Passos exige “espírito reformista”, avisando que não chega ter “estabilidade política”. Montenegro “de acordo”

Antigo primeiro-ministro apelou a que o país não se alheie do que está a acontecer no mundo e se prepare para "o que aí vem". Ferreira Leite acredita em "lucidez" dos portugueses.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, durante um almoço com antigos líderes do partido: Santana Lopes, Fernando Nogueira, Marques Mendes, Cavaco Silva, Rui Rio, Luis Filipe Menezes, Passos Coelho e Manuela Ferreira Leite.MIGUEL A. LOPES/LUSA 6 maio, 2025

O antigo primeiro-ministro e líder do PSD Pedro Passos Coelho alertou esta terça-feira que o partido deve “fazer pleno jus à sua tradição reformista em Portugal”, avisando Luís Montenegro que não basta ter estabilidade política, é preciso avançar com as reformas que o país precisa. O primeiro-ministro garantiu estar “absolutamente de acordo”.

“O meu desejo profundo é que nestes anos que temos pela frente, o PSD possa fazer pleno jus à sua tradição reformista em Portugal. O mundo inteiro vive um período de transformações muito grandes, de grandes incertezas quer a nível de segurança e defesa, quer a nível económico e político, e isso acentua ainda mais a importância de tratar de relevar reformas importantes que o país ainda precisa de fazer para superar vulnerabilidades estruturais que ainda são manifestas”, referiu Passos Coelho.

O antigo presidente social-democrata falava em declarações aos jornalistas à entrada para o almoço de aniversários do PSD com os ex-líderes partidários, na sede do partido, em Lisboa. À mesa sentam-se também Manuela Ferreira Leite, Luís Marques Mendes, Aníbal Cavaco Silva, Fernando Nogueira, Rui Rio, Luís Filipe Menezes e Pedro Santana Lopes.

Para Pedro Passos Coelho, que chefiou o Executivo durante o período da intervenção da troika, “isso exige evidentemente estabilidade política, mas é mais importante sublinhar que não depende apenas da estabilidade política”. “É preciso que exista verdadeiramente um espírito reformista que possa estar ao serviço dessa estabilidade”, acrescentou.

O mundo inteiro vive um período de transformações muito grandes (…) e isso acentua ainda mais a importância de tratar de relevar reformas importantes que o país ainda precisa de fazer para superar vulnerabilidades estruturais que ainda são manifestas.

Pedro Passos Coelho

Antigo primeiro-ministro

O ex-presidente do PSD argumentou que “em anos a fio tivemos estabilidade que não esteve ao serviço de nenhuma agenda transformadora”, numa referência à governação de António Costa. “Tempos favoráveis”, disse, em que “o país devia ter feito reformas”.

“As duas coisas são necessárias: a estabilidade – para a qual os eleitores podem dar uma contribuição importante através das suas escolhas –, mas também reformismo, que é aquilo que os líderes dos partidos têm de fazer. As duas coisas são essenciais para os próximos anos. E é importante que o país não se alheie do que está a acontecer no mundo e se vá preparando para o que aí vem”, rematou Passos.

Montenegro “absolutamente de acordo” com Passos Coelho

O líder do PSD garantiu estar “absolutamente de acordo” com Pedro Passos Coelho, considerando que essa é a “essência do PSD”: “um partido confiável, que assegura a estabilidade”, mas que “nunca está satisfeito” porque quer sempre avançar. “É seremos capazes de fazer ainda mais”, afirmou, considerando que foi esse o sentido das palavras do antigo primeiro-ministro sobre “reformismo”.

O PSD deve assumir as suas responsabilidades, não deve apenas olhar para si próprio. Deve abrir-se. Somos um partido aberto a acolher o apoio entusiasmo, a adesão e a partilha“, disse à saída do almoço com os antigos líderes.

Montenegro adiantou que durante o encontro que durou cerca de duas horas, a conversa sobre a capacidade de tornar a governação do último ano, numa “maioria maior”. O primeiro-ministro reiterou acreditar que os portugueses procuram “estabilidade política” e que isso se refletirá no voto no dia18 de maio.

Ferreira Leite e Marques Mendes esperam “lucidez” do eleitorado

Passos não foi o único antigo líder a prestar declarações antes do almoço. Manuela Ferreira Leite acredita que os portugueses vão ter a “lucidez suficiente para saber que não é possível fazer progredir o país numa instabilidade permanente“. Ou seja, votar na estabilidade, isto é, na AD. Em declarações aos jornalistas, a antiga ministra das Finanças afirmou estar presente no encontro para celebrar o papel que o partido tem tido no país.

Ao lado de Ferreira Leite, Luís Marques Mendes acrescentou que esta terça-feira é um momento de recordar o contributo de Francisco Sá Carneiro e de Francisco Pinto Balsemão. O antigo líder e agora candidato presidencial considerou que, nas eleições de 18 de maio, “uma parte grande dos portugueses, vai votar sobretudo a pensar na estabilidade”.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, durante um almoço com antigos líderes do partido: Fernando Nogueira, Passos Coelho, Rui Rio, Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes, Santana Lopes e Luis Filipe Menezes, no âmbito da campanha para as eleições legislativasMIGUEL A. LOPES/LUSA 6 maio, 2025

Uma parte grande dos votos, talvez, como tem acontecido no passado, vai ser a pensar na estabilidade. Se assim for, é um ato de lucidez por parte dos portugueses. O país não pode andar de ano a ano em eleições. Não pode ter crises anuais. Com o contexto internacional que é difícil, incerto e instável, não podemos acrescentar mais instabilidade à que vem lá de fora”, argumentou.

Por sua vez, Luís Filipe Menezes elogiou Luís Montenegro pela organização do encontro desta terça-feira. “Tem um valor muito emblemático o atual presidente do partido e primeiro-ministro trazer tantos ex-primeiros-ministros e ex-líderes do partido aqui. Significa uma unidade que não é artificial”, disse.

Tem um valor muito emblemático o atual presidente do partido e primeiro-ministro trazer tantos ex-primeiros-ministros e ex-líderes do partido aqui. Significa uma unidade que não é artificial.

Luís Filipe Menezes

Ex-líder do PSD

Já Rui Rio salientou a importância dos partidos tradicionais. “Numa altura em que eu tenho ouvido que os partidos tradicionais, entre os quais naturalmente o PSD, falharam nestes 50 anos e é preciso dar novas oportunidades porque foi um falhanço… Os 50 anos não foram um falhanço, Portugal hoje, em 2025, não tem comparação com o que era em 1974”, disse.

Ainda assim, apesar de admitir que Portugal “tem problemas, e os partidos tradicionais se têm de adaptar a esses novos problemas e ter coragem de resolver”, adverte que “coisa diferente é dizer que os 50 anos foram um desastre”. Por sua vez, Aníbal Cavaco Silva e Fernando Nogueira preferiram não prestar declarações.

Durão destaca “integridade pessoal” de Montenegro

Esta manhã, à margem de uma arruada em Leiria, Luís Montenegro já tinha destacado que “nenhum [dos ex-presidentes] disse que não” ao convite para este almoço comemorativo do aniversário do PSD, à exceção de Marcelo Rebelo de Sousa, que “como Presidente da República não deve ter uma participação partidária numa altura em que estamos em campanha eleitoral”.

Francisco Pinto Balsemão e Rui Machete não foram por razões de saúde. Ausente no estrangeiro, onde está a participar numa conferência, José Manuel Durão Barroso enviou uma carta, citada pelo Observador, sublinhando o contexto “internacional tão difícil e exigente”, mas dizendo-se “seguro de que, nas condições atuais, só um Governo da AD, sob a sua liderança, está em condições de oferecer a Portugal essa solução”.

“Impõe-se a eleição de um primeiro-ministro com integridade pessoal, experiência governativa, competência e capacidade política, qualidades que o meu amigo já muito claramente demonstrou ter. O nosso país precisa de estabilidade política e de um rumo governativo claro e firme”, escreveu o antigo presidente da Comissão Europeia.

(Notícia atualizada às 16h13 com declarações de Luís Montenegro)

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Novobanco? Banco de Portugal deseja diversidade acionista no setor

Clara Raposo referiu que tem "expectativas positivas" em relação ao desfecho do processo da venda do Novobanco. E frisou que o setor está hoje mais resiliente para enfrentar a turbulência global.

Questionada sobre o processo de venda do Novobanco, a vice-governadora do Banco de Portugal, Clara Raposo considerou que o supervisor preza a concorrência do mercado e que não vê com bons olhos que os bancos sejam iguais uns aos outros e dependam dos mesmos acionistas.

“Sabemos como temos o sistema a funcionar neste momento. Para nós é importante que haja concorrência e que idealmente não tenhamos os bancos exatamente iguais uns aos outros e dependentes das mesmas fontes de risco e acionistas”, disse Clara Raposo durante a conferência Banking on Change, organizada em Lisboa pelo ECO com a KPMG e a PLMJ.

Segundo explicou, “um sistema bancário que funciona com concorrência a todos os níveis tem vantagens claras para a estabilidade financeira, desde que as instituições sejam bem geridas”.

Ainda assim, relativamente ao processo do Novobanco, sublinhou que está com “expectativas positivas quanto à sua concretização”.

Na sua intervenção inicial, Clara Raposo deu conta dos progressos realizados pelos bancos em Portugal em matéria de redução do crédito malparado e de reforço da rentabilidade e da capitalização, uma evolução que colocou o setor num patamar de maior resiliência para enfrentar “dificuldades” no futuro.

“O setor está muito mais resiliente e mais preparado para enfrentar dificuldades do que estavam há 10 anos“.

“Temos um setor bancário que está a funcionar muito mais eficientemente. Temos algum espaço para atravessar período de turbulência no futuro”, afirmou.

Já em relação ao tema dos depósitos, lembrou que os bancos têm tido “anos de particular abundância de liquidez” e que por isso “não têm tido a necessidade de ir à procura de financiamento” junto das famílias.

Porém, Clara Raposo frisou que o supervisor está “atento” à política de remuneração dos bancos, “mas não é intrusivo”. “Fazemos os nossos alertas”, destacou.

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Carlos Tavares defende “pacto lusitano” na TAP para “satisfazer” a esquerda e investidor de fora da Europa

Carlos Tavares defende "pacto lusitano" na TAP para "satisfazer" esquerda e diz que tenciona investir nas áreas da hotelaria, automóvel, saúde, inteligência artificial e transporte aéreo.

Carlos Tavares, ex-CEO da Stellantis, defendeu, esta segunda-feira, um “pacto lusitano de acionistas para satisfazer a esquerda no Parlamento “na sua vontade de guardar o controlo” da TAP, que passa por um modelo em que Estado fica com 40% do capital da empresa de aviação, os empregados outros 20% e a criação um fundo de investimento com outros 20% que inclua empresas de turismo nacionais. Os restantes 20% seriam vendidos a uma companhia aérea de fora da Europa. “A sustentabilidade de uma empresa como esta passa pela recorrência dos lucros”, advertiu.

Na ótica do gestor, este modelo, que propõe para a privatização da TAP — um assunto que tem agitado as águas no país –, seria o mais consensual e uma forma de agradar à esquerda no Parlamento, uma vez que garantiria capitais nacionais. “Há um pacto lusitano de acionistas com a possibilidade de guardar um controlo português desta companhia que é uma das exigências, pelo que eu percebo da parte mais de esquerda da nossa Assembleia [da República], que é perfeitamente lógico na lógica deles”, afirmou Carlos Tavares à margem do jantar anual da Associação Comercial do Porto (ACP), que aconteceu na noite desta segunda-feira, no Palácio da Bolsa.

O ex-presidente da Stellantis está convencido de que a sua proposta para a privatização da TAP colhe unanimidade junto de todos os partidos com assento político na Assembleia da República. “Não vejo razão pela qual os partidos políticos não poderiam apoiar isto”, notou. Por isso mesmo, o gestor de 66 anos propõe que o fundo de investimento detentor de 20% do capital da TAP inclua empresários do turismo português, com “um assento à mesa desta empresa que é uma das ferramentas para desenvolver o seu negócio”.

Há um pacto lusitano de acionistas com a possibilidade de guardar um controlo português desta companhia que é uma das exigências, pelo que eu percebo da parte mais de esquerda da nossa Assembleia.

Carlos Tavares

Gestor e ex-presidente da Stellantis

Para Carlos Tavares, este “pacto lusitano de acionistas não impede ter uma gestão muito competitiva da empresa, numa indústria extremamente difícil, com margens fracas e com um nível de exposição à geopolítica que é muito elevado”.

Considerando que é ponto assente que “o Governo não sabe gerir a TAP” e, como tal, a privatização é uma “decisão estratégica, o gestor sugere ainda no seu modelo de negócio que 20% do capital seja vendido a uma outra companhia aérea que não seja europeia de modo a não gerar concorrência direta com Portugal na área do turismo.

Depois ficam 20% para uma parceria com uma outra transportadora aérea que não pode ser de um país europeu, porque qualquer país europeu é um concorrente turístico em Portugal”, defendeu. E como tal, “não poderá ter como objetivo estratégico desenvolver o turismo em Portugal”.

Os principais interessados na companhia europeia são todos europeus. Os grupos IAG, Lufthansa e Air France – KLM já manifestaram publicamente a sua vontade em participar na privatização, que transitou para o próximo Executivo.

Outra sugestão do gestor passa por incluir no caderno de encargos da privatização da companhia aérea o reembolso de mais de três mil milhões de euros em injeções do Estado português na transportadora aquando da pandemia da Covid-19.

Fora de causa está a possibilidade de vir a gerir a TAP. “Nem pensar; claro que não. Tenho 66 anos e, portanto, a minha vida de CEO já acabou. Posso ter um papel na governação da empresa, mas não na liderança executiva”, disse.

Não põe de lado, contudo, a hipótese de também investir na transportadora: “Posso ser investidor, mas isso é são números que não estão ao meu alcance. Posso ajudar para que se crie um grupo de investidores que esteja interessado”.

Tavares quer investir na hotelaria, IA e indústria

Carlos Tavares tenciona investir em Portugal nos setores da hotelaria, automóvel, saúde, inteligência artificial e transporte aéreo, admitindo que tem “tido vários contactos nesse sentido, mais na área da indústria”, nomeadamente do calçado. Ainda assim, o gestor afirmou que “ainda é cedo para falar sobre isso”, porque só o deverá fazer dentro de meses. “Isso vai acontecer naturalmente”, garantiu.

Mas uma coisa é certa para Carlos Tavares: “Se eu tiver a possibilidade de investir, será no meu país prioritariamente“, não descurando, contudo, a hipótese de se aliar a capitais estrangeiros nesse desígnio. Até porque, Carlos Tavares é apologista de que “alguns modelos de negócios de investimento estrangeiro devem incluir capital nacional”, nem que seja com um peso de 10 a 20%.

Vejo várias propostas em que se obviamente se está a investir em Portugal com um modelo de negócios estruturalmente negativo“, alertou, chamando a atenção para as consequências nefastas que daí podem advir caso assim não aconteça: não atrair capital português, reduzir as receitas fiscais, acabando por “sobrecarregar os outros atores económicos”, além de não fixar talento que o país tanto precisa e que emigra em busca de melhores condições de vida.

Temos interesse em que os nossos jovens graduados fiquem cá com postos de chefia e salários de bom nível [assim como] haja lucro e receitas fiscais para financiar a educação, a saúde e a segurança”, sustentou Carlos Tavares.

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Associação de Municípios contesta alteração do Governo à gestão de resíduos

ANMP aprovou parecer contra proposta de alteração da lei dos resíduos. Medida do Governo, que tenta evitar multa europeia, prejudica o ambiente e penaliza as autarquias, assegura a associação.

O projeto de decreto-Lei com o qual o Governo pretende alterar o Regime Geral de Resíduos, em resposta a uma infração apontada por Bruxelas, “prejudica severamente o ambiente e penaliza os municípios”, assegura a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) que contesta a medida.

Reunida nesta terça-feira, a ANMP aprovou, por unanimidade, um parecer desfavorável às alterações propostas pelo projeto de decreto-Lei que estabelece novas regras para o Regime Geral de Resíduos.

Este projeto surge em resposta a um processo de infração movido pela Comissão Europeia contra Portugal, considerando-se que o país não completou devidamente a transposição da Diretiva 2018/851. Nesta, Bruxelas regulamenta a gestão de resíduos, identificando-os como “dos mais complexos de gerir” e apontando para uma quota de 7 a 10% no volume total de resíduos produzidos no espaço comum.

O Governo português indica, nesta iniciativa legislativa, que “torna-se urgente e necessário aprovar o presente decreto-lei para assegurar a completa transposição da referida Diretiva Quadro dos Resíduos, garantindo o cumprimento integral do direito da União Europeia e o encerramento do processo de infração”.

No projeto de decreto-Lei a que o ECO/Local Online teve acesso, o Governo indica que “por forma a assegurar ou melhorar a valorização dos resíduos, no respeito pela proteção da saúde humana e do ambiente, devem ser removidas, antes ou depois da valorização, e sempre que necessário, as substâncias, misturas e componentes perigosos dos resíduos perigosos tendo em vista o seu tratamento”.

Para a ANMP, o projeto de decreto-Lei “não só não contribui para resolver o problema” dos resíduos perigosos, “como prejudica severamente o ambiente e penaliza os municípios, pois aumenta os custos com os resíduos indiferenciados – tanto ao nível da recolha, como do transporte e do destino final, em particular com a deposição em aterro e pagamento da TGR associada”.

A entidade liderada por Luísa Salgueiro pretende a imposição de “prazos, os mais curtos possíveis, que forcem a constituição das entidades gestoras [em falta], efetivando a responsabilidade do produtor e, bem assim, acautelar soluções transitórias de tratamento e gestão integrada dos fluxos específicos”.

Não só não contribui para resolver o problema [dos resíduos perigosos] como prejudica severamente o ambiente e penaliza os municípios, pois aumenta os custos com os resíduos indiferenciados – tanto ao nível da recolha, como do transporte e do destino final, em particular com a deposição em aterro e pagamento da TGR associada.

Associação Nacional dos Municípios Portugueses

Para a associação, não se justifica “dispensar expressamente os produtores [de resíduos perigosos] da rotulagem e não adotar idêntica solução para a operacionalização das recolhas de responsabilidade municipal”. Entre estes estão os resíduos perigosos, os têxteis e os monos, cuja recolha pelos municípios se tornou obrigatória a 1 de janeiro.

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Banco de Fomento espera lançar linha de 3,5 mil milhões para exportadores este mês

Gonçalo Regalado anunciou ainda que vai trabalhar para a criação de um fundo soberano de capital até ao final do seu mandato.

O Banco Português de Fomento (BPF) espera que a linha de 3,5 mil milhões de euros para ajudar as empresas exportadoras esteja ativa ainda durante este mês de maio, adiantou o CEO da instituição, Gonçalo Regalado, na conferência Banking on Change, organizada em Lisboa pelo ECO com a KPMG e a PLMJ.

“Estamos em negociações com Comissão Europeia para ter uma linha para os exportadores. São 3,5 mil milhões de euros que vão permitir aos exportadores portugueses ter uma linha para investimento como fizemos na Covid, mas ainda mais competitiva em termos de pricing”, disse o gestor.

“Queremos que a linha esteja ativa durante o mês de maio para todos os empresários exportadores, não para os exportadores para os EUA, mas para os 71 mil exportadores para todo o mundo”, acrescentou.

Gonçalo Regalado revelou que irá partilhar o protocolo da linha com os bancos comerciais “entre final desta semana e inicio da próxima ”.

“Que não falte segurança e estabilidade no acesso ao financiamento”, destacou o líder do banco de fomento. “Esperamos que haja boa tendência para que empresas portuguesas encontrem novos mercados”, afiançou.

“Portugal deve ter um fundo soberano de capital”

No mesmo painel, Gonçalo Regalado considerou que Portugal devia ter “um fundo soberano de capital” e anunciou que vai trabalhar na construção desse fundo até final do seu mandato.

“A nossa ambição é até final deste mandato criar e construir um fundo soberano de capital. O país deve ter isso. Os países desenvolvidos têm ou fundos soberanos ou bancos soberanos. É bom que Portugal tenha essa dimensão”, referiu o gestor.

Mas como irá ser financiado? “Nós temos uma proposta concreta no próprio banco, que está a ser trabalhada, estruturada e organizada para que possamos apresentar ao nosso acionista, que são os portugueses e o Estado”, explicou.

“O país deve ter instrumentos de capital. O capital é importante para as empresas”, disse Regalado.

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Relação com os clientes na adoção de IA vai diferenciar banca e fintech

  • Rita Atalaia
  • 6 Maio 2025

A relação com os clientes é que vai marcar a diferença entre a banca e as fintech perante a revolução da IA, e não tanto a adoção desta tecnologia que traz desafios, mas também oportunidades.

A forma como os bancos tradicionais e as fintech ou neobancos se relacionam com os clientes, numa era em que se vive a revolução da inteligência artificial (IA), é que vai marcar a diferença – e aumentar a concorrência – entre os incumbentes e os insurgentes, e não tanto a adoção desta mesma tecnologia que pode trazer “escala, robustez e consistência” à banca e aos outros setores.

“Não tem a ver com a adoção da tecnologia [de IA]. A relação com os clientes é que vai marcar a diferença”, afirmou Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Portugal, durante a conferência Banking on Change, organizada em Lisboa pelo ECO com a KPMG e a PLMJ, afastando que possa haver um problema de concorrência para a banca perante as fintech e os neobancos.

“O tema não está tão ligado à forma como [bancos e fintech] vão adotar a tecnologia, mas como vão servir os clientes. Conhecer bem os clientes, antecipar as suas necessidades – e isto é válido na banca como noutras indústrias”, referiu o banqueiro, reforçando que a “relação com o cliente é que vai marcar a diferença”.

É uma segunda revolução – a primeira foi a digitalização – que traz desafios, mas que pode representar uma oportunidade. Esta tecnologia, referiu Rui Gonçalves, Partner Head of Technology Consulting da KPMG Portugal, “pode promover a solução de muitos problemas, mas vai criar outros”, nomeadamente éticos. Mas também ajudar as empresas a criarem novos modelos de negócio.

“Começamos já a perspetivar a próxima fase que é a utilização de IA para criar novos modelos de negócio disruptivos”, disse ainda, alertando, porém, que ainda há “temas estruturais para resolver, como os dados”.

Já Manuela Veloso, Head JP Morgan Chase AI Research, considerou, no mesmo painel, que a “grande oportunidade da IA é a escala, a robustez e a consistência, algo que os humanos não têm a capacidade de providenciar”. A responsável lembrou que até há pouco tempo a IA envolvia apenas a capacidade de processar e apresentar dados. Mas a nossa fase da IA introduziu a capacidade de atuar e responder.

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Plano de insolvência da dona da Visão discutido esta terça-feira pelos credores. Segurança Social pede adiamento

  • Lusa e + M
  • 6 Maio 2025

A Segurança Social, um dos principais credores, vai pedir o adiamento da votação do plano de insolvência da dona da Visão para poder avaliar a nova versão apresentada por Luís Delgado.

A assembleia de credores da Trust in News (TiN) discute esta terça-feira o plano de insolvência da empresa, que prevê uma injeção de até 1,5 milhões de euros, numa diligência marcada no Tribunal de Sintra.

No entanto, a Segurança Social (um dos principais credores) vai pedir o adiamento da votação do plano de insolvência da dona da Visão e de outras publicações como a Exame ou Jornal de Letras, segundo avançou o Expresso e confirmou o +M, uma vez que Luís Delgado, acionista único da empresa, entregou uma nova versão do plano na sexta-feira, dia 2 de maio. Autoridade Tributária, Impresa e Novobanco completam o conjunto de principais credores.

A Segurança Social pretende assim analisar e votar por escrito a nova versão do plano entregue por Luís Delgado, com o objetivo de acomodar as exigências dos credores, como a do pagamento dos impostos referentes a dezembro. Este é o único atraso no pagamento de impostos desde a declaração de insolvência, a 4 de dezembro, o qual Luís Delgado se comprometeu a fazer em tempo útil.

O plano da TiN prevê a injeção de um valor de até 1,5 milhões de euros pelo acionista único, Luís Delgado, o encerramento da delegação do Porto e busca de soluções para publicações deficitárias.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso, a TiN, que detém publicações como a Visão e a Exame, propõe aos credores um “compromisso de aporte de até 1,5 milhões de euros, faseadamente, e em função das necessidades da empresa para reforçar a tesouraria”, por parte do acionista único.

O plano mantém ainda a intenção de suspender, licenciar ou vender publicações deficitárias como TV Mais, Telenovelas, Caras Decoração, Prima, Visão Saúde, Visão Surf e This Is Portugal, sendo que, “com exceção da Telenovelas, todas as outras publicações já estão suspensas”.

“A TIN está empenhada a tentar encontrar estas soluções (venda/licenciamento) no mais curto espaço de tempo, ainda em 2025”, indicou.

“Pretende ainda um ajuste na periodicidade, se necessário, de algumas revistas, mantendo apenas as mais rentáveis”, além da redução de 70% do espaço físico (50% já foi reduzido) e o “encerramento da delegação no Porto”.

Será ainda reduzido “o quadro de funcionários, proporcional à suspensão publicações, com reestruturação interna” e “os custos com pessoal não poderão ultrapassar os 250 mil euros/mês, objetivo alcançável, com o apoio e intervenção do administrador da insolvência”, referiu.

Quanto ao pagamento das dívidas proposto, será faseado, no caso da Autoridade Tributária e Segurança Social em 150 prestações, além de um “plano de pagamento de 12 a 15 anos para credores comuns e garantidos” e da “possibilidade de permuta de publicidade para pagamento de parte das dívidas”.

Para aumentar receitas, o plano prevê o “aumento de assinaturas digitais e melhoria da plataforma de ‘e-commerce’”, parcerias “estratégicas com outros grupos editoriais”, a “exploração de novos formatos de conteúdo, como ‘podcasts’ e vídeos”, e o “licenciamento de marcas para gerar receita adicional”.

Quanto ao impacto desta reestruturação, a empresa aponta uma “melhoria gradual da rentabilidade, com um retorno a resultados positivos esperado a médio prazo”, evitando-se assim a liquidação da empresa e “preservando postos de trabalho e ativos”. Ficará, segundo o plano, ajustado “o modelo de negócio para um formato mais sustentável, alinhado às tendências digitais”, garantindo ainda o “pagamento aos credores, comparativamente a um cenário de liquidação, onde muitos não receberiam seus créditos”.

O plano prevê também a “criação imediata de uma ‘Task Force’ com dois diretores editoriais, diretora comercial, diretora financeira e diretor de recursos humanos, com a tarefa de reanalisar todos os custos e contratos passíveis de serem renegociados ou cessados, sem qualquer penalização para a empresa, e apresentar medidas e sugestões para aumentar as receitas, tendo em conta os recursos existentes” e os melhores exemplos nacionais e internacionais. As sugestões deste órgão “serão implementadas após aprovação da gerência e do administrador da insolvência”.

A proposta para a continuidade da TiN, mediante a apresentação de um plano de insolvência, tinha sido aprovada em assembleia de credores, em 29 de janeiro, mantendo-se os títulos em atividade.

Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e digital.

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Apagão. António Costa pede mais interconexões energéticas para reduzir riscos

  • Lusa
  • 6 Maio 2025

O líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE vincou ser "essencial aumentar o investimento na segurança da rede".

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta terça-feira mais interconexões energéticas na União Europeia (UE) para reduzir o risco de apagões como o da semana passada na Península Ibérica, pedindo investimentos na segurança da rede.

Temos de continuar a melhorar a integração e a interconexão energética da União porque isso também ajudará a reduzir o risco de incidentes e apagões como os da semana passada na Península Ibérica“, defendeu António Costa. Intervindo numa visita à cidade espanhola Barcelona, na associação cívica de debate público Cercle d’Economia, o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE vincou ser “essencial aumentar o investimento na segurança da rede”.

“Estamos também a tomar medidas para garantir que os preços da eletricidade deixem de estar dependentes da volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis”, avançou António Costa, no dia em que a Comissão Europeia vai apresentar um plano para a UE deixar de depender da energia vinda da Rússia até 2027.

Como exemplo, António Costa referiu que “a solução ibérica ofereceu lições sobre a forma como se pode avançar para que os cidadãos e empresas beneficiem de energia barata, limpa e segura“, numa alusão ao mecanismo temporário e excecional criado após a crise energética de 2022 para conter o peso do gás na produção de eletricidade e assim baixar o preço da luz.

Neste discurso, o presidente do Conselho Europeu fez ainda uma analogia, entre a UE e um monumento histórico: “Talvez a União Europeia seja um pouco como a Sagrada Família [pois é] um projeto enorme, rebuscado, idealista e de dimensões históricas”.

“Um projeto com uma arquitetura tremendamente complexa, de certa forma perpetuamente inacabado, em que cada nova geração contribui com o seu grão de areia para responder aos desafios do seu tempo. Um projeto que por vezes estagna, mas que avança sempre com determinação, porque é guiado por uma visão arrojada e ambiciosa do futuro”, adiantou.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou na segunda-feira da semana passada Portugal continental, Espanha e Andorra praticamente sem eletricidade e também uma parte do território de França. Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

 

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Portugal com preços de gás e luz abaixo da UE. Empresas com maior alívio que domésticos

Portugal compara bem nos preços da energia face à UE, embora só 'ganhe' a Espanha nos preços da eletricidade para não domésticos. No gás, tem dos impostos mais baixos da UE para não domésticos.

Nos últimos seis meses de 2024, o preço médio de gás natural em Portugal, quer para consumidores domésticos quer para empresas, ficou abaixo da média da União Europeia, mas acima dos de Espanha. No que toca a eletricidade, o cenário é semelhante, no segmento doméstico. No entanto, no segmento industrial, Portugal leva mesmo a melhor, tanto face a Espanha como à União Europeia.

O preço médio do gás em Portugal situou-se 6% abaixo dos praticados na União Europeia, mas 15% acima dos de Espanha, para os consumidores domésticos. Suécia, Letónia, Itália e os Países Baixos registaram os preços de gás natural mais elevados da União Europeia para este segmento, e no leste concentram-se os preços mais baixos – Hungria, Croácia, Roménia e Bulgária.

Já no que diz respeito aos consumidores não domésticos, como as empresas, Portugal destaca-se mais da União Europeia, que supera o preço médio do gás do país em 11%, mas continua a comparar mal com Espanha, com preços 4% superiores. Os preços mais elevados registam-se na Suécia, a Finlândia, o Luxemburgo e a Eslováquia, enquanto os mais baixos estão na Lituânia, Bulgária, Roménia e Bélgica.

Na eletricidade, no mesmo período, os consumidores domésticos em Portugal pagaram um preço médio 6% acima dos de Espanha mas 8% abaixo da UE. No segmento não doméstico, Portugal tem eletricidade 3% mais barata que Espanha e 32% mais barata que a União Europeia.

Portugal com impostos mais altos exceto no gás para empresas

Portugal está entre os países com o peso mais elevado na componente de impostos e taxas, no segmento doméstico, enquanto no segmento não doméstico está entre os países com o peso mais reduzido”, escreve o regulador, relativamente ao gás.

Na eletricidade, Portugal registou um peso na componente de impostos e taxas (que incluem os Custos de Interesse Económico Geral), acima das restantes geografias, nos segmentos doméstico e não doméstico.

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Pedro Nuno “não está sozinho” e “até agradece” que antigos líderes do PSD entrem na campanha

Participação de ex-líderes em almoço com Montenegro deixa “mais clara a natureza do PSD nesta campanha”, diz o socialista. Líder da AD recusa que Passos Coelho atrapalhe 'namoro' com pensionistas.

A poucas horas de Luís Montenegro almoçar com antigos presidentes do PSD, em plena reta final para as eleições legislativas de 18 de maio, o rival Pedro Nuno Santos disse esta manhã que “até [agradece] que esses antigos líderes participem porque fica mais clara a natureza do PSD nesta campanha”.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao mercado municipal de Leiria, o secretário-geral do PS alegou que também conta com “muitos militantes e ex-dirigentes” do partido nas ações de campanha. “Não estou sozinho. O PS está todo unido”, acrescentou, notando ainda que os antigos secretários-gerais não estarão na campanha porque o PS “os dá ao mundo”, numa referência a António Costa (Conselho Europeu) e António Guterres (ONU).

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, senta-se ao cockpit de um carro desenvolvido de raiz para ser utilizado na “Fórmula Student”, durante uma visita ao Instituto Politécnico de Leiria, no âmbito da campanha para as eleições legislativas.JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA 6 maio, 2025

À mesa laranja e ao lado do candidato da AD, na sede do PSD, estão personalidades como Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho, Marques Mendes, Rui Rio, Manuela Ferreira Leite, Pedro Santana Lopes, Luís Filipe Menezes e Fernando Nogueira. Ausente no estrangeiro, José Manuel Durão Barroso enviou uma carta, enquanto Francisco Pinto Balsemão e Rui Machete não irão por razões de saúde.

Em Leiria, Pedro Nuno Santos salientou que “mais importante” do que o apoio no terreno de antigos líderes socialistas, é “o resultado de um ano de governação de uma coligação que falhou”. O PS, acrescentou, tem as propostas para “quem quer um SNS público a dar resposta às pessoas todas e não aos problemas de alguns, [para] quem quer uma economia a crescer” e vai “construir casas para todos, e não para uma minoria dos jovens”.

Dirigindo-se aos “portugueses envergonhados com o comportamento do primeiro-ministro”, salientou que o PS é “a mudança segura para Portugal” e que tem uma “equipa com competência e experiência”, além de um programa eleitoral para “responder aos problemas de todos, e não só de alguns”.

Na segunda-feira à noite, em Viseu, Luís Montenegro falou diretamente aos pensionistas e reformados, sublinhando que a coligação de direita “não só está reconciliada” com essa franja da população, como está “num processo de valorização ainda maior daqueles que estão hoje a gozar o seu merecido tempo de reforma”.

“Não existe [essa reconciliação]. Montenegro sabe que não existe. Os pensionistas tiveram aumentos das pensões, mas foram realizados por nós na oposição, acima do previsto na lei, com o voto contra da AD [no Parlamento]. Montenegro enganou os pensionistas [quando] anunciou um aumento que era um bónus sem repetição e ao criar a expectativa de uma redução do IRS maior do que a que fizeram – e agora, habituados a receber reembolsos, os pensionistas perceberam que têm de pagar”, resumiu Pedro Nuno Santos.

Passos não atrapalha ‘namoro’ da AD aos pensionistas

Já esta manhã, durante uma arruada em Sintra e numa alusão ao período de assistência financeira da troika, Luís Montenegro reconheceu que “na evolução histórica e financeira do país, tivemos um período de recuperação em que houve alguma incompreensão”.

No entanto, completou, durante o último ano disse ter mostrado que o PSD é “um partido com grande vocação social, que não esquece os que trabalharam a vida toda e que olha com humanismo para os que estão numa fase mais adiantada da vida e não os [deixa] sozinhos”.

Questionado pelos jornalistas sobre se não é contraproducente aparecer na campanha com Pedro Passos Coelho, que liderava o Governo nessa altura, respondeu que é “extremamente gratificante ter [a seu lado] toda a história, que é uma história grande, do PSD”.

Antecipando o almoço agendado para a sede do partido, Montenegro confessou que tem “por hábito conversar com antigos líderes de quando em vez”, e não apenas os que foram primeiros-ministros. E destacou que “nenhum disse que não” ao convite para este almoço comemorativo do aniversário do PSD, à exceção de Marcelo Rebelo de Sousa, que “como Presidente da República não deve ter uma participação partidária numa altura em que estamos em campanha eleitoral”.

(Notícia atualizada às 12h10 com declarações de Luís Montenegro)

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AD e IL perto da maioria, mas indecisos sobem para 20%

  • ECO
  • 6 Maio 2025

Sondagem diária da Pitagórica dá 43,3% à coligação do PSD e do CDS e aos liberais, juntos. Maioria absoluta só com 116 deputados.

As intenções de voto na Aliança Democrática (35,8%) e na Iniciativa Liberal (7,5%) — que, juntas, atingem 43,3% — apontam para a possibilidade da maioria desejada por Luís Montenegro para as eleições legislativas de dia 18 de maio, segundo o resultado do quarto dia da sondagem da Pitagórica para o Jornal de Notícias, a TSF e a TVI/CNN. No entanto, o número de indecisos disparou e já está muito perto dos 20%.

O PS (27,1%) mantém a distância de 8,7 pontos percentuais para a coligação formada pelo PSD e o CDS, enquanto o Chega (16,5%) está a recuperar terreno. À esquerda, o Livre (3,4%) regista uma queda de cinco décimas face ao dia anterior, o Bloco de Esquerda (1,8%) perde 0,3 pontos e a CDU (3,2%) sobe ligeiramente. O PAN está cada vez mais irrelevante, fixando-se nos 0,6%, e corre o risco de ficar sem representação parlamentar.

No quarto dia desta sondagem, a amostra continua a ser de 800 inquéritos, mas as 200 entrevistas recolhidas a 30 de abril foram substituídas por outras 200 recolhidas a 4 de maio. Esta metodologia será repetida nas próximas sondagens diárias.

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Remuneração dos depósitos afunda pelo 15.º mês consecutivo para 1,69%

Apesar da queda da taxa de juro das novas operações, o montante de novos depósitos voltou a aumentar em março em cerca de 10,5% e, em termos homólogos, esse crescimento foi de 68%.

A banca continua a cortar a remuneração dos depósitos a prazo, à boleia da política monetária do Banco Central Europeu, que tem sido marcada por cortes consecutivos das taxas de juro.

Em março, “a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo 15.º mês consecutivo, passando de 1,83%, em fevereiro, para 1,69%”, refere o Banco de Portugal em comunicado. Trata-se do valor mais baixo desde junho de 2023.

Este comportamento fez com que Portugal descesse uma posição entre os países da área do euro, sendo agora o país com a quarta taxa mais baixa, ficando bem abaixo da média de 2,11% praticada na Zona Euro.

Nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média diminuiu 0,14 pontos percentuais, para 1,70%, renovando também mínimos de junho de 2023. “Esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 95% dos novos depósitos em março”, destaca a entidade liderada por Mário Centeno.

A remuneração média dos novos depósitos de um a dois anos diminuiu 0,14 pontos percentuais, fixando-se em 1,44% — o valor mais baixo desde maio de 2023. No sentido oposto, esteve a remuneração média dos novos depósitos a mais de dois anos, que registou um aumento de 0,32 pontos percentuais, atingindo os 1,51%.

O Banco de Portugal revela ainda que o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares aumentou 10,5% face a fevereiro (cerca de 1.230 milhões de euros), totalizando 12.909 milhões de euros em março. Em termos homólogos, o volume de novos depósitos cresceu 68%.

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