PGR deve demitir-se? Explicações sim, demissão não, defende o setor da Justiça

Advogados e magistrados consideram que, acima de tudo, a PGR deve esclarecimentos e que não pode esquecer-se da sua função e do papel que desempenha na democracia.

Os últimos meses têm sido movimentados na justiça portuguesa e o papel da Procuradora-Geral da República (PGR) e a atuação e prestação de contas do trabalho do Ministério Público (MP) tem vindo a ser colocado em causa. Depois do parágrafo controverso de um comunicado no âmbito da Operação Influencer – que acabou na demissão do primeiro-ministro António Costa – da absolvição do ex-autarca de Caminha, Miguel Alves – braço direito de Costa e do juiz de instrução não ver indícios daquele crime no caso da Madeira, deverá a PGR demitir-se ou prestar mais esclarecimentos pelas investigações em curso do Ministério Público?

“Não existe qualquer motivo determinante da demissão da PGR. Seria péssimo para o Estado de direito democrático, para a autonomia do MP e para a própria independência do sistema judicial que um PGR se demitisse ou fosse exonerado com fundamento em decisões tomadas em processos concretos”, defende à Advocatus Adão Carvalho, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP). “Quanto a esclarecimentos, não compete à PGR discutir na praça pública as decisões tomadas nos processos, que devem ser resolvidas no mesmo. Mas evidentemente, sempre que um processo gera ruído, tem repercussão pública, deve existir comunicação objetiva da PGR para contribuir para a serenidade e objetividade da informação que chega ao público e para reforçar a confiança nas instituições da justiça e no Ministério Público em particular”, concluiu.

Também o presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses defende que o Ministério Público devia “explicar o que é que aconteceu” no caso da Madeira em que o juiz de instrução criminal concluiu não existirem indícios de crime. Manuel Ramos Soares, em declarações à Lusa, defendeu ainda que “deve ou não o MP, da forma que entender conveniente, explicar o que é que aconteceu? A meu ver, sim!”, declarou o desembargador Manuel Soares, recordando que, já depois das buscas na Madeira, houve uma “conferência de imprensa do diretor nacional da Polícia Judiciária [Luís Neves] explicando as razões de ser da operação” e da sua “complexidade logística”.

Os advogados contactos pela Advocatus consideram que, acima de tudo, a PGR deve esclarecimentos e que não pode esquecer-se da sua função e do papel que desempenha na democracia.

João Massano, presidente do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados, mais do que falar em demissões, é “crucial” explicações “claras” e “transparentes” sobre o que se está a passar no caso da Madeira e da Operação Influencer.

“A opinião pública tem o direito de saber as razões que desencadearam estas operações, os seus objetivos e os resultados que se pretende(ra)m alcançar. Assistimos a um desfile de declarações de toda a gente, muitas vezes contraditórias, o que contribui para aumentar a confusão e a desinformação. Assim como fomentar a desconfiança no sistema de Justiça”, referiu.

João Massano defende que a PGR assuma a liderança da comunicação, do lado do Ministério Público, e apresente uma “narrativa clara e coesa sobre estes casos”. O advogado sublinhou também que a PGR tem a responsabilidade de “garantir a confiança dos cidadãos na Justiça”, sendo necessário explicações.

“A política de “quintinhas” dentro do sistema judiciário é um problema grave que precisa ser combatido. É necessário uma coordenação conjunta que permita oferecer aos cidadãos respostas claras, transparentes e concretas. Todos os agentes do sistema judiciário devem trabalhar em conjunto com o objetivo de fazer justiça, e não para defender interesses particulares ou de grupos”, referiu.

Se se deve demitir ou não, é uma decisão que só à própria cabe ponderar e executar. A lei e a Constituição não fixam causas, nem taxativas nem exemplificativas, da sua exoneração. Tal como a nomeação, a exoneração compete ao Presidente da República (PR), sob proposta do Governo. Se o Governo e o PR entenderem que existem razões para exonerar a PGR, com certeza não deixarão de exercer as suas competências, sobretudo o PR por se encontrar na plenitude das suas competências“, considerou Rui Costa Pereira.

O associado da MFA Legal não considera que as recentes atuações da PGR coloquem em causa a atuação do MP, vendo antes o “copo meio cheio”. O advogado vê de positivo o alerta para a “consciência comunitária” que está a ser feito para o que há muito está mal “na forma como algum MP, não todo o MP, atua”.

“Essa forma errada, persecutória, abusiva, em que os fins justificam os meios, justicialista, como queiramos chamar, não é de ontem, não é de há dois dias, não é de há ano. Existe há muito tempo. E finalmente há uma atenção efetiva para esse problema. Com essa atenção veio uma preocupação natural de todos“, explicou.

PGR. Procuradora Geral da Republica, Lucilia Gago.JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA

Rui Costa Pereira destacou a forma “praticamente unânime” como a atuação do MP está a ser criticada. “E só não é unânime porque o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público dos dias de hoje persiste em considerar que a sua atribuição principal é a de salvaguardar uma imagem impoluta de todo o MP e da sua PGR. É hora de refletir seriamente sobre o MP que queremos, pois parece claro que já são muito poucos os que querem este”, acrescentou.

Também Rui Costa Pereira considera que a PGR deve dar explicações, mas na forma certa e “não é naquela forma atrapalhada num lobby, à saída de qualquer evento”, sublinhando que viver em Democracia implica, necessariamente, a “prestação de contas de todos os agentes públicos”.

“A PGR tem de recordar-se das suas atribuições e das suas competências, mandar chamar ao Palácio Palmela os responsáveis por estas investigações e o diretor do DCIAP e apurar por que razão havia indícios tão fortes para aquela desproporção óbvia de meios que houve e como é que se explicam as decisões jurisdicionais tomadas. E depois, de modo claro, deve apresentar essas explicações aos cidadãos”, explicou.

Para Miguel Pereira Coutinho, associado sénior da Cuatrecasas, mais importante que prestar esclarecimentos, o Ministério Público deve “aprender para o futuro”.

“Aprender que para interrogar um arguido não é imprescindível a sua detenção; aprender que não basta escrever num despacho que há indícios fortes para considerar que isso é suficiente para os considerar demonstrados; e acima de tudo aprender que os perigos de fuga, de continuação da atividade criminosa ou de perturbação de inquérito são os requisitos gerais para que seja decretada qualquer medidas de coação legalmente prevista, com exceção do termo de identidade e residência”, acrescentou.

O advogado sublinha que não coloca em causa a importância da investigação, para que haja mais “responsabilização” e “escrutínio”. No entanto, “para que a comunidade se consciencialize que a justiça penal atua eficazmente, não é suficiente o circo mediático pontual, se depois não há consistência e robustez”.

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CGD “estranha” greve quando negociações ainda decorrem

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2024

A administração liderada por Paulo Macedo sugere que a marcação de uma greve no dia 1 de março tem objetivos políticos.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) estranha a marcação de uma greve para 1 de março, pelo STEC, salientando que as negociações ainda estão em curso e que esta paralisação corre o risco de confundir processos negociais com posições políticas.

Num comunicado em que reage à decisão do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), a Caixa manifesta ainda a sua estranheza pelo facto de a greve ter sido convocada quando as propostas que os outros bancos estão a negociar com os seus trabalhadores são “muito inferiores às que a CGD” tem em cima da mesa.

O STEC anunciou hoje a marcação de uma greve em 01 de março, com concentração em frente ao edifício sede do banco público, em Lisboa, tendo esta paralisação sido decidida num plenário realizado após a terceira ronda negocial com a administração da CGD, que contrapôs um aumento salarial de 3,25% para 2024 à proposta do sindicato que exige 5,9% e um aumento mínimo de 110 euros.

Tendo em conta que o país está neste momento em período eleitoral, a CGD considera também que “esta greve corre o risco de confundir processos negociais com posições políticas”.

A CGD contesta ainda a leitura do sindicato, referindo que a proposta que colocou em discussão “é muito superior a 3,25% (entre 3,00% e 6,74% de aumento, em função do nível remuneratório) de aumento na tabela salarial” e que, considerando as promoções, prémios e incentivos, a proposta se traduz num aumento da massa salarial global de 7,2%.

“Mesmo excluindo a componente variável de prémios e incentivos, que, no ano passado, foi recebida por 93% dos trabalhadores, a proposta significa um incremento de 4,36%”, adianta.

A Caixa entende que se queira colocar o foco apenas e só na tabela salarial e nas cláusulas de expressão pecuniária, não valorizando as restantes componentes da remuneração. No entanto, o mais relevante para os seus trabalhadores é a remuneração na sua globalidade, que se reflete na massa salarial total“, acrescenta.

Num comunicado divulgado na quinta-feira após a ronda negocial, o banco liderado por Paulo Macedo assinalava que a sua proposta “reflete o reconhecimento pela Caixa do contributo dos colaboradores para os resultados alcançados, mas tem igualmente em conta o atual contexto económico e as orientações conhecidas” para o setor empresarial do Estado (aumento da massa salarial global até 5% sendo a referência por trabalhador de 3%) e está acima do que propõe a generalidade do setor (2%).

A CGD refere que caso a greve venha mesmo a realizar-se, vai “minimizar” o impacto que a mesma poderá ter junto dos clientes, como “tem feito em situações semelhantes”.

O banco público tem contratação coletiva autónoma, pelo que negoceia com sindicatos à parte da maioria da banca (também BCP tem negociação própria). Em 2023, STEC e CGD acordaram um aumento de 76 euros na tabela salarial.

Os bancos subscritores do Acordo Coletivo de Trabalho do setor bancário (são cerca de 20, caso de Santander Totta, Novo Banco e BPI) têm uma mesa comum de negociação salarial comum, tendo proposto 2% enquanto os sindicatos afetos à UGT exigem 6%.

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Frente a frente: Pedro Nuno Santos admite solução de Governo com BE, Mortágua apela a entendimento

A coordenadora do Bloco insiste num acordo com o PS, mas o líder socialista atira negociações para depois de 10 de março. Pedro Nuno Santos defende que tem medidas "mais equilibradas".

A “boa memória” da geringonça, como lhe chamou Pedro Nuno Santos, foi o tiro de partida para o debate desta sexta-feira com a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, que foi transmitido pela RTP1.

Mariana Mortágua e Pedro Nuno Santos antes da entrada para o frente a frente na RTP1 e RTP3.RTP

 

A líder bloquista pressionou a um acordo à esquerda, mas o secretário-geral socialista só avaliará um possível entendimento com BE, no pós-eleições de 10 de março, isto é, se precisar do suporte daquele partido para conseguir governar com estabilidade.

De resto, foram mais as pontes do que as divergências entre PS e BE em matérias como saúde e habitação. Mas Pedro Nuno Santos defende que tem “medidas mais equilibradas”.

Balanço

Apesar de Pedro Nuno Santos rejeitar linhas vermelhas para negociações pós-eleitorais com o BE, o debate desta sexta-feira evidenciou pelo menos duas divergências claras.

O líder do PS rebateu por completo a ideia de Mortágua de condicionar a política de spreads da Caixa Geral de Depósitos (CGD) nos créditos à habitação. “O Governo não pode pedir à CGD para baixar o spread. Esta medida não seria possível, é uma medida que não funciona e tem um problema, porque é regressiva. É que os lucros da CGD são dividendos do Estado, de todos os portugueses, que pode, por exemplo, aplicar na construção de habitação”, defende o líder do PS.

Para além disso, Pedro Nuno Santos afastou a reversão da privatização de algumas empresas, como os CTT ou a ANA – Aeroportos de Portugal, como defende o BE. “O que lá vai, lá vai, não podemos andar para trás. Não está no nosso horizonte reverter privatizações”, defendeu o líder do PS.

Leilão

Pedro Nuno Santos: “Vamos aumentar a dedução em IRS com despesa com rendas para habitação para 800 euros”.

Mariana Mortágua: “É preciso tetos às rendas especulativas e diminuir a pressão que hoje existe do excesso do Alojamento Local nos centros das cidades”.

Bottom line

Pedro Nuno Santos: “Um acionista não pode dar orientações [à CGD] sobre baixar o spread, o que o acionista pode indicar é para ter uma politica de crédito generosa”.

Mariana Mortágua: “A única hipótese de haver estabilidade neste país é um entendimento à esquerda”.

Número

Pedro Nuno Santos: 40 anos é a idade limite para os jovens poderem aceder à garantia pública para o crédito à habitação, segundo a proposta eleitoral do PS.

Mariana Mortágua: 6% é o número de profissionais de saúde abrangidos no regime de dedicação plena no SNS, que Mortágua diz ser diferente da proposta de exclusividade do Bloco.

Parecer

Neste date da geringonça gauche, a coordenadora do Bloco apareceu logo muito bem, com um outfit que deixava o sempre elegante Pedro Nuno Santos sem vantagem. Mas sem querer agitar muito, Pedro Nuno Santos conseguiu desmontar ataques nos temas da Caixa e da habitação. Não perdeu. Mas também não ganhou muito.

Shrikesh Laxmidas, diretor-adjunto do ECO

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Já há acordo encontrar uma solução para a Global Media

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

A chegada acordo acontece em vésperas da assembleia-geral extraordinária de acionistas da GMG, convocada para a próxima segunda-feira.

A Páginas Civilizadas já chegou a acordo com o World Opportunity Fund (WOF) para encontrar uma solução para a Global Media, disse esta sexta-feira à Lusa fonte ligada ao processo, que passa pela saída do fundo. “Já se chegou a um acordo com o fundo [WOF] para se encontrar uma solução” para a Global Media Group (GMG), afirmou a mesma fonte contactada pela Lusa, que adiantou que o próximo passo é notificar as autoridades competentes.

De acordo com a informação da ERC, a participação efetiva da Páginas Civilizadas na GMG é de 50,25% do capital e dos direitos de voto. Esta posição é calculada a partir da soma da detenção direta de 41,51% e da indireta, através da Grandes Notícias Lda, de 8,74%. O fundo WOF detém 51% do capital social e dos direitos de voto da Páginas Civilizadas, tendo uma participação de 25,628% do capital social e dos direitos de voto da GMG.

A chegada acordo acontece em vésperas da assembleia-geral extraordinária de acionistas da GMG, convocada para segunda-feira, e na depois do projeto de deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Na quinta-feira, o Conselho Regulador da ERC anunciou que este projeto de deliberação determina a aplicação do artigo 14.º da Lei da Transparência ao WOF “por falta de transparência na identificação da cadeia de imputação da participação qualificada na sociedade Páginas Civilizadas”.

Assim, nos termos “dos artigos 121.º e 122.º do Código do Procedimento Administrativo, os interessados foram notificados para, no prazo máximo de 15 dias úteis, se pronunciarem sobre o sentido provável do projeto de deliberação do Conselho Regulador”.

A ERC referiu ainda que no cumprimento da missão de promover a independência, o pluralismo e a transparência, “e procurando salvaguardar a existência de uma solução que viabilize os projetos editoriais, a eventual aplicação do artigo 14.º não impede a transmissão da titularidade da participação qualificada em causa, desde que, sob prova bastante junto” do regulador “daí resulte uma inequívoca sanação da falta de transparência”, lê-se no comunicado.

“Não sendo sanadas as dúvidas, a ERC publicita a falta de transparência”, adiantou. O Grupo Bel detém uma participação indireta na GMG de 17,58%. A KNJ, de Kevin Ho, detém 29,350% e José Pedro Soeiro 20,400%.

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Trump condenado a pagar mais de 364 milhões de dólares por fraude

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

Esta decisão sem precedentes é acompanhada por uma proibição de três anos para o ex-presidente dos Estados Unidos de qualquer gestão empresarial no Estado de Nova Iorque.

O ex-presidente norte-americano e recandidato ao cargo, Donald Trump, foi condenado esta sexta-feira por um tribunal de Nova Iorque ao pagamento de uma multa de 364 milhões de dólares (337,7 milhões de euros) por fraude bancária. O juiz Arthur Engoron emitiu a sua decisão após um julgamento de dois meses e meio, estando em causa a acusação contra Trump de enganar os bancos com demonstrações financeiras que inflacionavam a sua riqueza.

Esta decisão sem precedentes é acompanhada por uma proibição de três anos para o ex-presidente dos Estados Unidos de qualquer gestão empresarial no Estado de Nova Iorque. A pena severa foi uma vitória para a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, uma democrata, que acusou Donald Trump por anos de práticas enganosas enquanto construía a sua multinacional de arranha-céus, campos de golfe e outras propriedades que catapultaram a sua riqueza e fama e lhe deram a Casa Branca.

Os advogados de Trump já tinham dito, antes mesmo da sentença, que iriam recorrer. Mas o político republicano enfrenta mais casos na justiça norte-americana. Na quinta-feira, foi decidido por um tribunal de Nova Iorque que o julgamento do ex-Presidente dos Estados Unidos sobre o alegado pagamento a uma ex-atriz pornográfica para ocultar um caso extramatrimonial vai iniciar-se conforme programado, em 25 de março.

O juiz Juan Manuel Merchan aproveitou um atraso num outro processo judicial – que decorre em Washington, em que Trump é acusado de conspirar para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 e que ficou suspenso por causa de um recurso da defesa –para justificar o não adiamento deste julgamento.

A decisão anunciada significa que este caso será o primeiro de quatro processos criminais em que Trump está envolvido a seguir para julgamento, num total de 91 acusações.

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Lançado concurso para construção de dessalinizadora no Algarve

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

A construção de uma dessalinizadora em Albufeira, cujo preço base é de 90 milhões de euros, é uma das medidas de resposta à seca que afeta a região Sul de Portugal.

O concurso para a construção de uma dessalinizadora no Algarve, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi lançado esta sexta-feira, com a publicação do procedimento em Diário da República, anunciou a Águas do Algarve.

A construção de uma dessalinizadora em Albufeira, cujo preço base é de 90 milhões de euros, é uma das medidas de resposta à seca que afeta a região Sul de Portugal, prevendo-se que o equipamento tenha uma capacidade inicial de conversão de água do mar em potável de 16 hectómetros cúbicos.

Em comunicado, a Águas do Algarve, que gere o sistema multimunicipal de abastecimento de água na região, a obra fica preparada para o aumento da capacidade para 24 hectómetros (milhões de metros cúbicos) por ano. A empresa responsável pelo abastecimento de água em alta na região, que tem a seu cargo a gestão de infraestruturas como barragens ou Estações de Tratamento de Águas Residuais, salientou que a conclusão da obra está prevista para o final de 2026.

O ano de 2026 é o ano estabelecido como limite para a utilização de fundos do PRR, programa de apoio criado pela União Europeia para revitalizar a economia após a pandemia de covid-19. “Este projeto estrutural para a região visa garantir a resiliência do abastecimento público à população do Algarve, designadamente em períodos de seca prolongada, através de um acréscimo das disponibilidades hídricas”, destacou a empresa.

A mesma fonte observou que a Estação de Dessalinização de Água do Mar do Algarve está incluída num “leque de investimentos que a Águas do Algarve está a executar no âmbito do Plano de Eficiência Hídrica do Algarve, ao abrigo do PRR, e que vão permitir aumentar em mais de 69 milhões de metros cúbicos por ano as disponibilidades hídricas da região.

O presidente da Águas do Algarve, citado no comunicado, realçou o trabalho executado pelos trabalhadores da empresa e que permitiu dar resposta às exigências e prazos do projeto, “num momento de elevada complexidade de processos, inerente aos desafios que a escassez hídrica tem vindo a aportar à região”.

António Eusébio disse ainda que o esforço realizado é também exemplo do “compromisso contínuo da empresa com a eficiência hídrica e a sustentabilidade ambiental”. O Algarve está a ser afetado por uma seca que causou uma escassez das reservas hídricas e o Governo tomou medidas de restrição do consumo para serem aplicadas a partir de março, como cortes de 25% à agricultura e de 15% ao setor urbano.

Além da dessalinizadora, estão também em curso investimentos municipais no combate às perdas de rede, a redução ou eliminação da rega em espaços verdes ou a utilização de água tratada para rega de campos de golfe e limpeza de ruas. Paralelamente, há planos e propostas para fazer a captação de água do rio Guadiana no Pomarão e conduzi-la até à barragem de Odeleite, no sotavento (leste) algarvio, e a construção de uma terceira barragem naquela zona do Algarve, na ribeira da Foupana.

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Bank of America reforça posição no BCP para 6,3%

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2024

O banco passou a deter 1,670% de direitos de voto associados a ações e 4,659% associados a instrumentos financeiros, num total de 6,329%.

O Bank of America Corporation reforçou a sua posição no BCP para 6,3%, foi comunicado esta sexta-feira no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com a informação remetida ao mercado, o banco passou a deter 1,670% de direitos de voto associados a ações e 4,659% associados a instrumentos financeiros, perfazendo um total de 6,329%. Esta posição foi atingida no dia 08 de fevereiro.

Antes desta operação, o Bank of America Corporation tinha uma participação de 0,910% no BCP. Na sessão de hoje da bolsa, as ações do BCP subiram 2,19% para 0,27 euros.

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“O Governo não pode” pedir à CGD para baixar o spread nos créditos à habitação, diz Pedro Nuno Santos

O secretário-geral do PS está disponível para entendimentos com o BE no pós-eleições, mas defende que as propostas socialistas são "mais equilibradas". Reveja aqui os principais momentos.

Estão quase a chegar ao fim os debates entre os partidos com assento parlamentar. Esta sexta-feira o secretário-geral do PS esteve num frente a frente com a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, num debate transmitido pela RTP 1.

Pedro Nuno Santos, conhecido por ter um posicionamento mais à esquerda, afirmou que o tempo da geringonça com BE e PCP, entre 2015 e 2019, “é boa memória”. Disponível para entendimentos com o BE, o líder do PS defende que tem “soluções mais equilibradas” e rejeita reverter privatizações, como defende Mariana Mortágua. Reveja aqui os principais momentos.

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Veja aqui a chave do Euromilhões. São 64 milhões em jogo

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2024

Estava em jogo esta sexta-feira um jackpot de 64 milhões de euros, depois de quatro sorteios sem ninguém vencer o primeiro prémio.

Decorreu esta sexta-feira mais um sorteio do Euromilhões, onde estava disponível um jackpot de 64 milhões de euros, depois de quatro rondas em que ninguém ganhou o primeiro prémio.

Veja a chave do sorteio de 16 de fevereiro:

Números: 8, 13, 14, 24, 26

Estrelas: 1, 2

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Farfetch poderá despedir 1.000 pessoas em Portugal

Cerca de metade dos despedimentos da Farfetch poderão ser realizados em Portugal, segundo apurou o ECO. Negociações arrancaram esta sexta-feira.

O plano de despedimentos da Farfetch em Portugal poderá abranger cerca de 1.000 trabalhadores, metade das pessoas que poderão ser dispensadas pela tecnológica portuguesa fundada por José Neves a nível global. A confirmar-se, a tecnológica agora detida pela Coupang irá cortar os colaboradores no país para um terço.

Portugal é a área geográfica onde a Farfetch tem o maior número de colaboradores – cerca de 3.000 em Matosinhos, Braga, Guimarães e Lisboa – e deverá ser também a região mais afetada pelos despedimentos. Segundo apurou o ECO, poderão ser dispensadas cerca de mil pessoas no país.

A Farfetch confirmou ao ECO que vai reduzir entre 25% e 30% os seus colaboradores a nível global. O plano de despedimentos, que arrancou esta sexta-feira em Portugal, poderá levar à saída de cerca de 2.000 pessoas.

A tecnológica criada em 2008 pelo português José Neves, que ontem apresentou a sua demissão como CEO da empresa, está a realizar um programa de despedimentos, após a Coupang ter concluído, há cerca de duas semanas, a aquisição da Farfetch acordada no passado dia 18 de dezembro.

A empresa informou esta quinta-feira por email os trabalhadores que iria iniciar “o processo de despedida de colegas e amigos que foram partes importantes da jornada da Farfetch até agora. As conversas com as pessoas afetadas por estes despedimentos terão início em Portugal amanhã [esta sexta-feira]”.

Esta sexta-feira estiveram a decorrer reuniões com as pessoas visadas, sendo-lhes oferecida a possibilidade de saírem por mútuo acordo, mas sem subsídio de desemprego, ou esperar pelo programa de despedimento coletivo. Segundo mensagens partilhadas por trabalhadores num fórum da Internet, este programa poderá arrancar já em março.

“Alegadamente, as condições do acordo são standard para todos e não há margem para grandes negociações individuais. Data para decidir é até dia 23 de fevereiro. Quem indicar que não aceita, ou não responder, será incluído no despedimento coletivo que terá início na semana 12 de março”, refere um trabalhador da Farfetch nesse fórum, onde os colaboradores estão a trocar informações.

Neste momento persiste uma grande incerteza em relação ao futuro da empresa em Portugal e sobre a equipa que vai permanecer no país.

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António Domingues entra na administração do Unicredit

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2024

Antigo presidente da CGD e vice-presidente do BPI, Domingues foi indicado para o board do gigante italiano, como administrador não executivo.

António Domingues foi indicado para o conselho de administração do banco pan-europeu Unicredit, segundo um comunicado da instituição esta sexta-feira. O gestor foi vice-presidente do BPI, depois, presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), e está, desde 2022, como administrador não executivo no Banco CTT. A nomeação será formalizada na assembleia geral do banco, em abril.

“O conselho de administração aprovou por unanimidade uma lista de candidatos à nomeação dos membros do conselho de administração e do conselho fiscal, tendo em o número total ideal de membros do conselho, de 15 membros, incluindo quatro membros da comissão de auditoria, e a duração do mandato fixada em três exercícios”, de acordo com o comunicado do Unicredit.

Na lista de membros para o conselho de administração consta o nome de António Domingues. Pietro Carlo Padoan será o chairman e Andrea Orcel vai assumir as funções de CEO.

Nos últimos sete anos, António Domingues esteve na administração da telecom NOS, na administração do BFA, o banco angolano onde o BPI tem uma participação financeira de 49%, e exerceu o cargo de CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em 2016, de onde saiu na sequência da polémica relacionada com a entrega de declaração de rendimentos e de património ao Tribunal Constitucional. Neste momento, integra ainda o conselho de administração do Haitong, o banco de investimento que era do BES.

O UniCredit é um banco comercial pan-europeu com presença em Itália, Alemanha, Europa Central e Oriental, com mais de 15 milhões de clientes em todo o mundo.

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Farfetch anuncia prémios, mas só para quem vai ficar na empresa

A empresa anunciou o pagamento de prémios aos trabalhadores que ficam fora dos despedimentos, destacando a necessidade de manter "pacotes de remuneração fortes".

No mesmo dia em que arrancou com um plano de despedimentos que pode resultar na eliminação de 2.000 postos de trabalho a nível global, a Farfetch enviou uma mensagem aos trabalhadores que ficam de fora deste programa, informando-os que irão receber um prémio trimestral. As pessoas na lista de despedimentos não recebem, mesmo que ainda estejam na empresa aquando desse pagamento.

“À medida que fazemos mudanças estruturais importantes como as anunciadas ontem, também acreditamos que é profundamente importante reconhecer e recompensar a equipa que proporcionará as melhores experiências do setor para as marcas, boutiques e clientes que servimos, garantindo que nossos talentos recebem fortes pacotes de remuneração“, escreveu a Farfetch às pessoas que não estão incluídas nos despedimentos. E continua: “Para reconhecer o incrível sucesso que esperamos alcançar, tenho o prazer de compartilhar que recebeu o prémio de talento de 2024″.

Este prémio será pago em maio, agosto, novembro e fevereiro de 2025. Mas, a mensagem enviada aos trabalhadores não termina sem avisar que aqueles que estão incluídos no processo de despedimento – em negociações ou à espera do plano de despedimento coletivo – não irão receber estas compensações, mesmo que na data de pagamento ainda estejam na empresa.

A atribuição destes prémios surge no mesmo dia em que a empresa começou a negociar os termos da saída que pode incluir centenas de pessoas em Portugal.

Segundo apurou o Eco, na reunião que decorreu esta manhã foram colocadas duas possibilidades aos trabalhadores de saída das operações em Portugal. A primeira opção passa saída com mútuo acordo, com a companhia a propor o pagamento de 30 dias por cada ano de contrato e tudo o que têm direito no acerto de contas com a empresa, mas quem aceitar esta proposta fica sem direito a subsídio de desemprego.

A segunda possibilidade em cima da mesa é esperar que a Farfetch avance com um processo de despedimento coletivo, para o qual não há data ainda. Nesta situação, as pessoas envolvidas receberão o valor legal definido (14 dias por cada ano de contrato) e têm direito à inscrição no subsídio de desemprego.

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