“Olhamos para o vinho como mais um elemento à mesa”

  • ECO
  • 30 Dezembro 2024

No mais recente episódio do podcast E Se Corre Bem? vamos falar de vinho com quem percebe: António Maria Soares Franco, Co-Ceo da José Maria da Fonseca.

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No 11.º episódio do podcast E Se Corre Bem?, o convidado foi António Maria Soares Franco, Co-CEO da José Maria da Fonseca, a empresa de vinhos com quase dois séculos de história e sete gerações. Qual será o segredo que tem conduzido este negócio familiar ao sucesso global?

A José Maria da Fonseca nasceu em 1834, fruto da paixão de José Maria da Fonseca pelo vinho. Inicialmente um matemático sem ligação ao setor, decidiu abraçar o desafio após herdar terras em Azeitão como pagamento de dívidas. “Ele olhou para o negócio com um olhar de gestor, inovador e marketeer”, explicou António Maria Soares Franco, sublinhando o pioneirismo da marca ao criar o Periquita, o primeiro vinho tinto engarrafado de Portugal.

A atenção ao detalhe e a preocupação com a qualidade permanecem no DNA da empresa: “Essa preocupação pelo detalhe está na família e na empresa até hoje e explica o sucesso das nossas marcas”, refere António Maria Soares Franco.

"Cada garrafa de vinho exportada leva um bocado do nosso país”

António Maria Soares Franco, Co-Ceo da José Maria da Fonseca

António Maria Soares Franco destacou o impacto cultural e económico da exportação de vinhos portugueses, que chegam a 76 países, entre eles o Brasil, onde sente “uma valorização incrível dos nossos produtos”. O empresário diz que todas as marcas exportadas deveriam sentir-se como embaixadoras de Portugal. “Cada garrafa de vinho exportada leva um bocado do nosso país”, refere, explicando que “o sucesso de uma marca portuguesa lá fora vai beneficiar todos nós”.

Apesar de se tratar de um setor tradicional, António Maria Soares Franco acredita que ainda há espaço para inovação: “Podemos inovar nas castas, nos processos de vinificação e na comunicação”. O empresário destacou também o papel das novas gerações, cada vez mais interessadas em vinhos autênticos que tenham histórias para contar.

Além dos desafios da empresa, também foi abordado a cultura do vinho em Portugal. “Eu acho que nós olhamos para o vinho como mais um elemento à mesa”. António Maria Soares Franco partilhou lembranças de quando era pequeno e falou sobre arte de ensinar a beber um vinho.

O empresário terminou sublinhando a importância da paixão no trabalho: “Eu digo muitas vezes aos comerciais que eles não estão a vender mais uma garrafa de vinho, mas a escrever a história, porque são mais um elo da cadeia”, explica.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

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Indico investe na americana Hercules AI. Tecnológica vai entrar em Lisboa

A capital de risco portuguesa entrou na ronda série da B da Hercules AI, que se dedica a soluções de IA para fluxos de trabalho nos 'backoffices' de empresas jurídicas e financeiras.

Está a chegar a Lisboa mais um investimento do outro lado do Atlântico. A tecnológica norte-americana Hercules AI, especializada em Inteligência Artificial (IA) generativa, vai abrir um escritório na capital, que será a rampa de lançamento para faturar na Europa. A aposta surge após a entrada da Indico Capital Partners no leque de investidores da empresa.

A sociedade de capital de risco liderada por Stephan Morais entrou na ronda de financiamento série B da Hercules AI, que desenvolve e vende soluções de IA para fluxos de trabalho (workflows) complexos de backoffice de empresas jurídicas e financeiras. A ronda, inicialmente de 26 milhões de dólares (25 milhões de euros) captados em outubro, aumentou para 26,89 milhões de euros (28 milhões de dólares) com o fundo português.

Inicialmente liderada pela Streamlined Ventures, a ronda inclui agora a Indico Capital Partners, além dos anteriores investidores Proof VC, Thomson Reuters Ventures, Alumni Ventures e outros business angels.

O montante captado será direcionado essencialmente para três áreas principais: a expansão para a Europa através do futuro hub em Lisboa (o objetivo é desenvolver talento local e reforçar alianças com empresas europeias), a inovação de produto com o desenvolvimento de mais soluções de IA e assinatura de parcerias estratégicas (para introduzir a sua tecnologia quer novas indústrias quer noutros países).

Há duas semanas, em entrevista ao podcast “ECO dos Fundos”, o fundador e administrador executivo da Indico Capital Partners avançou que iria anunciar “em breve” o seu quinquagésimo investimento, que seria na quinta empresa do Fundo VC2, assim designado “porque é a segunda geração de fundos da Índico”. Até meados de dezembro, dos 50 milhões de euros que receberam do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), foram investidos cerca de 20 milhões de euros, detalhou.

Já com um nome concreto para apresentar, Stephan de Morais diz que a Hercules AI “provou ser líder em IA generativa” e sabe dar resposta à crescente procura pela tecnologia em diferentes setores. “A sua decisão de estabelecer uma presença em Portugal alinha-se perfeitamente com a nossa missão de capacitar empresas tecnológicas de topo no sul da Europa. Estamos ansiosos por apoiar o seu crescimento e ajudá-los a entregar soluções transformadoras de IA a um público global”, comentou, em nota de imprensa.

Por sua vez, o CEO da Hercules AI, Alex Babin, destacou a “experiência” da Indico “em apoiar empresas tecnológicas inovadoras na Europa” e explicou que estabelecer a presença em Portugal permitirá à empresa ter acesso “a talento excecional”, aumentar a inovação e servir melhor os clientes europeus. Desse grupo de clientes fazem parte multinacionais, como a sociedade de advogados Allen & Overy Sherma e a companhia de seguros Marsh McLennan.

A portuguesa Indico, que conta também com Cristina Fonseca e Ricardo Torgal como sócios, tem mais de 220 milhões de euros sob gestão e investiu 94 milhões de euros em 50 empresas, cujos esforços conjuntos captaram mais de dois mil milhões de euros de investidores globais.

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Inquilinos obrigados a celebrar novo contrato continuam sem conseguir recuperar apoio à renda

  • ECO
  • 30 Dezembro 2024

Apoio extraordinário às rendas para as famílias mais vulneráveis não está a ser cumprido. Vários beneficiários deixaram de receber o apoio por terem sido obrigados a celebrar novos contratos.

Vários inquilinos perderam o apoio à renda após terem sido forçados pelos senhorios a celebrarem novos contratos de arrendamento, com rendas mais altas, mesmo depois de ter entrado em vigor este ano uma exceção à lei para salvaguardar estas situações, com a publicação do Decreto-Lei n.º 43/2024, que entrou em vigor em julho.

Esta segunda-feira, o jornal Público noticia casos em que, apesar das tentativas, estes cidadãos continuam sem conseguir recuperar o apoio ao fim de vários meses. O Governo remete esclarecimentos para o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).

Em causa está o apoio extraordinário à renda atribuído de forma automática aos agregados familiares que tenham taxas de esforço superiores a 35% com pagamento das rendas habitacionais, com rendimentos até ao sexto escalão de IRS e que tenham contratos de arrendamento celebrados até 15 de março de 2023. Este último critério tem limitado o número de potenciais beneficiários da medida e resultado em que várias famílias perdessem o apoio.

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Hoje nas notícias: Apoio à renda, lucros do metro e lista negra do Fisco

  • ECO
  • 30 Dezembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Alteração à lei que prevê um apoio extraordinário à renda não está a ser aplicada em todos os inquilinos. Metro de Lisboa deverá voltar aos lucros em 2025. Mais de 25 mil contribuintes estão na lista negra do Fisco. Estas são algumas das notícias em destaque nesta segunda-feira.

Lei do apoio à renda não está a ser cumprida nos novos contratos

Vários inquilinos perderam o apoio à renda após terem sido forçados pelos senhorios a celebrarem novos contratos de arrendamento, com rendas mais altas, mesmo depois de ter entrado em vigor este ano uma exceção à lei para salvaguardar estas situações. O Público garante conhecer vários casos em que, apesar das tentativas, estes cidadãos continuam sem conseguir recuperar o apoio ao fim de vários meses. Em causa está o apoio extraordinário à renda atribuído de forma automática aos agregados familiares que tenham taxas de esforço superiores a 35% com pagamento das rendas habitacionais, com rendimentos até ao sexto escalão de IRS e que tenham contratos de arrendamento celebrados até 15 de março de 2023. Este último critério tem limitado o número de potenciais beneficiários da medida e resultado em que várias famílias perdessem o apoio.

Leia a notícia completa em Público (acesso pago).

Metro de Lisboa prevê chegar aos lucros em 2025

O Metro de Lisboa prevê apresentar um resultado líquido positivo no próximo ano de cerca de 9,3 milhões de euros, pondo fim à série de anos consecutivos de prejuízos. Uma das operações que irá contribuir para o saldo positivo será a venda dos terrenos com cerca de seis hectares do antigo Parque de Materiais e Oficinas (PMO) I em Sete Rios, que deverá ficar concluída em 2025. Ademais, segundo a estratégia para o triénio 2024-2026, o Metro de Lisboa prevê um acréscimo da receita com passes e títulos ocasionais, e uma compensação financeira do Estado pelo cumprimento das obrigações de serviço público na sequência do aditamento ao contrato de concessão assinado em março.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Mais de 25 mil contribuintes estão na lista negra do Fisco

Existem já mais de 25 mil contribuintes na lista de devedores da Autoridade Tributária e 270 contribuintes singulares devem mais de um milhão de euros, segundo a listagem publicada no Portal das Finanças. Cerca de metade dos contribuintes com dívidas encontram-se no escalão mais baixo da lista — num total de seis escalões –, isto é, entre os 7.500 euros e os 25 mil euros. Neste intervalo, encontram-se 12.402 nomes e números de contribuinte, as únicas informações, a par do escalão da dívida, disponibilizadas na lista do Portal das Finanças.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Apoio à deslocação faz baixar salário dos professores

O apoio à deslocação aos professores colocados longe das suas áreas de residência já começou a ser pago, mas muitos foram confrontados com um corte no seu vencimento líquido. Isto porque, conforme o Diário de Notícias verificou em vários recibos de vencimento, foi aplicado o desconto para a Segurança Social e IRS. Ao jornal, Cristina Mota, porta-voz da Missão Escola Pública (MEP) afirma que os docentes se sentem “enganados”. “Temos muitos relatos de colegas que viram o seu vencimento diminuir relativamente aos meses anteriores e outros em que, apesar de não ter diminuído, o apoio foi tributado, o que não faz qualquer sentido”, diz, revelando ainda que em alguns casos, existem docentes que após verificarem o valor líquido do apoio, ficaram de baixa médica.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Drones e robótica vão ajudar a pintar os céus na passagem de ano

Este ano, de Norte a Sul do país, passando pelas ilhas, vários espetáculos de pirotecnia vão contar com a assistência de drones e robótica nos fogos-de-artifício na noite da passagem de ano. Serão os casos do Funchal e Cascais. As encomendas para a entrada de 2025 ficaram ao nível dos anos anteriores e não se prevê quebras no futuro, segundo a Associação Portuguesa dos Industriais de Pirotecnia e Explosivos. No entanto, os preços destas alternativas mais tecnológicas continuam a ser “proibitivos”, revela a IvoShows, de Caminha, a primeira empresa a usar drones e robótica para espetáculos de pirotecnia, em Portugal.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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Suspender oito títulos, despedir 50 pessoas e pagar dívida em 15 anos. O plano de Luís Delgado para a dona da Visão

A quatro dias do final do ano, Delgado entregou ao tribunal um plano de recuperação da Trust in News. Se os ordenados não forem pagos esta semana, administrador de insolvência recomenda liquidação.

Suspender ou colocar à venda oito títulos e ajustar a periodicidade de mais quatro, reduzir em cerca de 50 pessoas o quadro de funcionários e pagar 40% da dívida aos credores comuns em 15 anos, com bullet (amortização única) de 60% na 150.ª prestação. Estas são as principais medidas do plano de insolvência da Trust in News (TiN) entregue por Luís Delgado ao tribunal na noite de sexta-feira, e ao qual o +M teve acesso.

Para eliminar fontes de prejuízo, as publicações com margens negativas ou altos custos de produção serão suspensas ou colocadas à venda, lê-se no plano, que prevê a suspensão da TVMais, Telenovelas, Caras Decoração, Prima, Visão Saúde, Activa (disponível para venda ou trespasse), Visão Surf e This is Portugal e Courrier Internacional (suspenso desde o início de 2024).

A Visão História passa a trimestral, a Exame Informática e a Visão Junior a bimestral, e a Exame mantém-se como mensal, “em parceria com outro grupo editorial”, prevê o plano.

Para os recursos humanos, está prevista a “redução proporcional ao encerramento das publicações e redução conjunta com reorganização do quadro de trabalhadores de todas as publicações que se mantêm, com acompanhamento do Administrador de Insolvência (AI) para assegurar o acesso dos colaboradores ao subsídio de desemprego e ao Fundo Laboral”, o que levará à saída de cerca de 50 dos 136 trabalhadores. O espaço físico da empresa será reduzido em 70%.

Em simultâneo, e “para minimizar o impacto da reestruturação nos colaboradores”, o plano prevê “medidas de apoio” como o aumento do subsídio de refeição até ao limite máximo, a reposição do seguro de saúde e o pagamento em duodécimos do subsídio férias e Natal de 2025, com acordo do trabalhador.

Além da suspensão ou venda de títulos, de redução de quadros e da diminuição de instalações, o plano prevê a redução de custos operacionais, como o de licenças de software, a colaboração com outros grupos editoriais para produção e distribuição de publicações específicas, a descontinuação do departamento de arte das revistas femininas a criação de um núcleo geral de fotografia, com a redução do número de fotógrafos dedicados às publicações, centralizando a gestão, a descontinuação do departamento de produção, com a integração das funções na direção administrativa e financeira (DAF) — com a manutenção de dois coordenadores — ou a redução de 20% em papel e impressão.

A área de novos negócios e assinaturas serão incorporadas ao departamento comercial e a gestão de IT passará a ser feita em outsourcing, apenas com dois funcionários internos.

Com estas medidas, a Trust in News reforça o compromisso de se tornar uma empresa mais ágil, eficiente e alinhada às exigências do mercado atual, enquanto garante a continuidade das suas operações e prepara-se para um futuro sustentável”, defende o documento.

Quanto à dívida, o plano defende que os credores serão “beneficiados com a continuidade da atividade da empresa, obtendo maior satisfação quando comparado com um cenário de liquidação“, defende-se no documento de 52 páginas.

Assim, ao Estado, Segurança Social e Autoridade Tributária, o plano prevê o pagamento dos cerca de 17 milhões de euros em dívida em 150 prestações. A dívida de quase 2,5 milhões de euros aos trabalhadores, por seu turno, será saldada em 120 meses.

Para os chamados créditos comuns, situados nos 15,4 milhões de euros, Luís Delgado propõe um período de carência de dois anos, e pagamento de 40% da dívida em 15 anos, com bullet de 60% na 150.ª prestação. Caso haja interesse da parte dos credores comuns e garantidos, o pagamento de 50% da dívida poderá ser convertido em permutas de publicidade e branded content, propõe também o documento.

Na comparação do plano com uma eventual liquidação, o documento frisa que, “com o apoio que se pretende que seja contínuo, à atividade da ora devedora, recorrendo a crédito comercial e financeiro, só assim permitirá que se possam gerar os cash-flows suficientes para poder honrar os compromissos que se assumem no presente plano”. “De modo a viabilizar toda esta operação esta distinção teria que se efetuar, sendo imperioso, um incremento dos prazos de pagamento, de modo a reduzir o montante disponível para fazer face ao serviço da dívida mensal. Sem esta diferenciação, os devedores inevitavelmente serão arrastados para a insolvência, situação muito mais gravosa todos os intervenientes”, argumenta o documento.

“A comparação entre a satisfação dos interesses dos credores com este plano versus um cenário de liquidação é consideravelmente superior no primeiro caso. No pressuposto de um cenário de não aprovação do plano, a maioria dos credores não veria os seus créditos a serem satisfeitos“, frisa o documento entregue por Luís Delgado.

A apresentação de um plano de recuperação foi prometida por Luís Delgado, que perdeu a gestão efetiva da empresa no início de dezembro, na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos dos grupos parlamentares do Livre e do PS sobre a situação em que se encontra o grupo que detém 17 marcas, entre as quais a Visão e a Exame. O plano, disse na altura, seria apresentado, nem que fosse “para memória futura”.

Não sei como vai acabar a empresa, até pode acontecer como já ouvi, que o administrador de insolvência, se não tiver dinheiro para pagar os ordenados irá imediatamente para liquidação”, referiu. Ou seja, “liquidada imediatamente a empresa e eu não posso fazer nada”, enfatizou Luís Delgado.

O início desta semana será então decisivo. André Correia Pais, nomeado no dia 4 de dezembro administrador de insolvência da empresa, confirmou ao +M a intenção de comunicar ao tribunal que em sua opinião a empresa deve entrar em liquidação se não conseguir pagar os ordenados deste mês. “Não teria ‘cara’ de manter a empresa em laboração se não pagar os ordenados. Em consciência, é o que posso fazer”, resumiu antes do Natal.

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Renfe sublinha os seus resultados históricos no final do ano, enquanto os seus concorrentes de alta velocidade registam perdas

  • Servimedia
  • 30 Dezembro 2024

A Renfe consolidou a sua posição como líder indiscutível do mercado ferroviário espanhol ao encerrar 2024 com um Ebitda de 338 milhões de euros, um aumento de 17% em relação ao ano anterior.

Segundo a empresa presidida por Raül Blanco, reflecte a eficácia das estratégias implementadas para melhorar a eficiência operacional e adaptar-se ao aumento da procura em serviços comerciais como o AVE, Avlo, Alvia, Euromed e Intercity.

Uma das realizações mais destacadas da Renfe Viajeros, a sua filial especializada no transporte de passageiros e serviços turísticos, foi um notável aumento de 88% no resultado operacional da sua área comercial, atingindo 114,56 milhões de euros, em comparação com 60,78 milhões em 2023. Este resultado foi impulsionado por uma forte procura nos corredores de alta velocidade que ligam Madrid à Catalunha, à Andaluzia e à Comunidade Valenciana, apesar das interrupções causadas pela dana nesta última região durante o último trimestre do ano.

O sucesso da Renfe foi também apoiado pelo seu “Plano de Geração de Valor e Melhoria da Eficiência”, que contribuiu com 27,8 milhões de euros para o Ebitda do grupo e permitiu poupanças de quase 60 milhões de euros. Isto consolida a Renfe como um modelo de gestão eficiente no setor ferroviário.

DESAFIOS FINANCEIROS

Enquanto a Renfe celebra um ano excecional, os seus principais concorrentes no mercado da alta velocidade, a Iryo e a Ouigo, enfrentam desafios financeiros significativos num ambiente marcado por uma concorrência feroz e custos operacionais elevados.

A Iryo, que completou o seu primeiro ano completo de operações em 2023, registou perdas de 79 milhões de euros, decorrentes de um investimento de 900 milhões de euros na aquisição de comboios, infra-estruturas e estratégias de marketing. Embora estas perdas fossem esperadas devido à natureza de capital intensivo do setor, a empresa descreve 2023 como um ano de “aprendizagem e ajustamento” e está confiante de que os seus planos a longo prazo irão melhorar os resultados.

Por seu lado, a Ouigo, com um prejuízo de 43 milhões de euros em 2023, realizou um volume de negócios de 139 milhões de euros e transportou 4,6 milhões de passageiros. Embora estes números sejam mais moderados do que os da Iryo, refletem as dificuldades de operar num mercado altamente competitivo. Os analistas concordam que tanto a Iryo como a Ouigo continuarão a registar prejuízos durante, pelo menos, cinco anos, à medida que consolidam as suas operações.

Ambos os operadores, apoiados pela SNCF Voyageurs no caso da Ouigo e pelo consórcio Trenitalia, Air Nostrum e Globalia no caso da Iryo, baseiam o seu modelo em preços baixos e numa oferta simplificada. Embora esta estratégia lhes tenha permitido conquistar uma quota de mercado relevante, a Renfe considera que a forte competitividade da empresa presidida por Raül Blanco complica os seus planos de expansão.

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Os hospitais de Madrid lideram oito especialidades médicas no ranking nacional de 2024

  • Servimedia
  • 30 Dezembro 2024

Os hospitais de Madrid estão em primeiro lugar em oito das doze especialidades analisadas no Índice de Excelência Hospitalar 2024, segundo o Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada.

De acordo com este índice, o Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz lidera três especialidades (Ginecologia, Pneumologia e Oncologia Médica), enquanto o Hospital Universitário La Paz lidera duas áreas (Pediatria e Reumatologia).

O IEH 2024 analisa anualmente a excelência dos hospitais espanhóis, tanto públicos como privados, através de três eixos: geral, regional e especialidades, revelando os três primeiros centros em doze disciplinas médicas.

A Comunidade de Madrid reafirma a sua liderança absoluta em relação às outras regiões ao colocar três hospitais no top nacional: o Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz (1.º), o Hospital Universitário La Paz (2.º) e o Hospital Universitário Gregorio Marañón (3.º).

DOMÍNIO NAS ESPECIALIDADES

O Hospital Universitário Quirónsalud Madrid lidera em Cardiologia, enquanto o Hospital Clínico San Carlos lidera em Neurologia e o Hospital Universitário Gregorio Marañón se destaca em Psiquiatria, completando o domínio de Madrid em oito especialidades.

A Catalunha alcançou o primeiro lugar em duas especialidades: o Hospital Universitario Vall d’Hebrón em Cirurgia Geral e Digestiva e o Centro Médico Teknon em Urologia, de acordo com o relatório do Instituto Coordenadas.

A solidez do sistema de saúde de Madrid também se reflete na classificação geral, onde tem cinco centros entre os dez melhores de Espanha, seguida da Catalunha com quatro e da Comunidade Valenciana com um.

O Vice-Presidente Executivo do ICGEA, Jesús Sánchez Lambás, sublinha que a liderança do Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz se deve “ao seu modelo de gestão baseado na excelência, na inovação e nos cuidados centrados no doente”.

METODOLOGIA RIGOROSA

Para elaborar esta análise exaustiva, o Instituto Coordenadas realizou 2.250 inquéritos a profissionais de saúde em Espanha, em diferentes hospitais, avaliando parâmetros como a qualidade da assistência e a satisfação dos pacientes.

O estudo tem em conta fatores como o serviço hospitalar, o bem-estar percebido pelo paciente, a capacidade de inovação, os cuidados personalizados e a eficiência na utilização dos recursos atribuídos.

Os resultados mostram que a Andaluzia e a Comunidade Valenciana lideram numa especialidade cada: Dermatologia no Hospital Universitário Virgen del Rocío e Traumatologia no Hospital Universitário e Politécnico La Fe, respetivamente.

LIDERANÇA CONSOLIDADA

O Hospital Universitário Fundação Jiménez Díaz mantém a sua posição como o melhor hospital de Espanha com uma pontuação de 0,998 em 1, seguido do Hospital Universitário La Paz (0,995) e do Hospital Universitário Gregorio Marañón (0,989).

A metodologia IEH analisa os hospitais públicos e privados espanhóis com maior compromisso com a qualidade e a sustentabilidade de um sistema de saúde universal, avaliando múltiplos parâmetros de forma rigorosa.

O relatório destaca que esta análise permite identificar as melhores práticas e os centros de referência em cada especialidade, contribuindo assim para a melhoria contínua do sistema de saúde espanhol.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 30 de dezembro

  • ECO
  • 30 Dezembro 2024

Ao longo desta segunda-feira, 30 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Apaixonada pela beleza mas a encontrar o amor no Boticário, Maria João Santos, na primeira pessoa

A liderar o marketing do Grupo Boticário Portugal há quase dois anos e meio, Maria João Santos encontrou no amor a "fórmula secreta". Gosta de cozinhar comida portuguesa e italiana e adora a Ásia.

Depois de ter feito grande parte do seu percurso profissional no lado das agências, mas de ter tido também uma experiência na área dos media, Maria João Santos sentia que lhe faltava trabalhar no lado do cliente. Conseguiu colmatar essa falha do “triângulo” no Boticário, grupo de que é diretora de marketing em Portugal há quase dois anos e meio e onde está a ser “extremamente feliz”.

Eu já tinha uma grande paixão pela beleza, mas foi no Boticário que encontrei o amor. O grupo é uma marca de beleza, mas onde se tem amor tem beleza, por isso efetivamente a paixão virou um grande amor”, diz a diretora de marketing do Grupo Boticário Portugal, em conversa com o +M.

Na sua atual função é responsável por quatro áreas, desde logo pela de marketing de marca, onde o “grande objetivo é trabalhar as marcas do grupo — como O Boticário, Quem Disse, Berenice? ou Aura — e, no fundo, mostrar essas marcas aos consumidores portugueses”.

É também responsável pela área de marketing canal, atuando nos vários canais em que o grupo está presente, seja nas lojas próprias, no site ou através de parceiros, como a Wells ou a Amazon. Outra das suas funções passa por aumentar a notoriedade do grupo Boticário em Portugal: “somos um player presente em Portugal com projetos bastante desafiadores, desde o empreendedorismo até às nossas políticas muito na vanguarda do ESG [Environmental, Social and Governance], por isso é muito importante para nós falarmos sobre o nosso propósito enquanto grupo”, explica.

Além disso, Maria João Santos tem ainda à sua responsabilidade a área de arquitetura e store experience, onde o desafio passa por “gerar, cada vez mais, uma experiência inovadora e diferenciadora para quem visita as lojas” do grupo.

Em termos de comunicação do Boticário, esta tem “evoluído bastante” desde há três anos, com o grupo a fazer “um grande investimento na marca“, não só na comunicação pura e dura, mas também nas experiências que quer levar até junto dos consumidores.

“Temos uma rede com mais de 60 lojas e iniciámos exatamente há três anos toda uma remodelação das nossas lojas. Precisávamos de lojas mais modernas, mais sofisticadas e que proporcionassem uma experiência mais relevante e uma jornada mais interessante para os nossos clientes e isto é feito através de um esforço conjunto“, explica a responsável.

“Ou seja, de uma atualização das lojas mas também do nosso site, indexando a isto uma comunicação diferente. Em 2022 lançámos a nossa primeira campanha de marca em Portugal, que tinha como objetivo voltarmos a conectarmo-nos com o consumidor português e demonstrar que a fórmula secreta do Boticário era o amor. Precisávamos de voltar a conversar com o consumidor e demonstrar quais eram os nossos valores. Queremos ser uma marca atual, que responde às necessidades de beleza do consumidor português“, acrescenta Maria João Santos.

Neste sentido, a marca O Boticário lançou este Natal uma campanha onde celebra os laços familiares, naquela que é a sua “maior realização audiovisual” de sempre. Esta “grande produção” foi realizada pela equipa d’O Boticário no Brasil mas foi lançada a nível mundial, nomeadamente em Portugal, mas também nos EUA e na Colômbia, o que permitiu a “internacionalização da campanha“.

A verdade é que O Boticário é uma marca de histórias reais, sempre foi. E esse é um território em que por vezes é difícil comunicar mas que achamos que é muito importante nós estarmos presente. Tanto no Natal como no Dia da Mãe fazemos sempre campanhas que contem um bocadinho histórias que fazem parte da vida das pessoas”, diz Maria João Santos.

Esta campanha de Natal tinha por objetivo “contar uma história de um amor muito verdadeiro“, sobre o momento em que são os filhos que começam a cuidar dos pais, “o que muitas vezes pode criar momentos de tensão nas famílias, mas em que através da compreensão e do amor é possível resolver as coisas”, explica a diretora de marketing que lidera uma equipa composta por outros 23 elementos e que conta com o apoio das agências Mindshare (em termos de planeamento de media) e da Burson (relações públicas).

Foi após uma breve passagem pela área de consultoria em corporate finance que Maria João Santos aprendeu que a sua paixão estava no marketing, tendo então ido para a área das agências de media, nomeadamente para o grupo Omnicom, onde esteve cerca de uma década e onde trabalhou uma variedade de anunciantes de diversos setores, como a Unicer (agora Super Bock Group), Portugal Telecom, McDonald’s, Beiersdorf (dona da marca Nivea) ou L’Oréal.

Após dez anos na área de agências resolveu “desafiar-se” e juntar-se aos media, depois de ter surgido a oportunidade de integrar a equipa comercial do Observador, naquela que foi uma “experiência muito enriquecedora”. Mas após menos de dois anos, “a media voltou a chamar”, pelo que voltou para as agências, desta vez para o GroupM para trabalhar de novo a L’Oréal, num projeto “muito diferenciador no mercado”, tendo em conta que na altura foi criada uma agência para trabalhar, de forma exclusiva, este anunciante.

A passagem por agências e grupos de media foi “extremamente importante” para a sua atual função, desde logo pelo facto de ter trabalhado vários setores com diversos anunciantes, o que lhe proporcionou “uma experiência bastante grande” e levou a um “grande desenvolvimento” na análise do consumidor.

“As agências de media também têm uma parte muito relevante que é a grande responsabilidade de comunicar junto do target pretendido mas também de ter de cumprir orçamentos, pelo que efetivamente me deram uma experiência muito grande. Além disso, conviver com vários anunciantes também foi muito importante para me transformar na profissional que sou. Ter privado com várias equipas de marketing dá-nos uma perspetiva de atuação“, refere a diretora de marketing de 41 anos.

A viver em Lisboa com o marido e os dois filhos – um menino e uma menina, ainda pequenos – Maria João Santos diz-se uma “alfacinha de gema” e considera ter tido uma infância e adolescência “extremamente felizes” na capital, “em muito” devido à sua família.

O meu pai e a minha mãe são os meus dois pilares. Falo com eles todos os dias e estou também quase todos os dias com eles. Foram sempre muito presentes ao longo de toda a minha vida, sempre me acompanharam, desafiaram, apoiaram, aconselharam e ajudaram nas decisões mais importantes da minha vida”, refere.

Apesar de lisboeta tem uma “costela ribatejana” (uma vez que a mãe é de Santarém) e outra açoriana (de onde é o pai), o que resulta numa “mistura engraçada”, uma vez que “em ambos os sítios se gosta muito de comer”.

Aprendi com a minha mãe e a minha avó a cozinhar e a receber. Adoramos ter casa cheia, seja com família ou amigos“, diz, acrescentando que adora cozinhar. Se não trabalhasse em marketing, provavelmente Maria João Santos teria sido chef de cozinha, sendo que gosta particularmente de colocar em prática os seus dotes culinários através da confeção de comida tradicional portuguesa e de “comida de tacho”.

Adora fazer pratos como cozido à portuguesa, entrecosto no forno ou rojões. Mas além disso — talvez também influenciada pelo período que viveu em Milão enquanto fez Erasmus — adora também cozinhar comida italiana, como risotto de cogumelos ou linguini nero com gambas.

O que mais gosta de fazer hoje em dia é estar presente para os seus filhos e marido. “Num mundo de lufa-lufa em que estamos sempre atrasados para alguma coisa, acho que poder desfrutar de tempo em família tornou-se uma das minhas prioridades. Mas gosto também de estar com família mais alargada e com amigos, gosto imenso de ter casa cheia e de fazer convívios. Qualquer desculpa para fazer programas ao fim de semana com amigos é ótima”, diz.

Além disso, Maria João Santos gosta também muito de viagens, embora não tenha viajado tanto quanto gostaria desde que foi mãe. Entretanto desenvolveu uma “grande paixão” pela Ásia e uma “grande admiração” pelas culturas asiáticas, elegendo o Camboja como o sítio mais bonito onde já esteve.

Fez natação desde os três até aos 18 anos (tendo praticado de forma federada durante cinco anos) e jogou futebol de cinco feminino, no período em que esteve na escola. Adora ler livros policiais, gostando particularmente do autor Tom Clancy.

Estar presente nos momentos que interessam e são relevantes e estar presente na vida daquelas pessoas de quem eu gosto e que gostam de mim” é o desafio da sua vida, até tendo em conta que às vezes “é muito difícil conseguir conciliar tudo”. “Mas também nunca deixar de sonhar e acreditar que tudo é possível“, conclui.

Maria João Santos em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

Gostaria de ter participado na campanha “Quanto mais depressa, mais devagar”, uma campanha de 2001 de prevenção rodoviária promovida pela Direcção-Geral de Viação (DGV) e Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP). Eram cinco histórias reais de pessoas que viram as suas vidas mudarem após trágicos acidentes de viação. Foi uma campanha inquietante, que não deixou ninguém indiferente, onde durante mais de um minuto as pessoas executavam com extraordinária dificuldade as tarefas mais banais do dia-a-dia como virar a página de um livro ou abotoar um botão de uma camisa, ao som de Aimee Mann. Foi uma campanha que despertou emoções fortes e é uma das campanhas que gostaria de ter estado envolvida, uma vez que não deixou ninguém indiferente.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Inovar sem perder a identidade da marca. Encontrar o equilíbrio entre inovação e manutenção da identidade da marca é muito desafiador. Novas campanhas, novos produtos ou novas abordagens que atraem novos consumidores, mas que ao mesmo tempo preservam os valores e a essência da marca, exige uma avaliação cuidadosa. Essas decisões geralmente envolvem a necessidade de equilibrar riscos e recompensas, avaliar tendências do mercado e a evolução do comportamento do consumidor, e encontrar resultados concretos enquanto se mantém a fidelidade à visão e aos valores da marca.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

O consumidor! E digo consumidor, por termos de pensar tanto nos clientes como nos potenciais clientes, dada a importância de os conhecer, analisando as suas necessidades. As expectativas requerem confiança e empatia e para isso temos de desenvolver uma comunicação transparente para dar resposta à suas necessidades e gerar uma ligação emocional.

4 – O briefing ideal deve…

Ser claro, inspirador e abrir portas para a criatividade. Ter a capacidade de gerar boas histórias sobre a marca, os seus produtos e serviços; histórias que geram inspiração, energia e contam os valores da marca, levando também a uma ligação emocional com os consumidores.

5 – E a agência ideal é aquela que…

Comunga dos nossos valores, mas que simultaneamente nos desafia, questiona e nos procura surpreender.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Arriscar, sempre. O que é seguro raramente é memorável. O tema é: só sendo verdadeiros é que conseguimos o efeito “wow” dos consumidores. Temos de ser seguros na transmissão dos valores, mas simultaneamente assumir um pouco de risco na comunicação da marca e dos seus produtos, com uma ousadia calculada que faz a diferença.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Venho da área de gestão e finanças pelo que parto sempre do princípio de que “não existem almoços grátis”. Contudo, diria que procurava realizar uma campanha para expandir a marca com uma aposta na inovação tecnológica que permitisse uma experiência interativa e conectassem a marca ao público de forma inesquecível.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Portugal é um terreno fértil de criatividade, temos excelentes criativos que, todos os dias, apresentam campanhas dinâmicas e geram emoções, combinando tradição e inovação.

9 – Construção de marca é?

Criar um legado. É transformar valores em ações, produtos em experiências e consumidores em embaixadores.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Seria chef de cozinha, para além de gostar muito de cozinhar, acho que a comida é algo muito tradicional português, que dá conforto e deixa as pessoas felizes. E não é muito diferente do marketing: precisamos conhecer o nosso público-alvo, conhecer os seus interesses e gostos, criar um produto que gostem, comunicá-lo e apresentá-lo da forma mais criativa possível, criando sempre uma ligação.

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Os grandes negócios de 2025 que podem dar novo fôlego ao M&A

Depois de um ano que desiludiu, Portugal tem de mostrar que consegue fechar grandes transações. É unânime entre 'advisors' que as maiores de 2025 serão as vendas da TAP e do Novobanco.

Portugal está longe dos recordes de 2021 e 2022 no mercado transacional, mas ainda existe esperança de um novo ímpeto quando se virar a página do calendário. Isto porque as perspetivas gerais para o mercado de fusões em aquisições (M&A) no próximo ano são de “otimismo moderado”, citando a expressão utilizada por alguns assessores contactados pelo ECO. Desde logo, porque existem vários negócios por fechar nos meses que se seguem.

As estrelas do ano estão na banca e aviação, embora haja outros setores a ter em conta. O diretor e responsável de M&A da Howden Portugal diz que empresas de infraestruturas e saúde tiverem um 2024 “relativamente ativo”, pelo que deverá continuar. “O imobiliário, por seu turno, continua a ser o grande motor das transações em Portugal. Destacam-se os investimentos na área da hotelaria, o que se manterá em 2025. Por outro lado, regressaram as operações de retalho, tendência que já se tinha observado em 2023, mas que se consolidou ao longo deste ano e que se deverá igualmente manter”, acrescenta Francisco Alvim.

O relatório “2025 M&A Outlook” do Goldman Sachs antevê que, em 2025, os maiores desafios, como a regulação e a política monetária incerta, sejam resolvidos, “pelo menos de forma geral” e gerem um ambiente de maior confiança para as empresas negociarem entre si. De facto, 47% dos clientes do banco disseram que os maiores impulsionadores de decisões de M&A no próximo ano serão o crescimento estratégico e junção de novas capacidades (por exemplo, unidades de negócio extra).

Os banqueiros de investimento contactados pela Reuters estimam que as transações de M&A mundiais ultrapassem os 4 biliões de dólares (3,8 biliões de euros) em 2025, o valor mais alto em quatro anos à boleia das promessas do presidente eleito dos Estados Unidos de menos regulação e menos impostos às empresas.

“Depois de um ano marcado por muitas eleições, tanto nos Estados Unidos como na Europa, incluindo em Portugal, espera-se o retorno a uma certa estabilidade política, o que sempre é positivo do ponto do investimento”, assinala Francisco Alvim.

TAP

É um dos maiores negócios em Portugal anunciados para 2025, embora se arraste há mais de um ano, quando o anterior Governo aprovou o diploma que definiu a alienação de, pelo menos, 51% do capital da empresa de aviação, reservando até 5% para os trabalhadores. O Executivo liderado por Luís Montenegro – entretanto no poder – manteve os planos de venda, mas foi mais além ao defender que o ideal era uma privatização total do capital caso haja garantia de que o hub de Lisboa se mantém.

O plano do Governo é iniciar e concluir o processo de privatização no próximo ano, disse o ministro das Infraestruturas, durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, em novembro. Miguel Pinto Luz avançou que houve mais de 12 manifestações de interesse na TAP de players nacionais e estrangeiros, onde se incluem IAG, Air France-KLM e Lufthansa, cujas reuniões públicas. O caderno de encargos será preparado até março, de acordo com o Expresso.

Na opinião do advogado Diogo Leónidas Rocha, esta é sem dúvida uma das transações de referência em 2025. Questionado sobre o mercado, explicou que ainda enfrenta períodos de “grande incerteza”. “Apesar dos efeitos do Covid-19 parecerem estar mais distantes, a instabilidade geopolítica provocada pela guerra da Ucrânia veio a afetar as cadeias de produção e distribuição na Europa. O conflito do Médio Oriente de dimensões ainda imprevisíveis, e o facto de as economias motor da Europa encontrarem-se estagnadas, não parece igualmente ajudar a tão esperada retoma do mercado de M&A”, argumentou ao ECO o sócio da área Corporate na J+Legal.

E mais empresas do Estado

Importa lembrar que o Governo criou um grupo de trabalho para proceder ao levantamento das empresas do Setor Empresarial do Estado (SEE) consideradas estratégicas para perceber quais poderão ser objeto de venda de participações. O relatório que daí surgir vai entregue até ao dia 31 de março de 2025.

“Impõe-se uma reavaliação dos ganhos de eficiência e de qualidade resultantes da manutenção e exploração das atividades abrangidas pelo SEE em moldes empresariais públicos ou de uma participação estatal, na perspetiva da reconfiguração da dimensão do Estado e do princípio da eficiência que deve presidir à sua presença e ação”, lê-se no despacho do Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças publicado a 11 de dezembro.

A Caixa Geral de Depósitos, o grupo Águas de Portugal, a RTP e a Companhia das Lezírias estão de fora desta análise.

Novobanco

O fim antecipado do Acordo de Capital Contingente (CCA) do Novobanco, no início do mês, abriu novas portas para o futuro da instituição financeira que em 2017 foi vendida ao fundo norte-americano Lone Star. É outra das operações que tem suscitado atenção pública, nomeadamente pela hipótese de uma Oferta Pública Inicial (IPO – Initial Public Offering).

Na sequência do CCA, que o Governo caracterizou como “bom” e capaz de “normalizar” o banco e reduzir encargos estatais, se tudo correr como planeado, o processo começa em maio, apurou o ECO.

Em setembro, fontes avançaram à agência Reuters que a Lone Star estaria a considerar quer um IPO quer uma venda. Segundo o Negócios, o BCE poderá autorizar a operação de redução de capital até ao final de abril ou ao início de maio, portanto – a avançar – o IPO aconteceria só a partir de meados de 2025.

Seria bom que esta oportunidade fosse aproveitada por players portugueses, pese embora tudo indique que se irá avançar com IPO”, disse ao ECO o administrador executivo da Touro Capital, Miguel Vodrazka de Miranda, que antecipa um ano com atividade de M&A.

Depois de um 2024 marcado pela redução do custo diferencial entre a oferta e a procura (spread bid-ask) e de um maior alinhamento de expectativas de preço entre compradores e vendedores, é expectável que o mercado reacenda, denota Miguel Vodrazka de Miranda. “A evolução deste spread será crucial para o número de transações a ocorrer. Para 2025, e face ao cenário complexo que se avizinha, manter-se-á a procura incessante de oportunidades de crescimento e de consolidação, bem como por ativos com balanços robustos, que ofereçam resiliência e potencial de crescimento, com especial destaque para setores como a indústria, energias renováveis, saúde, tecnologia, sustentabilidade e defesa”, explicou o executivo da Touro Capital.

Outro dos negócios que ficará fechado em março ou abril de 2025 é a recém-anunciada aquisição da empresa espanhola Cacesa (Compañia Auxiliar al Cargo Expres) pelos CTT – Correios de Portugal por um valor de 104 milhões de euros. Por volta dos mesmos meses, estará a Luz Saúde a rubricar o acordo com o fundo C2 MedCapital para controlar mais nove unidades de saúde no Algarve, Lisboa, Porto e Covilhã.

Internacional

  • Fusão Honda-Nissan
    Lá fora, destaca-se o acordo para criar o gigante dos automóveis entre as fabricantes japonesas Honda, Nissan e Mitsubishi. O plano é assinar o acordo definitivo para a integração (incluindo o plano de transferência de ações) em meados de 2025. seguindo-se uma assembleia geral extraordinária só em abril de 2026.
  • Bosch paga 8 mil milhões
    A empresa alemã Bosch, que emprega mais de 7 mil pessoas em Portugal, fez o maior negócio da sua história com a Johnson Controls: a aquisição da unidade internacional de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (AVAC) para edifícios residenciais e comerciais. A compra destes ativos, por oito mil milhões de dólares (7,4 mil milhões de euros), só deverá estar concluída em junho ou julho de 2025.
  • Mars e ‘Pringles’
    A Mars, que tem marcas de chocolates como M&M’s e Snickers, também avançou para a sua maior aquisição de sempre – a da Kellanova por 35,9 mil milhões de dólares (cerca de 33 mil milhões de euros) – e vai gerar uma importante concentração no mercado dos salgados e guloseimas a nível internacional. A operação está prevista de ser concluída na primeira metade do próximo ano.

Não é mera impressão: o fluxo de negócio entre os Estados Unidos e a Europa cresceu no último ano, representando quase metade (44%) do volume de transações entre as principais regiões do mundo pelos cálculos do Goldman Sachs.

É o caso da proposta de venda da britânica DS Smith à International Paper por 9, 8 mil milhões de dólares ou do fundo de private equity Clayton Dubilier & Rice, que está em negociações com a farmacêutica Sanofi para comprar 50% do seu negócio de medicamentos de venda livre (não estão sujeitos a receita médica). A empresa que está no meio destas conversas é a Opella, a terceira maior do mundo neste mercado de consumer health, com um portefólio de 100 marcas, como Dulcolax, Buscopan, (Bisolvon) Mucosolvan, Allegra, Doliprane, Novanight, entre outras. É considerado um dos maiores negócios do ano em França e está a causar alarme sobre quantos despedimentos daí poderão vir – uma movimentação na saúde a ter em atenção em 2025.

Sobre os fundos de private equity, o administrador executivo da Touro Capital referiu que, apesar do poder de fogo (dry powder) “considerável” e de haver interesse que esse capital chegue à economia rapidamente, “é possível que adoptem posturas mais conservadoras e aguardem por um contexto mais favorável para as suas aquisições – talvez com maior incidência no segundo semestre”. “Haverá um aumento de parcerias entre fundos, aumento de transações em coinvestimento com outros investidores, bem como o uso de estruturas financeiras mais flexíveis”, estimou Miguel Miranda.

“Investidores não dependentes de recurso ao financiamento, tais como private equities, fundos de pensões e fundos de investimento, poderão posicionar-se de forma oportunista e mais vantajosa, embora pressionados por múltiplos de transação mais elevados e exigências mais intensas relacionadas com fatores ESG”, completa Diogo Leónidas.

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Reprogramação do PRR reduz ambição da expansão do Metro de Lisboa

Reprogramação vai ainda abranger o Banco de Fomento. “Está em curso a negociação de metas diferenciadas no contexto da reprogramação do PRR”, confirmou ao ECO fonte oficial do banco.

O Governo vai reduzir a ambição da expansão da linha vermelha do Metro de Lisboa na reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que será entregue a Bruxelas em janeiro, apurou o ECO.

O prolongamento da linha vermelha entre São Sebastião e Alcântara inclui a construção de quatro novas estações – Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara – ao longo de quatro quilómetros (ver diagrama abaixo). Está prevista no PRR com um financiamento de 304 milhões de euros.

Mas as obras estão manifestamente atrasadas e o Governo tem de agir para não perder as verbas inscritas na bazuca. A solução ainda está “em equação”, disse ao ECO uma fonte conhecedora do processo, mas é claro que a expansão não será toda paga com verbas do PRR.

O plano de expansão da linha vermelha do metro de Lisboa

Quando Bruxelas abriu a porta ao faseamento dos projetos, ou seja, serem financiados pelo PRR até ao limite temporal permitido (agosto de 2026) e o restante por outras fontes, o ministro Adjunto e da Coesão admitiu, em entrevista ao Jornal de Notícias/TSF, a possibilidade de apenas duas estações serem pagas pelo PRR. “Se não fizermos quatro estações, vamos fazer duas. Desde que estejam a operar, serão financiadas pelo PRR”, admitiu o responsável.

Também o ministro das Infraestruturas já disse no Parlamento que a litigância pode levar o Metro de Lisboa a falhar os prazos do PRR, numa referência às duas impugnações de que a expansão da linha vermelha já foi alvo.

Outro dos investimentos que já está vaticinado que irá se reprogramado é a linha de superfície do metro de Loures, cuja construção está a ser disputada pela Mota-Engil e pela Zagope. A linha que fará a ligação rápida entre o Hospital Beatriz Ângelo e o Infantado tinha um custo inicial previsto de 250 milhões de euros, assegurados integralmente por empréstimos do PRR. Mas na sequência de uma “alteração substancial, designadamente a necessidade da inclusão da construção de viadutos e de 3,3 quilómetros de via em túnel”, assim como pelo aumento dos preços da energia e dos materiais de construção, e o custo com expropriações, o custo do projeto foi elevado para 527 milhões de euros.

Apesar da conclusão da construção da linha de 11,5 quilómetros estar prevista para junho de 2026, em junho de 2025 há um marco previsto para este investimento que dificilmente poderá cumprir os prazos.

dois outros marcos que serão reescalonados para outras datas ou simplesmente substituídos, se o Executivo perceber que não tem condições de os cumprir: o contrato para a compra de dois ferries elétricos para o transporte de passageiros e veículos nos Açores, cujo concurso ficou deserto; e a assinatura do contrato relativo a um navio de investigação multifuncional, na Madeira, cujo concurso também teve problemas que parecem não estar a ser ultrapassados no segundo. Estes dois marcos eram referentes ao sexto pedido de desembolso que foi entregue com quatro dos 30 marcos e metas por cumprir. A estratégia do Governo é entregar em Bruxelas uma reprogramação do PRR que irá retirar do sexto pedido de pagamento estes marcos em falta.

A reprogramação vai ainda abranger o Banco de Fomento. A instituição, que a partir do próximo ano terá na liderança Gonçalo Regalado, tem 1,32 mil milhões de euros do PRR para executar até dezembro de 2025 e, a esta altura, estão realizados apenas 93 investimentos.

O Governo ainda não decidiu qual o caminho a adotar: se reduzir os 1,32 mil milhões utilizados como dotação do Fundo de Capitalização e Resiliência, que financia vários programas da instituição como o Consolidar, Reprogramação Estratégica, Deal-by-Deal e Venture Capital ou se estender o prazo para a concretização destes investimos à semelhança do que vai acontecer com as agendas mobilizadoras.

Fonte oficial do Banco de Fomento confirmou ao ECO que “está em curso a negociação de metas diferenciadas no contexto da reprogramação do PRR”, mas que “não existe, até ao momento, qualquer proposta conhecida de redução do Fundo de Capitalização e Resiliência”.

“Ainda não está decidido”, disse ao ECO uma fonte conhecedora do processo.

Quer os investimentos diretos do Banco de Fomento, quer os indiretos, têm como prazo limite de execução o final de 2025. O mesmo acontece com as agendas mobilizadoras. Mas, o ministro da Coesão já revelou que vai propor no âmbito da reprogramação o prolongamento do prazo até 30 de junho de 2026.

O exercício de reprogramação passará também por adiantar investimentos que já estão cumpridos, referentes ao sétimo e oitava pedidos de pagamento, de forma a garantir que o montante do sexto pedido de pagamento não desça face aos 1,67 mil milhões de euros (líquidos de pré-financiamento) inicialmente estimados.

Outro dos pontos que a reprogramação vai ter de ter em conta são as poupanças geradas até aqui. A bazuca foi lançada como uma resposta à pandemia, mas, entretanto, foi desencadeada uma guerra na Ucrânia e o mundo foi assolado por uma espiral inflacionista. Todos os Estados membros acabaram por entregar uma reprogramação dos seus PRR, não só para cautelar a subida dos preços mas também para acomodar as mudanças que resultaram do novo cálculo da contribuição financeira atualizado, substituindo os dados das previsões de outono da Comissão de 2020 pelos resultados efetivos no que respeita à variação do PIB real de 2020 e à variação agregada do PIB real para o período de 2020-2021 e as verbas que coube a cada um do REPowerEU.

Com os atrasos, muitos projetos foram sendo executados e apresentado resultados, mas com menos meios do que o inicialmente previsto, o que resulta em poupanças, “numa maior eficiência na execução”. Assim, “os resultados surgem, mas o dinheiro não ser todo gasto, o que até pode ser bem visto aos olhos de Bruxelas”, sublinhou ao ECO outra fonte, conhecedora do projeto.

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5 coisas que vão marcar o dia

O penúltimo dia de 2024 será marcado pela reunião entre Governo e médicos, estimativa da inflação em dezembro, síntese de execução orçamental até novembro e mais greves.

Na véspera do fim de ano, destaque para a execução orçamental até novembro e a primeira estimativa da evolução dos preços este mês. Os médicos voltam a reunir-se com o Governo em mais uma ronda negocial e várias greves continuam a paralisar alguns setores do país.

Como evoluiu o excedente em novembro?

A Direção-Geral do Orçamento (DGO) divulga esta segunda-feira a síntese de execução orçamental referente a novembro. Até outubro, o Estado português registou um excedente de 3.302 milhões de euros, o que representou uma diminuição de 6.067,9 milhões de euros em termos homólogos. Já a receita fiscal subiu 3,7%, apesar da redução de 1,8% registada com o IRS.

Inflação em dezembro

Como evoluíram os preços no último mês do ano? O Instituto Nacional de Estatística (INE) irá publicar, por volta das 9h30, a estimativa rápida do Índice de Preços no Consumidor (IPC) em dezembro. No mês passado, ficou confirmado que a inflação acelerou para 2,5%, acima dos 2,3% registados em outubro.

Reunião entre Governo e médicos

O Governo volta a sentar-se à mesa com os representantes dos médicos para a última reunião negocial, depois de horas de conversações antes do Natal que terminaram sem acordo quanto ao aumento salarial para a categoria de assistentes graduados da carreira médica. O Ministério da Saúde reúne-se com Sindicato Independente dos Médicos (SIM) a partir das 14h30.

Turismo, indústria e comércio

Hoje serão divulgados vários indicadores macroeconómicos ao longo da manhã, que abrangem os setores do turismo, indústria e comércio. O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica o índice de volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas no comércio e os índices de produção industrial em novembro. Por sua vez, o Banco de Portugal apresenta o indicador preliminar das viagens e turismo da balança de pagamentos também em novembro.

Greves continuam

Nova semana ‘rima’ com novas greves. Desde a meia-noite que os trabalhadores da Metro do Porto, representados pelo Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) estão a exercer o seu direito à greve “total”. A paragem decorre até às 23h59 do dia 2 de janeiro de 2025, para reivindicar melhoria das condições de trabalho, pagamento do prémio anual de desempenho e regularização dos descansos compensatórios.

Se vai passar o réveillon à Madeira saiba que o Sindicato de Trabalhadores da Hotelaria avançou com uma greve entre 30 de dezembro de 1 de janeiro para reivindicar o aumento salarial de 75 euros, acima dos 53 euros propostos pela ACIF – Associação Comercial e Industrial do Funchal.

E prosseguem as seguintes paralisações:

  • Trabalhadores da Portway, empresa de handling que presta serviços de assistência em terra nos aeroportos
  • Trabalhadores nas empresas de trabalho temporário, convocada pelo SINTTAV – Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual
  • Trabalhadores da Higiene Urbana da Câmara Municipal de Lisboa

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