Governo dá aumentos salariais a funcionários da eSPap a troco de mais horas e perda de vínculo público

Funcionários públicos das carreiras gerais que transitem para o centro de compras públicas do Estado podem ganhar até mais 215 euros mas têm de trabalhar 8 horas por dia e perdem o direto à CGA.

Pelos pingos da chuva e no meio das legislativas antecipadas de 18 de maio, o Governo de Luís Montenegro aprovou dois diplomas que permitem aos funcionários da Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública (eSPap), o centro de compras públicas do Estado, ganhar até mais 215 euros desde que trabalhem mais uma hora por dia, passando a jornada laboral de sete para oito horas diárias, e desde que cessem o vínculo público, perdendo o direito a estarem inscritos na Caixa Geral de Aposentações (CGA), segundo um regulamento interno e um decreto-lei publicados em Diário da República a 15 e 22 de maio, respetivamente. A adesão a este regime é sempre opcional e produz efeitos a partir de maio. Ou seja, quem quiser, pode ser integrado nas novas carreiras já este mês.

O objetivo é reforçar “a capacidade de resposta dos serviços transversais e críticos que” a eSPap “presta” e “reter os trabalhadores com competências e conhecimento relevantes e especializados, de modo a assegurar um equilíbrio no que respeita às oportunidades de valorização da carreira, designadamente remuneratória”, lê-se no preâmbulo do decreto-lei n.º 80/2025, de 22 de maio, assinado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pelo então secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, João Silva Lopes.

No entanto, os sindicatos não foram ouvidos nem informados, o que viola o artigo 338.º da Lei Geral de Trabalho em Funções Públicas e o artigo 56.º da Constituição da República Portuguesa.É inaceitável a exclusão das estruturas sindicais deste processo, para além de abrir a porta ao aumento do horário de trabalho, o que não faz sentido nos tempos atuais, porque mais tempo de trabalho não significa mais produtividade”, critica o secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, em declarações ao ECO. Tendo em conta “as negociações que o Governo tem mantido com as organizações sindicais para a valorização de uma série de carreiras”, o dirigente mostrou-se até “muito surpreendido e estupefacto” com a posição do Executivo de “não ter sequer informado o sindicato”.

Cerca de 80 funcionários públicos das carreiras gerais vão transitar de 11 secretarias-gerais do Governo, alvo de fusão e reestruturação no âmbito da reforma da Administração Pública, para a eSPap, sendo que, neste momento, há 300 trabalhadores empregados neste serviço do Estado, a maioria dos quais com contrato individual de trabalho (CIT), ou seja, sem vínculo público, e com uma jornada laboral de 40 horas semanais ou oito horas por dia. De salientar, contudo, que também há colaboradores no regime de contrato individual com 35 horas semanais ou sete horas por dia.

Uma vez que a eSPap vai concentrar várias tarefas que estavam dispersas numa série de secretarias-gerais do Governo, oito que serão extintas e três que serão reestruturadas, os tais cerca de 80 trabalhadores que se encontravam nesses departamentos serão igualmente absorvidos pelo centro de compras públicas do Estado. Como resultado, para o mesmo tipo de funções este organismo terá salários, horários de trabalho e vínculos distintos. Para além disso, os trabalhadores da eSPap com contrato individual não beneficiam do sistema de avaliação da Função Pública (SIADAP), que permite progredir ao fim de oito pontos. Ou seja, há quem tenha mais de 10 anos de casa que nunca teve essa valorização remuneratória. Apenas foi-lhe sendo asseguradas as atualizações anuais salariais da Função Pública.

Cerca de 80 funcionários das carreiras gerais vão transitar de 11 secretarias-gerais do Governo, alvo de fusão e reestruturação no âmbito da reforma da Administração Pública, para a eSPap, sendo que, neste momento, há 300 trabalhadores empregados neste serviço do Estado.

Para uniformizar a relação jurídica de trabalho com a eSPap, o Governo demissionário de Luís Montenegro decidiu criar carreiras especiais na modalidade de contrato individual de trabalho, para que todos os funcionários passassem a ter a mesma jornada de trabalho, de 40 horas por semana ou de oito horas por dia, com a correspondente valorização remuneratória, apesar de, na Administração Pública, se praticarem as 35 horas semanais ou sete horas diárias. E o sistema de avaliação SIADAP, para efeitos de progressão, passa a ser aplicado.

Assim, os funcionários públicos que estavam nas carreiras gerais e que decidam integrar as novas carreiras da eSPap terão de trabalhar mais uma hora por dia, passando a jornada laboral de sete para oito horas por dia ou de 35 para 40 horas por semana. Como cessam o vínculo público, ficando apenas com um contrato individual, deixam de estar inscritos na Caixa Geral de Aposentações (CGA), que é mais vantajosa no pagamento das baixas médicas, e passam para a Segurança Social e não podem beneficiar do regime de mobilidade para outras entidades, apenas por acordo de cedência. Ainda assim, mantêm o acesso à ADSE, o subsistema de saúde da Administração Pública. Como moeda de troca, têm uma valorização salarial de cerca de 15% e um adicional de entre 34 a 215 euros e continuam com o SIADAP para as progressões.

Por exemplo, um técnico superior da carreira geral da Função Pública, na primeira posição remuneratória, que esteja a receber 1.442,57 euros mensais brutos, ao aderir à nova carreira de técnico superior da eSPap passa a auferir 1.180,99 euros brutos, mais 368,42 euros, um aumento salarial de 25,5%. Mas é preciso ter em conta que este colaborador passa a trabalhar mais uma hora por dia. Por isso, o aumento é de apenas 67 cêntimos por hora trabalhada, ou seja, o ganho adicional é de cerca de 10%.

Os assistentes técnicos das carreiras gerais na primeira posição, com um vencimento de 979,05 euros, ficam a ganhar 1.126,77 euros, se mudarem para a nova carreira de técnico assistente e um assistente operacional, com um salário de entrada de 878,41 euros, poderá receber 1.017,98 euros, caso integre a nova carreira de técnico auxiliar. Já um técnico de sistemas e tecnologias de informação da carreira geral, na primeira posição, a auferir 1.126,77 euros poderá ficar com um ordenado de 1.337,30 euros, se transitar para a carreira de técnico assistente de sistemas e tecnologias de informação. E um especialista de sistemas e tecnologias de informação da carreira geral, com um vencimento de entrada de 1.863,62 euros, passa a ganhar 2.243,11 euros se integrar a nova carreira de técnico consultor de sistemas e tecnologias de informação. De salientar que, em todos estes casos, a jornada de trabalho aumenta sempre das 35 para as 40 horas semanais.

Contratos individuais podem manter-se nas 35 horas semanais mas só recebem 87,5% do salário

Quem já está na eSPap, com contrato individual, a trabalhar apenas 35 horas semanais, pode transitar para as novas carreiras especiais, aumentando a jornada para as 40 horas semanais, passando também a beneficiar das progressões, no âmbito do SIADAP. Se preferir, mantém-se a laborar 35 horas semanais, mas recebe apenas 87,5% do salário. Para perceber se compensa ou não trabalhar mais uma hora por dia, é preciso fazer contas. Por exemplo, um técnico da eSPap, na terceira posição remuneratória, só vai receber mais 3,9 euros por mês, passando de um ordenado de 1.074,14 para 1.078,04 euros euros, se mudar para a nova carreira e mantiver a semana laboral de 35 horas. Se passar para a jornada de 40 horas semanais recebe 1.232,04 euros. São mais 157,9 euros mensais brutos.

Para o secretário-geral da FESAP, José Abraão, “esta situação é manifestamente injusta, porque coloca trabalhadores com as mesmas funções com salários diferentes”. Para além disso, sublinha, “é incompreensível que o maior empregador do país esteja agora a promover o aumento do horário de trabalho, que não é sinónimo de produtividade”.

“Os trabalhadores veem-se agora confrontados com esta nova carreira e os sindicatos nem se quer foram consultados. A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas e a Constituição dizem expressamente que as organizações sindicais devem ser ouvidas”, salienta.

O dirigente sindical aconselha ainda “os funcionários púbicos das carreiras gerais, que saírem das secretarias-gerais do Governo para a eSPap, a não aceitarem a integração na carreira especial, porque perdem o vínculo público, que é uma garantia de estabilidade”. “No âmbito do acordo plurianual que assinámos com o Governo, conseguimos assegurar um aumento salarial para todos os trabalhadores da Administração Pública de 234 euros até 2028. Os contratos individuais não estão abrangidos, ou seja, estes trabalhadores podem ficar fora dessas atualizações, a não ser que sejam regulamentadas por instrumentos de negociação coletiva”, alerta.

Apesar das críticas e preocupações manifestadas pela organização sindical, o Governo entende que o estatuto das novas carreiras “é de capital importância no âmbito da reforma funcional e orgânica da Administração Pública, assumindo um caráter urgente e inadiável”, uma vez que garante “a esta entidade, para a qual se transferem atribuições e serviços comuns a vários organismos, o reforço da capacidade de resposta dos serviços transversais e críticos que presta”, de acordo com o diploma. Assim, “importa um aumento do período normal de trabalho de 35 para 40 horas semanais”, justifica.

“Acresce que, no âmbito da Reforma do Estado, a missão e atribuições da eSPap, revelam-se estratégicas para o seu funcionamento, sendo fundamental a criação de condições que permitam reter os trabalhadores com competências e conhecimento relevantes e especializados, de modo a assegurar um equilíbrio no que respeita às oportunidades de valorização da carreira, designadamente remuneratória, face às previstas para os trabalhadores que irão integrar a nova carreira de regime especial de técnico superior especialista em coordenação transversal de administração e políticas públicas, por via da reafetação a outros serviços integradores no âmbito dos processos de fusão e reestruturação das secretarias-gerais”, lê-se no mesmo diploma.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 26 de maio

  • ECO
  • 26 Maio 2025

Ao longo desta segunda-feira, 26 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Mesmo com desemprego em mínimos, despesa com subsídios aumentou. Porquê?

Mercado de trabalho tem dado provas de resiliência e desemprego medido pelo INE está em mínimos, mas despesa com prestações aumentou. Lay-off e mais beneficiários ajudam a explicar.

Apesar dos desafios, o mercado de trabalho português continua a dar provas de resiliência. Em 2024, o desemprego até ficou abaixo das expectativas do Governo. Mas, segundo a Conta Geral do Estado, a despesa com as prestações de desemprego aumentou mais de 17%. O que o explica? A subida dos salários (e, consequentemente, dos subsídios), o maior recurso ao lay-off e o aumento da fatia de desempregados a receber prestações são alguns dos fatores que ajudam a explicar este acréscimo da despesa.

Comecemos pelo diagnóstico do mercado de trabalho português. O Governo estava a contar que 2024 fosse sinónimo de um agravamento (ligeiro) do desemprego, mas os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) vieram mostram que, afinal, aconteceu o inverso.

Assim, no ano passado, a taxa de desemprego recuou 0,1 pontos percentuais para 6,4%. Na série estatística começada em 2011, só houve um outro ano com uma taxa mais baixa (2022), como mostra o gráfico abaixo.

Desemprego ficou abaixo das estimativas do Governo em 2024

Fonte: INE

Em paralelo, a população empregada aumentou para o valor mais elevado desde 2011, segundo o gabinete de estatísticas. No total, mais de 5,1 milhões de pessoas estavam empregadas em Portugal em 2023.

Em contraste com estes dados, a Conta Geral do Estado, que foi publicada recentemente pela Direção-Geral do Orçamento, indica que, no último ano, a despesa com as prestações de desemprego subiu 17,3% (ou 234,5 milhões de euros), para 1.591,1 milhões de euros em 2024.

Como se explica esse aumento, numa altura em que o mercado de trabalho dá sinais de robustez? A própria DGO avança justificações para esse salto: o agravamento da despesa com subsídio de desemprego, o maior recurso ao lay-off e a subida da despesa com garantia salarial.

Despesa com subsídio de desemprego sobe 16%

Um desempregado lê os anúncios no Centro de Emprego da Amadora.JOAO RELVAS / LUSA

Um dos principais fatores por detrás da subida das despesas com prestações de desemprego foi o aumento do valor despedindo com o subsídio de desemprego. Em causa está uma subida de 16% (ou 170,1 milhões de euros), de acordo com a Conta Geral do Estado.

Os dados da Segurança Social permitem perceber que, apesar da redução do desemprego, o número de beneficiários deste subsídio de desemprego cresceu em 2024. No ano passado, cerca de 324 mil pessoas beneficiaram do subsídio de desemprego, quando em 2023 o universo de beneficiários abarcava em torno de 298 mil pessoas e em 2022 cerca de 288 mil pessoas.

Número de beneficiários do subsídio de desemprego aumentou quase 10%

Fonte: Segurança Social

Convém explicar que este subsídio que só está disponível para a parte dos desempregados que cumpre certas condições, como um período mínimo de descontos. Ora, a Direção-Geral do Estado sublinha que um dos motivos para o agravamento da despesa com este subsídio foi, precisamente, o facto de ter aumentado a percentagem de desempregados que cumpre estas condições e, por isso, beneficia desta prestação (de 49,6% em 2023 para 52% em 2024).

Por outro lado, a DGO alerta que houve “alguma deterioração do mercado de trabalho“, que “não é visível” nos dados do INE. É que, apesar do desemprego medido pelo INE ter baixado em 2024, o número de desempregados inscritos no IEFP à procura de um novo emprego aumentou.

Nem todos os desempregados se inscrevem nos centros do IEFP, daí que as estatísticas desse instituto sejam tendencialmente diferentes das apuradas pelo INE. Para ter acesso ao subsídio de desemprego, é obrigatório, porém, fazer a inscrição no IEFP.

Um outro fator para o aumento da despesa com o subsídio de desemprego foi a subida do próprio valor pago aos beneficiários. A DGO refere um acréscimo de 4,5% da prestação média, o que reflete “o aumento das remunerações por trabalhadores e, designadamente, a retribuição mínima garantida”.

Em 2024, o salário mínimo nacional passou de 760 euros para 820 euros, um salto de quase 8%. “É o maior aumento anual do salário mínimo alguma vez ocorrido”, chegou a assinalar António Costa, que, então, ocupava a liderança do Executivo.

Salário mínimo sobe há uma década

É de destacar ainda que os próprios montantes mínimo e máximo dessa prestação têm crescido, à boleia do Indexante dos Apoios Sociais (IAS). O mínimo em 2023 era 469,69 euros e o máximo 1.021,08 euros. Já em 2024, esses tetos passaram para 585,65 euros e 1.273,15 euros, respetivamente.

O efeito combinado do crescimento dos beneficiários e das prestações determina o aumento de 16% dos gastos com subsídio de desemprego“, afirma a DGO.

Maior recurso ao lay-off

Na visão da Direção-Geral do Orçamento, outro dos motivos que explicam a subida da despesa com prestações de desemprego foi o maior valor despedindo com as empresas em lay-off.

Em causa está um regime que se destina apenas às empresas em crise e permite que estas reduzam os horários dos seus trabalhadores ou até suspendam os contratos de trabalho. Em paralelo, estes empregadores recebem da Segurança Social um apoio para o pagamento dos salários dos trabalhadores abrangidos.

Ora, de acordo com a Conta Geral do Estado, em 2024 registou-se um acréscimo de 11,3 milhões de euros na compensação salarial por suspensão temporária de contrato de trabalho (lay-off tradicional).

Segundo os dados que foram sendo publicados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho (GEP), o número de trabalhadores abrangidos pelo lay-off ao longo de 2024 ficou consideravelmente acima do ano anterior, em vários meses.

Por exemplo, em julho, conforme escreveu o ECO na altura, mais do triplicou, face ao período homólogo. E, depois de alguns recuos consecutivos, os últimos três meses do ano viriam a ser marcados por aumentos em cadeia do número de trabalhadores abrangidos.

Os economistas ouvidos pelo ECO explicaram esta evolução com o abrandamento da economia, garantindo que não estavam preocupados com o mercado de trabalho, apesar de esta evolução carecer de monitorização.

Este é, de resto, um regime desenhado para segurar o emprego, mitigando aumentos do desemprego em períodos mais desafiantes. Na pandemia, o lay-off simplificado (uma versão mais ágil do que está agora disponível) foi um dos grandes responsáveis por evitar saltos do desemprego, conforme vincou, repetidas vezes, o Governo anterior.

Daí que o maior recurso a este regime em 2024 e a consequente subida da despesa com estas prestações tenha sido “compatível” com os níveis mínimos de desemprego, já que as empresas optam pelo lay-off exatamente para evitar tirar trabalho aos seus empregados.

Despesa com garantia salarial também sobe

O terceiro grande fator apontado pela DGO para o incremento da despesa com prestações de desemprego é a subida da despesa com garantia salarial. Em causa está um acréscimo de 52,1 milhões de euros. “Representa a quase duplicação do valor desta rubrica”, é salientado na Conta Geral do Estado.

Essas verbas serviram para o pagamento de dívidas a assalariados de entidades empregadoras por estas estarem em situação de insolvência ou numa situação económica difícil.

Segundo a Segurança Social, o Fundo de Garantia Salarial paga, em termos mensais, até três vezes o valor do salário mínimo nacional que estava em vigor na data em que a entidade empregadora devia ter pago o salário. A subida já referida da retribuição mínima garantida pode, assim, também ter influenciado estas transferências.

O relatório de atividades e gestão deste fundo relativo a 2024 ainda não foi disponibilizado pela Segurança Social, não sendo possível, para já, perceber a evolução dos trabalhadores abrangidos.

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Jerónimo Martins ‘engorda’ no salmão da Noruega e fica a mandar sozinha na Hussel

Braço agroalimentar da Jerónimo Martins aumenta para 30% participação na norueguesa Andfjord Salmon e duplica aquacultura no Algarve. Falência da sócia alemã amarga negócio da cadeia de chocolates.

Ao fim de uma década de investimento no agroalimentar, dividido em quatro áreas de negócio – indústria de laticínios, a única já em fase de consolidação; agropecuária; aquacultura; frutas e vegetais – e com unidades e participações em Portugal, Marrocos e Noruega, o grupo Jerónimo Martins já emprega mais de 500 pessoas nestas atividades extra retalho em que assegura manter “planos de forte crescimento”.

É na remota ilha de Andøya, pertencente ao arquipélago ártico de Vesterålen, que a dona do Pingo Doce, da polaca Biedronka e da colombiana Ara tem uma participação financeira na Andfjord Salmon, que “tem vindo a reforçar nas várias fases de aumento de capital”. Em velocidade de cruzeiro e com as propriedades costeiras já garantidas, o volume de produção esperado supera as 90 mil toneladas por ano.

Sem quantificar o investimento, fonte oficial da Jerónimo Martins adiantou ao ECO que “após novo reforço, realizado já no início de 2025, [dos anteriores 25%] passou a ter 30%, sendo o maior acionista”. A empresa norueguesa de criação de salmão está “totalmente orientada para o mercado e estima iniciar a sua produção no final de 2025”, detalhou o grupo, que no primeiro trimestre aumentou os lucros em 31,4% para 127 milhões de euros.

Ainda na aquacultura, em que a internacionalização arrancou em 2021 com a aquisição da maioria de uma empresa em Marrocos para a produção offshore no Mediterrâneo, no ano passado, o ‘braço’ do grupo para o agroalimentar, liderado pelo ex-ministro da Agricultura António Serrano, vendeu um total de 4.170 toneladas de dourada e robalo, produzidas também em Sines, na Madeira e em Vila Real de Santo António.

Foi nesta localidade raiana que, em 2024, a empresa Seaculture finalizou o projeto de estrutura logística, incluindo em terra (edifício e cais de apoio), além de uma unidade de acondicionamento de suporte à operação. Questionado sobre este investimento na operação algarvia, o grupo respondeu apenas que “[decorre] nesta fase a operação de duplicação desta unidade” que começou com 1.500 toneladas.

António Serrano, CEO da Jerónimo Martins Agroalimentar.

Dos peixes para a agropecuária, através da originária Best Farmer e da sociedade Ovinos da Tapada, em que investiu em 2021, o grupo que vai continuar a ser liderado por Pedro Soares dos Santos dedica-se à produção de carne – vendeu 11.600 bovinos angus e 70 mil borregos em 2024 -, de leite (11 milhões de litros no mesmo período) e ainda de cereais e pastagens, que asseguram mais de 70% das necessidades de alimentação dos animais.

Na atividade agropecuária, como relatou no relatório e contas relativo ao último exercício anual, as principais novidades no negócio da produção de carne angus foram o início da operação numa nova unidade localizada em Pernes, no concelho de Santarém; e a expansão da capacidade de engorda e o arranque da nova vacaria com ordenha robotizada no Alentejo (Monte de Trigo).

Finalmente, no setor das frutas e legumes, como já tinha reportado ao mercado a meio do ano passado, passou a deter 100% da sociedade Outro Chão, com 115 hectares para produção de uvas sem grainha que comercializa com a marca “hey,vita!”). Comprou os restantes 20% ao empresário António Silvestre Ferreira, fundador do grupo Vale da Rosa – cujo plano de recuperação impôs perdas de oito milhões de euros à banca.

Por outro lado, a Jerónimo Martins Agroalimentar aumentou de 50% para 80% a participação na SupremeFruits, produtora de frutos de caroço, como pêssegos, nectarinas e ameixas, e de mandarina tango, que tem primeira colheita prevista para 2027. Com cerca de 200 hectares, esta empresa resultou de uma joint-venture criada em 2023 com o Grupo Nuvi, do empresário Luís Vicente, na qual realizou um investimento inicial de sete milhões de euros.

Falência na Alemanha ‘amarga’ negócio da Hussel

Menos animadoras são as perspetivas de negócio no retalho especializado, após um “ano duro” para as cadeias Jeronymo e Hussel, que “restruturaram as suas operações, com uma mudança profunda da sua gestão e uma redefinição dos seus modelos de negócio”, desafiadas pelo “aumento continuado dos principais custos operacionais (recursos humanos, rendas e matérias-primas, principalmente café e cacau) e redução das margens para responder à diminuição do poder de compra dos consumidores”.

Se “em resultado deste contexto difícil” a rede de cafetarias surgida em 2002 fechou três lojas (tem agora 22), mas viu as vendas crescerem 5,9% no ano passado em termos homólogos, por outro lado, a faturação da cadeia especializada em artigos de chocolates e confeitaria encolheu 1,4% no mesmo período, mantendo a comercialização em 20 bomboneries distribuídas maioritariamente pelos principais centros comerciais em Portugal.

Detemos 100% da Hussel Ibéria e não vemos necessidade de ter outro parceiro de capital.

Fonte oficial do grupo Jerónimo Martins

O grupo descreve no documento enviado à CMVM que a operação da Hussel no país “enfrentou um ano muito exigente, marcado por negociações comerciais mais difíceis com os seus principais fornecedores”, em resultado da falência do acionista minoritário (49%) e parceiro da Jerónimo Martins na Alemanha. Com a amortização das ações detidas pela Hussel GmbH e a correspondente redução do capital social, decididas em novembro, o grupo português passou a deter 100% da Hussel Ibéria.

Questionada sobre se está à procura de um novo sócio para esse negócio, após a insolvência da histórica empresa alemã, fundada em 1949 em Hagen, fonte oficial disse ao ECO que “não [vê] necessidade de ter outro parceiro de capital”. Já quanto aos planos para a abertura ou encerramento de espaços da Hussel no país, frisou que “o parque de lojas não é estanque” e que essas decisões “decorrem sobretudo de oportunidades de localização”, acrescentando que “neste momento não [tem] previstas alterações”.

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Granada La Palma visita as instalações da Azura para discutir as práticas e as perspectivas da cultura do tomate

  • Servimedia
  • 26 Maio 2025

Como sinal da elevada qualidade do seu tomate-cereja, Azura é uma das dez marcas mais vendidas em França e é a marca mais vendida na categoria de frutas e legumes em França.

Representantes da cooperativa Granada La Palma, uma referência na produção e comercialização de tomate cereja e mini-vegetais especiais na Europa, visitaram as instalações em Agadir da Azura, um grupo familiar franco-marroquino que é um dos líderes mundiais na produção de tomate.

De acordo com a Azura, esta visita foi “um passo significativo no diálogo entre os nossos dois países”, envolvendo uma troca ‘inspiradora’ de ideias, práticas e perspectivas, “todas enraizadas na nossa ambição comum de cultivar o que é bom para todos”. Neste sentido de diálogo, Azura sublinhou que a visita “foi marcada por uma visão partilhada da agricultura de hoje e de amanhã”.

Azura sublinhou que tem 18.000 empregados e um know-how único, que lhe permite oferecer produtos de alta qualidade aos seus consumidores, e que se tornou um dos líderes mundiais na produção de tomate cereja, com 1.200 hectares de plantações. Todos os anos, o grupo exporta 180 000 toneladas de tomate e desenvolve diferentes variedades de tomate para responder às novas tendências do mercado.

Deste modo, ajuda a satisfazer a procura dos consumidores europeus de produtos saudáveis a um preço acessível, complementando a produção da UE, que ainda não é capaz de satisfazer esta procura.

 

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Sporting leva a Taça (de Portugal) e faz a dobradinha

O Sporting ganhou a Taça de Portugal ao ganhar ao Benfica por 3-1, ao fim de 120 minutos de jogo. Leões fazem a sétima 'dobradinha' da sua história.

O bicampeão nacional em título conquistou a Taça de Portugal em futebol pela 18.ª vez, ao vencer o Benfica por 3-1, após prolongamento, na final da 85.ª edição da prova, no Estádio do Jamor, em Oeiras. Uma semana após a conquista do 21º campeonato, assegurado na 38.ª e última jornada da edição 2024/25 da I Liga com um triunfo por 2-0 sobre o Vitória de Guimarães, para acabar dois pontos à frente do Benfica, o conjunto ‘leonino’ voltou a superiorizar-se às ‘águias’, agora no confronto direto.

Os ‘leões’ já não conseguiam tal proeza desde o começo do século XXI, mais precisamente desde 2001/02, quando ganharam o campeonato, cinco pontos à frente do Boavista, e a Taça de Portugal, com um triunfo por 1-0 face ao Leixões, de Carlos Carvalhal, liderados por László Bölöni. Se o romeno fez todo o trabalho a solo, Rui Borges tem, por seu lado, de dividir a ‘dobradinha’ por três, já que foi Ruben Amorim quem arrancou, na I Liga com 11 vitórias, e João Pereira também esteve em jogos das duas competições.

Quanto às grandes ‘estrelas’, dentro do campo, destas duas façanhas, separada por 23 anos, elas têm nomes bem próprios, no brasileiro Mário Jardel, autor de 42 golos no campeonato de 2001/02, e no sueco Viktor Gyökeres, com 39 em 2024/25. Além destas duas ‘dobradinhas’, o Sporting também conquistou a I Liga e a Taça de Portugal simultaneamente em 1940/41, 1947/48, 1953/54, 1973/74 e 1981/82.

O dinamarquês Conrad Harder, aos 99 minutos, e Francisco Trincão, aos 120+1, deram o triunfo aos ‘leões’, depois de o sueco Viktor Gyökeres, de penálti, forçar o tempo extra, já aos 90+11, igualando o tento inicial do turco Orkun Kökçü, aos 47.

Os ‘leões’ são, ainda assim, apenas os terceiros classificados no ranking das ‘dobradinhas’, atrás do Benfica, com 11, e do FC Porto, com nove. A formação ‘encarnada’ venceu as duas principais provas na mesma época em 1942/43, 1954/55, 1956/57, 1963/64, 1968/69, 1971/72, 1980/81, 1982/83, 1986/87, 2013/14 e 2016/17. Por seu lado, o FC Porto conseguiu-o em 1955/56, 1987/88, 1997/98, 2002/03, 2005/06, 2008/09, 2010/11, 2019/20 e 2021/22.

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KGM Torres EVX: Um soldado elétrico em missão na cidade

O SUV elétrico da sul-coreana KGM parece saído de um filme de ação, exibindo músculos e voz de herói, que contrasta com um interior que parece ter sido "mobiliado" por alguém obcecado por pragmatismo.

Se há coisa que os coreanos sabem fazer bem é reinventar-se. Basta olhar para a evolução do K-pop ou para como conseguiram transformar smartphones em pequenos computadores de bolso. Agora, é a vez da indústria automóvel sul-coreana nos surpreender novamente, desta feita com um SUV elétrico que parece ter saído diretamente de um filme de ação, mas que quando nos sentamos ao volante nos faz questionar se não terá havido algum mal-entendido no departamento de design interior. O KGM Torres EVX é precisamente isso: um carro que promete aventura à primeira vista, mas que depois nos serve uma experiência mais… digamos, doméstica.

Para compreender este SUV elétrico é essencial conhecer a saga da marca que o produz. A KGM Motors, anteriormente conhecida como SsangYong, celebra este ano 70 anos de história automóvel, tendo iniciado a sua jornada em 1954 como Ha Dong-Hwan Motor workshop. Ao longo das décadas, a empresa passou por diversas transformações: de Dong-A Motor em 1977 a SsangYong Motor em 1988, até à mais recente mudança para KG Mobility (KGM) em 2022, após a aquisição pelo KG Group.

Esta metamorfose não foi apenas cosmética. A marca sul-coreana enfrentou dificuldades financeiras significativas durante a pandemia de Covid-19, chegando mesmo a declarar falência no final de 2020. A salvação veio através da aquisição pelo KG Group, uma decisão que permitiu não só a sobrevivência da marca, mas também o seu reposicionamento estratégico com foco em “tecnologias de mobilidade do futuro”, incluindo plataformas dedicadas a veículos elétricos, veículos definidos por software e inteligência artificial.

O KGM Torres EVX não tenta ser mais do que é, mas também não consegue ser tudo aquilo que o seu design exterior promete. É como um ator de ação que descobriu ter talento para comédia romântica — funciona, mas não é exatamente aquilo que esperávamos quando comprámos o bilhete.

A entrada da KGM no mercado português fez-se inicialmente no segmento de pick-ups e SUV com o Musso, mas a grande novidade da gama é o Torres EVX, o único modelo 100% elétrico da marca e com um design diferenciado. A sua grelha frontal imponente e o formato robusto conferem-lhe uma presença de estrada que evoca imediatamente aventura e resistência que rapidamente atrai o olhar dos mais curiosos. É como se alguém tivesse decidido criar um veículo para protagonizar um filme de apocalipse zombie, mas depois mudou de ideias e decidiu vendê-lo como SUV familiar.

Tanto em ambiente urbano como em terrenos mais desafiantes, o Torres EVX consegue cumprir a promessa visual de robustez. O design “Powered by Toughness”, filosofia atual da marca, está bem patente nas linhas exteriores, com detalhes como o pilar C metalizado, faróis LED e elementos de proteção que reforçam o seu ADN aventureiro.

Contudo, este ar de máquina de guerra esmorece-se consideravelmente quando se abre a porta e se toma o controlo no lugar do condutor. É como se o Batman tivesse emprestado o Batmobile, mas esqueceu-se de avisar que por dentro estava mobilado pela IKEA.

Entre a cidade e o todo-o-terreno

Se o exterior promete aventura épica, o interior do Torres EVX entrega uma experiência mais… pragmática. O habitáculo, embora espaçoso e funcional, não consegue manter a intensidade dramática sugerida pelo design exterior. Os acabamentos, apesar de adequados ao segmento de preço, revelam-se claramente orientados para a funcionalidade em detrimento do luxo ou da originalidade.

O sistema de infoentretenimento com o ecrã de 12,3 polegadas e o painel de instrumentos digital da mesma dimensão cumprem o seu papel, oferecendo navegação e conectividade Android Auto e Apple CarPlay. No entanto, a interface e a qualidade dos materiais utilizados lembram-nos constantemente que estamos num veículo que privilegia o valor prático sobre a experiência premium.

Na condução urbana, o Torres EVX revela-se “civilizado”. A motorização elétrica proporciona uma resposta instantânea e silenciosa, características que se adequam perfeitamente ao trânsito citadino. A capacidade de submersão até 300 mm (a velocidades inferiores a 30 km/h) e o sistema de controlo de tração evidenciam a herança off-road da marca, embora na prática urbana estas características sejam mais tranquilizadoras do que necessárias.

A proposta de valor deste SUV sul-coreano assenta essencialmente na combinação entre design diferenciador, capacidades off-road genuínas e a garantia de sete anos ou 150 quilómetros.

Fora de estrada consegue honrar parcialmente as suas credenciais aventureiras. A tração integral e os diferentes modos de condução (Normal, Sport e Inverno) permitem alguma versatilidade em terrenos variados, embora seja evidente que este SUV está mais confortável em estradas alcatroadas do que em trilhos verdadeiramente desafiantes.

Com um preço de entrada na ordem dos 40 mil euros, o Torres EVX posiciona-se numa zona de combate particularmente competitiva. Comparado com o Tesla Model Y, oferece um design mais distintivo, mas uma tecnologia menos avançada. Face ao Skoda Enyaq, apresenta maior robustez visual, mas menor refinamento interior. Relativamente ao BYD Seal U, destaca-se pela herança SUV especializada, mas fica aquém em termos de inovação tecnológica.

A proposta de valor deste SUV sul-coreano assenta essencialmente na combinação entre design diferenciador, capacidades off-road genuínas e a garantia de sete anos ou 150 mil quilómetros. Para consumidores que procuram um SUV elétrico com personalidade própria e que não se importam de trocar algum refinamento por autenticidade, a equação pode fazer sentido.

O KGM Torres EVX não tenta ser mais do que é, mas também não consegue ser tudo aquilo que o seu design exterior promete. É como um ator de ação que descobriu ter talento para comédia romântica — funciona, mas não é exatamente aquilo que esperávamos quando comprámos o bilhete.

Para a KGM, este modelo representa um passo importante na construção da sua nova identidade pós-SsangYong. Consegue diferenciar-se num mercado saturado de SUV elétricos aparentemente iguais, oferecendo uma alternativa com caráter próprio. Contudo, para que o Torres EVX se torne numa escolha verdadeiramente competitiva, será necessário que futuras evoluções consigam alinhar melhor a promessa exterior com a experiência interior.

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Insurtech Mudey quer seguros de vida “acessíveis e adaptados às famílias portuguesas”

Ana Teixeira quer os seguros de Vida Risco a ir para além de apêndices aos créditos, o estudo promovido pela insurtech Mudey de que é CEO, aponta os caminhos para o tornar popular.

Um estudo agora revelado pela insurtech MUDEY dedicado ao Seguro de Vida Risco em Portugal, revelou lacunas no conhecimento dos portugueses. Frequentemente associado ao crédito à habitação, o Seguro de Vida “continua a ser pouco valorizado como instrumento de proteção financeira”, concluiu o estudo.

Para Ana Teixeira, cofundadora da Mudey, existe uma enorme oportunidade: “Tornar o Seguro de Vida mais compreendido, acessível e adaptado à realidade das famílias portuguesas”.

Realizado entre fevereiro e março de 2025, o inquérito mostra que apenas 58% dos inquiridos têm um Seguro de Vida, sendo que 53% admitem que o subscreveram apenas para cumprir com as exigências bancárias no acesso ao Crédito Habitação, sem ter em conta a sua utilidade como instrumento de proteção financeira do seu agregado familiar.

O estudo foi realizado com o objetivo de compreender o que impede ou motiva os consumidores a contratar um Seguro de Vida, e como torná-lo mais acessível, transparente e ajustado à realidade atual, principalmente no contexto de incerteza económica em que vivemos. Participaram 413 pessoas.

“Há muito espaço para crescer, principalmente se conseguirmos tornar a informação sobre seguros mais simples, acessível e transparente para todos. Quem está na linha da frente, como os distribuidores de seguros, têm um papel-chave neste desafio”, concluiu Ana Teixeira, cofundadora da Mudey, “este estudo mostra que existem não apenas desafios, mas uma enorme oportunidade para o setor: tornar o Seguro de Vida mais compreendido, acessível e adaptado à realidade das famílias portuguesas”.

20% admite desconhecer as coberturas do seu seguro de vida

Entre os principais dados identificados pelo estudo, destaca-se a baixa literacia financeira, com cerca de 20% dos participantes a admitirem desconhecer as coberturas incluídas no seu seguro, valor que sobe para 32% no caso de contratação através do canal bancário.

Por outro lado, 46% de quem não tem Seguro de Vida considera que este produto não é uma prioridade na sua vida pessoal. Isto demonstra que o valor acrescentado, trazido pelo Seguro de Vida, ainda não é totalmente percebido pelos consumidores.

O estudo evidencia também uma desconfiança significativa no setor segurador, traduzida numa preocupação recorrente quanto à efetividade e fiabilidade do pagamento de indemnizações em caso de necessidade.

Por fim, surge a necessidade clara de adaptação do Seguro de Vida à realidade atual do ciclo de vida dos portugueses, marcada por decisões como a compra de casa e a constituição de família em idades cada vez mais avançadas.

A adesão ao seguro revela ainda fortes disparidades socioeconómicas. Apenas 4 em cada 10 trabalhadores por conta própria têm este tipo de proteção, contra 7 em cada 10 entre trabalhadores por conta de outrém e empresários. Esta desigualdade é igualmente evidente quando se analisa o rendimento dos agregados familiares: a existência de um Seguro de Vida é significativamente inferior à média entre os que auferem menos de 2.000 euros por mês.

Para discutir os resultados e caminhos possíveis, será realizada uma mesa-redonda online no dia 28 de maio, às 10h, que reunirá três executivos no setor segurador: Ricardo Neves, Diretor de Parcerias da Zurich, Paulo Silva, Diretor Comercial da Prevoir e Mónica Nicolau, Diretora Comercial da April. A participação é gratuita, mediante inscrição no site da Mudey onde também poderá ser consultado o estudo.

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Zelensky pede determinação aos que procuram a paz após ataques russos

  • Lusa
  • 25 Maio 2025

O Presidente ucraniano condenou a série de ataques russos desta madrugada, que causaram pelo menos 12 mortos, e pediu determinação na pressão sobre a Rússia para pôr termo aos atentados e ao conflito.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou a série de ataques russos desta madrugada, que causaram pelo menos 12 mortos, e pediu determinação na pressão sobre a Rússia para pôr termo aos atentados e ao conflito. “Sem uma pressão realmente forte sobre os dirigentes russos, esta brutalidade não poderá ser travada. As sanções vão certamente ajudar“, escreveu Zelensky através das redes sociais, apelando aos Estados Unidos e aos países europeus e “a todos os que procuram a paz” que mostrem “determinação” em pressionar o homólogo russo, Vladimir Putin, para “terminar a guerra”.

Os apelos de Volodymyr Zelensky surgem após mais uma noite de ataques russos a várias regiões ucranianas, dos quais resultou a morte de pelo menos 12 pessoas, incluindo duas crianças e um jovem. “O mundo conhece as fragilidades da economia russa. É possível parar a guerra, mas apenas com a força necessária para pressionar a Rússia”, escreveu o Presidente ucraniano.

Volodymyr Zelensky afirmou ainda que “Putin deve ser obrigado a não pensar em lançar mísseis, mas sim em acabar com a guerra”, apelando a que a agressão russa não seja ignorada. “O silêncio dos Estados Unidos” e “o silêncio dos outros no mundo é a única coisa que encoraja Putin“, acrescentou.

Segundo os dados apresentados por Zelensky, a Rússia lançou 300 drones, a maioria do modelo Shahed, de fabrico iraniano, e quase 70 mísseis de diferentes tipologias.

O Presidente ucraniano classificou os bombardeamentos de “ataque deliberado contra cidades”, que visaram, entre outros, edifícios residenciais, nomeadamente uma residência universitária em Kiev, e instalações de empresas. “Infelizmente há vítimas mortais, incluindo crianças”, lamentou, apresentando as suas condolências e referindo que “todos e cada um destes ataques terroristas são razão suficiente para sancionar a Rússia”.

 

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Na publicidade, os mais velhos não entram. Uma oportunidade perdida para as marcas?

A população mais velha é uma minoria nos anúncios, embora tenha maior poder de compra e seja um segmento em crescimento. Como devem as marcas agir para cativar este target?

  • Este artigo integra a 14.ª edição do ECO magazine. Pode comprar aqui.

Até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos deverá atingir os 2,1 mil milhões e superar o de crianças com menos de 15 anos. Apesar da dimensão deste público-alvo, há uma sub-representação crónica deste grupo etário na indústria do marketing e publicidade. E mesmo quando surge nos anúncios, é de forma estereotipada. Mas esta pode ser uma oportunidade perdida para as marcas: esta ‘nova geração’ de mais velhos não só tem mais poder de compra, como é cada vez mais digital, e influencia as decisões de compra de gerações mais novas.

O público sénior tem sido negligenciado “por razões estruturais”, acredita Marta Castro. Uma delas passa pela falta de pessoas mais velhas nas equipas de marketing e publicidade, o que “significa que a maior parte das campanhas são criadas por pessoas que dificilmente entendem verdadeiramente as necessidades, desejos e expectativas de um grupo que responde em Portugal por 50% do consumo privado”, afirma a diretora de marca e marketing da Wells.

Visão partilhada por Mónica Chaves. O setor sempre foi “obcecado pela juventude”, com as pessoas mais velhas a representar uma minoria nas agências europeias, com menos de 10% dos trabalhadores com mais de 45 anos. Isto leva a que “a generalidade dos profissionais não se identifiquem com o target, não o compreendam e não percebam as suas necessidades e desejos”, comenta a CEO da Idade Maior, consultora que se foca no segmento sénior.

Existe ainda um “preconceito generalizado” na sociedade em relação ao envelhecimento, que se reflete na indústria da publicidade, onde está “enraizada” a ideia de que “é mais sexy falar para os jovens e mostrar corpos e rostos intocados”, refere Marta Castro. A responsável da Wells aponta ainda para um “medo infundado” de que comunicar para um público mais velho “possa alienar os consumidores mais jovens, o que não é necessariamente verdade”, exemplificando com a campanha da Wells sobre a menopausa, que “não só foi um sucesso como também ressoou entre as mulheres mais jovens”.

E mesmo quando presentes na publicidade, as representações dos mais velhos são “por vezes marcadas por paternalismo e idadismo”, com as quais “o core target não se identifica, não se reconhece, não se inspira e não estabelece uma ligação emocional”. “Não tocam o coração das pessoas mais velhas, pelo que não criam impacto nem engagement com as marcas e, consequentemente, não vendem”, alerta Mónica Chaves.

Mas este “idadismo” das marcas pode não só afastar a população mais velha como também os mais jovens. “A geração Z, por exemplo, é muito mais consciente em relação a questões de preconceito e estereótipo, e espera que as marcas sigam esses valores. Se uma marca insiste em ignorar estes consumidores ou reforçar estereótipos, isso pode ser prejudicial junto dos mais jovens”, indica Marta Castro.

Mais otimista, Alexandra Queirós, responsável de comunicação da Centromarca, acredita que embora haja caminho a percorrer, “as marcas estão a dar passos na direção certa, com a criação de linhas de produtos específicas para atender às necessidades dos mais velhos e na reformulação das estratégias de marketing para uma comunicação mais eficaz”. Mas “ignorar o poder de compra dos séniores, que estão cada vez mais conectados e informados, pode, de facto, ser um erro estratégico”, pois além da dimensão e da sua força de mercado, também influenciam as compras das gerações seguintes.

O que devem as marcas fazer?

A inclusão nas equipas de pessoas mais velhas que se identifiquem e compreendam este target é o primeiro conselho que Mónica Chaves deixa às marcas. É “urgente que as empresas detentoras de marcas adquiram um conhecimento aprofundado destas novas gerações”, diferentes das gerações mais velhas que as precederam, recomenda.

Aprofundar o conhecimento deste tipo de cliente é também o conselho de Marta Castro, que aponta para a necessidade de promover representações mais autênticas, pois “mostrar o consumidor atual é essencial para criar identificação com a marca”. Além de uma reavaliação dos públicos-alvo, Alexandra Queirós recomenda que as marcas “personalizem a oferta, com design acessível, embalagens convenientes e rótulos fáceis de ler” e “simplifiquem a experiência de compra, com tecnologias fáceis de usar, assistência humanizada e comunicação empática”.

Outros conselhos da Centromarca passam por as marcas se “posicionarem como promotoras de bem-estar e qualidade de vida, apoiando uma longevidade ativa e saudável, e adotarem um marketing inclusivo, combatendo estereótipos com imagens positivas e diversificadas do envelhecimento”.

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“Conversas de Risco”: F. REGO junta clientes para debater novos desafios globais

  • ECO Seguros
  • 25 Maio 2025

O evento exclusivo contou com Paulo Portas, ex-vice-primeiro-ministro. A corretora assegurou que a iniciativa — dada a forte adesão— “será, certamente, objeto de novas edições”. 

O Pestana Palácio do Freixo, Porto, recebeu a primeira edição das “Conversas de Risco”, iniciativa da corretora F. REGO que reuniu mais de uma centena de clientes para discutir as grandes tendências que impactam o setor segurador e a gestão de risco empresarial.

Paulo Portas, ex. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Vice-Primeiro-Ministro de Portugal: “Acho que o que se deve pedir aos governos em matéria económica é que não atrapalhem”.F. Rego

Num momento em que “vivemos tempos de instabilidade e incerteza, que acarretam novos riscos e ameaças”, o CEO da F. REGO, Pedro Rego, sublinhou que “é parte da nossa responsabilidade identificar e alertar os nossos clientes para este cenário, apontando soluções e mecanismos de mitigação”. A criação deste fórum, explicou, pretende “proporcionar a todos uma tarde de reflexão e discussão sobre a conjuntura nacional e internacional” com a contribuição de Paulo Portas, antigo Vice-Primeiro-Ministro e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.

O líder da corretora assegurou que a iniciativa — à luz da forte adesão e envolvimento da audiência — “será, certamente, objeto de novas edições”.

Paulo Portas fez uma análise do panorama económico global, lembrando que “as preocupações dominantes, em termos internacionais, são óbvias. Primeiro, um tempo de incerteza, e a incerteza tem custos económicos, porque adia decisões, porque retira confiança”. Entre os temas abordados, destacaram-se o impacto das guerras comerciais nas cadeias de valor e a necessidade de previsibilidade para as empresas.

Para o responsável político, o enfraquecimento da escalada tarifária norte-americana traz algum alívio, mas a volatilidade continua a exigir soluções de proteção adequadas: “Eu acho que o que se deve pedir aos governos em matéria económica é que não atrapalhem”. “Não gosto nada de ver governos a fixarem os preços e a fixarem as produções. Isso são economias planificadas, nunca resultaram em parte nenhuma”, referiu.

Quanto ao comportamento económico de Portugal, Paulo Portas considera que tem sido “melhor do que a média da Zona Euro”. “Eu acho que passadas as eleições é preciso, provavelmente, olhar para a realidade económica global, olhar para as projeções que já foram feitas tanto pelo FMI como pela Comissão Europeia. E adaptar o cenário macroeconómico de um ponto de vista realista”, assinala. Por um lado, o Fundo Monetário Internacional desceu a previsão de crescimento para Portugal, por outro o mesmo relatório coloca o país numa posição “muito cimeira em capacidade de atração de investimentos”.

“Portugal terá no próximo ano uma dívida pública inferior à média da zona euro, o que é um enorme caminho feito e um grande serviço às gerações futuras” — lembrou Paulo Portas, reforçando a relevância de políticas de mitigação de risco adequadas à nova conjuntura.

Paulo Portas acredita que é necessário fazer uma adaptação ao cenário macroeconómico. “Do ponto de vista das condições de estabilidade política, eu acho que há menos instabilidade depois de o povo ter falado, comparando com a situação anterior. Porque as oposições terão que ter muito cuidado da próxima vez que acharem que precipitar eleições é uma ideia boa. Porque podem ser penalizadas”.

O ex-ministro indica que há mais economias com interesse além da chinesa e americana. “Há muito mais economias emergentes interessantes, cujo contributo relativo para o crescimento até ao fim desta década é muito elevado. E, portanto, eu estaria muito atento a países emergentes e economias emergentes que são abertas e que podem ser importantes para, por exemplo, os nossos exportadores”

Retificação em 28 de maio de 2025: Por lapso de informação, referimos que esta iniciativa recebeu clientes e parceiros, quando foi apenas para clientes da F.Rego.

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+M

“A maior parte da desinformação tem origem interna”. Presidente do CESE diz que “é preciso vencer esta guerra cá dentro”

  • Lusa
  • 25 Maio 2025

 O Presidente do Comité Económico e Social Europeu (CESE), Oliver Röpke, assegurou que a maior parte da desinformação que afeta a União Europeia (UE) tem origem interna. 

O Presidente do Comité Económico e Social Europeu (CESE), Oliver Röpke, assegurou que a maior parte da desinformação que afeta a União Europeia (UE) tem origem interna. Em entrevista à agência Lusa, o responsável explica que parte da desinformação tem origem em países como a Rússia, Bielorrússia ou China, “mas a maior parte vem de dentro, tendo cada Estado diferentes formas de origem e disseminação de desinformação“.

Neste sentido, resolver a situação geoestratégica não significa vencer esta guerra, acima de tudo, é preciso vencer esta guerra cá dentro. Não se pode combater a desinformação dentro da UE e ignorar o que se passa fora da Europa”, pois na guerra da desinformação, “se não se jogar no mesmo campo de batalha pode perder-se“, reiterou Röpke.

O presidente do CESE destacou a forma como a UE e os estados-membros estão a combater este fenómeno, mencionando o Plano de Ação para a Democracia Europeia e a Lei dos Serviços Digitais (DSA), medidas que considera importantes, mas não suficientes. “É necessário ir mais longe e de mãos dadas entre a sociedade civil e os parceiros sociais”, defendeu.

Segundo o responsável, é necessário salvaguardar o espaço cívico e os direitos humanos, num momento em que um pouco por toda a Europa não há “apenas a desinformação, mas também o crescimento das sociedades muito polarizadas”.

Atualmente, na Europa vive-se num “ambiente de permanente desafio para os direitos humanos, tendo a luta contra a desinformação como prioridade chave”, pelo que é crucial o envolvimento da sociedade civil. Apesar disso, “a sociedade civil não pode vencer esta batalha se tomar apenas medidas legislativas, tem de haver um esforço conjunto”, uma mobilização de toda a sociedade e, ao mesmo tempo, de muitos parceiros sociais.

Assim, “o diálogo social e a negociação coletiva são também uma medida participativa, mesmo uma medida democrática, que serve para fortalecer a credibilidade e, no final, lutar contra a desinformação“. Nesta perspetiva de diálogo e cooperação internacional, Oliver Röpke destaca o combate da desinformação em países além da comunidade europeia, como no Brasil, afetado sobretudo pela desinformação ‘online’.

O Presidente do CESE concluiu com a ideia de que no caso brasileiro é necessário lutar em conjunto pelo reestabelecimento da sociedade civil e das estruturas de diálogo social.

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