Medina fora das listas de deputados do PS por “decisão de natureza pessoal”

  • Lusa
  • 31 Março 2025

O ex-ministro das Finanças comunicou ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que não quer integrar as listas de candidatos a deputados socialistas nas próximas legislativas.

O ex-ministro das Finanças Fernando Medina comunicou ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que não quer integrar as listas de candidatos a deputados socialistas nas próximas eleições legislativas.

Esta posição consta de uma nota que Fernando Medina, também ex-presidente da Câmara de Lisboa, enviou à agência Lusa.

“Informei hoje o secretário-geral do PS que não pretendo integrar as listas de candidatos à Assembleia da República nas próximas eleições legislativas. Trata-se de uma decisão de natureza pessoal, depois de vinte anos consecutivos em que tive o privilégio de desempenhar elevadas funções políticas“, justifica o ex-ministro das Finanças e atual deputado socialista.

Na mesma nota, Fernando Medina escreve que estará “totalmente empenhado na vitória do PS nas próximas eleições legislativas”.

Só a vitória do PS assegurará um projeto político de desenvolvimento e justiça social capaz de responder às necessidades e aspirações dos portugueses. Continuarei a manter, como sempre, uma participação cívica ativa, designadamente no âmbito do PS”, acrescenta.

“Participação cívica constante”

Ao podcast do ECO e da CNN, ‘O Mistério das Finanças’, o ex-governante afirmou na sexta-feira que a decisão sobre se integraria as listas do partido caberia “sempre, em primeiro lugar, a mim próprio, naturalmente depois também ao Partido Socialista de que faço parte”.

Garantiu, contudo, que “o que podem sempre contar, e esta é a resposta que quero transmitir, obviamente, é uma participação cívica constante e permanente, que não deixarei de ter”.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estaleiros de Viana com 1.200 trabalhadores e carteira de encomendas “sólida” para os próximos anos

  • Lusa
  • 31 Março 2025

“Se mais capacidade os estaleiros tivessem, maior seria a carteira de encomendas por existirem tantas solicitações no mercado”, diz o chairman da Martifer, Carlos Martins.

O chairman da Martifer, Carlos Martins, disse esta segunda-feira que o futuro dos estaleiros de Viana do Castelo “é promissor”, por ter uma carteira de encomendas “sólida” para os próximos anos, empregando 1.200 trabalhadores.

“O futuro é promissor. A nossa carteira de encomendas é sólida. Na recuperação naval temos os anos de 2025 e 2026 completamente tomados. Na área da construção, acabamos de entregar um novo navio, na semana passada e temos mais 11 navios para construir”, afirmou Carlos Martins.

Atualmente, os estaleiros empregam mais de 1.200 trabalhadores.

Segundo o responsável, que discursava nos estaleiros da WestSea, em Viana do Castelo, na cerimónia de corte da chapa para a construção do primeiro de seis Navios Patrulha Oceânicos (NPO) para a Marinha Portuguesa, adiantou que, “se mais capacidade os estaleiros tivessem, maior seria a carteira de encomendas, por existirem tantas solicitações no mercado”.

A construção dos seis NPO para a Marinha portuguesa, pelo preço global de até 300 mil euros euros, foi adjudicada à sociedade WestSea – Estaleiros Navais, participada detida a 100% pelo grupo Martifer, em dezembro de 2023.

A conclusão do processo de aquisição dos NPO para substituir as antigas corvetas da Marinha está prevista para 2031.

Carlos Martins realçou que, na “última década, os estaleiros da WestSea repararam mais de 500 navios de médio porte, maioritariamente para clientes internacionais, e construíram mais de 20 novos navios, sobretudo navios cruzeiros para os rios, mas também para os oceanos”.

Onze anos depois da atribuição da concessão dos estaleiros de Viana do Castelo à Marifer, foram investidos “mais de 60 milhões de euros na reabilitação dos estaleiros com mais 60 anos, desde edifícios e docas e equipamentos”.

“Este estaleiro recuperou a capacidade de construção de navios de médio porte em Portugal. A recuperação da capacidade de construção deste estaleiro deve-se a dois clientes muito importantes: à Marinha Portuguesa e ao doutor Mário Ferreira que desde a primeira hora estiveram, connosco na recuperação da construção deste estaleiro”, referiu

Sobre os seis novos NPO, Carlos Martins destacou o avanço tecnológico relativamente aos últimos quatro que também foram construídos em Viana do Castelo.

“Este navio NPO, sendo irmão dos quatro que já foram construídos, está tecnologicamente à frente no estado da arte. O mundo mudou e os navios também. São capazes de responder aos novos requisitos de uma Marinha moderna que responde às solicitações mais diversas”, frisou.

Segundo o responsável, “a sua conceção integra o que de melhor a tecnologia oferece, reforçando a posição da WestSea enquanto referência na construção desta classe de navios”.

“A construção deste navio deve ser a alavanca necessária para convencer novos clientes. Contamos com a Marinha para nos ajudar neste novo esforço comercial. A Marinha sabe bem o que quer e, quando assim é, torna-se tudo muito mais fácil”, observou.

Para o ministro da Defesa, Nuno Melo, a cerimónia de corte da primeira peça para a construção do (NPO), que vai receber o nome da cidade do Porto, é um “grande dia” para o futuro da Marinha e “um dia muito significativo” para Portugal.

Nuno Melo destacou que a “nova geração dos NPO vai colocar a Marinha Portuguesa na vanguarda do seu destino e vocação” e realçou que os navios “são portugueses da proa à popa”.

“São navios totalmente projetados em Portugal, serão construídos em estaleiros nacionais, por portugueses e terão o envolvimento da base tecnológica industrial da defesa nacional”, disse.

Com um preço unitário de 48,2 milhões, para Nuno Melo os seis NPO representam “um investimento virtuoso e necessário” e “um compromisso do Governo com a necessidade de renovação dos meios navais e a prontidão da Marinha”.

“Falamos de uma oportunidade que irá catalisar o desenvolvimento tecnológico, gerar conhecimento, assegurar empregos que queremos que sejam cada vez mais, mas altamente especializados, impulsionando o ‘cluster’ das indústrias do mar e da economia azul, gerando valor e riqueza para a economia nacional”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Défice das contas do SNS agrava-se para 68,9 milhões. Despesa cresce 9,6% em fevereiro

Saldo negativo deve-se sobretudo ao aumento da despesa com pessoal, designadamente com atualizações salariais, criação da carreira de técnico auxiliar de saúde e pagamento de um bónus aos médicos.

O défice das contas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) agravou-se em fevereiro para 68,9 milhões de euros, “representando uma deterioração de 138,5 milhões de euros face ao período homólogo”, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pela Direção-Geral do Orçamento (DGO). Em janeiro, o saldo já era negativo em 50,2 milhões de euros.

Este resultado deve-se essencialmente a um crescimento de 9,6% da despesa, acima do registado na receita (3,4%). Para o aumento dos encargos contribuíram fundamentalmente as atualizações salariais dos funcionários públicos que trabalham no SNS, a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde ou o pagamento de um bónus de serviço de urgência aos médicos.

A despesa apresenta um crescimento de 9,6%, influenciada fundamentalmente “pelo acréscimo das despesas com pessoal (16,1%) e dos fornecimentos e serviços externos (4,2%)”, lê-se no documento publicado esta segunda-feira.

 

A DGO sinaliza que o aumento das despesas com pessoal reflete, entre outros, a execução das seguintes medidas, sendo que algumas apenas tiveram impacto a partir de fevereiro de 2024:

  • valorizações remuneratórias aplicadas aos trabalhadores em funções públicas;
  • incentivos às equipas das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B;
  • alteração da estrutura remuneratória da carreira especial médica;
  • nova carreira especial de técnico auxiliar de saúde;
  • atribuição de um suplemento remuneratório aos médicos para assegurar o funcionamento dos serviços de urgência.

Nos fornecimentos e serviços externos, a evolução é resultado, em grande medida, do aumento da despesa com produtos vendidos em farmácias (14,6%), o que indica um aumento de prescrições na medicação, com material de consumo clínico (16,7%), influenciado em grande parte pela atividade assistencial, e com serviços especializados (10,3%), que incluem os encargos com prestadores de serviços médicos e de enfermagem para assegurar o serviço de urgência e a resposta à atividade assistencial.

“O crescimento de 3,4% da receita resultou, essencialmente, do aumento das transferências do OE (3,7%)”, de acordo com a DGO.

Pagamentos em atraso recuam para 341,6 milhões

Por outro lado, os pagamentos em atraso das entidades públicas recuaram para 341,6 milhões de euros até fevereiro, de acordo com a síntese de execução orçamental divulgada esta segunda-feira.

“No final de fevereiro, os pagamentos em atraso das entidades públicas ascenderam a 341,6 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 105,2 milhões de euros relativamente ao período homólogo e um aumento de 25,1 milhões de euros face ao mês anterior“, indica o relatório da DGO.

Foi na área da saúde que se verificou a maior diminuição homóloga nos pagamentos em atraso, tendo registado uma redução de 74,5 milhões de euros. Em segundo lugar, surge a Administração Central, excluindo entidades do subsetor da Saúde, com uma diminuição de 55,8 milhões de euros, e, em terceiro, a Administração Local (-16,6 milhões de euros) e as Entidades Públicas Reclassificadas (-5 milhões de euros). Esta redução foi, no entanto, “parcialmente anulada pelo aumento registado pela Administração Regional (46,7 milhões de euros)”, salienta a mesma entidade.

Já olhando para a variação mensal, “o maior contributo regista-se nas Unidades de Saúde EPE (19,2 milhões de euros) e na Administração Regional (5,1 milhões de euros)“, aponta a DGO.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A economia no dia seguinte às eleições é o tema central da Fábrica 2030

  • ECO
  • 31 Março 2025

O ECO promove no dia 22 de abril, no CCB, uma discussão sobre o futuro da economia portuguesa e as propostas políticas às legislativas de 22 de maio.

O país vai novamente a eleições legislativas no dia 18 de maio, e o ECO quer juntar gestores e empresários para discutirem quais devem ser as prioridades de política económica para os próximos anos. É mais um encontro Fábrica 2030, desta vez em Lisboa, no dia 22 de abril, no Centro Cultural de Belém.

Depois de uma legislatura que durou apenas um ano, o que defendem os empresários e gestores das pequenas e médias empresas portuguesas? De que forma as políticas públicas podem ajudar ao crescimento?

Num contexto geoeconómico e político que mudou nos últimos 12 meses, o que vão propor aos portugueses o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha?

O evento que integra as iniciativas do 9.º aniversário do ECO, vai reunir decisores políticos e empresariais e é aberto ao público mediante inscrição aqui.

Programa

09h30 Boas-Vindas
António Costa, Diretor do ECO

Abertura
Pedro Nuno Santos, Secretário-geral do PS

10h00 Uma Radiografia Empresarial
César Araújo, Presidente da Anivec
Luís Pedro Duarte, Portugal DC
Rafael Campos Pereira, Vice-Presidente Executivo da AIMMAP
Moderação: Mónica Silvares, Editora-Executiva do ECO

10h45 Talk: Financiamento das Empresas
Luís Ribeiro, Executive Board Member do Novobanco
Armindo Monteiro, Presidente da CIP
Moderação: Shrikesh Laxmidas, Diretor-adjunto do ECO

11h15 Coffe-break

11h30 Os Heróis PME
Bernardo Maciel, CEO da Yunit
Luís Febra, CEO do Grupo SOCEM
Clara Moura Guedes, CEO da Monte do Pasto
Paulo Pires, Head of Commercial Operations Portugal Philip Morris International
Moderação: Tiago Freire, Subdiretor do ECO

12h15 Encerramento
Rui Rocha, Presidente da Iniciativa Liberal

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Reforma nas Finanças arranca amanhã. Cessam comissões de dirigentes das antigas autoridades

O diploma que aprova a Entidade do Tesouro e Finanças e extingue, por fusão, as duas unidades que monitorizam as PPP e as empresas do setor público entra em vigor a 1 de abril.

A reestruturação no Ministério das Finanças, que inclui três novas autoridades, entra em vigor esta terça-feira e inclui mudanças para os dirigentes. O diploma que altera a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), aprova a orgânica da Entidade do Tesouro e Finanças e extingue – por fusão – a Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM) e a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) foi publicado esta segunda-feira em Diário da República (DRE).

O diploma enumera as funções e composição da direção alargada da nova estrutura do Estado, define o estatuto remuneratório de cada membro – que os sindicatos haviam divulgado previamente – e informa que as comissões de serviço dos titulares dos cargos dirigentes da UTAM, da UTAP e da DGTF “cessam automaticamente”.

Destaque ainda para o alerta de que os consultores da UTAP – encarregue de escrutinar as Parcerias Público-Privadas (PPP) – estão impedidos de, direta ou indiretamente, “prestar assessoria a entidades que se apresentem como concorrentes ou a entidades financiadoras dos mesmos em processos de parceria”.

O Governo aprovou a reorganização do Ministério das Finanças através da Entidade Orçamental (EO), da Entidade do Tesouro e Finanças (ETF) e do Centro de Pessoas da Administração Pública no Conselho de Ministros de 7 de março, classificando-o como mais um dos “vetores da reforma da Administração Pública”.

Esta reforma no Ministério das Finanças, que foi noticiada pelo ECO em primeira mão, vai permitir “no médio prazo, não só tornar a despesa bastante mais eficiente, como eliminar abundâncias e reduzir desperdícios”, segundo o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

No entanto, o Presidente da República manifestou recentemente “muitas dúvidas” sobre o decreto do Executivo que extingue as duas unidades que monitorizam as PPP e as empresas do setor público e cria a Entidade do Tesouro e Finanças. Marcelo Rebelo de Sousa promulgou os diplomas “atendendo à lógica global vinda do Governo anterior e acentuada no Governo seu sucessor”, apesar das “muitas dúvidas acerca do passo agora dado”.

O que muda?

A Entidade Orçamental junta a Direção-Geral do Orçamento (DGO) e Unidade de Implementação da Lei de Enquadramento Orçamental (UniLeo); a Entidade do Tesouro e Finanças funde a Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM), a Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF); e o Centro de Pessoas da Administração Pública, que ficará com as áreas de emprego e formação e acabar com as anteriores Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), Serviços Sociais da Administração Pública (SSAP) e Instituto Nacional de Administração (INA).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 3.200 investidores emprestam 50 milhões de euros ao FC Porto

Depois da operação falhada em dezembro, portistas conseguiram agora concluir com sucesso um empréstimo obrigacionista. Dinheiro vai permitir à SAD de Villas-Boas 'pagar' dívida que vence em abril.

Depois da operação falhada em dezembro, a SAD do FC Porto concluiu agora com êxito o empréstimo obrigacionista que levou a cabo nas últimas duas semanas. Os dragões conseguiram um financiamento de 50 milhões de euros junto de mais de 3.200 investidores, de acordo com os resultados do empréstimo obrigacionista divulgados esta segunda-feira.

Ainda assim, em termos líquidos, os cofres portistas não verão qualquer cêntimo. Isto porque o dinheiro obtido nesta operação servirá para refinanciar e proceder ao reembolso do anterior empréstimo obrigacionista dos portistas e que vence já no próximo mês.

A SAD de André Villas-Boas tinha duas ofertas a decorrer em simultâneo. Através da oferta de troca, conseguiu trocar um montante de 26,09 milhões de euros de obrigações antigas por novos títulos. Mas dessa linha 2022-2025 sobrou um saldo a reembolsar em abril no montante de 23,91 milhões de euros. Foi justamente esta verba que os portistas conseguiram obter na oferta de subscrição.

Segundo a Euronext Lisboa, 3.244 investidores participaram nas duas ofertas: 1.899 investidores na oferta de subscrição e 1.345 na oferta de troca.

Por comparação, o empréstimo obrigacionista realizado há três meses, e no qual a SAD do FC Porto conseguiu apenas 21 milhões de euros do objetivo de 30 milhões, contou com a participação de cerca de 1.300 investidores, devido aos receios quanto à situação financeira da sociedade.

Para esta operação, a SAD portista tentou convencer mais investidores com um reforço da taxa de juro, pagando 5,5% ao ano, por títulos que têm a maturidade de três anos e oito meses, vencendo em dezembro de 2028.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tempestade Martinho já custou 28 milhões de euros às seguradoras

  • ECO Seguros
  • 31 Março 2025

Até ao dia 23 de março foram participados cerca de 14.600 sinistros. Os dados são provisórios e devem subir quer em número de sinistros quer no valor das indemnizações a pagar.

A Tempestade Martinho levou à participação até 23 de março de cerca 14.600 sinistros cobertos por seguros, correspondendo a um valor total de 28 milhões de euros, avançou a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) após apurar os dados junto das suas associadas que são todas as companhias de seguros a operar em Portugal.

A maior parte dos prejuízos dos sinistros participados (97,9%) diz respeito a seguros de habitações e a seguros de atividades comerciais e industriais.

Os dados são referentes aos danos reportados até 23 de março relacionados com a tempestade que assolou o país entre 19 e 23 de março.

A informação é provisória e irá ser atualizada, esperando uma revisão em alta quer do número de sinistros, quer das indemnizações a pagar.

O evento climático extremo provocou danos em várias regiões do país. Os ventos, que chegaram a 158,8 km/h e as chuvas fortes levaram a quedas de árvores, quedas de objetos e inundações. Lisboa foi a região mais afetada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Teresa Abecasis Burnay é a nova presidente da Auto Regulação Publicitária

  • + M
  • 31 Março 2025

Nuno Pinto Magalhães, que nos últimos 10 anos liderou este organismo em representação da Associação Portuguesa de Anunciantes, passa o testemunho a Teresa Abecasis Burnay.

Teresa Abecasis Burnay é a nova presidente da Auto Regulação Publicitária (ARP). “Decorridos mais de dez anos, tinha chegado a altura de passar o testemunho da presidência da Auto Regulação Publicitária, em representação da APAN — Associação Portuguesa de Anunciantes”, justificou Nuno Pinto de Magalhães, que nos últimos 10 anos liderou este organismo.

“A Teresa Burnay é uma ótima opção para presidir à ARP, a primeira mulher a exercê-lo! Tem a formação, a experiência e os soft skills adequados para dar continuidade a esta caminhada’ da Auto Regulação Publicitária e assegurar os desafios que se colocam“, prossegue citado em comunicado.

Com esta nova liderança, a ARP “reafirma o seu compromisso com a integridade da comunicação comercial em Portugal, reforçando o papel da autorregulação como pilar essencial da confiança entre marcas, consumidores e sociedade”, refere o organismo que promove a auto-regulação no setor da comunicação comercial.

Teresa Abecasis Burnay lidera três das cinco unidades de negócio da Unilever em Portugal, acumulando ainda as funções de diretora de media e diretora-geral executiva do Grupo Aliança. É também vice presidente da APAN, presidente da Associação Industrial de Detergentes e membro da direção da CAEM (Comissão de Análise de Estudos de Meios).

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bancos têm almofada de 6,2 mil milhões para enfrentar perdas não esperadas

O Banco de Portugal revela que os bancos sistemicamente importantes excederam os requisitos totais que lhes eram aplicados por uma margem de 6% do total das posições ponderadas pelo risco.

O sistema bancário nacional encerrou 2024 com uma sólida capacidade de absorção de perdas não esperadas devido às medidas macroprudenciais de capital implementadas pelo Banco de Portugal.

Estas reservas, conhecidas como Combined Buffer Requirement (CBR), atingiram um total de 6,2 mil milhões de euros no final do ano, representando 3,4% das posições ponderadas pelo risco, refere o Banco de Portugal esta segunda-feira no relatório “Acompanhamento das medidas macroprudenciais em Portugal”.

As medidas macroprudenciais de capital têm como principal objetivo fortalecer a capacidade do sistema financeiro para absorver choques inesperados, evitando impactos negativos na economia. Este conjunto de reservas inclui quatro componentes principais, que devem ser cumpridas através dos fundos próprios principais de nível 1 (CET1):

  • Reserva de conservação de capital (CCoB): Equivalente a 2,5% das posições ponderadas pelo risco, esta reserva garante que os bancos mantêm um fluxo estável de financiamento à economia em cenários adversos.
  • Reserva para outras instituições de importância sistémica (O-SII): Aplicável a bancos considerados sistemicamente relevantes, com valores até 3% do montante total das posições ponderadas pelo risco.
  • Reserva para risco sistémico setorial (sSyRB): Introduzida em outubro de 2024, com uma percentagem de 4%, esta reserva visa proteger os bancos contra choques no mercado imobiliário residencial.
  • Reserva contracíclica (CCyB): Atualmente fixada em 0%, será ativada em janeiro de 2026 com uma percentagem inicial de 0,75%, reforçando a capacidade dos bancos para enfrentar choques cíclicos inesperados.

Segundo dados do regulador, os bancos nacionais apresentaram um nível robusto de cumprimento dos requisitos regulamentares. As instituições identificadas como sistemicamente importantes (O-SIIs) excederam “os requisitos totais que lhes eram aplicados, por uma margem correspondente a 6% do total das posições ponderadas pelo risco”, lê-se no relatório.

Caso a reserva contracíclica já estivesse em vigor (arranca a 1 de janeiro de 2026), o Banco de Portugal revela que o montante agregado das reservas teria aumentado para 7,5 mil milhões de euros.

O Banco de Portugal revela ainda que “entre 2016 e 2024, a evolução dos requisitos de capital regulamentar em CET1 e das reservas de gestão para os grupos bancários identificados como O-SIIs reflete um ajustamento significativo na estrutura do capital exigido.” Este desempenho reflete a capacidade dos bancos em gerar capital internamente e adaptar-se às exigências regulatórias ao longo do tempo.

Isso é notório, por exemplo, no crescimento das reservas de gestão, que passaram de níveis residuais para 6% do total agregado das posições ponderadas pelo risco em 2024, evidenciando “um aumento da capacidade de geração interna de capital dos bancos ao longo do tempo”, destaca o Banco de Portugal.

Entre os componentes do CBR destaca-se o peso da reserva de conservação (CCoB), que representou cerca de 74% do total das reservas no final de 2024, num montante acumulado superior a 4,5 mil milhões de euros. E caso a reserva contracíclica já estivesse em vigor (arranca a 1 de janeiro de 2026), o Banco de Portugal revela que o montante agregado das reservas teria aumentado para 7,5 mil milhões de euros.

“Tomando por base os mesmos valores de balanço, se se aplicasse já nessa data a percentagem da reserva de CCyB de 0,75%, prevista para janeiro de 2026, estimar-se-ia um acréscimo de 1,4 mil milhões de euros no CBR, para 7,5 mil milhões de euros (4,1% das posições ponderadas pelo risco), por contrapartida da redução da reserva de gestão”, explica o regulador no relatório.

A implementação destas medidas tem sido reconhecida como “eficaz na mitigação das fontes de risco sistémico e no fortalecimento da resiliência do sistema financeiro em Portugal”, refere a entidade liderada por Mário Centeno, sublinhando que o Comité Europeu do Risco Sistémico (CERS) elogiou os instrumentos adotados pelo regulador nacional como adequados para enfrentar as vulnerabilidades do mercado imobiliário residencial e absorver potenciais choques.

Além disso, o relatório destaca que “a combinação das medidas macroprudenciais tem sido eficaz na mitigação das fontes de risco sistémico e no fortalecimento da resiliência do sistema financeiro em Portugal”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo não prescinde de parcerias na área da saúde

  • Lusa
  • 31 Março 2025

O primeiro-ministro referiu-se às parcerias com os privados e com as instituições sociais como um princípio do seu Governo para ajudar a complementar a rede do SNS.

O primeiro-ministro disse esta segunda-feira não prescindir do modelo de parcerias com as instituições sociais e privadas na área da saúde para resolver os problemas das populações não abrangidas pela rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Nós não prescindimos das instituições sociais que oferecem serviços de saúde. Nós não prescindimos das instituições privadas que são complementares. Nós não prescindimos disso, mas não é para fazer nenhum favor nem às instituições sociais nem às instituições privadas. É para servir o interesse das pessoas”, afirmou.

Luís Montenegro falava na sessão de inauguração da Unidade de Saúde Familiar (USF) Feira Sul, em Milheirós de Poiares, uma das três que inaugurou esta manhã neste concelho do distrito de Aveiro.

O primeiro-ministro referiu-se às parcerias com os privados e com as instituições sociais como um princípio do seu Governo para ajudar a complementar a rede do SNS.

“Nós não abdicamos de ter USF e de ter a resposta do SNS, mas quando e onde nós não tivermos essa capacidade, nós não viramos as costas à capacidade que a sociedade tem para nos poder ajudar a resolver o problema”, explicou.

Nós não abdicamos de ter USF e de ter a resposta do SNS, mas quando e onde nós não tivermos essa capacidade, nós não viramos as costas à capacidade que a sociedade tem para nos poder ajudar a resolver o problema.

Luís Montenegro

Primeiro-ministro

Montenegro lembrou ainda as duas medidas que o seu Governo tomou para motivar os profissionais de saúde, nomeadamente a valorização das carreiras e a melhoria das condições de trabalho.

“Tenho um profundíssimo respeito por quem trata da vida dos outros, por quem tem que lidar com a ida dos outros e tem que explicar aos outros o que tem de fazer para preservar a sua saúde. Isso é um trabalho de uma dimensão humana tal que nós temos obrigação de tratar bem as carreiras e dar boas condições de trabalho para as pessoas terem mais capacidade de cumprir bem esta tarefa”, afirmou

Apesar de tudo, reconheceu que ainda muitos desafios pela frente na área da saúde, lembrando que há muitos portugueses que esperam tempo demais para ter uma consulta e uma cirurgia, mas adiantou que há muitos problemas que estão “num processo de resolução”.

“Há um ano quando chegámos ao Governo esses eram assuntos que eram altamente perturbadores (…) Não está tudo resolvido, mas está muita coisa num processo de resolução“, referiu, dando como exemplo o encurtamento dos tempos de espera para ter uma resposta de acesso à consulta e de acesso à cirurgia, em particular nas doenças oncológicas.

No final da visita à unidade de saúde, o primeiro-ministro escusou-se a falar com os jornalistas mas conversou com uma criança que lhe confidenciou que quando fosse grande queria ser professor de matemática, ao que Montenegro respondeu que a Matemática era a sua disciplina favorita.

“Era conhecido como o Luís da Matemática, mas gostava muito ser advogado”, observou, perante os risos das pessoas que ouviam a conversa.

Montenegro inaugurou esta segunda-feira três USF em Santa Maria da Feira — USF Novo Este, em Canedo, USF de São Paio de Oleiros/Nogueira de Regedoura, e USF Feira Sul, de Milheiró de Poiares, num investimento global de mais de 5,2 milhões de euros.

Duas das unidades já estão a funcionar desde janeiro e a terceira entrou em funcionamento em fevereiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Subida de 15,3% da receita fiscal rende excedente orçamental acima de 2.000 milhões em fevereiro

Em fevereiro, o saldo das Administrações Públicas representa uma melhoria de 1.250,1 milhões em termos homólogos. Subida da receita fiscal em 15,3% justifica a boa performance das contas.

O Estado registou, em fevereiro, um excedente orçamental, em contabilidade pública, de 2.098,1 milhões de euros, uma melhoria de 1.250,1 milhões de euros face ao período homólogo, de acordo com os dados da síntese de execução orçamental divulgados esta segunda-feira pela Direção-Geral do Orçamento (DGO). Esta evolução resulta sobretudo de um crescimento de 15,3% da receita fiscal, designadamente do IRC, IRS e IVA. No arranque do ano, em janeiro, as Administrações Públicas já tinham registado um saldo de 1.672 milhões.

“As Administrações Públicas (AP) apresentaram, em fevereiro de 2025, um excedente de 2.098,1 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 1250,1 milhões de euros face ao período homólogo, resultado de um crescimento da receita (11,1%) superior ao da despesa (4,1%)“, segundo o mesmo relatório.

Os peritos da DGO indicam que “o aumento da receita das AP em 11,1% reflete o desempenho da receita fiscal (15,3%) e, num segundo nível, das receitas contributiva (7,8%) e não fiscal e não contributiva (3,9%)“. Ou seja, a arrecadação de impostos justifica em grande medida a boa performance das contas públicas.

 

A receita fiscal das Administrações Pública subiu, em fevereiro, 15,3% para 10.639,5 milhões de euros. Este crescimento “baseou-se no desempenho do IVA (25,7%), do IRS (4,2%), do ISP (16,6%), do Imposto sobre o tabaco (51,1%) e do IRC (26,5%)”, de acordo com a DGO.

Mas, se analisarmos a receita fiscal ao nível do subsetor do Estado, verifica-se um aumento de 16,3% para 9.642,9 milhões de euros, em comparação com o mesmo período do ano passado. “Nos impostos diretos registou-se um crescimento homólogo de 202,6 milhões de euros (6,1%), explicado pela evolução positiva tanto da receita do IRS, de 127,9 milhões de euros (4,1%), como da receita de IRC, de 72,2 milhões de euros (33,2%), em termos homólogos” lê-se no documento da DGO.

“Nos impostos indiretos verificou-se uma evolução positiva de 1.150,7 milhões de euros (23,1%), face ao período homólogo, o que representa 85% do crescimento da receita fiscal”. Para esta evolução, contribuiu principalmente o desempenho positivo da receita líquida do IVA, que avançou 26,7% ou 966,7 milhões de euros, “motivado em grande parte pela diminuição significativa dos reembolsos”, em 33,4% ou menos 663,7 milhões de euros, face ao período homólogo.

“De destacar também o crescimento da receita líquida do ISP (Imposto sobre os Produtos Petrolíferos) em 90 milhões de euros, que representa uma subida de 16,5%)”. A quebra nos reembolsos em 6,6 milhões de euros ou 15,2% também contribuiu para o aumento do encaixe do Estado com este imposto.

As contribuições para sistemas de proteção social cresceram 7,8%, fundamentalmente devido à evolução das contribuições para a Segurança Social (8,7%). E a receita não fiscal e não contributiva registou um crescimento de 3,9%, influenciado pelo desempenho das taxas, multas e outras penalidades, cujos montantes arrecadados pelo Estado que aumentaram 17,8%, “em resultado da evolução de um conjunto diversificado de rubricas”.

Neste âmbito, a DGO destaca “a cobrança de taxas pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo, devido à continuação do procedimento de regularização de processos de manifestações de interesse, pelo Fundo Sanitário e de Segurança Alimentar Mais, com origem no pagamento da Taxa de Segurança Alimentar Mais em atraso por parte de um operador económico do setor do retalho, e pela Administração Local, relativas a taxas específicas das autarquias”.

Em relação a despesa das Administrações Públicas, verificou-se “um acréscimo de 4,1% face ao período homólogo, enquanto a despesa primária aumentou 5,5%”. Para esta evolução, contribuiu o aumento de 8,2% dos encargos com pessoal, sobretudo à boleia da atualização remuneratória dos trabalhadores em funções públicas, entre 6,9% e 2,15%, do aumento do salário mínimo para 870 euros e da medida especial de aceleração do desenvolvimento das carreiras, que permite dar um salto extra com apenas seis pontos e vez dos habituais oito, e que foi sendo aplicada durante o primeiro trimestre de 2024.

“Em termos setoriais, salientam-se os principais impactos decorrentes da medida de valorização da carreira de enfermagem, do pagamento dos suplementos inerentes ao novo modelo de organização das Unidades de Saúde Familiar, que entrou em vigor em 2024, e dos incrementos associados ao trabalho suplementar, na evolução da despesa do Serviço Nacional de Saúde”, segundo a DGO.

De destacar, ainda, “o acréscimo de despesa decorrente da atualização do montante da componente fixa do suplemento por serviço e risco, nas forças de segurança, do processo faseado de recuperação integral do tempo de serviço dos docentes dos ensinos básico e secundário e da revisão e valorização do suplemento de condição militar”.

Também a despesa transferências continuou a aumentar. Assim, em fevereiro, estes encargos agravaram-se em 5,3%, “relevando a evolução da despesa com pensões enquadradas no regime geral da Segurança Social e no regime de proteção social convergente da Caixa Geral de Aposentações, refletindo essencialmente as atualizações regular e extraordinária das pensões, bem como pelo aumento homólogo, em 1,4%, do número de pensionistas do regime geral”.

“A generalidade das outras prestações sociais, suportadas pela Segurança Social, registou uma evolução ascendente, em particular, as transferências para instituições sem fins lucrativos, enquadradas em programas de ação social, em resultado de uma atualização extraordinária das comparticipações financeiras e acordos de cooperação, o complemento solidário para idosos, as transferências relativas a prestações de desemprego, associada ao acréscimo de beneficiários e à atualização dos valores de referência, e de parentalidade, também pelo aumento do número de beneficiários”, segundo a DGO.

A despesa com subsídios registou um acréscimo de 7,8%, refletindo em particular as medidas relativas à promoção do transporte público e ao alargamento da gratuitidade dos passes a todos os jovens até aos 23 anos, no subsetor da Administração Local. Com impacto mais reduzido, a DGP realça os apoios relativos à formação profissional.

Os encargos associados ao investimento apresentaram um crescimento de 27,4%, excluindo os encargos com as parcerias público-privadas (PPP), principalmente por via da evolução dos investimentos em edifícios, habitação e outras construções, nos subsetores da Administração Local e Regional, conclui a DGO.

(Notícia atualizada às 16h13)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de metade do crédito à habitação feito em 2024 é de baixo risco

O Banco de Portugal revela que apenas 3% das novas operações de empréstimos à habitação era de risco elevado, com mais de 90% das novas operações a serem feitas com uma taxa de esforço abaixo dos 50%.

O Banco de Portugal divulgou esta segunda-feira o relatório sobre o acompanhamento das medidas macroprudenciais em 2024, destacando que as instituições de crédito têm cumprido as recomendações estabelecidas.

De acordo com o relatório do regulador, “a recomendação está a ser globalmente cumprida”. O Banco de Portugal refere que, em 2024, os bancos continuaram a respeitar os limites impostos aos rácios loan-to-value (LTV), a taxa de esforço (debt-service-to-income – DSTI), a maturidade dos créditos e os requisitos de pagamentos regulares de capital e juros.

O rácio LTV, cuja medida macroprudencial recomenda que fique abaixo dos 90%, estabilizou nos 69%, enquanto 92% dos novos contratos de crédito à habitação e consumo foram celebrados com mutuários cujo rácio DSTI não ultrapassou os 50%.

Também a maturidade média ponderada das novas operações de crédito à habitação, apesar de registar uma subida ligeira após o verão, “foi de 31 anos em dezembro de 2024, 2,4 anos abaixo do valor de julho de 2018”, após atingir o valor máximo de 33,7 anos em janeiro de 2021.

O Banco de Portugal revela ainda que o crédito à habitação concedido a mutuários com um perfil de risco elevado diminuiu, “refletindo uma melhoria sustentada no perfil de risco, que é independente do efeito das transferências de crédito”.

Segundo dados do regulador, 58% das novas operações de crédito à habitação em 2024 foi feito por mutuários com baixo risco de crédito, que é superior aos 49% registados nos cinco anos antes (2019-2023). Esta evolução reflete “uma melhoria sustentada no perfil de risco”, refere o Banco de Portugal.

Apesar da conformidade geral por parte dos bancos ao nível das medidas macroprudenciais, o regulador revela que as medidas fiscais e o regime de garantia do Estado implementados em 2024 para apoiar jovens até aos 35 anos poderão pressionar os rácios LTV e DSTI.

O regime da garantia pública, por exemplo, permite aos jovens comprarem a sua primeira casa com financiamentos até 100% do valor do imóvel, contornando o limite de 90% imposto pela recomendação, sendo que a grande maioria dos contratos atualmente feitos ao abrigo deste protocolo apresentam LTV elevados, próximos dos 100%.

“De acordo com as expectativas das instituições de crédito, a implementação desta medida deve resultar num aumento da contratação de crédito a mutuários até 35 anos de idade, pressionando a maturidade média da carteira e levando a um ligeiro incremento nos rácios LTV e DSTI”, escreve o regulador no relatório.

Porém, os dados mais recentes do Banco de Portugal revelam que a maioria dos jovens que está a recorrer ao crédito à habitação para comprar casa não esta a recorrer à garantia pública.

O regulador revela que as novas políticas dirigidas aos jovens para comprar casa poderão introduzir pressões adicionais no mercado, mantendo-se por isso vigilante, podendo ajustar as recomendações caso os riscos se materializem.

O governador Mário Centeno já havia alertado para os riscos associados a esta garantia pública, afirmando que “a garantia pública é dada aos bancos e em nada protege os mutuários”. Além disso, reforçou que qualquer desvio às recomendações macroprudenciais terá de ser justificado pelas instituições financeiras.

“Todos os contratos de crédito que ultrapassem os limites estabelecidos para o rácio LTV ou incumpram outros requisitos previstos na Recomendação continuam sujeitos à necessidade de justificação, incluindo aqueles celebrados ao abrigo do regime de garantia do Estado”, esclarece o Banco de Portugal no documento.

Outro ponto relevante no plano das medidas macroprudencias do Banco de Portugal é a possibilidade de o regulador vir a rever a “taxa de stress” aplicada sobre a taxa de esforço para efeitos de análise de risco dos créditos à habitação. Inicialmente fixada em 350 pontos sobre a taxa contratualizada para empréstimos superiores a 10 anos à taxa variável, em outubro de 2023 essa taxa foi revista para metade, por nessa altura as taxas de juro estarem em máximos históricos.

Em outubro do ano passado, Mário Centeno, questionado pelo ECO se poderia haver alterações à taxa de stress dado o movimento descendente das taxas Euribor, o governado afirmou que “estando as taxas de juro a baixar, é natural que seja reavaliada essa medida”. Apesar de o Banco de Portugal considerar que atualmente o mercado continua num terreno neutro nesta matéria, caso as taxas continuem a descer como previsto o regulador admite rever a taxa de stress aplicada na avaliação das taxas de esforço dos clientes.

O relatório do Banco de Portugal conclui que as medidas macroprudenciais têm sido eficazes na mitigação dos riscos sistémicos e no fortalecimento da resiliência do sistema financeiro. Porém, o regulador refere que as novas políticas dirigidas aos jovens poderão introduzir pressões adicionais no mercado, mantendo-se por isso vigilante e poderá ajustar as recomendações caso os riscos se materializem.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.