Receita do Adicional ao IMI consignada à Segurança Social aumenta 10,9% em 2024

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

A receita deste Adicional ao Imposto Municipal sobre os Imóveis (AIMI) permitiu transferir para a chamada ‘almofada’ da Segurança Social um total de 139,48 milhões de euros no ano passado.

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) recebeu 139,48 milhões de euros do Adicional ao IMI em 2024, uma subida de 10,9% face ao ano anterior, segundo a Conta Geral do Estado (CGE).

Criado durante o primeiro governo liderado por António Costa, o Adicional ao IMI contempla taxas diferentes consoante o proprietário dos imóveis sejam um particular ou uma empresa, sendo a receita obtida consignada ao FEFSS, após deduções.

De acordo com os dados da CGE, publicada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), a receita deste Adicional ao Imposto Municipal sobre os Imóveis (AIMI) permitiu transferir para a chamada ‘almofada’ da Segurança Social 127,3 milhões de euros em 2022 e 125,8 milhões de euros em 2023.

Em 2024 a receita do AIMI aumentou, invertendo a queda registada um ano antes, permitindo transferir para o FEFSS mais 13,7 milhões de euros, num total de 139,48 milhões de euros. O Adicional ao IMI é pago anualmente, durante o mês de setembro, com base nos valores patrimoniais tributários (VPT) dos prédios que constem das matrizes em 01 de janeiro do ano a que imposto respeita.

Ao contrário do IMI, que visa cada imóvel separadamente, o Adicional incide sobre a soma do VPT dos prédios urbanos (incluindo terrenos para construção), exceto os prédios urbanos classificados como “comerciais, industriais ou para serviços” e “outros”. De fora do alcance deste imposto ficam ainda os imóveis que no ano anterior tenham estado isentos ou não tenham sido sujeitos ao pagamento do IMI.

Enquanto no caso das empresas a taxa do imposto é de 0,4%, para os particulares estão previstos três patamares de taxas: uma taxa de 0,7% sobre o valor patrimonial dos imóveis que exceda os 600 mil euros; outra de 1% quando o valor ultrapassa um milhão de euros; e uma terceira de 1,5% para os valores acima dos dois milhões de euros.

Os casais podem duplicar o valor isento em cada um dos patamares de taxas (para 1,2 milhões de euros, dois milhões de euros e quatro milhões de euros) caso optem e informem a AT de que querem ser tributados em conjunto. Já os imóveis detidos por entidades sujeitas a um regime fiscal mais favorável pagam uma taxa de 7,5%.

A receita total gerada pelo AIMI (antes de aplicadas as deduções) ascendeu a 147,9 milhões de euros em 2024, contra 145 milhões de euros em 2023.

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Sagres tenta definir o que é ser português em nova campanha. A conclusão é que “Somos o que nos vai na alma”

  • + M
  • 22 Maio 2025

Para dar vida à nova campanha, a pergunta “O que nos vai na Alma?” já tinha sido espalhada pela marca como teaser nas ruas, televisão e redes sociais.

A Sagres apostou na assinatura “Somos o que nos vai na alma” para a sua nova campanha. Mas esta é mais do que uma assinatura, funcionando também como “manifesto que define a riqueza da alma portuguesa“.

Afinal, “quem somos nós?” e “o que é isto de ser português?”. A Sagres andou à procura das respostas a esta questões, mas acabou por encontrar mais uma pergunta e mais profunda: “O que nos vai na alma?”.

Sem se deparar com uma resposta única, a marca mostra assim em campanha que o que vai na alma dos portugueses não tem de os afastar, mas sim unir. “Todos temos uma alma muito portuguesa onde cabem várias coisas ao mesmo tempo, às vezes até contraditórias, mas isso só nos torna únicos e especiais como povo“, refere-se em nota de imprensa.

Com criatividade da McCann, consultoria da Proud e produção da Playground, a campanha marca presença em televisão, digital e outdoor, com a música ‘Desfado’ de Ana Moura. O planeamento de meios é da Dentsu.

“A Cerveja Sagres é feita de orgulho, de memórias, de um património que une os portugueses. Mais do que uma cerveja, a Sagres faz parte da nossa cultura, tem alma portuguesa e sabor a casa. Com esta nova campanha, queremos mostrar e celebrar tudo o que nos torna únicos, como as tradições e contradições na forma como vivemos, sentimos e partilhamos todos os momentos. Porque esta Alma Portuguesa, Somos Nós!”, diz Catarina Ferraz, responsável de marketing da Cerveja Sagres, citada em comunicado.

Para dar vida à nova campanha, a pergunta “O que nos vai na Alma?” já tinha sido espalhada pela marca como teaser nas ruas, televisão e redes sociais, “desafiando todos a parar e pensar sobre o que somos”. O músico Carlão foi o responsável por abrir as portas ao lançamento da campanha com o manifesto “Alma Portuguesa”.

A “Alma Portuguesa” vai continuar presente ao longo do ano, através de ativações nos vários territórios onde a marca de cerveja atua, desde a música até ao desporto ou à cultura, “reforçando a forte ligação emocional da marca com os portugueses e todos os que escolhem o nosso país para viver ou visitar”.

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Membros da direção do PAN apresentam demissão em desacordo com liderança de Sousa Real

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

Anabela Castro e Nuno Pires justificam a sua saída com o "desacordo com o rumo atual da gestão interna do partido", alegando que o PAN deixou de ser "o espaço ético, respeitador coerente e plural".

Dois membros da comissão política nacional do PAN eleitos pela lista da atual líder, Inês de Sousa Real, demitiram-se desse órgão, acusando a direção de desrespeito pela democracia interna, centralização do poder e silenciamento dos críticos.

Os dois membros em causa são Anabela Castro e Nuno Pires, eleitos para a Comissão Política Nacional do PAN – órgão máximo de direção entre congressos – pela lista A, afeta à líder Inês de Sousa Real, e transmitiram a decisão através de um comunicado enviado no dia 18 de maio, pouco antes do fecho das urnas das eleições legislativas.

No comunicado, a que a Lusa teve acesso, Anabela Castro e Nuno Pires justificam a sua saída com o “desacordo com o rumo atual da gestão interna do partido”, alegando que o PAN deixou de ser “o espaço ético, respeitador coerente e plural que o diferenciava no panorama político nacional”.

“A direção atual (ou parte dela), revela uma visão demasiado autocentrada e autocrática, de quem não se responsabiliza pelos resultados, saídas e descontentamentos que o partido tem sistematicamente sofrido, optando em vez disso por criarem narrativas de traição e de abandono, com ataques a qualquer posição ou crítica divergente do atual status quo“, lê-se.

Anabela Castro e Nuno Pires acusam a direção de silenciar as divergências e atacar os críticos, lamentando que as reuniões da comissão política sejam um “pró-forma para cumprir calendário, onde a estratégia se centra em jogos de poder, mais do que nas causas”.

“O centralismo das decisões e a crescente marginalização de vozes críticas refletem uma deriva que consideramos grave e que mina a confiança de quem, como nós, acreditou que era possível fazer política de forma diferente. A nossa presença e participação nesta Comissão tornou-se, assim, insustentável”, acrescentam.

A nível interno, os dois membros apontam situações “inaceitáveis” de limitação do debate interno, destacando o curto de espaço de tempo – 12 horas – entre a aprovação do programa eleitoral de 2025 e a sua divulgação pública, “sem qualquer possibilidade real de análise e contributos como sempre se fez até então”.

Anabela Castro e Nuno Pires opõem-se também ao que dizem ser uma “obsessiva promoção e proteção da porta-voz” de Hugo Alexandre Trindade, líder da distrital do PAN no Porto, a quem é apontado um comportamento “intencionalmente incorreto com outros membros do partido, sem que tenha qualquer legitimidade ou posição que o justifique”.

Ao líder da distrital do Porto, são criticadas “observações/proferidas” a um elemento do partido de Santarém e a “mentira e omissão de reposição de verdade num chat da distrital do Porto” onde terá denegrido a imagem do deputado municipal de Matosinhos, Albano Lemos Pires.

Os dois membros criticam uma individualização das decisões por parte Inês de Sousa Real e Hugo Alexandre Trindade em “matéria que são da responsabilidade da CPP ou da CPN” como “contratações, definições de eventos ou tomadas de posição coletivas, sobrepondo-se aos órgãos e colocando em causa os princípios basilares do projeto político”.

No mesmo documento, Anabela Castro e Nuno Pires dizem que a direção evita a “auto-análise a auto-consciência crítica”, com a defesa da causa dos partidos a serem feitas “em função da ‘espuma dos dias’, de ilusões ou ‘graçolas de marketing”, de forma infantilizada e que, acrescentam, banaliza “a verdadeira natureza dos problemas”.

Contactada pela Lusa, a direção do PAN confirma a saída dos dois membros da comissão política nacional, a quem agradece o trabalho desenvolvido, e refere que “a renovação de membros é natural e parte integrante da vida democrática do partido. O partido convocou para este sábado uma reunião para abordar os resultados eleitorais e “dar continuidade ao processo de auscultação interna promovido por esta mesma direção”, lê-se na resposta.

Anabela Castro e Nuno Pires, contactados pela Lusa, recusaram prestar quaisquer esclarecimentos.

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“É um milagre dos Santos”, diz a Super Bock em campanha

  • + M
  • 22 Maio 2025

Patrocinadora das Festas de Lisboa e arraiais populares, a marca vai também estar presente em mais de 200 locais, entre arraiais, pontos de venda, ativações de marca e experiências.

Com junho e os Santos Populares à porta, a Super Bock — que volta a patrocinar as Festas de Lisboa, arraiais e marchas populares –, lança a campanha “É um milagre dos Santos”.

O intuito passa por celebrar “aquilo que realmente importa nesta altura do ano: estar com os amigos e aproveitar este evento único”, pelo que a campanha destaca aquilo que “só os Santos têm o poder de fazer”, como “juntar amigos que há muito não se veem, fazer dançar quem nunca dança e descobrir facetas novas entre os amigos”, refere-se em nota de imprensa.

Afinal, é graças ao Santos Populares que “até o amigo poupado paga rodadas”, o “amigo calado canta até ficar rouco” e o “amigo caseiro passa a noite fora”.

“A Super Bock é a marca da amizade e dos momentos partilhados. Estar nas Festas de Lisboa enquanto patrocinador oficial é estar onde a amizade acontece — sem filtros e de forma genuína –, com tudo o que faz dos Santos Populares uma celebração tão nossa e única. Queremos continuar a ser a cerveja que acompanha os reencontros, os abraços, os brindes e a alegria dos amigos“, diz Bruno Albuquerque, diretor de marketing cervejas e patrocínios do Super Bock Group, citado em comunicado.

Assinada pel’O Escritório, a campanha marca presença em social media, mupis, outdoor nas estações de metro, táxis e social media com o objetivo de “celebrar os Santos Populares enquanto evento único e agregador de todos os amigos na capital”. O planeamento de meios foi da Initiative.

A marca de cerveja vai também estar presente em mais de 200 locais da cidade de Lisboa, entre arraiais, pontos de venda, ativações de marca e experiências, sendo que a marca estará presente e integrada em diversas festas como no “Grande Arraial de Benfica”, nos “Santos à Campolide” ou nos arraiais de Caselas, CCPSE, São Miguel, ADCEO, Academia de Santo Amaro, Mouraria, Carnide, Bica, Os Pobrezinhos, Santa Catarina e dos Navegantes.

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BE em diálogo com Livre e PAN para “projetos de convergência autárquica” em Lisboa

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

Mariana Mortágua manifestou "inteira disponibilidade" para uma aliança à esquerda em Lisboa e indicou que "conversações estão neste momento em curso".

A coordenadora do BE revelou esta quinta-feira que o partido está em diálogo com o Livre e o PAN para apresentarem “projetos de convergência” nas próximas eleições autárquicas e manifestou “inteira disponibilidade” para uma aliança à esquerda em Lisboa.

Mariana Mortágua assinalou que no último ano o BE “promoveu um conjunto de reuniões com outros partidos da esquerda” e “desse diálogo nasceram conversas que já existem neste momento, com o Livre, com o PAN, para projetos de convergência autárquica, para poder eleger em todo o país vereadores à esquerda, e para poder combater a direita”.

Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma audiência com o Presidente da República na sequência das eleições legislativas de domingo, a líder bloquista indicou que “essas conversações estão neste momento em curso”.

“Nós apostamos nelas precisamente para dar essa força de união e de convergência, da mesma forma como mantemos a nossa inteira disponibilidade para em Lisboa conversar para uma alternativa que possa congregar todos os partidos à esquerda do Partido Socialista, e o Partido Socialista, para derrotar Carlos Moedas”, indicou.

Na quarta-feira, também após uma reunião no Palácio de Belém, o porta-voz do Livre pediu à esquerda uma “reflexão rápida” antes das eleições autárquicas.

Rui Tavares pediu à esquerda que “desperte”, vá “ao encontro das populações” nas autárquicas e faça tudo o que estiver ao seu alcance “para que haja, na maior parte das câmaras possíveis nas quais a extrema-direita ficou em primeiro, listas progressistas nas quais os eleitores progressistas e democráticos saibam que podem votar”.

A possibilidade de uma coligação pré-eleitoral entre PS, Livre, BE e PAN à Câmara Municipal de Lisboa tem sido falada há meses, ainda sem acordo fechado. A CDU terá candidato próprio, o comunista João Ferreira.

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Lucros dos bancos resistem à descida dos juros

Margem financeira dos maiores bancos caiu 8% no arranque do ano, mas lucros dos bancos ainda resistem à baixa das taxas de juro.

A redução das taxas de juro já está a afetar a margem financeira dos bancos, mas os lucros das cinco principais instituições financeiras em Portugal resistiram nos três primeiros meses do ano, estabilizando nos 1,22 mil milhões de euros em termos agregados.

Ainda assim, nem todos os bancos tiveram o mesmo nível de resistência. Por exemplo, Santander e Novobanco viram os seus lucros baixarem para 268,8 milhões e 177,2 milhões, respetivamente.

A Caixa e BCP mostraram estabilidade nos resultados graças à reversão de imparidades. E o BPI registou um lucro mais elevado agora do que há um ano porque contabilizou os dividendos de Angola neste primeiro trimestre (em vez de no segundo, como em 2024) e sem isso também teria observado uma descida do resultado.

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Os banqueiros estão a contar com “normalização” dos seus resultados devido à descida das taxas de juro. Desde o verão passado que o Banco Central Europeu (BCE) inverteu o rumo da política monetária e começou a baixar as taxas oficiais, condicionando a capacidade de os bancos obterem rendimentos mais elevados com empréstimos que concedem às famílias e empresas.

Por conta disso, a margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – já comprimiu nos três primeiros meses do ano: caiu quase 8% para 2,2 mil milhões de euros.

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Neste particular, o Santander foi o mais afetado: a margem caiu quase 20%. A Caixa teve uma redução da margem de 11%. No BPI e Novobanco, observaram-se quedas de 9% e 7%, respetivamente. O BCP foi o único dos grandes bancos que viu a margem subir, mas deve essa evolução positiva ao negócio na Polónia.

As comissões bancárias subiram para 630 milhões, o que acabou por atenuar um pouco a queda da margem financeira.

Por seu turno, os custos operacionais voltaram a subir: no BCP aumentou 10% com o CEO Miguel Maya a admitir que ainda está a sentir o impacto da inflação elevada dos últimos dois anos. A subida dos custos fez com que o rácio de eficiência se deteriorasse, mas a banca portuguesa mantém-se como das mais eficientes entre pares europeus com rácios cost-to-income abaixo dos 40%.

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Crédito perto dos 200 mil milhões

Para contrariar o impacto da descida das taxas de juro, os bancos esperam um aumento do negócio com mais crédito concedido à economia.

Os dados mostram que a carteira de empréstimos dos cinco maiores bancos em Portugal cresceu 5% e está perto da barreira dos 200 mil milhões de euros. Todos os bancos aumentaram as suas carteiras, com o Santander e a Caixa a destacarem-se com crescimento de 9% e 7%, respetivamente.

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Para dar suporte à concessão de crédito, os bancos contam com uma base de depósitos de 230 mil milhões de euros no final de março, mais 5,5% em comparação com março de 2024.

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Partidos foram a Belém falar de estabilidade, mas revisão constitucional roubou foco mediático

Marcelo acredita ser possível, pelo menos no horizonte mais próximo, estabilidade governativa. Debate sobre alterações à Lei Fundamental ganhou tração com anúncio da IL.

Marcelo Rebelo de Sousa abriu esta semana as portas de Belém para receber a primeira ronda de conversas com os partidos com assento parlamentar sobre os resultados das eleições legislativas antecipadas de domingo, que deram a vitória à AD, uma subida vertiginosa ao Chega e uma derrota histórica ao PS. O foco dos contactos do Presidente da República foi a estabilidade da solução governativa, mas uma eventual revisão da Constituição roubou as atenções.

Na terça-feira, PSD, PS e Chega foram recebidos por Marcelo Rebelo de Sousa, que ao final do dia se mostrou confiante em estabilidade. “Vamos ter estabilidade”, disse o chefe de Estado em declarações aos jornalistas, considerando que “correu bem, qualquer das três” audiências. “Vamos ver, isto continua. Os três [PSD, PS e Chega] continuam para a semana”, vincou.

Se nesse dia Luís Montenegro saiu do encontro sem declarações aos jornalistas, esta quinta-feira, o seu parceiro de coligação, CDS-PP, foi vocal sobre a prioridade em cima da mesa: “A formação do Governo“.

“Portugal não quis instabilidade e crise política e deseja agora estabilidade e um Governo a continuar a resolver os problemas dos portugueses”, afirmou Nuno Melo em declarações aos jornalistas. O presidente dos centristas defendeu que “não há dúvida nenhuma sobre quem ganhou este campeonato” das eleições, apelando à responsabilidade da oposição para que permita ao Executivo prosseguir a implementação de um projeto “irresponsavelmente interrompido”.

O líder demissionário do PS, Pedro Nuno Santos, ainda marcou presença na reunião de terça-feira em Belém, mas a reunião foi sobretudo “de despedida.

“Desejo que a situação política estabilize rapidamente e que o país possa fazer o seu caminho”, afirmou o socialista à saída do encontro que durou apenas 15 minutos. O Presidente da República espera agora a decisão que sairá da reunião da Comissão Política Nacional do PS no sábado para aferir as condições de governabilidade do Executivo de Luís Montenegro, sem maioria absoluta.

Numa altura em que a AD não assumiu qualquer parceiro preferencial, a “estabilidade” é promessa do líder do Chega, que reclama para si o título de líder da oposição. “O país não precisa de mais eleições, o país não quer mais eleições, o país precisa de um rumo e uma ordem. Procuraremos ser um farol de estabilidade, mas não a qualquer custo”, disse André Ventura, em declarações aos jornalistas à saída do encontro, traçando três linhas.

“A luta contra corrupção é um pilar fundamental da nossa ação política. O combate a um país de portas abertas e a uma imigração descontrolada é um pilar fundamental. E o combate à subsidiodependência que tem destruído grande parte do tecido social, atribuindo subsídios a quem não precisa deles, permitindo que algumas minorias vivam à conta de subsídios e à custa de quem trabalha são linhas que nos separam dos dois partidos principais do sistema português”, elencou.

O tema da estabilidade estendeu-se também ao segundo dia de audiências. Na quarta-feira foi a vez da Iniciativa Liberal (IL) ser recebido por Marcelo Rebelo de Sousa. O partido que durante a campanha eleitoral chegou a sinalizar terem existido contactos com a AD sobre uma eventual coligação pós-eleitoral, acabou por afastar o cenário ainda na noite de domingo, após serem conhecidos os resultados.

À saída do encontro em Belém, o líder dos liberais, Rui Rocha, revelou que não tem mantido contactos com o primeiro-ministro reeleito, Luís Montenegro, e que o partido irá viabilizar as medidas que considere adequadas, mas defendeu que é um partido responsável.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

Revisão da Constituição ‘rouba’ cena

Após o encontro com o Presidente da República, Rui Rocha anunciou que o partido irá apresentar um projeto de revisão constitucional, para retirar peso ao papel do Estado na economia, tal como já fez em anteriores legislaturas. “A IL apresentará um projeto de revisão constitucional. Não é um ajuste de contas com a história, é uma oportunidade de futuro para que todos se reconheçam numa Constituição que traz mais liberdade e tem menos pendor ideológico”, afirmou o líder dos liberais aos jornalistas.

Na legislatura da maioria absoluta de António Costa, o Parlamento iniciou um processo de revisão constitucional, interrompido em novembro de 2023 após o anúncio de dissolução do Parlamento. Na ocasião, a IL apresentou uma proposta na matéria com a qual queria retirar “carga ideológica à Constituição”. Para abrir o processo de alteração à Lei Fundamental é necessário dois terços da Assembleia, algo que a direita toda junta agora tem.

O CDS-PP salientou que “quando chegar o tempo” o partido “terá uma posição que será pública, desde logo a partir do seu grupo parlamentar“, mas considerou que “é um direito dos deputados”. No entanto, Nuno Melo recordou que, em 1986, o CDS-PP foi “o único partido que votou contra a Constituição por ser marcadamente ideológica“.

O tema mereceu críticas à esquerda. “Seria muito importante que o senhor primeiro-ministro, ao ser indigitado, e que será, naturalmente, Luís Montenegro, da AD, que desse sinais de que esta legislatura não é uma legislatura para fazer uma revisão constitucional”, disse o porta-voz do Livre, Rui Tavares, em declarações aos jornalistas à saída da audiência em Belém.

“A IL disse para não estarmos com papões e hoje a IL apresentou um projeto de revisão constitucional a seguir a umas eleições extremadas. Já sabíamos que a IL gostava de motosserras, agora percebemos que gosta de mandar gasolina para o fogo com uma Assembleia da República, na qual é possível uma maioria apenas com a direita ou a extrema-direita ao contrário de outras revisões que contaram com o consenso de setores da direita e da esquerda”, argumentou.

Esta quarta-feira, embora admita que “é sempre possível melhorar o texto constitucional”, o secretário-geral do PCP defendeu que “é preciso é que a Constituição todos os dias se concretize na vida das pessoas, no trabalho, na saúde, na habitação, no direito das pessoas”.

“Precisamos de um caminho de uma alternativa deste caminho, não para alterar a Constituição, mas para que seja uma realidade na vida de cada um. Se aqueles que estão tão preocupados e empenhados em alterar a Constituição se empenhassem na sua concretização a vida da maioria dos que vivem no nosso país”, afirmou à saída da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, que durou mais de uma hora.

Ainda à esquerda, o Bloco de Esquerda (BE) também se mostrou contra a ideia. “Venha de um partido como a IL, que quer acabar com os serviços públicos, ou venha de um partido como o Chega, que quer acabar com liberdades individuais, parece-me que temos todos razões para preocupar, porque são as nossas liberdades coletivas e individuais que estão em risco”, disse a líder bloquista à saída do encontro em Belém.

Para Mariana Mortágua, “nenhuma outra resposta que não fechar as portas a uma revisão da Constituição, travá-la, lutar por todos os democratas por todas as pessoas que em Portugal gostam do Estado Social” existe.

O Presidente da República ainda irá receber na sexta-feira o PAN e o JPP, no rescaldo das eleições legislativas. A AD venceu com 32,1% dos votos, a que se somam mais 0,62% dos três deputados eleitos pela coligação PSD/CDS-PP/PPM nos Açores. Quando falta atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, o PS é o segundo partido mais votado, com 23,38% dos votos, com 58 deputados, os mesmos que o Chega, que tem menor votação, 22,56%.

Segue-se a IL, em quarto lugar, com 5,53% dos votos e nove deputados, e o Livre, com 4,2% e seis parlamentares. A CDU, com 3,03% dos votos elegeu três deputados, enquanto o BE com 2% e o PAN com 1,36% elegeram uma deputada cada. O JPP, da Madeira, entrou no parlamento com 0,34% dos votos em termos nacionais e um parlamentar.

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Rui Moreira concorda com petição para suspender segunda fase do metrobus do Porto

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

O autarca do Porto diz que não se justifica ter uma "via que acabaria com uma das ciclovias que é mais utilizada pelas pessoas, não apenas para bicicletas, mas também para andar a pé".

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira afirmou esta quinta-feira concordar com a petição para suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.

Em declarações à margem da abertura da Feira de Artesanato de Castilla-La Mancha, no Largo Amor de Perdição, o autarca afirmou ter recebido com agrado a petição anunciada pelo primeiro subscritor e candidato do PSD/CDS à Câmara do Porto, Pedro Duarte, em que pede “ponderação antes de avançar com a segunda fase” da obra pois “implica uma alteração (…) irreversível” da zona da Avenida da Boavista onde está projetado ser implantado.

“Isto corresponde exatamente aquilo que temos vindo a insistir junto do Metro do Porto, que não se justifica ter uma via dedicada no centro, que acabaria com uma das ciclovias que é mais utilizada pelas pessoas, não apenas para bicicletas, mas também para andar a pé. Parece-me perfeitamente razoável”, acrescentou Rui Moreira.

Neste contexto, prosseguiu o autarca independente, parece-lhe “muito avisado” o lançamento da petição, defendendo “que a população, sejam candidatos, seja quem for, se envolva nisto”.

“Naturalmente, esta é uma altura de candidaturas autárquicas, e portanto, é importante também que este tema seja debatido na cidade”, insistiu.

Também questionado pela Lusa sobre a posição do candidato independente à Câmara Municipal do Porto Nuno Cardoso, que considerou “o gesto” de Pedro Duarte, atualmente ministro dos Assuntos Parlamentares, “no mínimo desconcertante” e um “exercício de contradição”, argumentando que “o ministro, que até agora nunca se pronunciou publicamente sobre o avanço da obra – mesmo quando a primeira fase já decorria há anos – desperta agora para criar uma petição… contra o seu próprio governo”, Rui Moreira começou por lembrar que o projeto não é deste Governo.

“Se neste momento as pessoas se mobilizam em campanha eleitoral, é ótimo. Agora, se estão em desafio com o Governo ou não, isso não compreendo, essa é uma análise que não me compete fazer. Eu sou presidente de Câmara, não me compete fazer. Olho mais para isto como um movimento de cidadania, mas também é para isto que servem as eleições autárquicas”, disse.

Lembrando estar no final do seu último mandato, Rui Moreira afirmou ser “bom que quem venha a jogo diga o que pensa sobre a cidade e consiga mobilizar, principalmente nesta altura em que as pessoas estão mais atentas, aquilo que é vontade dos cidadãos”. No mesmo ímpeto, o autarca retomou críticas à administração da Metro do Porto para dizer que o veículo experimental prometido para estar a circular no canal do metrobus no princípio de maio, ainda não foi visto.

“Para a população ficar tranquila, fazia mais sentido perceber como funciona e (…) só depois iniciar a segunda fase”, sublinhou o autarca, que, sobre o mesmo tema, fez outro reparo, nomeadamente a questão do abastecimento a hidrogénio dos futuros autocarros.

Segundo Rui Moreira, a central de produção de hidrogénio que está a ser construída em instalações da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) “não vai estar pronta seguramente nos próximos 10 meses, ou seja, para conversa séria, no próximo ano”, o que obrigará que a “energia verde para esses autocarros vai ter que vir, provavelmente, de Sines, por terra”.

“Também por essa razão parece-nos que faria todo o sentido pôr a primeira fase a funcionar (…) corrigir aquilo que tenha que ser corrigido, (…) ter a formação do pessoal da STCP que vai ter que operar aqueles autocarros, (…) e quando estiver em velocidade de cruzeiro (…) então sim iniciar a segunda fase”, insistiu.

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Ações da Impresa disparam 19%. É a sessão mais movimentada em quatro anos

  • + M
  • 22 Maio 2025

O movimento acontece no momento em que se fala de possíveis mudanças acionistas no grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão. O grupo Jerónimo Martins nega "alegado investimento num grupo de media".

Os títulos da Impresa dispararam hoje 19%, para um fecho nos 14 cêntimos. Este é o valor de encerramento mais alto em perto de um ano. Porém, mais significativo que o preço de fecho é o volume, que está fora do padrão habitual para as ações da dona da SIC e do Expresso.

Trocaram hoje de mãos 1,86 milhões de ações. É preciso recuar até abril de 2021 para ver um dia mais movimentado. Os negócios desta quinta-feira viram trocar de mãos cerca de 2,3% das ações dispersas, o free-float. Ainda assim, estamos a falar de um valor total de menos de 240 mil euros.

O movimento acontece no momento em que se fala de possíveis mudanças acionistas no grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão. Contactado pelo +M, o grupo Jerónimo Martins, que se tem especulado que possa entrar na estrutura acionista, “desmente categoricamente notícias que andam a circular sobre um alegado investimento num grupo de media”. A resposta dada na última semana, e reiterada esta quinta-feira, é válida para todas as empresas do grupo dono do Pingo Doce e do Recheio. Também contactada, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos, acionista maioritária no grupo Jerónimo Martins, não comenta um eventual interesse no grupo dono da SIC.

O movimento de subida das ações da Impresa começou no dia 13 de maio. Contactada pelo +M, o grupo não comenta os eventuais motivos.

A dona da SIC e do Expresso, recorde-se, terminou o ano de 2024 com prejuízos de 66,2 milhões de euros. O número reflete uma perda, a título de imparidade, do goodwill da SIC.

Em 2024, considerou-se que o ativo SIC, pelos resultados obtidos no último triénio, e tendo em conta as tendências do mercado onde se insere, perdeu valor e deixou de valer tanto como está registado contabilisticamente. Tendo sido revistos os pressupostos-chave utilizados nos testes de imparidade destes negócios, determinou-se uma perda por imparidade de goodwill no montante de 60,7 milhões de euros. Note-se que este valor também inclui uma imparidade que resulta da avaliação da Infoportugal, num valor naturalmente inferior ao da SIC”, explicava ao +M Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo.

“Importa salientar que, pela sua natureza, estas imparidades têm cariz meramente contabilístico e não têm impacto na atividade operacional do Grupo, nem comprometem a sua tesouraria“, assegurava.

O resultado líquido ajustado, sem essa perda de imparidade, foi de 5,5 milhões de euros negativos, um aumento de 176,5% das perdas na comparação com o ano de 2023. Este inclui, explicava a Impresa, o reforço do valor das provisões em aproximadamente 5,3 milhões de euros, na sequência da evolução dos processos judiciais em curso intentados contra o Grupo e da aferição dos respetivos riscos e responsabilidades.

O EBITDA do grupo situou-se em 18,4 milhões de euros (uma melhoria de 19,5%) e o EBITDA recorrente, ajustado dos custos de reestruturação e de indemnizações pagas e recebidas, foi de 15,6 milhões de euros. O agravamento dos resultados financeiros decorre não apenas da subida das taxas de juro, mas também dos custos de lançamento das Obrigações SIC 2025-2028.

A dívida remunerada líquida registada no final de 2024 foi de 130,9 milhões, um acréscimo de 13,3% em relação ao ano anterior.

 

(notícia atualizada às 21h30)

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Coindu justifica despedimento coletivo e lay-off com “grave situação de crise”

  • Lusa
  • 22 Maio 2025

A empresa justifica o lay-off de 237 trabalhadores e o despedimento coletivo de 123 com a “crise automóvel na Europa", que implica uma "readaptação, reajuste e reestruturação".

A Coindu justificou a sua decisão de avançar com o despedimento coletivo de 123 trabalhadores e o lay-off de 237 com a “grave situação de crise” que enfrenta neste momento.

Num comunicado, a empresa confirmou, como já tinha noticiado a Lusa, que “deu início a dois procedimentos de reestruturação organizativa”, nomeadamente um de lay-off, que abrangerá aproximadamente “237 trabalhadores, com a duração inicial de seis meses”, e um “despedimento coletivo”, de cerca de 123 trabalhadores, “dada a inexistência de alternativas por força da atual e projetada redução de atividade”.

Segundo a empresa de componentes têxteis para o setor automóvel, a “crise automóvel na Europa é conhecida e decorre de uma confluência de fatores económicos (forte recessão económica e consequente incerteza de mercado), ambientais e regulatórios (veículos elétricos e o seu elevado custo), tecnológicos e geopolíticos (barreiras comerciais e tarifas)”.

A empresa disse depois que a situação afetou, “desde o início do ano, mais de duas centenas de trabalhadores, em média, por mês, que embora dispensados da prestação de trabalho, mantiveram a retribuição por inteiro”. Uma situação que, afirmou, “não é comportável por mais tempo, obrigando a que a administração da Coindu se veja forçada a tomar medidas de combate à grave situação de crise empresarial, de modo a prover pela respetiva sustentabilidade e viabilidade”.

Segundo o grupo, estas medidas têm “necessariamente de passar pela readaptação, reajuste e reestruturação da atividade produtiva” da empresa, ou seja, pela redução de pessoal.

Na mesma nota, a “administração da Coindu nota e faz notar que a implementação das referidas medidas foi prévia e devidamente dada a conhecer aos trabalhadores e respetivos representantes”, apontando a sua “firme intenção” de que “ambos os procedimentos decorram com a maior transparência e serenidade” e prometendo aos trabalhadores que “serão prestadas todas as informações e esclarecimentos”.

Na quarta-feira, Francisco Vieira, do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, disse à Lusa que os processos de lay-off e despedimento coletivo foram comunicados na segunda e na terça-feira, tendo a administração considerado que se trata de uma “inevitabilidade”.

“Alegam a crise no setor automóvel e a consequente falta de encomendas. Dizem que aguentaram até ao limite, mas que agora não dá mais”, referiu então o dirigente sindical. Segundo Francisco Vieira, a Coindu conta atualmente com 1.170 trabalhadores em Famalicão. O sindicalista acrescentou que a empresa pretende este ano ter uma disponibilidade de entre 800 e 825 trabalhadores.

Em 2026, esses números deverão subir para 950 a 1.050 trabalhadores. “São notícias muito violentas, há muita revolta e descontentamento, muita gente a sofrer por dentro”, disse Francisco Vieira, sublinhando que os visados serão essencialmente os mais novos na empresa, cujos despedimentos “ficarão, obviamente, mais baratos”.

Disse ainda que os problemas na Coindu começaram na pandemia de covid-19. Em finais de 2024, a Coindu fechou a fábrica que tinha em Arcos de Valdevez, deixando sem emprego 350 trabalhadores. Segundo Francisco Vieira, a empresa terá aberto “há meia dúzia de meses” uma fábrica na Tunísia, transferindo para lá parte da sua produção. Em 2022, entre Arcos de Valdevez e Vila Nova de Famalicão, a Coindu empregava 2.100 trabalhadores.

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Empresa autónoma ou marca da americana Carrier? “Integração ainda está numa fase inicial”, diz Addvolt

Novos donos de Palm Beach deram apenas garantias da passagem dos 65 trabalhadores para o grupo internacional e de crescimento "nos próximos meses", sobretudo nas áreas de engenharia e suporte.

A empresa portuguesa Addvolt, que é um caso de sucesso mundial na área das baterias para camiões de frio, está a ser integrada no grupo norte-americano Carrier, mas o futuro da sua estrutura permanece incerto. A garantia é que a gestão se mantém nacional durante a fase de transição e todos os 65 colaboradores passam a fazer parte da multinacional, continuando a trabalhar a partir da sede em São Mamede de Infesta.

Fonte oficial da Addvolt diz ao ECO que existem “planos para crescer nos próximos meses”, sobretudo nas áreas de engenharia e suporte internacional, contribuindo para o desenvolvimento da divisão de Soluções de Climatização para Transporte da Carrier, sediada em Palm Beach.

Questionada sobre se o plano dos novos donos é manter a empresa autónoma ou funcionar como uma marca do grupo internacional, a Addvolt referiu apenas que está “ainda numa fase inicial do processo de integração”.

Continuamos comprometidos com uma integração suave e com a entrega de soluções inovadoras e um serviço de excelência aos nossos clientes”, garantiu, sem se comprometer com quaisquer hipóteses.

Bruno Azevedo continuará a liderar a equipa da Addvolt durante a integração na Carrier”, refere a Addvolt. O gestor português está a reportar a Victor Calvo, vice-presidente e diretor-geral da Carrier Transicold Truck Trailer International. Na aquisição que a Carrier fez antes desta, a do grupo alemão Viessmann, a liderança confirmou no mesmo dia que a empresa se manteria como um “family business independente”, o que não aconteceu neste caso.

A estratégia de investimento na operação em Portugal também permanece uma incógnita, mas espera-se a continuação da aposta num negócio no qual a Carrier reconhece “um grande valor” tanto em termos de tecnologia como de talento. “Esperamos um apoio contínuo à inovação, desenvolvimento de talento e oportunidades de expansão como parte da estratégia de longo prazo da Carrier”, referiu.

Fundada em 2014 na Área Metropolitana do Porto, a Addvolt tem cerca de seis dezenas de trabalhadores, vendas anuais de 8,21 milhões de euros para mais de 20 mercados e resultados de 1,40 milhões de euros (2023). Tornou-se conhecida e atraiu o interesse de investidores estrangeiros por ter criado o primeiro sistema elétrico plug-in do mundo para o setor do transporte comercial refrigerado, que permite aos camiões frigoríficos, que carregam frutas, legumes, flores, vacinas ou até semicondutores, trabalharem sem necessidade deu um motor a diesel.

No podcast Liga dos Inovadores, gravado antes da aquisição, Bruno Azevedo falou sobre a importância e os primórdios do negócio que criou a partir das salas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. “Costumo dizer que a nossa empresa nasceu de três ingredientes: a ignorância, a coragem e o compromisso”, contou o CEO e engenheiro eletrotécnico. E deixou um desafio aos ouvintes: “Imaginem o motorista a dormir dentro do camião e o motor a diesel a roncar para refrigerar”.

Bruno Azevedo recordou que a história da empresa – ainda antes de ser uma spin-off – começou no momento em que se apercebeu da problemática que significava este ronco e quis, com os colegas de curso, desenvolver uma alternativa. Mais tarde, em plena pandemia, os fundadores – Bruno Azevedo e Rodrigo Pires – foram nomeados pela revista Forbes para o ranking dos 30 melhores talentos europeus com 30 anos de idade ou menos.

A Carrier, através do braço de capital de risco, tinha uma participação minoritária de 10% na Addvolt e, dada a boa performance do investimento, acabou por aumentar a posição para 100%. Só entre 2021 e 2022, a Addvolt viu o volume de negócios quase duplicar para 9,7 milhões de euros.

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Lucro da Altri afunda quase 65% até março

  • ECO
  • 22 Maio 2025

A Altri aponta a política tarifária da administração Trump como a causa do abrandamento da procura por pasta.

A Altri teve um lucro de 7,6 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, menos de metade que os 21,6 milhões registados em período homólogo. A empresa explica a queda de 64,7% nos resultados líquidos com a incerteza na procura por pasta causada pelas tarifas anunciadas pela administração Trump, de acordo com o comunicado enviado ao mercado.

Entre janeiro e março, o grupo atingiu receitas de 203 milhões de euros, menos 8,6% face ao mesmo período do ano passado. “Variação é explicada por um nível de preços médios de pasta inferior, resultado das condições menos favoráveis que já se sentiram no mercado global na segunda metade de 2024”, indica a nota da empresa publicada no site da Comissão do mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) caiu 41,2%, para os 29,4 milhões no arranque do ano, devido às “condições de mercado menos favoráveis”. Mas não só. A Altri aponta ainda um “contexto mais desafiante da Celbi no 1T25 relacionado com o incidente temporário na turbina de cogeração e também do ramp-up da conversão de BHKP para pasta solúvel (DP) na Biotek”. Com a turbina da Celbi a reiniciar no final de março, a empresa acredita na “normalização dos níveis de eficiência operacional”.

Por outro lado, as mudanças da política tarifária dos EUA causaram incerteza no setor de pasta global, revertendo o dinamismo sentido no início do ano à boleia da China.

Os resultados financeiros também se deterioraram, com os resultados financeiros a atingirem os -7,9 milhões, o que compara com -4,7 milhões no período homólogo. “A deterioração dos resultados financeiros decorre essencialmente da evolução menos favorável das diferenças de câmbio no trimestre”, justifica a empresa em comunicado.

“O ano de 2025 arrancou sob o signo da incerteza, motivado pela política de tarifas imposto pela administração norte-americana, com sucessivos avanços e recuos”, começa por dizer o CEO José Soares de Pina, numa mensagem no relatório. O líder da papeleira refere que “este sentimento afeta toda a cadeia de valor nos diversos mercados, com especial ênfase para o mercado chinês, um mercado relevante para a indústria de fibras celulósicas”.

José de Pina nota que, “no primeiro trimestre, verificamos um aumento da procura de fibras celulósicas no mercado, com a pasta Hardwood, mais relevante para o Grupo, a crescer perto de 5% e com o nível de stocks nos portos a normalizarem”.

No entanto, “apesar dos anúncios de aumentos nos mercados internacionais, a média de preços no primeiro trimestre do ano ainda está 5% inferior à registada no primeiro trimestre de 2024. Este fator, conjugado com um nível de produção e volumes vendidos ligeiramente inferior, resultou numa redução de receitas totais do Grupo de 8,6% face aos primeiros três meses do ano passado”, explica.

A dívida líquida do grupo Altri atingiu 211 milhões no final de março de 2025, uma ligeira redução face aos 213,6 milhões registados no final de dezembro de 2024.

Em termos de perspetivas futuras, a papeleira destaca que, “dada a situação de maior incerteza económica global, nomeadamente na China, acreditamos que o nível de preços da pasta BHKP (pasta de eucalipto branqueada de fibra curta) estará sob pressão no curto prazo“.

“Uma clarificação da situação final das tarifas a aplicar pelos EUA deverá contribuir para retomar um contexto que continuamos a acreditar que seja positivo para o setor nos próximos três anos“, remata a empresa.

(Notícia atualizada às 19h15)

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