Oito municípios recusam assumir descentralização de competências na área da saúde

Lisboa, Setúbal, Sesimbra, Vila Real, Arraiolos, Viseu, Ovar e Sobral de Monte Agraço. São estes os municípios que não querem assumir competências no setor da Saúde, no âmbito da descentralização.

Há um total de oito municípios que vão ficar de fora da descentralização de competências na área da saúde: Lisboa, Setúbal, Sesimbra, Vila Real, Arraiolos, Viseu, Ovar e Sobral de Monte Agraço.

“Relativamente ao conjunto dos municípios do Continente, entre aqueles que já estão aprovados em Câmara e em trânsito para a Assembleia Municipal ou aqueles que ainda até ao final do ano as câmaras e assembleias municipais têm condições para aprovar, chegaremos ao final deste ano só com oito municípios com os quais não haverá acordo, porque não querem assumir competências nesta área da saúde”, avançou o primeiro-ministro, António Costa.

Esta manhã, no arranque de mais uma edição da iniciativa “Governo +Próximo”, que acontece até quinta-feira, no Porto, o chefe do Executivo disse estar “[concluída] com sucesso uma componente fundamental da reforma do Estado através da descentralização de competências dos municípios”.

“É um caminho que está esgotado. Sei bem que há mais caminho para avançar e quem depois vier, dará continuidade”, frisou Costa, que a partir de sexta-feira deixará as funções como primeiro-ministro. O governante falava durante a assinatura do auto de descentralização na área da saúde e do acordo de transferência do Palácio de São João Novo para o município portuense, com vista à criação do Museu do Livro, com o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira.

À margem da sessão, a ministra da Coesão Territorial avançou ao ECO/Local Online que 166 autarquias já assinaram o auto de transferência de competências da administração central para a administração local na área da saúde. Ana Abrunhosa prevê que, até ao final do ano, dos 195 municípios que podem receber esta competência assinem 187, ficando oito de fora por recusarem integrar este processo.

Até hoje [já a contar com a autarquia portuense] assinaram 166 municípios o auto de descentralização na área da saúde. Faltam 21 até ao final deste ano”, calcula o ministra Ana Abrunhosa. “São 195 os que podem assinar, mas oito não querem: Lisboa, Setúbal, Sesimbra, Vila Real, Arraiolos, Viseu, Ovar e Sobral de Monte Agraço”, enumerou.

A 22 de julho de 2022, Governo e Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) assinaram um acordo de descentralização na educação, delegando as competências nesta área nas câmaras municipais. Até então eram da responsabilidade da Administração Central.

Recorde-se o a autarquia portuense foi uma das que mais contestou, inicialmente, o processo da transferência de competências na educação e chegou, inclusive, a sair da ANMP. Por isso mesmo, António Costa referiu esta quarta-feira que “a assinatura hoje com o município Porto deste auto de transferência de competências tem um enorme valor foi simbólico, porque o Porto foi, e bem, um dos municípios mais exigentes na negociação deste processo e por isso só não chegamos a acordo só quem mesmo não quiser.

A este propósito o autarca Rui Moreira sublinhou: “É verdade que na questão da descentralização ou, mais recentemente, nas políticas de habitação, nem sempre concordámos. Mas, pela minha parte, reconheço que o senhor primeiro-ministro sempre me ouviu com atenção, mesmo quando discordámos”.

Não é fácil, porque nos discursos toda a gente é a favor da descentralização. Mas começa por não ser fácil para quem perde o poder e também nem sempre é fácil para quem aceita os novos poderes.

António Costa

Primeiro-ministro

Apesar de resolvidas as questões de maior controvérsia, António Costa admitiu que este processo de descentralização não foi pera doce e resultou numa “negociação difícil”, principalmente nos domínios da educação, ação social e saúde. “Não é fácil, porque nos discursos toda a gente é a favor da descentralização. Mas começa por não ser fácil para quem perde o poder e também nem sempre é fácil para quem aceita os novos poderes”, referindo-se ao novo Governo que irá resultar das eleições de março de 2024.

No final, sublinhou, “este processo permitiu repor equidade e criar melhores condições de financiamento”. Mesmo assim, alguns autarcas continuam a recear que a transferência de competências coloque em risco os cofres municipais, ainda que o Governo tenha acenado com um envelope financeiro que aplacou alguns receios.

Nesse sentido, Rui Moreira deixou um alerta ao Governo: “É preciso que a descentralização traga não só novas competências e responsabilidades, mas também mais recursos humanos, financeiros e infraestruturais para os municípios”. Até porque, justificou, “a despesa corrente, nomeadamente em recursos humanos, cresceu exponencialmente e tem elevado grau de rigidez – o que coloca pressões orçamentais que não podem ser descuradas”.

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Passageiros nos aeroportos nacionais sobem 13% durante o verão, mas ritmo de crescimento está a abrandar

Já as viagens de comboio e por via fluvial aceleraram entre julho e setembro, com subidas de 19,1% e 19,9%, respetivamente, face ao período homólogo.

O número de passageiros nos aeroportos nacionais cresceu 13,1% no terceiro trimestre face ao mesmo período do ano anterior, atingindo 20,9 milhões de viajantes, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira. Apesar do transporte aéreo continuar a crescer, o ritmo da subida abrandou face ao trimestre anterior.

Olhando para os vários aeroportos, o de Lisboa “concentrou 46,4% do movimento total de passageiros (9,7 milhões), registando um aumento de 11,5%”, indica o INE. Segue-se o aeroporto do Porto, que movimentou 4,6 milhões de passageiros, mais 16%, enquanto em Faro passaram 3,6 milhões de passageiros, uma subida de 16,6%. Pelo aeroporto da Madeira andaram 1,3 milhões de passageiros, um aumento de 9,2%, e os passageiros no aeroporto de Ponta Delgada aumentaram em 12,6%.

Já as viagens de comboio e por via fluvial aceleraram entre julho e setembro, com subidas de 19,1% e 19,9%, respetivamente, face ao período homólogo. Foram 53,2 milhões os passageiros que viajaram de comboio, sendo este desempenho impulsionado pelo aumento no tráfego suburbano.

No metro foram 63,7 milhões de passageiros, tendo aumentado 16,2% face ao terceiro trimestre de 2022, subida que se sentiu em todos os sistemas de metropolitano apesar de representar um abrandamento.

Por outro lado, no transporte de mercadorias as evoluções seguiram tendências diferentes. Enquanto se registou um aumento por via ferroviária (+2,3%), por via marítima (-5,6%), via aérea (-6,1%) e rodoviária (-10,9%) o movimento diminuiu. “Face ao 3ºT 2019, os transportes de mercadorias por via aérea, marítima e ferroviária aumentaram (+1,4%, +2,0% e +0,8%, pela mesma ordem), tendo o transporte por rodovia diminuído (-16,6%)”, indica ainda o INE.

Entre os portos nacionais, apenas Leixões e Setúbal cresceram, em 2,5% e 6,1%, respetivamente, face ao terceiro trimestre de 2022.

(Notícia atualizada às 11h55)

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Euribor a 12 meses cai para o valor mais baixo desde abril

  • Lusa
  • 6 Dezembro 2023

Taxas usadas no cálculo da prestação da casa caíram em todos os prazos, com a Euribor a 12 meses a baixar para mínimos de oito meses.

As Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, baixaram em todos os prazos, com a taxa a 12 meses a cair para o valor mais baixo desde abril.

  • A Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, baixou para 3,728%, menos 0,057 pontos do que na terça-feira, tratando-se da taxa mais baixa desde 14 de abril.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, recuou para 3,950%, menos 0,003 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses recuou para 3,950%, menos 0,008 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas.

A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Clan tem registadas mais de 30 vagas para motoristas de pesados

  • Trabalho
  • 6 Dezembro 2023

Tem carta de condução de pesados e anda à procura de emprego? O Clan tem registadas 30 vagas de emprego para uma "empresa líder na gestão global de resíduos".

Há mais de 30 vagas de emprego para motoristas de pesados registadas, neste momento, no Clan, a plataforma digital da empresa de recursos humanos Multipessoal. Os interessados podem avançar com a candidatura online.

“As vagas correspondem à condução de viaturas pesadas e outros equipamentos, transportando resíduos e materiais em percursos previamente definidos”, é explicado numa nota enviada às redações.

É também adiantado que os interessados têm de ter carta de condução de pesados (categoria C+E), cartão de tacógrafo, certificado de aptidão para motorista (CAM), carta de qualificação (CQM) e Certificado ADR.

O Clan não revela quem são os empregadores que estão a recrutar, mas indica que os selecionados “vão integrar uma empresa líder na gestão global de resíduos e com as melhores práticas e técnicas ambientais em Portugal“.

Além disso, a plataforma avança que será oferecida, além da remuneração base, o subsídio de alimentação, prémios de acordo com os serviços realizados, formação contínua e desenvolvimento de competências na área da condução de viaturas especializadas.

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UPTEC vai apoiar PME de turismo na transição verde e digital com 600 mil euros

  • Lusa
  • 6 Dezembro 2023

O projeto conta com seis entidades de cinco países (Irlanda, Eslovénia, Portugal, Espanha e Dinamarca), sendo que em Portugal, caberá à UPTEC gerir as candidaturas das PME do setor do turismo.

A UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto integra um projeto europeu que, financiado em três milhões de euros, pretende ajudar as empresas da área do turismo na transição ecológica e digital, foi anunciado esta quarta-feira.

Em comunicado, a UPTEC afirma ter um sido um dos parceiros escolhidos pela Comissão Europeia para integrar o projeto ST3ER, que tem como principal objetivo “potenciar a transição digital e verde” no setor do turismo.

Integrado no âmbito do programa europeu COSME, o projeto conta com seis entidades de cinco países (Irlanda, Eslovénia, Portugal, Espanha e Dinamarca), sendo que em Portugal, caberá à UPTEC gerir as candidaturas das pequenas e médias empresas do setor do turismo.

Com uma duração de 36 meses, o projeto conta com um orçamento superior a mais de três milhões de euros, sendo que a UPTEC terá disponível perto de 600 mil euros de financiamento.

“Grande parte deste montante – mais de 400 mil euros – serão financiados a 100%, apoiando os projetos das empresas a atribuir no âmbito das ‘open calls'”, esclarece.

O objetivo do projeto ST3ER é apoiar mais de 200 pequenas e médias empresas nos cinco países através de workshops, bootcamps, módulos de aprendizagem, fóruns internacionais de inovação e sessões de mentoria.

As pequenas e médias empresas selecionadas “beneficiarão de modelos avançados de apoio ao negócio, que visam melhorar práticas com a implementação de novos sistemas, estruturas e ferramentas, assim como métodos de inovação baseados nos desafios da redução de carbono, com base em estudos de caso e exemplos de modelos intersetoriais e interterritoriais”.

Citada no comunicado, a diretora de desenvolvimento de negócio da UPTEC, Maria Moura Oliveira, salienta que o investimento na área do turismo e da inovação “potencia o que Portugal tem de melhor para oferecer”.

“O turismo tem sido uma das áreas que mais contribui para o PIB português e é fundamental aliar essa pujança e vivacidade à capacidade que os portugueses, e em particular as suas startups, têm em inovar, e encontrar novos caminhos para uma transição digital e energética que seja mais eficiente e sustentável”, acrescenta.

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Regulação de criptoativos I: Os impactos da regulação

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  • 6 Dezembro 2023

O terceiro episódio do podcast "Inovação e Tecnologia", da Morais Leitão, teve como protagonistas Ashick Remetula, António Queiroz Martins, e Márcia Tomás Pires, todos associados da Morais Leitão.

À medida que os criptoativos se estabelecem como uma força significativa no cenário financeiro global, a questão premente da regulação emerge como um ponto central de discussão. O universo dinâmico e em constante expansão das criptomoedas e ativos digitais suscita questões cruciais sobre a necessidade e os possíveis impactos da regulação.

No terceiro episódio do podcast “Inovação e Tecnologia”, Ashick Remetula, Associado Morais Leitão; António Queiroz Martins, Associado Morais Leitão; e Márcia Tomás Pires, Advogada-estagiária, vão explorar a atual regulação dos criptoativos e analisar os potenciais efeitos que pode ter sobre este ecossistema em rápida evolução.

“Eu acho que nós podemos partir do princípio de que os criptoativos são um ativo digital que titula direitos. Tipicamente, assenta em tecnologia blockchain, que tem uma característica muito importante, que é ser descentralizada, ou seja, estes critérios são interessantes para percebermos porque isto é tão interessante hoje em dia, porque é que a flutuação de valor trouxe imensas luzes da ribalta para este tema e porque é que houve uma democratização do acesso a estes ativos”, começou por dizer António Queiroz Martins.

Também Márcia Tomás Pires salientou a importância da democratização dos criptoativos: “Nos últimos dez anos, temos vindo a conhecer mais funcionalidades dos criptoativos, que não são só para meios de pagamento, mas também têm a característica de utilidade, a característica de investimento, e por isso houve essa democratização, novos projetos e aplicações relativamente aos criptoativos. Isso foi muito importante”.

“É certo que temos assistido gradualmente a uma democratização em relação a este tipo de ativos, no entanto ainda falta muito caminho para percorrer e muita educação no sentido de dar as ferramentas de literacia financeira a todos para poderem perceber o que está em causa. Isto não é propriamente um brinquedo, em alguns termos ainda é complicado pela tecnologia que envolve, portanto o nosso trabalho é fazer isso e é por isso que aqui estamos”, acrescentou Ashick Remetula.

De acordo com o associado da Morais Leitão, “este é um mercado que vale biliões, que gera negócio e que movimenta muito dinheiro“, o que obriga a que seja regulado, até para garantir que não existem branqueamentos de capitais. “É natural que os incumbentes tradicionais se tenham que vir a adaptar a este tipo de realidade”, disse.

Acompanhe, aqui, a conversa:

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O podcast “Inovação e Tecnologia” é uma iniciativa da Morais Leitão, que inclui um conjunto de oito episódios, onde se vão ouvir as opiniões de especialistas da área sobre os avanços da tecnologia, bem como várias explicações sobre o uso de diversas ferramentas disponíveis, tais como a Inteligência Artificial, os criptoativos e o e-commerce.

“Regulação de criptoativos II” é o tema do próximo episódio, que sairá já na próxima semana, no dia 13 de Dezembro, e volta a contar com a participação de Márcia Tomás Pires, Ashick Remetula e António Queiroz Martins.

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China diz que restrições impostas pela UE nas exportações de tecnologia “não fazem sentido”

  • Lusa e ECO
  • 6 Dezembro 2023

O Governo chinês disse que as restrições impostas pela União Europeia (UE) no fornecimento de alta tecnologia à China causam desequilíbrios comerciais.

O Governo chinês disse esta quarta-feira que as restrições impostas pela União Europeia (UE) no fornecimento de alta tecnologia à China “não fazem sentido” e causam desequilíbrios comerciais, na véspera de uma cimeira em Pequim.

“Se a UE impõe restrições rigorosas à exportação de produtos de alta tecnologia para a China, por um lado, e espera aumentar significativamente as suas exportações para a China, por outro, receio que não faça sentido”, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático.

Os presidentes do Conselho e da Comissão Europeia, Charles Michel e Ursula von der Leyen, e o principal diplomata do bloco, Josep Borrell, vão reunir-se na quinta e na sexta-feira com as autoridades do país asiático, retomando um encontro anual que foi suspenso durante os três anos da pandemia.

A relação comercial entre a UE e a China é uma das mais importantes do mundo. Em 2022, o comércio bilateral ascendeu a 865 mil milhões de euros, um montante recorde. No entanto, o défice comercial para a UE nas trocas com a China aumentou de 154,7 mil milhões de euros, em 2018, para 396 mil milhões de euros, no ano passado, suscitando fortes reclamações por parte de Bruxelas, que acusa o país asiático de práticas comerciais “injustas”.

Von der Leyen afirmou na terça-feira que “os líderes europeus não vão tolerar um desequilíbrio no comércio a longo prazo”.

“A China é um parceiro fiável e indispensável para a UE”, reagiu Wang em conferência de imprensa regular. “A gestão adequada das diferenças através do diálogo e da consulta é importante para o desenvolvimento das relações entre a China e a UE”, sublinhou.

Esperamos que a parte europeia colabore com a China para encontrar um meio-termo, crie uma atmosfera positiva para que a reunião entre os líderes da China e da UE tenha sucesso e envide esforços conjuntos para o desenvolvimento saudável e estável das relações”, acrescentou.

Angola e China assinaram acordo de investimento

Os Governos de Angola e da China assinaram um acordo para promover uma maior cooperação económica, estimular o fluxo de capitais e o desenvolvimento económico entre os dois países, anunciou esta quarta-feira o Ministério das Relações Exteriores angolano (Mirex).

O Acordo sobre Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos (APPRI) foi assinado hoje em Beijing, pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, e pelo ministro do Comércio da República da China, Wang Wentao.

De acordo com uma nota do Ministério das Relações Exteriores de Angola, este instrumento jurídico, assinado no âmbito do fortalecimento da cooperação bilateral entre os dois Estados, visa também “garantir um quadro estável, transparente e não discriminatório para o investimento entre Angola e a China”.

Na sua intervenção, Téte António considerou este acordo um ganho político, económico e comercial muito importante não só para Angola, como para a nação asiática, frisando que assinatura do APPRI “representa o fim de 12 anos de longas negociações entre as partes, devido a vários constrangimentos agora ultrapassados”.

“Hoje, reunidas todas as condições, o acordo, ora assinado, permite maior garantia ao investidor e estabilidade ao investimento, constituindo um apoio inequívoco jurídico e legal para que os dois parceiros tenham sempre seguro o desenvolvimento dos negócios recíprocos”, destaca a nota do Mirex.

A nota realça que o acordo reconhece a importância de prever meios e procedimentos eficazes para proteger os direitos e interesses em matéria de investimento ao abrigo da legislação nacional, bem como através da arbitragem internacional, para garantir a estabilidade e confiança entre os investidores dos dois países.

“Os APPRI são acordos bilaterais que têm como finalidade demonstrar aos investidores internacionais a existência de um mecanismo legal e de segurança para a realização dos seus investimentos”, acrescenta a nota.

Segundo a nota, a arquitetura dos APPRI da última geração deve compreender a definição limitada do investimento, definindo claramente os ativos que devem ser protegidos, fazendo igualmente parte desse instrumento jurídico a clarificação de disposições como expropriação indireta, tratamento justo e da nação mais favorecida, bem como a solução de controvérsias do investidor versus Estado, no que se refere à transparência nos procedimentos arbitrais, sessões abertas, publicação de documentos e a participação pública da sociedade civil.

Angola tem acordos nesse domínio com a África do Sul, Guiné-Bissau e Cabo Verde, em África, com o Qatar, na Ásia, e com Portugal, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Itália, Rússia e França, na Europa.

Dados divulgados na 1.ª edição do Fórum de Negócios Angola-China realizada em julho deste ano em Luanda, indicaram que o saldo da balança comercial entre o país africano e a China, em 2022, cresceu 23,3% para 27,3 mil milhões de dólares (24,8 mil milhões de euros).

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Jovens do Climáximo entram no aeródromo de Tires e pintam jato privado. “São armas de destruição em massa”

  • Lusa
  • 6 Dezembro 2023

Elementos do Climáximo entraram no aeródromo de Tires, Cascais, pintaram um jato privado e acorrentaram-se às rodas do aparelho, num protesto contra as emissões de gases com efeito de estufa.

Elementos do movimento Climáximo entraram esta quarta-feira no aeródromo de Tires, Cascais, pintaram um jato privado e acorrentaram-se às rodas do aparelho, num protesto contra as emissões de gases com efeito de estufa dos voos de luxo, anunciou a organização.

Em comunicado, o movimento refere que uma viagem num jato privado entre Londres e Nova Iorque “emite mais CO2 [dióxido de carbono] do que uma família portuguesa num ano inteiro”.

“Estar aqui corta mais emissões do que qualquer escolha individual. Os donos do mundo culpam pessoas normais de forma ingrata pelos seus hábitos, quando na realidade esta é de longe a forma de transporte com mais emissões per capita, e é usada quase exclusivamente por ultra ricos”, afirma Noah Zino, do Climáximo, citado no comunicado.

A agência Lusa tentou obter mais informações sobre o caso junto da esquadra do aeródromo de Tires, mal em vão. Fonte da esquadra da PSP de São Domingos de Rana, freguesia onde se insere o aeródromo, disse que alguns dos seus elementos foram para o local.

No comunicado, acompanhado de fotos onde se podem ver alguns jovens acorrentados às rodas de um dos jatos estacionado e que foi pintado com tinta vermelha, o Climáximo lembra ainda: “A ONU afirma que o 1% tem de cortar mais de 97% das suas emissões, mas os voos duplicaram no ano passado”.

“Jatos privados são armas de destruição em massa, não têm lugar numa sociedade em chamas. Só a poluição da queima de combustíveis fósseis já mata, todos os anos, mais pessoas que os campos de concentração”, refere o movimento.

Critica ainda o facto de os líderes mundiais se deslocarem “de jato privado aos Emirados Árabes Unidos para ‘negociações climáticas'”, considerando que “pintam uma imagem da realidade tão nítida como a tinta vermelha que os denuncia”.

Cortar as emissões de luxo e “voos supérfluos”, como os de jato privado e os voos de curta distância, travar qualquer plano de aumento da aviação — “seja um novo aeroporto em Lisboa ou a expansão em curso do Aeroporto de Cascais” – e requalificar milhares de trabalhadores, desenvolvendo amplamente a rede ferroviária nacional e internacional, são algumas propostas avançadas pelo Climáximo para travar a crise climática.

O movimento convida ainda todas as pessoas a juntarem-se e saírem à rua no próximo sábado, numa “manifestação de resistência climática”.

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Farfetch alvo de ação coletiva nos EUA por “enganar” investidores. Milionário compra 5,1% do primeiro unicórnio português

Farfetch acusada de prestar informações "enganadoras" sobre o negócio. Continua a cair em bolsa, ainda não remarcou apresentação de resultados, mas acabam de entrar novos acionistas (5,1% do capital).

A Farfetch está a ser visada numa ação coletiva nos EUA que argumenta que a empresa, o primeiro unicórnio português, fez “afirmações enganadoras” que prejudicaram os investidores. Apesar de estar a ser penalizada em Wall Street perante todas as notícias, assim como pelos resultados e prejuízos que tem acumulado, acaba de conseguiu obter um novo investidor: Steven Cohen, dono da equipa de basebol New York Mets.

A empresa que opera uma plataforma de moda de luxo tem vindo a desenhar uma trajetória descendente e tem estado sob fogo nos últimos dias depois de ter adiado a apresentação dos resultados, sendo que este ano deve voltar aos prejuízos. Face à pressão do mercado, o fundador José Neves estará a avaliar a possibilidade de retirar o ex-unicórnio – já vale menos de 400 milhões de dólares – de bolsa, com a ajuda do JPMorgan e da Evercore.

As ações da Farfetch estão atualmente a cotar nos 1,18 dólares, sendo que a empresa se estreou na bolsa de Nova Iorque a valer 20 dólares e chegou mesmo a atingir um máximo histórico de 73 dólares, em fevereiro de 2021.

A agravar os problemas da empresa, estão agora a avançar processos nos EUA que acusam a Farfetch de não ter informado devidamente os investidores. Segundo o comunicado do escritório de advogados Levi & Korsinsky, o objetivo desta ação coletiva é “recuperar perdas em nome dos investidores da Farfetch que foram afetados negativamente por suposta fraude de valores mobiliários entre 9 de março de 2023 e 17 de agosto de 2023”.

A denúncia apresentada alega que a empresa fez declarações falsas e/ou ocultou que “estava a passar por uma desaceleração significativa no crescimento nos EUA e na China”; “enfrentou desafios de integração que impactaram o lançamento da sua parceria com a Reebok”; e “minimizou os desafios que enfrentou e/ou sobrestimou a sua capacidade de gestão da sua cadeia de abastecimento e inventário”.

Além disso, é acusada de ocultar que estes fatores estavam a “ter um impacto negativo significativo nas receitas da Farfetch e no crescimento do valor bruto das mercadorias e consequentemente, era improvável que cumprisse as expectativas do mercado relativamente aos seus resultados financeiros do segundo trimestre de 2023 ou à sua própria orientação de receitas para o ano fiscal de 2023″. Quem se sentir visado tem até 19 de dezembro para se juntar a esta ação coletiva, indica o Levi & Korsinsky.

No entanto, segundo avança o portal The Fashion Law, há outros escritórios de advogados norte-americanos que também se estão a envolver neste processo popular, que começou em outubro com uma queixa entregue por Michael Ragan no tribunal de Maryland.

A empresa ainda não marcou uma nova data para a apresentação dos resultados do terceiro trimestre, que estava inicialmente agendada para 29 de novembro. No primeiro semestre contabilizou prejuízos de 455 milhões de dólares devido ao impacto cambial negativo e a um ambiente de mercado desafiante. Sobretudo porque na China ainda se mantinham restrições por causa da Covid e o comércio com a Rússia foi suspenso, sendo esperado um regresso ao “vermelho” em 2023, após dois anos de lucros.

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Mesmo perante todo este turbilhão nos mercados financeiros e em termos mediáticos, há ainda quem aposte na empresa de origem portuguesa. A Point72 Asset Management, juntamente com entidades associadas e o investidor Steven Cohen, adquiriram uma participação de 5,1% na Farfetch, segundo foi comunicado à SEC a 30 de novembro.

Fica ainda por saber, como avançou na semana passada a imprensa britânica, se a empresa realmente vai sair da bolsa norte-americana — onde entrou em setembro de 2018 –, bem como quando vai finalmente prestar contas trimestrais.

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Novo metro chinês do Porto faz viagem inaugural com Costa a bordo

Do lote de 18 composições compradas à chinesa CRRC Tangshan para alargar a frota do Metro para 120 unidades, 15 já se encontram no Porto. Primeira viagem comercial entre a Trindade e a Casa da Música.

Os novos veículos do Metro do Porto, contratados à chinesa CRRC Tangshan, entraram esta quarta-feira em circulação, com a realização da primeira viagem comercial de uma das 18 novas unidades entre as estações da Trindade e da Casa da Música.

Para assinalar a entrada em operação da nova frota, que representou um investimento de 49,6 milhões de euros, financiados pelo POSEUR e pelo Fundo Ambiental, por volta das 11h seguiram a bordo o primeiro-ministro, António Costa, e os ministros do Ambiente (Duarte Cordeiro), das Finanças (Fernando Medina) e da Presidência (Mariana Vieira da Silva).

Do lote de 18 composições que vêm alargar a frota do Metro de 102 para 120 unidades, 15 já se encontram no Porto. As restantes três chegam até ao final deste ano, de acordo com a informação disponibilizada pela transportadora liderada por Tiago Braga.

“O Metro do Porto representa um ativo relevante, não apenas no serviço que presta à Área Metropolitana, mas pela sua relevância estratégica na ação climática e mobilidade sustentável. Este investimento na aquisição de novo material circulante, ao qual se juntam mais 6,1 milhões para a sua manutenção, aumentará a oferta de transporte, com a entrada em funcionamento de 14 novos veículos em circulação já neste mês de dezembro”, enquadra o gabinete do primeiro-ministro, numa nota de agenda enviada às redações.

O novo modelo é composto por quatro carruagens e tem capacidade para 244 passageiros, dos quais 64 sentados.ESTELA SILVA/LUSA

A frota da Metro do Porto, que opera em sete concelhos da área metropolitana com uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações, é constituída atualmente por 102 veículos: 72 do tipo Eurotram e 30 do tipo Tram-train. O novo modelo made in China é composto por quatro carruagens, tem capacidade para 244 passageiros (dos quais 64 sentados) e circula a uma velocidade máxima de 80 quilómetros por hora. Estas novas composições vão servir também as duas linhas em construção (Rosa e Amarela) para acrescentar seis quilómetros e sete estações à rede.

Fundada em 1881, a CRRC Tangshan é uma empresa chinesa com larga tradição na produção de comboios, comboios de alta velocidade e veículos de metro. É apresentada como a maior fabricante mundial de material circulante ferroviário, tem sede em Pequim e emprega mais de 180 mil trabalhadores, de acordo com dados oficiais.

Antes de participar na viagem inaugural, na companhia de Rui Moreira, o chefe do Executivo participa numa sessão solene de receção ao Governo na Câmara do Porto, seguida de assinatura do auto de descentralização na área da Saúde para o município portuenses, assim como do acordo para a transferência do Palácio de São João Novo (gestão do património) para as mãos da autarquia nortenha.

Segundo confirmou ao ECO a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, há um total de oito municípios do Continente que vão ficar de fora da descentralização de competências na área da saúde: Lisboa, Setúbal, Sesimbra, Vila Real, Arraiolos, Viseu, Ovar e Sobral de Monte Agraço.

“Dinheiro não fica no Metro do Porto”

O primeiro-ministro, António Costa, salientou ao final da manhã que “quando se diz que grande parte do dinheiro do PRR vai para instituições públicas, é preciso perceber que o dinheiro que chega ao Metro do Porto não fica no Metro do Porto”. “Traduz-se em investimento para todos aqueles que vivem, trabalham ou visitam o Porto”, notou.

Para António Costa, a entrada ao serviço destas novas composições, tal como o “investimento que foi feito com a criação do passe único, demonstra bem” que para se transformar “o paradigma de mobilidade (…) não basta estender rede, é preciso que cada um dos utentes sinta que o preço é mais acessível” e que “a viagem é mais cómoda”.

O primeiro-ministro pediu ainda a “compreensão de todos por obras que são necessariamente incómodas, mas que depois darão muitos e muitos anos de melhor qualidade de vida”. E o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, notou que “além desta renovação, também já [está] autorizada a compra de mais 22 veículos para a Metro do Porto, um investimento de 74 milhões de euros”.

“Lá no final vai ser um ganho enorme”, desabafa Moreira

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, destacou que os novos veículos “têm uma enorme capacidade de conforto”, com “mais portas, mais acessos, mais capacidade”, sendo “uma resposta necessária a uma crescente procura”.

“Percebemos muitas vezes o desespero de alguns dos nossos munícipes porque veem obras e não conseguem chegar ao trabalho, mas devem-se recordar que, no fim, lá no final, quando tivermos esta rede preparada e completa, vai ser, seguramente, um ganho enorme para a população, para o futuro da nossa cidade”, disse.

Já o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, assinalou que no final do ano se atingirá “praticamente 80 milhões de clientes”, acima do recorde de 2019 (76 milhões), antes da pandemia de Covid-19.

Tiago Braga assinalou ainda que a Metro do Porto está “a poucos dias de iniciar a operação de construção da Linha Rubi”, entre a Casa da Música e Santo Ovídio (incluindo uma nova ponte sobre o Douro), um investimento financiado precisamente pelo PRR, com um custo estimado de 435 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 14h com declarações políticas)

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Quase metade dos portugueses não quer saber das europeias em 2024. Jovens e eleitores de esquerda são os mais “desligados”

  • Lusa
  • 6 Dezembro 2023

A pouco menos de um ano das eleições europeias, 47% dos inquiridos não está minimamente interessada na votação agendada para junho de 2024. Jovens e eleitores de esquerda são os mais "desligados".

A pouco menos de um ano das próximas eleições europeias, 52% dos cidadãos portugueses estão interessados em participar e no resultado do sufrágio para escolher a próxima configuração do Parlamento Europeu (PE), de acordo com o Eurobarómetro.

De acordo com a recolha estatística feita, houve um aumento de 9% no número de portugueses interessados nas europeias, em comparação com o Eurobarómetro de março deste ano. Ainda assim, 47% dos inquiridos não estão minimamente interessadas nas eleições que se realizam entre 6 e 9 de junho nos 27 Estados-membros da União Europeia (UE).

Ao nível da UE, 57% dos cidadãos inquiridos estão interessados nas europeias e 43% não querem saber destas eleições.

Dos cidadãos nacionais inquiridos, 62% da população entre os 15 e os 24 anos não está interessadas nas eleições para o PE, em oposição com a faixa etária entre os 25 e os 39 anos, em que 58% quer participar e saber o resultados das europeias. As percentagens são semelhantes para os cidadãos inquiridos entre os 40 e 54 anos e superior (54% estão interessados).

Olhando para o espetro político, 61% e 60% dos eleitores do centro e de direita, respetivamente, estão interessados nas eleições, e 55% do eleitorado de esquerda em Portugal tem interesse no único sufrágio em simultâneo em todos os países da UE.

Se as eleições ocorressem dentro de uma semana, em Portugal 57% das pessoas inquiridas admite que ia votar, 15% ponderaria e 23% não o faria de todo. Só 5% dos inquiridos optou por não responder.

Neste parâmetro, a discrepância para a percentagem europeia é maior, com 68% dos inquiridos a admitir votar se as eleições fossem na próxima semana, 14% ponderariam e 16% colocariam de lado essa hipótese.

Em Portugal, as faixas etárias entre os 25 e os 39 anos e com mais de 55 são as que admitiriam votar já dentro de uma semana se pudessem. Contudo, aumentou em 9 ponto percentuais o número de portugueses que querem votar com o intuito de apoiar um partido político (43%), 34% acreditam que é a sua função enquanto cidadãos europeus e têm por hábito votar em todas as eleições.

Este Eurobarómetro foi realizado entre 28 de setembro e 15 de outubro em Portugal e foram inquiridos presencialmente 1.030 cidadãos portugueses (de um total de 26.523 europeus), com idades superiores a 15 anos. O número de portugueses escolhidos para participar no inquérito foi baseado na dimensão populacional de cada Estado-membro.

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Afinal, só 9.600 técnicos superiores do Estado dão salto salarial em janeiro

  • ECO
  • 6 Dezembro 2023

Governo tinha inicialmente apontado para que 40 mil funcionários pudessem ter uma valorização já no início do próximo ano, mas corrigiu o número, que dizia respeito à proposta anterior.

Como o Governo mudou a proposta para as valorizações salariais, que vão ocorrer em conjunto com o “acelerador de progressões” na Função Pública, para que não implicasse uma perda de pontos, serão apenas 9.600 os técnicos superiores que vão ter um salto salarial em janeiro de 2024, de acordo com o Jornal de Negócios.

O Executivo tinha inicialmente apontado para que 40 mil funcionários pudessem ter uma valorização já no início do próximo ano, mas corrigiu o número, que dizia respeito à proposta anterior. A proposta atual, que foi comunicada aos sindicatos na última reunião de fecho das negociações sobre este tema, implica um maior faseamento nas progressões.

Os sindicatos “preferiram a solução que garantisse que não havia perda de pontos, que em 2024 representará um aumento salarial para cerca de 9 mil trabalhadores, conforme informação partilhada com os sindicatos, dos quais 1.250 técnicos superiores que passam para a nova posição de entrada (1.ª posição remuneratória) e cerca de 8 mil que em 2024 reúnem condições para usufruir do ‘acelerador’”, indicou ao mesmo jornal fonte oficial da Presidência do Conselho de Ministros.

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