Nova Expressão vai pedir AG para travar insolvência da Inapa

Um grupo de acionistas liderado pela Nova Expressão vai apresentar um conjunto de soluções para impedir o pedido de falência. Medidas incluem aumento de capital de 30 milhões de euros.

A Nova Expressão, um dos maiores acionistas da Inapa, com 10,85% do capital, vai apresentar esta segunda-feira um pedido de convocatória de uma Assembleia Geral Extraordinária para tentar impedir a insolvência da distribuidora de papel portuguesa.

Segundo apurou o ECO junto da Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM), que representa um grupo de acionistas da Inapa e esteve a trabalhar ativamente com o grupo de Pedro Baltazar na elaboração de um plano com várias soluções para reverter a situação financeira da companhia, entre as propostas apresentadas para discussão em AG está uma operação harmónio, que inclui um aumento de capital até 30 milhões de euros, e a emissão de um empréstimo obrigacionista. O ECO tentou contactar a Nova Expressão, sem sucesso até à publicação da notícia.

O pedido de convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária, encaminhado ao presidente da mesa da Assembleia Geral da Inapa, inclui, no primeiro ponto, a avaliação da situação financeira atual da empresa e deliberação sobre a possível declaração de insolvência, incluindo medidas a adotar para a recuperação da empresa, de acordo com um draft a que o ECO teve acesso.

O grupo detido por Pedro Baltazar, que é, depois da Parpública, o maior acionista da Inapa, com 10,85% do capital, segundo a informação divulgada no relatório e contas de 2023, vai ainda levar a discussão a realização de uma operação harmónio e um aumento de capital social, até 30 milhões de euros, com o objetivo de reforçar a estrutura financeira da empresa e apoiar os planos de crescimento e desenvolvimento estratégico, confirmou o ECO.

O plano para reverter a situação da empresa que será apresentado nesta AG deverá ainda incluir a análise e deliberação sobre a emissão de um empréstimo obrigacionista, com condições e prazos a definir, com o propósito de financiar operações e investimentos previstos para os próximos dois anos.

O ECO sabe que foi ainda colocada a possibilidade de apresentar uma proposta para a realização de um loan bridge – empréstimo ponte – junto de instituições financeiras selecionadas, por forma a fornecer um empréstimo de curto prazo e fornecer capital até que uma solução financeira de longo prazo seja implementada, tal como aumento de capital e/ou emissão de empréstimo obrigacionista. Este empréstimo permitiria que potenciais compradores, como os japoneses da Japan Pulp & Paper (JPP), pudessem ser um dos financiadores, com vista a finalizarem no futuro a aquisição. Contudo, apesar desta medida ter sido considerada, não é ainda certo que esta hipótese esteja entre as propostas apresentadas para debater em AG.

O Código das Sociedades Comerciais prevê que o presidente da Mesa de AG da Inapa promova a convocatória de assembleia de acionistas da sociedade no prazo máximo de 15 dias seguintes à receção do requerimento, sendo que a assembleia de sócios deve reunir antes de decorridos 45 dias, a contar da publicação da convocatória.

Depois de ter apresentado a sua unidade alemã, a Inapa Deutschland, à insolvência na última segunda-feira, dia 22 de julho, a Inapa IPG previa entregar na última sexta, dia 26 de julho, o pedido de falência em Portugal, conforme tinha sido confirmado ao ECO. No entanto, as movimentações desencadeadas por um grupo de acionistas, liderado pela Nova Expressão, para tentar evitar a falência do grupo e as negociações com eventuais interessados na compra da empresa atrasaram a formalização do pedido de insolvência.

Na última sexta-feira, o Jornal de Negócios noticiou que os japoneses da JPP mostraram vontade em apresentar uma declaração vinculativa do seu interesse em comprar a Inapa, mas não concretizaram nenhuma oferta oficial.

Qualquer solução para a Inapa terá de incluir o acionista Estado, que tem cerca de 45% do capital. Até agora, a Parpública não demonstrou disponibilidade por participar num plano de recuperação da empresa, nem em qualquer injeção de fundos na companhia, justificando esta decisão com o facto de considerar que existe uma grande probabilidade de não conseguir recuperar os fundos colocados na empresa.

Em simultâneo, segundo apurou o ECO, há um grupo de cerca de 70 pequenos acionistas que estará a equacionar avançar com uma ação judicial para tentar travar o processo de insolvência nos tribunais.

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Aumento dos militares é “justo” e “não vai ficar por aqui”

  • Lusa
  • 29 Julho 2024

Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas diz que está a dialogar com o Governo para mais medidas que valorizem a condição militar.

O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas considerou esta segunda-feira que o aumento dos militares é justo e antecipou que “não vai ficar por aqui”, salientando estar em diálogo com o Governo para mais medidas que valorizem a condição militar.

Em declarações aos jornalistas na Base Naval do Alfeite, em Almada, após ter assistido à cerimónia de largada da fragata D. Francisco de Almeida para participar numa missão da NATO, o general José Nunes da Fonseca saudou a decisão do Governo de aumentar o suplemento da condição militar em 300 euros.

“Estes aumentos são justos e equilibrados: chegaram. Não ficaremos por aqui, pensamos, e haverá outras oportunidades para melhorar a situação em que os nossos militares se encontram. Mas, para já, foi um passo dado“, afirmou.

Questionado que outras medidas seriam igualmente justas para os militares, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) respondeu: “Há outras componentes que estamos em diálogo perfeito com o senhor ministro das Defesa que, em devido tempo, nós estamos confiantes de que poderão ser englobadas em próximas ações neste sentido”.

Interrogado se essas componentes são igualmente salariais ou de meios, o general José Nunes da Fonseca referiu que, “obviamente, salariais não são a questão central”.

“Há questões associadas a equipamento e infraestruturas, isso também corresponde a investimento nas Forças Armadas e também corresponde a satisfação de anseios e de objetividade na procura de melhores condições de trabalho, de conforto e bem-estar no dia-a-dia de todos os nossos militares“, frisou.

Sobre os aumentos anunciados pelo Governo, o CEMGFA salientou que os chefes militares “têm estados muito interessados e muitos na promoção da atividade [militar] e retenção, sobretudo retenção”.

“Não basta atrair se não conseguirmos reter. Os militares têm de permanecer na instituição e têm de estar minimamente satisfeitos com a correspondência ao serviço que lhes é pedido”, disse, saudando os aumentos.

Já interrogado sobre as declarações de vários sindicatos das forças policiais, que criticaram este aumento nas Forças Armadas, o general José Nunes da Fonseca respondeu: “Não faço comentários a esse respeito”. “Apenas dizer que, infelizmente, o mundo está cheio de ultracrepidários”, afirmou.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro anunciou a atribuição de um aumento do suplemento da condição militar para 300 euros com efeitos imediatos, aumentando depois anualmente em 50 euros até janeiro de 2026, até atingir 400 euros.

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Duarte Zoio nomeado chief communications officer da Vanguard Properties

  • + M
  • 29 Julho 2024

A nomeação de Duarte Zoio surge alinhada com a nova estratégia do grupo, que pretende consolidar a comunicação e as iniciativas de marketing num único departamento.

Duarte Zoio é agora responsável pela estratégia de comunicação e marca da Vanguard Properties e do recém-criado grupo Vanguard Signature, ao assumir o cargo de chief communications officer (CCO). Era até agora corporate communication director.

A nomeação de Duarte Zoio para o cargo de CCOreflete a nova estratégia da direção da empresa e do grupo, que pretende consolidar a comunicação e as anteriores ações e iniciativas de marketing num único departamento – departamento de corporate communication -, potenciando uma abordagem integrada e mais eficaz”, refere-se em nota de imprensa.

“Estamos muito entusiasmados com esta decisão. Desde que entrou na Vanguard Properties, o Duarte tem demonstrado uma capacidade notável para delinear estratégias inovadoras e antecipar as necessidades de comunicação da empresa. Acreditamos que, sob a sua liderança, a nossa estratégia de comunicação e marca será ainda mais robusta e eficiente, permitindo-nos alcançar novos patamares de sucesso“, diz José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Signature e da Vanguard Properties, citado em comunicado.

“A decisão tomada e que estamos a implementar, ao extinguir o departamento de marketing e concentrar os esforços na comunicação e gestão de marca, está em linha com as melhores práticas observadas em empresas líderes a nível global. Acreditamos que esta abordagem integrada permitirá comunicar de forma mais coerente, impactante e aspiracional, fortalecendo a nossa posição no mercado“, acrescenta.

Ao longo do seu percurso profissional, e de acordo com o seu perfil no LinkedIn, Duarte Zoio foi consultor de comunicação na Worx – Knight Frank, diretor de comunicação da Saldax e chief communications officer da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Integrou a Vanguard Properties em 2021.

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Sofia Galvão Advogados junta-se à PLMJ. Equipa de Urbanismo passa a ter 15 advogados

Sofia Galvão integrará a PLMJ como senior counsel e Luís Moitinho de Almeida, junta-se ao colégio de sócios do escritório.

A PLMJ incorpora o escritório Sofia Galvão Advogados para formar a maior equipa de Urbanismo do país. Sofia Galvão integrará a PLMJ como senior counsel e Luís Moitinho de Almeida, junta-se ao colégio de sócios do escritório.

A equipa da Sofia Galvão conta com oito advogados, que se juntam à equipa de Urbanismo e Ordenamento do Território da PLMJ liderada por Andreia Candeias Mousinho e que passa agora a contar com cerca de 15 advogados.

Bruno Ferreira, managing partner da PLMJ sublinha que “trazer a Sofia Galvão, o Luís Moitinho de Almeida e a sua equipa para dentro de nossa casa é extraordinário para a PLMJ pela enorme qualidade técnica destes advogados e pela experiência ímpar que faz da Sofia uma referência incontornável nesta área e do Luís uma aposta segura. Tornou-se óbvio para nós que a nossa assessoria jurídica em Urbanismo tinha de ser altamente especializada e iniciámos esse caminho com a contratação da Andreia Candeias Mousinho e a formação de uma equipa dedicada que está a fazer um trabalho distintivo e altamente reconhecido pelo mercado, o qual vinha a exigir o seu alargamento. Hoje, com esta incorporação, podemos dizer sem qualquer falsa modéstia que temos a melhor e maior equipa de Urbanismo do país, com condições únicas para servir os nossos clientes.”

Sofia Galvão, fundadora da Sofia Galvão Advogados explica que regressa à PLMJ, quase 20 anos depois, “com um conjunto de advogados que fez uma escolha clara sobre a advocacia que quer e sabe fazer: rigorosa e exigente, orientada à solução e fundada numa relação de proximidade com os clientes. Somos independentes e escolhemos não fazer tudo para nos focarmos no que sabemos fazer bem feito. Esta mesma cultura, encontrei-a no projeto PLMJ, que conheço bem e foi uma parte muito importante do meu percurso, e acredito que estamos no momento certo para esta fusão que vai permitir-nos ir mais longe na visão que partilhamos e será uma nova etapa na carreira desta equipa extraordinária que se junta a um escritório que é, há mais de 50 anos, um dos líderes do setor”.

Sofia Galvão foi Sócia responsável pelos Departamentos de Urbanismo, na PLMJ, e de Imobiliário, Urbanismo e Ambiente em dois escritórios de referência em Portugal, bem como Secretária de Estado da Administração Pública e Secretária de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, no XVI Governo Constitucional.

Luís Moitinho de Almeida junta-se à PLMJ como sócio. Foi adjunto do Secretário de Estado para a Modernização Administrativa do XIX Governo Constitucional e trabalha em todos os domínios da advocacia do Território, em especial nos sectores do urbanismo, ambiente, energia e licenciamentos.

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Abreu Advogados assessora entrada de novo investidor no processo de recuperação do Vitória de Setúbal

Em maio, o Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal declarou insolvente o V. Setúbal e a sociedade anónima desportiva do emblema sadino.

A Abreu Advogados assessorou a entrada de um novo investidor, que se propõe a assumir a dívida do Vitória Futebol Clube (mais conhecido como Vitória de Setúbal) e que anunciou recentemente a inscrição da sua equipa de futebol na 2.ª divisão distrital da Associação de Futebol de Setúbal.

A equipa da Abreu Advogados que assessorou este novo investidor foi liderada pelo sócio Fernando Veiga Gomes, (Desporto) e contou com o apoio da sócia Patrícia Viana (Imobiliário), com o sócio contratado Gonçalo Delicado (Contencioso e Insolvência) e com a advogada principal Ana Luísa Ferreira, (Urbanismo).

Em maio, o Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal declarou insolvente o V. Setúbal e a sociedade anónima desportiva do emblema sadino. Nela estão os nomes de centenas de credores, entre jogadores, treinadores, outros ex-funcionários, clubes (portugueses e estrangeiros), empresas, agências de futebolistas, a Autoridade Tributária e Aduaneira, o Hospital de Setúbal e até a Cruz Vermelha Portuguesa, que reclamaram dívidas da sociedade anónima desportiva do clube sadino.

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Governo nomeia Luís Morais Sarmento para a administração do Banco de Portugal

O ministro das Finanças escolheu o ex-secretário de Estado do Orçamento para o conselho do banco central. Miranda Sarmento quer conselhos dos reguladores completos.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, comunicou formalmente esta segunda-feira ao governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, a nomeação de um novo administrador. Luís Morais Sarmento, antigo secretário de Estado do Orçamento na equipa de Vítor Gaspar, vai ser o oitavo membro do conselho de administração do banco central, apurou o ECO junto de uma fonte que conhece a decisão.

Esta nomeação resulta, em primeiro lugar, de um novo entendimento das Finanças sobre a composição dos conselhos de administração dos reguladores: Devem estar completos, isto é, com o número de membros previstos nas respetivas leis orgânicas, por isso, ao Banco de Portugal vão suceder-se outras nomeações, nomeadamente no supervisor dos seguros.

Depois, há um contexto específico ao Banco de Portugal. Luís Morais Sarmento vai ser, assim, a primeira nomeação do atual Governo para uma administração que é liderada, na maioria dos seus membros, por pessoas ‘escolhidas’ por Mário Centeno e que, por sinal, termina o seu mandato em julho do próximo ano.

A decisão do ministro das Finanças surpreendeu. Já se esperava uma nomeação para substituir Hélder Rosalino, que termina o mandato em setembro e é um gestor independente próximo do PSD – foi secretário de Estado da Administração Pública no Governo de Passos Coelho –, mas Miranda Sarmento antecipou-se e indica já um oitavo administrador, precisamente de acordo com o que está definido na lei orgânica do banco. Oficialmente, o Ministério das Finanças não faz quaisquer comentários a este processo.

Luís Morais Sarmento é hoje diretor-adjunto do Departamento de Estatística do Banco de Portugal, foi diretor-geral do Orçamento de 2005 até 2011 e, logo a seguir, secretário de Estado do Orçamento na equipa de Vítor Gaspar, tendo saído aquando da demissão do ministro das Finanças de Passos Coelho. Regressou ao Banco de Portugal, onde está, portanto, há mais de 11 anos. Luís Morais Sarmento nasceu em Coimbra em 1962. Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa em 1986, concluiu o mestrado na mesma Faculdade em 1991. Curiosamente, o último artigo que escreveu, em co-autoria, foi no Observador, no passado dia 18 de julho, sobre sistemas eleitorais. “O objetivo é aproximar eleitos e eleitores sem afetar significativamente a proporcionalidade e representatividade do sistema. No artigo mostramos as simulações que fizemos com os resultados eleitorais de 2015, 2019, 2022 e 2024. Comentários e sugestões são bem vindos“, escreveu o economista na sua página de Linkedin.

O ministro das Finanças já comunicou ao governador do Banco de Portugal a decisão de nomeação de mais um administrador, mas o processo formal vai começar agora. De acordo com a Lei Orgânica do Banco de Portugal, o conselho de administração “é composto pelo Governador, que preside, por um ou dois Vice-Governadores e por três a cinco Administradores”. Ora, hoje, além de Centeno e dos vice-governadores Máximo dos Santos e Clara Raposo, o banco central tem quatro administradores. Hélder Rosalino, Helena Adegas, Francisca Guedes de Oliveira e Rui Pinto. E à luz da lei, pode ter mais um.

Luís Morais Sarmento será ouvido na comissão de economia e finanças do Parlamento e só depois da emissão de parecer é que o Governo pode formalizar a nomeação, através de resolução de conselho de ministros. É precisamente o que dizem o número 2 e número 3 do artigo 27º da Lei Orgânica do Banco de Portugal.

  • 2 – O Governador e os demais membros do Conselho de administração são designados por resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do membro do Governo responsável pela área das finanças, após parecer fundamentado da comissão competente da Assembleia da República.
  • 3 – O parecer referido no número anterior é precedido de audição na comissão parlamentar competente, a pedido do Governo.

A decisão de Joaquim Miranda Sarmento só deverá assim produzir efeitos práticos em setembro, porque o Parlamento entrou em férias e a audição de Morais Sarmento é condição precedente da sua nomeação formal. Depois, caberá ao governador do Banco de Portugal, e não ao ministro, a distribuição de pelouros dentro da administração (pode consultar aqui como estão distribuídos hoje).

Com esta nomeação, sem prévia consulta com Centeno, Miranda Sarmento também sinaliza uma posição de força relativamente a um governador que foi ministro das Finanças do PS e com quem somou divergências públicas e notórias. Em artigo de opinião no ECO, em junho de 2020, o que escreveu sobre a transferência de Centeno para o Banco de Portugal? O título do artigo era elucidativo: “Tempos difíceis não são para o Doutor Centeno“.

  • “A entrevista do ainda ministro das Finanças, na passada quinta-feira à RTP, foi lamentável. Disse o Doutor Centeno que só ficou como ministro das Finanças por causa da presidência do Eurogrupo. Deu razão ao que foi dito na campanha eleitoral do ano passado: ele estava a prazo, queria abandonar o Executivo, e ficava até final do 1º semestre com o objetivo de concluir o Eurogrupo e depois saltar para o lugar de Governador. Mostrou que pouco ou nada lhe importa o interesse nacional. Que acima desse interesse está a sua vaidade pessoal e a sua ambição”.

Sarmento foi muito crítico da nomeação de Mário Centeno para o Banco de Portugal, por causa do conflito de interesses face ao seu papel como ministro das Finanças. E Centeno, já nestas funções e com Sarmento como ministro das Finanças, tem sinalizado sucessivos alertas às medidas anunciadas pelo Governo e riscos para as contas públicas que foram recebidas, na Praça do Comércio, como iniciativas político-partidárias. Particularmente a análise que constava da apresentação do Boletim Económico de junho do Banco de Portugal, dois dias antes das eleições europeias (Ler notícia do ECO aqui). “Temos a situação completamente controlada“, respondeu Luís Montenegro aos jornalistas, naquele dia 7 de junho, com um indisfarçável desconforto.

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“Integração do Eurobic é a prioridade de curto prazo” do Abanca

Juan Carlos Rodríguez, presidente do Abanca, refere que a aquisição do Eurobic trata-se de uma "operação absolutamente complementar" e que não estão previstos cortes de pessoal ou fecho de agências.

O Abanca fechou o primeiro semestre com lucros de 412 milhões de euros, que se traduz numa rendibilidade dos capitais próprios tangíveis (ROTE) de 16,9%, refere o banco espanhol esta segunda-feira em comunicado.

Portugal ainda representa uma pequena fatia dos resultados do banco espanhol, mas Francisco Botas, CEO do Abanca, refere que, no primeiro semestre, a operação em Portugal apresentou “um crescimento de mais de 13% na margem bancária e um aumento de 6% no crédito, com um crescimento líquido de mais de 500 milhões de euros”, destacou o banqueiro em conferência de imprensa.

Sem avançar com mais números absolutos da operação em Portugal, onde o banco da Galiza tem 251 agências (face às 686 distribuídas por Espanha), Francisco Botas referiu ainda que os depósitos cresceram mais de 22% e os recursos fora do balanço aumentaram mais de 13%.

Quanto à recente concretização da compra do Eurobic, num negócio avaliado em 300 milhões de euros que tornam o Abanca na sétima maior instituição bancária em Portugal, Juan Carlos Escotet Rodríguez, presidente do banco espanhol, referiu apenas que “atualmente [está] a proceder à integração do EuroBic, que representa aproximadamente 15% do volume de negócios do banco, e essa é a principal prioridade a curto prazo”.

Apesar da integração do Eurobic não se refletir nas contas do primeiro semestre, o Abanca refere que, consolidando as operações do banco português “permitirá ultrapassara os 128 mil milhões de euros de volume de negócios.”

Juan Carlos Escotet Rodríguez refere ainda que o processo de compra do Eurobic “decorreu no pleno cumprimento das normas portuguesas e, naturalmente, dos acordos que foram estabelecidos com o governo angolano ao nível do Ministério Público.” Isto significa que “a transferência das ações [do Eurobic] foi feita após o pagamento do dinheiro, mas esse dinheiro está congelado até que as questões pendentes sejam resolvidas ao nível dos tribunais portugueses e angolanos.”

O presidente do Abanca esclarece que “conseguimos adquirir 100% das acções, o senhor [Fernando] Telles recebeu a sua parte em dinheiro e a senhora [Isabel] dos Santos também, mas cumprindo a exigência de que estes fundos devem permanecer congelados até à conclusão dos processos judiciais pendentes.”

Sobre o processo de integração das duas instituições, Juan Carlos Escotet Rodríguez sublinhou que não estão previstos cortes significativos de pessoal ou o encerramento de agências, uma vez que não há sobreposição de rede.

“Ao contrário de algumas das outras aquisições que fizemos, trata-se de uma integração de uma posição absolutamente complementar, de modo que o que faz sentido é reforçar a rede e a nossa capacidade de competir, mas sempre seguindo uma gestão com a máxima eficiência”, destaca o líder do Abanca em conferência de imprensa.

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Euribor a três, a seis e a 12 meses cai para novos mínimos de mais de um ano

  • Lusa
  • 29 Julho 2024

Esta segunda-feira a Euribor desceu para 3,636% a três meses, para 3,590% a seis meses e para 3,425% a 12 meses.

A taxa Euribor desceu esta segunda-feira para novos mínimos de mais de um ano a três, a seis e a 12 meses. Com as alterações desta segunda-feira, a taxa a três meses, que baixou para 3,636%, manteve-se acima da taxa a seis meses (3,590%) e da taxa a 12 meses (3,425%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, caiu esta segunda-feira para 3,590%, menos 0,001 pontos e um novo mínimo desde 8 de maio de 2023, depois de ter atingido 4,143% em 18 de outubro, um máximo desde novembro de 2008. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a maio apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,8% e 25,2%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, recuou esta segunda-feira para 3,425%, menos 0,001 pontos e um novo mínimo desde 22 de março de 2023, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu, ao ser fixada em 3,636%, menos 0,019 pontos e um novo mínimo desde 08 maio de 2023, depois de, em 19 de outubro, ter subido para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

Em 18 de julho, o BCE manteve as taxas de juro diretoras e a presidente do BCE, Christine Lagarde, não esclareceu o que vai acontecer na próxima reunião em 12 de setembro, ao afirmar que tudo depende dos dados que forem conhecidos.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

A média da Euribor em junho desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em maio e nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em junho baixou 0,088 pontos para 3,725% a três meses (contra 3,813% em maio), 0,072 pontos para 3,715% a seis meses (contra 3,787%) e 0,031 pontos para 3,650% a 12 meses (contra 3,681%).

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Exportações e importações de bens invertem tendência e voltam a crescer no segundo trimestre

Aumento nas transações de bens inverte um período de quatro trimestres consecutivos de quedas tanto nas vendas como nas compras ao exterior, segundo dados publicados pelo INE.

As exportações portuguesas de bens cresceram 2,8% e as importações 0,6% no segundo trimestre deste ano, de acordo com a estimativa rápida publicada esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O crescimento quer em termos nominais, quer em relação ao período homólogo, traduz uma inversão na tendência registada desde o ano passado, com quatro trimestres consecutivos de variações negativas tanto nas exportações como nas importações.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

 

No primeiro trimestre, as exportações e importações registaram diminuições de, respetivamente, 4,2% e 6,0%, em termos nominais e em relação ao período homólogo. O decréscimo nas transações de bens acentuou-se face ao quarto trimestre de 2023, em que se registaram variações homólogas de -1,8% nas exportações e -5,3% nas importações.

(Notícia atualizada às 11h14)

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A encarar a vida com humor, Patrícia Nunes Coelho, da Control, na primeira pessoa

"Sempre com um sorriso na cara", Patrícia Nunes Coelho diz que a vida precisa de humor. E foi o humor, aliás, a ferramenta que abriu as portas da Control, entende a diretora de marketing da marca.

Conversas +M - Marcas e Festivais de Música - 08JUL24
Patrícia Nunes Coelho, diretora de marketing Ibéria da ControlHugo Amaral/ECO

A vida sem humor não é feliz, de todo“, entende Patrícia Nunes Coelho, diretora de marketing da Control há cerca de 11 anos, que gosta de encarar a vida com este estado de espírito e que quer que todos os consumidores e fãs da Control – marca que aposta reconhecidamente no humor – “tenham um sorriso todos os dias”.

A aposta da marca numa comunicação pautada pelo humor nasceu também a partir de Patrícia Nunes Coelho e da sua forma de “olhar para as coisas e ver sempre um segundo sentido” considera. “Também nasce um pouco de mim e da minha forma de ser, por isso é que conseguimos levar também esta forma de comunicação para a equipa, e a equipa perceber e transformar isto de uma forma criativa e concreta e passar a mensagem”, explica.

“Mas sim, está cá dentro, estou sempre com um sorriso na cara e a ver a malandrice onde ela possa existir“, acrescenta. O humor foi, aliás, a ferramenta que abriu as portas para a Control conseguir chegar aos consumidores.

O maior desafio foi o de como conseguir vender um produto que a maior parte das pessoas não quer comprar ou usar. Esse foi o desafio estratégico da marca. E utilizar o humor ajudou-nos a ultrapassar este tabu, esta barreira da sociedade, e a aumentar o nível de brand awareness da marca para níveis elevadíssimos, superiores ao que esperávamos, termos uma força em social media como temos atualmente, e conquistarmos a liderança de mercado”, explica a responsável de marketing da marca de preservativos.

De há uns anos para cá, nota-se uma forma de estar perante a marca completamente diferente. Era uma marca que não tinha abertura nos meios de comunicação. Havia receio de se falar dos produtos da marca por ser um tabu. O facto de ter ultrapassado este fator tabu abriu a marca e todas as suas possibilidades e oportunidades”, refere.

“Colocar um like num post da Control era algo mal visto, as pessoas eram consideradas malandras. Neste momento é cool pôr um like na Control e mandar posts da Control para um grupo de família. É algo que é comum entre os nossos consumidores”, acrescenta a responsável da marca que pretende entretanto entrar no TikTok.

É de Lisboa e é sportinguista ferrenha, ou não fosse Patrícia Nunes Coelho “nascida e criada ao lado do estádio do Sporting”, local que foi também o “parque infantil da sua infância”. Nasceu quando os pais já tinham 50 anos – pelo que foi “praticamente mais neta em vez de filha” – e teve uma infância “muito feliz”, seguida de uma uma “adolescência curta”. É que os pais faleceram relativamente cedo, o que fez com que tivesse de crescer “rápido e depressa”.

Assistia também a todos os concertos que passavam pelo estádio do Sporting, incluindo as atuações de nomes como Michael Jackson, Metallica ou Bee Gees. Esta última é desde logo elencada enquanto uma das suas bandas preferidas, a par de Maroon 5 ou Imagine Dragons. A música é uma das paixões da diretora de marketing da Control, que sempre “sonhou” em saber cantar melhor. Além disso gosta também bastante de música clássica, principalmente quando aliada com os “momentos próprios” que consegue ter.

Além de adepta ou frequentadora cultural da “casa” do Sporting, Patrícia Nunes Coelho entrava também na “toca” do leão desde os três anos para praticar desporto. No total foram 15, os anos em que foi atleta de ginástica do Sporting Clube de Portugal. Mais tarde também praticou natação, mas já nos Olivais.

No entanto hoje em dia não é muito desportista, principalmente quando diz respeito a atividades mais radicais. “Normalmente quando tento fazer algo, alguma coisa corre mal. A primeira vez fiz surf consegui rasgar o músculo gémeo da perna. A descer o rio, quando fiz rafting, consegui apanhar um escaldão, com a marca dos calções, que me durou três anos”, exemplifica.

Vive no Lumiar com o marido e os dois filhos – um com 19 e outro com 16 – descrevendo-se atualmente como uma “mãe galinha que tem de libertar as suas crias”. De facto, privilegia muito o estar em família e é muito “family oriented”.

na sua vertente profissional considera-se muito “value oriented, com rapidez de atuação, algo que considera que o retail lhe trouxe. “Espero que seja uma boa chefe, ou pelo menos todos se têm mantido em contacto comigo de uma forma muito positiva”, diz, entre risos, acrescentando que gosta muito de ensinar quem trabalha consigo e de puxar pelo melhor de cada um, “sempre com um sorriso na cara“.

É licenciada em gestão e administração de empresas, com mestrado em marketing estratégico, encontrando-se há mais de 20 anos a trabalhar “nas mais diversas áreas” em várias categorias, desde a área alimentar e comida para bebés até à categoria de preservativos, naquele que tem sido um percurso “bastante dinâmico, sempre com vontade e possibilidade de criar algo novo, criar valor”.

Trabalhou marcas como a Danone ou a Chicco, tendo assumido a direção de marketing da Control em Portugal em 2013. É responsável também pelo mercado espanhol desde há cerca de um ano.

Patrícia Nunes Coelho conta também com um percurso na docência, tendo começado primeiro na Lusófona e depois ingressando no IADE, no que considera ser um desafio “muito giro”, até porque não sabia que tinha esse “bichinho” de gostar de ensinar.

“É muito bom poder partilhar a experiência. Não ser só uma académica a partilhar a parte teórica, mas partilhar a experiência de uma profissional que trabalha há 20 anos, e passar essa experiência aos mais novos. Está a ser muito bom, muito positivo, para mim e para eles – espero eu“, diz, de bom humor, como não podia deixar de ser.

Num futuro, “futuro futuro”, gostava de criar algo seu que “fizesse a diferença na sociedade, de uma forma positiva em Portugal, e que não seja um business por business”.

Patrícia Nunes Coelho, em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

A nível internacional para mim a mais simples mas direta ao ponto é a serie de anúncios “Mac vs. PC” – Apple ou Pepsi versus Coca-cola. A nível nacional, a “Tou sim” da Telecel.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

A decisão na incerteza de data.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

A Control.

4 – O briefing ideal deve…

Para além de claro, direto, deve ser inspirador.

5 – E a agência ideal é aquela que…

Faz parte da nossa equipa.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Se não arriscarmos poderemos não criar valor para a marca ou mesmo perder. Arriscar faz parte de um crescimento da marca e errar também!

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

O mesmo! Investimento racional com retorno!

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Em Portugal somos muito criativos, procuramos ser disruptivos em diversos setores (não em todos!)

9 – Construção de marca é?

Subindo degrau a degrau, olhando sempre para todo o nosso lado, colocando-nos nos sapatos dos outros e imaginando o futuro.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Algo completamente diferente… medicina!

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Tribunal da UE dá razão à Concorrência na coima de 225 milhões contra ‘cartel da banca’

Tribunal de Justiça da União Europeia confirma que “troca de informações isolada entre concorrentes pode constituir restrição da concorrência por objeto”. Decisão final nas mãos do tribunal português.

Em resposta ao Tribunal da Concorrência, que tinha enviado o processo do ‘cartel da banca’ para o Tribunal de Justiça da União Europeia para esclarecer se os factos que deu como provados tiveram efetivamente impacto nos clientes, o tribunal europeu respondeu que “uma troca de informações isolada entre concorrentes pode constituir uma restrição da concorrência por objeto”.

“Basta que essa troca constitua uma forma de coordenação que, pela sua própria natureza, seja necessariamente, num contexto como aquele que envolve a troca, prejudicial ao correto e normal funcionamento da concorrência. Ora, para que um mercado funcione em condições normais, os operadores têm de determinar de forma autónoma a política que tencionam seguir e têm de permanecer na incerteza quanto aos comportamentos futuros dos outros participantes”, lê-se na decisão conhecida esta segunda-feira.

Sendo assim, completa o TJUE, “uma troca de informações constitui uma forma de coordenação suscetível de ser qualificada de restrição por objeto quando permita eliminar essa incerteza”. “É o que sucede quando as informações trocadas forem confidenciais e estratégicas no sentido de que estas informações são suscetíveis de revelar o comportamento futuro de um concorrente nos mercados em causa”, acrescenta.

No processo do ‘cartel da banca’, a Autoridade da Concorrência aplicou coimas de 225 milhões de euros a mais de uma dezena de instituições financeiras, incluindo os maiores bancos como Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander, BPI e o antigo BES, por terem trocado informações sensíveis entre si sobre spreads praticados nos empréstimos ou valores concedidos no mês anterior, num esquema anticoncorrencial que prejudicou famílias e empresas.

“Da descrição dos factos em causa efetuada pelo tribunal português parece resultar que as informações trocadas diziam nomeadamente respeito às intenções de alteração futura dos spreads dos participantes na troca. Além disso, se assim for, uma vez que os spreads constituem um dos parâmetros à luz dos quais a concorrência se estabelece num mercado, semelhante troca só poderá ter tido por objetivo falsear a concorrência”, refere o TJUE, notando, que a decisão compete ao tribunal português.

Na decisão de condenação, a Autoridade da Concorrência concluiu que “cada banco sabia, com particular detalhe, rigor e atualidade, as características da oferta dos outros bancos”, promovendo um ambiente em que se desencorajava os outros bancos “de oferecerem melhores condições aos clientes, eliminando a pressão concorrencial, benéfica para os consumidores”.

Em outubro do ano passado, o advogado-geral do TJUE já tinha emitido a sua opinião (que não vincula o tribunal). Concluiu então que a troca de informação sobre os spreads pode configurar numa restrição da concorrência, mas sublinhou que isso não é tão evidente na troca de informação conjunta sobre os volumes de produção de crédito.

Como o ECO noticiou em abril, os bancos acusados no chamado ‘cartel da banca’ enfrentam também um pedido de indemnização apresentado por uma associação de consumidores que pode ascender a seis mil milhões de euros. A Ius Omnibus avançou no final de janeiro com várias ações judiciais com o objetivo de obrigar os bancos a recompensarem famílias e empresas pelos danos causados pela prática de concertação de informação no mercado de crédito, incluindo spreads e volumes de concessão, restringindo a concorrência.

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As empresas de subscrição de sucesso em Espanha

  • Servimedia
  • 29 Julho 2024

Um olhar sobre o sucesso da Netflix, Spotify, eDreams, Hyundai e Aquaservice, entre outras.

Nos últimos anos, o modelo de subscrição revolucionou vários setores económicos em Espanha, consolidando-se como uma fórmula de sucesso que permitiu a muitas empresas destacarem-se num mercado cada vez mais competitivo. Um modelo que se está a consolidar com um crescimento previsto entre 2020 e 2025 de mais de 18%, segundo a UBS.
Entre as empresas que aproveitaram ao máximo esta tendência estão a Netflix, Spotify, eDreams, Hyundai e Aquaservice, cada uma liderando os respetivos setores com propostas inovadoras adaptadas às necessidades dos consumidores.

NETFLIX E SPOTIFY

A Netflix posicionou-se como a plataforma de streaming preferida dos espanhóis, oferecendo uma grande variedade de conteúdos audiovisuais, incluindo séries, filmes, documentários e produções originais. No segundo trimestre de 2024, ganhou 8 milhões de novos subscritores, o que representa um aumento de 16,5% em relação ao ano anterior, atingindo mais de 275 milhões de subscritores em todo o mundo.

Por seu lado, o Spotify continua a ser a referência no streaming de música. A plataforma sueca tem sido capaz de adaptar a sua oferta aos gostos e preferências dos utilizadores, proporcionando uma experiência musical personalizada através de algoritmos de recomendação avançados. Além disso, os seus planos de subscrição premium conseguiram fidelizar um grande número de utilizadores, que valorizam a ausência de publicidade e a possibilidade de ouvir música offline.

EDREAMS

A eDreams, uma das principais agências de viagens em linha da Europa, implementou um modelo de subscrição de sucesso no setor das viagens. O seu programa eDreams Prime oferece aos subscritores vantagens exclusivas, como descontos em voos e hotéis, serviço de apoio ao cliente prioritário e ofertas personalizadas. Esta estratégia permitiu que a eDreams se diferenciasse da concorrência e atraísse um número crescente de viajantes que procuram benefícios e poupanças nas suas reservas. Este modelo inovador já atraiu mais de 5,4 milhões de subscritores.

HYUNDAI

No domínio da mobilidade, a Hyundai inovou com um modelo de subscrição único que permite aos utilizadores usufruírem de um veículo sem terem de o comprar. Através do seu programa Mocean, os clientes podem subscrever um plano que inclui a utilização de um automóvel, manutenção, seguro e outros serviços, tudo isto por uma mensalidade, que pode ir de 1 a 24 meses. Esta proposta tem sido bem recebida em Espanha, especialmente entre aqueles que procuram flexibilidade e conveniência nas suas opções de mobilidade.

AQUASERVICE

No setor dos serviços, a Aquaservice destacou-se com o seu modelo inovador de subscrição para o fornecimento de água mineral. A empresa oferece um serviço de entrega ao domicílio de dispensadores e garrafas de água, direcionado para residências e escritórios. O seu enfoque na sustentabilidade e na conveniência tem ressoado junto dos consumidores, permitindo à Aquaservice expandir a sua base de clientes e estabelecer-se como líder no seu setor.

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