Putin assina decreto que alarga as possibilidades de uso de armas nucleares

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

Assinatura do decreto surge depois de Biden autorizar a Ucrânia a atacar o território russo com mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA.

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou esta terça-feira o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com os mísseis de longo alcance. A assinatura do decreto ocorre quando se assinalam mil dias da ofensiva contra a Ucrânia.

O “documento de planeamento estratégico” inclui a “posição oficial sobre a dissuasão nuclear”, “define os perigos e ameaças militares contra os quais se pode atuar com dissuasão nuclear” e garante uma resposta à “agressão” de “um potencial inimigo”, quer contra a Rússia, quer “contra os seus aliados”.

O decreto, publicado no portal de documentos legais das autoridades russas, visa “melhorar a política estatal no domínio da dissuasão nuclear” e contempla a sua entrada em vigor a partir da mesma assinatura de Putin.

Presidente russo, Vladimir PutinLusa

Putin advertiu, no final de setembro, que o seu país já poderia usar armas nucleares no caso de um “lançamento massivo” de ataques aéreos contra a Rússia e que qualquer ataque realizado por um país não nuclear, como a Ucrânia, mas apoiado por uma potência com armas atómicas, como os Estados Unidos, poderia ser considerado uma agressão “conjunta”, exigindo potencialmente o uso de armas nucleares.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a atacar o território russo com mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos, divulgou a imprensa norte-americana no domingo.

Os mísseis norte-americanos, com um alcance máximo de várias centenas de quilómetros, permitirão à Ucrânia atingir os locais de logística do exército russo e os aeródromos de onde descolam os bombardeiros.

Os mísseis ATACMS fornecidos pelos Estados Unidos deveriam ser inicialmente utilizados na região fronteiriça russa de Kursk, onde soldados norte-coreanos foram destacados para apoiar as tropas russas, segundo a imprensa dos Estados Unidos, citando funcionários norte-americanos que falaram sob anonimato.

A decisão de Washington de autorizar a Ucrânia a utilizar estes mísseis foi uma reação à presença do destacamento de tropas norte-coreanas, segundo as mesmas fontes.

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Turistas podem ser “instrumento essencial para a coesão nacional”. Siga aqui a Local Summit

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

Municípios com os maiores valores de PIB per capita do país e alguns dos que mais dificuldades enfrentam encontram-se hoje na 1.ª Local Summit, acompanhados pela academia, turismo e especialistas.

A 1.ª Local Summit, organizada pelo ECO/Local Online, realiza-se esta terça-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, reunindo 14 autarcas, a academia, empresas e entidades relevantes para a organização do país.

O fórum do poder local vai discutir Retenção e atração de talento, smart cities, marketing territorial, dinamização da atividade empresarial, a relevância das autarquias nas novas dimensões do turismo e os desafios do interior. O debate será acompanhado ao longo do dia com cobertura editorial em tempo real aqui.

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“Mentoria e formação dos gestores podem ajudar a aumentar a produtividade”. Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Os portugueses trabalham, em média, 38,4 anos. É esse o valor que dá título a este podcast que se debruça em entrevistas quinzenais sobre os temas mais quentes do mundo do trabalho.

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A formação tornou-se num tema quente, numa altura em que o mercado de trabalho está em transformação. E desengane-se quem ache que é útil apenas aos empregados. Neste episódio do podcast “Trinta e oito vírgula quatro”, Pedro Brito, CEO da Formação Executiva da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE), defende que a combinação entre mentoria e formação dos gestores pode ajudar (e muito) a aumentar a produtividade das empresas e, à boleia, da economia nacional.

“Esta combinação entre mentoria e formação pode ajudar a aumentar a produtividade, se os gestores tiverem a coragem de ter ambição”, sublinha o responsável, que diz estar hoje a fazer, em simultâneo, um mestrado e um doutoramento em duas instituições distintas.

Também neste episódio recebemos o advogado David Carvalho Martins, da DCM Littler, sobre o que a lei do trabalho prevê sobre a formação contínua: quantas horas, em que condições e, afinal, o que acontece a esses créditos quando um trabalhador sai da empresa.

O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.

Estamos a viver mais, mas, à boleia, também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?

Neste mês de novembro, vamos explorar essa questão do ponto de vista da formação.

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“ChatGPT português” anunciado por Montenegro vai chamar-se Amália

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

O grande modelo de linguagem (LLM) de inteligência artificial português vai chamar-se Amália e a sua versão final será lançada em 2026, avança o líder do Centro para a AI Responsável.

O grande modelo de linguagem (LLM) de inteligência artificial (IA) português anunciado pelo primeiro-ministro na semana passada vai chamar-se Amália e a sua versão final será lançada em 2026, avança, em entrevista à Lusa, o presidente executivo (CEO) do Centro para a AI Responsável.

Em 11 de novembro, na noite de abertura da Web Summit, Luís Montenegro tinha anunciado o lançamento, no primeiro trimestre do próximo ano, de um LLM (Large Language Model) em português.

O projeto envolve o Centro para a AI Responsável, da qual Paulo Dimas é CEO, e os centros de investigação, a Nova FCT e o Instituto Superior Técnico.

A primeira versão “não será uma versão perfeita”, mas antes “beta, inicial, para começar a ter feedback e, ao longo do tempo, vai sendo melhorada”, diz Paulo Dimas, adiantando que se trata de “um projeto a 19 meses”. A versão final “será lançada só em 2026”, acrescenta.

Os três pontos fundamentais deste projeto são a variante linguística – português de Portugal -, a representatividade cultural e a proteção de dados, aponta.

Paulo Dimas salienta que, tal como Luís Montenegro afirmou, vai estar pronto “no primeiro trimestre” de 2025. “Vamos estar a trabalhar em cima de trabalho já desenvolvido por estes centros de investigação: portanto, há trabalho de vários anos nesta área, tanto na área dos dados para a língua portuguesa, trabalho feito pelo centro de investigação da Nova Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), há trabalho feito também no âmbito do Técnico” e “também há trabalho que vai ser transferido do lado da Unbabel, por toda a experiência” que a tecnológica “tem a criar modelos multilíngue e modelos que estão sendo, neste momento, treinados em supercomputadores”, diz.

Em suma, “a equipa que vai estar a trabalhar na criação deste LLM é uma equipa que já tem muitos anos de experiência nesta área”, sublinha Paulo Dimas.

Em cima deste trabalho “é possível entregar este LLM no primeiro trimestre” e “a isso junta-se uma colaboração muito estreita com a Fundação para a Ciência e Tecnologia, que criou condições a nível de computação”, essencial para este tipo de modelos de grande escala.

“E a Fundação para a Ciência e Tecnologia tem vindo a investir em capacidade computacional que vai ser usada aqui”, já que “na prática vamos utilizar (…) um computador que está em Barcelona, mas que parte dele é português”, prossegue.

Ou seja, “temos um computador português que fisicamente está em Barcelona, mas uma percentagem é do Estado português”, sintetiza.

Agora, se “estivéssemos a treinar isto, por exemplo, numa cloud da Microsoft, da Google, da Amazon, isto ia ter um custo altíssimo, mas como vamos estar a usar este recurso nacional, vai ser feito de uma forma muito mais eficiente do ponto de vista financeiro”, explica.

O lançamento de um LLM português foi anunciado pelo primeiro-ministro na noite de abertura da Web SummitCarlos Rodrigues/Web Summit via Sportsfile

Questionado o que é que o LLM português representa para si, Paulo Dimas classifica de “peça-chave no ecossistema nacional de inteligência artificial”. Isto porque “em cima deste LLM vai ser possível criar novas aplicações de inteligência artificial onde a língua portuguesa está preservada, onde nós temos controlo sobre a língua portuguesa”, destaca.

Paulo Dimas, que também é vice-presidente de inovação da Unbabel, dá o exemplo de um produto que considera um dos “mais emocionais” que já desenvolveu na sua vida profissional, o Halo.

Desenvolvido pela equipa da Unbabel, este projeto permite “recuperar a capacidade de comunicação de doentes que sofrem de Esclerose Lateral Amiotrófica [ELA]”, já que estes perdem a capacidade de escrever e falar porque têm uma incapacidade muscular geral.

“A única forma de voltarem a comunicar com as pessoas de quem gostam mais, com a família, com os cuidadores, é através de tecnologia de comunicação alternativa e aumentativa. Nós, com a inteligência artificial, conseguimos clonar a voz de pacientes” e “já estamos a trabalhar com pacientes de ELA que voltaram a falar”, relata.

Contudo, “essa fala resulta de texto que muitas vezes é produzido na variante falada no Brasil”, o que “não é nada natural”.

Mas, a partir do momento em que “tivermos o Amália, que vai ser o nome que vai ser dado ao LLM, um nome inspirado numa figura muito importante na nossa história, vamos poder controlar aquilo que é dito nestas conversas”.

Desta forma, os doentes vão poder falar em português falado em Portugal e isso “é uma peça fundamental”, mas mais do que isso, “é uma peça transversal à Administração Pública”, diz.

Porque “podemos, por exemplo, trabalhar em cima deste modelo na área da educação e fazer com que as nossas crianças aprendam nas escolas com um tutor personalizado que sabe o currículo educativo nacional”. Em suma, o uso do LLM Amália “é completamente transversal”.

A equipa que vai estar a trabalhar na criação deste LLM é uma equipa que já tem muitos anos de experiência nesta área.

Paulo Dimas

CEO do Centro para a AI Responsável

Por outro lado, “dá autonomia tecnológica, permite-nos que possamos ir melhorando o modelo ao longo do tempo, nomeadamente ao nível da introdução do sistema multimodalidade, que é acrescentar também imagem, acrescentar depois no futuro também, eventualmente, fala”, acrescenta.

Trata-se de “um recurso tecnológico nacional que é transversal a todas as áreas da nossa sociedade, da investigação e das startups”, sublinha.

E também “vai ser uma peça importante para as startups. Ela, no princípio, não vai falar”, mas “temos uma Amália a escrever português correto, português falado em Portugal e uma base para a tal representatividade cultural” e, “definitivamente, conhecer mais sobre a cultura portuguesa”.

Também na Administração Pública o LLM Amália vai ter uma “peça muito importante”, da educação à inovação e para o “desenvolvimento da inteligência artificial em Portugal”.

Um parceiro “muito importante” nesta iniciativa “vai ser a Agência para a Modernização Administrativa, a AMA”, porque vai ser a forma de “transpor este LLM, esta tecnologia, para a Administração Pública”.

No fundo, “é um exemplo de uma parceria que junta centros de investigação e junta a Administração Pública” e que “também parte do know-how desenvolvido em startups nacionais como a Unbable”, com o Centro para a IA responsável como dinamizador destas colaborações, remata.

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Tribunal executa bens da empresa de Cristina Ferreira em até 4,7 milhões de euros

  • Lusa
  • 19 Novembro 2024

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste decidiu executar bens da empresa Amor Ponto, da apresentadora da TVI Cristina Ferreira, no âmbito do processo relativo à quebra contratual com a SIC.

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste decidiu executar bens da empresa Amor Ponto, da apresentadora da TVI Cristina Ferreira, num montante até 4,7 milhões de euros, segundo notificações a que a Lusa teve acesso.

Em 11 de junho, a Amor Ponto foi condenada pelo tribunal de Sintra a pagar mais de 3,3 milhões de euros à SIC pela quebra de contrato com a estação do grupo Impresa.

A apresentadora recorreu da decisão, mas não pediu efeitos suspensivos, nem apresentou caução com garantias bancárias, de acordo com fontes contactadas pela Lusa.

O tribunal decidiu executar os bens da empresa, notificando várias entidades, penhorando os créditos, presentes e futuros, vencidos e vincendos, que a empresa Amor Ponto detém, no valor até 4,7 milhões de euros, o que inclui já os juros.

Na decisão de junho, o tribunal de Sintra condenou a empresa a “proceder ao pagamento à autora SIC Sociedade Independente de Comunicação S.A. da quantia de 3.315.998,67 de euros, acrescida de juros, à taxa comercial, desde a citação até efetivo e integral pagamento”.

O tribunal de Sintra deu razão parcial às partes, tendo reconhecido um pagamento de 3.536.666,67 euros da Amor Ponto à SIC, mas absolvendo a apresentadora.

“Entendeu o tribunal condenar a Amor Ponto Lda a pagar à SIC a indemnização arbitrada, absolvendo desse pedido Cristina Ferreira, por ter entendido que o concreto contrato de prestação de serviços celebrado havia sido entre a SIC e Amor Ponto Lda, não se confundindo esta com a sua sócia maioritária e gerente”, aponta o tribunal na nota.

A Amor Ponto foi constituída em 2008, como Cristina Ferreira, Sociedade Unipessoal e adotou a atual denominação em 2019, tendo tido ainda a denominação de Cristina Ferreira, Lda.

De acordo com os dados de junho, a Amor Ponto conta com três acionistas: Cristina Ferreira, o seu pai, António Jorge Ferreira, e a Docasal Investimentos, empresa que também conta com os mesmos dois acionistas.

Já à Amor Ponto foi reconhecido um crédito de 220.668 euros, já com juros, devido a “valores titulados por faturas emitidas e vencidas, respeitante a pagamentos de comissões de publicidade e de passatempos”.

No entender do tribunal, o contrato entre SIC e a Amor Próprio não era livremente revogável.

Em setembro de 2020, a SIC deu entrada com um processo contra a apresentadora e diretora de ficção e entretenimento da TVI Cristina Ferreira, no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.

A saída de Cristina Ferreira da SIC foi conhecida em 17 de julho de 2020, altura em que foi anunciado que iria regressar à TVI — donde tinha saído cerca de dois anos antes — dali a dois meses como diretora e tornar-se acionista da Media Capital.

A Lusa contactou Cristina Ferreira sobre o assunto, mas a apresentadora da TVI não quis comentar.

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Hoje nas notícias: Sorteio anulado, metro e Euribor

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O instituto da habitação anulou concursos que atribuíram casa a 130 famílias e alguns dos vencedores ameaçam recorrer à Justiça. O metro de Lisboa promoveu uma ação espe­cial de vigi­lân­cia a três ativistas. E a distância entre taxa Euribor a 12 meses e taxa do BCE nunca foi tão elevada. Estas são algumas das notícias em destaque nos jornais esta quinta-feira.

Instituto da habitação anulou sorteio após atribuir 130 casas

O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) anulou os dois últimos concursos do programa Arrendar para Subarrendar depois de já ter confirmado, às 130 famílias que foram selecionadas, que teriam direito a uma casa com renda acessível. O sorteio terá sido anulado por falhas informáticas, mas há famílias insatisfeitas que ameaçam recorrer à justiça para resolver o problema. Os dois últimos concursos atribuíram 108 casas no Sul do país e 22 casas no Norte, todas com renda acessível em 24 concelhos.

Leia a notícia completa em Jornal de Notícias (acesso pago).

Caso Sócrates deixou de ser urgente e arrasta-se

Depois de um inquérito que demorou quatro anos e três meses e que culminou com uma acusação contra o ex-primeiro-ministro José Sócrates, o julgamento da Operação Marquês continua sem data para começar. E nem sequer há previsão para tal. Mesmo passados quase dez meses após a ordem judicial para que os arguidos sejam julgados, os incidentes processuais interpostos por Sócrates e pelo seu primo José Paulo Pinto de Sousa estão a impedir a baixa dos autos. Segundo o Observador, mesmo com vários crimes em risco de prescrição, os autos da Operação Marquês também deixaram de ser considerados urgentes face a outros processos desde o dia 25 de janeiro.

Leia a notícia completa em Observador (acesso pago).

Fosso entre Euribor e taxa do BCE nunca foi tão grande

A Euribor a 12 meses, utilizada na indexação de cerca de um terço dos créditos a habitação em Portugal, recuou para 2,3432% na passada segunda-feira, 18 de novembro, para o valor mais baixo de mais de dois anos, mais concretamente, outubro de 2022. Esta taxa distancia-se da taxa de depósitos do Banco Central Europeu que se encontra nos 3,25% nos seus 25 anos de existência. Feitas as contas, a Euribor a 12 meses situa-se 81,8 pontos base abaixo da taxa diretora do BCE, calcula o Negócios. Por regra, a Euribor a 12 meses tende a ser superior à taxa de depósitos do BCE.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Médicos alertam para “inverno ainda complexo” nas urgências

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Nuno Rodrigues, aponta para uma falta “crónica” de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e alerta que isso resultará num “inverno ainda complexo” na gestão das equipas e das escalas. “De facto, o SNS ainda não está estabilizado, ainda é preciso contratar muitos recursos”, disse em declarações à rádio Renascença. O SIM tem a expectativa de retomar as negociações com o Governo sobre as novas grelhas salariais já no próximo mês, ainda assim, Nuno Rodrigues sublinha que a estabilidade está longe de alcançar.

Leia a notícia completa em Renascença (acesso livre).

Metro vigia redes soci­ais de ati­vis­tas con­tra esta­ção no Jar­dim da Parada

O Metro­ de Lis­boa vigiou, desde 2022, a ati­vi­dade nas redes soci­ais de três ati­vis­tas con­tra a cons­tru­ção no Jar­dim da Parada da esta­ção de Campo de Ouri­que, inse­rida no plano de expan­são da Linha Ver­me­lha entre São Sebas­tião e Alcân­tara. Susana Morais, Suzana Mar­ques e Mar­ga­rida Vicente, mem­bros do Movi­mento Sal­var o Jar­dim da Parada, ação que visa con­tes­tar o tra­çado pro­posto para a obra, foram alvo de uma ação espe­cial de vigi­lân­cia levada a cabo pela empresa de trans­por­tes devido ao seu pro­ta­go­nismo nesta luta. A des­co­berta desta vigi­lân­cia por parte da empresa pública apa­nhou de sur­presa as três ati­vis­tas, que con­si­de­ram tal ação como ile­gí­tima, ile­gal e uma “afronta à liber­dade de expres­são”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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LaLiga celebra segunda viagem internacional para criar sinergias com clubes da Bundesliga na exploração de infra-estruturas

  • Servimedia
  • 19 Novembro 2024

Foi à região alemã da Renânia do Norte-Vestefália, com o objetivo de criar sinergias com alguns dos principais clubes da Bundesliga e, desta forma, partilhar experiências e estratégias comerciais.

Assim, os clubes da LaLiga que participaram nesta viagem mostraram uma vasta gama de experiências para melhorar aspetos-chave dos seus modelos de negócio, a fim de aumentar as suas receitas ou melhorar o envolvimento dos adeptos nos seus estádios, tanto em dias de jogo como em dias de não jogo. Organizar diferentes tipos de eventos, alugar espaços dentro dos estádios ou oferecer uma oferta variada de hospitalidade aos adeptos são algumas das opções que os clubes espanhóis já estão a incorporar nas suas instalações.

Jaime Blanco, diretor do Gabinete de Clubes da LaLiga, afirmou que “esta expedição serviu para os clubes da LaLiga aprenderem com exemplos e partilharem com outros clubes europeus os seus planos para promoverem uma melhor experiência para todos os tipos de adeptos quando assistem a um jogo, ampliando a utilização das suas instalações em dias não competitivos. Desta forma, damos resposta a esta nova era do futebol, que combina a vertente desportiva com uma vertente mais sensorial e inovadora para além dos 90 minutos do jogo.

Esta viagem permitiu que a expedição da LaLiga examinasse as iniciativas dos seus homólogos alemães em matéria de exploração comercial dos espaços dos seus recintos em termos de hospitalidade e de afluência geral, as estratégias implementadas pelos clubes da Bundesliga para gerar novas fontes de receitas em dias de jogo, tanto antes como depois dos 90 minutos, mas também em dias de não jogo.

Durante os três dias da viagem, os clubes da LaLiga estabeleceram contacto com alguns dos clubes mais emblemáticos da Alemanha e respectivos estádios, como o Borussia Dortmund e o seu Signal Iduna Park, um dos maiores estádios de futebol da Europa. Também com o Borussia Mönchengladbach e o Borussia-Park, um dos estádios com maior envolvimento dos adeptos na Alemanha e que incorpora um hotel na sua oferta para todos os públicos. Da mesma forma, com o Bayer Leverkusen e a BayArena, um recinto com diferentes experiências sensoriais para os adeptos, bem como com o Schalke 04 e a Veltins Arena, um estádio convertido num espaço polivalente para acolher uma multiplicidade de diferentes tipos de eventos; e o FC Köln e o seu RheinEnergie Stadium, um estádio famoso por acolher algumas das digressões dos artistas musicais de maior renome internacional.

O Club Office é composto por uma equipa LaLiga especializada em consultoria e assessoria em 8 áreas de negócio: comunicação, estratégia digital, infra-estruturas empresariais, desenvolvimento internacional, branding, marketing e comercial, tecnologia e recursos humanos.

Esta equipa trabalha em estreita colaboração com cada um dos 42 clubes para que todos possam tirar o máximo partido de cada uma das áreas das equipas da LaLiga. Com o lançamento deste departamento, consolidam-se os processos de trabalho que deram frutos em termos de receitas, crescimento digital, aumento da presença internacional e desenvolvimento de projetos tecnológicos, entre outros.

 

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O dia em direto nos mercados e na economia – 19 de novembro

  • ECO
  • 19 Novembro 2024

Ao longo desta terça-feira, 19 de novembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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A eDreams ODIGEO aumenta a rentabilidade em 28% e ultrapassa os 6,5 milhões de subscritores

  • Servimedia
  • 19 Novembro 2024

Resultados do primeiro semestre do exercício de 2025, terminado em 30 de setembro de 2024.

Conforme relatado pela empresa na terça-feira, as principais métricas da empresa como plataforma de assinatura (número de assinantes e lucratividade) registaram um crescimento sólido no primeiro semestre, com assinantes Prime e Ebitda Cash aumentando significativamente 28% para 6.5 milhões de assinantes e 81.1 milhões de euros, respetivamente.

A empresa indicou que, sendo um negócio baseado em subscrições, a rentabilidade é principalmente impulsionada pela crescente maturidade dos membros Prime. Os subscritores a partir do segundo ano contribuem com mais valor, uma vez que recorrem cada vez mais ao Prime como solução para todas as suas necessidades de viagem.

A eDreams ODIGEO afirmou que está no bom caminho para cumprir os objetivos que impôs a si própria em novembro de 2021, com 3,5 anos de antecedência, até março de 2025. Até ao final do atual exercício, a empresa espera atingir 7,25 milhões de assinantes Prime e um Ebitda Cash de 180 milhões de euros ou mais.

Os subscritores Prime cresceram 28% em termos anuais para 6,5 milhões. As adições no segundo trimestre atingiram as expectativas em 303.000. O crescimento da rentabilidade foi particularmente forte no negócio Prime, com um aumento de 53%, impulsionado por uma base de custos fixos estável e pelo crescimento do negócio. O lucro marginal atingiu 130,8 milhões de euros, um aumento global de 20% e de 45% apenas no Prime, que representa atualmente 87% do lucro marginal.

Em termos globais, as receitas atingiram 361,2 milhões de euros no primeiro semestre, mais 2%, dos quais 69% provêm agora do negócio Prime, confirmando a transição efetiva da empresa para um modelo de subscrição, refere a empresa, destacando também a “maior flexibilidade financeira” graças a um cash flow que continuou a registar avanços significativos, que atingiu 41,7 milhões de euros, mais 61%, representando uma melhoria homóloga de 15,8 milhões de euros.

Além disso, a empresa assinalou que concluiu “com êxito” a recompra de ações suficientes para financiar as entregas no âmbito do plano de incentivos a longo prazo até 2027. Além disso, o Conselho de Administração aprovou um novo programa de recompra diária de 50 milhões de euros, com 3,4 milhões de ações para financiar as entregas ao abrigo do plano de incentivos a longo prazo no exercício de 2028 e o restante a ser resgatado.

Dana Dunne, CEO da eDreams ODIGEO, afirmou: “Os nossos resultados e desempenho não deixam dúvidas: a nossa estratégia está a impulsionar o crescimento e a criar valor duradouro para os nossos clientes, acionistas e para a empresa no seu todo. Estamos a cumprir as nossas promessas, alcançando um crescimento constante em termos de rentabilidade e margens, assinantes, satisfação dos clientes e solidez financeira, e reforçando o nosso negócio todos os dias.

“Continuamos a fazer a diferença com a nossa execução”, acrescentou, ”impulsionada por uma plataforma de subscrição escalável e orientada para a inteligência artificial que beneficia de receitas previsíveis e recorrentes e de relações de longo prazo com os clientes, posicionando-nos como uma referência num setor que, para todos os outros concorrentes, é transacional. Com as nossas realizações consistentes, orgulhamo-nos de ver que os nossos ambiciosos objetivos a longo prazo para 2025 estão ao nosso alcance. Estamos entusiasmados com as oportunidades de crescimento significativas para além de 2025 e com o grande futuro da eDO como a principal plataforma de subscrição de viagens do mundo.

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Konecta nega que vá descontar nos seus salários as faltas dos seus trabalhadores devido à DANA de Málaga

  • Servimedia
  • 19 Novembro 2024

A multinacional espanhola Konecta desmente as notícias publicadas nas últimas horas, segundo as quais iria descontar as faltas dos trabalhadores nos seus ordenados, em consequência da DANA.

A empresa desmente categoricamente e garante no seu comunicado que “na Konecta, a nossa prioridade sempre foi a proteção e o bem-estar dos nossos trabalhadores”. Em relação à informação publicada sobre alegadas deduções na folha de pagamentos devido à DANA, indica que não foram nem serão efetuadas quaisquer deduções na folha de pagamentos para o dia correspondente ao aviso de alerta vermelho.

Salienta ainda que, desde o início, a empresa tomou as medidas necessárias para garantir a segurança de todos os colaboradores nas zonas afetadas e acrescenta que, para as campanhas que o permitiram, o teletrabalho foi ativado como solução imediata.

Além disso, diz no comunicado, para aqueles que não puderam comparecer aos seus postos de trabalho ou realizar o seu trabalho à distância, foi comunicado que as suas ausências seriam plenamente justificadas, garantindo que não haveria repercussões económicas.

Segundo a Konecta, estas decisões estão em conformidade com as práticas do setor, tal como foi recentemente discutido numa reunião com responsáveis de RH de várias empresas. “Reiteramos o nosso compromisso com a segurança e o respeito pelas nossas equipas, trabalhando sempre de forma transparente e de acordo com as melhores práticas do setor. Agradecemos a todos os nossos trabalhadores e representantes sindicais pela sua cooperação nestes tempos difíceis”, conclui.

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Ordem dos Advogados vai comprar imóvel de 3,4 milhões sem recorrer a empréstimo bancário

Feitas as contas, o valor para esse investimento na aquisição de um novo imóvel será de 3,1 milhões para a compra em si e 300 mil euros para as obras de adaptação do novo espaço.

A Ordem dos Advogados (OA) – liderado pela bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro – mantém a intenção de investir na compra de um imóvel para novas instalações, e que “deverá ser financiado na sua totalidade por saldos próprios do Conselho Geral, ao contrário do que foi apresentado no orçamento anterior, em que parcialmente se recorria a financiamento bancário”. O aviso consta das propostas de Plano de Atividades e Orçamento do Conselho Geral para o ano de 2025, divulgado no site da instituição. Questionada pelo ECO as razões da mudança da forma de financiamento, a bastonária apenas respondeu que “tal como está referido no Orçamento, não haverá recurso a financiamento bancário”.

“Por uma questão de prudência, visto não existir data de concretização de aquisição de instalações complementares, mantém-se igualmente neste orçamento a necessidade de aquisição de um imóvel que satisfaça as prementes necessidades da Ordem dos Advogados”, pode ler-se no documento. Esta referência está incluída no capítulo das “despesas de investimento” que incluem a “aquisição de hardware, equipamento eletrónico, software, outro tipo de equipamento ou obras de benfeitoria ou construção” (ver quadro abaixo).

“Estas despesas decorrem da necessidade de melhorar o cumprimento pela Ordem dos Advogados das suas obrigações legais, nomeadamente, no que respeita à qualidade da informação prestada ao Estado, nas diversas vertentes em que a mesma é efetuada, bem como melhorar qualidade dos serviços que a Ordem dos Advogados presta aos seus associados, através da substituição de soluções informáticas que estão na base do funcionamento dos serviços ou que constituem a fonte de informação dos Advogados, já obsoletas e incapazes de proporcionar um tratamento da informação com a qualidade, celeridade e rigor que se impõem, por novas aplicações, desenvolvidas à medida das necessidades da Ordem dos Advogados”, explica a OA.

Quais as razões invocadas para este investimento?

  • A necessidade “desde há muito identificada de disponibilização de instalações complementares às já existentes para acomodar o bom funcionamento dos órgãos e respetivos serviços de âmbito nacional da Ordem dos Advogados, bem como dos novos órgãos – o Conselho de Supervisão e o Provedor dos Destinatários dos Serviços, com a alteração do Estatuto da Ordem dos Advogados”;
  • As atuais instalações afetas aos órgãos de âmbito nacional da Ordem dos Advogados e respetivos serviços – prédio sito no Largo de S. Domingos e prédio sito nas Escadinhas da Barroca são arrendadas e são propriedade da CPAS – Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores;
  • A Direcção da CPAS – Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores no decorrer do ano de 2023 informou o Conselho Geral da sua intenção de não renovar o contrato de arrendamento do prédio denominado as “Escadinhas da Barroca”, o que colocou a Ordem dos Advogados na iminência de ficar despojada dessas instalações num prazo de 60 dias, que é o prazo de não renovação previsto no contrato de arrendamento existente, sendo que o mesmo tem renovação anual. O objetivo do senhorio era, naturalmente, aumentar a renda num valor bem acima do coeficiente legal permitido, ou seja, propôs um aumento de 20% na renda, o que veio a ser concretizado através de correio eletrónico que deu entrada neste Conselho em setembro de 2023;
  • Mais recentemente, foi comunicado ao Conselho Geral, por parte da Direcção da CPAS, que teria de devolver o espaço localizado no 3º andar do prédio sito no Largo de São de Domingos n.º 14, cedido há quase 20 anos pela CPAS à Ordem dos Advogados (contrato de comodato). Espaço esse essencial para a atividade desta Ordem, especialmente considerando que, face às recentes alterações legislativas, irão ser eleitos novos Órgãos – o Conselho de Supervisão e o Provedor dos Destinatários do Serviços e os respetivos serviços administrativos que os terão de assessorar;
  • As atuais instalações, são, assim, “manifestamente insuficientes para as necessidades e serviços do Conselho Geral, das Comissões e Institutos, do Conselho Superior, do Conselho de Supervisão, que ainda não tomou posse, do Conselho Fiscal, e do Provedor dos Destinatários dos Serviços a designar, onde exercem as suas funções estatutárias e regimentais e onde trabalham mais de 60 (sessenta) funcionários da instituição”;
  • O atual Conselho Geral entendeu, “por tudo isso, manter a intenção de investir na aquisição de um imóvel que servirá como instalação complementar do atual edifício, que deverá ser financiado na sua totalidade por saldos próprios do CG, ao contrário do que foi apresentado no orçamento anterior, em que parcialmente se recorria a financiamento bancário”.
Sede da Ordem dos Advogados.Hugo Amaral/ECO

Em janeiro, a bastonária da Ordem dos Advogados (OA) – e o seu Conselho Geral – anunciaram a compra de um edifício na Av. Gago Coutinho, em Lisboa, para acomodar alguns serviços da OA.

Para isso, o Orçamento para 2024 estimava que, com esta aquisição, se gastasse 3,4 milhões de euros. Feitas as contas, o valor para esse investimento na aquisição de um novo imóvel seria de 3,1 milhões para a compra em si e 300 mil euros para as obras de adaptação do novo espaço.

Uma despesa não foi bem vista com bons olhos pelo Conselho Fiscal da OA. No parecer desta proposta, o presidente Pedro Madeira de Brito, explicava que “o Conselho Fiscal manifesta alguma preocupação com o facto do saldo orçamental global ser negativo e estar-se a consumir as reservas de tesouraria acumuladas e bem assim, com a assunção de encargos futuros com a contratualização de financiamento bancário, para além de não ter sido efetuada uma demonstração de custo benefício da opção tomada e do seu efeito no médio prazo”. Compete ao CF acompanhar e controlar a gestão financeira da Ordem dos Advogados bem como dar pareceres, fiscalizar e pronunciar-se sobre assuntos a nível orçamental, contabilístico, financeiro e fiscal.

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Governo quer limitar férias e afinar pré-avisos de greve da Função Pública

Proposta do PSD e CDS no OE2025 visa impedir que funcionários gozem dias de pausa ao mesmo tempo e deverá obrigar os sindicatos a detalhar os serviços mínimos em áreas essenciais como a saúde.

O Governo quer impedir que todos os funcionários públicos de um determinado serviço gozem férias na mesma altura e pretende mudar as regras dos pré-avisos de greve que afetem necessidades essenciais, como a saúde, devendo obrigar os sindicatos da Função Pública a detalhar o número de trabalhadores para os serviços mínimos. A mudança consta de uma proposta de alteração do PSD e CDS ao Orçamento de Estado para 2025 (OE2025) que visa clarificar o âmbito do pedido de autorização legislativa, com validade de um ano, que o Governo inscreveu na proposta orçamental. Esta iniciativa estende-se também às baixas médicas dos funcionários inscritos na Caixa Geral de Aposentações (CGA) e às regras de mobilidade dos trabalhadores do Estado.

A proposta tenta esclarecer as pretensões do Executivo, mas ainda suscita várias dúvidas e não estará fechada, uma vez que as negociações sobre estas matérias com as três federações sindicais (Fesap, Frente Comum e STE) arrancam esta terça-feira de manhã, no Ministério das Finanças, com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido.

Depois de várias críticas dos sindicatos, mas também da oposição, designadamente do Bloco de Esquerda (BE) e do PCP, à omissão, no pedido de autorização legislativa, do sentido e extensão das mudanças em seis matérias da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, acabou por anunciar que já tinha solicitado “aos grupos parlamentares que suportam o Governo uma proposta de alteração para tornar mais explícito aquilo que o Governo pretende ter como autorização legislativa”, sinalizou aos deputados na passada sexta-feira, no Parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade do OE2025. O diploma dos partidos da Aliança Democrática (PSD e CDS) deu entrada no site da Assembleia da República ainda na noite da passada sexta-feira.

Na audição parlamentar, Miranda Sarmento tentou tranquilizar a líder do BE, Mariana Mortágua, sobre o que a deputada classificou de “mistérios que pairam” no OE, mas em vão. “Precisamos de fazer pequenos acertos na lei relativamente à entrega de atestados médicos, à comunicação de greves, à dispensa de acordo do serviço de origem para a mobilidade e todos eles serão benéficos para os trabalhadores da Administração Pública“, assegurou o ministro das Finanças.

A garantia dada pelo responsável parece não convencer os sindicatos. Analisando a proposta de PSD e CDS que já indica o sentido e a extensão das alterações à lei, o secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, conclui que “o diploma ainda levanta muitas dúvidas”, alertando que, “quanto mais se regulamenta, mais se condicionam direitos”.

Entre as seis matérias em causa, algumas são apenas clarificações, mas outras deixam pontas soltas na forma como foram expostas no articulado do diploma de PSD e CDS. Por exemplo, relativamente às férias, o objetivo é dividir ou ratear os trabalhadores por períodos diferentes para evitar o gozo de pausas na mesma altura. Na proposta da alteração lê-se que, o Governo fica autorizado a “aumentar o período de incidência para rateamento, como previsto no nº 6 do artigo 241º do Código do Trabalho, aplicável por remissão do artigo 126º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas“.

Ou seja, o Governo pretende remeter o diploma que regula a Função Pública para a norma que consta da lei laboral e que impede que todos os trabalhadores tirem férias ao mesmo tempo, de modo a que o serviço não encerre ou fique com escassez de recursos humanos para desenvolver a atividade. O Código do Trabalho estabelece que, “na marcação das férias, os períodos mais pretendidos devem ser rateados, sempre que possível, beneficiando alternadamente os trabalhadores em função dos períodos gozados nos dois anos anteriores”. Com esta medida, o Executivo poderá querer evitar o caos que se costuma verificar nas férias do verão com as urgências fechadas.

No entanto, para o líder da Fesap, “esta é uma não questão, uma vez que os dirigentes máximos dos serviços já fazem a gestão de modo a que o período de férias não seja coincidente, dividindo-o entre os vários trabalhadores”. No entanto, a Lei de Trabalho em Funções Públicas não tem, de facto, a mesma regra do Código do Trabalho.

A proposta de lei visa ainda “aumentar o período de incidência para rateamento”, o que “pode significar um alargamento do prazo para ajustes nos mapas de férias que têm de ficar fechados a 15 de abril“, indica José Abraão. “São matérias que pretendemos ver esclarecidas assim como se o Governo está disposto a repor os três dias de férias que foram retirados durante o período da troika“, sublinha.

Em lado algum está escrito que se pretende restabelecer os três dias extra de férias por idade, e que permitia o gozo de 25 dias até aos 39 anos, de 26 dias até aos 49 anos, de 27 aos 59 anos e de 28 dias a partir dos 59 anos de idade. Do mesmo modo, não há referência alguma à retirada dos dias extra que se ganham por cada dez anos de serviço, além dos 22 dias normais, como temiam as estruturas sindicais.

No que diz respeito aos pré-avisos de greve dos sindicatos, “as dúvidas também são muitas”, alerta o líder da Fesap. A proposta de PSD e CDS determina que o Governo fica autorizado a exigir “a comunicação por escrito”, o que já decorre da lei, e acrescentou este ponto: “preferencialmente por meios eletrónicos”, isto é, por email. Esta matéria é pacífica para as estruturas sindicais. Já as condicionantes aos pré-avisos é vista com prudência.

O diploma prevê “a necessidade do conhecimento tempestivo da comunicação dos avisos prévios de greve que envolvam necessidades sociais impreteríveis é essencial para a promoção dos mecanismos legalmente previstos com vista à definição de serviços mínimos e meios necessários para os assegurar durante a greve”.

A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas estabelece que o prazo mínimo para a comunicação do pré-aviso é de cinco dias. No entanto, “no caso de órgãos ou serviços que se destinem à satisfação de necessidades sociais impreteríveis”, como saúde ou transportes, “o prazo é de dez dias úteis”. Com a formulação dada pelo diploma dos partidos da Aliança Democrática (AD), o “Governo poderá querer que os sindicatos detalhem logo no pré-aviso o número exato de trabalhadores afetos aos serviços mínimos”, segundo José Abraão.

O dirigente sindical explica que, até agora, “o pré-aviso basta referir que o sindicato assegura os serviços mínimos, não sendo necessário indicar o número de trabalhadores”. “Só depois é que a DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho) solicita essa informação ao sindicato. Se não houver acordo por parte do serviço em causa, a proposta de serviços mínimos é definida em tribunal arbitral”, salienta.

O Executivo poderá querer evitar a tragédia que aconteceu na sequência da greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM e que terá provocado 11 mortes. No entanto, a proposta de OE entrou muito antes dessa paralisação, ainda que a clarificação do pedido de autorização legislativa por via de um diploma de PSD e CDS só foi entregue no Parlamento a 15 de novembro, já depois da greve às horas extraordinárias, que terminou no dia 7.

Baixa para doentes oncológicos e cardíacos alargada para 90 dias

Noutro conjunto de matérias, a proposta de alteração da AD visa apenas simplificar procedimentos e até melhorar alguns direitos dos trabalhadores, com é o caso das baixas médicas que serão alargadas. Neste momento, os funcionários públicos inscritos na Caixa Geral de Aposentações (CGA) com doenças como cancro, tuberculose ou doença cardíaca, só podem gozar de baixas de até 30 dias. Enquanto o limite da certificação da incapacidade temporária para os trabalhadores do Estado que descontam para a Segurança Social é de 90 dias.

O Governo pretende equiparar os dois regimes, aumentando o limite da validade das baixas médica de 30 para 90 dias dos funcionários inscritos na CGA, no caso de patologias mais graves e/ou prolongadas (cancro, doença cardíaca, AVC, tuberculose) tal como já acontece para os trabalhadores que contribuem para Segurança Social.

A proposta quer ainda alargar aos serviços de urgência dos hospitais, aos setores privado e social a emissão de baixas médicas para os funcionários públicos inscritos na CGA tal como já acontece no regime da Segurança Social. “Alargamento dos serviços competentes para a emissão dos certificados de incapacidade temporária para o trabalho, por motivo de doença, dos trabalhadores integrados no regime de proteção social convergente, em termos idênticos ao estabelecido para os trabalhadores integrados no regime geral da Segurança Social”, lê-se no mesmo diploma.

No caso da mobilidade dos trabalhadores do Estado para outra categoria ou carreira, a proposta pretende reforçar “as garantias processuais quanto à falta de decisão do dirigente máximo do serviço de origem, afigurando-se que o prazo de seis meses é razoável para que o serviço de origem prepare a saída do trabalhador”.

A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas já estabelece que “é dispensado o acordo do órgão ou serviço de origem do trabalhador, para efeitos de mobilidade, quando tiverem decorrido seis meses sobre recusa de acordo do órgão ou serviço de origem, numa situação de mobilidade relativa ao mesmo trabalhador, ainda que para outro serviço de destino”. E lembra que “o prazo regra” é “de dez dias úteis previstos no Código do Procedimento Administrativo”. Contudo, “na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, o legislador não definiu qualquer prazo para o serviço de origem se pronunciar sobre os pedidos de mobilidade que lhe sejam dirigidos”, escrevem os deputados da AD.

A Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas já estabelece que “é dispensado o acordo do órgão ou serviço de origem do trabalhador, para efeitos de mobilidade, quando tiverem decorrido seis meses sobre recusa de acordo do órgão ou serviço de origem, numa situação de mobilidade relativa ao mesmo trabalhador, ainda que para outro serviço de destino”. E lembra que “o prazo regra” é “de dez dias úteis previstos no Código do Procedimento Administrativo”. Contudo, “na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, o legislador não definiu qualquer prazo para o serviço de origem se pronunciar sobre os pedidos de mobilidade que lhe sejam dirigidos”, escrevem os deputados da AD.

Para o líder do Fesap, “o Governo deverá querer forçar o dirigente de origem a tomar uma decisão no prazo máximo de seis meses, uma vez que, neste momento, não há essa obrigatoriedade”. “E muitos serviços deixam passar esse prazo e não se pronunciam”, salienta.

No que diz respeito à remuneração que será auferida pelo trabalhador que integre outro serviço em mobilidade, a proposta defende “a publicitação da oferta de mobilidade da possibilidade de remuneração pela posição remuneratória imediatamente seguinte àquela em que um trabalhador se encontre”. O dirigente sindical esclarece que “apenas nas ofertas de recrutamento, publicadas na Bolsa de Emprego Público, são indicados os salários que serão auferidas pelos trabalhadores”.

O diploma pretende ainda harmonizar as “normas aplicáveis ao posicionamento remuneratório nas situações de mobilidade, com vista à eliminação de problemas relacionados com a colocação de trabalhadores entre posições remuneratórias”.

Por fim, a proposta de autorização clarifica que os descontos para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) incidem sobre a remuneração bruta do trabalhador, tal como definido pelo Estatuto da Aposentação. Deixa, por isso, de fazer sentido que, na Lei Geral de Trabalho em Funções Públicas, se mantenha a possibilidade de o trabalhador optar “pela manutenção do regime de proteção social de origem, incidindo os descontos sobre o montante da remuneração que lhe competiria na categoria de origem”, como se lê na alínea b do número 3º do artigo 242º do diploma que regula o trabalho em funções públicas.

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