UE receptiva a tarifas de Trump mas quer exceções em áreas chave, avança Bloomberg

  • ECO
  • 30 Junho 2025

Bruxelas quer que a administração Trump reduza as taxas aduaneiras nos setores farmacêutico, álcool, semicondutores e aviões comerciais.

A União Europeia está recetiva a um acordo comercial com os EUA que imponha taxas aduaneiras universais de 10% às suas exportações, mas pretende um compromisso dos americanos para reduzir as tarifas em setores chave, como o farmacêutico, álcool, semicondutores e aviação comercial, avança a Bloomberg.

Os responsáveis europeus também querem que os EUA implementem quotas e exceções para aliviar de forma efetiva as tarifas de 25% sobre os automóveis e componentes automóveis, assim como em relação às tarifas de 50% sobre o aço e o alumínio, segundo adiantaram fontes do processo à agência de notícias.

A Comissão Europeia, que tem a competência exclusiva das negociações comerciais da UE, considera que o acordo favorece ligeiramente os EUA, mas é algo com o qual poderiam concordar.

Donald Trump estabeleceu o dia 9 de julho como o prazo para fechar um acordo comercial com os parceiros económicos. No caso da UE, sem um acordo, as exportações do bloco europeias para os EUA terão uma taxa aduaneira de 50%.

As duas partes acreditam que podem alcançar um acordo comercial antes do prazo.

(notícia atualizada às 20h01)

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Ministro apela ao esforço “patriótico” para aproveitar os fundos comunitários

  • Lusa
  • 30 Junho 2025

"Faço um apelo a todos os envolvidos neste processo, que é verdadeiramente patriótico todo o esforço no sentido de garantirmos a máxima execução dos fundos à nossa disposição", disse o ministro.

O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Castro Almeida, fez esta segunda-feira um apelo ao “esforço patriótico” de todos os agentes envolvidos para garantir a máxima execução dos fundos comunitários.

Castro Almeida falava no encerramento do Congresso da Região de Aveiro, perante representantes de autarquias e de várias entidades públicas, reconhecendo que a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro “já se encontra a executar o pacote financeiro significativo de fundos europeus do programa Centro 2030”.

“Faço um apelo a todos os envolvidos neste processo, que é verdadeiramente patriótico todo o esforço no sentido de garantirmos a máxima execução dos fundos à nossa disposição”, disse. Segundo o ministro, “cumprir as metas é garantir o contrato de confiança com a Comissão Europeia”, sendo essa “uma questão fundamental”.

Referindo “a importância de executar depressa e bem os fundos” à disposição, Castro Almeida salientou que “o Estado português tem um conjunto de metas de execução muito ambiciosa, já este ano”.

Isso implica que todos – os promotores, as autoridades de Estado, os organismos intermédios, os auditores – estejam bem cientes do seu papel neste compromisso coletivo de não desperdiçarmos um único euro à nossa disposição”.

Elogiando a capacidade exportadora da região de Aveiro e o seu dinamismo económico, Castro Almeida disse que “é importante continuar a colocar o foco no crescimento das exportações e na diversificação de mercadorias como forma de atingir esse objetivo”.

“O Estado deve apostar decididamente nas exportações de bens e serviços, apontando para um valor acima dos 50%, a chegar próximo dos 55%, o que é um objetivo muitíssimo ambicioso, dado que estamos atualmente com 46,5%”, indicou. É a vocação exportadora da região de Aveiro, conforme referiu, “que faz dela a segunda comunidade intermunicipal do território nacional, logo a seguir à Grande Lisboa, no índice sintético de desenvolvimento regional”.

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Ponte de Sor inaugura novo hangar no aeródromo e já produz capacetes LD Helmet para pilotos

Novo hangar no Aeródromo Municipal, da LD Helmet, já está a funcionar, e produz capacetes de última geração para pilotos civis e militares de aeronaves.

A Câmara de Ponte de Sor e a LD Helmet inauguram, esta quarta-feira, um novo hangar no Aeródromo Municipal, que envolveu um investimento de três milhões de euros, e se destina à produção de capacetes de última geração para pilotos civis e militares de aeronaves de altas prestações.

A unidade, já em funcionamento, também produz diversos componentes, como viseiras e acessórios. “Representa um passo decisivo no reforço da presença industrial e tecnológica da empresa em território nacional”, assinala a autarquia liderada por Hugo Hilário.

Esta inauguração acontece depois de “um período de adaptação do espaço, instalação de equipamentos e obtenção das necessárias licenças e certificações aeronáuticas, bem como o recrutamento e formação da equipa técnica”, detalha o município.

A construção do hangar representou um investimento na ordem dos 1,3 milhões de euros e, adianta a autarquia, “enquadrou-se no pacote de modernização do Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, ao abrigo do programa Portugal 2020, Eixo III – Competitividade e Internacionalização”.

Já a empresa LD Helmet investiu dois milhões de euros na aquisição de equipamentos, devendo gastar mais 500 mil euros em reforço de equipamento, contratação de novos colaboradores e ações de formação especializada.

A sessão conta com a presença do autarca Hugo Hilário e do CEO LD Helmet, Richard Francoise, além de representantes da Comissão de Coordenação Regional (CCDR) Alentejo, ADRAL – Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo e IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação.

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Livre quer impedir aumento do IVA de equipamentos energéticos

  • Lusa
  • 30 Junho 2025

Livre propõe a revogação da norma que define o fim, a partir de 1 de julho, da taxa reduzida de IVA a 6% a equipamentos para aproveitar a energia solar, eólica, geotérmica e outras.

O Livre apresentou esta segunda-feira um projeto de lei que para manter a taxa reduzida de IVA em equipamentos energéticos e de aproveitamento de energias renováveis, impedindo que estes produtos passem a ser tributados a 23% a partir de julho.

Neste projeto entregue no parlamento, o Livre propõe a revogação da norma que define o fim, a partir de 1 de julho, da aplicação da taxa reduzida de IVA a 6% a equipamentos destinados exclusiva ou principalmente à captação e aproveitamento de energia solar (como sejam os painéis fotovoltaicos), eólica, geotérmica e outras formas alternativas de energia, como as bombas de calor ou ar condicionado, prevendo que se comece a cobrar a taxa normal de 23%.

Na exposição de motivos, o Grupo Parlamentar do Livre considera que o fim da taxa reduzida de IVA nestes equipamentos representa um “retrocesso fiscal significativo”, referindo que a associação ambientalista ZERO designou este aumento como um “atentado à política climática”.

O partido salienta que Portugal tem condições privilegiadas para a produção e utilização de energia renovável, sendo estas fontes de energia, de acordo com dados da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) citados no documento, responsáveis por mais de 80% da geração de eletricidade.

“O setor das energias renováveis tem sofrido um desenvolvimento e inovação notavelmente rápidos, impulsionados por avanços tecnológicos e pela urgência em combater as alterações climáticas”, acrescenta o Livre no documento.

O Livre defende que as iniciativas públicas para acelerar a transição energética “devem ser prioritárias” e parte dessa estratégia deve passar por benefícios fiscais “tantos às pessoas como ao setor privado”, acrescentando que esse tipo de benefícios “é essencial para garantir previsibilidade, atratividade e justiça no esforço coletivo de descarbonização”.

Para o partido, o fim previsto na lei dos benefícios fiscais aplicáveis à compra e manutenção destes equipamentos constitui uma “circunstância que importa reverter”, de modo a “restituir a justiça e o incentivo ao acesso” a soluções energéticas mais eficientes e baseadas em fontes renováveis, permitindo também que as pessoas possam responder “às condições climatéricas adversas que se vêm registando”.

A 26 de junho, a associação ambientalista Zero, face a este aumento previsto, lamentou a “ausência de uma fiscalidade verde e coerente com os objetivos de redução de emissões e adaptação climáticas de Portugal, estando assim o país a caminhar em sentido contrário à União Europeia”.

Para a Zero, esta alteração do IVA “representa um retrocesso fiscal significativo, que poderá comprometer os esforços do país na transição energética de apoio às renováveis e na redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE)”, para além de ir contra o garantir às famílias “um melhor e mais eficiente conforto térmico e assegurar um menor impacte na saúde pública nos casos de ondas de calor e frio”.

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Una usa OutSystems para comunicar com os clientes

  • ECO Seguros
  • 30 Junho 2025

A seguradora acredita que o novo portal representa um marco na interação digital com os clientes pela utilização pioneira da plataforma low-code com tecnologia de IA da OutSystems.

A Una Seguros anunciou o lançamento oficial do seu novo portal de clientes – My UNA. Segundo avançou a seguradora, a plataforma foi desenvolvida em OutSystems, uma “plataforma low-code com tecnologia de IA que permite às empresas criar aplicações de forma mais rápida e segura”.

Eurico Amaral, diretor de Dados e Sistemas de Informação da UNA Seguros: “O My UNA não é apenas um portal de consulta, mas sim uma plataforma interativa que permite aos nossos clientes aceder e gerir todas as suas informações com a companhia”.

A seguradora acredita que o novo portal representa um marco significativo na interação digital com os clientes, e que reflete o seu compromisso contínuo com a inovação e excelência no serviço ao cliente.

“O My UNA não é apenas um portal de consulta, mas sim uma plataforma interativa que permite aos nossos clientes aceder e gerir todas as suas informações com a companhia. Desde a participação de sinistros até à comunicação direta com o gestor UNA, este portal oferece uma experiência integrada e intuitiva“, comenta Eurico Amaral, diretor de Dados e Sistemas de Informação da UNA Seguros.

Com o OutSystems, a UNA Seguros garante alcançar uma maior agilidade na entrega de novas funcionalidades, mantendo “rigorosos padrões de segurança e performance”.

“Estamos entusiasmados por sermos pioneiros na utilização da plataforma low-code com tecnologia de IA da OutSystems. Esta colaboração sublinha o nosso compromisso em oferecer soluções tecnológicas de ponta que proporcionam valor acrescentado aos nossos clientes”, acrescentou Eurico Amaral.

Para a OutSystems, o lançamento do novo Portal My UNA exemplifica como a sua tecnologia “ode acelerar a transformação digital em setores altamente exigentes, acrescentado ter orgulho “em acompanhar a UNA neste projeto que coloca o cliente no centro da experiência digital”, afirma Ricardo Ponce, vice-presidente Regional da OutSystems.

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+M

Niu e Meo reforçam parceria nos festivais

  • + M
  • 30 Junho 2025

A agência trabalha com a Meo desde 2018 na "consolidação" da presença da marca no universo da música. O objetivo é "aproximar a marca do seu público através de experiências impactantes e memoráveis".

Depois de ser responsável pela criação e produção de experiências da Meo no festival Kalorama, a Niu Experience Agency é também a parceira da Meo no festival Marés Vivas. A agência vai desenvolver uma nova ativação da marca, “pensada para surpreender e envolver os festivaleiros”, bem como uma nova zona de convidados, com um “conceito renovado e exclusivo”.

A agência liderada por Nuno Santana tem trabalhado com a operadora desde 2018 na “consolidação” da presença da Meo no universo da música. Ao longo dos últimos anos, a colaboração tem-se estendido a diversos festivais de referência, como o Sudoeste (que em 2023 deixou de ter o naming da Meo), Meo Marés Vivas, Meo Kalorama e também ao Wonderland Lisboa.

O objetivo passa por “aproximar a marca do seu público através de experiências impactantes e memoráveis“, refere-se em nota de imprensa.

“A nossa relação com os nossos parceiros assenta na confiança, criatividade e numa visão partilhada. Ano após ano, transformamos a presença da marca em experiências memoráveis para todos os que vivem a música com a mesma paixão que nós, sempre com uma vontade genuína de inovar. Em cada festival, procuramos elevar a fasquia e tornar a interação com a marca verdadeiramente inesquecível”, diz Nuno Santana, CEO da NIU Experience Agency, citado em comunicado.

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Tarifas dos “mais fortes” são concebidas “como forma de chantagem”, diz Macron

  • Lusa
  • 30 Junho 2025

O Presidente francês disse ainda que "retomar uma guerra comercial e tarifária neste momento é uma aberração".

O Presidente francês denunciou esta segunda-feira “a aberração” de “os mais fortes” terem devolvido o mundo a uma lógica de guerra comercial “como forma de chantagem e não de reequilíbrio”.

Num discurso proferido na abertura da IV Conferência Internacional da ONU sobre Financiamento para o Desenvolvimento, Emmanuek Macron afirmou que um comércio que reequilibre os fluxos económicos “é uma das condições para poder desenvolver cadeias de valor e criar valor económico nos países mais pobres e em desenvolvimento”.

Por isso, considerou que “retomar uma guerra comercial e tarifária neste momento é uma aberração”, sobretudo quando as tarifas são impostas a países “que estão prestes a descolar”.

“Devemos devolver a liberdade e a equidade ao comércio internacional, em vez de tarifas e barreiras que são concebidas pelos mais fortes e como uma forma de chantagem, não como forma de reequilíbrio”, disse. O Presidente francês insistiu ser necessário “repensar e apoiar a Organização Mundial do Comércio” (OMC) para a colocar numa posição de “coerência com os objetivos de combate às desigualdades e pelos objetivos climáticos”.

Macron reconheceu que a situação do desenvolvimento global enfrenta “uma situação difícil” que se deteriorou nos últimos anos, depois da pandemia da covid-19, com um aumento do endividamento e da dependência. O aumento das despesas com segurança ou as tensões nas finanças públicas em muitos países são alguns dos fatores que “limitam a capacidade de financiar a solidariedade internacional”.

Macron também insistiu nos efeitos dos conflitos comerciais, embora não tenha mencionado em nenhum momento os Estados Unidos ou Donald Trump: “A guerra tarifária é má para todos e pesa na capacidade de financiar o desenvolvimento”.

O chefe de Estado francês, que agradeceu “ao amigo” Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, pela organização da cimeira na cidade de Sevilha (sudoeste), adiantou que o financiamento do desenvolvimento será um dos eixos da presidência francesa do G7, que Paris vai assumir no próximo ano. A cimeira das sete economias mais industrializadas do mundo está marcada para Evian, em junho de 2026.

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Despedimentos mal geridos arriscam agravar rotatividade. “Tão importante como gerir entradas, é gerir saídas”

Gerir mal a saída dos trabalhadores não prejudica apenas esses profissionais. As próprias empresas são afetadas, com o aumento da rotatividade do talento, alerta Ana Viçoso.

Despedimentos mal geridos têm um impacto não apenas na reintegração no mercado de trabalho dos trabalhadores que estão de saída, mas também na equipa que fica. A redução de 1% do pessoal pode aumentar em 30% a rotatividade do talento, realça Ana Viçoso, responsável de outplacement da Intoo (marca da consultora de recursos humanos Gi Group Holding), em conversa com o ECO. Alerta, assim, para a importância de gerir bem as saídas.

“Tão importante como gerir a entrada de trabalhadores, é gerir as saídas. No fundo, são as saídas que definem a experiência de um trabalhador na empresa“, sublinha a responsável. Ana Viçoso argumenta que é nesse momento que se provam “os valores e a cultura” das organizações.

Para os trabalhadores que estão de saída, gerir bem o processo, com “cuidado gigante quanto à dignidade e respeito”, é fundamental para a sua reintegração no mercado de trabalho e para a perceção que levam da organização.

Mas também os trabalhadores que ficam são impactados por esses despedimentos. “A forma como são geridos e a comunicação interna que é feita têm um impacto no futuro de quem fica. Os melhores talentos começam a olhar para fora. É muito natural que, se as saídas não forem bem geridas, a rotatividade seja elevada, nos primeiros seis meses”, detalha especialista.

Ana Viçoso avisa que saídas mal geridas pode impactar rotatividade das organizações.

Com base neste diagnóstico, Ana Viçoso garante que tem crescido em Portugal a aposta no outplacement, serviço disponibilizado pelos empregadores que ajuda os despedidos a transitarem para novas oportunidades. “O real valor destes programas é que são um momento para repensar. São centrados na pessoa, nos seus objetivos e motivações. Vamos olhar para as competências, o que precisa de desenvolver e onde quer chegar“, salienta.

Ainda assim, há países que estão mais à frente do que Portugal, onde “existe ainda uma lógica assistencialista”, atira a mesma. Noutros países, o outplacement está mesmo legislado, afirma Ana Viçoso. Em Espanha, diz, “a partir de um certo número de despedimentos, em Espanha é obrigatório oferecer este tipo de serviço”.

Por outro lado, questionada sobre os maiores desafios deste processo, Ana Viçoso aponta a pressa do trabalhador em encontrar um novo projeto, sublinhando que, por vezes, os profissionais acabam por perceber que têm de apostar em formação para ficarem à prova de futuro.

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Autarca de Coimbra diz que Tribunal de Contas “desconhece o mundo real”

  • Lusa
  • 30 Junho 2025

Tribunal de Contas indicou que a Câmara de Coimbra não assegurou a defesa do erário público na compra de terreno ao banco Montepio para a construção de 268 fogos de habitação social.

O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, acusou esta segunda-feira o Tribunal de Contas de desconhecer o mundo real e de fazer comentários abusivos de matérias sobre as quais não tem os devidos conhecimentos. “O Tribunal de Contas não é propriamente um profundo conhecedor dos problemas do mundo real, nem das obras. Desconhece o mundo real e faz comentários abusivos sobre matérias sobre as quais não tem conhecimentos para fazer”, afirmou.

Durante a reunião do executivo municipal, que decorre esta segunda à tarde, o autarca, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS/NC/PPM/ALIANÇA/RIR/VOLT), disse que espera ter, no futuro, “oportunidades de debater estas matérias com o Tribunal de Contas, olhos nos olhos”.

As declarações de José Manuel Silva foram proferidas depois de a vereadora socialista Rosa Isabel Cruz ter questionado quais são as obras, realizadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que estão concluídas e quais as que estão em risco de devolução. “Não há obras em risco de devolução”, respondeu o autarca.

Na semana passada, o Tribunal de Contas (TdC) indicou que a Câmara de Coimbra não assegurou a defesa do erário público na compra de terreno ao banco Montepio para a construção de 268 fogos de habitação social, em Taveiro. A conclusão surgiu no relatório da auditoria do Tribunal de Contas à execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), programa que financia a construção de 268 fogos de habitação social em Taveiro, num investimento total de 36 milhões de euros (ME).

De acordo com o relatório consultado pela agência Lusa, os procedimentos da Câmara para a compra por quatro milhões de euros do terreno ao banco Montepio não demonstram também “que o procedimento tenha sido consentâneo com os princípios da boa administração, da igualdade, da imparcialidade, da concorrência e da transparência”.

No mesmo documento, o TdC considerou ainda que a execução daquele investimento da Câmara de Coimbra, face ao período para a execução da empreitada (20 meses), não se “mostra compatível com o cumprimento do prazo contratualizado”, alertando para o grande risco de a obra não acabar antes da data-limite do PRR.

Contactada pela Lusa, fonte do município disse na ocasião que, embora a obra esteja “atrasada em cerca de 2/3 semanas da execução prevista”, não prevê “que o prazo de conclusão seja problemático”.

Sobre a aquisição do terreno onde estão a ser construídos os 268 fogos, o TdC considerou que a Câmara não seguiu o procedimento recomendado. O imóvel acabou por ser comprado por quatro milhões de euros, depois de uma avaliação dos serviços municipais que ponderou três métodos distintos, atribuindo ao método de avaliação tributária a maior ponderação (50%).

Este método apontava para o valor mais elevado do imóvel (5,18 milhões de euros), já os restantes métodos, com uma ponderação cada de 25%, avaliavam o terreno em valores substancialmente inferiores (2,3 milhões e 3,5 milhões).

No entanto, a avaliação tributária “apenas é utilizada para efeitos fiscais” e a sua utilização para determinar o valor que deverá ser pago pelo imóvel não encontra “respaldo” nas normas normalmente utilizadas, notou o TdC, referindo que os métodos reconhecidos para avaliar um imóvel são sobretudo o método de custo e de mercado (que tiveram menor ponderação).

Ao Tribunal, a Câmara justifica que aquela ferramenta de avaliação do imóvel era disponibilizada pela Autoridade Tributária, mas os juízes entenderam que essa explicação não tem “justificação técnica plausível”. No relatório, é dada ainda nota de que o preço do imóvel é resultado da negociação da Câmara de Coimbra com o banco, “conformando-se, posteriormente, a avaliação, para coincidir com o preço já decidido”.

Para isso, o Tribunal de Contas sustenta-se no facto de o relatório de avaliação do imóvel ter sido realizado a 23 de novembro de 2022, meses depois de uma primeira proposta de compra pela Câmara pelo valor de 3,5 milhões, em agosto daquele ano.

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Remuneração dos media pelas plataformas é “poucochinha”, defende Visapress

  • Lusa
  • 30 Junho 2025

Carlos Eugénio, diretor executivo da Visapress, faz o balanço da diretiva dos direitos de autor no mercado único digital, analisa os desafios do clipping e a relação com as plataformas internacionais.

O diretor executivo da Visapress, entidade que faz a gestão coletiva dos direitos de autor nos media, defende que seja encontrada uma nova metodologia para remunerar os conteúdos de forma eficaz nas plataformas, já que atualmente é “poucochinha”.

Em entrevista à Lusa, Carlos Eugénio defende a alteração da metodologia da remuneração, no âmbito da lei dos direitos de autor no mercado único digital, aborda o negócio do ‘clipping’ e fala dos desafios da Visapress.

Questionado sobre o que gostaria de ver alterado na lei, o diretor executivo admite que, “olhando para trás e para os pressupostos que levam à remuneração dos editores de imprensa que estão vertidos na lei”, eventualmente, “deve existir uma alteração que permita fazer com que os editores de imprensa consigam ter uma remuneração mais concreta“.

De forma a permitir “sobreviver e ver a justa remuneração daquilo que são os conteúdos que produzem e que são utilizados pelas plataformas”, acrescenta o diretor executivo, que admite ser atualmente “poucochinha”.

Até porque “não é aquilo que nós pensávamos, muito por conta daquilo que foram os mecanismos que foram encontrados para conseguir adequar a utilização e a remuneração dos conteúdos“, refere.

“Teremos que encontrar uma outra metodologia para ver os conteúdos remunerados de uma forma mais eficaz e eficiente“, considera o responsável.

Carlos Eugénio admite que haverá sempre “um entrave muito significativo quanto aos dados de tráfego”, recordando que qualquer tipo de dado “não pode ser sindicado pela entidade licenciadora, seja a Visapress, seja qualquer outra”, e até o próprio editor “não consegue sindicar a utilização que é feita e isso aí é logo um problema significativo”.

Contudo, “no princípio da confiança e da boa-fé, aquilo que acreditamos é que as plataformas nos dão a informação correta”, diz.

Depois, há um fator que não é tangível, mas que “não está a ser levado em consideração, que é a importância que aquele conteúdo tem naquela plataforma, independentemente da remuneração que possa estar diretamente ligada àquele conteúdo”.

Por exemplo, a Google ou a Microsoft se nos seus motores de busca não tiverem conteúdos de imprensa “ficam mais pobres”, porque “aquilo que é o objetivo é indexar tudo aquilo que está na Internet”, prossegue.

Pelo que “questões intangíveis como a qualidade do serviço que é prestado por essas plataformas vai ser afetada, a credibilidade pode ser beliscada, pode levantar aqui e ‘n’ questões laterais”, diz Carlos Eugénio.

Aquilo que “acreditamos” é que “a forma como está feita a metodologia de cálculo deve ter em consideração outros fatores que não são [apenas] aqueles que foram lá vertidos”, defende.

Carlos Eugénio cita um estudo feito por uma entidade de gestão coletiva alemã (houve outro feito por uma entidade suíça) que “demonstra, efetivamente, o impacto que há nas plataformas quando não têm notícias”, em que se assiste a um “valor significativo de queda de tráfego e de queda de credibilidade da plataforma” quando os utilizadores não encontram notícias.

Podemos questionar se as plataformas podem ou não viver sem isso. Eu acredito que não podem. E não podem exatamente porque são as notícias que alimentam diariamente e que mexem diariamente com tudo aquilo que são as novidades que entram dentro dos ‘feeds’ de pesquisa”, conclui.

Temos perto de 20% a 30% de mercado licenciado, algumas entidades espantam-nos por não estarem ainda licenciadas, sabendo nós, através dos portais de contratação pública, que têm ‘clipping’ contratado e que o distribuem internamente.

Carlos Eugénio

Visapress

Quanto ao licenciamento do ‘clipping’, a Visapress tem “alguns desafios”. O negócio de uma empresa de ‘clipping’ passa pela compra ou subscrição digital de um título, recorta as notícias conforme a necessidade do cliente e depois entrega.

É esta a licença que eles têm, não é mais do que isso. É entregar uma cópia ao seu cliente, não é entregar múltiplas cópias”, explica o diretor executivo. Depois os clientes das empresas de ‘clipping’ têm que estar licenciados também, se quiserem partilhar várias cópias dentro da sua organização.

“Temos desafios pela confidencialidade dos contratos, não conseguimos saber quem são as empresas que são clientes das empresas de ‘clipping’ e aí temos algumas barreiras para ultrapassar, que vamos tentando, com a sensibilização, responsabilidade social, contactando empresas que entendemos que devem ter serviços de ‘clipping'” para fazer cumprir a lei, diz.

“Temos perto de 20% a 30% de mercado licenciado, algumas entidades espantam-nos por não estarem ainda licenciadas, sabendo nós, através dos portais de contratação pública, que têm ‘clipping’ contratado e que o distribuem internamente”, aponta.

A título de exemplo, “a Câmara Municipal de Lisboa não está licenciada, não obstante (…) termos contactado a Câmara ‘n’ vezes nos últimos anos“, diz.

“Estamos também a ponderar, principalmente para as entidades estatais, lá está, contratação pública, avançar com algumas ações no sentido de ver os nossos direitos garantidos, mas é algo que vemos que ainda temos algum caminho pela frente de crescimento, não têm sido anos maus, mas de alguma forma temos muito para fazer”, prossegue.

Todas as verbas que nós arrecadamos do licenciamento entregamos aos editores de imprensa, que são, no final do dia, quem produz, cria, investe, na informação de qualidade”, reforça.

Sobre o principal desafio da Visapress nos próximos anos, Carlos Eugénio elege o crescimento no licenciamento e fazer perceber que o direito de autor “é algo que contribui para os editores de imprensa poderem ter uma receita que os mantenha, pelo menos, tão saudáveis quanto possível”.

A imprensa, “não me canso de dizer, é o grande garante da nossa democracia e com uma imprensa fraca temos uma democracia certamente menos forte“, conclui.

Visapress defende mais transparência nos algoritmos de IA

O diretor executivo da Visapress considera também que tem de haver mais transparência nos algoritmos de inteligência artificial (IA) e considera a tecnologia como uma ferramenta tal como uma máquina de escrever.

A IA “traz novas formas de os utilizadores abordarem aquilo que são as pesquisas, o acesso à informação, os resumos que são efetuados”, mas as questões que a tecnologia coloca em cima da mesa são “se a informação que é veiculada pela inteligência artificial é ou não é uma informação credível, uma informação com verdade dos factos”, diz Carlos Eugénio.

Sabemos que os algoritmos” de IA “são criados por pessoas” e que “há sempre um enviesamento daquilo que é o sentir da pessoa que criou”, o que tem impacto naquilo que é a saída do conteúdo, aponta.

A IA precisa de grandes quantidades de dados (informação) para produzir conteúdos de qualidade. “Como é que essa quantidade de informação entra dentro do sistema para poder depois dar os conteúdos de qualidade? É uma questão que nos assalta o espírito na medida em que não há transparência na maior parte dos algoritmos“, da forma como são treinados, onde e como recolhem o conteúdo e a forma como o entregam, enfatiza.

Essa falta de transparência está a ser discutida na Europa por via do regulamento da IA, nomeadamente qual é o nível de transparência que tem que existir. “Portugal e Espanha foram pioneiros numa carta que foi enviada para as discussões que decorrem em Bruxelas a pedir mais transparência. No nosso caso, só com transparência é que nós conseguimos aferir efetivamente qual é a necessidade que existe de quem tem esses algoritmos de estar licenciado ou não”, salienta Carlos Eugénio.

“Acredito que esses algoritmos também necessitam de muita informação noticiosa para produzirem conteúdo de qualidade, principalmente aqueles que funcionam com a língua portuguesa de Portugal” e, “mal ou bem, temos regras muito apertadas naquilo que é a produção de conteúdos”, prossegue.

Estas regras “são aquilo que nos fazem ter uma qualidade acima da média” nos falantes de português, pelo que “o treino dessas máquinas para o português deve ser valorado”, defende.

Temos que perceber como é que o ordenamento jurídico e as obrigações de transparência vão acontecer e vêm de Bruxelas para Lisboa para percebermos até onde é que podemos ir e de que maneira é que podemos atuar, principalmente naquelas plataformas que se recusam a falar com quem quer que seja.

Atualmente, “não temos nenhuma entidade que tenha algoritmos de inteligência artificial licenciada para tal”, afirma. Com o acordo “que fizemos com a Microsoft existe ali uma abertura para o Copilot, mas não é exatamente aquilo que nós queremos”, por isso “temos de esperar” como “esperámos pela transposição da diretiva”. Ou seja, “temos que perceber como é que o ordenamento jurídico e as obrigações de transparência vão acontecer e vêm de Bruxelas para Lisboa para percebermos até onde é que podemos ir e de que maneira é que podemos atuar, principalmente naquelas plataformas que se recusam a falar com quem quer que seja”, diz.

Essas são as “mais complicadas de debelar a ilicitude da utilização dos conteúdos porque nem todas estão em áreas que o direito de autor consiga ser implementado”, admite.

Contudo, “acreditamos (…) que a obrigação de transparência vai ser aquilo que nos vai permitir perceber até que ponto é que os conteúdos estão a ser utilizados, como devem ser remunerados para, posteriormente”, entregar esse conteúdo ao seu titular de direito, no caso da Visapress os editores de imprensa.

Questionado sobre se a IA pode ter direitos de autor, Carlos Eugénio responde: “Para existir autoria de o que quer que seja tem que existir o cunho humano, ou seja, tem que ser feito pelo eu da pessoa e não pelo eu da máquina que não existe“.

“Na minha opinião, sendo que ainda não há grande doutrina sobre esse tema (…), acredito que há cunho do autor quando, das várias perguntas que são feitas ao algoritmo de inteligência artificial se chega a um ‘output’ que satisfaça a pessoa que pediu que a máquina computasse daquela forma”, argumenta.

Aliás, “vejo a inteligência artificial como vejo uma máquina de escrever, um bocadinho mais evoluída, mas é quase o mesmo”, explica.

A tecnologia ajuda a produzir com mais rapidez, eventualmente com mais qualidade e, “dessa maneira, acho que o homem que controla a máquina (…) não é menos autor do que o homem que escreve numa máquina de escrever, que está a controlar a máquina na mesma e é titular daquilo que acaba por sair”, conclui.

Visapress tem acordos fechados com Google e Microsoft

O diretor executivo da Visapress afirma que a entidade que faz a gestão coletiva dos direitos de autor de jornais e revistas fechou até agora acordos apenas com a Google e Microsoft. Em entrevista à Lusa, Carlos Eugénio faz o balanço da diretiva dos direitos de autor no mercado único digital, o qual entrou em pleno vigor no início de 2024.

Fechámos primeiro com a Google, que teve sempre uma atuação proativa naquilo que diz respeito ao pagamento e a estar de acordo com a lei” e “depois fechámos também com a Microsoft”, sendo que, “neste momento, são as duas únicas com quem temos acordos fechados”, adianta o responsável.

A Visapress teve algumas negociações com plataformas, sendo que “só houve uma única que voluntariamente” quis negociar esse direito, disse. “Todas as outras com quem falámos, umas não quiseram vir à conversa, outras vieram à conversa, demorou algum tempo até termos fumo branco relativamente àquilo que é o valor da licença”, explica o diretor executivo.

Destaca ainda “algumas surpresas no que respeita aos valores em questão, porque a forma como a lei foi redigida, de alguma maneira, acabou por não nos dar uma latitude muito significativa no que diz respeito ao poder negocial” que esperava ter.

Nomeadamente “na parte da criminalização da utilização de conteúdos sem autorização pelos titulares de direitos, que é algo que está na lei portuguesa já há uma série de anos, praticamente desde o início do Código de Direito de Autor nos anos 60“, aponta Carlos Eugénio.

O responsável diz que este novo direito não poderia fugir a essa regra em termos legislativos e que esse facto, “de alguma maneira, acabou por ser um entrave no poder negocial.

Isto porque “uma vez que uma das grandes plataformas, aquilo que arguiu, era a desindexação de todos os conteúdos, e bem, por conta das questões de cumprimento daquilo que é a lei, se não tivéssemos um acordo fechado”. Ou seja, “de alguma forma fomos impelidos a fechar acordos com valores que não seriam aqueles que de todo desejaríamos, mas foi o possível”, admite o diretor executivo, adiantando que a Visapress está neste momento a fazer a primeira distribuição de valores, sem revelar os montantes acordados.

Contudo, os acordos fechados são apenas com duas plataformas. Por exemplo, “o Facebook tomou logo uma posição um pouco coerente, digamos assim, sendo que era uma das fontes de tráfego mais significativas para os meios informativos. Optou por voltar atrás e começar a remover esse tipo de conteúdos ou criar algumas barreiras para que esse tipo de conteúdos aparecesse nos ‘feeds’ do Facebook e isso levou a que a posição que eles tomaram relativamente àquilo que seja o licenciamento para a utilização dos conteúdos, que é disso que estamos a falar neste novo direito, não acontecesse”, explica prossegue Carlos Eugénio.

O negócio de venda conteúdos noticiosos está “complicado neste momento, é uma luta pela sobrevivência diária, financeiramente falando, e aquilo que o Facebook fez foi empobrecer ainda mais quem lhe dava conteúdos de qualidade e que permitiu prosperar nas relações que cria entre os seus utilizadores.

Carlos Eugénio

Visapress

Até porque “a postura que tomaram” foi de que “se querem continuar a publicar coisas no Facebook têm que nos ceder os direitos de uma forma completamente gratuita” e “sabemos que os direitos do autor estão sempre na disponibilidade do autor, ele pode fazer aquilo que entender com esses direitos, pode dá-los gratuitamente, pode licenciá-los, pode, no fundo, pô-los à disposição de terceiros da forma como achar mais coerente“, diz.

Assim, explicou que o Facebook tomou uma posição de, “não será monopólio”, mas de “cadeia de distribuição forte”, obrigando, de alguma forma, a que “os editores de imprensa cedessem os direitos de forma gratuita”, lamentou, recordando que a Visapress alertou, na altura, que isso não era sustentável.

O negócio de venda conteúdos noticiosos está “complicado neste momento, é uma luta pela sobrevivência diária, financeiramente falando, e aquilo que o Facebook fez foi empobrecer ainda mais quem lhe dava conteúdos de qualidade e que permitiu prosperar nas relações que cria entre os seus utilizadores”, critica.

Aguardamos que o Facebook tenha uma posição diferente, que a Europa, quando fizer o balanço desta diretiva, olhe para todas estas questões e todos estes problemas que foram levantados e que consiga endereçar isto de uma forma mais concreta e robusta, porque de outra maneira está sempre a luta do David contra o Elias“, referiu.

A Visapress acredita que “a responsabilidade social do Facebook há de acontecer e que vão certamente perceber que o caminho que fizeram não era o mais correto”, sublinha Carlos Eugénio.

A transposição da diretiva deu à Visapress “um mecanismo chamado gestão coletiva alargada para a imprensa regional”. Ou seja, “sendo a entidade mais representativa do setor naquilo que diz respeito à cobrança de direitos, ficou mandatada de uma forma direta” – quem não quiser basta pedir para não ser – para “representar tudo aquilo que é o universo digital dos jornais regionais e isso deu-nos aqui alguma força negocial em certa altura”, conta.

No que respeita aos títulos nacionais, impera o princípio de autonomia privada, que significa que são livres de negociar diretamente com as plataformas.O que considera perfeitamente aceitável, até porque diz saber que “há vasos comunicantes naquilo que são os negócios dos editores com as plataformas”.

Em alguns casos, não fazia sentido absolutamente nenhum nós estarmos a licenciar algo que já foi, eventualmente, o direito cedido pelo editor”, explica.

A Visapress representa, também, pela gestão coletiva alargada, cerca de 600 editores de imprensa, nacionais e regionais, segundo o responsável.

O Observador e a Newsplex, que têm o Sol e o I, desde o dia 16 deste mês, passaram a ser, também, cooperadores da VisaPress, o que quer dizer que a nossa legitimidade e a nossa representatividade em Portugal [em termos nacionais] ronda os 95% daquilo que são os editores de imprensa“, remata.

 

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Promessa de 5.000 casas no Porto feita por Pizarro depende de 650 milhões de euros dos privados

Candidato do PS pretende usar receitas da taxa turística e do IMT para suportar parte das rendas das 5 mil casas que quer construir no Porto. Plano depende da adesão dos privados.

Manuel Pizarro, candidato pelo Partido Socialista às eleições autárquicas, durante a apresentação da sua candidatura à câmara municipal do Porto, no Palácio da Bolsa, no Porto, 2 de junho de 2025. ESTELA SILVA/LUSAESTELA SILVA/LUSA

Manuel Pizarro, candidato do PS à Câmara do Porto, tinha deixado a promessa de fazer 5.000 casas aquando da apresentação da sua candidatura, e nesta segunda-feira, 28 dias depois, reuniu empresários da construção e imobiliário para apresentar o seu plano, no qual o papel dos privados é fulcral.

Pizarro compromete-se a disponibilizar 5.000 casas de renda moderada, com valores entre 300 e 800 euros, caso ganhe a Câmara do Porto nas próximas eleições autárquicas, mas precisa de 650 milhões de euros de investidores, num modelo de parceria público-privada para levar a medida a bom porto. A receita do ex-ministro da Saúde é clara: os empresários constroem e exploram os edifícios durante 30 anos e o município assegura metade dos 62,5 milhões do custo anual das rendas, esperando receber o remanescente do Estado.

Numa segunda fase, o candidato tenciona avançar com um programa dedicado à reabilitação de casas devolutas, que ascendem a 20 mil na Invicta. O plano implica “lançar um conjunto de instrumentos para procurar ajudar os proprietários a colocarem esses imóveis no mercado de arrendamento”, diz Pizarro, ressalvando: “não ignoro que isso é mais demorado”.

Foi com este plano em mente que o candidato socialista à Câmara da Invicta apresentou, nesta segunda-feira, na AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, o seu projeto “Habitar no Porto” que prevê um modelo de habitação pública com rendas a preços moderados, em vez de rendas acessíveis, como é praticado pelo atual Executivo de Rui Moreira.

Uma espécie de operação de charme para captar investidores dispostos a gastar 650 milhões de euros e na qual exortou a fileira da construção civil a aliar-se nesta sua bandeira eleitoral. As 5.000 casas “serão oportunidade para as famílias de classe média e jovens do Porto”, enaltece. Entre os presentes estavam Carlos Mota Santos, CEO da Mota Engil, e Artur Varum, CEO da Civilria.

Caso seja eleito, Pizarro comprometeu-se a assinar, nos primeiros 100 dias do mandato, “um pacto com todos os agentes do setor”.

O financiamento da construção será, assim, assegurado pelos parceiros privados ou, nos casos pertinentes, pelas cooperativas e outras organizações do terceiro setor, neste caso com garantias fornecidas pelo município. Para tal, será constituída a “Unidade de Missão Habitar no Porto”, que funcionará sob tutela direta do presidente da Câmara; sendo constituída pelos Serviços municipais de urbanismo, de ambiente, de habitação, as empresas municipais, Águas e Energia do Porto, Porto Vivo, GO Porto.

Neste modelo de parceria público-privada, o município disponibiliza o terreno e os investidores parceiros financiam, projetam, constroem e asseguram a manutenção durante 30 anos. “O privado será remunerado com o dinheiro das rendas, que a Câmara recebe dos arrendatários, e com um valor de compensação para a diferença entre o valor das rendas e o valor necessário para remunerar o investimento”, explicou o ex-ministro da Saúde durante a sessão o programa que reuniu empresários, arquitetos e engenheiros. No final dos 30 anos, os imóveis passam a ser propriedade da autarquia.

O Porto está em condições de financiar este programa. Eu, nesse caso, financiá-lo-ei, alocando ao programa de habitação a custos moderados 50% da taxa turística (cerca de 15 milhões de euros e 20% do IMT (cerca de 18 milhões de euros).

Manuel Pizarro

Candidato do PS à Câmara Municipal do Porto nas autárquicas

Porque o “acesso à habitação no Porto se transformou numa situação de emergência”, e os valores das rendas praticadas na Invicta “são assustadores”, o ex-ministro da Saúde compromete-se a resolver este imbróglio com o seu projeto “Habitar no Porto”.

Contas feitas, Manuel Pizarro antecipa um investimento global municipal anual na ordem dos 62,3 milhões de euros anuais, apesar de o valor das rendas a receber cobrir apenas metade (31,2 milhões de euros). “Parte importante da diferença, cerca de 30 milhões de euros por ano, deverá resultar de contribuição do Estado Central”, calculou.

O candidato socialista conta, por isso, ter o apoio financeiro do Estado para cobrir o remanescente das rendas das casas. Estas serão fixas, entre os 300 (T0) e os 800 euros (T4). “Entendemos que, sendo uma obrigação do Estado — do ponto de vista da Constituição garantir o direito à habitação –, faz todo o sentido dialogar com o Governo para saber até onde é que está disposto a ir”, assinalou o candidato à Câmara do Porto.

Caso o Estado não apoie no pagamento das rendas, o programa não está perdido, mas apenas no que concerne à dita remuneração dos privados. O Porto está em condições de financiar este programa. Eu, nesse caso, financiá-lo-ei, alocando ao programa de habitação a custos moderados 50% da taxa turística (cerca de 15 milhões de euros e 20% do Imposto Municipal sobre Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT) — cerca de 18 milhões de euros“, garantiu Pizarro.

Igualmente Pedro Duarte, candidato pela coligação “O Porto Somos Nós” que junta PSD, IL, CDS-PP, disse recentemente recorrer às receitas da taxa turística para financiar o custo de 25 milhões de euros da medida de transportes públicos gratuitos para todos os portuenses. Também deverá usar receitas da tarifa de estacionamento e fundos europeus.

Quanto a prazos, o candidato socialista avançou que a maior parte das casas só estará disponível no final do mandato. Entretanto, já estão identificados 15 terrenos públicos que serão depois disponibilizados aos privados para construir uma parte destes 5.000 fogos: em Lordelo do Ouro, Monte da Bela, Monte Pedral, Avenida Nun’Álvares, Aldoar, Aleixo, Contumil, Corujeira, Dionísio Santos Silva, Prelada, Currais, Augusto Lessa, Ouro, Boavista, Arca d’Água. Pizarro inclui ainda neste pacote os terrenos de Monte Pedral e Monte da Bela.

A sessão contou ainda com a presença de Ricardo Valente, antigo vereador do Executivo de Moreira, que afirmou aos jornalistas não estar no horizonte regressar à vida política, participando na sessão por estar ligado a uma consultora imobiliária. Admitiu marcar presença em eventos de outras candidaturas se estes tiverem a ver, por exemplo, com habitação e economia.

Além de Manuel Pizarro (PS), são candidatos à Câmara do Porto: Pedro Duarte pela coligação “O Porto Somos Nós” que junta PSD, IL, CDS-PP; o atual vice-presidente Filipe Araújo (movimento Fazer à Porto); Miguel Côrte-Real, que se candidata pelo Chega; Diana Ferreira (CDU), Nuno Cardoso (movimento Porto Primeiro), Vitorino Silva (RIR), Aníbal Pinto (Nova Direita), Sérgio Aires (BE), António Araújo (movimento Porto à Porto), Alexandre Guilherme Jorge (Volt) e Hélder Sousa (Livre).

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“Investir em defesa é investir na dignidade das pessoas”, diz Montenegro

Numa altura em que Portugal se prepara para gastar mais mil milhões em defesa, Montenegro explica que o investimento se justifica para os cidadãos acederem a "direitos, liberdades e garantias"

“Quando investimos em defesa investimos na dignidade das pessoas“, assegura o primeiro-ministro, numa altura em que Portugal vai ter de investir mais mil milhões de euros para cumprir a meta de despesa de 2% do PIB em defesa no final do ano.

“Estamos a investir na defesa para que os cidadãos possam ter dignidade, acesso aos seus direitos, liberdades e garantias”, diz Montenegro na conferência da ONU sobre financiamento ao desenvolvimento, que está a decorrer em Sevilha.

“Estamos a investir na defesa para termos mais paz, para podermos dissuadir aqueles que no mundo colocam em ameaça e em crise a vida humana”, disse o governante, destacando que o investimento serve “para garantir que as democracias sobrevivem e se desenvolvem”.

Montenegro prometeu à NATO que Portugal vai gastar 3,5% do PIB em defesa nos próximos dez anos, mas assegurou aos portugueses que o aumento da despesa em defesa será feito com “equilíbrio” e “sem pôr em causa a estabilidade financeira”.

Para cumprir até ao final do ano a meta de 2% do PIB em Defesa, Montenegro garantiu que não será necessário qualquer Orçamento Retificativo pois o país “tem dinheiro” para fazer face ao esforço financeiro deste ano.

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