Imposto fez cair 36% venda de bebidas com muito açúcar nos últimos sete anos

  • ECO e Lusa
  • 20 Maio 2024

Autoridade de saúde monitorizou o impacto do imposto especial de consumo de bebidas adicionadas de açúcar ou edulcorantes em 2023, com base nos dados do Fisco. Confira os resultados

A venda de refrigerantes com teor elevado de açúcar caiu 36% nos últimos sete anos, o que pode significar que a indústria está a reformular as suas bebidas e o consumidor a optar por bebidas menos açucaradas, revela a DGS.

Segundo o Relatório Anual do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) 2023 da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta segunda-feira, verificou-se “uma diminuição de 36% da proporção de bebidas enquadradas no escalão mais elevado do imposto (teor de açúcar igual ou superior a 8 g/100 mL), entre 2017 e 2023”.

“Mais recentemente, entre 2019 e 2023, verificou-se um aumento de 54% nas bebidas que se enquadram no escalão mais reduzido (teor de açúcar inferior a 2,5 g/100 mL), sugerindo assim que as bebidas refrigerantes atualmente mais consumidas pelos portugueses apresentam um teor de açúcar significativamente menor”, sublinha a DGS.

Para obter estes dados, a autoridade de saúde monitorizou o impacto do imposto especial de consumo de bebidas adicionadas de açúcar ou edulcorantes em 2023, tendo para isso analisado os dados da Autoridade Tributária e Aduaneira relativos à distribuição percentual destas bebidas em função do teor de açúcar nos sete primeiros anos de aplicação do imposto (2017-2023).

Para a diretora do PNPAS, Maria João Gregório, haver atualmente um menor número de bebidas refrigerantes com oito ou mais gramas de açúcar por 100 mililitros pode dever-se “a dois fatores distintos”. “Por um lado, a indústria está a reformular as suas bebidas e, por isso, a reduzir o seu teor de açúcar”, e, por outro lado, os consumidores podem estar a optar por bebidas com um menor teor de açúcar, disse a nutricionista à agência Lusa.

Maria João Gregório salientou que esta redução do teor médio de açúcar que estas bebidas apresentam demonstra que esta medida de saúde pública (imposto especial) tem sido “um forte incentivo” para estes resultados.

A DGS acrescenta que os dados mais recentes (2023) “reforçam que o impacto mais significativo desta medida se relaciona com o incentivo à reformulação do teor de açúcar destas bebidas”.

Relativamente à evolução do volume de vendas destas bebidas, segundo os dados da Autoridade Tributária e Aduaneira, verificou-se uma diminuição no total de vendas de 17% no período 2017-2020. Entre 2020 e 2023 registou-se um aumento de 25% no volume de vendas, tendo esse valor ultrapassado ligeiramente em 2023 o valor de 2017 (+ 3%), acrescentam os dados.

Lei afasta publicidade de alimentos a menores

O programa também avaliou os dados da monitorização do cumprimento das restrições à publicidade alimentar dirigida a menores de 16 anos, impostas pela Lei n.º 30/2019 de 23 de abril, que sugerem também que esta medida está a ter a capacidade de restringir a exposição das crianças à publicidade alimentar.

Segundo os dados, a publicidade alimentar nas proximidades das escolas mostra a inexistência de anúncios a produtos alimentares não saudáveis no raio circundante de 100 metros dos recintos escolares, tal como a Lei determina.

“No entanto, quando se avaliaram os anúncios a alimentos num perímetro mais alargado (500 metros dos recintos escolares) foi possível identificar um conjunto relevante de publicidade a alimentos não saudáveis”, realça o relatório.

Os dados mais recentes relativos a 2022 do estudo COSI Portugal, sistema de vigilância nutricional infantil integrado num estudo da Organização Mundial da Saúde/Europa, mostram uma prevalência de 31,9% de excesso de peso e 13,5% de obesidade em crianças com 6 a 8 anos, o que representa um aumento de 2,2 e de 1,6 pontos percentuais, respetivamente, comparativamente a 2019.

Estes valores vêm contrariar a tendência descendente observada entre 2008 e 2019 para o excesso de peso, e confirmar a tendência crescente da obesidade infantil já observada em 2019.

O estudo aponta um decréscimo no consumo de bebidas açucaradas, numa frequência até 3 vezes por semana, face a 2019.

Maioria dos cereais de pequeno-almoço tem elevado teor de açúcar

O estudo também revelou elevados teores de sal nos produtos de charcutaria e de açúcar na maioria dos cereais de pequeno-almoço disponíveis no mercado.

O relatório analisou a composição nutricional de 2.743 produtos alimentares, sendo que a maioria pertencia às categorias dos produtos lácteos frescos e sobremesas (29%) e refrigerantes e outras bebidas (27%).

Em declarações à agência Lusa, a diretora do PNPAS, Maria João Gregório, afirmou que se pode tirar desta análise “algumas conclusões que são relevantes”, nomeadamente que os produtos de padaria embalados já têm teores médios de sal que não são muito superiores a um grama de sal por 100 gramas de produto, o limite estabelecido com a indústria e com os setores da distribuição e da panificação.

Segundo a análise, dos 101 produtos de pastelaria doce e dos 128 produtos de padaria avaliados, verificou-se que dos produtos de padaria 42% (54) tinham um teor de sal superior a 1g/100g (valor definido no acordo para a reformulação dos produtos alimentares para o teor máximo de sal no pão).

Contudo, assinalou a nutricionista, há outras categorias que é preciso melhorar, nomeadamente nos produtos de charcutaria e nos cereais de pequeno-almoço, em que foram detetados, respetivamente, valores elevados de sal e de açúcar.

Dos 308 cereais de pequeno-almoço analisados, a maioria (186) apresentava um valor superior a 15 gramas de açúcar por 100 gramas de produto (valor de corte definido pelo Modelo de Perfil Nutricional Português para as restrições à publicidade alimentar dirigida a menores de 16 anos).

“Por outro lado, destaca-se que 92% dos cereais de pequeno-almoço (284) apresentam um teor de sal inferior a 1 g por 100 g, valor máximo definido para esta categoria de produtos no compromisso para a reformulação dos produtos alimentares realizado entre a DGS e a indústria alimentar e de distribuição”, salienta o relatório.

Segundo Maria João Gregório, também existe um acordo com a indústria para reduzir o teor médio de açúcar, caminho que está a ser percorrido, embora seja necessário continuar a trabalhar com estes setores para que no futuro o mercado possa ter produtos com “um perfil nutricional mais adequado”.

Dos 598 produtos de charcutaria e similares analisados, 88% apresentava um teor de sal superior a 1,5 g/100 g, o que corresponde a um elevado teor de sal, “sendo a média do teor de sal para esta categoria consideravelmente superior a este valor (2,83 g/100 g)”, segundo o documento.

Foram também analisados 640 iogurtes e 90 sobremesas lácteas ou similares. No caso dos iogurtes com adição de açúcar, verificou-se um teor médio de açúcar de 13,35 gramas por 100 g, valor superior ao definido para esta categoria.

A diretora do programa da DGS explicou que esta análise faz parte de um sistema de monitorização europeu e foi realizada em Portugal e em mais 13 países da União Europeia.

O objetivo é conseguirmos estabelecer um sistema europeu que permita monitorizar a composição nutricional dos alimentos porque a recomendação é que os países adotem medidas para melhorar o perfil nutricional destes produtos, salientou.

Uma das medidas previstas no PNPAS 2022-2023 é a adoção de um sistema de rotulagem nutricional simplificado na parte da frente da embalagem dos produtos alimentares, tendo a análise verificado que cerca de 25% dos produtos analisados apresentam já um sistema. Dos produtos que possuem rotulagem nutricional simplificada, a maioria utiliza o Nutri-Score (40%), seguido do Rótulo de Doses de Referência (31%) e do Semáforo Nutricional (28%)

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Corretora Seguramos cresceu 80% e vai continuar em aquisições

Num encontro com parceiros e seguradoras, o CEO Mário Ramos indicou quais os passos que vai dar para atingir 95 milhões de prémios de seguros em 2025. Duas novas aquisições serão anunciadas em breve.

Após uma interrupção devido à pandemia e à integração de empresas adquiridas, a corretora Seguramos voltou a juntar os parceiros e seguradoras num encontro realizado em Aveiro. O CEO Mário Ramos divulgou os seus resultados de 2023 e principalmente as ambições para o ano em curso, em que o objetivo é 75 milhões de prémios e 11 milhões de receitas de comissões e para 2025, onde esses indicadores sobem, respetivamente, para 95 milhões e 14 milhões de euros.

Mário Ramos, CEO da Seguramos, explicou a sua estratégia perante uma audiência de distribuidores e seguradores.Alexandra Caetano

A estratégia para alcançar esses resultados também foi revelado. Mário Ramos quer expandir através de aquisições, penetrar melhor na zona sul com foco no Algarve, fomentar crescimento orgânico, alargar a oferta de seguros de crédito e seguros ligados ao crédito imobiliário.

Para este ano Mário Ramos promete para breve duas novas aquisições entre outras que estão em estudo. Em 2023, a Seguramos incorporou as mediadoras Giant, Vialonga, Multigaia, Jorge Fernandes e Aragão, atingindo um volume de negócios de 8,8 milhões de euros e um resultado líquido de 887 mil euros. O crescimento real foi de 80,7% dos quais 11,5% resultaram de crescimento orgânico, e o restante resulta da “reexpressão das contas”, ou seja, de comparar as contas de 2023 – que refletem as 4 empresas incorporadas – com as 2022 simulando a adição dessas empresas.

Os clientes superaram o número de 72 mil com os negócios a serem realizados em 60% com empresas e 40% em particulares. A carteira está em 67% de seguros obrigatórios, mas cresce mais nos setores da saúde, hotelaria e turismo e responsabilidade civil, destacando-se os seguros de saúde grupo e os ciberriscos.

As oportunidades que os novos riscos também trazem foram debatidos por Ana Marques, da Generali Tranquilidade, Frederico Gil, da Berkley, de Artur Rodrigues, da Ageas Seguros e Sérgio Teodoro, da Fidelidade.Alexandra Caetano

A ambição também cresce nas 43 seguradoras que trabalham com a Seguramos. Um debate reuniu diretores de topo dos três maiores grupos seguradores em Portugal, que simultaneamente são os mais volumosos para o negócio da corretora, e Frederico Gil, da Berkley Portugal que está a ocupar relevância no nicho de seguros de responsabilidade civil.

O debate falou a uma numerosa audiência de profissionais de seguros dos novos riscos e dos desafios e oportunidades que causam na distribuição de seguros, tendo a conversa incidido sobre o que se está a passar no ramo saúde, das consequências das alterações climáticas e do que a Inteligência Artificial já está a mudar. Para além de Frederico Gil e com moderação do diretor de ECOseguros, estiveram Ana Marques da Generali Tranquilidade, Artur Rodrigues, da Ageas Seguros e pela Fidelidade Sérgio Teodoro que aproveitou o espírito ambicioso e divertido de Mário Ramos para sugerir uma revisão dos objetivos de venda da corretora em relação à sua companhia.

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Governo escolhe ex-deputado Hugo Carvalho para acelerar licenciamento de energias renováveis

  • Lusa
  • 20 Maio 2024

Estrutura de Missão vai "apoiar a concretização de projetos de energia de fonte renovável através de um regime processual mais transparente, ágil e simplificado". Paulo Carmona vai ser o coordenador.

O Ministério do Ambiente e da Energia garantiu esta segunda-feira que vai agilizar a constituição da Estrutura de Missão para o Licenciamento de Projetos de Energias Renováveis 2030 (EMER 2030), que vai ser liderada pelo antigo deputado Hugo Martins de Carvalho.

“O Ministério do Ambiente e Energia vai agilizar a constituição da EMER 2030, à qual competirá apoiar a concretização de projetos de energia de fonte renovável através de um regime processual mais transparente, ágil e simplificado”, indicou, em comunicado.

Segundo a mesma nota, para liderar esta estrutura, o Governo escolheu o antigo deputado Hugo Carvalho, mestre em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Já como coordenador da EMER vai ser designado o professor universitário Paulo Carmona, que presidiu à Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis.

Conforme sublinhou, esta estrutura insere-se num conjunto de reformas integradas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que o executivo pretende impulsionar para “estimular a incorporação de energias renováveis no sistema energético nacional”.

Entre os objetivos da EMER está a implementação de um balcão único de licenciamento de projetos e a criação de um sistema de acompanhamento e controlo de projetos.

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Milhares exigem demissão de Netanyahu em frente ao Parlamento de Israel

  • Lusa
  • 20 Maio 2024

Quase todos os fins de semana têm acontecido protestos em diversas zonas de Israel para exigir a demissão de Netanyahu e eleições antecipadas. Joe Biden critica mandado de captura do TPI.

Milhares de manifestantes israelitas concentraram-se esta segunda-feira nas ruas frente ao Knesset (parlamento) em Jerusalém para exigir a demissão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e a convocação de eleições antecipadas.

“Tu és o líder. És o culpado”, gritaram os manifestantes, muitos provenientes de outras zonas do país para integrar uma caravana lenta que provocou atrasos na entrada da cidade.

Também participaram no protesto, que coincide com o regresso dos trabalhos parlamentares após uma pausa de primavera de seis semanas, familiares dos reféns israelitas em Gaza que exigem um acordo de cessar-fogo com o grupo islamista palestiniano Hamas para a libertação dos sequestrados.

Desde o início do atual conflito no enclave palestiniano em 7 de outubro de 2023 que têm decorrido protestos quase todos os fins de semana em diversas zonas de Israel para exigir a demissão de Netanyahu e eleições antecipadas.

O protesto desta segunda-feira ocorre no dia em que o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, anunciou o pedido de emissão de mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, pela guerra em Gaza, e contra os chefes do Hamas Yahya Sinwar, Mohammed Al-Masri e Ismail Haniyeh.

Ao reagir à decisão, Netanyahu acusou a instituição de “antissemitismo” por comparar “os monstros do Hamas com os soldados das Forças de Defesa de Israel, o Exército mais moral do mundo”.

Mais de 35.500 pessoas, na maioria crianças, mulheres e idosos, foram mortos pelas forças israelitas desde 07 de outubro, e cerca de 80.000 feridas. Calcula-se ainda que pelo menos 10.000 corpos permanecem soterrados nos escombros sem possibilidade de acesso das equipas de resgate e médicas, segundo dados do ministério da Saúde da Faixa de Gaza.

Biden critica mandado de captura contra dirigentes israelitas

O Presidente norte-americano, Joe Biden, criticou o mandado de captura solicitado pelo procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra dirigentes israelitas, rejeitando qualquer “equivalência” entre Israel e Hamas.

O pedido do procurador é “ultrajante”, afirmou Biden numa declaração, argumentando que “independentemente do que o procurador insinua, não há equivalência entre Israel e o Hamas, nenhuma”. “Estaremos sempre ao lado de Israel contra as ameaças à sua segurança”, sublinhou.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, descreveu o anúncio do procurador do TPI como “vergonhoso”, acrescentando que “poderia comprometer” as conversações de cessar-fogo em Gaza. “Rejeitamos a equivalência estabelecida pelo procurador entre Israel e o Hamas. É uma vergonha”, declarou Blinken, em comunicado.

“O Hamas é uma organização terrorista violenta que perpetrou o pior massacre de judeus desde o Holocausto e continua a manter dezenas de pessoas inocentes como reféns, incluindo norte-americanos”, adiantou. O TPI “não tem jurisdição” sobre Israel, frisou ainda.

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Direitos da EDP Renováveis sobem 4,9% no último dia de negociação. Títulos vão ser convertidos em novas ações

Os direitos de incorporação das ações da EDP Renováveis acumularam uma valorização de 21,5% desde 6 de maio. Em breve serão convertidos em novas ações que serão negociadas a partir de 24 de maio.

Os mais de 1 milhão de direitos de incorporação da EDP Renováveis que estavam em negociação desde 6 de maio encerraram a sessão desta segunda-feira a subir 4,9% face ao fecho de sexta-feira para 0,2429 euros. Nas 11 sessões de bolsa em que estiveram a negociar em bolsa, apenas por três ocasiões fecharam no vermelho.

Esta foi a última sessão em que os investidores puderam negociar estes títulos que, em breve, serão convertidos em novas ações da EDP Renováveis na proporção de 63 direitos por uma nova ação — que começarão a ser negociadas a 24 de maio juntamente com as já existentes na Euronext Lisboa.

Depois de no primeiro dia de negociação estes títulos terem fechado a cair 25%, com a cotação a resvalar até aos 0,1508 euros, que rapidamente recuperaram e, desde então, a cotação esteve sempre acima dos 0,2 cêntimos com que começaram a negociar a 6 de maio.

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De acordo com uma operação aprovada a 4 de abril em Assembleia Geral que permitirá aumentar o capital da EDP Renováveis até 81,3 milhões de euros, foi entregue aos acionistas da empresa um direito de incorporação por cada ação detida da empresa liderada por Miguel Stilwell até 30 de abril e mantida até 3 de maio (data de registo).

Posteriormente, os acionistas puderam tomar uma de três decisões: vender os direitos no mercado e encaixar o dinheiro da operação ao preço que o mercado estava a negociar, vender à EDP Renováveis até 17 de maio ao preço fixo de 20 cêntimos ou manter os direitos em carteira.

Os investidores que ao dia de hoje ficaram em carteira com um número de direitos diferentes de um múltiplo de 63 (rácio de conversão dos direitos pelas novas ações) perderão os direitos pela respetiva diferença, não recebendo nada em troca por esses títulos.

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CFO da AON é a profissional que mais ganha entre corretores

  • ECO Seguros
  • 20 Maio 2024

Christa Davies aufere anualmente 31.632.818 dólares. A executiva anunciou em abril os seus planos para se reformar em 2025. Foi surpresa por ser CFO e ser mulher.

No negócio das maiores corretora de seguros do mundo, o profissional melhor pago não é nem CEO, nem homem – é Christa Davies, Chief Financial Officer (CFO) da Aon PLC. Segundo avançou o Business Insurance, a CFO recebe anualmente 31.632.818 dólares, montante dividido pelo salário, ações, outros rendimentos.

Christa Davies, Chief Financial Officer (CFO) da Aon PLC, estará no cargo até ao terceiro trimestre deste ano, depois de verificar os resultados do segundo trimestre de 2024. Em 2025 vai passar para o cargo de conselheira sénior para ajudar na transição.Aon

Quanto ao salário a CFO recebe 1.250.000 dólares, em ações 25.042.451 dólares e 5.340.367 dólares provenientes de outros rendimentos não especificados. Num ano, o seu rendimento valorizou 163,9%.

Há 16 anos na AON, a executiva anunciou em abril os seus planos para se reformar em 2025. Garantiu que irá permanecer no cargo até ao terceiro trimestre deste ano, depois de verificar os resultados do segundo trimestre do ano. Em 2025 vai passar para o cargo de conselheira sénior para ajudar na transição.

Em segundo lugar no ranking encontra-se John Q. Doyle, presidente e CEO da Marsh McLennan, com 19.054.956 rendimento anual que se divide em: 1.400.000 dólares de salário; 5.775.090 em ações; 5.550.012 em outros prémios; 6.000.000 dólares em incentivos não patrimoniais e 329.854 de dólares noutros rendimentos.

No último lugar do pódio encontra-se J. Patrick Gallagher Jr., chairman e CEO da Arthur J. Gallagher Co, com 15.496.222 de rendimento anual. Segue-se Carl Hess, CEO da Willis Towers Watson PLC, com um rendimento de 12.668.832 dólares anuais. Ainda no TOP 5 está J. Powell Brown, CEO e presidente da Brown & Brown. que regista anualmente 9.786.745 dólares.

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Terceiro debate para as eleições europeias foi visto por 642 mil pessoas

  • + M
  • 20 Maio 2024

De acordo com a análise elaborada pela Dentsu para o +M, o confronto entre Catarina Martins, João Cotrim de Figueiredo, Francisco Paupério e João Oliveira foi acompanhado por 642 mil telespectadores.

O debate que juntou na noite de sexta-feira os cabeças-de-lista da CDU, do BE, do Livre e da Iniciativa Liberal foi acompanhado por 593,8 mil pessoas na TVI e por 47,9 mil telespetadores na CNN Portugal.

De acordo com a análise elaborada pela Dentsu para o +M, o confronto entre João Oliveira, Catarina Martins, Francisco Paupério e João Cotrim de Figueiredo foi acompanhado em média por 642 mil telespetadores, o que faz deste o segundo debate mais visto até ao momento.

CDU, PAN, Chega e IL defrontam-se na noite desta segunda-feira na SIC. PS, AD, Chega e CDU a 21 de maio (RTP); e PS, AD, BE e PAN a 24 de maio (TVI). O PS e a AD, como mostra o calendário, surgem junto em todos os debates.

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Sagres mantém aposta nos arraiais em mais de 260 locais de Lisboa

  • + M
  • 20 Maio 2024

A marca lançou também uma campanha publicitária de exterior, que tem como mote “Marcha sempre bem” e que já se encontra nas ruas da cidade de Lisboa e nos arraiais Sagres.

Com o aproximar dos Santos Populares, a Sagres quer celebrar “com todos e ‘sem cerimónias’ em cada rua, beco ou esquina”, pelo que vai estar presente em mais de 260 locais da cidade de Lisboa.

“A Cerveja Sagres é uma marca assumidamente popular e a sua presença ativa nestas celebrações há mais de oito décadas reforça o seu compromisso com o país e com todos os que desfrutam destas festas tão portuguesas. Esta é mais uma forma de estar junto dos consumidores, celebrando a cultura nacional e promovendo novos e inesquecíveis momentos de celebração, de festa e convívio“, diz Catarina Ferraz, responsável de marketing da Cerveja Sagres, citada em comunicado.

A marca de cerveja, vai assim estar presente em mais de duas centenas e meia de locais da cidade lisboeta – desde arraiais tradicionais, às festas e ativações em clientes – incluindo em três novos arraiais, em Vila Berta, Belém e Lumiar, decorando os bairros e distribuindo “as famosas perucas que não vão deixar ninguém indiferente”.

O Grande Arraial Sagres vai também regressar ao Sagres Campo Pequeno, bem como o Santos no Tejo, que decorre no dia 7 de junho, refere a marca em nota de imprensa.

Já na noite de 12 de junho, a Sagres volta a promover a iniciativa “Santa Boleia“, proporcionado à população lisboeta, transporte gratuito para os Santos Populares. Esta iniciativa “não tem limite de viagens e permite a todos aqueles que queiram aproveitar os arraiais ‘sem cerimónias’ não terem de se preocupar com o transporte”.

Assim, e “mantendo o espírito de festa, de uma forma responsável e segura, dois autocarros de 63 lugares, decorados a rigor, estão prontos a seguir caminho, entre as 18h e as 2h, para os locais mais icónicos dos Santos Populares na capital”, acrescenta-se. Estes percorrem dois trajetos: Belém – Cais do Sodré e Saldanha – Santa Apolónia.

No âmbito dos Santos Populares, a marca lançou também uma campanha publicitária de exterior, que tem como mote “Marcha sempre bem” e que já se encontra nas ruas da cidade de Lisboa e nos arraiais Sagres.

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Pedro Reis quer “reformismo responsável” no setor público e traça roteiro para “salto quântico” na economia

  • Lusa
  • 20 Maio 2024

Ministro da Economia diz que cabe ao setor público desencadear "uma agenda de reformismo responsável" e que o país deve tirar partido da sua dimensão para dar "um salto quântico".

O ministro da Economia, Pedro Reis, disse esta segunda-feira que é preciso “resgatar a ambição” de Portugal, defendendo que o país deve tirar partido da sua dimensão para dar “um salto quântico”.

“Se focarmos a execução e a racionalidade das decisões muito em capitalizar e financiar as empresas, promover a inovação, ajudar na internacionalização, remover a burocracia, conseguimos dar um salto quântico a uma velocidade que não é possível em economias muito maiores e mais complexas. Tiremos partido da nossa dimensão e assentemos a nossa prioridade na agilidade da economia portuguesa“, disse o ministro.

Pedro Reis falava na abertura da conferência anual da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), que decorreu esta segunda-feira na Universidade de Aveiro.

Perante uma plateia de empresários, académicos e alunos, o ministro referiu que é preciso resgatar a ambição de Portugal, afirmando que o país “tem todas as condições para ser uma potência exportadora e internacionalizada com base na inovação e no talento”.

“Se conseguirmos fazer acontecer isto, estaremos a posicionar-nos e a conquistar o futuro”, afirmou o sucessor de António Costa Silva.

Portugal tem todas as condições para ser uma potência exportadora e internacionalizada com base na inovação e no talento.

Pedro Reis

Ministro da Economia

No seu discurso, o ministro disse ainda que cabe ao setor público desencadear “uma agenda de reformismo responsável”, defendendo uma aposta na qualificação, no talento e conhecimento para vencer o desafio da produtividade, da competitividade e da escala.

“Estes são os desafios que convém ganhar, sem os quais tudo o que façamos é ingrato ou suficiente e se assegurarmos isto tudo o resto é possível”, observou.

Defendeu ainda uma aposta em investimento continuado, adiantando que um dos desafios de Portugal é o desafio da consistência, porque “nós pensamos bem, mas distraímo-nos rápido”, e uma maior agilidade na implementação do Plano de Recuperação e Resiliência e do PT 2030.

Pedro Reis, ministro da EconomiaFILIPE AMORIM/LUSA 7 maio, 2024

O ministro destacou ainda o papel “absolutamente nevrálgico para o caminho do futuro” do setor metalúrgico e metalomecânico, comparando-o a uma “coluna vertebral da economia portuguesa”.

Na mesma ocasião o presidente da AIMMAP, Vítor Neves, sustentou que o país e a economia precisam de uma “profunda simplificação legislativa e de processos”, argumentando que existe em Portugal “um emaranhado de leis e processos que dificultam a vida ao próprio Estado, mas acima de tudo aos cidadãos, aos contribuintes e às empresas”.

“Este elevadíssimo nível de burocracia leva a que o bloco europeu seja cada vez menos competitivo o que pode ser facilmente comprovado pelas sucessivas taxas de crescimento anémicas da Europa sistematicamente inferiores às dos blocos seus concorrentes”, observou.

No caso específico de Portugal, Vítor Neves sublinhou que este modelo leva a “um Estado grande, ineficiente, lento e com custos elevados” e, do lado das empresas, obriga “a custos operacionais e de estrutura desproporcionados que lesam a sua competitividade”.

O presidente da AIMMAP defendeu ainda que é preciso valorizar o trabalho e o investimento, adiantando ver com “enorme preocupação a noção que se começa a formar de que trabalhar menos é produzir mais” e defendeu políticas públicas de apoio ao investimento para as empresas “poderem dar saltos importantes em termos de produtividade”.

O porta-voz dos industriais metalúrgicos e metalomecânicos disse ainda que este é um dos setores mais dinâmicos da indústria portuguesa e a mais importante indústria exportadora, com cerca de 23 mil empresas e 245 mil postos de trabalho.

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Greve geral? “Dependendo das medidas do Governo, a resposta será dada, sempre”, responde líder da CGTP

  • Lusa
  • 20 Maio 2024

A CGTP anunciou esta segunda-feira a realização de uma "semana de ação, luta e esclarecimentos" de 20 a 27 de junho, em defesa de melhores salários, redução de horários e manutenção de direitos.

A CGTP anunciou esta segunda-feira a realização de uma semana de ação, luta e esclarecimentos, a decorrer de 20 a 27 de junho, em defesa de melhores salários, redução de horários e manutenção de direitos. A iniciativa foi anunciada pelo secretário-geral da central sindical, Tiago Oliveira, em conferência de imprensa, após a reunião da Comissão Executiva, na sede da intersindical, em Lisboa.

Tiago Oliveira referiu que esta semana de luta, decidida pelo Conselho Nacional realizado na passada quinta-feira, terá por lema geral “aumentar salários, garantir direitos, combater a exploração e as desigualdades”, e que o objetivo é fazer convergir para estes dias a realização de plenários, tribunas, concentrações e greves nos mais variados setores e em todo o país.

Questionado sobre se esta semana de luta é uma antecâmara para a convocação de uma greve geral, o secretário-geral da CGTP afirmou que as ações de luta são sempre vistas “caso a caso, momento a momento”, até porque a realização de uma greve implica sacrifício para os trabalhadores, mas sublinhou que, “dependendo das medidas do Governo, a resposta será dada, sempre”.

Tiago Oliveira referiu que esta semana de luta foi convocada após uma avaliação da situação política que “fica marcada pela degradação das condições de trabalho” e dos salários, com os trabalhadores a terem mais dificuldade em fazer face ao custo de vida.

Esta análise, disse, revelou também a disponibilidade dos trabalhadores em partirem para a “luta concreta em torno da valorização” dos seus salários e direitos, apontando como exemplo a adesão à jornada de luta convocada pela Frente Comum dos sindicatos da administração pública realizada em 17 de maio e as várias greves setoriais que estão a decorrer ou vão realizar-se nos próximos dias.

Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTPLusa

Segundo o dirigente sindical, a semana de 20 a 27 de junho será um período em que “os trabalhadores irão assumir” a sua “luta por melhores condições de vida”, indicando que ao longo daquela semana está também prevista a realização de tribunas públicas em todos os distritos do país

A resolução aprovada pelo Conselho Nacional da CGTP sublinha a necessidade de melhores salários, do combate à precariedade, de luta pela manutenção de direitos e por uma efetiva contratação coletiva e contra a desregulação dos horários.

A CGTP defende a subida do salário mínimo nacional para os 1.000 euros este ano, a fixação das 35 horas como limite máximo semanal de trabalho, bem como aumentos salariais de 15% com um mínimo de 150 euros.

 

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Exigir mais garantias para investir em renováveis não é “razoável”, afirma Galamba

O comentário do ex-ministro e atual consultor na área das energias renováveis surge na sequência da discussão em torno da quebra dos preços da energia vendida no mercado grossista.

O ex-secretário de Estado da Energia e ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, agora consultor na área das energias renováveis, defende que o risco de investir neste tipo de energia é “tão reduzido quanto o risco que qualquer futuro pode aspirar” a ser. Portanto, pedir garantias adicionais ao investimento não será “razoável”.

Exigir garantias adicionais para reduzir ainda mais o risco como contrapartida para investir não parece necessário, muito menos parece razoável“, afirma João Galamba, numa publicação na rede social Linkedin, em reação notícias sobre cortes no investimento em renováveis justificadas por preços mais baixos registados nos mercados grossistas da eletricidade.

“Não se entende tanta ansiedade por parte dos investidores em relação a um futuro que, por razões várias, já tem um risco tão reduzido quanto o risco [que] qualquer futuro pode aspirar a ter”, considera. Isto, tendo em conta a legislação europeia, a procura por grandes quantidades eletricidade abundante e a preços competitivos e a preponderância dos contratos de aquisição de energia. “Falamos de níveis de certeza no futuro que inexistem noutros setores económicos”, refere.

Os preços da eletricidade no mercado grossista, onde os comercializadores de eletricidade a compram aos produtores, têm vindo a aliviar. Em março registaram-se mínimos de 10 anos e abril abriu com algumas horas a marcar valores negativos no mercado ibérico. Para 2024 espera-se um ano de preços mais baixos face aos dos últimos anos.

O setor tem vindo a alertar para potenciais “problemas” dos preços baixos, em particular na viabilização de projetos renováveis, e aponta a necessidade de reequilibrar o mercado. Em cima da mesa estão soluções como as baterias, a atração de grandes consumidores e até um redesenho do mercado.

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Mais um tribunal português rejeita reconhecer contrato de trabalho entre estafeta e Uber Eats

Depois do Tribunal de Vila Real e do Tribunal de Portimão, agora é o Tribunal de Bragança dar razão às plataformas digitais e negar o reconhecimento de um vínculo de trabalho dependente ao estafeta.

O Tribunal do Trabalho de Bragança rejeitou o reconhecimento de um contrato de trabalho entre um estafeta e a Uber Eats. Esta é a terceira decisão que se conhece de um tribunal português que dá razão às plataformas digitais e nega o reconhecimento de um vínculo de trabalho dependente. Conforme já escreveu o ECO, também o Tribunal de Vila Real e o Tribunal de Portimão tomaram decisões nesse sentido.

“Impõe-se a conclusão de que os factos apurados não permitem reconhecer a existência de um contrato de trabalho, o que determina a improcedência da pretensão Ministério Público”, lê-se na sentença, a que o ECO teve acesso.

Nesse documento, o tribunal realça que o estafeta em questão desenvolve a sua atividade em Bragança “por opção sua”, não tendo sido, portanto, a Uber Eats a determinar o local de exercício da sua atividade.

Além disso, a sentença sublinha que o estafeta “não observa qualquer esquema temporal de início e termo da sua prestação predeterminado ou imposto” pela plataforma. Ou seja, diz que é o estafeta que escolhe quando se liga ou se desliga, “sem qualquer consequência”.

Quanto à retribuição, dá-se como provado que o estafeta pode fixar uma taxa mínima e que a taxa pode varia. “Não se pode concluir que seja paga ao prestador uma quantia certa com determinada periodicidade como contrapartida da actividade prestada”, lê-se no documento.

Mais. O tribunal destaca que a Uber Eats não controla a atividade do estafeta, chegando à conclusão, “face ao exposto, que é forçoso concluir que a factualidade apurada é insuficiente para o estabelecimento da presunção de laboralidade, sendo inviável, por essa via, o reconhecimento da existência de um contrato de trabalho”.

Esta decisão decorre de uma ação interposta pelo Ministério Público, na sequência das inspeções da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que tiveram por base a lei que entrou em vigor na primavera do ano passado e que prevê a possibilidade de os estafetas serem reconhecidos como trabalhadores das plataformas, desde que sejam reconhecidos indícios de subordinação.

Há já várias decisões dos tribunais portugueses, com base nesta lei, mas não tem havido consenso entre elas. Ainda no final de março, o Tribunal de Castelo Branco reconheceu um contrato de trabalho entre quatro estafetas e a Uber Eats, mas pouco tempo depois foi conhecida a decisão do Tribunal de Portimão de rejeitar um contrato de trabalho entre 27 estafetas e a Glovo.

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