Reunião do Governo com Air France-KLM será esta tarde e sem ministro das Finanças

Atraso no voo de representantes do grupo franco-neerlandês para discutir privatização da TAP passou reunião com Governo para a tarde, apurou o ECO. Miranda Sarmento estará no Parlamento nessa altura.

A reunião do Governo com o grupo Air France-KLM sobre a privatização da TAP irá decorrer durante a tarde desta segunda-feira, mais tarde que o inicialmente previsto, e não contará com a ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que tem agendada para as 15h00 uma audição no Parlamento para defender a proposta de Orçamento, apurou o ECO.

A alteração, causada por um atraso no voo dos representantes do grupo franco-neerlandês para Lisboa, significa que o Governo estará representado por Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e da Habitação, e pelo secretário do Estado do Tesouro e das Finanças, João Silva Lopes.

Esta sexta-feira o ECO apurou junto de fonte conhecedora do processo que os responsáveis da Air France-KLM vão transmitir ao Governo que estão confortáveis com a compra de uma posição minoritária na companhia portuguesa.

Ainda que a vontade de Luís Montenegro fosse privatizar a totalidade do capital da TAP, a atual geometria parlamentar impede que ela se concretize. Mesmo que o decreto-lei de privatização previsse essa possibilidade, os partidos pediriam a apreciação parlamentar, inviabilizando a alienação da maioria do capital, uma vez que só PSD e IL o defendem. Um contexto a que a Air France–KLM está atenta.

“Tendo em conta que estão a ser equacionados vários cenários para a aprovação, numa fase posterior, da privatização da TAP no Parlamento, a Air France–KLM mantém-se aberta a várias opções e também está confortável com a venda de uma participação minoritária da companhia”, afirma ao ECO a referida fonte.

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Cativações são exemplo “deprimente da Administração Pública a trabalhar para si própria”, critica UTAO

UTAO aponta o dedo à utilização de cativações e instrumentos de controlo de despesa não convencionais. "Opacas", "entrópicas" e "inúteis para reprimir a despesa" são algumas das críticas.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) voltou a criticar a utilização dos instrumentos de controlo de despesa não convencionais, alertando que são opacos e entrópicos e se sobrepõem aos tetos de despesa aprovados pelo Parlamento. Na apreciação preliminar ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e ao Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo, a unidade coordenada por Rui Baleiras alerta para o impacto negativo nos serviços públicos e considera que, tal como as cativações, são um exemplo do Estado “a trabalhar para si” próprio.

Os instrumentos não convencionais, tal como as cativações, são exemplos deprimentes da Administração Pública a trabalhar para si própria“, pode ler-se no relatório entregue no fim de semana ao Parlamento pelos técnicos que dão apoio aos deputados.

A UTAO recorda que entre os instrumentos de controlo da despesa convencionais estão a dotação provisional, a reserva orçamental, as dotações centralizadas para fins específicos e as cativações, mas existem ainda os instrumentos não convencionais de controlo de despesa, que também limitam a utilização das dotações aprovadas para gastos com pessoal e aquisições de serviços.

Ao contrário dos instrumentos convencionais, estes são mais opacos porque é impossível conhecer ex ante (antes do exercício económico principiar) o seu impacto financeiro entidade a entidade e, por maioria de razão, a nível consolidado das Administrações Públicas (AP)“, destaca, acrescentando que “se sobrepõem aos tetos de despesa aprovados pela AR [Assembleia da República sem se saber em quanto”.

Ademais, as cativações são “inúteis para reprimir a despesa porquanto bastaria baixar as dotações aprovadas pelo Parlamento nos mapas contabilísticos para se alcançar o mesmo objetivo” e “entrópicas na gestão corrente das entidades públicas, porque o seu excecionamento desvia recursos escassos das operações para tarefas administrativas ligadas à elaboração de informações e prestação de esclarecimentos a outras entidades do ministério da tutela e a entidades das tutelas responsáveis pelas áreas da Administração Pública e das Finanças”.

O Governo acaba tendo que se intrometer na microgestão das empresas e dos serviços públicos para excecionar casuisticamente a aplicação das normas em causa“, alerta.

Os técnicos assinalam que a proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) “renova disposições antigas que vigoraram em anos anteriores” nesta matéria e “inclui normas cirúrgicas, mas com grande impacto na carga administrativa e nos resultados da gestão dos serviços e organismos públicos, uma vez que determinam requisitos processuais que culminam numa intromissão fina do poder político nos atos de gestão corrente dos serviços e organismos envolvendo a aquisição de serviços e a contratação de pessoal”.

“Em termos financeiros, as restrições previstas para 2025 mantêm as restrições introduzidas em anos anteriores: prolongam uma sequência de restrições nominais, em cadeia, que já dura desde a última crise de finanças públicas, e, limitam o crescimento nominal dos encargos com contratos de aquisição de serviços estabelecidos para 2025, os quais não acompanham a evolução nominal dos preços desde o início destas práticas”, aponta. Assim, existe uma “amarração” nominal do limite para 2025 à dotação paga no primeiro ano para o qual a regra foi criada, mas a proposta prevê uma majoração do limite de 2,75%, o que deverá “atenuar ligeiramente esta restrição no próximo ano”.

Assinala ainda que a proposta utiliza “uma técnica legislativa mais transparente do que a usada em anos anteriores para regular os encargos com contratos de aquisição de serviços, mas mantém a substância das restrições vigentes nesses anos”.

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Nesta Black Friday “vale tudo”, diz a Worten em campanha

  • + M
  • 28 Outubro 2024

A campanha conta também com ativações em loja. A Worten do Centro Colombo vai recriar um estúdio de TV com uma dinâmica de “Preço ou Consequência”, onde os clientes podem ganhar vales e descontos.

“Vale Tudo” é o mote da campanha de Black Friday da Worten deste ano, sendo que o “vale tudo” vai desde entregas grátis, à devolução da diferença caso os produtos fiquem ainda mais baratos ou a descontos extra todas as semanas, em marcas diferentes. Com um conceito inspirado no tom e look & feel jornalístico, a marca apresenta o momento da Black Friday como “breaking news.

“Com um design que ilustra a capa de um jornal, a marca destaca as diferentes propostas de valor da campanha, dos Dias Sem IVA aos descontos extra e fatores de conveniência”, explica-se em nota de imprensa.

A campanha marca presença em televisão – com um spot que se assemelha à abertura de um telejornal – enquanto noutros meios conta com um visual de ilustração de capas de jornais com as propostas de valor da Worten para esta Black Friday. Está também presente em rádio, digital, out-of-home e em loja, app, folheto e site da Worten.

A criatividade é da Fuel, enquanto o planeamento de meios ficou a cargo da Arena Media.

As ativações em loja também “regressam em força” para recriar o conceito “Vale Tudo” em ambiente de loja. Nos fins de semana de 2 e 3 e de 29 e 30 de novembro, a Worten do Centro Colombo vai recriar um estúdio de televisão com uma dinâmica de “Preço ou Consequência”, possibilitando aos clientes ganhar até dois mil euros em compras na Worten.

Através da simulação de um programa de televisão, os participantes vão ser desafiados por um apresentador a acertar no preço de um determinado produto na Black Friday da Worten. Se acertarem, recebem um vale de desconto, mas se falharem, têm a hipótese de aceitar uma consequência – que vão desde caixas surpresa a cortes de cabelo radicais – para receber o prémio.

Esta ativação conta com a participação de caras conhecidas como Mariana Bossy, Mafalda Creative, Diogo Batáguas e Vitor Sá, responsáveis por apresentar a dinâmica de jogo e interagir com o público.

A Worten estreia ainda um novo canal de comunicação nas redes sociais, o Broadcast Channel no Instagram, onde vai divulgar informações sobre a Black Friday durante todo o mês, com a intervenção de alguns convidados. A marca vai ainda fazer uso das redes sociais da Worten para partilhar dicas e sugestões de produtos.

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Fim dos apoios faz aumentar preços da luz na UE. Portugal mantém-se abaixo da média europeia

Com o fim dos apoios na energia, os preços da eletricidade na UE registaram um aumento nos primeiros seis meses do ano. Em Portugal, os preços mantiveram-se abaixo da média.

Com o fim dos apoios na energia, os preços médios da eletricidade doméstica na União Europeia (UE) registaram um aumento no primeiro semestre em comparação com os meses anteriores. Em Portugal, embora se tenha assistido também a um aumento dos preços, as famílias pagaram uma fatura da luz mais baixa do que a média do bloco europeu e da zona euro.

Segundo os dados publicados esta segunda-feira pelo Eurostat, os preços da eletricidade na UE valores subiram 2% nos primeiros seis meses do ano, evoluindo de 28,3 cêntimos por 100 killowatts/hora (kWh) para 28,9 cêntimos por 100 kWh.

Este aumento aconteceu mesmo perante um cenário no qual se registou uma redução nos custos da energia, no fornecimento e nos serviços de rede (-2% em comparação com o segundo semestre de 2023). A consequência primária para esta variação dos preços prende-se com o fim dos apoios e as reduções dos impostos aos consumidores, ambos decretados, no final de 2022, para dar resposta ao aumento dos preços na energia no bloco europeu como resultado da guerra na Ucrânia. Assim, o total de impostos na UE aumentou 16% em relação ao segundo semestre de 2023.

Evolução dos preços da eletricidade e do gás natural para os agregados familiares na UE 2008-2024.Eurostat

 

Em Portugal, embora os preços médios de eletricidade para as famílias no primeiro semestre de 2024 tenham subido de 22,9 cêntimos por 100 kWh para 24,2 cêntimos por 100 kWh, continuaram a estar abaixo da média da zona euro (30,5 cêntimos por 100 kWh, ou 26% mais caro), da União Europeia (28,8 cêntimos por 100 kWh, ou 19% mais caro) e até mesmo da vizinha Espanha (24,3 cêntimos por 100 kWh, ou 5% mais caro).

De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), esta queda nos preços em Portugal deveu-se a uma “redução significativa das tarifas de acesso às redes em 2022 e em 2023″, tendo permitido mitigar o acréscimo de preços nos mercados grossistas.

“A evolução de preços em Portugal, nos cinco anos mais recentes, tem apresentado alguma estabilidade, quando comparada com as restantes geografias, registando sempre valores abaixo dos de Espanha, da União Europeia e da Área do Euro”, explica a ERSE numa nota divulgada esta segunda-feira.

Quanto aos preços médios de eletricidade globais (isto é, doméstico e não doméstico), “estes continuaram a apresentar valores inferiores aos de Espanha, aos da média da União Europeia e aos da média da” zona euro, detalha a ERSE.

Alemanha continua a liderar preços na luz

No primeiro semestre de 2024, os preços médios de eletricidade para o segmento doméstico registaram os valores mais baixos na Hungria (10,9 cêntimos por 100 kWh), na Bulgária (11 cêntimos por 100 kWh) e em Malta (12,6 cêntimos por 100 kWh).

Preços da eletricidade doméstica na UE, no primeiro semestre de 2024.Eurostat

Em sentido contrário, foram as famílias alemãs, irlandesas e dinamarquesas que pagaram as faturas da eletricidade mais elevadas nos primeiros seis meses do ano.

Segundo o Eurostat, na Alemanha, embora os valores tivessem decrescido de 40 cêntimos por 100 kWh para 39,5 cêntimos por 100 kWh, no primeiro semestre, o preço da eletricidade continuou a ser o mais alto entre os 27 Estados-membros. Segue-se a Irlanda (37,4 cêntimos por 100 kWh) e Dinamarca (37,1 cêntimos por 100 kWh).

Portugal, surge assim a meio da tabela, à frente de países como a Lituânia, Estónia e a Grécia, cujos preços praticados variaram entre os 21,7 cêntimos por 100 kWh e os 23,2 cêntimos por 100 kWh.

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Viagens ao estrangeiro por residentes sofrem primeira queda em três anos

Dados do INE mostram que a procura turística dos residentes em Portugal continuou a decrescer no segundo trimestre do ano.

A procura turística dos residentes em Portugal voltou a cair no segundo trimestre, com as viagens para o estrangeiro a registarem a primeira queda em três anos, mostram os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O número de viagens realizadas por residentes entre abril e junho diminuiu 13,4% face ao período homólogo, para 4,9 milhões de viagens no total, mantendo a tendência de queda, após a descida de 7,8% no primeiro trimestre.

Segundo o gabinete de estatística, as viagens em território nacional, que representaram 83,7% do total de deslocações, registaram uma diminuição de 15,4%, para cerca de 4,1 milhões de deslocações.

Enquanto isso, as viagens para o estrangeiro registaram o primeiro decréscimo desde o segundo trimestre de 2021, com uma queda de 1,5%, totalizando 799,9 mil viagens.

Fonte: INE

O INE explica que a principal motivação para viajar no segundo trimestre em território nacional foi “lazer, recreio ou férias”, estando na origem de cerca de 2,4 milhões de viagens dos residentes, seguido da “visita a familiares ou amigos”, que originou 1,9 milhões de viagens.

No que toca às estadias, “hotéis e similares” concentraram 26,4% das dormidas (4,6 milhões) resultantes das viagens turísticas dos residentes no segundo trimestre de 2024, sendo superados pelo “alojamento particular gratuito”, que se manteve como a principal opção de alojamento (58,3% das dormidas), ao acolher 10,1 milhões de dormidas nas viagens de residentes.

No segundo trimestre, cada viagem teve uma duração média de 3,52 noites, o que representa uma pequena subida face ao segundo trimestre do ano passado, onde a média fixou-se nas 3,36 noite. A duração média mais longa foi registada em junho (3,98 noites; 3,84 em junho de 2023) e a mais baixa em abril (3,19 noites; 3,17 em abril de 2023).

Além disso, 21,9% dos residentes fizeram pelo menos uma deslocação turística, o que representa uma descida 2,7 pontos percentuais face ao mesmo período do ano anterior.

O INE destaca que os resultados apresentados “terão sido influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, pelo efeito do período de férias associado à Páscoa, que no ano anterior se concentrou em abril (segundo trimestre), enquanto este ano se repartiu entre março (primeiro trimestre) e abril (segundo trimestre)”.

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Euribor cai para novo mínimo a três meses e sobe a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa subiram a seis e12 meses, tendo recuado no prazo a três meses para um novo mínimo de ano e meio.

A Euribor, que serve de base para o cálculo da prestação da casa, desceu a três meses para um novo mínimo desde março de 2023, mas manteve-se acima de 3%, sendo que as taxas subiram a seis e a 12 meses.

  • A taxa Euribor a seis meses, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, avançou para 2,905%, mais 0,011 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, também subiu para 2,580%, mais 0,015 pontos do que na sexta-feira.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses caiu para 3,052%, menos 0,007 pontos e um mínimo desde 31 de março de 2023.

A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).

Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Das tensões geopolíticas ao PRR: os riscos identificados pela UTAO para o excedente orçamental

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental alerta para riscos descendentes e ascendentes sobre o cenário orçamental do OE2025. Contudo, não descarta que excedente possa ser superior ao previsto.

A instabilidade geopolítica provoca incerteza acrescida sobre o desempenho da economia portuguesa e, consequentemente, sobre as previsões dos cenários macroeconómico e orçamental. É este o principal alerta da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) sobre os riscos negativos ao cenário do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). Contudo, a unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras identifica também fatores que podem levar a um excedente acima dos 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, como o pagamento de dividendos por parte do Novo Banco e a descida dos encargos com juros.

Na apreciação preliminar à proposta do OE2025 e do Plano Orçamental Estrutural de Médio Prazo entregue no fim de semana ao Parlamento, a UTAO adverte que um agravamento das tensões geopolíticas no Médio Oriente e a escalada dos conflitos armados afetam as projeções macroeconómicas, refletindo-se no cenário orçamental. “A evolução dos conflitos e das tensões geopolíticas resulta em consequências como a divisão entre blocos de países no comércio mundial, dificuldades nas cadeias de produção e abastecimento, variações nos preços das matérias-primas e pressões inflacionistas“, recorda.

Os técnicos de apoio aos deputados realçam que estes fatores têm impactos diretos nas receitas e nas despesas públicas, através da adoção de medidas discricionárias para mitigar efeitos adversos. “A escalada das tensões no Médio Oriente, com possibilidade de regionalização do conflito, constitui um risco descendente, por via da subida dos preços do petróleo e do gás nos mercados internacionais“, aponta.

Entre os riscos elenca ainda o ritmo de implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que, destaca, “permaneceu aquém do programado entre 2022 e 2023, um padrão que se repete em 2024 e compromete o objetivo de 2025”. Para os técnicos, “a incapacidade de executar a despesa no horizonte programado poderá inviabilizar a completa implementação deste plano de investimentos”, o que “altera a dinâmica orçamental“.

Segundo os técnicos, implica riscos descendentes relativos ao investimento e da receita destinado ao seu financiamento, tendencialmente nulo sobre o saldo orçamental. Contudo, por outro lado, os atrasos na realização da despesa também protelam a necessidade de financiamento com recurso a empréstimos europeus, o que pode constituir um risco ascendente à previsão de 2025.

Entre os riscos negativos contam-se ainda, no âmbito das Parcerias Público-Privadas (PPP), os pedidos de reposição de equilíbrio financeiro e ações arbitrais, assim como o incumprimento do objetivo de congelamento do número de funcionários públicos.

Por outro lado, entre os riscos que podem beneficiar o excedente do próximo ano está o fim antecipado do mecanismo de capital contingente pode permitir o pagamento de dividendos ao Estado por parte do Novo Banco. A UTAO assinala que a proposta do OE2025 “não apresenta qualquer referência a um eventual pagamento de dividendos pelo Novo Banco nesse ano”, contudo, “caso o mecanismo de capital contingente seja encerrado antes do final de 2025, tal poderá viabilizar o pagamento de dividendos por esta instituição, na qual o Estado detém uma participação de 25%.

Neste sentido, destaca que o pagamento de dividendos, não previsto na proposta orçamental, representaria um aumento de receita com contributo positivo para o saldo orçamental em 2025. Como o ECO noticiou, poderá significar uma receita superior a 250 milhões de euros de fundos que o banco poderá libertar.

A contribuir para uma margem superior aponta ainda a descida das taxas de juro diretoras por parte do Banco Central Europeu (BCE), que pode diminuir os encargos com juros. “O Governo incluiu nas projeções macroeconómicas que serviram de base à elaboração do cenário orçamental de 2025 a previsão de taxas de juro a níveis inferiores ou iguais aos estimados para 2024 (3,6% vs 2,4% em 2025 de média anual para as taxas de curto prazo e 3,0% de média anual para as de longo prazo). No entanto, uma evolução abaixo dessas previsões mitigará, os encargos com juros, nomeadamente, em operações de refinanciamento de curto prazo, assim havendo um risco ascendente para o saldo orçamental de 2025”, refere.

Os técnicos consideram ainda que a estimativa de 2024 indicia a sobreorçamentação da despesa com prestações sociais, pelo que “um resultado orçamental melhor do que estimado neste ano constitui um ponto de partida mais favorável para 2025 e um risco ascendente neste biénio”.

Garantia pública ao crédito da casa “merece atenção”

A UTAO salienta ainda que a garantia pública ao crédito à habitação de jovens até 35 anos, por um período de 10 anos, constitui uma responsabilidade contingente. “As garantias concedidas pelo Estado são instrumentos que acarretam risco em caso de incumprimento, destacando-se as que foram concedidas para mitigação das dificuldades de acesso à habitação dos jovens, que poderão onerar as contas públicas, por via de potenciais incumprimentos de devedores”, refere.

Neste sentido, defende que o caso “merece atenção dadas a abrangência temporal da garantia e a faixa etária dos potenciais beneficiários” e já que “não se conhecem ainda os impactos desta medida”.

Os técnicos dão ainda nota da “ausência de informação sobre o impacto orçamental de medidas anunciadas e muito debatidas antes da apresentação” do OE2025, entre as quais destacando-se a medida redução da taxa de IRC“.

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Caso BES: Salgado vai voltar a fazer perícia neurológica mas apenas “em momento oportuno”

  • ADVOCATUS
  • 28 Outubro 2024

Os juízes aceitaram o pedido da defesa de Salgado para a realização de uma perícia neurológica no âmbito do caso BES. Tribunal dá a entender que será só mais perto do final do julgamento.

Os juízes aceitaram o pedido da defesa de Ricardo Salgado para a realização de uma perícia neurológica no âmbito do caso BES, avança o Correio da Manhã. Mas não será para já. Em despacho, a juíza Helena Susano refere que o exame ficará a cargo do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, não imediatamente, mas sim “em momento oportuno”.

Para a juíza, a perícia neurológica a Salgado será útil “à decisão a proferir”, mas que esse “apuramento factual […] sendo consabido que, no estado atual da ciência médica, a doença de Alzheimer é uma doença degenerativa, com caráter evolutivo, deve realizar-se no seu oportuno tempo”, refere. Este será o segundo exame a que o ex-líder do BES será submetido, tendo o primeiro ocorrido em em 2023, no âmbito do processo EDP.

O ex-banqueiro está acusado de associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento de capitais. E estava inicialmente acusado de um total de 65 crimes, vai agora ser julgado por 62 ilícitos criminais, após terem prescrito dois crimes de falsificação de documento e um de infidelidade. O levantamento dos crimes em risco de prescrição recentemente realizado pelo Ministério Público indica ainda que Ricardo Salgado pode ver cair, em finais de novembro próximo, mais um crime de falsificação e outros dois crimes no final de dezembro.

Em janeiro de 2025 prescrevem mais três crimes de falsificação de documento, no final de fevereiro cai um de infidelidade e até 28 de março tombam outros três de infidelidade.

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Navigator dá prémios de até 3,75 salários aos trabalhadores

Prémios a distribuir vão depender dos resultados obtidos em 2024, mas Navigator adianta já em dezembro bónus de meio salário a todos os trabalhadores.

A Navigator vai distribuir prémios de até 3,75 salários aos trabalhadores, como forma de reconhecimento do desempenho e face aos resultados registados ao longo deste ano. A primeira parte desse bónus chegará à carteira dos empregados já em dezembro, sendo o remanescente pago no segundo trimestre de 2025.

“A The Navigator Company vai distribuir pelos seus colaboradores prémios, que podem chegar a 3,75 salários. Esta decisão sublinha o compromisso em valorizar o contributo das equipas para os resultados alcançados“, informa a papeleira num comunicado.

Os bónus não serão pagos todos de uma vez. Em dezembro, a Navigator vai avançar com o pagamento de meio salário a todos os trabalhadores, “garantindo um reforço de liquidez antes do final do ano”.

Depois, uma vez apurados os resultados anuais da empresa, serão calculados os prémios totais a atribuir, e o valor remanescente face ao já adiantado em dezembro será pago no segundo trimestre do próximo ano.

“As medidas de valorização do capital humano da Navigator irão proporcionar, consoante os resultados efetivos no fecho do ano, a atribuição estimada de três a 3,75 salários adicionais para os quadros, bem como de um a 1,25 salários para os técnicos operacionais, a que acresce para este último grupo, o prémio de produtividade até ao máximo de 2,2 salários”, detalha a companhia.

No último ano, os tetos destes prémios tinham sido menos generosos: dois salários para os quadros e 2,45 salários para os técnicos operacionais (incluindo prémios de produtividade).

Na nota, a Navigator destaca também que a sua remuneração bruta média mensal por trabalhador é, neste momento, de 2.432 euros, bem acima da média nacional.

“Responsável em Portugal por 3.500 empregos diretos e cerca de 30 mil indiretos e induzidos, a Navigator mantém-se comprometida com a atração e retenção dos melhores talentos, investindo continuamente no desenvolvimento profissional e nas oportunidades de progressão de carreira dos seus colaboradores”, assegura a cotada.

Até setembro, a Navigator obteve um resultado líquido de 241,4 milhões de euros, o que representou uma subida de 20,3% face aos lucros obtidos em igual período do ano passado.

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TAP lança emissão de 350 milhões em dívida a cinco anos

A companhia aérea informou que a emissão destina-se a refinanciar dívida existente e que está a reunir-se com investidores esta segunda-feira.

A TAP informou esta segunda-feira que lançou uma emissão de 350 milhões de euros em dívida sénior com prazo de cinco anos, numa operação desenhada para refinanciar dívida existente.

“A Transportes Aéreos Portugueses, S.A., uma sociedade de responsabilidade limitada constituída ao abrigo da legislação portuguesa, anunciou hoje a sua intenção de emitir e vender Senior Notes no montante global de 350 milhões de euros, com vencimento em 2029 através de uma oferta isenta dos requisitos de registo do United States Securities Act of 1933, na sua versão alterada (o Securities Act)”, informou a companhia aérea em comunicado.

A empresa adiantou que a oferta é exclusivamente para investidores institucionais e que a TAP “espera utilizar as receitas ilíquidas da oferta, em conjunto com as disponibilidades do seu balanço, para (i) reembolsar dívidas existentes e (ii) pagar os custos e despesas associados à oferta”.

Fonte oficial da TAP confirmou ao ECO que a empresa está a realizar reuniões com investidores esta segunda e terça-feira com vista à concretização desta emissão, tal como inicialmente noticiado pela Bloomberg.

A 29 de agosto, o ECO noticiou que a TAP arrancou com os preparativos para a emissão de obrigações até ao final do ano, estando em diálogo com o Governo e a consultar os bancos de investimento para refinanciar uma linha de 375 milhões de euros que chega à maturidade em dezembro.

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ERA alerta para a pobreza habitacional em nova campanha lançada em parceria com a Just a Change

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  • 28 Outubro 2024

Albano Homem de Melo assina a campanha. A amplificação digital ficou a cargo da Pepper, enquanto o planeamento de meios foi responsabilidade das agências Fullsix e Initiative.

Vamos pôr isto na cabeça”, pede a ERA Portugal na sua nova campanha, que conta com a participação da associação sem fins lucrativos, Just a Change. O objetivo passa por alertar para a pobreza habitacional, “um dos maiores dramas sociais dos últimos anos”.

Lançando o repto “Vamos pôr isto na cabeça”, e tendo como elemento central os capacetes de segurança, a marca procura desafiar o país a mobilizar-se em prol desta causa e a “pôr na cabeça” não só o capacete como também algumas mensagens-chave, como “Uma casa digna reduz a mortalidade”, “Uma casa digna faz bons estudantes” ou “Uma casa digna salva vidas”, explica-se em comunicado.

Albano Homem de Melo assina a campanha, cuja amplificação digital ficou a cargo da Pepper. Além do digital, a campanha marca presença em televisão, rádio e exterior, tendo as agências Fullsix e Initiative sido as responsáveis pelo planeamento de meios.

Esta nossa primeira grande campanha de sensibilização para um tema como a pobreza habitacional é um ponto de viragem para a marca ERA. Estamos a construir uma marca, e uma empresa, mais responsáveis socialmente, conscientes da sua capacidade de impacto na comunidade e empenhada em usar a sua influência e força humana em prol de uma sociedade mais justa”, diz Mariana Coimbra, diretora de marketing da ERA Portugal, citada em comunicado.

Após uma primeira iniciativa de angariação de fundos, no Natal de 2022, a ERA Portugal e o Just a Change oficializaram, este ano, uma parceria “com o intuito de mitigar a proliferação da pobreza habitacional e energética no território nacional”.

A campanha de sensibilização agora lançada surge no âmbito desta parceria “que contempla também a atribuição de um donativo anual, a sinalização de casas e famílias em situações de pobreza habitacional por parte da força de vendas da rede e uma série de ações de voluntariado internas (team buildings) para a reabilitação de imóveis e instituições sociais”, refere-se em nota de imprensa.

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Volkswagen planeia fechar pelo menos três fábricas na Alemanha, despedir milhares e cortar salários

  • Joana Abrantes Gomes
  • 28 Outubro 2024

Plano para redução dos custos inclui o despedimento de dezenas de milhares de funcionários e um corte salarial universal de 10%, bem como o congelamento de salários nos próximos anos.

A Volkswagen planeia encerrar pelo menos três fábricas na Alemanha, como parte de uma ampla reestruturação da empresa para reduzir os custos. O plano, segundo revelou a líder da comissão de trabalhadores da maior fabricante de automóveis da Europa, inclui também o despedimento de dezenas de milhares de pessoas, cortes salariais universais de 10% na principal marca e a redução permanente das restantes fábricas no país.

“A direção está a levar tudo isto muito a sério. Não se trata de um jogo de palavras na ronda de negociações coletivas. Este é o plano do maior grupo industrial alemão para iniciar a venda de ativos no seu país de origem, a Alemanha”, disse Daniela Cavallo, citada pela Reuters, na manhã desta segunda-feira, sem especificar, porém, que fábricas serão afetadas ou quantos dos cerca de 300.000 trabalhadores do grupo na maior economia da Zona Euro poderão ser despedidos.

Falando diante de centenas de trabalhadores da Volkswagen, Daniela Cavallo, que se senta também no conselho de supervisão da empresa, realçou que os planos vãoretirar ainda mais produtos, quantidades, turnos e linhas de montagem inteiras, muito para além do que já fizemos até agora“.

Além disso, acrescentou, a Porsche pôs termo à sua relação de produção e ao planeamento de futuros modelos com a fábrica de Osnabrück. Na sexta-feira, a marca de automóveis de luxo, cuja maioria do capital é detida pela VW, revelou que está a ponderar cortar custos e rever a sua linha de modelos, após ter registado uma queda nas vendas devido ao aumento da concorrência na China — país onde, aliás, está a reduzir a sua rede de concessionários.

“Não estamos muito longe quando se trata de analisar os problemas” que a fabricante de automóveis enfrenta, “mas estamos a quilómetros de distância no que diz respeito às respostas a dar-lhes”, afirmou ainda a líder da comissão de trabalhadores, evidenciando as diferenças face à decisão da administração da VW.

Este anúncio aumenta a pressão sobre o Governo alemão. Para Daniela Cavallo, Berlim precisa de apresentar urgentemente um plano diretor para a indústria alemã para garantir que esta não “vá pelo cano abaixo”.

Citado pela Reuters, um porta-voz do Executivo liderado por Olaf Scholz disse apenas que Berlim está ciente das dificuldades da Volkswagen e mantém um diálogo estreito com a empresa e os representantes dos trabalhadores. “A posição do chanceler sobre este assunto é clara, nomeadamente que eventuais decisões erradas de gestão do passado não devem ser tomadas em detrimento dos trabalhadores. O objetivo agora é manter e assegurar os postos de trabalho“, disse o representante do Governo.

O anúncio destes planos acontece no arranque de uma semana em que a Volkswagen vai divulgar os resultados financeiros relativos ao terceiro trimestre, na quarta-feira. Na primeira metade do ano, o grupo automóvel registou um lucro líquido de 6.378 milhões de euros, uma queda de 14,5% em relação ao período homólogo, apesar do crescimento das receitas em 1,6%.

Na semana passada, a Mercedes-Benz prometeu intensificar as medidas de redução de custos depois de ter reportado uma queda de 53,8% dos lucros do terceiro trimestre do ano, ficando-se nos 1,7 mil milhões de euros, enquanto as vendas caíram 6,7%, para 34,5 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h08)

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