Fábrica Favir em leilão público por mais de 1,1 milhões

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

O leilão decorrerá nas instalações da empresa insolvente, cujo passivo integra uma unidade industrial completa e operacional de produtos metálicos, avaliada na totalidade, em 1.331.230 euros.

A fábrica de esfregões Favir Lda, que fechou em 2023, em Santa Comba Dão, no distrito de Viseu, vai a leilão público no dia 27 por mais de 1,1 milhões de euros. Segundo a leiloeira, o leilão decorrerá nas instalações da empresa insolvente, cujo passivo integra uma unidade industrial completa e operacional de produtos metálicos, avaliada na totalidade, em 1.331.230 euros.

Os ativos em venda incluem um complexo industrial com quatro pavilhões e um posto de transformação, equipamentos e maquinaria para o fabrico de produtos metálicos, concretamente rolinhos de lã de aço, palha-de-aço, esfregões de arame e os famosos esfregões saponificados.

Entre os ativos estão também o “stock e matéria-prima, mobiliário de escritório e material informático, outro mobiliário e eletrodomésticos e a marca nacional Favir”, acrescentou. A Favir Lda começou por se dedicar à produção de plásticos, mas, desde 1964, fabricava “produtos de limpeza derivados do arame de aço, produzindo, inclusive, o célebre esfregão impregnado com sabão”.

“Esta marca identitária de Santa Comba Dão diferenciava no tecido industrial local, regional, nacional e internacional”, sublinhou. A leiloeira lembrou que a Favir exportava para praticamente todos os países europeus e africanos de língua oficial portuguesa a maior parte da sua produção de esfregões desengordurantes com sabão impregnado, de lã d’aço, de palha d’aço, de esfregões galvanizados, aço inoxidável e aço níquel.

“A venda da unidade industrial completa constitui uma vantagem de investimento, uma vez que permite ao investidor dar continuidade à atividade da empresa”, frisou. Em agosto de 2023, o PSD de Santa Comba Dão lamentou o encerramento da fábrica, que deixou mais de 30 pessoas desempregadas, quase todas mulheres.

“Foi com um misto de tristeza e preocupação que assistimos ao encerramento de mais uma empresa no nosso concelho, neste caso, a Favir. Fundada em 1961, a Favir não era só uma empresa do nosso concelho. Era, igualmente, uma marca identitária de Santa Comba Dão, nacional e internacionalmente”, considerou.

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Candidato da extrema-direita à Comissão Europeia excluído dos debates

Anders Vistisen alega "censura" por ter sido excluído do próximo debate entre os candidatos à presidência da Comissão Europeia. Transmissora argumenta que ID não nomeou um 'sptizenkandidat'.

O candidato pelo Identidade e Democracia (ID) – família europeia do Chega, do Reagrupamento Nacional, de França, a Lega, de Itália, e a Alternative für Deutschland, da Alemanha – foi impedido de participar nos debates entre os spitzenkandidat à presidência da Comissão Europeia.

A decisão foi anunciada pela União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês), organizadora dos debates, que justifica a decisão por o ID não ter nomeado, oficialmente, um spitzenkandidat para a corrida, embora Anders Vistisen já tinha participado num primeiro debate, no início do mês, em representação da família partidária. A decisão foi comunicada ao partido esta semana, revela a Euronews.

Consideramos que existe censura por parte das emissoras públicas europeias“, afirmou Anders Vistisen, em declarações ao Politico.

Numa carta dirigida à Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, a direção do grupo ID afirma que as regras da EBU são “incoerentes”, uma vez que existem outros grupos partidários que apresentaram mais do que um candidato na corrida a Bruxelas. O Renew Europe (futura família partidária da Iniciativa Liberal) será representado por três candidatos – o principal será agora Sandro Gozi, em substituição de Marie-Agnes Strack-Zimmermann – enquanto os Verdes nomearam dois spitzenkandidats: Bas Eickhout e Terry Reintke.

Segundo o ID, esta realidade também “vai contra” o princípio do spitzenkandidat e por isso pediu que Metsola que interviesse e instasse a EBU a recuar da decisão, de forma a que o eurodeputado Anders Vistisen, do Partido Popular Dinamarquês, de extrema-direita, participasse no debate de 23 de maio em nome do grupo.

O ID junta-se assim ao Partido Europeu dos Conservadores e Reformistas (ECR) que rejeitou não só participar nos debates como apresentar um candidato principal à corrida a Bruxelas, por considerar o processo de candidato partidário como “inútil”, depois do sucedido em 2019.

Além da exclusão do ID, o EBU também não convidou a Aliança Livre Europeia (ALE), que reúne os partidos regionalistas e separatistas da Europa, a participar no debate por alegar que o grupo tem atualmente representação no Parlamento Europeu ao abrigo da coligação com os Verdes. De acordo com as regras, apenas um candidato de cada um dos sete grupos políticos do Parlamento Europeu pode participar no debate.

“Em coordenação com o Parlamento Europeu, a UER convidou os partidos políticos do Parlamento Europeu a nomear um candidato principal de cada um dos sete grupos políticos oficiais representados”, cita a Euronews o comunicado da EBU a que teve acesso. “Os partidos desses grupos fizeram a seleção do candidato principal. Para o Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, o candidato principal apresentado foi Terry Reintke, do partido dos Verdes Europeus”, acrescenta.

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Entrada da Digi deverá provocar “reação criativa” das operadoras, diz presidente da Anacom

Sandra Maximiano afirmou que as operadoras têm algum receio da entrada da Digi nas receitas, mas salientou que a procura por conectividade está a crescer.

A entrada da Digi no mercado de telecomunicações deverá provocar reações criativas e (saudavelmente) competitivas por partes operadoras existentes, afirmou esta quarta-feira Sandra Maximiano, presidente da Anacom.

“A dinâmica do mercado português das comunicações eletrónicas nos últimos anos tem mostrado que existe uma oferta de serviços de grande qualidade, mas que existe uma prevalência de ofertas em pacotes, cada vez mais homogéneas, levando a uma perceção de falta de concorrência no setor, o que justifica também a falta de mobilidade dos consumidores mesmo após o período de fidelização”, disse Maximiano, num discurso no 33º Congresso da APDC.

Adiantou que, com vista à promoção da concorrência, a Anacom tem promovido medidas do lado da oferta. “Destaco primeiro o reforço das condições para que as empresas possam entrar e competir ativamente no mercado”, disse. “Em breve um novo operador, a Digi, entrará no mercado português, o que levará, esperemos, a uma reação criativa e saudavelmente competitiva dos operadores”, vincou.

“Sei que existe algum receio por parte destes, sobre o impacto do novo operador nas suas receitas, mas ao contrário [do que acontece nos] media, com a redução de audiência nos media tradicionais, a procura por conectividade está em expansão”.

A Digi confirmou no início de março que vai lançar as primeiras ofertas de telecomunicações em Portugal durante este ano. A operadora de origem romena também revelou que pretende disponibilizar em simultâneo serviços fixos e móveis, nomeadamente, ofertas de fibra ótica e 5G.

A economista Sandra Maximiano, especializada na análise do comportamento dos agentes económicos, era professora associada no ISEG antes de em dezembro ter sido nomeada para suceder a João Cadete de Matos na liderança da Anacom.

(Em atualização)

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Governo propõe novo suplemento de missão para PSP e GNR entre os 521 e os 730 euros

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

Os oficiais passariam, com esta proposta, a ter um suplemento de missão de 14% da remuneração base do comandante da GNR, que é de 5.216,23 euros.

O Governo apresentou esta quarta-feira uma nova proposta às associações socioprofissionais da GNR, de atribuição de um suplemento de missão entre os 521 e os 730 euros e o fim do atual suplemento por serviço e risco. Segundo a proposta, a que Lusa teve acesso, o novo suplemento missão tem como referência o vencimento base do comandante-geral da GNR e substitui o atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.

Com esta nova proposta, os oficiais passariam a ter um suplemento de missão de 14% da remuneração base do comandante da GNR, que é de 5.216,23 euros, enquanto a percentagem para os sargentos da GNR é de 12% e para os guardas 10%. O atual suplemento pago a estas forças de segurança inclui uma componente fixa de 100 euros e uma variável de 20% do salário base.

Esta proposta está a ser apresentada na reunião que está a decorrer esta tarde entre a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e as cinco associações socioprofissionais da GNR, seguindo-se o encontro com os sindicatos da PSP.

Na reunião de 02 de maio, o Ministério da Administração Interna tinha proposto um suplemento de missão para os elementos da PSP e da GNR de entre 365,13 e 625,94 euros.

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Emissora das Beiras comprada por grupo de comunicação social

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

A partir de 1 de junho e até que seja feita a transição para o novo grupo de comunicação social, a rádio do concelho de Tondela, distrito de Viseu, funcionará num formato de "serviços mínimos".

A Emissora das Beiras, que emite há 85 anos a partir do Caramulo, no concelho de Tondela, vai ser comprada por um grupo de comunicação social.

A rádio, tal como a conhecemos agora, vai deixar de existir muito em breve“, referiu fonte da administração, acrescentando que, a partir de 1 de junho, deixará de ter “os serviços habituais, com locutores e jornalistas”.

A mesma fonte escusou-se a avançar informações sobre o negócio, uma vez que aguarda a publicação da deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

A partir de 1 de junho e até que seja feita a transição para o novo grupo de comunicação social, a rádio do concelho de Tondela, distrito de Viseu, funcionará num formato de “serviços mínimos”.

Os programas que durante décadas caracterizaram a Emissora das Beiras já não se irão ouvir, explicou a mesma fonte, acrescentando que, neste momento, a prioridade é informar os clientes e os ouvintes sobre a nova situação.

A decisão, difícil de tomar, acontece porque, na verdade, nada dura para sempre, chegando assim a hora de darmos a voz a outras pessoas e a novos projetos“, pode ler-se num comunicado colocado na página da Emissora das Beiras, que completou 85 anos na segunda-feira.

Assim, deixará de se ouvir a voz de Maria Helena Rodrigues, que chegou a esta rádio em abril de 1966, com apenas 13 anos. Começou por fazer trabalhos administrativos e arrumar os discos na discoteca até que, em janeiro de 1970, se estreou como locutora.

O marido de Maria Helena, Lopes da Rosa, que começou a dedicar-se à rádio em 1976 por carolice e depois foi seu gerente e diretor de programas, faleceu em agosto de 2023.

“Com ele, partiu também parte da alma desta rádio que foi, durante 85 anos, o orgulho de todos os beirões e que, a partir do próximo mês de junho, deverá seguir um novo rumo”, refere o comunicado.

Joaquim António Seabra foi quem deu início ao projeto radiofónico – na altura com o nome de Emissora das Beiras/Rádio Pólo Norte – em 1939, num quarto de um sanatório.

“Quando foi apanhado por essa terrível doença que era a tuberculose, veio curar-se para a estância sanatorial do Caramulo. Aqui, encontrou outras gentes ligadas à radiodifusão e foi daí que surgiu o projeto, inicialmente para entreter os doentes”, contou à agência Lusa Lopes da Rosa, no âmbito de uma reportagem realizada há dez anos.

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ERC diz que jornalismo vive um dos momentos mais críticos da sua história

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

Na palavra de Carla Martins, membro do Conselho Regulador da ERC, o Estado tem um "papel crucial" nesta matéria, defendendo também um modelo de financiamento "equilibrado".

A Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) afirma que o jornalismo vive um dos momentos mais críticos da sua história e defende ser prioritária a atualização dos meios legais e a adaptação da lei de imprensa.

Carla Martins, membro do Conselho Regulador da ERC, assume que o setor enfrenta “grandes dificuldades e desafios” acrescentado que a “evolução da tecnologia é acelerada” e que as entidades de comunicação social se adaptam ao “paradigma digital” a diferentes velocidades.

Acredita também que o Estado tem um “papel crucial”, defendendo um modelo de financiamento “equilibrado”, dado que os modelos de negócio tradicionais não são suficientes mediante a migração da publicidade para os meios digitais.

Segundo Carla Martins, presente no 33.º Congresso da APDC, vive-se agora um “novo ecossistema de comunicação e informação” onde as plataformas digitais lucram com o conteúdo jornalístico criado pelos órgãos de comunicação social.

A responsável da ERC diz que a “abordagem reguladora tem que assentar no diálogo” e admite que não é possível “uma regulação eficiente de costas voltadas para o setor”, acrescentando que os media “são um bem público”.

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Lucro do BCP sobe 8% para 234,3 milhões no primeiro trimestre

Escalada dos juros continua a impulsionar resultados do banco liderado por Miguel Maya. Margem financeira disparou mais de 30%. Custos também aceleraram quase 15%.

O BCP registou lucros de 234,3 milhões de euros no primeiro trimestre, o que corresponde a uma subida de 8,4% em comparação com o mesmo período do ano passado e a uma rentabilidade dos capitais próprios de 15%.

A escalada das taxas de juro continua a impulsionar os resultados do banco liderado por Miguel Maya, com a margem financeira – diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – a subir quase 5% para 696,2 milhões de euros neste período. “Foi mais um bom trimestre do banco”, referiu o CEO na apresentação dos resultados.

Em Portugal, o resultado ascendeu a 203,5 milhões de euros, mais 18,5% em termos homólogos. O banco continua com o seu desempenho condicionado pela operação na Polónia, onde o Bank Millenium registou lucros de 29,7 milhões de euros, apesar dos encargos de 190,9 milhões de euros associados à carteira de créditos hipotecários em francos suíços (dos quais 117,42
milhões de provisões), referiu Miguel Maya. As provisões acumuladas para o caso “Frankowicze” superam os 1,6 mil milhões de euros. O banco moçambicano BIM lucrou 22,6 milhões.

Apesar da subida da margem e das comissões (+1% para 196,4 milhões de euros), o resultado operacional core baixou cerca de 1% para 584,6 milhões, em resultado de um aumento de 14,7% dos custos operacionais para 308,1 milhões de euros.

Nos outros proveitos, o banco nota que há um ano contabilizou um ganho extraordinário de 127 milhões de euros com a venda de 80% da seguradora na Polónia, ganho que já não registou este ano e que levou a uma descida de 20% do resultado bruto. Compensaram este efeito a descida dos encargos com as imparidades para crédito e com as provisões na Polónia.

Banco recupera da fuga de depósitos

Ao nível dos recursos de clientes, deu-se uma recuperação dos depósitos de clientes, depois da pressão causada pelos Certificados de Aforro há um ano. Desde março de 2023 os depósitos aumentaram mais de cinco mil milhões de euros, com o banco a guardar agora mais de 80 mil milhões. Tem menos depósitos à ordem (-5% para 44,5 mil milhões) e mais a prazo (+28,8% para 36,3 mil milhões)

Já a carteira de crédito sofreu uma redução de quase 1% para 56,82 mil milhões de euros. A contribuir para esta queda esteve a contração do stock de empréstimos às empresas para 21,78 mil milhões de euros. Habitação e empréstimos pessoais registaram aumentos.

Quanto à solvabilidade, Miguel Maya salientou que o banco apresenta uma “posição de capital muito forte e muito sólida” com um rácio de capital total superior a 20%. “Permite acomodar sem dificuldade” a reserva para riscos imobiliários que entrará em vigor em outubro, salientou o gestor.

(Notícia atualizada às 17h31)

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Trabalhadores da Valorsul em greve entre 22 e 26 de maio por melhores salários

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

Os motivos para esta greve prendem-se, entre outras coisas, com o aumento dos salários e dos dias de férias, com a melhoria das condições de segurança e com a redução das horas de trabalho.

Os trabalhadores da Valorsul, empresa responsável pelos resíduos da região de Lisboa e Oeste, vão realizar uma greve entre os dias 22 e 26 de maio para reivindicar melhorias salariais e a redução do horário de trabalho. De acordo com o pré-aviso de greve, entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas, a paralisação afetará setores e infraestruturas diferentes, mediante o dia.

Os motivos para esta greve prendem-se, entre outras coisas, com o aumento dos salários e dos dias de férias, com a melhoria das condições de segurança e com a redução das horas de trabalho, segundo indicou à agência Lusa Mário Matos, da Comissão de Trabalhadores da Valorsul.

“Os motivos têm a ver com a empresa não fazer propostas que venham ao encontro daquilo que são as reivindicações dos trabalhadores. Em abril, formaram uma contraproposta que, para nós, é inaceitável, pois é uma moeda de troca”, apontou. Segundo Mário Matos, a Valorsul aceitou reduzir o horário de trabalho, “com contrapartida de os trabalhadores aceitarem abdicar de direitos inscritos no Acordo de Empresa”.

Um desses direitos, indicou o sindicalista, seria o horário de almoço estar incluído no horário de trabalho dos trabalhadores. “Para nós é inaceitável. Não aceitamos moedas de troca”, sublinhou. De acordo com a calendarização da greve, a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (CTRSU) será a primeira a sofrer os efeitos, a partir das 00:00 do dia 22 de maio, onde serão feitas paralisações por turno.

Nos dias seguintes, a paralisação também afetará o serviço de manutenção, caracterização e recolha seletiva, o Aterro Sanitário de Mato da Cruz e Instalação de Valorização de Escórias (ASMC), o Centro Sanitário do Oeste, Triagem e Estações de Transferência, o Centro de Triagem e Ecocentro do Lumiar e a Estação de Valorização Orgânica.

A agência Lusa pediu uma reação à administração da Valorsul, mas não obteve resposta. A Valorsul, com cerca de 450 trabalhadores, é a empresa responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos recicláveis e resíduos sólidos urbanos produzidos em 19 concelhos das regiões de Lisboa e Oeste.

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Declaração de impacto ambiental do aeroporto de Lisboa só era válida até 2015

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

O presidente da Zero explicou que a declaração de impacto ambiental do aeroporto de Lisboa é de 2006 e previa o fim do aeroporto em 2015, com um máximo 180 mil movimentos por ano.

O Aeroporto Humberto Delgado funciona com uma declaração de impacte ambiental que devia ter sido revista em 2015, o que torna o seu funcionamento ilegal em termos ambientais, avisa a associação Zero, que exige a resolução do problema. “Não vamos ficar parados”, disse esta quarta-feira à Lusa o presidente da associação, Francisco Ferreira.

Segundo o responsável, a Zero já fez uma avaliação jurídica da situação e, se for necessário, avançará na justiça para que se regularize temporariamente uma situação que na verdade não é regularizável, porque não é possível cumprir-se a Lei do Ruído. Um dia depois de o Governo ter anunciado Alcochete como o local para um novo aeroporto na área de Lisboa, para substituir o Aeroporto Humberto Delgado (AHD), a associação ambientalista reuniu-se com a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, sendo a questão um dos principais temas em debate.

Em declarações à Lusa depois da reunião, o presidente da Zero explicou que a declaração de impacto ambiental (DIA) do AHD é de 2006 e previa o fim do aeroporto em 2015, com um máximo 180 mil movimentos por ano e um máximo de 16 milhões de passageiros por ano. A verdade é que se passou quase uma década e os movimentos anuais são mais de 222 mil, para mais do dobro dos passageiros, 33 milhões.

Assim, disse a Zero, o aeroporto está “ilegal, por estar fora da licença”. “Foi ultrapassada e não houve outra avaliação, porque o impacto no ruído e na qualidade do ar é ilegal”, nas palavras de Francisco Ferreira. Segundo o responsável, a ministra deu muita atenção ao facto de o AHD estar a funcionar sem enquadramento legal do ponto de vista ambiental, e entendeu a pertinência da questão.

O primeiro-ministro, disse, “erra quando diz que é preciso expandir de 38 para 46 movimentos por hora “ (no AHB), porque nem os 38 movimentos estão legais. “A legislação de Estudo de Impacto Ambiental é clara, se tiver uma expansão do aeroporto tenho de fazer uma avaliação de impacto ambiental”.

Quanto ao novo aeroporto, Francisco Ferreira admitiu que Alcochete tem problemas ambientais, mas manifestou “grande satisfação” pelo fim da opção Montijo, e por Alcochete substituir totalmente o atual aeroporto quando estiver pronto. O presidente da Zero disse que a associação transmitiu à ministra que está de acordo com uma terceira ponte no rio Tejo na zona de Lisboa, desde que apenas ferroviária, e com a ligação Lisboa-Madrid.

Mas uma ponte rodoviária e ferroviária não tem o apoio da associação. Maria da Graça Carvalho, disse Francisco Ferreira, explicou à associação que o Governo está a negociar com o parlamento a implementação da lei de bases do clima. Acrescentou que a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) só será entregue à Comissão Europeia no final do ano e concordou que grandes questões que necessitem de avaliações ambientais estratégicas podem ter um modelo semelhante ao da comissão técnica independente que propôs novas localizações para o aeroporto.

A Zero, ainda segundo Francisco Ferreira, questionou Maria da Graça Carvalho sobre o facto de Portugal não fazer parte do grupo de 11 países que assinou um documento para que a Lei Europeia do Restauro Ecológico seja aprovada no último conselho europeu do ambiente, marcado para 17 de junho. A ministra disse que não houve tempo para dar uma resposta, mas garantiu que Portugal apoia o documento.

Na reunião, a ministra terá concordado em apelar ao consenso com outros partidos para a revisão da lei da água, de 2003, para resolver questões relacionadas com o equilíbrio entre águas subterrâneas e superficiais, com o facto de o preço da água não transparecer em muitas atividades, e com a necessidade de o foco não ser na oferta, mas sim no uso eficiente.

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Extrema-direita consegue acordo para formar Governo nos Países Baixos

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

"Temos um acordo entre os negociadores", declarou Geert Wilders, que desistiu em março de chefiar o novo executivo.

Um acordo para um Governo de coligação de direita foi alcançado esta quarta-feira nos Países Baixos, quase seis meses após a vitória eleitoral do líder da extrema-direita, Geert Wilders, que não será primeiro-ministro.

Temos um acordo entre os negociadores”, declarou Geert Wilders, que desistiu em março de chefiar o novo executivo, depois de alguns sublinharem o desconforto que causaria que um político islamófobo e antieuropeísta representasse os Países Baixos.

O acordo foi alcançado entre quatro partidos, o PVV de Geert Wilders, o partido pró-agricultores BBB, o partido liberal VVD e o novo partido anticorrupção NSC.

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Lisboa tem 360 mil euros para projetos de inovação em saúde, educação e migração

Prémio dirige-se a startups, scaleups e empreendedores nacionais e internacionais, com ideia ou projeto em desenvolvimento, em teste ou em funcionamento noutras localizações que possam ser adaptados.

A Câmara Municipal de Lisboa e a Unicorn Factory Lisboa têm 360 mil euros para premiar soluções inovadoras nas áreas da saúde, educação e migração. As candidaturas para o “Lisboa Innovation For All – 2024 Desafio de Impacto Social” abrem a 1 de junho.

“A inovação desempenha um papel-chave na melhoria da qualidade de vida e na resolução dos desafios sociais que afetam as cidades. Este é o impacto positivo que queremos ver crescer na cidade, através de três dimensões de grande relevância para o município, a educação, a saúde e a migração. Cada vez mais, Lisboa é um importante centro onde organismos públicos, empresas, universidades, centros de investigação, institutos tecnológicos e cidadãos colaboram no desenvolvimento, teste e experimentação de novos produtos e serviços. Todos juntos, somos uma comunidade inovadora e interativa capaz de transformar a cidade”, afirma Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, citado em comunicado.

Lançado durante Lisboa Unicorn Week, a 13.ª Semana do Empreendedorismo de Lisboa, este prémio é financiado através do 1 milhão de euros recebido pela cidade de Lisboa, após ter sido reconhecida em 2023 como a Capital Europeia de Inovação.

Dividindo-se em três categorias – Qualidade da Educação, Acesso a Cuidados de Saúde e Integração de Migrantes – dirige-se a “startups, scaleups e empreendedores nacionais e internacionais, que tenham uma ideia ou um projeto em desenvolvimento, em teste ou em funcionamento noutras localizações que possam ser afinados e adaptados a Lisboa”.

O prémio será organizado pela Unicorn Factory Lisboa. “A Unicorn Factory Lisboa tem vindo a demonstrar que Lisboa oferece condições ideais para experimentar, inovar e criar novas soluções e negócios para diferentes desafios através dos seus eixos de atuação. Com este Prémio, vamos continuar a expandir a nossa ação para resolver desafios sociais, pois sabemos que o talento intrínseco da nossa comunidade é capaz de desenvolver soluções inovadoras com forte impacto na cidade”, explica Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa, citado em comunicado.

O que soluções procuram

Na área da Qualidade da Educação, o prémio procura soluções “centradas em melhorar a capacidade de aprendizagem no ensino básico e secundário, ao reforçar as competências tecnológicas e promover o pensamento criativo e crítico, testar métodos de aprendizagem alternativos e fornecer novas ferramentas de ensino, melhorar a capacidade de acesso dos estudantes ao ensino universitário e reforçar a capacidade da cidade para atrair professores”, informa comunicado.

No caso do ensino universitário pretende soluções que permitam “diminuir o custo de vida dos estudantes universitários, tornar mais fácil encontrar um quarto ou um apartamento para viver na cidade e melhorar o acesso ao apoio financeiro.”

Na categoria de Acesso a Cuidados de Saúde procura “ideias ou projetos inovadores que tirem partido do poder da saúde preventiva, especialmente através da utilização de wearables médicos, que promovam uma melhor gestão das doenças crónicas, centrando-se na adesão à medicação e na monitorização dos doentes, aumentem a capacidade da cidade para atrair profissionais de saúde, encontrem soluções criativas ou alternativas para a falta de acesso aos médicos de família e às listas de espera”.

O objetivo é a “promoção de estilos de vida mais saudáveis, aumento da qualidade de vida e a melhoria de acesso a cuidados especializados para os quais existe pouca cobertura financeira, tais como cuidados dentários, cuidados oftalmológicos, saúde mental e serviços básicos de cuidados maternos e infantis”, pode ler-se em comunicado.

No que toca à integração de Migrantes, pretende soluções que melhorem “a interoperabilidade e o intercâmbio de informações entre instituições públicas, ONG e o setor privado de forma a integrar os imigrantes e facilitar a navegação em procedimentos burocráticos complexos”, refere o comunicado. “Haverá um grande foco na habitação condigna, apoio na procura de emprego e combate ao racismo e discriminação.”

As candidaturas arrancam a 1 de junho, seguindo-se uma fase de pré-seleção por parte da autarquia, a Unicorn Factory Lisboa e especialistas em inovação social. Desta pré-seleção – e contando também com a opinião dos cidadãos de Lisboa – serão escolhidos três finalistas por categoria, que seguem para a fase de teste e prova de conceito, com duração de seis meses.

“Com base nos resultados dos projetos-piloto, será selecionado um vencedor por categoria com base no respetivo sucesso que recebe um prémio monetário de 120 mil euros, bem como o apoio contínuo da cidade e da Unicorn Factory Lisboa para implementar a solução, e acesso a uma ampla comunidade de inovação unida pelos mesmos valores de trabalhar desafios globais através do impacto”, informa comunicado.

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Governo promete “perder complexos ideológicos” na reforma do SNS

O programa de emergência para o Serviço Nacional de Saúde será apresentado nas próximas duas semanas. Mas o Governo quer também avançar com uma "transformação estrutural" na saúde.

O primeiro-ministro assegurou que o plano de emergência na saúde seria apresentado dentro do prazo prometido, até junho. Mas sinalizou também que o Governo tem a intenção de, nesta legislatura, “perder complexos ideológicos que têm sido o travão a uma reforma no Serviço Nacional de Saúde (SNS) que seja capaz de oferecer acesso a quem mais precisa”.

Luís Montenegro prometeu assim, no debate quinzenal com os deputados realizado esta quarta-feira, uma “transformação estrutural” na saúde, ao longo da legislatura, para a qual quer recolher contributos dos grupos parlamentares, após apresentar e implementar o programa de emergência para o SNS.

Respondendo a críticas do Chega de que o programa de emergência ainda não tinha sido apresentado, apontou que “só alguém que confia muito na capacidade deste governo poderia pedir-lhe que em 30 dias apresentasse um plano de emergência que não foi levado a cabo” pelo Governo anterior por oito anos. “Está mais socialista do que os socialistas”, atirou a André Ventura.

O primeiro-ministro sinalizou anda que “só vai ter de esperar mais duas semanas no máximo” para conhecer o programa de emergência para o SNS, que “tem incidência na recuperação dos tempos, tem foco na obstetrícia, tem plano para dar resposta de medicina familiar”.

Ressalva ainda assim que “o programa de emergência é muito importante mas é de emergência, não é ainda transformação estrutural” e, para isso, o Governo “vai aproveitar a legislatura”.

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