Restrições orçamentais da UE ainda existem mas “ficaram mais fluidas”

Portugal continua a estar sujeito às regras do défice e da dívida, mas tem maior flexibilização para determinar a trajetória de correção.

Vão realizar-se este ano mais umas eleições europeias, a 9 de junho em Portugal, e um dos temas que tem estado em destaque são as novas regras orçamentais a que os Estados-membros estão sujeitos. As finanças nacionais continuam a estar limitadas pelas metas da dívida e do défice mas as restrições não são tão apertadas como já chegaram a ser.

“As restrições continuam a existir, mas ficaram mais fluidas“, explica o economista João César das Neves ao ECO. “Agora, na prática, os governos têm mais tempo para cumprir as exigências”, salienta, destacando que “como antes muitos (como Portugal) acabavam por não cumprir, estas modificações podem ser visto como introduzir um pouco de realismo em exigências que se mostravam artificiais”.

Ricardo Ferraz, investigador no ISEG e professor na Universidade Lusófona, também aponta ao ECO que “esta reformulação vem tornar essas regras mais claras, flexíveis e também favoráveis ao investimento”, pelo que é “bem-vinda”. “Agora é claro que a sustentabilidade das finanças públicas continuará a ser uma preocupação, e a meu ver bem”, salienta.

As novas regras orçamentais entraram em vigor a 30 de abril e trazem uma flexibilização do quadro, que se torna mais adaptável à realidade de cada país, ainda que mantenha os limites de 3% do PIB para o défice e 60% para a dívida pública. A Comissão Europeia vai passar a negociar com os Estados-membros a trajetória das contas públicas para que seja mais fácil cumprir as regras, ao invés de limites iguais para todos.

Os governos vão também ter de entregar planos que tomam uma forma ligeiramente diferente dos Programas de Estabilidade que existiam até então. São planos orçamentais de médio prazo, que podem ser de quatro a sete anos, e contemplam os objetivos de cada país para a trajetória das finanças públicas e as medidas para o alcançar.

Estes vão ter de ser entregues até setembro deste ano, já que o Programa de Estabilidade já entregue em abril não seguia as novas regras e apenas foi necessário para Bruxelas tomar conhecimento da componente relativa à evolução do Plano de Recuperação e Resiliência.

O Parlamento Europeu também teve de dar “luz verde” a estas regras e foi responsável por algumas alterações, nomeadamente através do trabalho da eurodeputada portuguesa Margarida Marques enquanto relatora.

Os candidatos da AD e do PS defenderam as regras da governação económica, no debate na CNN, com Marta Temido a apontar que estas “são mais extensas no tempo, têm maior intervenção dos parlamentos nacionais”. Já Sebastião Bugalho salientou que as regras dão maior flexibilidade aos governos dos países para executar as suas políticas públicas.

Por outro lado, a esquerda critica o quadro de governação económica, mesmo com as mudanças. João Oliveira, num dos debates de antecipação das europeias, defendeu que o regresso das regras orçamentais europeias vai dificultar o processo de transição verde. Para o candidato comunista, “o Pacto de Estabilidade, está transformado num Pacto de Austeridade”, devido ao “grau de controlo” dos orçamentos nacionais por Bruxelas. “Já pouco se distingue dos tempos da troika”, reiterou.

César das Neves contraria esta ideia, apontando que “desde que foram estabelecidas, no nascimento do euro, as regras têm sido sucessivamente aliviadas”. Na altura da troika, as limitações “eram maiores do que são agora, mas um pouco menores do que já tinham sido”, defende. “Aliás, se tivéssemos cumprido com essas limitações, a troika não teria vindo”, salienta.

Desta forma, apesar de existirem limitações ao espaço de manobra dos governos nacionais, os moldes serão, em princípio, mais adaptáveis a cada país e por isso mais fáceis de cumprir.

Além disso, como Portugal cumpre as regras do défice (ao prever saldos positivos nos próximos anos), deverá conseguir escapar ao controlo mais apertado. Na dívida pública, o país ainda fica acima do limite (já que em 2023 o rácio se terá fixado nos 99,1% do PIB, bem acima da meta de 60%).

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O excedente de 0,3% do PIB que o Executivo estima para 2025, e que consta do Programa de Estabilidade, dá então margem para furar aquele limite imposto pela Comissão Europeia sem qualquer sanção, pelo menos enquanto o país conseguir manter o saldo positivo ou próximo do equilíbrio orçamental.

O economista Ricardo Ferraz destaca ainda uma “alteração importante: as despesas nacionais com o cofinanciamento de programas financiados pela União passam a estar excluídas do principal indicador de monitorização orçamental”. “Isto significa que essas despesas podem ser aumentadas sem que isso afete o cumprimento das regras orçamentais, o que certamente será importante para Portugal que, como sabemos, recebe um volume significativo de fundos”, argumenta.

Apesar disso, o Banco de Portugal alertou esta terça-feira para os “riscos associados a um cenário de maior incerteza na condução da política económica, no quadro de um novo modelo de regras orçamentais europeias“, no relatório de estabilidade financeira. Mário Centeno, na apresentação deste relatório, destacou que “vivemos 80% dos dias do século XXI até 2017 em procedimento por défice excessivo”.

O governador do banco central salientou ainda que as regras “passam a estar mais focadas na despesa, na componente cíclica e nos investimentos financiados com fundos europeus”, sendo que também “impõem limites ao crescimento da despesa e a Comissão Europeia, de forma bilateral, país a país, encontrará esse limite de crescimento”. Para Portugal, apesar de ter uma “trajetória de redução da dívida”, permanece acima de 60%, pelo que este “é o limite mais relevante”.

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Vacina reforçada da gripe vai ser alargada a maiores de 85 anos

Até aqui reservada para os utentes dos lares, a vacinação para a gripe com uma dose reforçada vai ser alargada a toda a população com mais de 85 anos.

O Governo vai estender a vacinação da gripe com uma dose reforçada a toda a população com 85 anos ou mais, apurou o ECO junto de fonte oficial do Ministério da Saúde. Esta vacina, que oferece uma proteção mais elevada, cingiu-se na campanha anterior apenas aos utentes dos lares.

O Executivo está a preparar mudanças nos planos de vacinação. Uma das alterações para a campanha sazonal 2024/2025 será o alargamento da vacinação com dose elevada, que tem uma quantidade de antigénios quatro vezes superior, melhorando a resposta imunitária.

Segundo o balanço feito em março pelo anterior Governo, Portugal administrou em 2023 cerca de 7,3 milhões de vacinas no âmbito do Plano Nacional de Vacinação e da vacinação sazonal contra a gripe e a covid-19. Até aquele mês, tinham sido vacinadas 2,49 milhões de pessoas contra a gripe no âmbito da campanha 2023/2024, o número mais elevado de sempre, e 1,98 milhões contra a covid-19.

Com o ministro Manuel Pizarro foi ainda aprovada, já com o Governo em gestão, uma portaria para “consolidar o modelo de governação e funcionamento do Programa Nacional de Vacinação, e de outras estratégias e campanhas nacionais de vacinação – destinados à proteção da saúde pública e das pessoas em maior risco ou em circunstâncias especiais – adaptando o planeamento e a operacionalização das iniciativas de vacinação à nova organização do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente à criação de novas Unidades Locais de Saúde em todo o país e à extinção das Administrações Regionais de Saúde, cujas atribuições são sucedidas por outras entidades do Ministério da Saúde”.

Está prevista a realização esta quarta-feira de um Conselho de Ministros extraordinário para aprovação e posterior apresentação do plano de emergência para a Saúde.

Segundo o Programa de Governo, este plano “visa garantir que os tempos máximos de resposta são garantidos, para consultas de especialidade, e cirurgias e meios complementares de diagnóstico e terapêutica”.

“Pretende igualmente garantir a resposta de urgência em saúde materno-infantil e visa atribuir um médico de família a todos os portugueses, começando pelas pessoas mais frágeis”, lê-se no programa.

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Fundo Ambiental tem 80 mil candidaturas pendentes

Castro Almeida disse que não poderão abrir concursos sem plataformas para admitir candidaturas, para as analisar e depois pagar. E bairros digitais vão poder submeter pedidos de pagamento em breve.

O ministro Adjunto e da Coesão revelou que o Fundo Ambiental tem 80 mil candidaturas pendentes e que os bairros digitais ainda não têm uma plataforma na qual possam ser submetidos as despesas executadas. Estes são apenas dois exemplos dos atrasos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que Manuel Castro Almeida deu aos deputados a que acresceu um terceiro: os vouchers startup.

“Dez meses para avaliar uma candidatura não é razoável; 175 dias para fazer um pagamento já validado (ou seja, passar o cheque) é razoável? Levar quatro meses para entregar num serviço as candidaturas que chegaram? Não é. Foi esta a situação que encontrámos”, disse o responsável pelos fundos europeus na comissão de poder local e Coesão. Em causa está a urgência em acelerar a execução das metas e marcos acordados com a Comissão Europeia e garantir que Portugal não perde verbas.

Reconhecendo que “na parte final de um Governo é difícil tomar medidas enérgicas” – “o povo na sua sabedoria lá soube que era melhor mudar de Governo”, atirou – defendeu a “necessidade de pensar um bocadinho fora da caixa” e deu como exemplo o termo de responsabilidade que está a ser sugerido às câmaras para ultrapassar a dificuldade do IHRU em validar projetos.

Castro Almeida disse que a construção de cerca de 5.800 residências de estudantes até 30 de junho de 2025 não é algo que o Governo possa assegurar a execução porque as obras “ainda nem começaram, ainda estão em projeto”. “Não há ministro que o possa garantir”, frisou, aproveitando para explicar que as medidas de aceleração que têm sido tomadas são para garantir os investimentos cuja data de execução é 2026. “As que não são 2026 não posso ter a certeza de que será possível cumprir os resultados”, disse, claramente.

Quanto aos bairros digitais, que ainda não podem apresentar despesa executada, Castro Almeida disse que “tinha de reconhecer que existe um problema e que há um grande empenho em ultrapassar as dificuldades”. “Em muito pouco tempo teremos as plataformas em condições para receber os pedidos de pagamento”, prometeu.

Já “o fundo ambiental tem 80 mil candidaturas pendentes”, mas o responsável diz que “não faz sentido que o Fundo Ambiental seja munido de meios humanos efetivo permanente para acorrer a um pico de trabalho”, disse.

A solução do Executivo é, tal como já foi anunciado, recorrer às universidades e politécnicos para ajudar a analisar as candidaturas — e não com recurso a consultoras, porque o ministro considera que é “péssimo do ponto de vista de concorrência” –, à inteligência artificial, a uma bolsa de técnicos móvel que, com a devida formação, poderão ajudar na análise de candidaturas independentemente da área, “resolvendo assim os picos de trabalho”. Mas, para além disso, a Estrutura de Missão Recuperar Portugal vai ter um reforço de recursos Humanos, assim como o IAPMEI, disse o ministro.

Castro Almeida revelou ainda que “o IAPMEI está agora a abrir concursos para ir buscar meios às universidades e politécnicos e à inteligência artificial.

Reconhecendo que, “até agora, a previsibilidade do calendário de concursos tem sido escassa” – “até agora foram menos de metade do previsto, mas é aceitável alguns atrasos no início do quadro, não vou crucificar o Governo anterior por isso” –, o ministro anunciou que não será permitido abrir concursos sem plataformas para admitir as candidaturas, para as analisar e depois pagar. “Os concursos quando abrirem vão ter as plataformas a funcionar”, garantiu.

Uma decisão que teve na génese o facto de no caso dos vouchers startup terem sido perdidos quatro meses para que as candidaturas passassem da plataforma onde foram rececionadas para o serviço que as deveria analisar. A Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, no seu relatório anual publicado em fevereiro de 2023 já classificava como preocupante o voucher para startups.

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BCP paga dividendo de 1,7 cêntimos por ação a partir de 21 de junho

  • ECO
  • 28 Maio 2024

O banco adianta que "a partir do dia 19 de junho de 2024 (inclusive"), a ação passará a ser transacionada sem direito a dividendos.

O BCP aprovou o pagamento de dividendos a partir de 21 de junho de 2024, com o valor bruto de 1,7 cêntimos por ação, segundo anunciou em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta terça-feira.

O dividendo ilíquido é de 0,017 euros por ação, enquanto a retenção de IRS/IRC resulta num dividendo líquido de 0,01224 euros e 0,01275 euros, respetivamente.

O banco adianta ainda que “a partir do dia 19 de junho de 2024 (inclusive)”, a ação passará a ser transacionada sem direito a dividendos.

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Dona da Visão e Exame pede acesso a PER para evitar falência

A Trust in News (TIN), sociedade de Luís Delgado que é dona das revistas Visão e Exame, apresentou um pedido de acesso ao PER, um regime para proteger dos credores e evitar a falência.

A Trust in News (TIN), sociedade de Luís Delgado que é dona das revistas Visão e Exame, entre outras, apresentou um pedido de acesso ao Plano Especial de Revitalização (PER), um regime para proteger dos credores e evitar a falência, e aguarda agora a decisão do Juízo do Comércio de Sinta. A informação foi comunicado esta noite em email enviado aos trabalhadores, a que o ECO teve acesso.

“Este instrumento de gestão foi pedido após uma análise cuidadosa da nossa situação financeira, com o objetivo de garantir a sustentabilidade e estabilidade a curto e longo prazo”, lê-se no email assinado pelo diretor de. recursos humanos da empresa, Guilherme Nunes.

Ainda há poucos dias, o Expresso revelou que Luís Delgado enviou um outro email aos trabalhadores a pedir desculpa pelos salários em atraso no grupo. “Quero dizer-vos que estou totalmente focado em garantir o sucesso da reestruturação, a todos os níveis, e determinado a usar todos os instrumentos de gestão para estabilizar a situação crítica que vivemos. O ano 2024 arrancou mal, é verdade, e vocês estão a sofrer diretamente esse impacto – que é insustentável e inaceitável – mas não vamos desistir nem desertar”, afirmou nessa mensagem. Os salários em atraso da TIN, uma empresa unipessoal de Luís Delgado, repetem-se, depois de o mesmo ter sucedido em outubro e novembro do ano passado. O pedido de PER será uma das medidas imediatas.

O que é o PER? O Processo Especial de Revitalização é uma última tentativa de uma empresa que esteja numa situação economicamente difícil ou em situação de insolvência iminente para evitar a falência, com a renegociação de dívidas com os credores, que permita a sua viabilização. “Estamos confiantes de que esta decisão é a melhor para a TIN, neste número, e também para todos os seus trabalhadores, colaboradores, fornecedores e credores. A empresa continuará a funcionar normalmente. Assim que existir um despacho daremos conta a todos, e será publicado um comunicado nos nossos órgãos digitais“, refere o diretor de Recursos Humanos da sociedade que tem, além da Visão e Exame, a Caras e o Courrier Internacional.

As contas da Trust IN News em 2023 ainda não são conhecidas, mas de acordo com as informações que constam do Portal da Transparência na Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), a empresa de média tem uma dívida ao Estado superior a 11,5 milhões de euros, e o passivo total superava os 27 milhões de euros, enquanto o volume de negócios caiu de cerca de 18 milhões de euros em 2018 para menos de 12 milhões de euros em 2022.

Agora, quais são os passos seguintes: O Tribunal terá de decidir se aceita o pedido de acesso ao PER? “Após receção do requerimento, o juiz nomeia de imediato, por despacho, o Administrador Judicial Provisório (AJP). O despacho de nomeação do AJP é publicado no portal Citius e a empresa é notificada. A empresa devedora deve comunicar de imediato a todos os seus credores (exceto aqueles que subscreveram a declaração de adesão à negociação do plano de recuperação), que deu início a negociações com vista à sua revitalização, convidando-os a participar no processo em curso e disponibilizando a proposta do plano de recuperação“, lê-se no guia do IAPMEI.

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Bugalho diz que visita de Zelensky foi um “dia de festa”. Temido critica “imaturidade” do candidato da AD

Os oito cabeças de lista defrontaram-se no primeiro e único debate entre todos na corrida às eleições europeias, a 9 de junho. Extrema-direita, migrações e regras orçamentais marcaram o confronto.

Os oito cabeças de lista ao Parlamento Europeu defrontaram-se esta noite no primeiro e único debate entre todas as forças políticas na corrida às eleições europeias, a 9 de junho.

Sebastião Bugalho (AD), Marta Temido (PS), António Tânger-Corrêa (Chega), João Cotrim de Figueiredo (IL), Catarina Martins (BE), Francisco Paupério (Livre), João Oliveira (PCP) e Pedro Fidalgo Marques (PAN) estiveram em confronto esta noite, num debate transmitido pela RTP 1.

Novas regras orçamentais, a ascensão da extrema-direita na futura eurocâmara, a guerra na Ucrânia e as migrações foram os quatro grandes blocos do debate.

Leia abaixo os principais momentos do debate:

 

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Proprietários lamentam manutenção de IMI agravado para casas devolutas

  • Lusa
  • 28 Maio 2024

A lei contempla um agravamento que pode ir até 10 vezes mais a taxa normal do IMI, chegando ao fim de cinco anos a 20 vezes mais quando estão em causa zonas de pressão urbanística.

A Associação Nacional de Proprietários (ANP) criticou esta terça-feira a manutenção da taxa agravada de IMI sobre as casas consideradas devolutas, considerando que desta forma fica por resolver “o maior problema” das casas vazias. A reação da ANP surge após o Conselho de Ministros, que esteve reunido extraordinariamente esta segunda-feira para aprovar várias medidas no âmbito da habitação, nomeadamente o fim do regime do arrendamento coercivo das casas devolutas.

Para esta associação de proprietários, presidida por António Frias Marques, “o principal problema ficou por resolver, já que se mantém o imposto espoliativo sobre os andares considerados devolutos, sejam eles destinados a habitação ou a uma qualquer atividade económica”, sem se ter em conta “o porquê e o estado inabitável ou degradado em que se encontra a maioria dos 700.000 locais considerados vagos”.

Em comunicado, a ANP aponta ao facto de a lei contemplar um agravamento que pode ir até 10 vezes mais a taxa normal do IMI, chegando ao fim de cinco anos a 20 vezes mais quando estão em causa zonas de pressão urbanística. Perante esta situação, a associação adianta que vai pedir “de imediato” audiências com todos os grupos parlamentares, “solicitando a revogação do IMI agravado sobre os locais considerados devolutos e que não geram rendimento”.

As taxas do IMI são anualmente fixadas pelas autarquias num intervalo que, no caso dos prédios urbanos (edificado e terrenos para construção), está balizado entre 0,3% e 0,45%, mas contempla agravamentos para as casas devolutas e em ruínas. Assim, para os devolutos em geral as taxas do imposto “são elevadas, anualmente, ao triplo nos casos de prédios urbanos que se encontrem devolutos há mais de um ano […]”.

Na prática, isto significa que os proprietários dos imóveis devolutos podem ser chamados a pagar uma taxa de, por exemplo, 0,9% sobre o valor patrimonial em vez de 0,3% – sendo esta a taxa escolhida pelo município para a generalidade das situações. Já nos imóveis devolutos e localizados em zonas de pressão urbanística, o agravamento da taxa é maior, com a lei a determinar que esta “é elevada ao décuplo, agravada, em cada ano subsequente, em mais 20%”.

O Código do IMI também prevê taxas agravadas para as casas em ruínas – contemplando valores semelhantes aos dos devolutos das zonas de pressão urbanística e dos outros.

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Chega força novo adiamento da votação do projeto da AD para descida do IRS

Depois do PS, agora é o partido de André Ventura que vai usar, esta quarta-feira, o direito potestativo para atirar a discussão do texto de substituição dos sociais-democratas para mais tarde.

O Chega vai forçar, esta quarta-feira, um novo adiamento da votação do projeto de PSD e CDS (AD) que substitui a proposta do Governo para a descida do IRS, e que mantém a redução dos 7.º e 8.º escalões, à revelia do PS. “Vamos pedir o adiamento potestativo para que seja possível chegar a um entendimento com PSD e CDS e, se possível, a um entendimento mais alargado, também com o PS”, revelou ao ECO o presidente do Chega, André Ventura.

Com esta decisão, a bancada do Chega frusta a expectativa dos partidos que suportam o Governo de levar a votos o diploma no próximo plenário onde estão previstas votações regimentais, a 12 de junho, atirando para mais tarde o seu escrutínio. Antes, será preciso que a substituição da proposta do Executivo pela iniciativa da AD seja aprovada pela Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP). E, para já, só há reuniões agendadas até esta quarta-feira, tendo em conta que estamos em campanha para as Europeias de 9 de junho. A votação poderá, contudo, manter-se a 12 de junho, caso os deputados decidam marcar, até lá, uma reunião da comissão.

Esta será a segunda vez que o texto da AD é adiado, depois de o grupo parlamentar do PS ter usado essa prerrogativa há uma semana, na reunião da COFAP. Na altura, o vice-presidente da bancada socialista, António Mendonça Mendes, justificou a decisão com a necessidade de “dar uma oportunidade à negociação parlamentar”.

Ventura invoca agora o mesmo argumento: “Queremos primeiro trabalhar num texto conjunto, designadamente com a AD, mas se este acordo for mais abrangente, com o PS, tanto melhor”. Para o Chega, a linha vermelha não está na redução dos escalões mais altos (7.º e 8.º), que abrangem salários brutos mensais de 3.200 a 6.500 euros, como é o caso do PS.

Aliás, a proposta do partido defende, inclusivamente, uma diminuição mais acentuada das taxas desses patamares mais elevados de rendimento comparativamente com o projeto da AD. Enquanto sociais-democratas e centristas querem baixar o imposto do 7.º escalão em 0,5 pontos percentuais (p.p.) para 43% e do 8.º em 0,25 p.p. para 44,75%, o Chega propõe um alívio de 1 p.p. para 42,50% e de 0,5 p.p. para 44,50% para aqueles níveis de ganhos.

A atualização do mínimo de existência é, para o Chega, a questão central. O partido de André Ventura defende que aquele teto, que permite uma isenção de IRS, “vá até aos 1.000 euros”. Assim, e de acordo com a proposta, os deputados do Chega querem que aquele valor suba dos atuais 11.480 euros anuais, que correspondem a 14 meses de salário mínimo, que está nos 820 euros, para 14.000 euros, o equivalente a 14 vencimentos de 1.000 euros brutos mensais.

O texto de substituição da AD já pressupõe uma atualização do mínimo de existência que vai beneficiar salários de cerca de 900 euros brutos mensais, mas por via da redução de um coeficiente e não pelo aumento do valor absoluto desse indicador.

Diferentes grupos parlamentares podem usar o direito potestativo até três vezes para atrasar a discussão e a votação de projetos. Assim, ainda é possível um terceiro e novo adiamento, o que poderia colocar em causa a descida das tabelas de retenção na fonte já em julho, como têm alertado o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e o líder da bancada do PSD, Hugo Soares.

De recordar que, aquando do uso do instrumento potestativo, o deputado e antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, referiu que o “adiamento em nada interfere que a 1 de julho as famílias possam contar com tabelas de retenção na fonte ajustadas, porque é uma decisão tomada por despacho pelo membro do Governo responsável pela área das Finanças”. Mas, perante um segundo adiamento, e caso as negociações derrapem, sem consenso à vista, é possível que o alívio nos descontos que os trabalhadores fazem todos os meses para o IRS só entre em vigor em agosto ou mais tarde.

A proposta do Governo de Luís Montenegro assim como o projeto de substituição do PSD para a descida do IRS têm vão custar, já este ano, de 348 milhões de euros, por via da diminuição das tabelas de retenção. Os socialistas têm defendido que o diploma que apresentaram está dentro desse teto de despesa orçamental.

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Seguro agrícola: Há novos protagonistas nos campos

Regras mudam, a Generali Tranquilidade saiu, a Fidelidade está em serviços mínimos, fica a CA Seguros com novos operadores ambiciosos na conquista de um mercado que está 94% por segurar.

Com seis meses de atraso, o IFAP, Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, publicou as tabelas de preço e produtividade que determinam o capital do seguro de colheitas, bem como as restantes regras que regem o ramo do seguro agrícola. O sistema informático que permite a colocação das candidaturas de bonificação ao prémio abriu apenas em 20 de maio, tornando possível emitir as apólices definitivas dos seguros de colheitas no ano em curso. Os operadores do mercado reclamam pelo atraso, já houve granizo e geada, os prémios seguiram os valores do ano passado, há regras novas e ajustes de preços a realizar.

Novas oportunidades para novos negócios da Cegrel de Miguel Fino, da Safe-Crop de Filipe Charters de Azevedo e de Frederico Bernardino da Atlas.

Este atraso é um indicador da importância do Estado nos seguros agrícolas. Por um lado, os prémios de seguros dos agricultores são bonificados por fundos europeus. Por outro, o governo português coloca um mecanismo de compensação de sinistralidade às seguradoras quando o volume de indemnizações excede as receitas destas. No entanto, depois de duas ameaças em anos passados, o atual Executivo promete que este mecanismo vai terminar no final deste ano.

Não terá sido apenas por este motivo que os dois mais históricos seguradores de riscos agrícolas em Portugal estão a abandonar este negócio. A Generali Tranquilidade, que nos últimos anos deteve cerca de 50% do mercado, já não fez seguros agrícolas este ano. A Fidelidade, detentora de 22,6% de quota no ano passado, está apenas a manter os clientes antigos, enquanto a CA Seguros que também controlou cerca de 20% do negócio em 2023, ainda está firme, mais pela sua natural vocação de apoio aos agricultores que pelos 4,2% que o seguro agrícola significa para a sua produção total.

A Caravela, que tem a Safe-Crop como agência de subscrição, e a UNA entraram no mercado em 2022 e prometem aproveitar o espaço que terá de ser ocupado e também todo a enorme de lacuna de proteção por seguros que existe no setor. Ainda há que contar com a seguradora japonesa Sompo, que não entra nas contas de produção do mercado português porque a Atlas, a sua agência de subscrição em Portugal, coloca os seguros numa sucursal da Sompo fora do país.

Agricultura cresce, seguros estagnam

O facto é que a produção de seguros não tem crescido tanto como o setor agrícola. O Rendimento da atividade agrícola a preços ao produtor, medido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indicou – para a produção vegetal – um valor de 7,6 mil milhões de euros em 2022, mais 22% do que em 2022. Nesse ano, a produção foi de 6,25 mil milhões de euros e os capitais seguros pelos seguros agrícolas atingiram, segundo o IFAP, 423 milhões. Comparando valores, verifica-se que apenas 6,7% da produção agrícola esteve segurada, enquanto em todo o mundo, segundo o SRI Crop Insurance Resilience Index da resseguradora Swiss Re, a cobertura é de 40%. Se a lacuna de proteção global é de 60%, em Portugal é 94%, pelo que o potencial do crescimento do mercado é muito relevante no longo prazo mas, de imediato, a oportunidade é ganhar os 14 milhões de euros em prémios de que a Generali Tranquilidade desistiu.

O setor é subsidiado. Os apoios seguradores europeus incidem numa bonificação das tarifas aplicadas aos seguros em território nacional, continente e regiões autónomas. São calculados os capitais a segurar, através das tabelas agora tardiamente publicadas pelo IFAP, de acordo com a produtividade de cada cultura em Kgs por hectare e o preço de referência pago ao produtor em euros por Kg. Sobre esse capital seguro incidem tarifas segundo cinco regiões de risco no continente (de A a D) que cobrem danos nas culturas devido a eventos climáticos como incêndios, granizo, geada ou neve, mas excluindo a seca. Os agricultores candidatam-se a esta bonificação que varia entre 57% e 60% do custo do prémio, conforme a sua situação, pagando apenas o valor líquido do prémio, devendo a seguradora procurar o restante junto do IFAP.

Já o mecanismo de compensação de sinistralidade é iniciativa do governo português e tem custo previsto no Orçamento de Estado. Tem como objetivo atribuir às seguradoras uma compensação financeira quando a sinistralidade atinge uma determinado valor, isto é, o montante das indemnizações pagas excede uma dada percentagem do valor dos prémios processados. É um processo de resseguro normal de stop-loss que, face a muitas hesitações das grandes resseguradoras mundiais em o aceitar, obrigou o Estado a ser ressegurador público. Assim, há lugar à atribuição de compensação de sinistralidade quando as indemnizações pagas decorrentes de sinistros forem superiores a 150% dos prémios processados no conjunto das regiões A, B e C e superiores a 85 % dos prémios processados no conjunto das regiões D e E. É este apoio que o Governo quer terminar no final deste ano, obrigando as seguradoras a recorrerem apenas a resseguradores globais.

As zonas de risco definidas para Portugal têm diferentes tarifas. O valor percentual médio de 2022, para calcular sobre os capitais seguros varia muito segundo a região. Bonificado pela União Europeia, é bastante mais barato.

“Do nosso lado, estamos preparados para o novo enquadramento, pois nunca trabalhámos com este apoio. Acreditamos que promove uma seleção adversa”, afirma Filipe Charters de Azevedo, da Safe-Crop. Fonte do setor acrescenta que sem o resseguro haverá algum desconforto no mercado, já que nem todas as seguradoras irão querer suportar um conjunto de riscos sem o suporte do Estado”.

A solução, segundo a mesma fonte, é “flexibilizar o seguro de colheitas, permitindo alterar franquias, riscos meteorológicos cobertos e formas de peritagem, mantendo os restantes apoios europeus. Se tal for permitido, se houver esta flexibilidade por parte do IFAP, o fim do resseguro público poderá nem sequer ter impacto”, conclui. Sem esta vontade de flexibilizar o mercado, acrescenta, “continuaremos a ter um elevado gap de proteção e um mercado de dinamismo lento”.

Protagonistas estão a emergir

A hoje Generali Tranquilidade tinha longa tradição de seguro agrícola, mas decidiu “descontinuar este produto” face às dificuldades em trabalhar nesta área. Também a Fidelidade vai reduzir a sua produção apenas satisfazendo clientes antigos.

Para este ano desenham-se apenas cinco protagonistas mais ativos: CA Seguros, a Caravela através da agência de subscrição Safe Crop, a Sompo através da também agência de subscrição Atlas, a corretora Cegrel e a UNA seguros.

A CA Seguros tem estado vocacionada para a contratação dos seguros de colheitas desde o seu início e “continuará a prestar esse serviço aos clientes do Crédito Agrícola, protegendo os seus investimentos e garantindo a sua continuidade de negócio, num ramo que, cada vez mais, está dependente do clima e das intempéries” afirma fonte da empresa. Para a CA Seguros de campanha deste ano já está a terminar pelo que já faltam poucas culturas para serem contratadas, referindo que as Seguradoras já estão a assumir risco praticamente desde fim de março. A CA Seguros continua a trabalhar diretamente com os agricultores através dos balcões da Caixa Agrícola, não podendo estatutariamente utilizar os serviços de mediadores ou corretores.

Quanto ao resseguro estatal, a CA Seguros há muito que saiu deste sistema e contrata resseguro privado. No entanto, a seguradora entende que “foi um mecanismo de excelente implementação que proporcionou um seguro, durante muitos anos, a segurados de altíssimo risco”. Refere que para funcionar bem o sistema de resseguro do Estado deverá ser alvo de uma grande reformulação e fiscalização, de modo “a que todos tenhamos a garantia que o Resseguro está ser bem aplicado, do mesmo modo que o resseguro privado faz”.

Safe-Crop e Atlas procuram ativamente mediadores de seguros em todo o país para a sua expansão no ramo agrícola, mais interessados em preencher as lacunas dos agricultores quanto a seguros que em concorrer entre si.

A Caravela iniciou em 2023 a exploração do seguro de Colheitas em parceria com a Safe-Crop, num modelo de MGA. Em relação à sua estratégia, fonte da seguradora refere: “Estamos atentos às alterações que se perspetivam para o setor, porém aguardamos a estabilização do enquadramento regulatório” acrescentando que “o setor agrícola está em crescimento, tem vindo a observar a entrada de novas empresas com tecnologia inovadora e explorando novos nichos, fator que esteve na base deste nosso passo para a exploração desta área de negócio”, conclui.

Do lado da Safe-Crop, a certeza é que, apesar da saída Generali Tranquilidade, “50% do mercado não desapareceu”. Filipe Charters de Azevedo garante que “os clientes não ficaram sem resposta. Cada um dos atuais fornecedores de seguros de colheita, sejam seguradoras ou agentes de subscrição, ajustou a sua oferta e rede de distribuição de forma a conseguir satisfazer as necessidades dos agricultores”. No caso da Safe-Crop, continua, “sendo um projeto recente, obrigou-nos a correr ainda mais depressa. Uma das soluções encontradas foi diversificar a nossa linha de agentes e corretores no campo, dispostos a estar ombro a ombro com os nossos clientes”. Charters de Azevedo confirma que tem parceiros a vender produtos Safe-Crop em todo o país e afirma “continuamos à procura de agentes que queiram vender seguros de colheitas”.

A mediadora agente de subscrição Atlas é uma separação do departamento agrícola da corretora de seguros Secose e em 2012 iniciou um projeto exclusivamente dedicado ao setor agrícola representando a Sompo Internacional, seguradora japonesa que subscreve riscos nos principais mercados agrícolas mundiais como Estados Unidos, China, Japão, Índia e América do Sul. Tendo obtido 937 mil euros de comissões em 2022, o seu principal acionista, Frederico Bernardino, aponta a sua estratégia para o alargamento do mercado nacional e para esse objetivo está a recrutar 25 mediadores de seguros em todo o país. Quer ainda alargar as suas parcerias com resseguradoras para além da Sompo. “Queremos aumentar a dispersão geográfica das nossas apólices, evitar os mesmos estadios de diferentes culturas, ou seja, evitar concentração de riscos”, diz.

A Cegrel, corretora baseada em Portalegre tendo a Villas Boas como maior acionista e liderada por Miguel Fino, colocou em 2023 cerca de 60% dos seus seguros na Generali Tranquilidade e 37,5% na Fidelidade, exatamente as seguradoras que ou saíram ou estão em desaceleração no ramo. Segundo fontes do mercado, é mesmo a Cegrel – com comissões de 712 mil euros em 2023 – que vai mantendo a Fidelidade neste ramo. Para este ano, a corretora planeia “consolidar a carteira existente de clientes e prémios, aumentar a implantação no mercado do ramo colheitas/agrícola, alargar a carteira nos restantes ramos e manter o valor de comissões em 2024”, já que não preveem aumento das comissões no ramo agrícola por parte das seguradoras.

Finalmente, fonte da UNA salienta que o setor agrícola “é um ramo em que temos investido, temos desenvolvido e alargado a nossa oferta ao longo do tempo”, mas há prudência ao definir a velocidade que vai imprimir ao negócio.

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Esta é a chave do Euromilhões. Prémio de 48 milhões de euros em jogo

  • ECO
  • 28 Maio 2024

O jackpot desta terça-feira ronda os 48 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 48 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot voltou a subir depois de não ter havido totalistas no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 28 de maio:

Números: 16, 18, 35, 36 e 41

Estrelas: 6 e 7

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Saúde mental e liderança ineficaz são os principais riscos para as empresas europeias

  • ECO Seguros
  • 28 Maio 2024

Profissionais dos recursos humanos das empresas europeias preocupados com risco de ciberataque, escassez de talento e aumento dos custos com a saúde. À atenção das seguradoras.

A deterioração da saúde mental entre os trabalhadores é o segundo risco mais grave que as empresas europeias enfrentam, mas ocupa apenas a 20.ª posição entre os 25 mais prováveis de acontecer.

Segundo o relatório global da Mercer Marsh Beneficts, resultado de inquéritos a profissionais de recursos humanos, esta disparidade advém da falha no diagnóstico e de tratamento de problemas relacionados com a saúde mental, assim como a diminuição da qualidade dos cuidados de saúde. Assim, ainda que haja a precessão de ser pouco provável que acontece, assume-se que, quando acontece, é pode ser grave.

Miguel Ros Galego, Business Leader da Mercer Marsh Benefits Portugal: “A resposta a estes desafios permitirá às organizações
assegurar uma força de trabalho mais saudável e produtiva, orientando o cenário europeu para resultados mais positivos”.

Para os inquiridos a falta de consciencialização para a cibersegurança fomenta o aumento dos riscos de ciberataques (40%), mas apenas 29% afirmam “ter atualmente uma cultura de cibersegurança eficaz.”.

O principal principal risco para as empresas é liderança ineficaz. Além disso, metade dos inquiridos considera que o aumento dos custos com a saúde e benefícios (55%), assim como a escassez de talento (56%) podem impactar catastroficamente a sua empresa.

Ainda que mais de metade dos inquiridos (52%) acredite que as disparidades entre a remuneração dos executivos e dos restantes trabalhadores possa impactar negativamente a sua empresa, apenas 27% “têm atualmente em vigor uma proposta de valor eficaz e claramente definida.”

Note-se que o relatório People Risk 2024 é baseado nas opiniões de 4.575 profissionais de recursos humanos e de risco a nível global. Os riscos foram classificados por probabilidade e severidade.

David Dodd, Partner da Mercer Marsh Benefits Europa, considera que “muitas organizações europeias enfrentam riscos que os profissionais de recursos humanos e de risco veem como uma ameaça para o seu negócio. Embora estes riscos não sejam exclusivos da Europa, os desafios geopolíticos, como as eleições nos principais países e os conflitos à nossa porta, juntamente com um ambiente económico difícil, exigem um equilíbrio entre a economia e a empatia, uma vez que os colaboradores exigem mais apoio no local de trabalho.”

Já para Miguel Ros Galego, Business Leader da Mercer Marsh Benefits Portugal, “as empresas podem enfrentar os riscos de frente, alavancando soluções personalizadas e a utilização da inteligência artificial, adaptando as suas estratégias face aos sistemas e regulamentos em constante mudança, encorajando também a colaboração entre as equipas de recursos humanos e de riscos, de forma a desenvolverem estratégias de prevenção. A resposta a estes desafios permitirá às organizações assegurar uma força de trabalho mais saudável e produtiva, orientando o cenário europeu para resultados mais positivos”.

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Maior fundo de pensões europeu vendeu 10 mil milhões de ativos de combustíveis fósseis

  • ECO Seguros
  • 28 Maio 2024

A ABD diz que os rendimentos que advinham dos ativos de combustíveis fósseis têm sido fáceis de substituir.

O maior fundo de pensões europeu, o Stichting Pensioenfonds ABP, vendeu todos os seus ativos líquidos em petróleo, gás e carvão, no valor de 10 mil milhões de euros. Segundo o que presidente do Conselho de Administração do fundo, Harmen van Wijnen, disse em entrevista, as últimas ações e obrigações detidas pelo fundo nestes ativos foram vendidas no primeiro trimestre deste ano, avançou a Bloomberg.

Harmen van Wijnen, presidente do Conselho de Administração do Stichting Pensioenfonds ABP, vai afastar-se dos investimentos em empresas de combustíveis fósseis.

No entanto, o fundo continua a ter na sua carteira investimentos ligados ao petróleo e ao gás no valor de 4,8 mil milhões de euros. O fundo prevê que poderá eliminar a sua participação em alguns anos, uma vez que está vinculado a contratos de longo prazo.

O fundo de pensões tomou estas decisões por concluir que as empresas que não se adaptam à transição para uma economia de baixo carbono são um investimento arriscado. As empresas cujas atividades são prejudiciais para o clima ou para a biodiversidade “já não se adequam” à sua estratégia de investimento, afirmou o fundo em março.

“Qualquer pessoa que olhe para trás cerca de 10 anos verá que os investimentos em produtores de petróleo e gás não tiveram um desempenho excecional durante esse período”, afirmou a ABP num comunicado, citado pelo Bloomberg.

Além disso, o ABD diz que os rendimentos que advinham dos ativos de combustíveis fósseis têm sido fáceis de substituir.

Nota que o fundo tem cerca de 520 mil milhões de euros em ativos sob gestão, gerindo as pensões de três milhões de funcionários públicos e do setor da educação nos Países Baixos.

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