De acordo com os diferentes níveis de atuação, definimos os valores que pautam a ação educativa e o ecossistema de aprendizagem que pretendemos potenciar em cada criança e jovem. Optámos por eleger a categoria de Educação – 1º ciclo como forma de divulgação do Projeto a nível Nacional. A opção por este Projeto centrado no 1º CEB e que tem o seu foco na Promoção do Sucesso Escolar, constituiu a nossa opção pelo facto de considerarmos que a mesma constitui uma Boa Prática que poderá ajudar outros territórios educativos a encontrar soluções mais eficazes para os seus problemas ao nível da promoção do sucesso escolar e na promoção da saúde e bem-estar psicossocial das crianças e jovens dos respetivos territórios.

5. Quais foram os resultados práticos da implementação do projeto em questão, junto da sua comunidade?

Os resultados práticos da implementação centram-se em três níveis, que constituíram a base do sucesso da intervenção:

  1. Maior envolvimento das famílias no processo de sinalização, intervenção e acompanhamento da intervenção, tornando-se mais um “agente de intervenção”. As famílias são envolvidas e capacitadas em diferentes áreas, no sentido de potenciar os resultados das intervenções terapêuticas e pedagógicas, proporcionadas pelos técnicos da equipa. Este envolvimento demonstrou impactos nas crianças, mais rápidos e duradouros, porque são reforçados diariamente pelos pais.
  2. Maior envolvimento da Comunidade Educativa e Comunidade geral: professores, assistentes operacionais, técnicos das escolas, técnicos de ação social, profissionais de saúde de diferentes especialidades, entre outros atores, são envolvidos nos processos de intervenção nas crianças.
  3. Melhoria do Sistema de Colaboração, Articulação e Capacitação: um dos eixos de intervenção da EMISE direciona-se para a prevenção e capacitação/sensibilização da comunidade. As diferentes ações desenvolvidas, dirigidas à comunidade, contribuem para a promoção de uma comunidade mais informada e atenta. A metodologia de ação promoveu a capacitação de agentes educativos em diferentes áreas multidisciplinares e promoveu um sistema de colaboração mais coeso e eficaz.
6. Como descreveria a relação entre o projeto em questão e os objetivos traçados pelo seu município para 2024?

A educação constitui o fundamento de toda uma política que visa o desenvolvimento do território e a Coesão Social. O Investimento na Educação demonstra esse compromisso assumido na política municipal, o qual tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos, decorrente de todos os projetos de Inovação Pedagógica e de Promoção do Sucesso Escolar, a par do processo de transferência de competências que acrescentou ao município uma maior responsabilidade ao nível da gestão das áreas complementares à ação educativa das escolas. Um dos grandes objetivos do município com este projeto é possibilitar um “bom começo” a todas as crianças do nosso território, promovendo condições de acesso a uma educação de qualidade e o apoio nas áreas de vulnerabilidade que cada criança apresenta no início da sua escolaridade. Pretende-se detetar vulnerabilidades que possam condicionar o processo de aprendizagem e de inclusão social, intervindo de forma precoce e focalizada no ecossistema da criança, de forma a proporcionar-lhe todas as ferramentas que necessita para a realização de uma aprendizagem eficaz, promotora do bem-estar e sucesso escolar.

7. Quais as áreas e setores de atuação que foram mais impactados, positivamente, com o projeto em causa? Quais os seus pontos fortes?

São diversas as áreas que, direta e indiretamente, beneficiam dos resultados dos projetos implementados. A promoção do sucesso escolar, a diminuição das dificuldades manifestadas pelas crianças, o aumento de competências pessoais e sociais das crianças e das suas Famílias, a capacitação dos agentes educativos e das famílias são exemplos de áreas em que se observa maior impacto positivo. Sabemos que famílias e agentes educativos empoderados são promotores de um ambiente social e escolar mais positivo e mais acolhedor. Como pontos fortes ressalva-se a capacitação e consultoria prestadas às famílias e agentes educativos, bem como o compromisso desta equipa em procurar contribuir para um trabalho colaborativo entre todos os intervenientes, constituindo-se como equipa mobilizadora de sinergias e recursos na/da comunidade.

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Governo avisa presidente da TAP: não se deve “imiscuir em problemas que são do acionista”

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

Em reação às declarações de Luís Rodrigues, que defendeu que o Estado deve manter uma participação na TAP, o ministro das Infraestruturas aconselhou-o a focar-se "na gestão" da companhia aérea.

O Governo defendeu esta terça-feira que o presidente da TAP devia focar-se na gestão, em vez de se “imiscuir em problemas que são do acionista”, depois de Luís Rodrigues ter dito que o Estado devia manter uma posição na companhia.

“Eu concordo que o presidente da TAP se deve focar na gestão da TAP e não se imiscuir em problemas que são do acionista. O presidente da TAP deve-se focar na gestão da TAP e a TAP bem precisa de boa gestão e, nesta altura, é isso, cada um deve desempenhar o seu papel“, disse o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, à saída de uma reunião ministerial em Bruxelas.

O presidente da TAP, que termina o mandato no final deste ano, defendeu que o Estado deve manter uma participação na companhia aérea após a privatização e que se deve atrair investidores fora do setor da aviação.

A minha recomendação seria que o Governo português mantivesse uma posição, fizesse parte de todo o processo de desenvolvimento“, disse Luís Rodrigues, em entrevista ao Financial Times, publicada esta terça-feira.

Luís Rodrigues, que antes liderava a açoriana SATA, tomou posse como presidente do conselho de administração e CEO da TAP em abril do ano passado, quando decorria já a comissão de inquérito à companhia aérea, constituída no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros paga à ex-administradora Alexandra Reis — que levou a uma remodelação no governo então liderado por António Costa e à demissão por justa causa dos anteriores responsáveis da transportadora, Manuel Beja e Christine Ourmières-Widener.

Depois de um resultado negativo pouco usual no último trimestre do ano passado, a TAP prolongou as perdas com um prejuízo de 71,9 milhões de euros nos primeiros três meses de 2024, pressionada novamente pelos custos com pessoal.

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Rock in Rio “ainda mais saboroso” com ativação da Nobre

  • + M
  • 21 Maio 2024

A marca vai apostar num espaço "sustentável e inclusivo" para "proporcionar experiências memoráveis", convidando os festivaleiros a "enfrentarem o drama do jantar com gosto, num jogo desafiante".

A Nobre vai marcar presença no Rock In Rio, pelo que a edição que marca os 20 anos do festival “vai ser ainda mais saborosa”.

“Estamos muito entusiasmados com esta parceria, não só por todas as dinâmicas que vamos ter, mas também porque estamos totalmente alinhados com os valores e a ambição do Rock in Rio de construir um evento que tem a sustentabilidade e a responsabilidade social como pilares fundamentais. Tudo o que planeámos contribui para esse objetivo e vai motivar todos os festivaleiros que nos visitarem a celebrarem com gosto. Porque celebrar com gosto é Nobre”, diz Lia Oliveira, marketing & external communications director da Nobre.

“Enquanto marca que está presente na vida das famílias portuguesas desde sempre, a Nobre não podia ficar de fora de um momento tão especial como o Rock in Rio 2024. Uma edição que celebra os 20 anos de um festival que, também ele, já criou tantas memórias felizes nos portugueses”, refere também, citada em comunicado.

No recinto do festival, a marca vai contar com um espaço “sustentável e inclusivo” onde vai “proporcionar experiências memoráveis, convidando as famílias festivaleiras a enfrentarem o drama do jantar com gosto, num jogo desafiante e divertido”, refere-se em nota de imprensa.

A dinâmica do espaço da Nobre vai ser uma versão “mais apetitosa” do programa “O chão é lava”, onde se vai simular “o drama que é fazer o jantar diariamente”. Os festivaleiros, que terão acesso a vários brindes, serão assim desafiados a “enfrentarem esse drama num espaço onde produtos Nobre como salsichas, fiambres ou pizzas vão ser a solução para chegar à saída e resolver o problema do jantar, sem cair na piscina de espuma”, acrescenta-se na mesma nota.

O espaço da marca vai ainda contar com uma área de degustação. Aproveitando o mote da campanha da marca “O Drama das 17h30”, todos os dias, por essa hora, o chef Vasco Pereira vai “surpreender e fazer as delícias dos festivaleiros com petiscos criativos”.

Para isso, Vasco Pereira conta com a ajuda de alguns formandos da Cercicaper, associação sem fins lucrativos que se dedica à solidariedade social e ao desenvolvimento de atividades de apoio a crianças, jovens e adultos com deficiência ou incapacidade, visando “sensibilizar e promover a inclusão social de pessoas com deficiência”.

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865 mil telespectadores acompanharam o quarto debate para as europeias

  • + M
  • 21 Maio 2024

De acordo com a análise elaborada pela Dentsu para o +M, o confronto entre Pedro Fidalgo Marques, João Oliveira, Tânger-Corrêa e João Cotrim de Figueiredo foi o segundo mais visto.

O debate que juntou na noite de segunda-feira os cabeça-de-lista do PAN, da CDU do Chega e da Iniciativa Liberal foi seguido por 788,4 mil telespectadores na SIC, aos aos se juntam mais 77 mil na SIC Notícias.

De acordo com a análise elaborada pela Dentsu para o +M, o confronto entre Pedro Fidalgo Marques, João Oliveira, Tânger-Corrêa e João Cotrim de Figueiredo foi acompanhado em média por 865,4 mil telespetadores, o que faz deste o segundo debate mais visto até ao momento.

Na reta final dos debates a quatro, esta noite defrontam-se os cabeças de lista do PS, AD, Chega e CDU (RTP). No dia 24 de maio é a vez do PS, AD, BE e PAN (TVI). Os representantes da coligação de direita e dos socialistas, como mostra o calendário, surgem juntos em todos os debates.

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