O dia em direto nos mercados e na economia – 25 de novembro

  • ECO
  • 25 Novembro 2024

Ao longo desta segunda-feira, 25 de novembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Emilio Sánchez Vicario elogia a grandeza, a humildade e a dedicação de Rafa Nadal

  • Servimedia
  • 25 Novembro 2024

Um “super-herói” que se mostrou ao mundo através do ténis, marcando uma era e deixando um legado que nem os jogadores mais experientes tinham conseguido alcançar, afirma Emilio Sánchez.

Num artigo publicado no seu blogue, Sánchez Vicario revê em pormenor a carreira do tenista de Manacor, na altura da sua reforma, e os momentos partilhados com ele, centrando-se na grandeza que o tornou único ou quase “extraterrestre”, ao quebrar barreiras no mundo do ténis.

Recorda que, sob a orientação do seu tio Toni, que o treinou no ténis, trabalhou também um pilar fundamental, a mente: “Concentrou-se principalmente em criar um guerreiro que pudesse crescer quando a adversidade era maior; conseguiu trabalhar a mente para que as emoções não se transformassem em frustração, para conseguir simplicidade nos padrões táticos e para que o seu físico e mente se tornassem privilegiados, repetindo e repetindo até criar hábitos de comportamento”, escreve Sánchez Vicario.

O também fundador da Academia Emilio Sánchez recorda o momento em que assumiu as rédeas da equipa espanhola da Taça Davis. “Compreendi o outro Rafa quando conheci a sua mãe, que era a peça que completava o puzzle. A mãe trouxe humildade, proximidade, gentileza, era o oposto da personalidade do pai, e a combinação resultante é o Rafa”.

Neste sentido, Sánchez Vicario recorda que Rafa é também a soma de todos, dos seus pais, do seu fisioterapeuta Maymó, do seu médico Ruiz-Cotorro, do seu empresário Costa e do seu tio Toni.

A FORMAÇÃO, UMA EXPERIÊNCIA

No artigo, Sánchez Vicario sublinha também que treinar com Rafa Nadal é quase como jogar uma final. “Rafa tem sido o exemplo de como treinar com a máxima intensidade, não há uma jogada em que não se concentre ao máximo, a sua concentração e esforço são tais que raramente o vemos a não escolher bem o seu repertório. Ele começa a 100% em cada pancada, em cada ponto, em cada jogo, em cada set, em todo o jogo”.

Para o tenista espanhol, a grandeza de Rafa Nadal é difícil de resumir, é como um estado excecional de desempenho e superioridade em todos os momentos da batalha, encontrando a forma de ser melhor do que os outros nos momentos-chave dos jogos.

Sánchez Vicario, que se declara fã de Rafa, explica que o é devido à sua própria grandeza. “Os seus 4 C’s: condição, cabeça, coração e coragem”, acrescenta. “A partir de agora, mesmo que já não jogue, ficará o seu legado, a sua maneira de ser, a sua filosofia e os seus superpoderes, que podem ser ensinados. Ele tem diante de si um novo desafio na sua vida, ele vai certamente encontrar maneiras de continuar a fazer a diferença”.

Emilio Sánchez Vicario termina o seu artigo com um agradecimento a Nadal, por lhe ter permitido aprender e inspirar-nos a todos. “Hoje não é um dia de despedida, porque ao ver-te a torcer na Taça Davis nestes dias, sei que ainda estarás por perto e que poderás levar esta grandeza a tantas outras coisas que fazes.

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“Um terço de toda a comida produzida no mundo é desperdiçada”

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  • 25 Novembro 2024

Luís Almeida Capão, diretor de ambiente e sustentabilidade na Câmara Municipal de Cascais, aponta alteração de comportamentos como caminho. Desperdício alimentar custa 940 mil milhões por ano.

Quando o tema são as alterações climáticas, a poluição ou o desperdício alimentar, os dados tendem a ser pouco animadores. E não é para menos: todos os anos, são deitadas ao lixo mais de 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos, com um custo económico associado de 940 mil milhões de dólares por ano. “Há comida suficiente no mundo para alimentar toda a gente. Reduzir o desperdício é a forma mais efetiva de cada indivíduo contribuir”, sublinhou Luís Almeida Capão, diretor de ambiente e sustentabilidade na Câmara Municipal de Cascais, durante a conferência da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos, que decorreu quinta-feira em Cascais.

Luís Almeida Capão, Diretor Municipal de Ambiente e Sustentabilidade da Câmara Municipal de Cascais

A iniciativa, organizada pela Cascais Ambiente com o ECO como media partner, contou com a participação de especialistas e representantes de diferentes setores de atividade, bem como com uma intervenção de Carlos Carreiras. “Acima de tudo, o que estamos todos a discutir é uma alteração comportamental e coletiva. Isso não é fácil de fazer, isso demora o seu tempo”, avisou o presidente da Câmara Municipal de Cascais. Para o autarca, cujo mandato tem sido marcado por uma forte aposta na sustentabilidade do município, é preciso envolver a comunidade em torno deste assunto e mostrar que as consequências da inação afetam todos, incluindo aqueles que nos são mais próximos.

A grande alteração comportamental é que já começa a afetar as fotografias que temos no móvel da sala. São pessoas reais e aí já há uma relação pessoal”, aponta, identificando esta como uma estratégia que deve ser seguida para mobilizar a população.

Apesar das naturais dificuldades na mudança de comportamentos, quem vive, trabalha e estuda em Cascais tem vindo a aderir às iniciativas de sustentabilidade promovidas pela autarquia. Luís Almeida Capão revelou que, atualmente, cada família produz 23 quilos de resíduos semanalmente, mas este número pode ser drasticamente reduzido. “Sabemos que, se toda a população de cascais realizasse a separação correta de materiais recicláveis e dos biorresíduos, o desperdício destinado a aterros poderia ser reduzido em 83%”, assegurou o responsável. Isto significaria passar de 23 quilos por semana para cerca de quatro quilos.

"Temos de passar a usar a matéria-prima uma, duas, três, quatro vezes. É toda uma alteração de filosofia na utilização de recursos que é preciso mudar”

Emídio Sousa, Secretário de Estado do Ambiente

Emídio Sousa, secretário de Estado do Ambiente, reconhece que “temos um desafio tremendo em Portugal”. “Temos todo o setor dos resíduos numa situação difícil porque vamos ter o esgotamento dos nossos aterros em 2027 e temos toda uma necessidade de encontrar novas soluções”, avisou, lembrando que que é preciso apostar mais na prevenção de resíduos. “Temos de passar a usar a matéria-prima uma, duas, três, quatro vezes. É toda uma alteração de filosofia na utilização de recursos que é preciso mudar”, sugeriu ainda.

Desperdiçar menos, dia após dia

No âmbito da Semana Europeia de Prevenção de Resíduos, Francesco Lembo, secretário-geral a ACR+ – Associação de Cidades e Regiões, explicou que a instituição que representa tem procurado “apoiar a transição para a economia circular e a gestão sustentável na Europa há cerca de 30 anos”. Para Lembo, é crucial implementar “políticas de redução e de consumo” e “quebrar silos” para potenciar a colaboração e, com isso, encontrar novas soluções. Na última edição da iniciativa, em 2023, a associação conseguiu realizar mais de 14 mil ações em 29 países europeus.

O tema do desperdício alimentar foi debatido por um painel de especialistas que juntou Hunter Halder (Refood), Guilherme Gonçalves (MC Sonae Continente), Eduardo Diniz (Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar) e Fernanda Santos (DECO). Os participantes são unânimes a identificar a sensibilização como uma das medidas em que é preciso insistir mais. “Em termos de educação, há muito interesse por parte das escolas, nomeadamente por via da cidadania. Contudo, acabam sempre por faltar recursos para poder fazer um trabalho maior e com maior envolvimento com a escola”, lamenta a coordenadora do departamento de formação e educação da DECO.

Painel: Desperdício Alimentar (grande tema EWWR 2024)

Se com as crianças é facil falar de sustentabilidade e instá-las a alterar comportamentos, “com os adultos há mais dificuldade”. “Tem de haver fortes campanhas informativas sobre serem os consumidores, nas suas próprias casas, responsáveis por mais de 50% dos resíduos”, avisa.

O fundador do projeto Refood – que recolhe excedentes alimentares em restaurantes e outros estabelecimentos semelhantes para depois entregar a quem precisa – diz, porém, que “há uma evolução considerável nas pessoas e nas empresas” desde o início da iniciativa. Existe, porém, espaço para melhorar: desde logo no alcance da entidade, que está apenas em 62 freguesias nacionais, e também num sistema que “desincentive deitar fora comida e incentive a doação”.

Na distribuição, também se verificou uma evolução. Guilherme Gonçalves, gestor de projetos de I&D e Inovação da Sonae MC Continente, lembra as já conhecidas “etiquetas cor-de-rosa” que identificam produtos perto do final da validade e os vendem com desconto. “A Sonae foi das primeiras empresas no mundo a usar estas etiquetas. No ano passado, doámos o equivalente a 30 milhões de euros em produtos a entidades como a Refood”, destacou ainda.

O peixe e a carne são produtos mais difíceis de doar porque têm responsabilidade associada”, assinalou Eduardo Diniz. O responsável pela Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar recordou que o país está obrigado, no seio da União Europeia (UE), a reduzir o desperdício alimentar e que é preciso investir para conseguir fazê-lo. “O nosso melhor sucesso é acabarmos com os nossos cargos”, apontou.

Quanta comida deitou fora hoje?

A resposta à pergunta surpreenderia pela realidade dos números, que indica que “Portugal é, neste momento, o terceiro país da UE em que se regista maior desperdício alimentar”. Sara Correia, engenheira ambiental da Associação Zero, diz que cada português deita fora, anualmente, cerca de 184 quilos de comida, um valor acima da média europeia (132 quilos/habitante/ano). “Enquanto uns desperdiçam muito, outros não têm a possibilidade de ter duas refeições diárias”, critica. As metas da UE são claras: reduzir 55% até 2025, 60% até 2030 e 65% até 2035.

A Zero juntou-se à iniciativa internacional Zero Waste, que tem como objetivo a promoção da economia circular e “conservar e recuperar os recursos” sempre que possível. A associação está a apoiar tecnicamente as cidades que queiram aderir e ostentar o selo Lixo Zero, ficando obrigadas ao cumprimento de objetivos para 2030. “Há um processo de pré-certificação que demora três anos”, explicou.

Prevenir é palavra de ordem

A prevenção de resíduos é uma das preocupações centrais da Smart Waste Portugal, representada no evento pela sua diretora-executiva, Luísa Magalhães. “Do lado da indústria, sentimos que temas como o eco design estão na ordem do dia. A questão do passaporte de produtos e materiais é uma questão que também preocupa”, assinalou durante o painel dedicado a este tema. Participaram ainda Luís Almeida Capão, Nuno Soares (Tratolixo) e Pedro Nazareth (Electrão).

Passámos a recolher unidades [de equipamentos elétricos e eletrónicos] na casa do cidadão, identificando o seu estado de operação, o que nos permite fazer inspeção e verificação. Alguns desses equipamentos estão a ser utilizados”, assegura Nazareth. Só este ano, a empresa já contabilizou 500 toneladas de equipamentos que passaram pelo seu centro de reutilização. A par deste novo projeto, surgiu recentemente o ondedoar.pt, uma plataforma que faz “encontrar a oferta e a procura para bens doados”, fazendo com que cheguem a instituições de solidariedade social.

Painel: A Prevenção na Cadeia de Valor dos Resíduos

Ainda no digital, a Smart Waste Portugal tem um marketplace online para resíduos e subprodutos, a MyWaste, mas a tarefa não tem sido fácil “por causa das barreiras culturais”. Já a Vidro+ é uma ferramenta que tem como objetivo promover a circularidade das embalagens de vidro em Portugal, uma área em que o país compara mal com a Europa. “O vidro tem um problema enorme, porque a nível de recolha e reciclagem está muito abaixo da média europeia”, afirma Luísa Magalhães.

A Tratolixo – que tem operações de recolha seletiva em Cascais, Oeiras, Mafra e Sintra – iniciou um projeto com os quatro municípios onde tem presença para a recolha seletiva de biorresíduos, que passou a ser obrigatória desde o início do ano. “Os biorresíduos são 55% daquilo que recolhemos”, aponta Nuno Soares, que explica que esta iniciativa permite poupar dinheiro aos cofres públicos e emissões de CO2 para o planeta. “As poupanças para os quatro municípios são na ordem dos cinco milhões de euros por ano”, aponta, o que se traduz em menos 300 mil metros cúbicos de água gasta, menos 850 mil litros de combustível e menos 2,2 milhões de quilos de CO2.

Comunicar pela positiva

Mudar comportamentos implica tempo, mas há fatores que podem contribuir para uma transmissão mais eficaz de mensagens relacionadas com a sustentabilidade, assegura Catarina Barreiros. A fundadora e CEO da Loja do Zero sugere que se “desligue a superioridade moral” quando se fala de assuntos ambientais, mas também que se seja muito transparente e suportado por factos. “Quando somos demasiado otimistas podemos deixar de conferir à pessoa que está a ouvir a importância da ação. Não podemos dizer “o mundo está a arder, mas não faz mal porque temos extintores””, afirma a ativista.

Para Catarina Barreiros, é fundamental que empresas e instituições procurem envolver a comunidade na jornada da sustentabilidade, explicando as medidas que tomam e, sobretudo, as razões que levaram a essa decisão. “Quando somos radicalmente transparentes, damos às pessoas uma oportunidade de compreenderem o nosso lado”, acredita.

Assista o vídeo na íntegra aqui:

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TÜV SÜD reforça o seu compromisso com a formação e a segurança com um novo centro de formação em Burgos

  • Servimedia
  • 25 Novembro 2024

A TÜV SÜD adquiriu recentemente a empresa CTVA, especializada na área da segurança de máquinas, anunciou a abertura de um centro de formação técnica nas instalações da CTVA em Burgos.

Segundo a empresa, este novo “tecnocentro” oferecerá formação teórica e prática de qualidade a empresas e profissionais no domínio da segurança das máquinas, com modelos reais e formadores altamente experientes. O centro proporcionará uma oferta de formação completa e especializada, perfeita para os profissionais que procuram atualizar os seus conhecimentos ou adquirir novas competências num setor em constante evolução.

Entre os cursos de formação disponíveis encontram-se Segurança e regulamentação aplicável às máquinas, Avaliação de riscos UNE EN 12100, Dispositivos eletrónicos de segurança, Segurança em células robóticas, Segurança em robôs colaborativos, Segurança em AMR e AGV, Segurança funcional ISO 13849, Software de sistema, Verificação e validação de funções de segurança, etc.

Os programas de formação do TÜV SÜD Technocentre são concebidos para se adaptarem às necessidades específicas de cada profissional e baseiam-se nas diretivas e outras normas aplicáveis. A formação pode ser efetuada no local, no centro de Burgos, ou nas instalações das empresas interessadas.

Ricardo Marcos, Diretor de Segurança de Máquinas da TÜV SÜD, explicou que “este novo centro de formação em Burgos representa um passo importante no nosso compromisso com a segurança e o desenvolvimento de competências no setor. Na TÜV SÜD, acreditamos que a formação prática, especialmente em temas tão críticos como a segurança das máquinas e a prevenção de riscos, é essencial para garantir ambientes de trabalho seguros e para cumprir os mais elevados padrões de qualidade”.

Com esta nova abertura, a empresa afirmou que a TÜV SÜD e o CTVA “reforçam” o seu compromisso com a segurança e a formação de profissionais em toda a Espanha, “reafirmando a sua missão de proporcionar formação de alta qualidade para promover ambientes de trabalho seguros e eficientes”.

 

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Mais um imóvel para a Ordem dos Advogados: 2,5 milhões para instalações no Porto

Para além do imóvel para instalações do Conselho Geral no valor de 3,4 milhões, o orçamento da Ordem prevê ainda um investimento de 2,5 milhões para a nova sede do Conselho Regional do Porto.

A bastonária da Ordem dos Advogados (OA), Fernanda de Almeida Pinheiro, revelou que em 2025 a OA vai investir 2,5 milhões de euros para as novas instalações do Conselho Regional do Porto. O anúncio foi feito na última assembleia geral extraordinária, realizada na passada segunda-feira.

Este investimento está previsto no Plano de Atividades e Orçamento para 2025 (página 15). Questionada pelo ECO, a bastonária remeteu explicações para o Conselho Regional do Porto.

A este investimento junta-se o do imóvel para novas instalações do Conselho Geral da OA, liderado pela bastonária, e que “deverá ser financiado na sua totalidade por saldos próprios do Conselho Geral, ao contrário do que foi apresentado no orçamento anterior, em que parcialmente se recorria a financiamento bancário”. O edifício situa-se na Av. Gago Coutinho, em Lisboa e custará aos cofres dos advogados cerca de 3,4 milhões de euros.

“Por uma questão de prudência, visto não existir data de concretização de aquisição de instalações complementares, mantém-se igualmente neste orçamento a necessidade de aquisição de um imóvel que satisfaça as prementes necessidades da Ordem dos Advogados”, pode ler-se no documento. Esta referência está incluída no capítulo das “despesas de investimento” que incluem a “aquisição de hardware, equipamento eletrónico, software, outro tipo de equipamento ou obras de benfeitoria ou construção” (ver quadro abaixo).

“Estas despesas decorrem da necessidade de melhorar o cumprimento pela Ordem dos Advogados das suas obrigações legais, nomeadamente, no que respeita à qualidade da informação prestada ao Estado, nas diversas vertentes em que a mesma é efetuada, bem como melhorar qualidade dos serviços que a Ordem dos Advogados presta aos seus associados, através da substituição de soluções informáticas que estão na base do funcionamento dos serviços ou que constituem a fonte de informação dos Advogados, já obsoletas e incapazes de proporcionar um tratamento da informação com a qualidade, celeridade e rigor que se impõem, por novas aplicações, desenvolvidas à medida das necessidades da Ordem dos Advogados”, explica a OA.

Em janeiro, a bastonária da Ordem dos Advogados (OA) – e o seu Conselho Geral – anunciaram a compra de um edifício na Av. Gago Coutinho, em Lisboa, para acomodar alguns serviços da OA. Para isso, o Orçamento para 2024 estimava que, com esta aquisição, se gastasse 3,4 milhões de euros. Feitas as contas, o valor para esse investimento na aquisição de um novo imóvel seria de 3,1 milhões para a compra em si e 300 mil euros para as obras de adaptação do novo espaço.

Uma despesa não foi bem vista com bons olhos pelo Conselho Fiscal da OA. No parecer desta proposta, o presidente Pedro Madeira de Brito, explicava que “o Conselho Fiscal manifesta alguma preocupação com o facto do saldo orçamental global ser negativo e estar-se a consumir as reservas de tesouraria acumuladas e bem assim, com a assunção de encargos futuros com a contratualização de financiamento bancário, para além de não ter sido efetuada uma demonstração de custo benefício da opção tomada e do seu efeito no médio prazo”. Compete ao CF acompanhar e controlar a gestão financeira da Ordem dos Advogados bem como dar pareceres, fiscalizar e pronunciar-se sobre assuntos a nível orçamental, contabilístico, financeiro e fiscal.

CPAS desmente Ordem dos Advogados

A Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) anunciou, em comunicado, que o contrato de arrendamento do Prédio “Escadinhas da Barroca” – usado pela Ordem dos Advogados – encontra-se atualmente em vigor e foi renovado no presente mês de novembro. Em causa a intenção da OA de investir 3,4 milhões na aquisição de um novo imóvel para agregar as instalações da instituição. Isto porque, para justificar esta despesa, na proposta do orçamento para 2025, a OA disse que a direção da CPAS “no decorrer do ano de 2023 informou o Conselho Geral da sua intenção de não renovar o contrato de arrendamento do prédio denominado as ‘Escadinhas da Barroca’, o que colocou a Ordem dos Advogados na iminência de ficar despojada dessas instalações num prazo de 60 dias, que é o prazo de não renovação previsto no contrato de arrendamento existente, sendo que o mesmo tem renovação anual. O objetivo do senhorio era, naturalmente, aumentar a renda num valor bem acima do coeficiente legal permitido, ou seja, propôs um aumento de 20% na renda, o que veio a ser concretizado através de correio eletrónico que deu entrada neste Conselho em setembro de 2023″, diz o documento.

Mas a CPAS, em comunicado, vem desmentir perentoriamente esta questão dizendo que “nunca teve a intenção de não renovar o contrato de arrendamento do prédio “Escadinhas da Barroca” arrendado pela Ordem dos Advogados (OA)”. Acrescentando que, “assim, não corresponde à verdade a alegação de que a CPAS terá comunicado ao Conselho Geral da OA a intenção de não renovar este contrato”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 25 Novembro 2024

No mesmo dia em que o 25 de novembro é celebrado no parlamento, reúnem-se os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 e Mario Draghi fala em Portugal sobre o futuro desafiante da União Europeia.

O 25 de novembro é celebrado em sessão solene no parlamento e o ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, marca presença em Portugal, num evento da CNN Portugal. O Eurostat divulga dados sobre o comércio da União Europeia (UE) com a Rússia (relativos ao terceiro trimestre deste ano) e os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 reúnem-se para debater os principais temas da política internacional.

Como vai o comércio da UE com a Rússia?

Esta segunda-feira o Eurostat divulga dados sobre o comércio da União Europeia (UE) com a Rússia, relativos ao terceiro trimestre deste ano. O Gabinete de Estatísticas da União Europeia divulga ainda estimativas sobre as despesas com segurança social na UE, em 2023.

Mario Draghi em Portugal

O ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, vai estar presente em Portugal, na CNN Portugal International Summit, para falar sobre “o futuro da União Europeia num contexto político e económico desafiante”. Além de Draghi, marcam ainda presença no evento, que tem como tema “Embrace the Future: Paz e Desenvolvimento Sustentável”, Luís Montenegro (primeiro-ministro), Mário Centeno (governador do Banco de Portugal), João Vale de Almeida (embaixador da União Europeia), Pedro Nuno Santos (secretário-geral do PS), António Lagartixo (CEO Deloitte), ou Tanja Fajon (ministra dos Negócios Estrangeiros da Eslovénia).

25 de novembro celebrado no Parlamento

O 25 de novembro é celebrado esta segunda-feira em sessão solene no parlamento. Esta é a primeira vez que a data é comemorada no Parlamento após a aprovação de uma deliberação em junho para que a operação militar de 25 de novembro de 1975 passasse a ser assinalada anualmente na Assembleia da República. A iniciativa, proposta pelo CDS, foi aprovada com os votos favoráveis do PSD, IL e Chega, tendo merecido a oposição das bancadas de esquerda.

Combustíveis voltam a subir esta semana

Os preços dos combustíveis vão voltar a ficar mais caros esta semana. A gasolina deverá ficar um cêntimo mais cara e o gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá subir 2,5 cêntimos. Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,606 euros por litro de gasóleo simples e 1,705 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira. É preciso recuar a 22 de abril para encontrar os preços do diesel mais caros.

Ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 reúnem-se

Esta segunda-feira tem início uma reunião entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido). O foco da reunião, que se prolonga até terça-feira, irá centrar-se em diversos temas internacionais, como a guerra do Médio Oriente, a guerra entre a Ucrânia e a Rússia ou a estabilidade do Indo-Pacífico.

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Microeletrónica de Ílhavo avança nos Estados Unidos sem medo de Trump

Com vendas de 34 milhões e 60 trabalhadores, a PICadvanced abre escritório na Florida para garantir tecnologia “crucial” nos semicondutores e antecipa-se ao protecionismo do novo presidente americano.

Ao começar a sentir na pele o impacto das crescentes tensões geopolíticas na limitação da livre circulação de mercadorias, com incidência na “crucial” área dos semicondutores, a portuguesa PICadvanced decidiu abrir um escritório nos Estados Unidos “para poder continuar a operar de forma livre e conseguir ter acesso a tecnologias de outra forma interditas”, além de aproveitar o crescimento do negócio na maior economia do mundo, avança António Teixeira, sócio e fundador, ao ECO.

Especializada em soluções optoeletrónicas para o mercado das telecomunicações, com tecnologias que prometem maior utilização da largura de banda e ser mais eficientes energeticamente, a empresa de Ílhavo começou por instalar-se em Fort Lauderdale, no sul da Florida. Entretanto, face aos “investimentos fortíssimos” a ser feitos na Florida Central, alargou a presença a essa zona para estar integrada no chamado “photonics corridor” e ter acesso a pessoas e recursos especializados na área da fotónica e dos semicondutores.

Não vejo impedimentos de maior na estratégia que seguimos. Sinto apenas que fomos oportunos, pois já estamos implantados nos EUA e as políticas protecionistas já podem ter muito menos impacto.

António Teixeira

Fundador e CSTO da PICadvanced

Após a eleição de Donald Trump, o empresário diz não temer os impactos da mudança política que se avizinha do outro lado do Atlântico, com o regresso do republicano à Casa Branca. Antes pelo contrário. “Trump tem uma política muito agressiva no sentido do desenvolvimento das empresas e, recentemente, adicionou ainda mais ênfase ao tech. Este é o nosso foco, logo, não vejo impedimentos de maior na estratégia que seguimos, sentindo apenas que fomos oportunos, pois já estamos implantados nos Estados Unidos e as políticas protecionistas já podem ter muito menos impacto”, alega.

Sem quantificar o investimento nesta estrutura — “foi o suficiente para um período de lançamento de dois a três anos que esperamos [que chegue] para que esta empresa se torne autónoma em áreas específicas do ramo da fotónica integrada” —, António Teixeira refere que terá cinco pessoas em três anos. Além de “estabelecer as bases para a expansão”, também serve de “veículo de comunicação e tradução cultural entre a equipa de Portugal e a nova emergente equipa dos EUA”. Com esta aposta pretende “encontrar novas oportunidades de negócio e [aproximar-se] dos atuais clientes”, como é a gigante das telecomunicações Verizon.

Foi há dez anos que este professor catedrático da Universidade de Aveiro se juntou aos então estudantes Ana Tavares (membro do conselho de administração) e Francisco Rodrigues (atual CEO) para fundar esta empresa. Em conjunto, os três ainda detêm mais de 60% do capital. A HFA – Henrique, Fernando & Alves, de Águeda, foi o primeiro sócio institucional e, em 2020, entraram a americana Verizon Ventures e o Banco de Fomento através do fundo 200M, criado pelo governo de António Costa para apoiar operações de investimento de capital e quase capital em PME, em regime de coinvestimento com os privados.

Instalada no PCI – Creative Science Park, em Ílhavo, e beneficiando do ecossistema da incubadora da academia aveirense (IEUA), a PICadvanced faturou cerca de 34 milhões de euros em 2023 (e diz estar a crescer 20% este ano) e exporta diretamente 60% do volume total dos produtos e serviços para a Europa e para os EUA. Emprega cerca de 60 trabalhadores, dos quais 45 exclusivamente ligados à investigação e desenvolvimento (I&D), que produzem soluções optoeletrónicas para redes óticas passivas, isto é, transceivers para a casa do cliente e para o operador. Os clientes são maioritariamente operadores de telecomunicações ou system vendors.

Em paralelo com a entrada nos EUA, onde abriu este ano o primeiro escritório fora de Portugal, e já de olho também no mercado asiático com o objetivo de se afirmar como uma marca global na área da fotónica e microeletrónica, a empresa faz parte dos projetos europeus Flexscale e Proteus, e está envolvida na Agenda de Microeletrónica, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Num consórcio com 17 entidades e liderado pela Amkor Technology, este projeto de investimento vai dotar a empresa de novas máquinas que irão permitir o encapsulamento e montagem avançada de chips fotónicos numa linha de produção automática.

Com ligação próxima a várias universidades portuguesas, com destaque para Aveiro, Porto e Lisboa, a PICadvanced acolhe ainda vários estudantes de mestrado e doutoramento nas áreas de física, ótica, telecomunicações, eletrónica e informática. Neste momento e ainda ao nível do recrutamento, descreve António Teixeira, que antes de fundar esta empresa trabalhou na Altice Labs e em empresas como a Nokia Siemens Networks, está também “em forte crescimento” nas áreas do desenho de eletrónica, testes e programação de baixo e alto nível, incluindo inteligência artificial para automação e controlo dos processos internos.

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Pagamentos invisíveis e biométricos. Oiça o podcast ‘À Prova de Futuro’ com a CEO da SIBS e a country manager da Mastercard

Madalena Cascais Tomé, CEO da SIBS, e Maria Antónia Saldanha, country manager da Mastercard em Portugal, falam do futuro dos pagamentos.

A digitalização, o surgimento das mobile wallets, a tecnologia contactless ou as transações instantâneas estão a revolucionar os sistemas de pagamentos a e dar fôlego ao comércio eletrónico.

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Em Portugal, a SIBS tem sido um dos principais protagonistas desta mudança com o desenvolvimento do MB Way. Neste episódio do podcast À Prova de Futuro, conversámos com a presidente executiva, Madalena Cascais Tomé, que fala das novas funcionalidades do MBway e das tendências que vão marcar o futuro dos pagamentos.

“Uma grande tendência é, sem dúvida, aquilo a que chamamos os pagamentos invisíveis, que passaram de ser pagamentos com contacto e com PIN, para pagamentos contacless e agora pagamentos no telemóvel, em mobilidade”, afirma a CEO da SIBS, na entrevista ao podcast do ECO, que tem o apoio do Meo Empresas.

Na rubrica “Gestor sem medo”, conversamos com Maria Antónia Saldanha, country manager da Mastercard em Portugal, sobre a evolução da tecnologia dos pagamentos, o impacto para as PME e o ecossistema de fintech em Portugal. “Tivemos mais uma edição da Web Summit que mostrou que Portugal está no radar não só de investidores, mas também de startups e fintechs internacionais, o que significa que isso vai dar mais espaço às fintechs nacionais para crescerem”, considera.

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Pedro Santa Clara: “Acho que somos uma sociedade profundamente anestesiada”

  • ECO
  • 25 Novembro 2024

Pedro Santa Clara, crítico do ensino e da sociedade, "construtor de escolas" e empreendedor social, é o sétimo convidado do podcast "E Se Corre Bem?".

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Formado em Economia e doutorado em Finanças, Pedro Santa Clara descreve o percurso inicial da sua vida como um “primeiro ato” dedicado à escrita de artigos científicos e ao ensino no MBA. No entanto, foi no regresso a Portugal que iniciou o “segundo ato” da sua vida, marcado pelo empreendedorismo social e pela construção de projetos educativos, como a NOVA SBE, a Escola 42 e a Tumo. “Foi uma sorte tremenda na minha vida ter dois atos. A maior parte das pessoas tem apenas um”, afirma.

Foi sob a sua liderança que surgiu o campus da Nova SBE em Carcavelos, um projeto ambicioso que transformou a escola numa das melhores da Europa, mesmo em tempos de crise económica. Esta transição ilustra o desafio de conciliar a visão académica com a prática empreendedora. A junção destas duas qualidades é o resultado de uma visão estratégica que tem como base a inovação e a esperança, uma qualidade que, na sua opinião, Portugal está a perder.

"Portugal é de tal maneira arreigado que eu acho que as pessoas são capazes de andar na rua e quase que nem veem as pessoas que não são do seu meio”

Pedro Santa Clara, professor e empreendedor

Apesar de se considerar um otimista, Pedro Santa Clara refere-se a Portugal como um país marcado por uma sociedade estratificada, com pouca mobilidade social e com um sistema de ensino segregado. “Portugal é de tal maneira arreigado que eu acho que as pessoas são capazes de andar na rua e quase que nem veem as pessoas que não são do seu meio”, explica.

O empreendedor refere que na Tumo existe uma preocupação muito grande em misturar alunos de todas as diferentes proveniências sociais na mesma experiência. Pedro Santa Clara considera que a chave para a mobilidade social passa por “misturar um aluno que veio de uma família em que toda a gente foi à Universidade com outro aluno em que ninguém da sua família teve essa oportunidade”.

Apesar dos desafios, este líder mantém uma visão otimista e orientada para a ação. Reconhece as dificuldades do sistema, mas acredita no poder da iniciativa individual e coletiva para promover a mudança. “Não temos que estar só à espera do Estado ou irritados porque o Estado não faz”, afirma, sublinhando a importância de construir projetos com impacto e devolver à sociedade aquilo que ela lhe proporcionou.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

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Contas no Novobanco ficam mais caras para quem não domicilia ordenado. O que muda em 2025

Contas vão ficar mais caras para quem não tem ordenado domiciliado. Crédito pessoal e automóvel e custódia de títulos também aumentam. As transferências imediatas baixam de preço. Isto é o que muda.

O Novobanco vai agravar as comissões de alguns serviços a partir de março do próximo ano, incluindo as contas pacote para quem não tem ordenado domiciliado. Também sobem alguns encargos com crédito pessoal e automóvel, com transferências no MB Way e com operações na bolsa. Mas nem tudo vai subir. Já no início do ano as transferências imediatas vão ficar mais baratas, mas isso por conta da nova regulamentação europeia (que também vai mexer no preçário dos outros bancos).

Enquanto outros bancos como a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o BPI anunciaram que não vão mexer nas comissões, o banco liderado por Mark Bourke anunciou uma nova revisão do preçário quando o ambiente de taxas de juro continua a impulsionar as receitas do setor, embora se preveja que o novo ciclo de alívio da política monetária venha a pressionar a margem financeira dos bancos nos próximos tempos.

No caso do Novobanco há outro pormenor: no próximo ano arrancará o processo de venda do banco por parte do fundo Lone Star.

Conta pacote sem bonificação pagam mais

No que diz respeito às contas pacote, o banco não altera o preçário das contas com bonificação (quem tem ordenado ou pensão domiciliado e outros requisitos), mas agrava as comissões de manutenção para as que não têm bonificação (sem domiciliação de ordenado ou pensão) a partir de 10 de março.

Esse é o caso da Conta 100%, a mais comercializada pelo banco, que vai passar a custar 7,90 euros (acrescido de imposto de selo) por mês, mais 0,40 euros em relação ao preço atual. Se tem bonificação intermédia ou máxima, a comissão mensal mantém-se nos 5,50 euros e 4,50 euros por mês (mais imposto de selo), respetivamente.

Estas contas também vão sofrer agravamentos na comissão de manutenção, mas apenas naquelas que não beneficiam de bonificação: Conta 360º, Conta Dupla Vantagem, Conta 100% Dupla Vantagem, Conta 360º Dupla Vantagem, Conta 100% Parceiro, Conta Easy NB e Serviço Easy NB, Conta 18.31, Conta +351.

Ao ECO, a instituição indica que “os clientes fidelizados que gerem o seu dia a dia financeiro com o Novobanco, com contas pacote bonificadas, não vão ter qualquer aumento na comissão mensal“.

“Assim, as contas pacote bonificadas manterão o preçário atual, ou seja, não terão alterações nos custos. No entanto, para as contas que não cumprem os critérios de bonificação, em alguns casos, haverá uma atualização na comissão de manutenção da conta a partir do dia 10 de março de 2025”.

Regras europeias dão borla nas transferências imediatas

Nas transferências, cujas alterações entram em vigor em março, também haverá alterações. Mas nem tudo ficará mais caro.

Por exemplo, as transferências imediatas através do site ou aplicação do Novobanco, que tinham um custo de dois euros, vão ficar isentas já a partir de 9 de janeiro para os clientes com conta pacote, alteração que decorre da nova regulamentação europeia. Sem conta pacote, uma transferência semelhante irá custar 1,20 euros a partir de março, baixando mais de metade face ao custo atual (2,50 euros).

A partir de 9 de janeiro, por força das alterações introduzidas pelo Regulamento (EU) 2024/886 do Parlamento Europeu e do Conselho de 13 de março de 2024, o custo das transferências imediatas será igual ao custo das transferências SEPA+, lembra o banco.

ordens de transferência com o MB Way, se não tem conta pacote ou se iniciar a operação através da app do MB Way, deixam de estar totalmente isentas e passarão a pagar se o montante da operação for superior a 30 euros e o acumulado no mês em curso for superior a 25 transferências ou 150 euros transferidos.

As comissões das transferências internacionais também vão sofrer alguns agravamentos.

Crédito pessoal e automóvel, leasing e cheques encarecem

O Novobanco também irá rever a partir do próximo ano o preçário em relação ao crédito pessoal e automóvel, às operações de leasing e ainda aos cheques.

Também alguns serviços de intermediação financeira vão encarecer, incluindo comissões de custódia de títulos mobiliários.

Confira todas as alterações aqui.

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Pensão média deve subir 21 euros em janeiro com aumento normal e extra proposto pelo PS. Veja as simulações

Pensão de 500 euros deverá ter direito a aumento mensal de 12,50 euros em janeiro por efeito da inflação e do crescimento económico, a que se somam 6,25 euros da subida extra proposta pelo PS.

A maioria das pensões deverá subir 3,8% em janeiro do próximo ano, segundo as contas do ECO: à atualização de 2,5% decorrente da inflação e do crescimento económico deverá somar-se o aumento extraordinário proposto pelo PS, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, que deverá ser aprovado por uma maioria negativa. A pensão média (que ronda os 553 euros) vai, assim, ter um reforço mensal de cerca de 21 euros a partir do arranque de 2025.

Por lei, as pensões são atualizadas no início do ano com base em dois indicadores: a variação anual dos preços (sem habitação) e o crescimento económico.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) ainda não publicou os números da inflação de novembro (fá-lo-á esta sexta-feira com a divulgação de uma estimativa rápida), mas os dados de outubro já permitem fazer uma previsão da atualização regular das pensões.

Segundo as contas do ECO, com o referido indicador em 2,03%, as pensões até cerca de mil euros poderiam já contar, à partida, com atualizações de 2,5% em janeiro.

Mas a oposição tem insistido num reforço extra e tudo indica que a proposta do PS nesse sentido vai mesmo ser aprovada, na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (o Chega vai abster-se e a esquerda sinalizou que irá votar favoravelmente).

A proposta do grupo parlamentar socialista determina que à taxa de atualização regular anual das pensões deverão ser somados 1,25 pontos percentuais (para as reformas até cerca de 1.500 euros). Ou seja, as pensões até cerca de mil euros poderão crescer, afinal, 3,75% em janeiro, em vez dos tais 2,5%.

Vamos a casos concretos. De acordo com as estatísticas da Segurança Social, a pensão média de velhice do regime geral está fixada em 552,89 euros mensais. Ora, sem a proposta do PS, essa reforma iria subir 2,5% em janeiro, o que significava um reforço de 13,82 euros por mês.

Já com o aumento extraordinário que deverá ser aprovado por uma maioria negativa no Parlamento, esse mesmo pensionista pode esperar um aumento de 20,73 euros por mês. São mais 6,91 euros mensais e a pensão que hoje está em 552,82 euros deverá passar para 573,62 euros em janeiro.

Vejamos agora uma pensão de 650 euros. A atualização regular (os referidos 2,5%, que ainda têm de ser confirmados com os dados que serão conhecidos no fim desta semana) garantiria já um aumento de 15,25 euros.

Com os 1,25 pontos percentuais adicionais, a subida deverá ser de 24,38 euros, ou seja, 8,13 euros acima do que dita a lei. Resultado: em janeiro, esse reformado deverá passa a receber 674,38 euros por mês.

E quem recebe uma pensão de mil euros? A lógica é a mesma. Com a atualização regular, o aumento de 2,5% garantiria mais 25 euros na carteira todos os meses. Se a essa subida se juntar a prevista na proposta do PS, então prevê-se um aumento de 37,50 euros dessa reforma. Ou seja, o aumento extraordinário será, neste caso, de 12,5 euros.

Neste caso, a pensão de mil euros deverá passar para 1037,50 euros brutos em janeiro, se a inflação se confirmar no nível referido, por um lado, e se, por outro, a proposta do PS for aprovado, como têm indicado os partidos da oposição.

Algumas pensões intermédias também têm reforço extra

A atualização regular a atribuir às pensões varia consoante o valor destas. Para as mais baixas, aplica-se a regra de aumento que é usada para o indexante que guia os apoios sociais, mas nos demais casos depende da situação económica do país.

Com a economia a crescer, em média, nos últimos anos mais de 2%, mas menos de 3%, as pensões intermédias (entre 1.044 euros e 3.131,9 euros, usando o Indexante dos Apoios Sociais que deverá vigorar em 2025) terão direito a uma atualização igual à variação anual do IPC medida em novembro (sem habitação), ou seja, 2,0% (arredondado à primeira casa decimal).

Mas algumas dessas pensões (aquelas que fiquem abaixo de 1.566 euros) terão também direito ao aumento extraordinário previsto na proposta do PS. Neste caso, os 1,25 pontos percentuais juntam-se aos tais 2%, levando a uma atualização de 3,25%.

Por exemplo, uma pensão de 1.500 euros subiria 30 euros com a atualização regular em janeiro, mas com a proposta do PS deverá avançar, afinal, 48,75 euros. São mais 18,75 euros brutos por mês.

Assim, essa pensão de 1.500 euros, que passaria para 1.530 euros em janeiro por via da atualização normal, deverá passar para 1.548,8 euros no arranque do ano.

Para os valores de pensão acima dos tais 1.566 euros, mas abaixo de 3.131,9 euros, deverá aplicar-se somente a atualização regular em janeiro, isto é, 2%.

Também as pensões acima de 3.131,9 euros só terão direito ao que resulta da lei, sendo que, nesse caso, são descontadas ao IPC 25 décima, o que significa que, neste caso, o aumento deverá ser de 1,8%.

De notar que todos os valores referidos são brutos. As pensões são sujeitas a retenção na fonte de IRS, pelo que os montantes a receber efetivamente pelos reformados são mais baixos do que o transferido pela Segurança Social.

Governo tem insistido em bónus, em vez de aumento extra permanente

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, intervém durante a sua audição na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, sobre o Orçamento do Estado para 2025, na Assembleia da República, em Lisboa, 29 de outubro de 2024.ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

A proposta socialista que a oposição já sinalizou que quer aprovar vem contrariar a posição que o Governo tem defendido repetidamente.

Após ter dado um suplemento de 200 euros a 94% dos pensionistas em outubro deste ano, o Executivo de Luís Montenegro (pela voz, nomeadamente, do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e da ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho) mostrou-se aberto a repetir o “cheque”, mas apenas se houver margem orçamental para tal.

Numa audição parlamentar recente, Palma Ramalho foi mesmo questionada pelo PS sobre esta medida e sobre a possibilidade de se avançar, em alternativa, com um aumento extra permanente, a que a ministra insistiu: “a posição do Governo está muito clara. Se houver margem orçamental, procederá a um novo suplemento extraordinário das pensões“.

Nessa audição, a governante aproveitou também para deixar um recado à oposição, dizendo que as medidas extraordinárias devem ser tomadas apenas “quando for seguro para o país”. “Qualquer aumento desproporcional de um dos pilares vai descompensar os demais, expondo o país a risco de desequilíbrios“, salientou, apelando à responsabilidade dos grupos parlamentares.

Questionada pelos jornalistas à saída da reunião de Concertação Social da semana passada sobre a proposta do PS para as pensões (que os socialistas estimam que terá um impacto orçamental de 265 milhões de euros), a ministra do Trabalho não quis comentar, posição que o Governo tem mantido, uma vez que a votação final global do Orçamento do Estado para 2025 está marcada apenas para dia 29 de novembro.

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Proposta do PS para as pensões custa 274 milhões de euros

Já há contas para o aumento de pensões proposto pelo PS e pelo Chega, acima do que é a atualização anual pela lei. Segundo a UTAO, entidade independente, a do PS custa 273,8 milhões em 2025.

A proposta do PS para o aumento estrutural das pensões de valor até 1527,78 euros por mês em 1.25% acima da atualização anual prevista na lei terá um impacto de 273,8 milhões de euros, de acordo com as contas realizadas pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO). Já a proposta de alteração orçamental apresentada pelo Chega, que prevê um aumento de 1,5% para o mesmo universo de pensionistas e também acima da atualização anual já prevista na proposta de Orçamento do Estado para 2025 tem um impacto orçamental de 326,6 milhões de euros nas contas públicas. As propostas dos dois partidos vão a votos já na terça-feira na discussão na Especialidade, e poderão ser aprovadas com os votos dos dois partidos, contra a posição do Governo e do PSD e CDS, que defendem a possibilidade de um bónus em outubro se as condições orçamentais assim o permitirem.

De acordo com as contas da unidade técnica que dá apoio aos deputados, “com a implementação da medida de atualização suplementar das pensões abrangidas, prevê-se que a mesma possa valer em 2025 entre 0,75% e 0,9% (dependendo da Proposta de Alteração em causa) da despesa com pensões prevista na Proposta de OE/2025 sem a medida. As contas da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações apresentadas na POE/2025 preveem para 2025 uma despesa conjunta com pensões que ascenderá a 36.524 M€. Assim, as previsões pontuais de despesa com estas medidas de política valem em 2025 entre 0,75% (no caso da PA-1945C [do PS]) e 0,9% (PA-12C do [Chega]) da despesa orçamentada para 2025 com pensões da SS e da CGA”.

O PS tinha anunciado que a sua proposta de aumento de pensões custaria 265 milhões de euros, e agora a UTAO vem corrigir a medida em pouco menos de dez milhões, para os referidos 273,8 milhões, enquanto a medida do Chega tem um impacto superior ao anunciado pelo partido de Ventura também da ordem dos dez milhões.

Na construção das previsões, a UTAO assumiu pressupostos adicionais aos que tiverem por base aqueles resultados orçamentais. “Para a elaboração da previsão de impacto para o ano de 2025 decorrente da aprovação de cada PA, foram assumidos os seguintes pressupostos”, lê-se no parecer divulgado este domingo.

  • Os valores apresentados são a preços correntes.
  • Indexante dos Apoios Sociais em vigor em 2024 (509,26€).
  • Devido a ausência de informação, o valor total das pensões sobre o qual incidirá a atualização regular anual referente à CGA é o que consta no OE inicial de 2024. O acervo da POE/2025 não contém estimativa de execução em 2024 da conta da CGA.
  • O peso das pensões até três IAS, apurado a partir dos dados mensais de novembro fornecidos pela CGA, é utilizado para apurar o valor total das pensões sobre o qual incidirá a atualização regular anual para 2025 referente às pensões a pagar pela CGA. Este exercício consiste em aplicar a percentagem das pensões mensais ao valor anual de pensões previsto no OE/2024

Além destes pontos, a UTAO faz outro alerta. “Importa salientar que a previsão realizada constitui um exercício simplificado. Só pretendeu captar o chamado efeito direto das duas medidas de política novas. Por isso, ignorou a repercussão esperada que o acréscimo no rendimento líquido dos pensionistas terá sobre o consumo privado e o efeito deste na receita dos impostos indiretos e nas subsequentes vagas de impactos macro-orçamentais conhecidas da teoria “keynesiana” do multiplicador do rendimento“.

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