Semirreboques de camiões chegam de comboio a Portugal a partir de 2025

Primeiras autoestradas ferroviárias vão permitir transporte de mercadorias entre Valência e o Entroncamento a partir da Linha do Leste e da Linha da Beira Baixa.

A partir de 2025 haverá semirreboques de camiões a serem transportados por comboio em Portugal. O conceito de autoestrada ferroviária vai entrar pelos carris nacionais com a rota entre Valência (Espanha) e o Entroncamento. Serão verificadas, por isso, as condições da Linha do Leste (não eletrificada) e em parte da Linha da Beira Baixa, segundo um protocolo assinado pela Infraestruturas de Portugal (IP) com o operador espanhol Tramesa.

A solução permite que um só comboio possa substituir a circulação de dezenas de camiões. A movimentação das cargas é feita em terminais próprios e demora menos de um minuto. O veículo rodoviário passa a ser usado apenas para a deslocação porta a porta em vez de percorrer centenas de quilómetros. Quanto maior for a carga, maiores serão os benefícios ambientais desta solução, bastante comum, por exemplo, em França e na Alemanha.

Exemplo de autoestrada ferroviária em França, com os semi-reboques colocados sobre vagões dos comboios.

Portugal ganha grande vantagem, sobretudo nos portos de Leixões e Sines, que podem ampliar a sua área de influência. Por exemplo, podemos ter o Porto de Sines ligado a Madrid, abrindo outras perspetivas nas infraestruturas portuárias portuguesas e com grande vantagem no comércio internacional de longa distância”, sinaliza ao ECO o presidente da Associação Portuguesa de Operadores Logísticos, Vitor Figueiredo.

“A implementação de uma autoestrada ferroviária é o exemplo perfeito do que deve ser uma operação logística intermodal, que é complexo. É da maior importância criar ferramentas que tirem o melhor partido possível das valências de cada modo de transporte para as mercadorias. Soluções deste tipo são bem-vindas, para promovermos um transporte cada vez mais sustentável”, assinala o diretor executivo da Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias, Miguel Rebelo de Sousa.

O arranque da primeira autoestrada ferroviária vai ocorrer em 2025 porque depende da “adequação da infraestrutura a este tipo de tráfego”, indica a IP ao ECO. Para que o comboio saia de Valência, entre por Elvas na Linha do Leste e chegue ao Entroncamento via Linha da Beira Baixa são necessários “investimentos por parte da IP”. Os semirreboques dos camiões (do tipo P400) são mais altos do que as restantes cargas ferroviárias, ocupando maior espaço no canal ferroviário.

Depois de chegar ao Entroncamento, a autoestrada ferroviária será alargada aos portos de Setúbal e de Sines, tirando partido da nova linha Évora-Elvas, a primeira que está a ser construída já para acomodar os semirreboques dos camiões. Na segunda fase, será avaliada a possibilidade de alargar a autoestrada ferroviária à Linha do Norte (corredor Lisboa-Valongo) e ainda a ligação a Espanha pela Linha da Beira Alta. Nos dois casos “será feito um levantamento das intervenções necessárias na infraestrutura”, complementa a IP.

O operador logístico Tramesa irá “garantir a homologação dos vagões junto das autoridades ferroviárias portuguesas, a obtenção do material circulante necessário e a adequação dos terminais de origem e destino para a operação dos comboios e dos meios de carga/descarga necessários”.

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Plano para recuperar Efacec contempla corte de 50% na dívida aos credores

  • ECO
  • 5 Julho 2023

Caso a proposta seja recusada, a reprivatização da Efacec poderá voltar à estaca zero. Mas há uma possibilidade intermédia: negociar com os credores um prolongamento temporal do prazo para reembolso.

O plano de relançamento da Efacec pela Mutares contempla um corte de 50% na dívida de 58 milhões de euros que a empresa contraiu em 2019 através de um empréstimo obrigacionista, avança esta quarta-feira o Jornal de Negócios. Esta pretensão do fundo alemão escolhido pelo Governo para ficar com os 71,73% da Efacec que estavam nas mãos da Parpública terá de ser aprovada em assembleia de obrigacionistas.

A estratégia da Mutares prevê assim que os obrigacionistas aceitem reduzir em 50% o montante do crédito reclamado. Caso a proposta seja recusada, a reprivatização da Efacec poderá voltar à estaca zero.

Existe ainda, no entanto, uma possibilidade intermédia, que passa pela Mutares negociar com os credores obrigacionistas um prolongamento temporal do prazo de pagamento do referido empréstimo, contudo, a Mutares não se pronunciou sobre o tema. A emissão obrigacionista de 58 milhões de euros de 2019 foi feita a cinco anos, tendo sido fixada uma taxa de 4,5%.

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Caixa interessada em vender Certificados de Aforro

  • ECO
  • 5 Julho 2023

Banco público está a estudar a possibilidade de passar a vender o produto de poupança do Estado e ainda não tomou uma decisão final.

A agência que gere a dívida do Estado (IGCP) já recebeu pedidos de instituições bancárias ou de entidades de pagamentos interessadas em vender Certificados de Aforro, cuja subscrição tem aumentado significativamente nos últimos meses. Numa declaração ao Público, fonte oficial da Caixa Geral de Depósitos (CGD) revelou que o banco liderado por Paulo Macedo “está a estudar a possibilidade de venda de Certificados de Aforro, não tendo ainda tomado uma decisão”.

A possibilidade de alargamento da rede de distribuição dos Certificados de Aforro criada por uma portaria de 2 de junho que pretende acabar com o meio quase exclusivo de colocação dos certificados do Estado através das lojas CTT. Além desta via, só era possível subscrever estes produtos através do serviço de AforroNet, do próprio IGCP, e de algumas lojas da rede de Espaços Cidadão, sendo sempre obrigatória a abertura de uma conta aforro ao balcão dos Correios.

Ao mesmo tempo, deverá ser disponibilizada em breve uma app oficial para facilitar a subscrição dos certificados do Estado, avançou o ECO no mês passado. O lançamento deverá ocorrer antes ainda da concretização do projeto de investimento que está em curso para uma maior digitalização do IGCP.

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Hoje nas notícias: Certificados de Aforro, Efacec e pensões

  • ECO
  • 5 Julho 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A Caixa Geral de Depósitos é uma das entidades interessadas em vender Certificados de Aforro. A estratégia da Mutares para a Efacec contempla um corte de 50% da dívida de 58 milhões de euros que a empresa contraiu através de um empréstimo obrigacionista. O Estado não conseguiu recrutar o número pretendido de magistrados por duas vezes em cinco anos, um cenário que se repete este ano. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

CGD interessada em vender Certificados de Aforro

A agência que gere a dívida do Estado (IGCP) já recebeu pedidos de instituições bancárias ou de entidades de pagamentos para disponibilizarem Certificados de Aforro, cuja subscrição tem aumentado significativamente nos últimos meses, e Certificados do Tesouro. Ao Público, fonte oficial da Caixa Geral de Depósitos (CGD) revelou que o banco liderado por Paulo Macedo “está a estudar a possibilidade de venda de Certificados de Aforro, não tendo ainda tomado uma decisão”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Plano para recuperar Efacec contempla corte de 50% na dívida

O plano de relançamento da Efacec por parte da Mutares contempla um corte de 50% da dívida de 58 milhões de euros que a empresa contraiu em 2019 através de um empréstimo obrigacionista. Esta pretensão do fundo alemão escolhido pelo Governo para ficar com os 71,73% da Efacec que estavam nas mãos da Parpública terá de ser aprovada em assembleia de obrigacionistas. Caso a proposta seja recusada, a reprivatização da Efacec poderá voltar à estaca zero.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Candidatos a magistrados são três vezes menos do que em 2010

À semelhança do que já aconteceu por duas vezes em cinco anos, o Estado não vai voltar a conseguir recrutar o número de magistrados que pretendia. Enquanto em 2010 houve 1.704 pessoas a candidatar-se aos dois concursos de acesso às magistraturas — com 120 vagas para tribunais comuns e 45 para tribunais administrativos e fiscais –, este ano os mesmos dois concursos, ainda que com 135 vagas, só tiveram 555 candidatos. Juízes e procuradores mostram-se preocupados com o desinteresse dos jovens por uma carreira em que se começa a ganhar mais de 3.000 euros líquidos.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Bonificações de pensões unificadas são mal calculadas

As bonificações das pensões unificadas — as reformas de quem trabalhou para o Estado e para o privado — estão a ser mal calculadas, revela o relatório anual da Provedora de Justiça. Segundo Maria Lúcia Amaral, o resultado são “cálculos incorretos das pensões atribuídas, prejudicando os pensionistas, sem que estes, muitas vezes sequer disso se apercebam”. Têm direito à bonificação, que pode variar entre 0,33% ou 1% a mais por mês, os pensionistas que se reformaram após a idade normal ou a sua idade pessoal da reforma.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Governo prepara vinda de centenas de médicos cubanos

O Governo pretende contratar cerca de três centenas de médicos estrangeiros — supostamente cubanos — para começarem a trabalhar em breve em Portugal e durante três anos. O processo está a ser desenvolvido pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, estando já a ser feitos contactos com as faculdades de medicina e a Ordem dos Médicos de modo a agilizar os procedimentos para que estes médicos possam exercer.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 5 de julho

  • ECO
  • 5 Julho 2023

Ao longo desta quarta-feira, 5 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 5 Julho 2023

Audição do Ministro da Economia, reunião da concertação social, taxas de juro nos empréstimos e depósitos bancários e início da greve dos estivadores em Lisboa são destaques da agenda desta quarta.

A audição parlamentar ao Ministro da Economia, a reunião da concertação social, as taxas de juro nos empréstimos e depósitos bancários, o início da greve dos estivadores em Lisboa e a audição do conselho de administração da autoridade das telecomunicações (Anacom) são os destaques da agenda desta quarta.

Costa Silva esclarece privatização da Efacec

A partir das 10h30, o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, será ouvido na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas. A venda da posição do Estado junto do fundo alemão Mutares deverá ser o principal tema da audição, tendo em conta que continua por esclarecer as condições da alienação da empresa do norte do país.

Juros nos empréstimos e depósitos bancários

Ao final da manhã, o Banco de Portugal vai divulgar as taxas de juro aplicadas nos empréstimos e depósitos bancários relativas ao mês de maio. A nota de informação estatística permitirá perceber qual tem sido a evolução das taxas atendendo à política monetária restritiva do Banco Central Europeu e à consequente subida das taxas Euribor, com mais efeitos nas prestações para o empréstimo bancário do que na remuneração dos depósitos.

Reunião da Concertação Social

A partir das 15 horas, decorre a reunião da comissão permanente da Concertação Social. Além do ponto de situação sobre o acordo de médio prazo para a melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade, serão dados contributos para a preparação do Orçamento do Estado de 2024. Haverá espaço ainda para definir as prioridades nacionais a incluir no programa de trabalho da Comissão Europeia para o ano de 2024.

Audição da Anacom

O conselho de administração da autoridade das telecomunicações (Anacom) será ouvido depois do plenário da Assembleia da República. Nunca antes das 17h30, a equipa liderada por João Cadete de Matos deverá dar explicações aos deputados da Comissão de Economia sobre as restrições à Huawei em território português assim como dar novidades sobre o sistema TDT.

Início da greve dos estivadores em Lisboa

Arranca nesta quarta-feira a greve dos estivadores do Porto de Lisboa contra a alegada violação do direito à greve por parte do Grupo Yilport. A paralisação aplica-se em todas as operações realizadas, seja qual for o período de trabalho, normal ou suplementar, para a execução das quais as entidades empregadoras ou utilizadoras de mão-de-obra portuária contratem ou coloquem trabalhadores estranhos à profissão e que não integrassem o contingente efetivo e eventual à data de 4 de fevereiro de 2020.

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Famílias portuguesas com quase metade do nível de poupança das europeias

A capacidade de poupança das famílias nacionais continua a diminuir, e o diferencial face à média das famílias da Zona Euro nunca foi tão grande.

O ambiente inflacionista e a persistente subida das taxas de juro continuam a pressionar o orçamento das famílias. Isso é espelhado pela queda da taxa de poupança.

De acordo com dados divulgados terça-feira pelo Eurostat, a taxa de poupança média das famílias nacionais situou-se nos 7,45%. É uma quebra de 118 pontos base face aos 8,63% do último trimestre de 2022 e inferior em 49 pontos base face aos 7,94% contabilizados há um ano.

Os números divulgados pelo gabinete de estatísticas da União Europeia mostram ainda que a taxa de poupança das famílias nacionais é atualmente quase metade da taxa de poupança das famílias dos países da Zona Euro que, no primeiro trimestre, se fixou nos 14,1%.

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Os dados do Eurostat revelam também uma taxa bruta de investimento das famílias portuguesas de apenas 5,35% no primeiro trimestre deste ano, cerca de 44 pontos base abaixo do registado no trimestre anterior. É o valor trimestral mais baixo desde pelo menos o segundo trimestre de 2020 (início da série do Eurostat) e quase metade da taxa registada pelas famílias europeias (10,29%).

Desde o início da série do Eurostat que a diferença da taxa bruta de investimento entre famílias portuguesas e europeias nunca foi tão grande.

A taxa bruta de investimento das famílias é definida como a formação bruta de capital fixo dividida pelo rendimento bruto disponível, sendo este último ajustado pela variação da participação líquida das famílias nas reservas dos fundos de pensões. Segundo o Eurostat, “o investimento das famílias consiste principalmente na compra e renovação de habitações”.

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Lacerda Machado sai da administração da Euroatlantic

Diogo Lacerda Machado apresentou em maio a renúncia ao cargo de vogal da administração da Euroatlantic, uma companhia aérea portuguesa especializada em voos "charter".

Diogo Lacerda Machado, jurista e gestor, renunciou em maio à administração da Euroatlantic Airways, de acordo com o ato societário publicado esta semana. O antigo administrador não executivo da TAP deixa a companhia aérea especializada em voos charter e carga, menos de um ano depois de ter entrado.

Um apaixonado da aviação e amigo do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado entrou para a administração da Euroatlantic em julho do ano passado, depois de ter sido administrador não executivo da TAP entre junho de 2017 e abril de 2021, numa altura em que a empresa estava a procurar recuperar do impacto da pandemia. É a segunda saída em cerca de seis meses, depois de, em novembro, o então CEO, Eugénio Fernandes, ter anunciado o fim da ligação à transportadora. O ECO contactou a Euroatlantic, mas até à publicação deste artigo não teve resposta.

A operadora especializada em voos charter, carga e ACMI (aluguer de aviões com tripulações, manutenção e seguros) é detida desde novembro de 2019 pela sociedade I-Jet Aviation PT, controlada pelo empresário e piloto Abed El-Jaouni, que é também administrador. O presidente do conselho de administração é o sérvio Dane Kondić, que assumiu o cargo em abril de 2022.

Tal como todo o setor aéreo, a empresa fundada por Tomaz Metello foi muito afetada pela pandemia. As receitas caíram de forma abrupta, passando de 88,6 milhões de euros em 2019 para 23,8 milhões em 2020, registando alguma recuperação em 2021, para os 35 milhões. Depois de ter conseguido um lucro de 6,6 milhões no ano anterior à Covid-19, registou prejuízos acumulados de 14,9 e 6,2 milhões em 2021 e 2022, respetivamente. A companhia, que chegou a ter 395 trabalhadores em 2018, foi forçada a prescindir de perto de metade da força de trabalho até ao final de 2021.

A Euroatlantic não recebeu ajudas de Estado e foi uma das empresas, a par da Ryanair, que contestou junto de Bruxelas a injeção de 3,2 mil milhões na TAP. A operadora aérea criticou a forma e o montante da ajuda, queixando-se de tratamento discriminatório do Estado português ao não conceder-lhe apoios, e sugeriu que a TAP fosse obrigada a reduzir a quota nas rotas em que a Euroatlantic está presente, fosse impedida de expandir a atividade ou de oferecer voos charter. Bruxelas deu luz verde aos auxílios de Estado, impondo apenas uma pequena redução de slots no aeroporto de Lisboa.

A Euroatlantic é acionista da STP Airways, que faz a ligação entre Lisboa e São Tomé. Segundo foi noticiado, a TAP contratou a companhia aérea em regime de ACMI para fazer a ligação a Natal, no Brasil, durante o mês de maio.

Diogo Lacerda Machado foi escolhido pelo Governo em 2016 para negociar uma solução para os lesados do BES e também para participar nas negociações com a Atlantic Gateway, o acionista privado da TAP, com vista à reversão parcial da privatização fechada em 2015. Foi na sequência da recompra das ações pelo Estado, em 2017, que Lacerda Machado entrou para a administração da companhia aérea. É atualmente diretor da Geocapital, uma sociedade com sede em Macau, e da Mystic Invest, a holding de investimentos no turismo do empresário Mário Ferreira.

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Relatório da CPI à TAP critica privatização feita por Passos Coelho. “Não devia ter sido concluída naquela data”

A versão preliminar do relatório da CPI à TAP critica o processo de privatização conduzido pelo Governo de Passos Coelho, fechado já depois do chumbo do seu programa no Parlamento pela esquerda.

A discordância da esquerda sobre a aprovação da privatização da TAP a 12 de novembro de 2015, dois dias depois de o programa do Governo de Passos Coelho ter sido chumbado no Parlamento, não é nova. Mas a versão preliminar do relatório da comissão parlamentar de inquérito, entregue na terça-feira perto da meia-noite, não poupa nas críticas. Legitima também os 55 milhões pagos a Neeleman.

Entende-se que, no contexto político que se vivia no momento, a reprivatização não deveria ter sido concluída naquela data“, conclui taxativamente o relatório da responsabilidade da deputada socialista Ana Paula Bernardo.

O documento refere também que “a 12 de novembro, num contexto de instabilidade política originada pela aprovação de uma moção de rejeição ao programa do Governo dois dias antes, o processo conhece uma profunda alteração e uma inusitada aceleração“, dando conta dos vários passos dados:

  • a última resposta da Atlantic Gateway [que adquiriu 61% da TAP] aos esclarecimentos solicitados pela Parpública, cujo registo de entrada é posterior à assinatura do acordo de conclusão;
  • os pareceres da Vieira de Almeida & Associados e da PWC;
  • a aprovação da Resolução do Conselho de Ministros 91-A/2015, que aprova a minuta do acordo de venda;
  • a celebração dos dois acordos – relativo à estabilidade económica e financeira da TAP e de realização da conclusão;
  • a emissão do despacho de autorização de emissão das “cartas de conforto” às instituições financeiras e envio das mesmas às instituições financeiras.

As “cartas de conforto” enviadas aos bancos portugueses credores da TAP foram um dos temas que geraram discórdia entre PS e PSD. O relatório sublinha que as garantias asseguradas nessas cartas “investiram o Estado numa posição materialmente similar à qualidade de acionista único, como refere o Tribunal de Contas”. Ou seja, colocaram o risco do lado do Estado.

Já sobre a recompra feita pelo Governo de António Costa em 2017, que colocou novamente em mãos públicas 50% do capital, o relatório sublinha que “o risco do Estado tornou-se proporcional à sua participação, subsistindo, ainda assim, responsabilidades significativas para o Estado, como também reconhece o Tribunal de Contas”. De resto, não há quaisquer críticas à operação.

A versão preliminar do relatório legitima também os 55 milhões pagos a David Neeleman para sair do capital da TAP em 2020, na sequência da pandemia. Sustenta que o Governo não tinha alternativa a negociar a saída do empresário, de forma a viabilizar a injeção de emergência de 1,2 mil milhões de euros na companhia e garantir a sua salvação. O valor pago a Neeleman “resulta de uma negociação até um ponto de entendimento entre as partes”.

Caso a TAP fosse renacionalizada, Neeleman teria o direito a receber os cerca de 220 milhões de prestações acessórias colocados na empresa pela Atlantic Gateway, possibilidade prevista no Acordo Parassocial de 2017, assinado com o Governo PS.

O documento sustenta, no entanto, que “a componente relativa às prestações acessórias resulta do direito originário adquirido em 2015 com a assinatura do acordo de venda direta e do acordo de estabilidade económica e financeiro [celebrado em 2015] que nesta dimensão não sofreu alterações no Acordo Parassocial de 2017″.

Capitalização sem recurso a fundos próprios

O relatório debruça-se também sobre o recurso aos chamados “Fundos Airbus”, pagos pelo fabricante europeu a David Neeleman no âmbito do negócio de renovação da frota, e que o empresário usou para capitalizar a TAP. O documento assinala que a Atlantic Gateway assegurou que a capitalização seria feita com capitais próprios, “o que, na verdade, não se verificou“.

A CPI apurou “que a lista de evidências reportada pelo Tribunal de Contas difere da listagem de documentação identificada pela Parpública como tendo sido enviada ao Tribunal, uma vez que na lista do Tribunal não constam referências aos Fundos Airbus”. O Tribunal de Contas vai incluir a avaliação do processo de capitalização e da sua relação com a Airbus, na nova auditoria já anunciada.

Os partidos com assento na CPI têm até dia 10 de julho para apresentar propostas de alteração ao relatório da responsabilidade da deputada socialista Ana Paula Bernardo, que fará esta quarta-feira às 10h00 uma conferência de imprensa para apresentação das conclusões.

A apresentação e discussão da versão final está agendada para dia 13. Segue-se a apreciação do documento no plenário da Assembleia da República, prevista para dia 19.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP, mas abordou também a privatização de 2015, a recompra de parte do capital pelo Estado em 2017, a compra da participação de David Neeleman em 2020, o plano de reestruturação aprovado em 2021 ou a demissão da antiga CEO.

Ao longo de três meses realizaram-se 46 audições presenciais, que duraram cerca de 170 horas, foram pedidos 10 depoimentos por escrito e dezenas de documentos ao Governo, à TAP e a outras entidades.

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Relatório rejeita ingerência política na TAP. Caso “Galambagate” ficou de fora

"A generalidade dos depoimentos aponta para a inexistência de interferência ou ingerência política das tutelas", conclui a versão preliminar do relatório da CPI à TAP.

A existência de pressões do Governo sobre a gestão da TAP foi um dos temas que dominou a comissão parlamentar de inquérito (CPI). A versão preliminar do relatório, entregue esta terça-feira no Parlamento, rejeita que tenha existido ingerência na gestão corrente. Quando existiu, havia razões que o justificavam.

Não se registam situações com relevância material que evidenciem uma prática de interferência na gestão corrente da empresa por parte das tutelas. Com efeito, a generalidade dos depoimentos aponta para a inexistência de interferência ou ingerência política das tutelas na gestão corrente da empresa”, conclui o documento.

Uma das situações relatadas foi a de um pedido de Alberto Souto Miranda, antigo secretário de Estado Adjunto de Pedro Nuno Santos, para que os administradores em representação do Estado votassem contra o orçamento da companhia aérea. O que acabou por não acontecer. “Importa assinalar que o episódio referido por Diogo Lacerda Machado, no que concerne a uma orientação de voto sobre o orçamento da empresa, tendo surgido como uma situação excecional e isolada, poderá contribuir para, a contrario, se concluir que a norma era efetivamente a da não ingerência“.

O relatório também relativiza as situações apontadas como alegados exemplos de interferência política durante as audições. Ou se tratam de “iniciativas de membros da Administração da TAP solicitando à tutela uma orientação ou tomada de decisão sobre assunto concreto. É o caso do pedido de alteração de voo de Sua Excelência o Presidente da República por iniciativa da agência de viagens e da CEO da TAP”.

Ou então “situações em que a tutela intervém quando uma decisão de gestão da administração assumiu repercussões políticas, num contexto delicado da vida da empresa e dos enormes sacrifícios que estavam a ser impostos aos trabalhadores, como os cortes salariais e os despedimentos. É o caso da substituição da frota automóvel“.

Segundo a versão preliminar, merecem nota duas situações de envolvimento da tutela setorial, admitidas por Hugo Mendes:

  • o email que o próprio qualificou como opinião infeliz, sobre a resposta dada à CEO da TAP relativo ao pedido de alteração de voo do Presidente da República;
  • a presença de Hugo Mendes na reunião de preparação de resposta da TAP ao despacho conjunto das tutelas sobre o caso da saída de Alexandra Reis.

“Em ambos os casos parece não haver evidências de condicionamento nas decisões finais da TAP”, conclui o relatório.

“Galambagate” ficou de fora

Os acontecimentos de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas que envolveram Frederico Pinheiro, antigo adjunto de João Galamba e membros do seu gabinete, bem como a recuperação do computador pelo SIS, não são incluídos na versão preliminar do relatório, apesar de terem sido objeto de várias audições.

Procurou-se evitar a exposição, e até mesmo alguma contaminação do relatório, a um conjunto de ações, situações e discussões que foram sendo arrastadas para a Comissão de Inquérito da TAP, que nos ocuparam bastante tempo, mas que efetivamente não constituem o seu objeto e, em alguns casos, são matérias que exigirão análise e atuação noutras sedes que não esta Comissão”, nota o documento.

Estamos a referir-nos a situações como os acontecimentos que ocorreram nas instalações do Ministério das Infraestruturas na noite de 26 de abril de 2022, a atuação do SIS na sequência do referido incidente ou ainda a existência de uma reunião no dia 17 de janeiro, com a presença da CEO da TAP e de um deputado do Partido Socialista, que antecedeu uma audição realizada na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação”, continua.

Os partidos com assento na CPI têm até dia 10 de julho para apresentar propostas de alteração ao relatório da responsabilidade da deputada socialista Ana Paula Bernardo, que fará esta quarta-feira às 10h00 uma conferência de imprensa para apresentação das conclusões.

A apresentação e discussão da versão final está agendada para dia 13. Segue-se a apreciação do documento no plenário da Assembleia da República, prevista para dia 19.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP, mas abordou também a privatização de 2015, a recompra de parte do capital pelo Estado em 2017, a compra da participação de David Neeleman em 2020, o plano de reestruturação aprovado em 2021 ou a demissão da antiga CEO.

Ao longo de três meses realizaram-se 46 audições presenciais, que duraram cerca de 170 horas, foram pedidos dez depoimentos por escrito e dezenas de documentos ao Governo, à TAP e a outras entidades.

(notícia atualizada às 10h20 com justificação para ausência de conclusões sobre o caso Galamba)

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Articulação entre tutela financeira e setorial da TAP tem de melhorar

Relatório sugere "melhorar a prestação de contas à sociedade", disponibilizando online e de forma acessível toda a informação atualizada dos resultados e cumprimento das obrigações de gestão.

Melhorar a articulação entre a tutela financeira e setorial das empresas nas quais o Estado é acionista é uma das recomendações que consta do relatório escrito pela deputada do PS, Ana Paula Bernardo. O relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à TAP, entregue esta terça-feira, no Parlamento, faz 13 recomendações ao Governo, às empresas e à condução dos trabalhos das comissões de inquérito.

“No exercício da função acionista/tutela de gestão”, o Governo deve “garantir a melhoria da articulação entre a tutela financeira e setorial, assegurando que a divisão e conexão de responsabilidades é clara e concebida para servir o interesse público; esta melhoria deve ser refletida nomeadamente na definição de orientações e objetivos (incluindo a avaliação do desempenho no cumprimento dos mesmos) e também na proposta, designação e destituição dos titulares dos órgãos sociais ou estatutários”, recomenda o documento numa clara referência ao facto de o Ministério das Finanças não ter tido conhecido da indemnização paga a Alexandra Reis, uma vez que o Ministério das Infraestruturas lidou com a questão internamente.

Para Ana Paula Bernardo é também necessário “garantir a celebração dos contratos de gestão no momento da assunção de funções pelo gestor”, ainda que depois possam vir a ser ajustados posteriormente. Sendo que nesses contratos devem ter definidas “metas quantificadas que concretizem as orientações definidas para a empresa”. Além disso, é preciso “robustecer os canais de relacionamento institucional entre o Governo e as empresas do setor público empresarial, garantindo que as responsabilidades são concretizadas nos prazos devidos, pelos canais formais e de forma transparente, como a emissão atempada de orientações para as empresas, para que estas disponham de todos os instrumentos necessários no ciclo de gestão”, sugere ainda o relatório preliminar.

Mas, se por um lado, é necessário deixar bem estabelecidos os princípios orientadores, por outro, há que “avaliar globalmente o quadro regulatório do setor público empresarial, para evitar o excesso de regulamentação, leis inaplicáveis e procedimentos burocráticos que possam dificultar a agilidade na interação entre o Governo e as empresas, ou criar entropia na dinâmica operacional do negócio”.

O relatório preliminar sugere ainda “melhorar a prestação de contas à sociedade em matéria de setor empresarial do Estado, disponibilizando online e de forma acessível toda a informação atualizada relativa não só aos resultados obtidos pelas empresas, mas também ao cumprimento das obrigações de gestão pelo acionista Estado e pelas administrações das empresas”. Os contribuintes já injetaram 3,2 mil milhões de euros na TAP no âmbito do plano de reestruturação da companhia aérea e isso aumenta as obrigações de prestação de contas.

O relatório escrito pela deputada socialista faz também cinco recomendações para as empresas públicas, tendo em conta os factos e conclusões enunciados. “Assegurar a transparência da ligação entre a remuneração dos administradores e o desempenho a longo prazo da empresa, para que os acionistas e os cidadãos possam avaliar os custos e os benefícios dos planos de remuneração” é uma delas. Quer a indemnização de meio milhão de euros paga a Alexandra Reis como os vencimentos das equipas de gestão da TAP foram amplamente discutidos ao longo das audições, sobretudo tendo em conta os resultados deficitários que a companhia aérea foi apresentando ao longo dos anos.

A relatora Ana Paula Bernardo defende ainda que é de “avaliar a conveniência da realização de outsourcing em áreas funcionais críticas para a empresa, sobretudo aquelas que exigem uma forte especialização temática indispensável à integridade do funcionamento da empresa do ponto de vista do cumprimento de requisitos normativos”. Mas quando as empresas recorrem a este mecanismo então há que garantir que “não existem conflitos de interesse que possam comprometer a integridade da sua análise ou consultoria”.

De forma mais genérica, a relatora sugere que se deve “robustecer, independentemente da natureza pública ou privada da empresa, as estruturas institucionais de governo societário”, para criar “um ambiente de confiança, transparência e responsabilidade; “promover a estabilidade da estrutura societária”, evitando vazios, avaliar “a existência de comissões de vencimentos em empresas sujeitas ao EGP” e evitar a “sobreposição de competências ou acumulação de titulares”.

Finalmente, sobre a condução do trabalhos das comissões de inquérito, a relatora socialista lamenta que as instituições comunitárias não tenham colaborado tal como solicitado pelos deputados da CPI, em termos de “pedido de informação e requerimentos realizados”. “Entendemos que este assunto deverá ser discutido nas instâncias próprias”, defende o relatório preliminar.

Por outro lado, o documento sugere que “importa prosseguir o trabalho já encetado por esta Comissão de Inquérito” relativamente “à classificação, desclassificação, tratamento e utilização das informações consideradas sensíveis, sigilosas ou reservadas, garantindo o adequado equilíbrio entre a proteção e segurança documental e o acesso ágil por parte de todos os que estão credenciados para a ela aceder, de modo a assegurar uma maior eficácia aos trabalhos dos membros da Comissão”.

Recorde-se que esta CPI ficou marcada pela fuga de informação de documentos classificados e que por isso foi levada a cabo uma investigação, que acabou por ilibar os deputados de qualquer responsabilidade pela fuga. “Ficou provado que a reprodução” dos documentos, “depois de terem dado entrada na sala de segurança, é quase impossível, salientando-se, por outro lado, que os documentos tiveram um longo ciclo de vida prévio à sua classificação, que ocorreu apenas imediatamente antes do seu envio à Assembleia da República”, disse a 25 de maio, o presidente da CPI.

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3 de julho foi o dia mais quente desde sempre no planeta

  • Lusa
  • 5 Julho 2023

A temperatura média diária do ar na superfície do planeta em 3 de julho foi medida em 17,01°C por um serviço dependente da Agência dos EUA para a Atmosfera e os Oceanos.

O dia de segunda-feira foi o mais quente alguma vez medido em termos mundiais, superando pela primeira vez a barra da média dos 17 graus centígrados (ºC), segundo as primeiras medidas feitas na terça-feira por uma agência norte-americana.

A temperatura média diária do ar na superfície do planeta em 3 de julho foi medida em 17,01°C por um serviço dependente da Agência dos EUA para a Atmosfera e os Oceanos (NOAA, na sigla em Inglês). Este valor supera o recorde diário precedente (16,92°C) estabelecido em 24 de julho de 2022, segundo os dados dos centros nacionais de previsão ambiental da NOAA, que remontam a 1979.

A temperatura do ar, que oscila entre cerca de 12ºC e 17ºC em termos de média diária ao longo do ano, foi de 16,20ºC no início de julho entre 1979 e 2000. Este recorde, que ainda tem de ser corroborado por outras medidas, pode ser rapidamente superado, quando o Hemisfério Norte começa a estação estival e a temperatura média mundial continua a subir por regra até ao fim de julho, início de agosto.

Já no início de junho, as temperaturas médias mundiais foram as mais quentes alguma vez registadas no período pelo serviço europeu Copernicus, batendo os anteriores recordes com uma “margem substancial”.

Estas observações são provavelmente uma antecipação do que aí vem com o fenómeno designado El Niño (O Menino) em Castelhano – geralmente associado a um aumento das temperaturas à escala mundial –, complementado com os efeitos do aquecimento climático causado pela atividade humana.

Em 8 de junho, a NOAA tinha anunciado a chegada oficial de O Menino, garantindo que “poderia conduzir a novos recordes de temperatura” em algumas regiões. Em junho, vários recordes foram batidos na Ásia e o Reino Unido conheceu o seu mês de Juno mais quente alguma vez registado, enquanto o México foi atravessado por uma vaga de calor extremo.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, uma agência especializada da Organização das Nações Unidas, há uma probabilidade de 66% de a temperatura média mundial perto da superfície superar temporariamente em 1,5ºC os níveis pré-industriais durante um mês entre 2023 e 2027. O ano 2022 foi o oitavo consecutivo onde as temperaturas médias mundiais foram superiores em pelo menos um grau aos níveis observados entre 1850 e 1900.

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