Plataforma espanhola de crowdfunding imobiliário expande-se para Portugal

  • ECO
  • 21 Dezembro 2023

A Wecity, uma plataforma de crowdfunding imobiliário espanhola, vai abrir um escritório em Lisboa no próximo ano, naquele que será o primeiro passo no seu plano de internacionalização.

A Wecity, uma plataforma de crowdfunding imobiliário espanhola, vai expandir-se para Portugal no próximo ano, com a abertura de um escritório em Lisboa, o primeiro fora de Espanha, segundo anunciou esta quinta-feira.

Depois de Portugal, onde já financiou um projeto imobiliário em Sintra com garantias hipotecárias no valor de 2,3 milhões de euros, o plano de internacionalização da Wecity prevê a expansão para França.

Fundada em 2020, a prestadora de serviços de crowdfunding participativo vai encerrar o ano com um volume de transações (money-in/money-out) superior a 120 milhões de euros na sua plataforma. Financiou mais 55 milhões de euros em projetos imobiliários, dos quais 30 milhões foram financiados no último ano.

Em contrapartida, já devolveu mais de 25 milhões de euros aos investidores, entre dívida e retorno de capital, “o que significa o retorno de 100% dos compromissos dos promotores”.

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Câmara de Lisboa desbloqueia projeto imobiliário das Amoreiras

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2023

Plano de Pormenor da Artilharia Um foi revogado, desbloqueando as obras de urbanização num terreno abandonado na zona das Amoreiras, iniciativa imobiliária do Novobanco.

A Câmara de Lisboa aprovou a revogação do Plano de Pormenor da Artilharia Um, desbloqueando as obras de urbanização num terreno abandonado na zona das Amoreiras, “numa área de aproximadamente 10,9 hectares”, iniciativa imobiliária do Novobanco.

Em reunião pública, a proposta para submeter à aprovação da Assembleia Municipal de Lisboa a revogação do Plano de Pormenor da Artilharia Um (PPAU) foi viabilizada com o voto de qualidade do presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), na sequência do empate entre sete votos a favor da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), que governa sem maioria absoluta, e sete votos da oposição, nomeadamente PCP (dois), Cidadãos Por Lisboa (três, eleitos pela coligação PS/Livre), Bloco de Esquerda (um) e Livre (um).

A aprovação da proposta foi possível graças à abstenção dos três vereadores do PS.

De acordo com a vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela coligação “Novos Tempos”), o PPAU foi publicado em 2005, que se manteve em vigor na revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de 2012, e “estabeleceu uma solução urbanística muito detalhada que rapidamente se revelou desatualizada”.

“Em 2010, chegou a ser determinado o início do procedimento de alteração, mas esse procedimento viria a caducar. O PPAU não foi objeto de execução física, mas deu origem a uma licença de loteamento em 2005, com posterior aprovação das obras de urbanização em 2014 e à emissão do alvará em 2016”, indicou a vereadora, referindo que “o requerente pagou taxas no valor de cinco milhões de euros e compensações no valor de cerca de dez milhões de euros”.

O primeiro incumprimento do PPAU foi em 2018 quando o promotor requereu a “suspensão dos trabalhos de execução das obras de urbanização por impossibilidade decorrente das obras entretanto realizadas pela câmara municipal no âmbito do projeto ‘Uma Praça em Cada Bairro'”, apontou Joana Almeida, adiantando que a suspensão foi concedida em 2018 e mantém-se até hoje.

“Em 2019, o promotor apresentou pedidos de alteração do loteamento e das obras de urbanização, mas o caráter excessivamente detalhado do plano de pormenor não deixa margem para qualquer alteração. Em 2022, reportando-se ao projeto de alteração apresentado em 2019, o Departamento de Planeamento Urbano — e ainda numa resposta colocada no anterior mandato [sob presidência do PS] — reconhece haver vantagem na revogação do plano”, declarou a vereadora, acrescentando que a avaliação do PPAU aponta para uma execução de 0% e “várias decisões que violam o plano”, entre elas o projeto “Uma Praça em Cada Bairro”.

O presidente da câmara realçou a importância de desbloquear esta situação: “É preciso fazer alguma coisa, é preciso avançar. Desde sempre me lembro de ver aquele terreno assim naquele estado, passaram anos e anos e aquilo continua ao abandono. É perfeitamente inadmissível”.

É preciso fazer alguma coisa, é preciso avançar. Desde sempre me lembro de ver aquele terreno assim naquele estado, passaram anos e anos e aquilo continua ao abandono. É perfeitamente inadmissível.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara de Lisboa

Defendendo que o PPAU devia ser alterado em vez de revogado, a vereação do BE disse que “este é um dos terrenos mais valiosos da cidade e, conforme assumido pelo promotor, a revogação do plano de pormenor permite a criação de mais de 100 milhões de euros em mais-valias imobiliárias”, uma vez que pode construir com um índice de edificabilidade muito superior.

“O Bloco de Esquerda lamenta que a abstenção do PS tenha viabilizado o fim desta operação urbanística, permitindo mais-valias de milhões no segundo maior terreno do centro de Lisboa, um ativo milionário do Novobanco que está a ser vendido por mais de 240 milhões de euros“, expressou.

Em causa está uma área de “aproximadamente 10,9 hectares da freguesia de Campolide”, com as seguintes confrontações: a norte, a Rua Marquês de Fronteira; a sul, a Avenida Engenheiro Duarte Pacheco; e a ponte, a Avenida Conselheiro Fernando de Sousa e a Rua de Campolide; e a nascente, a Rua Artilharia Um.

Na reunião foi também viabilizada, com a abstenção dos vereadores do Cidadãos Por Lisboa e a favor dos restantes, uma proposta para submeter a consulta pública, por um período de 30 dias úteis, a revisão substancial da Carta Desportiva de Lisboa, com a nova designação “Carta da Atividade Física e do Desporto do Município de Lisboa”.

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Necessidades de financiamento do Estado aumentam 16% em 2024, para quase 21 mil milhões de euros

Portugal vai recorrer aos mercados para se financiar em 20,6 mil milhões de euros no próximo ano. Mais de dois terços deste montante será gerado pela emissão de obrigações do Tesouro.

O programa de financiamento da República para o próximo ano revela necessidades de financiamento de 20,6 mil milhões de euros, 15,7% acima dos 17,8 mil milhões de euros previstos para este ano.

De acordo com informação divulgada esta quinta-feira pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), “a estratégia de financiamento para 2024 centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública em euros nos mercados financeiros, com a realização regular de emissões de obrigações do Tesouro (OT) para promover a liquidez e o eficiente funcionamento dos mercados primário e secundário.”

Nas previsões da entidade liderada por Miguel Martín, o montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado para o próximo ano deverá situar-se em cerca de 11,9 mil milhões de euros, mais do triplo do valor previsto para 2023, mas menos 14% que o montante contabilizado em 2021.

Sem qualquer relevância no programa de financiamento de Portugal para 2024 estão os Certificados de Aforro, com o IGCP a prever um saldo líquido nulo destes títulos de dívida desenhados para as famílias.

A grande fatia do financiamento do Estado advirá, como sempre, da emissão de obrigações do Tesouro que, com um montante previsto de 13,9 mil milhões de euros de emissões brutas, serão responsáveis por 67% da totalidade das necessidades de financiamento da República. Em 2023, o Estado emitiu 9,4 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro, menos 32% face ao montante que prevê angariar em 2024.

O programa de financiamento da República revela ainda que o financiamento líquido resultante da emissão de Bilhetes do Tesouro produzirá um impacto positivo de 6,1 mil milhões de euros nas contas do Estado. “Será mantida a estratégia de emissão ao longo de toda a curva de curto prazo, combinando prazos mais curtos com prazos mais longos”, refere o IGCP em comunicado.

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Os primeiros leilões de Bilhetes do Tesouro estão já agendados para 17 de janeiro com a reabertura de uma linha de 6 meses e o lançamento de uma nova linha a 12 meses com maturidade a 17 de janeiro de 2025, num montante indicativo entre 1.500 milhões e 1.750 milhões de euros.

Para o primeiro trimestre, estão ainda agendados mais duas operações: 21 de fevereiro (lançamento de uma linha a 7 meses e reabertura de uma linha a 11 meses, num montante indicativo entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros) e 20 de março (reabertura de uma linha a 6 meses e lançamento de uma linha a 12 meses, num montante indicativo entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros).

Sem qualquer relevância no programa de financiamento de Portugal para 2024 estão os Certificados de Aforro, com o IGCP a prever um saldo líquido nulo destes títulos de dívida desenhados para as famílias. Para este ano, as contas do Estado apontam para um saldo líquido de 10 mil milhões de euros de Certificados de Aforro.

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“Ganhámos o direito a competir”. Tribunal da UE considera ilegal bloqueio da UEFA e da FIFA à Superliga Europeia de futebol

Tribunal de Justiça da União Europeia considera que as regras que obrigam à aprovação prévia para competições entre os clubes não cumprem a lei.

O Tribunal de Justiça da União Europeia (UE) considerou que as regras da UEFA e da FIFA que ditam que é necessária aprovação prévia para a criação de uma Superliga Europeia não cumprem a lei da UE, já que “são contrárias ao direito da concorrência e à liberdade de prestação de serviços”, segundo a decisão divulgada esta quinta-feira. Enquanto os clubes envolvidos se têm congratulado com a decisão, a maioria das federações tem criticado este projeto, como é o caso da portuguesa, com Fernando Gomes a reiterar “total discordância e repúdio pela criação de uma Superliga”.

Em causa estão então as regras que “sujeitam qualquer novo projeto ou competição de futebol interclubes à sua aprovação prévia, como a Super Liga, e proibir clubes e jogadores de jogar nessas competições”. “Não há quadro para as regras da FIFA e da UEFA, garantindo que sejam transparentes, objetivas, não discriminatórias e proporcionais”, indica o Tribunal.

A falta de regulação destes organismos está no centro da questão, sendo que, como os poderes da FIFA e da UEFA não estão sujeitos a estes critérios, as organizações estão “a abusar de uma posição dominante”. “Além disso, dada a sua natureza arbitrária, as suas regras em matéria de aprovação, controlo e sanções devem ser consideradas restrições injustificadas à liberdade de prestação de serviços”, lê-se no comunicado.

Esta decisão é contrária àquela que tinha sido veiculada pelo Advogado-Geral da UE, que não era vinculativa e, portanto, não condicionou o Tribunal de Justiça da União Europeia.

O Tribunal esclarece, ainda assim, que esta decisão “não significa que uma competição como o projeto da Superliga deva necessariamente ser aprovada”. “O Tribunal, tendo sido questionado de forma geral sobre as regras da FIFA e da UEFA, não se pronuncia sobre esse projeto específico na sua decisão”, ressalvam.

O processo já se arrasta há cerca de dois anos, sendo que, em janeiro deste ano, o presidente do FC Barcelona sinalizou que “se a resolução for favorável, a Superliga poderá avançar em 2025”.

Lançado em abril de 2021, juntando vários dos maiores clubes europeus, o projeto de competição privado e fechado caiu em apenas 48 horas, perante as críticas generalizadas dos adeptos dos próprios clubes e diversas ameaças de medidas políticas. Entretanto, os planos já terão sido revistos e não avançariam nos mesmos moldes.

De críticas a aplausos, as reações do mundo do futebol

A empresa A22, formada para ajudar na criação da Superliga, já reagiu, congratulando-se com o resultado. “Ganhámos o direito a competir. O monopólio da UEFA acabou. O futebol é livre”, disse o CEO da A22, Bernd Reichart, em comunicado. “Os clubes estão agora livres da ameaça de sanções e livres para determinar o seu próprio futuro”, acrescentou.

O presidente do Real Madrid, um dos grandes impulsionadores desta liga, apontou que o clube acolhe “com enorme satisfação a decisão adotada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia, ao qual compete garantir os nossos princípios, valores e liberdades”. “Nos próximos dias estudaremos cuidadosamente o alcance desta resolução”, sinalizou Florentino Pérez, mas antevendo já que “o futebol europeu de clubes não é e nunca mais será um monopólio” e que “a partir de hoje os clubes serão os donos do seu destino”.

Já a UEFA reiterou que “permanece resoluta no seu compromisso de defender a pirâmide do futebol europeu”, em declarações citadas pela BBC. “Esta decisão não significa um apoio ou validação da chamada Superliga; antes, sublinha uma lacuna pré-existente no quadro de pré-autorização da UEFA, um aspeto técnico que já foi reconhecido e abordado em junho de 2022″, salientam.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, também reagiu criticando este modelo e reiterando “total discordância e repúdio pela criação de uma Superliga”, em comunicado. “Acho que é uma péssima ideia para o futebol, pois viola todos os princípios do mérito desportivo”, sendo que “a concretizar-se, prejudicaria muito o futebol como um todo e os clubes portugueses em particular“, reitera. Desta forma, a FPF “foi, é e será convicta e frontalmente contra competições organizadas fora das federações e ligas e apoia de forma firme o modelo desportivo europeu”, conclui.

Da La Liga também surgem críticas. “Hoje, mais do que nunca, recordamos que a Superliga é um modelo egoísta e elitista. Todo o formato que não seja totalmente aberto, com acesso direto, ano a ano, via ligas domésticas, é um modelo fechado. O futebol europeu já falou, não insistam”, escreveram, num tweet.

Do lado da federação italiana, já reiteraram que os clubes que se juntarem à Superliga vão ser excluídos da Serie A. “Há uma regra federal que diz que quem se junta a este mundo abandona o sistema federal de futebol”, disse o presidente da federação.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h00)

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Novo Presidente da Argentina anuncia reforma para liberalizar economia

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2023

O novo presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou a revisão ou revogação de mais de 300 normas para liberalizar a economia do país, assim como a privatização de todas as empresas estatais.

O novo Presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou na quarta-feira a revisão ou revogação de mais de 300 normas para liberalizar a economia do país, assim como a privatização de todas as empresas estatais.

A reforma, anunciada por Milei num discurso transmitido em direto pela rádio e televisão argentinas, inclui as leis sobre a habitação, “para que o mercado imobiliário volte a funcionar bem e para que o arrendamento não seja uma odisseia”.

O economista anunciou ainda a “modernização da legislação laboral para facilitar o processo de criação de empregos autênticos”, a modificação da lei das empresas para que os clubes de futebol se possam transformar em sociedades anónimas, e uma longa série de outras medidas nos setores do turismo, internet via satélite, farmácia, vitivinicultura e comércio internacional.

O chefe de Estado prometeu também a revogação do regime das empresas estatais e dos regulamentos que impedem a privatização de empresas públicas.

O economista ultraliberal, eleito em novembro, disse querer transformar todas as empresas estatais em empresas públicas, como um primeiro passo, para a sua “posterior privatização”. Milei anunciou durante a campanha eleitoral a intenção de colocar à venda a companhia aérea Aerolíneas Argentinas e a petrolífera YPF, dois gigantes da economia do país sul-americano.

O objetivo do plano é “desmantelar a enorme quantidade de regulamentações que impediram, dificultaram e detiveram o crescimento económico” da Argentina, disse Milei. O Presidente prometeu lançar “as bases para a reconstrução da economia argentina e restaurar a liberdade e a autonomia aos indivíduos, tirando-lhes o Estado de cima”.

Milei anunciou que nos próximos dias “serão convocadas sessões extraordinárias” no Congresso Nacional e “será enviado um pacote de leis para acompanhar essas reformas e avançar no processo de mudança”. O partido de extrema-direita de Milei, La Libertad Avanza (A Liberdade Avança), tem apenas 40 assentos dos 257 na câmara baixa do parlamento argentino e apenas sete assentos dos 72 no Senado, a câmara alta.

Milei já tinha anunciado a 12 de dezembro uma primeira série de medidas de austeridade, incluindo uma desvalorização de mais de 50% do peso argentino e a redução, a partir de janeiro, dos subsídios aos transportes e à energia.

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Congresso brasileiro aprova reforma tributária em debate há mais de 30 anos

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2023

Esta reforma simplifica impostos sobre produtos de consumo e serviços, e introduz, pela primeira vez, impostos sobre veículos de luxo, heranças e outros bens.

O Congresso brasileiro aprovou quarta-feira uma reforma fiscal em debate há 30 anos, que simplifica impostos sobre produtos de consumo e serviços, e introduz, pela primeira vez, impostos sobre veículos de luxo, heranças e outros bens.

“O dia de hoje será lembrado não apenas como um marco histórico, mas também como um ponto de virada, um divisor de águas. É aqui que mudamos a trajetória do Brasil. Esse dia representa o início de um novo país rumo ao progresso. É uma conquista do Congresso Nacional, do povo brasileiro”, disse o presidente do Congresso, o senador Rodrigo Pacheco, citado pela Agência Brasil.

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na rede social X estar feliz com a aprovação da reforma tributária “depois de anos de muita construção”. “Depois de mais de 30 anos, promulgamos a Reforma Tributária. Quem ganha é o Brasil (…) Estou feliz porque a economia está crescendo, a inflação está caindo e o desemprego também”, salientou.

A emenda constitucional extingue quatro tipos de impostos, que serão fundidos com o Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA). Também elimina outros impostos a nível federal para acabar com a concorrência fiscal e a desigualdade entre diferentes estados do país, para o qual será criado um fundo de desenvolvimento regional, com o objetivo de financiar projetos nas regiões mais pobres e que terá um orçamento inicial de 60 mil milhões de reais (11 mil milhões de euros) a partir de 2043.

A reforma vai afetar principalmente o cabaz alimentar básico, os medicamentos, os combustíveis e os serviços de Internet, embora as alterações sejam introduzidas gradualmente.

Além disso, estão previstas taxas reduzidas para alguns setores da economia e será aberta a possibilidade de criar um sistema que permita a devolução de parte do imposto pago em determinadas compras. Em 2024, o Congresso terá que aprovar leis complementares para regulamentar a reforma.

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Hoje nas notícias: multinacionais, aeroporto e Tesouro

  • ECO
  • 21 Dezembro 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As multinacionais em Portugal estão a aumentar, mas o seu peso entre as exportações diminuiu pelo terceiro ano consecutivo. No Ministério Público investiga-se uma denúncia a contratos suspeitos na Comissão Técnica do novo aeroporto. Pelos mercados, Portugal optou mais por operações de recompra ou adiamento de reembolsos do que emissões de dívida. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Há mais multinacionais em Portugal, mas pesam menos nas exportações

O número de multinacionais voltou a aumentar em 2022, crescendo 2,3%. No entanto, apesar de tal ter feito subir o valor acrescentado bruto e o total de postos de trabalho criados, o peso relativo das filiais de empresas estrangeiras nas exportações nacionais de bens diminuiu no ano passado. É já o terceiro recuo anual consecutivo.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Ministério Público investiga negócios suspeitos na Comissão Técnica do aeroporto

O Ministério Público está a investigar vários contratos de aquisição de serviços, por ajuste direto, para a Comissão Técnica Independente do aeroporto, no seguimento de uma denúncia de que poderão ter violado a lei da contratação pública. Consoante o resultado da análise, o Ministério Público vai decidir se abre um inquérito-crime a estes contratos.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Tesouro foi mais vezes buscar dívida do que colocar em 2023

Portugal foi mais vezes ao mercado para recomprar ou adiar reembolsos do que para emitir obrigações no mercado este ano. Esta estratégia é habitual noutros países como França e Itália e surge tendo em conta a gestão de custos e a corrida aos certificados de aforro — que fizeram diminuir a oferta de obrigações do Tesouro.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Brilhante Dias: “Ordens profissionais parecem emanações do Estado Novo”

Eurico Brilhante Dias admite que o PS poderá confirmar os diplomas relativos às ordens profissionais que foram vetados pelo Presidente da República, nomeadamente devido ao calendário que existe relativamente ao Plano de Recuperação e Resiliência e também face às eleições. Apesar de apontar que podem existir retificações, reitera que as ordens profissionais “têm-se constituído como órgãos que parecem emanações do Estado Novo e do Estado corporativo”, o que “não é razoável”.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Preço do azeite faz disparar falsificações com óleo e corante

Os preços do azeite dispararam nos últimos meses, o que está a levar ao surgimento de falsificações por parte de pessoas que tentam multiplicar os lucros. A ASAE está a investigar redes que comercializam azeite falsificado, nomeadamente produzido a partir de óleo e corante verde, na Internet, feiras e em mercearias.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso condicionado).

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Fundo americano KKR lança OPA sobre a Greenvolt

  • ECO e Lusa
  • 21 Dezembro 2023

Oferta do Gamma Lux prevê compra de cada ação da Greenvolt por 8,3 euros, 11,5% acima do fecho da última sessão e um "prémio" de 95,3% face ao preço inicial de admissão dos títulos em julho de 2021.

Um fundo de infraestruturas gerido pela empresa de investimento norte-americana Kohlberg Kravis Roberts (KKR) anunciou esta quinta-feira uma oferta de compra do grupo português Greenvolt, que atua no setor das energias renováveis.

O fundo Gamma Lux, com sede no Luxemburgo, lançou formalmente “uma oferta pública geral e voluntária de aquisição da totalidade das ações” da Greenvolt, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O lançamento desta oferta surge depois do fundo gerido pela KKR ter assinado contratos para comprar uma participação total de 60,86% na Greenvolt a sete acionistas da empresa liderada por João Manso Neto. Entre as quais a Actium, empresa de Paulo Fernandes. Ainda não tem caráter obrigatório, mas terá quando o fundo foi dono efetivo dos 60% do capital da sociedade.

Ao ECO, fonte da empresa de investimento destacou que a Greenvolt será “integrada na plataforma de energias renováveis da KKR, que desde 2008 já investiu mais de 15 mil milhões de dólares no setor das energias renováveis e transição climática, numa ótica de longo prazo”.

As aquisições só deverão estar concluídas a partir de 31 de maio de 2024, após aprovação por parte da Autoridade da Concorrência Portuguesa e dos homólogos da Roménia, da Irlanda, do Reino Unido e da Alemanha, indicou a mesma nota.

A oferta do Gamma Lux prevê a compra de cada ação da Greenvolt por 8,3 euros, 11,5% acima do valor das ações do grupo no fecho da sessão de quarta-feira. O fundo gerido pela KKR sublinhou ainda que a oferta representa “um prémio de 95,3% em relação ao preço inicial de admissão” das ações, a 15 de julho de 2021, e de 32,1% face ao preço médio ponderado na Euronext nos últimos seis meses.

Entretanto, por volta das 10h30, o conselho de administração da CMVM levantou a suspensão da negociação das ações da Greenvolt, que tinha suspenso às 07h48 devido a esta oferta.

O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) determinou no dia 21/dez/2023 pelas 10:30 (UTC), nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários, o levantamento da suspensão da negociação das ações Greenvolt Energias Renováveis S.A.

Em janeiro, a Greenvolt tinha anunciado um acordo com a KKR para a emissão de obrigações no valor de 200 milhões de euros, com maturidade de sete anos, passíveis de serem convertidas em ações da empresa. Na altura, a empresa portuguesa defendeu, num comunicado, que este investimento ia permitir um “crescimento mais acelerado” da Greenvolt, potenciando ainda novas oportunidades de negócio.

“Esta é uma operação de extrema relevância para a Greenvolt, na medida em que vemos na KKR não apenas um investidor, que reconhece o potencial da empresa, mas também um parceiro, que acredita na estratégia que definimos, isto ao mesmo tempo que possibilitará acelerar ainda mais o cumprimento dos compromissos assumidos”, afirmou na altura o líder da Greenvolt, João Manso Neto.

“Estamos muito entusiasmados em fazer esta parceria que dará suportes à estratégia de criação de valor no segmento das energias renováveis, entregando 100% de energia verde através de múltiplas tecnologias em diversas geografias. Vemos uma grande oportunidade para a Greenvolt na biomassa, na energia eólica e solar de larga escala e na geração distribuída e este investimento está alinhado com o compromisso da KKR para dar novos passos rumo à importante transição energética”, resumiu o partner da KKR, Vincent Policard, em janeiro.

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João Manso Neto, CEO da GreenvoltHugo Amaral/ECO

A KKR é uma empresa de investimento “líder mundial que oferece gestão alternativa de ativos, bem como soluções no mercado de capitais e seguros”, explicou na altura a Greenvolt. A KKR é também acionista da empresa de tecnologia chinesa ByteDance Ltd., que tem entre as subsidiárias a rede social TikTok.

Nos primeiros nove meses deste ano, a Greenvolt registou lucros de 5,9 milhões de euros, menos 64,7% que os obtidos em período homólogo. Destaque para o aumento das receitas totais de 45,9%, à boleia “do forte crescimento do segmento de utility scale e da geração distribuída” que mais do que compensou “a quebra registada no negócio da biomassa”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 21 de dezembro

  • ECO
  • 21 Dezembro 2023

Ao longo desta quinta-feira, 21 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Inibição: cada vez mais utilizada em roubos a casas e empresas

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  • 21 Dezembro 2023

Em casa, no trabalho ou nas viagens, todos gostamos de sentir que estamos em segurança e que estamos protegidos para os perigos que existem.

A segurança é um tema bem presente no dia-a-dia. Contudo, o desenvolvimento da tecnologia e a inovação não trazem apenas aspetos positivos. Estas evoluções impactam também os assaltos, e os assaltantes e as técnicas de assalto continuam a evoluir e existem mudanças significativas nas formas de operar dos assaltantes graças aos desenvolvimentos da tecnologia disponível.

Assaltos mais violentos e assaltos com novos métodos são mais frequentes após a pandemia e tornaram-se uma realidade. Se antigamente esses assaltos aconteciam com recurso ao lockbumping, em que uma chave mestra abria a porta, atualmente as técnicas são mais sofisticadas e uma das mais eficazes é a utilização de bloqueadores de frequências. Com recurso a dispositivos eletrónicos ilegais, os assaltantes bloqueiam a largura das bandas GSM e de radiofrequência para desativar os sistemas de segurança. O aumento do custo de vida, provocado pelo período da pandemia, levou a um aumento desta nova forma de roubo.

Em 2020, houve um crescimento de 400% no número de assaltos com recurso a inibidores em Portugal face ao ano anterior, segundo dados da Securitas Direct, e em 2022 um crescimento de 200% quando comparado com 2019. Contudo, e ao contrário do que acontece noutros países, em Portugal a venda e utilização de jammers ainda não foi regulamentada, permitindo a importação e venda destes dispositivos que afetam diretamente os cidadãos e podem prejudicar serviços em setores como os transportes, telecomunicações e segurança, entre outros.

Esta situação é problemática para os proprietários que, por terem um alarme instalado na habitação, consideram que está segura. Contudo, com recurso a esta tecnologia, esse pode não ser o caso. Apenas um alarme com sistema de anti-inibição é capaz de contrariar este método mais sofisticado. A forma de o fazer acontece através de comunicação por redes internas, imunes a sinais bloqueadores de frequência.

Os sistemas anti-inibição permitem que os detetores de inibição, ligados a uma rede interna, comuniquem com a central de alarmes ao identificarem uma tentativa de sabotagem com a máxima precisão. Esta identificação de sabotagem leva depois a um aviso direto para a polícia, graças a uma rede exclusiva, denominada de ATN, que torna impossível inibir o sistema. Esta é uma rede totalmente independente das redes móveis existentes, capaz de funcionar em caso de corte da alimentação elétrica e/ou telefone fixo e, com isso, torna-se mais completa e segura, fazendo dos sistemas da Securitas Direct os únicos que não podem ser desativados com recurso a esta tecnologia de inibição.

A proteção de casas e negócios é muito importante e, para isso, as empresas de segurança de alarmes continuam a inovar para que possam dar a melhor resposta aos perigos existentes. Melhor qualidade de imagem, alarmes com sistemas de dissuasão ao detetar movimento junto das habitações ou sistemas com capacidade anti-inibição são algumas das soluções que existem para dar uma resposta antecipada aos problemas causados pelos assaltantes para garantir a proteção e a tranquilidade das pessoas que confiam a sua segurança e dos seus bens às empresas de segurança de alarmes.

Luís Quintino, Diretor de Operações da Securitas Direct

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Joana Santiago promete certificar Monção e Melgaço dentro da região dos vinhos verdes

Durante este ano de 2023 e até ao final do mês de outubro, a sub-região produziu cerca de 6,4 milhões de litros de vinho certificado como Monção e Melgaço.

Já é uma velha aspiração dos produtores de vinho de Monção e de Melgaço – uma região com o Rio Minho aos pés e sobejamente reconhecida pelo cultivo da casta Alvarinho – a criação de uma Denominação de Origem (DO) dentro da grande Região Demarcada dos Vinhos Verdes, tal como acontece em Bordéus e Borgonha. Joana Santiago, a primeira mulher à frente da direção da APA – Associação de Produtores de Monção e Melgaço, que recentemente assumiu funções, compromete-se a fazer desde desígnio uma das suas bandeiras.

“Se queremos continuar a afirmar a nossa identidade e diferença é necessário que Monção e Melgaço crie a sua própria categoria, com os nossos valores, logo a nossa DO dentro da DO dos vinhos verdes”, começa por afirmar ao ECO/Local Online a líder da APA. Ter nos rótulos das garrafas a garantia da unicidade e diferenciação deste território minhoto será uma das bandeiras no mandato de Joana Santiago, uma apaixonada pela viticultura desde que trocou a advocacia pelo mundo do vinho e da vinha, um legado que a avó deixou na Quinta de Santiago, em Monção.

“Com a DO Monção e Melgaço queremos garantir que o valor gerado pela região, ao longo de várias décadas, não se perde no tempo. As uvas desta região estão entre as mais caras de Portugal. Este valor diminui assimetrias e mantém as pessoas no território”, destaca a enóloga. Além contribuir para a dinamização da economia local, com criação de emprego e fixação de população, nesta região vitivinícola que tem o Norte de Espanha do outro lado do rio.

Ser DO é a maior distinção que uma região ou território pode receber na identificação dos seus vinhos, enquanto marca que materializa a triangulação do saber humano, com as características de um território — solo, clima e geografia –, e o vinho produzido.

Joana Santiago

Presidente da APA - Associação de Produtores de Monção e Melgaço

Durante este ano de 2023 e até ao final do mês de outubro, esta sub-região produziu cerca de 6,4 milhões de litros de vinho certificado como Monção e Melgaço, representando mais de 70% do volume de vinho certificado na Região dos Vinhos Verdes com indicação de sub-região, calcula esta responsável. Entre os principais mercados para onde exporta figuram os EUA, o Canadá e os países nórdicos.

Esta é uma das nove sub-regiões da Região Demarcada dos Vinhos Verdes a que se somam Lima, Cávado, Ave, Sousa, Basto, Amarante, Baião e Paiva. Apesar do território Melgaço e Monção ter a casta Alvarinho como ex-líbris, também produz mais duas brancas (Trajadura e Loureiro) e quatro tintas (Alvarelhão, Borraçal, Pedral e Vinhão).

Por tudo isto, esta região minhota já tem provas dadas no setor como marca território. “Monção e Melgaço é a única sub-região em Portugal que tem um selo de garantia exclusivo, um reconhecimento que só foi conferido às regiões demarcadas”. Este selo assegura um posicionamento premium nos mercados externos associado a um terroir diferenciado dentro da região.

Além disso, completa, revisitando o passado, “esta é uma marca território com uma história e valor imaterial que retroage à própria Região dos Vinhos Verdes”. A história fala por si. “Já no século XVII vinhos tintos de Monção eram exportados para Inglaterra por uma feitoria inglesa instalada em Viana do Castelo. Este facto só vem dar consistência à pretensão da criação da DO Monção Melgaço“, argumenta.

Para Joana Santiago, “ser DO é a maior distinção que uma região ou território pode receber na identificação dos seus vinhos, enquanto marca que materializa a triangulação do saber humano, com as características de um território – solo, clima e geografia –, e o vinho produzido”. A enóloga partilha, assim, uma visão comum aos dois ex-presidentes Anselmo Mendes e Miguel Queimado que se associam a esta nova direção, encabeçando as presidências do Conselho Fiscal e da Assembleia Geral, respetivamente.

Joana Santiago, a primeira mulher à frente da direção da APA – Associação de Produtores de Monção e Melgaço

Afinal o que é preciso para uma região ser DO e quanto tempo demora todo este processo?

Antes de mais, responde Joana Santiago, já existe a vontade dos produtores em certificar os seus vinhos com indicação da sua sub-região. “Depois, há um caminho a percorrer de partilha, negociação e de formalização de um caderno de especificações que deverá ser aprovado pelo Estado português e pela Europa”, resume. O caderno de especificações é o documento que caracteriza uma DO.

Mas há um procedimento a seguir: “A Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) propõe ao Instituto do Vinho e da Vinha (IVV) que, por sua vez, envia para a Comissão Europeia (CE) validar. O tempo que pode demorar é sempre difícil de medir, mas, em termos formais, nunca menos que três anos“.

A propósito do próximo ano que se avizinha, Joana Santiago antevê um 2024 “muito desafiante para o setor, onde a palavra de ordem será sempre continuar a exportar cada vez melhor, crescendo em valor”. Até porque, justifica, “num contexto marcado pelo elevado grau de incerteza geopolítica e política monetária restritiva, a economia portuguesa deverá desacelerar em 2024 ao mesmo tempo que as exportações também diminuirão, fruto de uma conjuntura internacional mais adversa”. Mesmo assim, a enóloga está confiante de que “Portugal tem feito uma afirmação qualitativa incrível no mercado internacional a que deverá dar continuidade, contrariando esta tendência”.

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5 coisas que vão marcar o dia

Conselho da Diáspora Portuguesa realiza a sua reunião anual, INE e Eurostat divulgam estatísticas, tribunal europeu divulga o acórdão sobre a Superliga europeia.

O dia desta quinta-feira fica marcado pelo lançamento de dados estatísticos por parte do INE, Eurostat e Banco de Portugal mas também pela divulgação por parte do Tribunal de Justiça da União Europeia do acórdão referente à criação da Superliga europeia, opondo a organização daquela que pretende ser uma nova competição entre grandes equipas europeias à UEFA e à FIFA. O Conselho da Diáspora Portuguesa realiza a sua reunião anual.

INE divulga estatísticas

O Instituto Nacional de Estatística divulga dados estatísticos sobre o ambiente (2022), bem como a Síntese Económica de Conjuntura relativa ao mês de novembro. Segundo a publicação referente a setembro, as empresas ressentiram-se face ao ambiente de abrandamento económico, mas o consumo privado acelerou.

Eurostat lança dados sobre pedidos de asilo e emissão de gases

Qual o número de pedidos de asilo em setembro? Quais as emissões de gases com efeito de estufa em 2022? O Gabinete de Estatísticas da União Europeia divulga esta quinta-feira os dados com as respostas a estas questões.

Tribunal europeu divulga o acórdão sobre a Superliga europeia

O Tribunal de Justiça da União Europeia divulga esta quinta-feira o acórdão do processo que opõe a organização daquela que pretende ser uma nova competição entre grandes equipas europeias à UEFA e à FIFA. O dia ficará assim também marcado pela divulgação dos esperados veredictos finais do mais alto tribunal da União Europeia sobre a tentativa fracassada de estabelecer uma Superliga. “Se a resolução for favorável, acho que a Superliga poderá avançar em 2025”, disse o presidente do FC Barcelona em janeiro deste ano.

Banco de Portugal divulga dados

O Banco de Portugal (BdP) publica uma série de dados, como aqueles relativos à dívida direta do Estado (novembro de 2023), ao endividamento do setor não financeiro (outubro de 2023 e 2.º trimestre de 2023), ao financiamento das Administrações Públicas (mensal) ou aos sistemas de compensação e liquidação interbancária (mensal).

Conselho da Diáspora Portuguesa volta a reunir-se

Tem lugar esta quinta-feira o encontro anual do Conselho Diáspora Portuguesa, subordinado ao tema “Sustentabilidade: Que presente e que futuro?”. Contando com presenças de personalidades como Marcelo Rebelo de Sousa (Presidente da República), João Gomes Cravinho (Ministro dos Negócios Estrangeiros), Ana Figueiredo (CEO da Altice), Isabel Ucha (CEO da EuroNext) ou João Pedro Oliveira e Costa (CEO do Banco BPI), o encontro pretende debater as políticas globais e a colaboração entre o setor público e privado para o desenvolvimento sustentável e o cumprimento das metas 2030.

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