67% dos portugueses já compraram artigos reutilizados e 65% já venderam

Os consumidores continuam a ser atraídos principalmente pelos preços mais acessíveis, mas mostram-se também preocupados com a sustentabilidade.

67% dos portugueses já compraram e 65% já venderam artigos reutilizados. A maioria realiza as compras através de plataformas online e as categorias mais procuradas são tecnologia, livros e vestuário. As conclusões são de um estudo da Gfk, a pedido da Wallapop, que realizou 600 entrevistas em Portugal.

Segundo os dados obtidos, dos 67% inquiridos que já compraram um artigo reutilizado, 80% fizeram-no no decorrer do último ano, na sua maioria através de plataformas online, as quais se destacam “pela facilidade no envio dos artigos, uma vez que quando os vendedores chegam a um acordo com um comprador, podem organizar o envio por correio”, refere-se em nota de imprensa.

O principal motivo de atração dos consumidores pelas plataformas de artigos reutilizados continua a ser os preços mais acessíveis, mas 65% dos inquiridos dizem “sentir-se melhor” ao realizar este tipo de compras por ser uma ação mais sustentável. A quase totalidade, 97%, refere ainda que compraria produtos mais sustentáveis se os preços fossem mais baixos.

“A utilização de uma plataforma como a Wallapop permite capacitar os compradores e os vendedores portugueses a participar numa forma de consumo mais sustentável. Quando um utilizador faz algo tão simples como vender um artigo que já não utiliza, para que um comprador o possa comprar com qualidade e a um preço mais acessível, está a ajudar a tornar o planeta um pouco mais sustentável ao consumir de forma mais responsável“, afirma Sara Van-Deste, head of special projects na Wallapop, citada em comunicado.

Van-Deste acrescenta que quando se fala em categorias como a tecnologia, os livros e o vestuário, “estas ações tornam-se ainda mais relevantes porque falamos na sua maioria de produtos que são rapidamente descartados pelos utilizados por uma questão de atualização, mas que se encontram em perfeitas condições para serem comprados por outra pessoa“.

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Ryanair ameaça travar voos de Itália em protesto por limite a preços de bilhetes

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

O governo de Roma impôs um limite aos preços dos voos para as ilhas da Sicília e Sardenha. "É ilegítimo e ilógico", critica a companhia.

A companhia aérea low cost Ryanair ameaçou travar a sua expansão em Itália depois de o Governo de Roma ter imposto um limite aos preços dos voos para as ilhas da Sicília e Sardenha, noticiou o jornal La Reppublica.

A publicação, citada pela agência Efe, deu conta do protesto da companhia aérea, depois de a nova regra, aprovada por decreto na segunda-feira, ter levado o presidente executivo da Ryanair, Eddie Wilson, a deslocar-se a Roma para se reunir com o ministro italiano Adolfo Urso, defendendo que viola as regras europeias.

É ilegítimo e ilógico. Se continuar assim, em vez de abrirmos uma nova rota de qualquer cidade italiana para Catânia (Sicília), vamos voar mais para Espanha. Sabe onde estão a aplaudir o decreto? Em Malta, Chipre, nas Canárias… Vamos voar mais para lá, em vez de ficarmos presos em Itália”, disse Wilson.

O responsável admitiu que os preços subiram no último ano, mas atribuiu os aumentos à subida da procura na sequência da pandemia e às taxas aeroportuárias, negando veementemente que a empresa seja guiada por um algoritmo informático para fixar os preços. “É uma teoria da conspiração baseada na fantasia de pessoas que não têm trabalho suficiente para fazer”, afirmou.

Wilson acusou ainda o executivo liderado por Giorgia Meloni de promover uma fixação de preços mais parecida com a da “União Soviética em 1917”, que terá o efeito contrário no mercado.

O regulamento proíbe os algoritmos que aumentam os preços nas rotas domésticas de e para as ilhas durante períodos de pico de procura, como os ligados à sazonalidade ou ao estado de emergência, e se o preço do bilhete for 200% superior à tarifa média do voo.

É igualmente considerada uma “prática comercial desleal” a utilização de procedimentos automatizados para determinar as tarifas com base no perfil do utilizador na Internet ou no tipo de dispositivos eletrónicos utilizados para efetuar as reservas, sempre que tal cause prejuízos.

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Abrandamento da Zona Euro penaliza exportações portuguesas

O comércio com países europeus recuou no segundo trimestre, refletindo o abrandamento em várias economias. Até para Espanha, principal parceiro de Portugal, se registou uma queda das vendas.

As exportações voltaram a cair em junho, pelo terceiro mês consecutivo. Esta diminuição dá-se num contexto de abrandamento das economias da Zona Euro, importantes parceiros comerciais de Portugal, sendo de destacar também o impacto da diminuição do preço dos combustíveis. Ainda que os combustíveis pesem, economistas ouvidos pelo ECO continuam a perspetivar uma redução das exportações.

Os combustíveis tiveram um impacto tão grande no mês de junho que excluindo esses produtos, as exportações aumentaram 1,1%. No entanto, tal “não coloca em causa a perspetiva de desaceleração”, nota Pedro Braz Teixeira ao ECO, nomeadamente por se estar a comparar com um mês de junho invulgar: no ano passado, no contexto da guerra com a Ucrânia, os preços de petróleo dispararam e muitas compras se anteciparam devido às expectativas de escassez. Estamos também num “período em que os próprios preços estão extraordinariamente voláteis e com taxas de crescimento que não eram vistas há muitos anos”, o que acaba por resultar em “flutuações muito grandes” que podem não refletir a situação que se vive, aponta o diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade.

Além desses efeitos, a redução dos combustíveis também pode ser um “sintoma de perda de atividade dos mercados para onde exportamos”, nomeadamente nos “setores de atividade relacionados com os transportes de pessoas e bens e com a atividade industrial”, refere João Duque ao ECO.

O presidente do ISEG também destaca que “o que é expectável, pela evolução da atividade verificada no centro da Europa, é a redução das exportações”. Mesmo assim, os “nossos bens exportados continuam um pouco mais resilientes”, se excluirmos os combustíveis.

Certo é que as exportações vão impactar o crescimento económico. “Neste momento, a queda ainda não está muito grande mas dado o peso significativo que as exportações têm no PIB, o segundo semestre será muito diferente do primeiro”, admite. Ainda há espaço para surpresas, mas estes são já “sintomas que vão pôr em perigo o crescimento”, diz.

Este sentimento parece ser também partilhado pelas empresas, que reviram em baixa as perspetivas de evolução das suas exportações em 2023 nos inquéritos realizados pelo INE. “As empresas exportadoras perspetivam um acréscimo nominal de 0,5% nas suas exportações de bens em 2023, revendo 0,6 pontos percentuais (p.p.) em baixa a 1ª previsão efetuada em dezembro de 2022”, lê-se na publicação do gabinete de estatísticas, sendo que esperam uma redução tanto nas exportações dentro como fora da UE.

Comércio dentro da UE recua. Mas EUA registam maior redução nas exportações

Olhando para os principais clientes de Portugal, a grande maioria registou uma redução nas exportações, tanto em junho como no trimestre. Espanha, que é o principal parceiro, registou um recuo de 2,3% no segundo trimestre. São de destacar as reduções nos fornecimentos industriais (-10,8%), principalmente para Espanha.

Já a Alemanha, que é o terceiro principal cliente de Portugal, também registou uma redução nas exportações de 2,6% nesses três meses. A economia alemã chegou mesmo a entrar em recessão técnica no início do ano, fator que influencia também as compras aos outros países.

O total das exportações para a Zona Euro caiu 1,5% no segundo trimestre, face ao período homólogo, queda que foi maior para o total da União Europeia, de 1,8%. A queda foi ainda maior fora da UE, rondando os 12%, ainda que seja de salientar que estes têm um menor peso nas exportações de Portugal.

Um dos países fora da UE que se destaca pela negativa é os Estados Unidos, cujas compras diminuíram 24,3% em junho e 37,4% no trimestre. Pode tratar-se de um efeito pontual, como salienta Pedro Braz Teixeira, sendo que ainda “não temos exportações suficientemente diversificadas para os EUA” para identificar uma tendência relevante.

Fonte oficial do INE explica ao ECO que o recuo nas exportações para os EUA se deveu aos combustíveis e lubrificantes, nomeadamente óleos de petróleo ou de minerais betuminosos, devido à diminuição dos preços destes produtos.

Além disso, uma das vendas para o país será o papel e pasta de papel e, segundo o INE, de janeiro a junho as exportações de pastas celulósicas e papel caíram 12,1%. Estes produtos estiveram também relacionados com a queda de exportações para os Países Baixos (12,9%). “A diminuição das exportações para os Países Baixos deveu-se sobretudo aos Fornecimentos industriais, essencialmente Pastas celulósicas e papel, produtos Químicos e Plásticos e borrachas”, indica fonte oficial do INE.

A papeleira Navigator também chegou a salientar, aquando a apresentação dos resultados que mostraram uma queda do lucro no primeiro semestre, que o ano de 2022 foi “marcado por uma anormal escassez de oferta papeleira na Europa, sobretudo na primeira metade do ano, com consequente volume anormal de encomendas, a normalização das condições de mercado condicionou fortemente o setor no primeiro semestre de 2023”.

De notar ainda o recuo nas exportações para Angola, de 16,4% em junho, sendo de salientar que as importações diminuíram também devido ao segmento dos combustíveis e lubrificantes.

(Notícia atualizada às 14h15 com mais informação)

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Sismo na Turquia continua com recorde de prejuízos este ano

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

Estimativas agora divulgadas pela resseguradora Swiss Re revelam que também as tempestades nos Estados Unidos fizeram subir fatura para as seguradoras de todo o mundo entre janeiro e junho.

Os danos causados por catástrofes naturais em todo o mundo ascenderam a cerca de 120 mil milhões de dólares (109 mil milhões de euros) no primeiro semestre, segundo uma estimativa da Swiss Re agora divulgada.

Num comunicado, a Swiss Re afirma que as tempestades nos Estados Unidos fizeram subir fatura para as seguradoras e que este valor é ligeiramente inferior ao do primeiro semestre de 2022, quando os danos foram estimados em cerca de 123 mil milhões de dólares.

Em relação aos danos cobertos pelas companhias de seguros, a Swiss Re afirma que estes aumentaram ligeiramente para 50 mil milhões de dólares na primeira metade deste ano, em comparação com 48.000 milhões um ano antes.

A catástrofe mais dispendiosa foi o terramoto na Turquia e na Síria. As perdas económicas estão estimadas em 34 mil milhões de dólares, segundo uma estimativa preliminar do Banco Mundial, com custos para as seguradoras estimados em 5.300 milhões de dólares, de acordo com os cálculos da Swiss Re, que atua como seguradora das seguradoras.

Mas foram as trovoadas e os fenómenos meteorológicos associados, incluindo o granizo, a chuva forte, o vento e as mudanças bruscas de temperatura, que mais fizeram subir a fatura das seguradoras. Representaram quase 70% dos danos cobertos, com uma faturação de 35 mil milhões de dólares para as companhias de seguros.

Só nos Estados Unidos, dez tempestades causaram mais de mil milhões de dólares de prejuízos, sendo o Texas o estado mais afetado.

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Lucro da Generali sobe 60,9% em 6 meses de 2023

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

A casa mãe da Tranquilidade reforça os lucros e produção no primeiro semestre do ano, ainda sem contar com a recente da aquisição da Liberty na Europa por 2,3 mil milhões. Apenas o ramo Vida baixa.

O lucro da Generali ascendeu a 2.230 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 60,9% que em igual período do ano anterior, indicou a seguradora italiana que opera no mercado português, através da Tranquilidade, Europ Assistance e Advance Care.

A Torre Generali em Milão é um símbolo da fortaleza financeira da seguradora após ter resolvido o fim da sua presença na Rússia.

O resultado líquido alcançado até junho pela Generali é justificado pela seguradora com a diversificação das fontes de receitas e a amortização dos investimentos na Rússia.

O resultado operacional consolidado nos primeiros seis meses deste ano teve um acréscimo de 28% em termos homólogos, para 3.721 milhões de euros, o que é explicado também pela diversificação das fontes de receitas e pelo contributo das aquisições já realizadas.

Os prémios brutos ascenderam a 42.237 milhões de euros, mais 3,6% que no mesmo período do ano anterior, impulsionados sobretudo pelo ramo dos seguros Não Vida, que cresceu 10,6% para 16.349 milhões de euros.

O ramo Vida, por outro lado, perdeu 0,3% em termos homólogos, para 25.888 milhões de euros.

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Presidente da CCDR-N contra “extinção de esfera regional” na gestão de museus e património

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

A reforma feita pelo Governo na Direção Geral de Património Cultural “elimina uma esfera regional de gestão” de património e museus, que existia até agora com as Direções Regionais de Cultura.

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) criticou esta quarta-feira a “extinção da esfera regional” na gestão de património e museus, com a passagem, decidida pelo Governo, de equipamentos para a esfera nacional e municipal.

O Governo tem em curso um processo global, assumido pelo primeiro-ministro, de reforço de competências das CCDR, no qual depositámos imensa esperança. No meio desse processo, que era suposto ser de aproximação às regiões, há alguns acidentes de percurso, como o que se está a passar no setor da Cultura. Com a gestão do património e museus a passar para entidades nacionais e municipais, consideramos que, a Norte, a evolução é muito negativa”, afirmou António Cunha, em declarações à Lusa.

O responsável da CCDR-N explicou que a reforma feita pelo Governo na Direção Geral de Património Cultural (DGPC) “elimina uma esfera regional de gestão” de património e museus, que existia até agora com as Direções Regionais de Cultura, criando “museus ou património de primeira divisão, integrados em estruturas centrais do Estado, e outros, considerados de menor interesse pelo Estado, a ser geridos pela esfera municipal”.

“A CCDR-N vê isto com desconforto, porque achamos que a dimensão regional não devia ser perdida”, frisou António Cunha, que assina esta quarta no Jornal de Notícias o artigo de opinião com o título “Deitar fora o bebé com a água do banho”.

De acordo com o presidente da CCDR-N, “toda a gente”, a Norte, “vai estando desconfortável, quer os municípios que veem os seus museus com um rótulo desqualificativo da sua importância, e outros, que até agora estavam envolvidos e muito articulados numa gestão regional com a Direção de Cultura do Norte, que vêm o seu museu ser «nacionalizado», passando a ser gerido por estrutura mais distante”.

“Consigo entender que, noutras regiões, este modelo faça sentido. Para o património a Norte, considero que é muito negativo”, lamentou, defendendo uma “gestão de proximidade” e a “rede extremamente articulada” que existia na região. Para António Cunha, “há toda uma prática bem sucedida a Norte que devia ser tida em conta”.

Questionado sobre se a CCDR-N não foi ouvida neste processo, o presidente disse que ela “foi confrontada com estes documentos de forma já avançada e tem manifestado o seu desconforto”. Quanto às competências da Direção Regional de Cultura que passam para a CCDR-N, António Cunha observa que “são menores do que deviam ser”.

O ministro da Cultura revelou a 22 de junho a intenção do Governo em reorganizar as competências da DGPC através da criação de duas entidades, revelando a constituição da empresa Museus e Monumentos de Portugal e de um instituto público de salvaguarda do património.

“Hoje aprovámos dois diplomas muito importantes na área da Cultura, correspondem ao objetivo do programa de Governo de reorganização daquilo que é a DGPC. Aprovámos com vista, por um lado, a corrigir os retrocessos profundos, mas no essencial ter uma ambição renovada para a gestão dos nossos museus e monumentos nacionais e do nosso património”, afirmou, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros realizado em Évora.

O governante revelou a criação de duas entidades: “Uma empresa que se chamará Museus e Monumentos de Portugal, e que terá sede em Lisboa e que procurará ter um perfil de gestão empresarial para gerar mais valor em torno dos nossos museus e monumentos nacionais, para podermos investir na qualificação, nas coleções nacionais, e ainda um instituto público de salvaguarda do património, que terá sede no Porto”.

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Organizações de media pedem política global de IA generativa

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

O objetivo é conduzir a práticas responsáveis que protegem os conteúdos que alimentam as aplicações de inteligência artificial e preservam a confiança do público nos media.

A Agence France-Presse (AFP) e outras organizações globais de media assinaram esta quarta-feira uma carta dirigida aos decisores políticos e líderes setoriais com uma proposta a estabelecer princípios para a regulação e responsabilidade dos modelos de inteligência artificial (IA) generativa.

Além de delinear as consequências para a indústria dos media e do público “caso o cenário regulatório global não evolua tão rapidamente quanto a inovação da IA”, a carta também expressa apoio à criação de uma apropriada estrutura legal em torno da tecnologia, lê-se no comunicado da AFP.

Mais concretamente, a carta descreve ações regulatórias e do setor que visam conduzir a práticas responsáveis da IA que protegem os conteúdos que alimentam as aplicações de inteligência artificial e preservam a confiança do público nos media.

Entre estas medidas estão a divulgação de conjuntos de treino utilizados para criar modelos de IA generativa [que é capaz de criar sem recurso a humanos, numa descrição simplificada]; a proteção da propriedade intelectual dos que produzem conteúdos utilizados para treinar IA; e a capacidade das empresas de media de negociar coletivamente com operadores e desenvolvedores de modelos de IA sobre o uso de propriedade intelectual proprietária, entre outros.

Inclui ainda mandatos para modelos e utilizadores de IA generativa para identificarem de forma clara, especifica e consistentemente os seus resultados e interações como os conteúdos gerados pela inteligência artificial, bem como a exigência que os fornecedores de modelos de IA generativa limitem o preconceito, a desinformação e o abuso de serviços de inteligência artificial.

A carta é subscrita pela Agence France-Presse (AFP), European Pressphoto Agency, European Publishers’ Council (EPC), onde está a Impresa, os novos donos de A Bola, o grupo Ringier, o Bauer Media, entre outros, Gannett/USA Today Network; Getty Images; National Press Photographers Association; National Writers Union; News Media Alliance; The Associated Press; e The Authors Guild.

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Seguradora Hiscox multiplica lucros por 10 no 1º semestre

  • ECO Seguros
  • 9 Agosto 2023

Juros altos produziram maiores rendimentos de investimento e subida dos preços dos prémios ajudaram a um salto significativo no desempenho da maior seguradora de nicho do mercado de Londres.

A seguradora britânica Hiscox, representada em Portugal pela Innovarisk, registou uma produção de prémios líquidos de 1,78 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano, um valor 11,4% superior ao conseguido em igual período do ano passado.

Para o auditor e CEO da Hiscox desde 2021, Aki Hussein, o segundo ano no cargo está a ser muito melhor que a estreia.

No mesmo período, a companhia apresentou um lucro antes de impostos de 240 milhões de euros, um valor mais que dez vezes superior ao registado em igual período do ano passado.

“O nosso portfolio de negócios, pessoas e inovação estão a encontrar-se com os dos nossos clientes”, explicou Aki Hussain, CEO da Hiscox.

No entanto, uma parte da explicação está nos preços dos seguros. Aumentaram 9% na seguradora, com subidas mais expressivas de 27% nas coberturas multirriscos familiares e 23% no segmento das grandes propriedades.

Também a subida dos juros beneficiou o resultado dos investimentos da Hiscox que atingiu 111 milhões de euros postivos, face ao prejuízo registado no ano passado de 195 milhões.

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Município de Loures investiu oito milhões para realização da JMJ

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

"Dos 10 milhões que estavam previstos no memorando de entendimento nós não ultrapassámos os oito milhões de euros", disse o presidente da Câmara Municipal de Loures.

O investimento da Câmara de Loures na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) foi de oito milhões de euros, uma verba abaixo do previsto, disse esta quarta-feira o presidente do município, adiantando que o Parque Tejo estará aberto ao público em setembro.

Num balanço feito à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), referiu que a previsão inicial de investimento na JMJ por parte do município era de 10 milhões de euros. “Nós ainda vamos fazer essa contabilização, mas uma coisa posso adiantar: dos 10 milhões que estavam previstos no memorando de entendimento nós não ultrapassámos os oito milhões de euros. Houve uma preocupação de que aquilo que foi gasto fosse reutilizável no futuro”, sublinhou.

Segundo especificou o autarca, dos oito milhões que foram investidos na organização da JMJ, seis milhões de euros foram utilizados para obras de infraestruturação e o restante para adquirir um sistema de contentorização de resíduos, que serão agora distribuídos pelas diferentes freguesias. Ricardo Leão adiantou que até ao final desta semana vai decorrer uma operação de limpeza nos terrenos do município no Parque Tejo-Trancão, que envolve uma centena de pessoas e seis máquinas.

“Nós estamos a ter o cuidado de recolher alguns materiais que foram abandonados pelos peregrinos e que podem ser ainda reutilizados por outras instituições, nomeadamente sacos cama, cantis, etc. Está a haver um cuidado pela Câmara de Loures em fazer essa recolha e guardar em determinados locais“, indicou o autarca. Questionado pela Lusa sobre a data de abertura deste espaço ao público, o presidente da Câmara de Loures explicou que só poderá ser utilizado “na sua plenitude a partir de setembro”.

“Nós temos dois espaços distintos. Um que é aquele que sai da ponte pedonal, que é o triângulo junto ao rio, com cerca de 20 hectares. Esse irá estar, obviamente, utilizável, condicionado a algumas intervenções que iremos ainda fazer. Só mesmo a partir da primeira semana de setembro é que estará na sua plenitude para utilização”, apontou.

É neste espaço, mais próximo do Trancão, que a Câmara de Loures está a concluir a construção de um passadiço, que liga ao município vizinho de Vila Franca de Xira, e onde pretende levar a cabo obras de infraestruturação, num investimento de 2,5 milhões de euros. Será neste espaço onde em setembro se realizará a Semana Académica de Lisboa, o primeiro evento pós JMJ a ter lugar no Parque Tejo.

Mais a norte, nos terrenos anteriormente ocupados pelo Complexo Logístico da Bobadela e por contentores (35 hectares), vai nascer em 2024 um parque verde, num investimento do Governo de 3,5 milhões de euros. O projeto prevê que o parque, batizado de “Papa Francisco”, tenha cerca de 600 árvores e áreas para a implementação de equipamentos para restauração, manutenção, zona desportiva e parque infantil.

Toda a área do parque será regada com “água reciclada” da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Beirolas. A JMJ de Lisboa terminou no domingo, no mesmo dia em que o Papa Francisco, que chegou a Portugal na quarta-feira passada, regressou ao Vaticano. O maior acontecimento da Igreja Católica juntou cerca de 1,5 milhões de jovens no Parque Tejo (Lisboa) para uma missa e uma vigília, com a presença do Papa Francisco.

O anúncio da escolha de Lisboa foi feito em 27 de janeiro de 2019, na missa de encerramento da JMJ na Cidade do Panamá, pelo prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida. Este dicastério é o organismo do Vaticano que organiza a JMJ com um comité local. A próxima JMJ realiza-se dentro de quatro anos em Seul, na Coreia do Sul.

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Autoridade da Concorrência autoriza compra das clínicas AtlantiCare pela CUF

A aquisição da AtlantiCare pelo grupo CUF foi autorizada pela Autoridade da Concorrência esta quarta-feira.

A Autoridade da Concorrência (AdC) autorizou esta quarta-feira a compra da AtlantiCare, que opera em 20 clínicas em território nacional, pelo grupo de saúde CUF.

O conselho de administração da AdC deliberou, esta quarta-feira, adotar “uma decisão de não oposição à operação de concentração”, dado que esta “não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva nos mercados identificados“, adianta a entidade liderada por Nuno Cunha Rodrigues, em comunicado divulgado esta quarta-feira.

A CUF tinha notificado o regulador a 30 de junho, tendo em vista assumir o controlo exclusivo da AtlantiCare, empresa do mesmo setor de atividade. O valor da operação não é conhecido.

A AtlantiCare dedica-se à prestação de serviços nas áreas da saúde e da segurança no trabalho estando presente em todo o território nacional e ilhas através de uma rede de clínicas com 20 clínicas autorizadas, sendo apenas cinco propriedade da empresa, e 10 clínicas em processo de licenciamento pela DGS, segundo informa no seu site.

Além destas clínicas conta ainda com quatro Unidades Móveis de Saúde, onde realiza exames médicos e exames complementares de diagnóstico e “assegura a prestação dos serviços de medicina do trabalho, medicina curativa, enfermagem e exames complementares de diagnóstico em gabinete médico nas instalações do cliente”.

(Notícia atualizada às 21h26 com a indicação de que a AtlantiCare opera 20 clínicas, sendo que apenas cinco propriedade da empresa)

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BdP põe em consulta pública medida que alivia teste de esforço no crédito à habitação

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

A consulta pública durará até 21 de setembro. É esperado que a nova recomendação entre em vigor no início do outono.

O Banco de Portugal pôs esta quarta-feira em consulta pública a recomendação que alivia o teste de esforço exigido pelos bancos no crédito à habitação, simulando um aumento de 1,5% das taxas de juro em vez dos atuais 3%.

Em comunicado, o regulador e supervisor bancário indica que “num contexto de normalização das taxas de juros”, devem ser alteradas “as condições em que as instituições de crédito devem avaliar o impacto do possível aumento das taxas de juro na solvabilidade dos consumidores que pretendem contrair novos créditos”.

Assim, para um crédito de duração superior a 10 anos (em geral crédito à habitação ou hipotecário), o Banco de Portugal quer que o teste de esforço simule um aumento dos juros de 1,5%, em vez dos quais 3%.

Já para créditos até cinco anos e 10 anos (em geral crédito ao consumo) a simulação de aumento dos juros será de 0,5% e 1% (em vez de 1% e 2%), respetivamente.

Já a semana passada, a Lusa tinha noticiado que o BdP queria fazer esta alteração no teste de stress feito pelos bancos aos clientes, que avalia a capacidade de pagarem o crédito caso as taxas de juro aumentem, sendo o objetivo tornar mais fácil o acesso ao crédito. Contudo, refere hoje o Banco de Portugal, que o banco deve continuar a garantir que a prestação mensal do empréstimo nunca excede metade do rendimento mensal do cliente.

No início de julho, a vice-governadora, Clara Raposo, já tinha dito publicamente que o Banco de Portugal estava a pensar alterar esta recomendação, que estava em vigor desde 2018 (quando as taxas de juros estavam em valores negativos). Posteriormente, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) manifestou-se a favor.

Quando um cliente quer contratar crédito à habitação o banco simula qual seria a taxa de esforço do cliente caso a taxa Euribor atual venha a subir mais 3%. Atualmente, com a taxa Euribor a 12 meses (a mais usada no crédito à habitação) a 4%, o teste de esforço põe a taxa de juro simulada em 7%, um valor que significaria um grande esforço e poderá impedir clientes de acederem a novo crédito para comprar casa.

Fontes do setor bancário contactadas pela Lusa consideram que esta alteração não terá impacto significativo pois é a falta de rendimento dos clientes – sobretudo os baixos salários – face aos elevados preços das casas o maior impedimento no acesso ao crédito à habitação.

A consulta pública durará até 21 de setembro. É esperado que a nova recomendação entre em vigor no início do outono. Em junho passado, os bancos emprestaram 1.524 milhões de euros em crédito à habitação (a taxa de juro média dos empréstimos para habitação própria permanente a taxa variável atingiu 4,37%), menos 8,7% do que os 1.402 milhões de euros do mesmo mês de 2022 (quando a taxa de juro média foi de 1,47%).

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Governo espera que mercado laboral esteja numa “transição sem recuo”

  • Lusa
  • 9 Agosto 2023

Miguel Fontes realçou a descida "muito significativa" no desemprego jovem, que registou "a taxa mais baixa desde 2011" no segundo trimestre.

O secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, considerou esta quarta-feira os dados do desemprego do INE “muito positivos”, com uma taxa de 6,1% no segundo trimestre, e disse esperar que o mercado laboral esteja numa “transição sem recuo”.

“Os dados que nós hoje conhecemos por via do INE [Instituto Nacional de Estatística] são dados muito, muito positivos”, afirmou à Lusa Miguel Fontes, referindo que a taxa de desemprego apurada para o segundo trimestre, de 6,1%, é “metade do valor” de 2015.

Miguel Fontes realçou a descida “muito significativa” no desemprego jovem, que registou “a taxa mais baixa desde 2011” no segundo trimestre e salientou a subida do nível de qualificação dos trabalhadores, que neste momento totalizam mais de cinco milhões de pessoas, “um número histórico”, sublinhou.

Apesar de defender que é preciso “uma visão prudente, sem qualquer tipo de triunfalismo” porque, “a todo momento, há uma situação que pode inverter estes números”, os dados de “pleno emprego” dão confiança relativamente ao futuro.

“Este é um momento único para podermos ter uma alteração estrutural no nosso mercado de trabalho”, melhorando os salários e as condições dos trabalhadores, “que nos permita projetar num horizonte de confiança de uma forma muito diferente do que durante muitos anos tivemos”, afirmou.

Espero mesmo que nós estejamos numa transição já sem recuo, face àquilo que durante muito tempo foi o padrão de especialização da economia portuguesa, de uma economia muito assente na produção de bens e serviços de fraco valor acrescentado, muito ligada à nossa fraca estrutura de qualificações e consequente a baixas remunerações”, disse o secretário de Estado.

Segundo Miguel Fontes, o atual panorama “mostra que o país está a abraçar uma trajetória de desenvolvimento diferente” que “não se faz da noite para o dia”, mas que tem impactos positivos “numa população mais qualificada” que permite “atrair e promover empregos, projetos e investimentos, também eles mais qualificados”.

A taxa de desemprego fixou-se em 6,1% no segundo trimestre, o que representa uma subida homóloga de 0,4 pontos percentuais e uma descida de 1,1 pontos face ao trimestre anterior, segundo dados do INE hoje divulgados. Entre abril e junho, a população desempregada, estimada em 324.500 pessoas, diminuiu 14,7% (55.800) em relação ao trimestre anterior e aumentou 8,6% (25.700) relativamente ao homólogo.

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