Mais de 30% dos trabalhadores querem novo emprego. Mas porquê?

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  • 17 Março 2025

No primeiro episódio do podcast Work Around, dois especialistas em recursos humanos sugerem estratégias para aumentar a retenção de talento nas empresas. “Há vontade de mudança”, diz Inês Casaca.

O fenómeno não é novo, mas a segunda vaga da The Great Resignation (A Grande Demissão, em português) parece estar mais forte, com maior contágio e ainda mais desafiante para as empresas. O mais recente estudo internacional da consultora de recursos humanos Gi Group Holding, revela que quase metade dos jovens portugueses com formação superior e experiência profissional considera mudar de emprego em 2025. Este dado, proveniente do relatório “The Human Factor: People and Companies in the New Global Dynamics of Work”, sublinha a crescente reavaliação das prioridades no mercado laboral, impulsionada por novos valores como o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, oportunidades de crescimento e preferência por soluções de trabalho híbridas. Também um estudo recente da PwC sobre medos e ambições de mais de 56 mil trabalhadores de 50 países mostra um aumento daqueles que pretender encontrar um novo emprego. São agora 28%, mais do que os 19% registados em 2022.

A primeira grande onda de demissões levou mais de 47 milhões de norte-americanos a mudar de trabalho, um número que se prevê que possa ser ultrapassado. As estimativas apontam para que, em 2025, 46% das pessoas em todo o mundo queiram demitir-se. Encontrar a raiz deste fenómeno e perceber como podem as empresas evitá-lo foi o tema do primeiro episódio do Work Around, o novo podcast do ECO com apoio do GI Group Holding.

“Não há dados muito concretos sobre isso em Portugal, mas o que sentimos é que há uma vontade de mudança”, aponta Inês Casaca, business manager na Grafton. Para a especialista em recursos humanos, essa procura por algo de novo é, porém, feita com “muito critério” – mais do que apenas o salário, importam a qualidade de vida, a saúde mental ou a flexibilidade.

A mensagem central é “não esperar pelo momento em que se perde o talento para reagir”, sublinha Inês Casaca

“Alguns dados apontam que já mais de 30% das pessoas querem realmente mudar de trabalho e isso significa alguma coisa”, acrescenta Edgar Sabino. O chief people experience officer da Cofidis teoriza que talvez as “organizações, depois da pandemia, ainda não conseguiram ajustar e melhorar práticas para maximizar a retenção dos colaboradores”.

Para evitar saídas, as organizações devem apostar na monitorização permanente da satisfação das suas equipas e garantir um alinhamento dos colaboradores com o propósito da empresa. “Ser proativo na identificação dos fenómenos que fazem com que as pessoas fiquem dentro da organização”, sugere Inês Casaca. “As pessoas estão mais curiosas, há mais oportunidades de crescimento e de conhecer outras realidades”, aponta ainda, lembrando como o upskilling e reskilling são mecanismos que podem ajudar a reter colaboradores.

“Vemos os ventos do Oeste a falar do return to office, mas julgo que as organizações que optarem por esse caminho estão a criar uma barreira de atratividade de talento”, avisa Edgar Sabino

Edgar Sabino acredita que ter “boas lideranças humanizadas e empáticas é fundamental” para criar ambientes de trabalho saudáveis e motivadores. Por outro lado, a flexibilidade é, especialmente desde a pandemia, um tema crucial. “Vemos os ventos do Oeste a falar do return to office, mas julgo que as organizações que optarem por esse caminho estão a criar uma barreira de atratividade de talento”, avisa.

A mensagem central é “não esperar pelo momento em que se perde o talento para reagir”, sublinha Inês Casaca. Saber ouvir as pessoas, compreender as suas expectativas e comunicar de forma clara e transparente são, acredita, ingredientes para mais sucesso na retenção de talento. “O equilíbrio é a palavra-chave disto. É conseguir ter preparação para as pessoas e capacidade de as ouvir, mas não esquecer que estamos a falar de empresas e os negócios têm de continuar a acontecer”, remata.

Assista, no vídeo abaixo, ao primeiro episódio completo do podcast Work Around, uma parceria do ECO com o GI Group Holding. Se preferir, ouça a versão podcast no Spotify e na Apple Podcasts.

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Trump anuncia que tarifas recíprocas e sobre setores avançam a 2 de abril

Presidente norte-americano não especificou como as taxas aduaneiras sobre setores vão ser aplicadas, nem se as taxas recíprocas vão acrescer ou ser incluídas nestas tarifas.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou no domingo que as tarifas recíprocas e as novas taxas sobre determinados setores, como o automóvel, vão entrar em vigor no próximo dia 2 de abril.

A falar aos jornalistas a bordo do Air Force One, o Presidente norte-americano adiantou que “em certos casos”, ambos os tipos de taxas seriam aplicados sobre bens estrangeiros importados para os EUA.

“Eles cobram-nos e nós cobramos-lhes”, disse, adiantando que, além disso, vai haver tarifas adicionais em carros, aço e alumínio.

Donald Trump manteve um tom agressivo, sinalizando que vai continuar a impor um regime assente em taxas aduaneiras mais elevadas, apesar da reação negativa dos mercados acionistas norte-americanos e das relações tensas com vários blocos económicos, que têm respondido às tarifas de norte-americanas com contramedidas.

A imposição de tarifas recíprocas com todos os parceiros comerciais, ou seja, igualando as taxas dos direitos aduaneiros cobrados por cada país na importação de produtos norte-americanos, foi anunciada em fevereiro. O princípio é de que os EUA cobrem a taxa máxima que outros países cobram aos seus produtos, embora continuem a faltar praticamente todos os detalhes acerca deste programa.

Trump disse ainda que quer preparar as principais indústrias dos EUA, incluindo automóveis, microprocessadores e produtos farmacêuticos, não tendo ficado claro se essas tarifas setoriais seriam incorporadas ou adicionadas ao regime tarifário recíproco.

“2 de abril é um dia libertador para o nosso país”, disse Trump. “Estamos a recuperar parte da riqueza que presidentes tolos cederam porque não tinham ideia do que estavam a fazer”, acrescentou.

Até agora já entraram em vigor taxas aduaneiras de 20% sobre os bens importados da China, assim como uma taxa de 25% sobre o aço e o alumínio e de 25% sobre as importações canadianas e mexicanas.

Na semana passada, Donald Trump ameaçou aplicar tarifas de 200% sobre “todos os vinhos, champanhe e produtos alcoólicos”. Uma medida que afetará diretamente o setor vinícola português, que tem nos EUA o segundo maior mercado de exportação, com exportações acima de 100 milhões de euros.

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Euribor a três meses cai para novo mínimo desde janeiro de 2023

  • Lusa
  • 17 Março 2025

Com as alterações desta segunda-feira, a taxa a três meses, que baixou para 2,456%, continuou acima da taxa a seis meses (2,422%) e da taxa a 12 meses (2,439%).

A Euribor desceu esta segunda-feira a três e a 12 meses em relação a sexta-feira, no prazo mais curto para um novo mínimo desde janeiro de 2023, e subiu a seis meses.

Com estas alterações, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter descido as taxas diretoras em 25 pontos base em 06 de março, a taxa a três meses, que baixou para 2,456%, continuou acima da taxa a seis meses (2,422%) e da taxa a 12 meses (2,439%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu esta segunda-feira para 2,422%, mais 0,007 pontos. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou para 2,439%, menos 0,012 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou esta segunda-feira, ao ser fixada em 2,456%, menos 0,022 pontos e um novo mínimo desde 23 de janeiro de 2023.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.

A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.

Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.

A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.

Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em 05 de março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril, numa altura em que os juros das dívidas soberanas estão a subir.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Nova câmara de comércio Canadá-Portugal quer impulsionar comércio e investimento

  • Lusa
  • 17 Março 2025

Cônsul honorário de Portugal em Edmonton, Alberta, considera que "Portugal está estrategicamente posicionado para se tornar um parceiro comercial mais forte do Canadá”.

A nova Câmara de Comércio e Indústria Canadá-Portugal quer reforçar os laços económicos entre os dois países e facilitar investimentos, numa altura em que as relações comerciais globais enfrentam desafios significativos.

“Agora, mais do que nunca, o Canadá precisa de diversificar as suas relações comerciais e reduzir a dependência dos EUA“, afirmou o presidente da câmara, Aurélio Fernandes.

O também cônsul honorário de Portugal em Edmonton, Alberta, no oeste do Canadá, acrescentou que “Portugal está estrategicamente posicionado para se tornar um parceiro comercial mais forte do Canadá e serve como uma porta de entrada natural para bens e serviços canadianos na Europa“.

O Canadá, historicamente dependente dos Estados Unidos como seu maior parceiro comercial, enfrenta um cenário de incerteza económica.

Desde a tomada de posse, em 20 de janeiro, o Presidente norte-americano, Donald Trump, tem anunciado a imposição de tarifas — nomeadamente ao Canadá, Panamá, México e aos países europeus –, desestabilizando os mercados e os aliados dos Estados Unidos.

“O crescimento da economia portuguesa tem sido notável, com um aumento real do PIB [Produto Interno Bruto] de 1,9% em 2024, superando a média da Zona Euro de 0,8%”, destacou o diretor da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) no Canadá.

“Com parcerias mais sólidas entre investidores canadianos e portugueses, ambas as economias podem beneficiar de uma maior diversificação comercial“, acrescentou Luís Sequeira.

A criação da nova câmara visa oferecer alternativas para empresas que procuram expandir a presença em mercados internacionais.

De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Canadá, em 2023, as exportações para Portugal totalizaram 3,7 mil milhões de dólares canadianos (2,35 mil milhões de euros), com aeronaves e peças, cereais e reatores nucleares entre os principais produtos enviados.

Do lado português, os produtos mais exportados para o Canadá incluíram medicamentos a granel, vinho, calçado de couro e têxteis para vestuário e uso doméstico.

A nova entidade trabalhará em estreita colaboração com a sua congénere em Lisboa e com a AICEP para dinamizar o fluxo de bens e serviços entre os dois países.

O lançamento oficial da câmara será realizado no dia 27 de março, no Consulado-Geral de Portugal em Montreal. A cerimónia contará com a presença do cônsul-geral Francisco Saraiva e do embaixador de Portugal no Canadá, António Leão Rocha.

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OCDE prevê desaceleração do crescimento global até 2026 e inflação elevada nos próximos dois anos

As mais recentes previsões da OCDE apontam para que o crescimento do PIB mundial desacelere de 3,2% em 2024 para 3,1% em 2025 e 3% em 2026, e que a inflação permaneça elevada este ano nos 3,8%.

O crescimento global continuará resiliente, mas a um ritmo mais moderado nos próximos anos, com desafios persistentes relacionados com a inflação e tensões geopolíticas, segundo as mais recentes previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgadas esta segunda-feira.

Segundo o relatório intercalar da OCDE intitulado “Navegar através da incerteza”, o crescimento da economia global deverá desacelerar nos próximos anos, passando de 3,2% em 2024 para 3,1% em 2025 (menos 0,2 pontos percentuais face às últimas previsões, que apontavam para 3,3%) e 3% em 2026 (menos 0,3 pontos percentuais face às anteriores estimativas). Além disso, aponta para que a inflação global se mantenha 0,3 pontos percentuais acima das previsões anteriores, atingindo 3,8% em 2025 e 3,2% em 2026.

De acordo as previsões dos técnicos da OCDE, o abrandamento do crescimento económico mundial resulta sobretudo do aumento das tensões comerciais e da crescente incerteza geopolítica e política, lê-se no documento elaborado sobre a coordenação de Álvaro Santos Pereira, economista-chefe da OCDE.

A OCDE salienta que “alterações significativas nas políticas comerciais, caso se mantenham, irão penalizar o crescimento global e aumentar a inflação”. Em particular, a imposição de tarifas adicionais entre os EUA e os seus parceiros comerciais mais próximos — Canadá e México — tem um impacto negativo significativo nestas economias devido à sua elevada abertura comercial e à estreita relação com os EUA.

A OCDE alerta para o risco de uma inflação persistentemente alta levar os bancos centrais a apertarem ainda mais as suas políticas monetárias, provocando uma significativa instabilidade financeira.

O relatório sublinha que o abrandamento do crescimento do PIB mundial será um reflexo das “barreiras comerciais mais elevadas em várias economias do G20” e de um “aumento da incerteza geopolítica e política que pesam sobre o investimento e o consumo das famílias”. Os técnicos da OCDE alertam ainda que estes efeitos negativos seriam menos severos se as tarifas anunciadas fossem reduzidas ou limitadas a uma gama mais restrita de bens.

Relativamente à inflação, as previsões são agora mais elevadas do que as anteriores estimativas. A OCDE projeta agora uma taxa de inflação global de 3,8% em 2025 e de 3,2% em 2026. Esta persistência inflacionista deve-se sobretudo à manutenção das pressões sobre os preços dos serviços devido a mercados laborais ainda “apertados” e ao aumento gradual dos preços dos bens importados devido às tarifas comerciais mais altas.

“As pressões inflacionistas continuam presentes em muitas economias. A inflação nos serviços permanece elevada, com mercados de trabalho apertados, enquanto a inflação dos bens está novamente a subir a partir de níveis muito baixos”, refere o relatório.

Fragmentação comercial ameaça economia global

Um dos riscos destacados pela OCDE é a possibilidade de uma maior fragmentação económica mundial com o aumento das barreiras comerciais. O relatório alerta que as medidas recentes como aumentos tarifários bilaterais entre os EUA e parceiros comerciais importantes como Canadá, México e China têm um impacto direto significativo no crescimento económico.

Segundo uma simulação apresentada no relatório, se os EUA aumentassem as tarifas bilaterais sobre todas as importações não relacionadas com matérias-primas em mais 10 pontos percentuais, com retaliações equivalentes por parte dos outros países, o PIB mundial poderia diminuir cerca de 0,3% até ao terceiro ano e a inflação mundial poderia aumentar 0,4 pontos percentuais por ano, em média, durante os primeiros três anos.

Neste cenário hipotético, segundo cálculos da OCDE, o comércio mundial diminuiria perto de 2%, com consequências negativas particularmente acentuadas para os EUA (-0,7%) e parceiros comerciais próximos como Canadá e México.

É necessária disciplina orçamental para garantir a sustentabilidade da dívida pública, preservar margem para reagir a futuros choques e gerar recursos para enfrentar grandes pressões atuais e futuras.

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

Relatório intercalar com as perspetivas económicas de março 2025

A OCDE alerta ainda para o risco de uma inflação persistentemente alta levar os bancos centrais a apertarem ainda mais as suas políticas monetárias, provocando uma significativa instabilidade financeira devido à reavaliação abrupta dos ativos financeiros.

Face aos desafios apontados no relatório intercalar divulgado esta segunda-feira, a OCDE recomenda aos governos um controlo rigoroso das finanças públicas para garantir a sustentabilidade da dívida pública. O documento sublinha a necessidade de preservar espaço orçamental para reagir a futuros choques económicos e enfrentar despesas crescentes relacionadas com envelhecimento populacional ou alterações climáticas.

“É necessária disciplina orçamental para garantir a sustentabilidade da dívida pública, preservar margem para reagir a futuros choques e gerar recursos para enfrentar grandes pressões atuais e futuras”, lê-se no documento.

Além disso, os analistas defendem que se evite uma escalada das barreiras comerciais através do diálogo multilateral. “Os governos precisam encontrar formas de abordar conjuntamente as suas preocupações dentro do sistema comercial global”, refere o documento da OCDE.

Outra recomendação chave passa pela adoção acelerada da inteligência artificial, considerada pela organização como essencial para melhorar significativamente a produtividade. Segundo estimativas recentes citadas no relatório, “tecnologias baseadas na inteligência artificial poderiam contribuir entre 0,4-0,9 pontos percentuais por ano ao crescimento médio anual da produtividade durante a próxima década.”

Para que tal aconteça eficazmente, a OCDE defende investimento público na infraestrutura digital rápida e programas de formação contínua que permitam aos trabalhadores adquirir competências digitais avançadas.

Num contexto marcado por tensões comerciais crescentes e uma inflação persistente acima das metas dos bancos centrais, as recomendações da OCDE apontam claramente para políticas prudentes por parte dos governos — tanto ao nível orçamental como ao nível das reformas estruturais — como forma essencial de mitigar riscos económicos globais significativos nos próximos anos.

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COTEC distingue 61 empresas pela inovação e reporte ESG. Líder avisa que exigências “vão aumentar”

A COTEC acaba de distinguir 61 empresas nacionais, a maioria pequenas e médias, pela inovação e práticas de reporte ESG. Apesar do alívio concedido pela UE, a COTEC conta que as exigências aumentem.

Há cinco anos que a COTEC – Associação Empresarial para a Inovação distribui a distinção “inovadora”. Em 2024, lançou o Inovadora Evolution, que alarga o âmbito da distinção, de forma a incluir boas práticas de reporte de sustentabilidade. Das 1.000 Inovadoras, 128 quiseram candidatar-se ao Inovadora Evolution, e 61 conseguiram este selo. O diretor-geral da COTEC, Jorge Portugal, acredita que, apesar do alívio recentemente proposto pela Comissão Europeia quanto ao reporte de sustentabilidade, a pressão nesta frente não irá esmorecer. Pelo contrário, conta que aumente, à boleia das exigências das empresas para as quais as exigências se mantêm e também dos bancos e dos investidores.

Para arrecadar o Inovadora Evolution, as empresas tinham de respeitar os Critérios Voluntários de Reporte se Sustentabilidade (VSME), desenvolvido a nível europeu. A COTEC pedia o preenchimento de 46 indicadores, relativamente aos anos de 2022 e 2023. As 61 empresas distinguidas preencheram todos os indicadores que se aplicavam ao seu caso.

A partir de agora [as vencedoras] vão poder incorporar nas decisões de gestão esses indicadores”, afirma Jorge Portugal. A diretiva, relembra, só obriga a reportar, e não à ação, mas desta forma cria-se “transparência e responsabilidade”, ao expor eventuais fragilidades que deverão ser colmatadas.

Durante o processo, as principais dificuldades identificadas foram a dispersão dos dados entre diferentes departamentos, sem um ponto de contacto único ou um documento centralizado Além disso, muitas variáveis não eram regularmente acompanhadas. “A ausência de processos estruturados e de sistemas internos integrados levou a um esforço significativo em termos de tempo e recursos para reunir os dados necessários”, afirma o líder da COTEC.

Entre as empresas que receberam a distinção, as pequenas representam 46%, enquanto as médias empresas correspondem a 43%. As Mid Cap (com volume de negócios acima de 50 milhões de euros) e XL (com volume de negócios acima de 250 milhões de euros) constituem, respetivamente 10% e 2% do total. Olhando a setores, 56% dos selos Inovadora Evolution couberam a empresas da indústria transformadora, seguidas das de Informação e Comunicação (10%) e das de Comércio (10%). Esta distribuição, explica a COTEC, está em tudo alinhada com a composição do grupo de empresas que recebeu o selo Inovadora anteriormente.

Em média, as empresas analisadas reduziram o consumo de energia em 14% entre 2022 e 2023, o consumo de água diminuiu 6% no mesmo período, a eletricidade renovável gerada subiu 7%. O gap salarial detetado é de 1,8%, mas o responsável da COTEC reconhece que será necessária uma análise mais profunda.

Omnibus não trava esforços, entende COTEC

Na ótica de Jorge Portugal, o pacote Omnibus, uma proposta europeia que promete simplificar a legislação quanto ao reporte de sustentabilidade, “não altera o espírito da diretiva”, apesar de cortar em 80% o número de empresas abrangidas e de atrasar em dois anos a implementação, que deveria acontecer este ano.

A expectativa e as exigências não vão parar. Vão aumentar.

Jorge Portugal

Diretor-geral da COTEC

Em relação ao corte, Jorge Portugal assume que “não é tão substancial como parece”, assumindo que a fatia de 20% de empresas que se mantém sobre escrutínio serão das mais poluidoras, pela dimensão. Ao mesmo tempo, admite que são estas que têm maior ascendente sobre as restantes, ao estarem a jusante da cadeia de valor, e tendo desta forma influência nas práticas dos seus fornecedores.

Quanto ao adiamento, a COTEC interpreta que, nos países que já transpuseram a diretiva, as obrigações de reporte mantêm-se, pelo menos até as alterações serem aprovadas a nível europeu. Portugal é um dos países que ainda não transpôs a diretiva. “Já devia ter começado”, acusa o líder da COTEC.

Independentemente das datas vinculativas que venham a ser definidas, Jorge Portugal acredita que as expectativas do mercado e dos bancos quanto à transparência nas métricas de sustentabilidade mantenham a pressão sobre as empresas, e que as maiores continuem a exigir dos seus fornecedores. “A expectativa e as exigências não vão parar. Vão aumentar”, defende.

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Consórcio liderado pela WLP ganha concurso internacional da ApexBrasil para a Europa

  • + M
  • 17 Março 2025

O consórcio é formado pela WLP, agência de comunicação liderada por Luís Bernardo, e pela SEC Newgate, presente em Portugal através da BA&N. Vai trabalhar a promoção do Brasil na Europa.

O consórcio formado pela agência Wonder Level Partners (WLP), de Luís Bernardo, e pela SEC Newgate, ganhou o concurso internacional para prestar “serviços de relações públicas e institucionais” da ApexBrasil na Europa, que será superior a um milhão de euros por ano. O objetivo passa pela promoção no continente europeu da imagem e reputação do Brasil como parceiro de negócio.

O contrato prevê a prestação de serviços globais de comunicação e de public affairs com especial incidência na Bélgica, França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha e no Reino Unido, mas estende-se ainda a outros mercados como a Áustria, Croácia, Chéquia, Dinamarca, Finlândia, Grécia, Hungria, Irlanda, Países Baixos, Polónia, Roménia, Suécia, Noruega e Suíça.

A WLP e SEC Newgate serão responsáveis por trabalhar na “promoção exterior do Brasil” em articulação com a sede da ApexBrasil, com a delegação de Bruxelas e a representação da instituição em Portugal, que é liderada por Paulo Matheus.

A ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) é a responsável pela “promoção dos produtos e serviços brasileiros no exterior e pela atração de investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira”, funcionado como equivalente ao AICEP português.

Integrando uma equipa de mais de 1.350 profissionais, o consórcio é formado pela WLP, agência de comunicação liderada por Luís Bernardo, e pela SEC Newgate, que está presente em Portugal através da sua afiliada BA&N, agência liderada por Armandino Geraldes.

Este é um grande desafio de afirmação internacional para a WLP e de enorme exigência, tendo em conta, o momento que se vive em que a Europa e o Brasil podem convergir em parcerias positivas para os respetivos povos, as economias e as nações dos dois lados do Atlântico, gerando novas parcerias internacionais, desde logo, a partir do acordo do Mercosul”, diz Luís Bernardo, CEO da WL Partners, citado em comunicado.

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Cuatrecasas assessora CUF na compra de 75% do grupo HPA Saúde

A equipa da Cuatrecasas envolvida na operação foi coordenada pelos advogados da área de Societário e M&A Alexandra M. Martins e Luís Miguel Cortes Martins.

A Cuatrecasas assessorou a CUF na aquisição de uma participação de 75% no grupo hospitalar português HPA Saúde. O contrato de aquisição entre os acionistas das duas empresas prevê o reforço dessa posição nos próximos quatro anos.

“Esta operação representa não apenas a união de duas organizações com vasta experiência na área da saúde, mas também uma oportunidade para fortalecer e expandir a qualidade dos serviços prestados. Acreditamos que esta parceria trará benefícios significativos para quem nos confia a sua saúde, assim como para os profissionais, de ambas as instituições, que poderão crescer num ambiente de colaboração, desenvolvimento e partilha de conhecimento”, afirmou o presidente executivo da CUF.

A equipa da Cuatrecasas envolvida na operação foi coordenada pelos advogados da área de Societário e M&A Alexandra M. Martins e Luís Miguel Cortes Martins. Contou ainda com a participação dos advogados Mariana Brazão, Gonçalo Bastos Lopes, Joana Silveira Botelho, Marisa Mirador, Miguel Pena Machete e Sandra Lima da Silveira.

Esta foi uma operação complexa do ponto de vista jurídico em que foi necessário alinhar vários interesses e ter em conta a complexidade do Grupo. O acordo alcançado permitirá manter o crescimento sustentado da CUF e traz evidentes benefícios para os utentes numa área tão sensível como a Saúde”, sublinha em comunicado Luís Miguel Cortes Martins.

O desfecho desta operação está subordinado à satisfação das condições habituais neste tipo de transação, entre as quais as necessárias autorizações regulatórias. Ao mesmo tempo, segundo a CUF, a conclusão do processo de aquisição da referida participação deverá ser “reforçada num horizonte de quatro anos”, e “depende da verificação de todas as condições previstas no acordo”.

Fundado em 1996, com a criação do Hospital Privado do Algarve, em Alvor, o Grupo HPA Saúde é constituído por cinco hospitais e dezassete clínicas, com maior presença no sul do país, nas zonas do Algarve e Alentejo, e também na Região Autónoma da Madeira.

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Julgamento da Operação Pretoriano arranca hoje no Porto

  • Lusa
  • 17 Março 2025

Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira e a mulher Sandra Madureira, vão começar a ser julgados no Porto.

Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira e a mulher Sandra Madureira, vão começar a ser julgados esta segunda-feira no Tribunal de São João Novo, no Porto.

A partir das 09h30, haverá lugar às declarações dos arguidos ao coletivo de juízes, caso assim o queiram, com continuação da parte da tarde, pelas 14h00, no primeiro dia do julgamento por uma alegada tentativa de os Super Dragões “criarem um clima de intimidação e medo” numa Assembleia Geral do FC Porto, para que fosse aprovada uma revisão estatutária “do interesse da direção” do clube, então liderada por Pinto da Costa, que morreu no dia 15 de fevereiro.

O histórico dirigente viria a ser derrotado em eleições, por André Villas-Boas, e os Super Dragões envolvidos noutra operação, ‘Bilhete Dourado’.

Após a fase instrutória, o tribunal decidiu levar a julgamento todos os arguidos nos exatos termos da acusação deduzida pelo Ministério Público (MP), alegando que a prova documental, testemunhal e pericial é forte.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação.

Entre a dúzia de arguidos, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, a medida de coação mais forte, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases, incluindo Sandra Madureira, Fernando Saul, Vítor Catão ou Hugo Carneiro, igualmente com ligações à claque.

Na terça-feira, pelas 09h30, será a vez dos legais representantes dos três assistentes do processo, FC Porto, SAD dos ‘dragões’ e Henrique Ramos, seguidos das primeiras testemunhas a serem ouvidas, prosseguindo o julgamento na quinta-feira.

O julgamento continua em 24 e 25 de março, estando também agendadas sessões para abril e maio.

Na contestação, Fernando Madureira e Sandra Madureira apresentaram um rol de 54 testemunhas, mas a juíza frisou que o máximo é de 20, podendo, tal número, ser ultrapassado caso seja requerido ou justificado.

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A assumir o cargo de head of brand da Miele a nível ibérico, Ana Ferreira, na primeira pessoa

Tendo assumido o cargo de head of brand da estratégia da Miele no início de março, Ana Ferreira considera que este é o maior desafio da sua carreira. Adora viagens e novas experiências.

Prestes a atingir a maioridade na Miele, Ana Ferreira, até agora marketing communications manager da marca em Portugal, assume o cargo de head of brand tanto para o mercado português como espanhol. A tarefa é desenvolver uma “estratégia de proximidade” com os consumidores dos dois mercados, “alinhada com os objetivos da Miele enquanto marca premium”.

Tendo assumido a responsabilidade ibérica no início de março, Ana Ferreira explica que este desafio surge no seguimento de uma reestruturação que está a ser desenvolvida pela empresa a nível internacional para dar “cada vez mais espaço a especialistas dentro da empresa para embarcarem num plano de carreira mais desafiante e também com funções que possam ir além do seu próprio mercado”.

No seu caso, os objetivos prendem-se sobretudo com o aumento da notoriedade e desejo da marca junto dos consumidores. “Eu diria que são estes os dois grandes objetivos desta minha nova função, com olhos postos em Portugal e em Espanha, de forma a fazer crescer a marca e levá-la a ser mais conhecida e mais desejada pelos consumidores“, explica em conversa com o +M.

Criada há 125 anos na Alemanha, a Miele continua a apostar numa estratégia assente no slogan “sempre melhor”.

Exploramos muito esta relação que a Miele quer, e tem vindo a ter, com os seus consumidores, que é uma relação duradoura, tal como os seus eletrodomésticos. Uma relação que, quando começa dificilmente termina. É um relacionamento para a vida, porque quem tem equipamentos da Miele vai sempre querer ter outros equipamentos da marca. Inclusive, estes equipamentos fazem parte durante tanto tempo da vida das famílias e dos consumidores que, quando chegam ao fim da sua vida útil, é quase como se tivesse de haver um desapego de alguém ou elemento que fez parte do seu percurso”, diz Ana Ferreira.

Este eixo de comunicação que explora o lado emocional e relacional da marca com os consumidores “é, sem dúvida, um caminho que temos vindo a fazer e que vamos continuar a fazer como forma de nos conectarmos e ligarmos cada vez mais aos consumidores, tanto em Portugal como em Espanha”, avança a responsável de 44 anos.

Isto porque “acreditamos que as marcas cada vez mais têm de ter este lado emocional e de acompanhar a vida do consumidor, de serem próximas e vistas pelos consumidores quase como parte da família e das suas vidas“, acrescenta.

Sendo uma marca para lá de centenária, a Miele “tem vindo a adaptar-se” às diversas mudanças do consumidor e do negócio ao longo dos anos, observa Ana Ferreira. Mas, “com a chegada de gerações que são muito mais desafiadoras e que se calhar não se regem pelos mesmos valores dos consumidores de há alguns anos, é um facto que a notoriedade da marca teve de ser trabalhada também para nos aproximarmos dessas gerações, sempre com vista a ser uma marca que se adapta ao consumidor“.

“Em Portugal temos feito um caminho de crescimento, portanto não há aqui um decréscimo de notoriedade. Em Espanha estamos também a trabalhar para aumentar a notoriedade e a cada ano também temos conseguido fazer esse caminho positivo”, diz Ana Ferreira, avançando que a marca tem registado um incremento tanto a nível de notoriedade como de negócios, tendo fechado 2024 com um crescimento de negócio em Portugal na ordem dos 9%.

Na sua nova equipa, a responsável pelo marketing e comunicação da marca alemã em Portugal e Espanha, conta com outras seis pessoas, que trabalham em diversos níveis, seja no de comunicação, trade marketing ou até formação dos distribuidores.

Ao nível de agências, a marca trabalha em Portugal com a Taylor, em termos de relações públicas e com a Publicis como agência de meios, através de um contrato celebrado a nível internacional. Tratando-se de uma marca multinacional, muitas das suas campanhas são desenvolvidas a nível internacional, pelo que acaba por “não haver muito espaço” para as agências criativas. “É um próximo passo, conseguirmos também ser mais próximos do consumidor no país onde estamos a atuar“, diz Ana Ferreira.

Ana Ferreira vive em Lisboa, em Campo de Ourique, mas as suas origens são de Sever do Vouga, um pequena vila do distrito de Aveiro, onde nasceu e viveu até à idade adulta, quando partiu para Coimbra, para estudar, antes de ir para Lisboa continuar os estudos e começar a trilhar o seu percurso profissional.

Para si, na verdade, “sempre foi muito claro” que queria fazer o caminho de sair de um meio pequeno, por muito que goste sempre de voltar a Sever do Vouga. “Queria um percurso profissional diferente daquele que me seria permitido numa vila com três mil habitantes“, aponta.

Este foi um caminho natural porque já me estava de alguma forma incutido em mim que queria fazer esta saída e desvincular-me um pouco dos amigos e família nessa zona, e quando surgiu a possibilidade de continuar os meus estudos em Lisboa não pensei duas vezes“, diz.

O seu sonho passava por ser diplomata, algo que acabou por não se concretizar, mas que transparece um pouco na sua atual função. “Sinto que não fui diplomata mas que tenho um lado diplomata em mim, que o marketing também me permite trabalhar, de criar relações, trabalhar o networking, sair da zona de conforto e ter de lidar com diversas situações, pessoas e perfis“, aponta.

Em termos de tempos livres, a sua paixão passa pelas viagens e tudo o que tenha a ver com experimentar novas experiências, sejam gastronómicas ou culturais. “Gosto muito de explorar este lado relacional da minha vida, embora também goste de estar sozinha e do meu mundo. Sou um misto destas duas facetas, uma social que quer estar rodeada de pessoas e outra que gosta de ter o seu sítio, como um refúgio, que é a minha casa, e que acaba por ser bom para repor energias e proporcionar um equilíbrio entre este lado profissional e social”, refere.

Hoje em dia tem procurado conhecer em Lisboa os restaurantes que antes eram “pequenas tasquinhas portuguesas e que estão a ser reinventadas por pessoas que querem dar uma nova cara ou abordagem à culinária portuguesa”. “Estou fã de conhecer esses sítios, há sítios no centro de Lisboa que merecem muito uma visita e esse tem também sido um bocadinho o meu hobbie, têm sido descobertas muito interessantes”, acrescenta.

Vir de um meio pequeno e ter de se adaptar a uma cidade e a uma forma de viver que não conhecia foi, até agora, o grande desafio da sua vida. Já em termos profissionais, acredita que o grande desafio é o que se lhe apresenta agora, de liderar a marca em “dois mercados com características muito diferentes”. “Embora estejamos próximos, entre Portugal e Espanha temos as nossas diferenças, e o grande desafio vai ser adaptar a comunicação e estratégia da marca a dois consumidores com perfis relativamente distintos“, diz.

Ana Ferreira em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?
A nível nacional, mulheres que marcam da L’Oreal, que celebrou mulheres inspiradoras do país. Já a nível internacional, as campanhas da Apple, como “Shot on iPhone”, pela simplicidade e poder emocional que transformam os consumidores em embaixadores da marca.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Saber quando mudar a estratégia – entre insistir numa abordagem ou reinventar-se sem perder a essência da marca.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

O consumidor e entender as suas necessidades e como a marca pode acrescentar valor real.

4 – O briefing ideal deve…

Ser claro, inspirador e desafiante. Deve definir bem os objetivos e deixar espaço para criatividade.

5 – E a agência ideal é aquela que…

Compreende a marca como se fosse sua e desafia o cliente a pensar além do óbvio.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Arriscar com estratégia. Marcas memoráveis são feitas de coragem, mas sempre com uma visão bem estruturada.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Criaria uma experiência imersiva de marca, combinando inovação, storytelling e sustentabilidade.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Criativa e emotiva, mas ainda com potencial para ser mais ousada e disruptiva.

9 – Construção de marca é?

Consistência, relevância e conexão emocional com o consumidor.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Diplomata, porque envolve estratégia, comunicação e a capacidade de construir relações sólidas, tal como no marketing.

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Imigrantes podem pedir números de identificação de uma só vez e ganham acesso à Chave Móvel Digital

  • Lusa
  • 17 Março 2025

Imigrantes passam a poder solicitar, num único pedido, o Número de Identificação Fiscal (NIF), o Número de Identificação da Segurança Social (NISS) e o Número Nacional de Utente (NNU).

Os cidadãos estrangeiros com a situação regular em Portugal passam a poder, a partir desta segunda-feira, fazer os pedidos dos números de identificação de uma só vez, diminuindo a pressão sobre os serviços de atendimento.

É uma medida importante porque simplifica a vida das pessoas” e “permite que, em vez de ir a três serviços públicos diferentes, o cidadão possa só presencialmente ir a um ou possa fazer comodamente em casa, porque este serviço também dá para fazer em casa”, através da chave móvel digital, afirmou à Lusa a ministra da Juventude e da Modernização, Margarida Balseiro Lopes.

A partir desta segunda-feira, é possível “solicitar, num único pedido, o Número de Identificação Fiscal (NIF), o Número de Identificação da Segurança Social (NISS) e o Número Nacional de Utente (NNU)”, refere o Governo, em comunicado.

Hoje, às 12 horas, a ministra e o ministro da Presidência vão ao espaço Cidadão de Loures para ver o funcionamento do sistema, que está disponível em outros nove locais semelhantes do país e via internet, para quem tenha chave móvel digital. “Num único pedido, sem sequer ter de ir presencialmente”, posso “resolver um problema burocrático complexo”, recebendo depois os dados por mail.

“Ao pouparmos estas pessoas de virem presencialmente a estas lojas e a estes serviços públicos, nós estamos também a garantir que não sobrecarregamos o trabalho e a vida das pessoas que trabalham nestes espaços, que muitas vezes se veem a mãos com uma enorme pressão pelo número de pessoas que procuram estes serviços públicos“, explicou a ministra.

Esta medida “destina-se a cidadãos estrangeiros, que não tenham cartão de cidadão e que tenham já autorização de residência ou já a tenham solicitado, que tenham nacionalidade de um país da União Europeia, que tenham requerido proteção internacional” ou seja, já ser titular do estatuto de refugiado ou beneficiário de proteção internacional, alertou a governante.

Na página online gov.pt, já está disponível um assistente virtual de conversação para esclarecer dúvidas em 12 línguas diferentes.

Esse “é outro problema que nós temos em Portugal, porque temos muitos cidadãos que não falam ainda português e que também têm dificuldade em ter acesso a estas informações por causa da barreira linguística”, reconheceu a governante.

A partir de agora, “a assistente virtual diz todos os passinhos que a pessoa tem de seguir” para pedir os números de identificação na sua relação com o Estado e indica a que “espaço de cidadão é que se pode dirigir”.

Este serviço está disponível em 10 espaços cidadão em todo o país (Braga, Cascais, Lisboa, Olhão, Lagos, Setúbal, Porto, Loures, Oeiras ou Faro).

Este modelo de simplificação estava previsto no Plano para as Migrações anunciado em junho do ano passado pelo Governo e era uma das medidas Simplex previstas. A medida “obrigou a um trabalho de articulação entre várias entidades, porque nós estamos a simplificar a vida das pessoas”, mas exigiu a conjugação de esforços de organizações como a Agência para a Integração, Migrações e Asilo, a Agência de Modernização Administrativa, a Autoridade Tributária, serviços de saúde e da segurança social, entre outros.

Segundo o Governo, “esta medida terá um duplo efeito positivo: simplificará a obtenção destes números de identificação por parte dos cidadãos estrangeiros e, ao mesmo tempo, melhorará a eficiência dos serviços públicos para servir todos os cidadãos, diminuindo a pressão sobre o atendimento presencial”.

Para já, o sistema só é possível em 10 espaços cidadão, mas o objetivo é que seja “progressivamente alargado a toda a rede, que hoje conta com mais de 930 Espaços”.

Além do atendimento presencial, as informações sobre o processo estão também acessíveis telefonicamente através da Linha Cidadão (210 489 010) ou no Portal Único de Serviços Digitais, gov.pt.

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Como tornar o setor metalúrgico e metalomecânico mais sustentável?

  • Capital Verde
  • 17 Março 2025

O quarto e último Think Tank é dedicado ao setor metalúrgico e metalomecânico. ECO é Media Partner.

Fruto de uma iniciativa conjunta da Helexia Portugal com a Deloitte, a PLMJ e o ECO como media partner, os Think Tanks têm por objetivo discutir como a inovação energética pode contribuir para a competitividade nos setores do Retalho, Turismo, Agroindústria e Indústria Metalomecânica.

O quarto e último Think Tank é dedicado ao setor metalúrgico e metalomecânico.

A metalomecânica, essencial para a transformação de metais em produtos como máquinas, veículos e equipamentos, é um dos pilares da economia global. Em Portugal, este setor destaca-se como um dos maiores exportadores, contribuindo significativamente para a economia nacional. No entanto, enfrenta desafios e oportunidades que moldarão o seu futuro. A guerra comercial, marcada pela imposição de tarifas entre grandes economias como EUA e China, tem gerado incertezas no mercado global.

A descarbonização e a economia circular representam oportunidades significativas para o setor metalomecânico. A descarbonização, que envolve a redução das emissões de carbono, é essencial para combater as mudanças climáticas e promover um ambiente mais sustentável. Por outro lado, a economia circular propõe um modelo onde os produtos e materiais são reutilizados e reciclados, minimizando o desperdício.

Este Think Tank terá por base um case study, elaborado em conjunto pela Helexia Portugal, Deloitte e PLMJ, a que pode ter acesso neste link.

Oradores:

Inês Costa, Associate Partner | Sustainability – Deloitte
Madalena Perestrelo de Oliveira, Consultora Sénior PLMJ
Luis Pinho, Helexia Country Director Portugal
Pedro Teixeira, Partner & CEO | FAPRICELA GROUP

Moderador: André Veríssimo, Subdiretor do ECO

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