BCE prevê que famílias da Zona Euro continuem a poupar “no curto prazo” para reconstituir riqueza

  • Joana Abrantes Gomes
  • 8 Janeiro 2025

Famílias da área da moeda única estão a acumular cada vez mais poupanças. Mas, segundo o BCE, um forte crescimento dos rendimentos reais do trabalho deve estimular consumo privado.

Depois de uma descida em meados de 2022, para uma média equivalente ao período pré-pandemia, a taxa de poupança das famílias na Zona Euro, calculada pelo Eurostat, registou uma subida para 15,7% no segundo trimestre de 2024. Segundo o Banco Central Europeu (BCE), é provável que as famílias da área da moeda única continuem a poupar para reconstituir o património perdido devido à inflação elevada, que se tem aproximado da meta dos 2%.

Com as restrições da pandemia de Covid-19 amplamente levantadas em 2022, a taxa de poupança “regressou à sua média pré-pandemia”, mas “voltou a aumentar nos últimos dois anos, enquanto o consumo se manteve lento”, devido ao “forte crescimento do rendimento real das famílias”, assinala o BCE, num artigo do Boletim Económico publicado esta quarta-feira.

Evolução da taxa de poupança das famílias na Zona Euro

Fonte: Banco Central Europeu e Eurostat

No artigo, os economistas Alina Bobasu, Johannes Gareis e Grigor Stoevsky notam que “os subsequentes aumentos das taxas de juro encorajaram a poupança e, provavelmente, travaram o consumo de bens mais do que o consumo de serviços”, em particular o consumo de bens duradouros, uma vez que “é mais sensível às taxas de juro do que os serviços”.

A instituição liderada por Christine Lagarde antecipa que a taxa de poupança das famílias da Zona Euro se mantenha elevada a curto prazo, “embora um pouco abaixo do seu pico mais recente, refletindo em parte a moderação das taxas de juro”, atualmente fixadas nos 3%, na sequência de uma nova descida na reunião do conselho de governadores de 13 de dezembro.

No entanto, o BCE perspetiva que as despesas das famílias acabarão por recuperar. “A provável descida da taxa de poupança, juntamente com a continuação do forte crescimento dos rendimentos reais do trabalho, deverá contribuir para o dinamismo do consumo privado“, afirmam Alina Bobasu, Johannes Gareis e Grigor Stoevsky.

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Novobanco passa no exame da DBRS após demissão de administrador

DBRS diz que "continuará a monitorizar quaisquer consequências adicionais do incidente", incluindo se o Novobanco ou as autoridades de supervisão pedirem alterações nos controlos internos.

A agência de rating canadiana DBRS considera que a demissão do administrador Carlos Brandão não tem impacto na notação financeira do Novobanco, mas vai continuar “a monitorizar quaisquer consequências adicionais do incidente” e espera uma substituição rápida do responsável pelo risco na instituição.

A Morningstar DBRS não considera, atualmente, que as circunstâncias em torno da decisão do banco de demitir o seu Chief Risk Officer (CRO) tenham impacto no rating do banco”, pode ler-se numa nota divulgada esta quarta-feira.

Ainda assim, a agência de notação financeira diz que “continuará a monitorizar quaisquer consequências adicionais do incidente, incluindo se o Novobanco ou as autoridades de supervisão eventualmente considerarão necessário que o banco faça alterações nos seus controlos internos”. “Estaremos também atentos às perspetivas de uma rápida substituição permanente para preencher a função de CRO, dada a importância da função de risco”, acrescenta a DBRS, que subiu o rating do Novobanco para BBB a 25 de setembro.

Carlos Brandão foi destituído de funções na terça-feira, com efeitos imediatos, e foi constituído arguido por suspeitas de branqueamento e falsificação. O Conselho de Supervisão do Novobanco decidiu afastar do conselho de administração o responsável de riscos, após operações financeiras suspeitas, identificadas através de processos internos do banco. Segundo a nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), estas operações financeiras suspeitas foram “realizadas na sua esfera pessoal, as quais deram origem a uma denúncia às autoridades”.

Segundo uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR), foram constituídos dois arguidos, que não são identificados, mas fonte judicial disse à Lusa que o segundo arguido é a mulher de Carlos Brandão.

Após ter detetado a situação, o banco levou a cabo uma investigação interna e apresentou denúncia ao Ministério Público, que resultou na abertura de uma investigação que está em curso. A instituição reportou também a questão ao regulador da banca e à autoridade de supervisão competente nesta matéria.

Por isso, a DBRS considera que o Novobanco “agiu em total coordenação e cooperação com todas as autoridades relevantes”. “O banco descobriu as operações financeiras suspeitas, iniciou a investigação, informou as autoridades reguladoras e de supervisão do Banco Central Europeu e do Banco de Portugal e apresentou queixa ao Ministério Público”, detalha a nota da agência de rating.

As operações suspeitas não estão relacionadas nem envolvem, “de forma alguma”, a instituição e, por isso, “não têm qualquer impacto nos clientes, em contas ou operações de clientes, na posição financeira ou na atividade do Banco, nas suas operações comerciais, no sistema de gestão de riscos nem nos seus colaboradores”. Razão pela qual a DBRS defende que “não tem motivos para considerar, nesta fase, que o anúncio do Novobanco afete a análise” do banco, e considera que não “existem fatores ESG significativos ou relevantes a considerar”.

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Filipa Gomes Teixeira integra equipa de Fiscal da Belim

A nova associate partner da Belim, Filipa Gomes Teixeira, vai focar-se no aconselhamento fiscal de clientes privados.

O escritório de advogados Belim reforçou a equipa com a integração de Filipa Gomes Teixeira, na qualidade de associate partner. A advogada, que transita da Cuatrecasas, vai focar-se no aconselhamento fiscal de clientes privados.

Filipa Gomes Teixeira tem prestado assessoria a clientes privados, incluindo planeamento fiscal e sucessório, gestão de patrimónios, estruturação de investimentos e apoio em processos de compliance fiscal como a entrega de declarações de rendimentos. Tem desenvolvido a sua prática à volta dos impostos sobre o rendimento, da fiscalidade internacional e, em particular, no aconselhamento fiscal, patrimonial e sucessório de pessoas singulares.

Com mais de uma década de experiência, a advogada iniciou o seu percurso profissional como consultora fiscal na KPMG Portugal, tendo passado posteriormente pela RFF Lawyers, Kore Partners e Cuatrecasas.

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Há cada vez mais alunos nas escolas mas muitos não aprendem

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2025

Apesar de haver cada vez menos jovens fora da escola, "há percentagens elevadas de alunos que não aprendem o que está previsto no currículo", alerta o presidente do Conselho Nacional de Educação.

Portugal tem cada vez mais jovens adultos qualificados, mas há muitas falhas nas aprendizagens, alerta o Conselho Nacional de Educação, que pede inovação na forma de ensinar e mais formação dos professores para melhorar a qualidade do ensino.

Já são poucos os alunos que não frequentam a escola e são cada vez menos aqueles que reprovam, sublinha o relatório Estado da Educação 2023, divulgado esta quarta-feira, que mostra que o maior problema ainda é no ensino secundário, onde um em cada dez alunos ainda fica para trás (9,8%).

Apesar de haver cada vez menos jovens fora da escola, “há percentagens elevadas de alunos que não aprendem o que está previsto no currículo”, alerta o presidente do CNE, Domingos Fernandes, apontando como “particularmente preocupante e grave” a situação dos mais novos, que têm demonstrado grandes dificuldades na escrita e na matemática.

O país necessita de pôr em prática um programa especificamente orientado para melhorar a qualidade do ensino e das aprendizagens nos primeiros anos”, escreve o presidente do CNE, defendendo medidas que garantam a formação inicial e contínua dos professores.

Também é preciso apostar na organização e funcionamento pedagógico das escolas e em sistemas de apoio, de acompanhamento e avaliação, diz Domingos Fernandes.

“Não se pode deixar alunos pelo caminho, não se pode desleixar os apoios diversificados de que os alunos necessitam e não se pode excluir, sem mais nem menos, aqueles que revelam dificuldades”, defende o presidente do CNE.

A criação de uma política apostada em melhorar o ensino e as aprendizagens deve passar por “programas de formação inicial e contínua de professores que tenham realmente em conta os conhecimentos e competências que têm de ser desenvolvidas sobretudo no que se refere ao conhecimento científico inerente à disciplina ou disciplinas que se lecionam, ao conhecimento pedagógico, ao conhecimento do currículo e, em geral, à inovação pedagógica”.

O problema também se sente no ensino superior e Domingos Fernandes considera urgente “investir deliberada e consistentemente na melhoria dos conhecimentos pedagógicos dos seus professores”.

É necessário inovar nas práticas de ensino e de avaliação e criar ambientes em que os estudantes sejam desafiados a pensar, a ser autónomos, a exercitar o pensamento crítico e a criatividade e a serem capazes de mobilizar, integrar e utilizar conhecimentos e competências para resolver uma diversidade de problemas”, defende.

O relatório do CNE alerta também para a necessidade de continuar a combater as desigualdades, que dependem do nível educativo dos pais, mas também das regiões do país onde vivem os alunos ou, mais recentemente, do seu local de nascimento.

Os últimos dados do Ministério da Educação apontavam para um aumento de 160% do número de alunos migrantes em apenas cinco anos, chegando a cerca de 140 mil estudantes estrangeiros no passado ano letivo, o que representa 14% dos alunos do ensino básico e secundário.

A maioria destes alunos chega às escolas sem saber falar Português e são “elevadas as taxas de retenção e desistência das crianças e jovens cujos progenitores são estrangeiros”, o que aponta para “a necessidade de ativação efetiva de medidas de inclusão e discriminação positiva”, refere o estudo.

O relatório alerta ainda para a necessidade de se conhecer a “eficiência e eficácia organizacional e pedagógica da disciplina de Português Língua Não Materna (PLNM) e dos processos de acolhimento” nas escolas, considerando que “só deste modo será possível agir de forma consistente e sustentada”.

Os investigadores pedem, por isso, “informação sistematizada, baseada em indicadores estabilizados, que permitam acompanhar taxas de cobertura e de frequência da disciplina de PLNM”.

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Trabalhadores com formação superior recebem mais 73% do que quem tem o 12.º ano

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2025

Quem tem formação superior aufere “um rendimento mensal correspondente, em média, a 173% do salário médio dos trabalhadores que concluem o ensino secundário”, refere o relatório anual do CNE.

Os trabalhadores com formação superior recebem, em média, mais 73% do que o salário médio de quem tem apenas o ensino secundário, revela o relatório anual do Conselho Nacional de Educação (CNE), concluindo que “estudar compensa”.

São cada vez mais os jovens com formação superior em Portugal e “quanto mais elevadas são as qualificações, maior a perspetiva de uma vida melhor”, sublinha o relatório do Estado da Educação 2023, divulgado na terça-feira pelo CNE.

Quanto mais longe se avança nos estudos, maiores são as probabilidades de se conseguir um emprego e um melhor salário, mostram os dados apresentados no estudo.

Em 2023, a taxa de emprego dos jovens adultos (entre 25 e 34 anos) com ensino secundário ou pós-secundário era de 84,9%, um valor que subia para 88,3% entre os jovens com formação superior.

Além de ser mais fácil arranjar emprego, quem tem formação superior aufere “um rendimento mensal correspondente, em média, a 173% do salário médio dos trabalhadores que concluem o ensino secundário”, refere o relatório anual.

Os investigadores concluem que “estudar compensa”, mas alertam para as “diferenças assinaláveis” entre os salários pagos em Portugal e noutros países europeus.

Em relação aos espanhóis, os trabalhadores portugueses ganhavam menos 800 euros, segundo uma aproximação bruta aos rendimentos mensais na mediana de 2022.

Já em relação à Estónia, os portugueses recebiam em média menos mil euros, uma diferença que aumenta ainda mais quando se compara com os salários pagos em Itália (mais dois mil euros) ou na Irlanda e na Alemanha, que são mais de quatro mil euros todos os meses.

Os baixos valores da remuneração do trabalho em Portugal podem constituir um desincentivo à qualificação dos mais jovens e à requalificação dos mais velhos e, desse modo, comprometer o esforço de elevação das qualificações dos portugueses”, alerta o estudo, que recomenda um reforço das políticas que promovam a formação dos jovens e dos adultos.

“Repare-se que, apesar dos reconhecidos progressos alcançados ao longo das últimas décadas, em 2023, 40,6% dos portugueses possuía, no máximo, um diploma da educação básica, a maior percentagem de baixas qualificações dos 27 países da União Europeia”, sublinha o presidente do CNE, Domingos Fernandes.

Apesar do aumento geral de qualificações da população, ainda existem grandes assimetrias regionais, como é o caso do Algarve, dos Açores e da Madeira, onde a escolaridade da população é muito inferior à registada, por exemplo, no norte ou no centro do país.

Recordando os estudos que apontam para o forte impacto da formação dos pais no sucesso académico dos filhos — metade dos jovens “reproduz as baixas habilitações dos progenitores” –, os investigadores apelam a medidas que garantam o envolvimento dos adultos em atividades de educação e formação.

“A melhoria consistente das taxas reais de escolarização e de conclusão que se verificam no ensino secundário nas três últimas décadas tem sido relevante para o aumento das qualificações dos jovens adultos”, sublinha o presidente do CNE, Domingos Fernandes, no texto introdutório do relatório.

O estudo mostra que é preciso olhar também para os jovens adultos rapazes, uma vez que agora são eles quem mais abandona precocemente a escola, quando há algumas décadas essa era uma prática mais usual entre as raparigas.

“Subsistem, portanto, dois desafios: incentivar os rapazes a obterem diplomas de estudos mais avançados e desenvolver estratégias que permitam compreender e dirimir as assimetrias regionais”, concluem os investigadores.

Também diminuíram os casos de jovens que não estudam nem trabalham: A proporção de jovens entre os 18 e os 24 anos nesta situação passou de 18,3% em 2016 para 13,2% em 2023, ano em que mais de metade (55,3%) ainda estava a estudar e 31,6% estavam a trabalhar.

No ensino superior, o CNE defende um reforço das políticas de atribuição de bolsas aos mais carenciados e o alargamento da oferta de alojamento estudantil a custos acessíveis.

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Pensões da Segurança Social pagas hoje com aumentos, mas ainda sem nova retenção do IRS

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2025

Pensões da Segurança Social são pagas esta quarta-feira com o aumento previsto para este ano, entre 3,85% e 1,85%, mas ainda sem as novas tabelas de retenção na fonte do IRS.

As pensões da Segurança Social são esta quarta-feira pagas com o aumento previsto para este ano, entre 3,85% e 1,85%, mas ainda sem as novas tabelas de retenção na fonte do IRS.

Em causa estão os reformados cuja pensão é paga pela Segurança Social, com os aumentos de 2025 a abrangerem também as pessoas que entraram na reforma ao longo do ano de 2024.

Em 2025, além da atualização que resulta da fórmula prevista na lei (que tem em conta a inflação média sem habitação, registada em novembro, e o crescimento da economia), as pensões até dois indexantes de apoios sociais (IAS), ou seja, até 1.045 euros, têm um aumento adicional de 1,25%, aprovado no Parlamento, num total de 3,85%.

Há ainda um outro grupo de pensionistas que vai beneficiar deste aumento adicional de 1,25%, nomeadamente aqueles cuja reforma se situa entre os dois e até aos três IAS (entre 1.045 e 1.567,5 euros). Neste caso as pensões avançam 3,35%: 2,10% pela fórmula prevista na lei e 1,25% por via da medida extraordinária.

Nas reformas de valor superior a três indexantes aplica-se o aumento que resulta da fórmula legal. Assim, as pensões entre três e até seis IAS (ou seja, até 3.135 euros) são atualizadas em 2,10%. Já aquelas cujo valor está situado entre os seis e até aos 12 IAS (até 6.270 euros) têm um aumento de 1,85% em 2025.

Acima deste valor não há lugar a aumento.

Como as tabelas de retenção do IRS para aplicação em 2025 apenas foram conhecidas esta semana, numa altura em que as pensões da Segurança Social estavam já processadas, o acerto na retenção relativa a janeiro será feito nos próximos meses.

Na Caixa Geral de Aposentações (CGA), as pensões de janeiro vão ser pagas no dia 17.

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Hoje nas notícias: Gestor do Novobanco, licença parental e SIS

  • ECO
  • 8 Janeiro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O administrador executivo do Novobanco demitido esta semana pode ter de devolver os prémios pagos pela instituição financeira. Segundo o Jornal de Negócios, as “operações financeiras suspeitas” realizadas por Carlos Brandão, e que estão sob investigação do Ministério Público, incluem a compra e a venda de um imóvel. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Novobanco pode obrigar Carlos Brandão a devolver prémios

Carlos Brandão, que era administrador executivo do Novobanco desde 2022, mas foi afastado por “operações financeiras suspeitas”, pode não receber todos os prémios que lhe foram atribuídos pela instituição, correndo mesmo o risco de ter de devolver os bónus anuais já pagos. Isto porque a política de remunerações do Novobanco prevê que os prémios, tanto os já atribuídos como os ainda por pagar, possam ser cortados caso surjam situações que mostrem que a sua atribuição não é justificada. Neste caso, Carlos Brandão está a ser investigado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Venda de imóvel entre as “operações suspeitas” de ex-gestor do Novobanco

Entre as “operações financeiras suspeitas” que levaram à demissão de Carlos Brandão do Novobanco incluem-se “transações financeiras” detetadas na conta pessoal do agora ex-administrador executivo da instituição, nomeadamente os valores associados à compra e posterior venda de um imóvel, revela o Jornal Negócios. Carlos Brandão terá realizado várias operações por conta própria, sendo que as transações menos claras, associadas a contas bancárias na esfera do ex-gesto, espoletaram um “alerta interno” em outubro. A suspeita acabou por ser comunicada ao Banco de Portugal e ao Ministério Público, que de então para cá abriu um inquérito ao caso, coadjuvado pela Polícia Judiciária.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso indisponível)

Só 600 pais trabalharam a meio tempo durante licença parental

A Agenda do Trabalho Digno, em vigor desde maio de 2023, permite que os pais combinem a licença parental com trabalho a tempo parcial, recebendo metade do subsídio e do salário. No entanto, os números mostram que, em 19 meses, esta modalidade teve pouca adesão: de acordo com o Ministério do Trabalho e da Segurança Social, apenas 597 pessoas pediram subsídio de licença parcial, o que equivale a 0,23% das 264.103 licenças parentais (232.427 iniciais e 31.676 alargadas) pedidas entre 1 de maio de 2023 e 13 de dezembro de 2024.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Judiciária valida SIS na apreensão do portátil de adjunto de Galamba

A investigação da Polícia Judiciária à intervenção do Sistema de Informações de Segurança (SIS) na recuperação do computador portátil usado por Frederico Pinheiro, adjunto no gabinete do ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, fundamentou a decisão do Ministério Público — que arquivou o inquérito –, ao considerar que o caso não constituiu abuso de poder, nem implicou ameaças. A situação, ocorrida em 2023, tinha levantado dúvidas sobre o limite das competências das “secretas” e deixou um rasto de críticas.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Morte de ex-ministro Couto dos Santos investigada

A autópsia ao corpo de António Couto dos Santos, encontrado morto num campo de golfe em Matosinhos na segunda-feira, não é conclusiva e, por isso, vai ser necessário realizar exames suplementares, que podem demorar vários meses. Embora não haja nenhum indício de crime, não foi possível determinar com clareza a causa da morte do ex-ministro da Educação do Governo de Cavaco Silva (entre 1992 e 1993). Contrariamente ao que algumas testemunhas chegaram a dizer, não terá morrido por afogamento; os médicos admitem morte natural, tal como dissera a PSP, mas as perícias também não foram conclusivas.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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“O Impacto Positivo” com Miguel Pina Martins

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  • 8 Janeiro 2025

Miguel Pina Martins, fundador da Science4You e cofundador do Chief Portugal Officers é o sexto convidado para o videocast Leadership Bites by KW.

O sexto episódio de “Leadership Bites” – videocast sobre liderança, pessoas, empresas, empreendedorismo e inovação – tem como convidado Miguel Pina Martins. Produzido pela Keller Williams para assinalar a primeira década no nosso país, “Leadership Bites” aborda os mais variados temas com o objetivo de descobrir e partilhar, através de testemunhos de alguns thought leaders nacionais, fórmulas e caminhos para o sucesso, em diferentes áreas da vida. No ar às quartas-feiras, “Leadership Bites” conta com a condução de Marco Tairum, CEO da Keller Williams Portugal.

Fundador da Science4You e cofundador do Chief Portugal Officers, Miguel Pina Martins define-se como um servant leader: acredita numa liderança orientada para o crescimento, para o desenvolvimento e para a capacitação da equipa. Inspirado em figuras como Barack Obama, Pina Martins prefere um estilo democrático e inclusivo de liderança, a chave para a motivação dos colaboradores. Para o fundador da Science4You, a liderança deve adaptar-se à personalidade de quem lidera e contribuir para o bem coletivo, ultrapassando os interesses individuais.

Miguel Pina Martins, fundador da Science4You e cofundador do Chief Portugal Officers e Marco Tairum, CEO da Keller Williams Portugal.

A sociedade civil tem, na opinião de Miguel Pina Martins, um papel crucial na definição da estratégia nacional, uma visão que reflete a convicção de que cada pessoa tem capacidade para gerar um impacto positivo, dos mais pequenos gestos, como um mero elogio, a projetos mais ambiciosos que possam transformar o país.

O empreendedorismo, na sua perspetiva, é essencial para o crescimento económico e deve ser incentivado desde cedo. Apesar dos riscos, Pina Martins acredita que é possível superar as barreiras com uma atitude proativa e de resiliência perante o potencial de fracasso. Vê o ato de empreender como um processo de aprendizagem contínua, que permite o desenvolvimento pessoal e profissional e a criação de novas oportunidades.

Sente a responsabilidade de devolver à sociedade aquilo que esta lhe entrega e por isso acredita na promoção de debates e ações que contribuam para melhorar a qualidade de vida de todos. Um trabalho de cooperação em que o todo seja maior do que a soma das partes, fundamental para alcançar mudanças significativas: só com a união de esforços e a manutenção de um propósito claro é possível construir um futuro melhor, tanto para Portugal como para o mundo.

Assista ao episódio completo aqui:

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O dia em direto nos mercados e na economia – 8 de janeiro

  • ECO
  • 8 Janeiro 2025

Ao longo desta quarta-feira, 8 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Novobanco. Colegas “atónitos” com investigação a gestor “muito bem avaliado” na banca

Despedimento de Carlos Brandão do Novobanco na sequência de operações financeiras que estão na mira das autoridades deixou antigos colegas “atónitos” e “siderados”. "Sempre mostrou máximo rigor".

“Estou atónito, sempre mostrou máximo rigor, como se exige a um gestor de risco.” “Sempre foi um gestor profissional. Isto é inesperado.” “Nunca me passou pela cabeça. Estou siderado.”

Colegas e conhecidos de Carlos Brandão não escondem a estupefação com as notícias sobre o seu despedimento do Novobanco após operações financeiras suspeitas e que levaram o Ministério Público a constituí-lo arguido (e à sua mulher) por factos que podem configurar crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação.

“Se me perguntassem de zero a dez qual a probabilidade de achar que isto poderia acontecer, diria que era uma probabilidade muito baixa, mas…”, assume uma fonte que trabalhou com Carlos Brandão no Novobanco.

“Nunca me passou pela cabeça que o administrador responsável pelo risco, o mais exigente e cuidadoso possível, pudesse, ainda que na esfera de negócios pessoais, praticar uma ilegalidade que deve ter contornos criminais para ter sido comunicada à PGR”, disse outra fonte ouvida pelo ECO.

Carlos Brandão chegou ao Novobanco em julho de 2017 pela mão de António Ramalho. Da primeira linha da direção da área de risco foi promovido à administração com Mark Bourke em 2022, com a responsabilidade do risco.

Todo o seu percurso na banca está ligado à área de risco. Foi assim no Santander em 2007, mas também no Barclays e Bankinter, bancos onde veio assumiu as funções com as de country manager.

“É um tipo que ‘foi Santander’, fez o seu percurso com máximo rigor e profissionalismo”, aponta uma das fontes. “Sempre esteve muito bem avaliado dentro da indústria”, observa outra fonte do setor.

No Novobanco, onde o seu perfil aparecia no site até esta terça-feira, destacava-se “a experiência de mais de 20 anos na gestão de equipas de elevado desempenho no setor bancário”, incluindo em “instituições de renome no mercado espanhol e inglês”.

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“Aposta das marcas em publicidade e ambição de chegarem de forma cada vez mais personalizada aos consumidores vai ser fundamental”, diz Filipe Neves

Filipe Neves, managing director da Arena Media, antecipa os desafios de agências de meios, meios e anunciantes para 2025.

A Arena Media antecipa para 2025 um crescimento do investimento publicitário entre 3% e 4%, ligeiramente acima do crescimento do PIB e do consumo privado. Nesse sentido, “a aposta das marcas em publicidade e a ambição de chegarem de forma cada vez mais personalizada aos consumidores vai ser fundamental para o ano publicitário de 2025“, aponta Filipe Neves, desde novembro managing director da agência do grupo Havas Media.

Para o responsável da agência de meios do ano nos Prémios Eficácia, o grande desafio dos anunciantes em 2025 passa por “definirem objetivos e KPIs (key performance indicators) cada vez mais precisos”, até para que as agências consigam “alinhar expectativas e alocar as equipas certas otimizando esforços”. “Cabe-lhes também olharem internamente e desfazer alguns silos que deem à comunicação das marcas uma perspetiva mais multidisciplinar em que a comunicação sirva um todo”, defende.

No setor dos media, e apesar de “alguns enigmas”, Filipe Neves antecipa que 2025 será um ano de novidades, “quer de prováveis lançamentos, quer ao nível de vendas, fusões ou aquisições”. “O setor dos media sempre foi muito dinâmico e, mesmo com a concorrência de players globais, continua ativo e muito cobiçado“, recorda

Sobre o último ano, Filipe Neves diz que “o mais positivo foi o primeiro semestre e o mais negativo o segundo, onde o investimento publicitário ficou muito abaixo do que o mercado esperava“.

Quais são os grandes desafios das agências de meios para este ano?

Diria que, em termos de desafios fundamentais, 2025 não será muito diferente dos anos anteriores: fazer crescer o negócio, melhorar continuamente o serviço e a satisfação dos clientes, e reter/formar talento. Qual é a base de tudo isto? As pessoas. São elas que mantêm o nosso nível de serviço ao cliente, a forte relação que temos com os parceiros de media e, acima de tudo, fazem da empresa um lugar onde gostam e querem estar.

Não considerem, no entanto, estes desafios fundamentais como sinónimos de inércia ou conformismo. Existem, obviamente, desafios mais estruturantes: o de nos adaptarmos cada vez melhor às necessidades dos clientes, o de termos equipas capacitadas para falar e aprender a linguagem das novas plataformas que surgem constantemente e, acima de tudo, o de manter a credibilidade no mercado e a confiança dos clientes pelo trabalho que temos feito ao longo dos anos. A Arena Media quer continuar a ser a referência no nosso mercado, tanto em termos de negócio como de reconhecimento da nossa qualidade. Somos líderes em ambos e isso torna o nosso desafio para 2025 único.

E dos anunciantes e dos meios?

Falando da parte que envolve o nosso mercado, aos anunciantes cabe o desafio de definirem objetivos e KPIs cada vez mais precisos (que podemos construir inclusivamente lado a lado), como temos feito com algumas marcas. Assim conseguimos alinhar expectativas e alocar as equipas certas otimizando esforços. Cabe-lhes também olharem internamente e desfazer alguns silos que deem à comunicação das marcas uma perspetiva mais multidisciplinar em que a comunicação sirva um todo.

Quanto aos meios, o desafio é constante e diria que linear ao longo dos anos. Por um lado, não se trata apenas de captar audiências cada vez maiores, mas também de as qualificar. Para isso, a qualidade dos conteúdos, a multidisciplinaridade dos dispositivos e a forma de alcançar os públicos são fundamentais. Estes elementos devem estar aliados a métodos de medição que permitam garantir a eficácia da comunicação e o alcance dos KPIs definidos. Nesse sentido, as agências de meios assumem um papel decisivo.

Outro desafio dos meios é assegurar uma resposta adequada às plataformas emergentes que têm surgido ao longo dos últimos anos, garantindo que as operações se mantenham rentáveis e não percam relevância no nosso mercado.

Como antecipa o investimento publicitário em 2025?

O crescimento do investimento prevê-se entre 3% e 4%, um pouco acima do crescimento do PIB e do consumo privado. Nesse sentido, a aposta das marcas em publicidade e a ambição de chegarem de forma cada vez mais personalizada aos consumidores vai ser fundamental para o ano publicitário de 2025. Perceber e cativar as distintas audiências é um objetivo constante que temos em conjunto com as marcas para que a comunicação seja cada vez mais direcionada e produtiva.

Quais são os meios com maior potencial de crescimento e de quebra? Porquê?

Não vislumbramos um grande destaque no crescimento de cada meio. As tendências continuarão a apontar para CTV (connected TV), DOOH (digital out-of-home) e social media, mas acredito que os crescimentos serão mais equilibrados do que em anos anteriores, considerando a maturidade dos meios.

No último ano assistimos a várias novidades no setor dos media. Como olha para o setor?

O setor dos media sempre foi muito dinâmico e, mesmo com a concorrência de players globais, continua ativo e muito cobiçado. Em 2024 houve boas novidades, com lançamentos de novos suportes, crescimento do DOOH e da oferta de CTV, vendas e aquisições de grupos ou parte do portefólio de grupos. 2025 apresenta-se com alguns enigmas, mas os sinais são de que continuará a haver novidades, quer de prováveis lançamentos, quer ao nível de vendas, fusões ou aquisições.

Recuando a 2024, que pontos destaca como os mais positivos e negativos do último ano?

⁠Em jeito de brincadeira, o mais positivo foi o primeiro semestre e o mais negativo o segundo, onde o investimento publicitário ficou muito abaixo do que o mercado esperava. Mas foi um ano positivo, dinâmico, com lançamentos, eventos, entre outras coisas. Mas um dos pontos mais altos foi mesmo a Arena Media ter sido eleita, pela sétima vez, agência de meios do ano na 20ª Edição dos Prémios Eficácia.

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Portugal e Alemanha apostaram menos em medidas para conter preços e mais no apoio aos rendimentos

Na crise inflacionista, países da Zona Euro responderam de forma distinta à crise. Há quem tenha apostado mais em medidas para conter os preços e quem tenha apostado em apoios diretos aos rendimentos.

O impacto das medidas tomadas pelos Governos para conter os preços no pico da crise inflacionista foi pequeno em Portugal e na Alemanha e maior em países como a Grécia, uma vez que os primeiros adotaram políticas sobretudo de apoio direto aos rendimentos. A conclusão é de um artigo publicado no site do Banco de Portugal, que assinala que o choque inflacionista teve um impacto mais prejudicial nas famílias da Zona Euro com rendimentos mais baixos do que nas famílias com rendimentos mais elevados.

No working paper “Inflação, política orçamental e desigualdade” (apenas disponível na versão em inglês), assinado por 13 economistas europeus, incluindo Sara Riscado do Banco de Portugal, pode ler-se que a inflação na Zona Euro teria sido 1,6 pontos percentuais (pp.) mais elevada em 2022 sem as medidas para fazer face à crise inflacionista, situando-se em 8,2% (ao invés de 6,6%.

Debruçando-se sobre o caso de Portugal, França, Alemanha, Itália, Espanha e Grécia, os autores destacam que a variação deste impacto entre os países é significativa. “As diferenças na exposição ao choque energético significaram que — na ausência de medidas de preços — a inflação dos preços no consumidor teria variado entre 6% em França e 10,5% em Itália. Em ambos os países, bem como na Grécia, o impacto das medidas de preços foi o mais significativo, reduzindo a inflação em pelo menos dois pp.”, apontam.

Por outro lado, consideram que “o impacto das medidas de contenção de preços foi insignificante na Alemanha e pequeno em Portugal, uma vez que estes dois países adotaram uma combinação de políticas largamente baseadas em medidas de rendimento”.

O impacto das medidas de contenção de preços foi insignificante na Alemanha e pequeno em Portugal, uma vez que estes dois países adotaram uma combinação de políticas largamente baseadas em medidas de rendimento, lê-se no artigo.

Os economistas realçam ainda que o poder de compra das famílias nos países da Zona Euro subiu 4,4% em 2022, estimando que resulte de um aumento de 2,3 pp. dos fatores salários e pensões, um ponto das medidas de política para proteger rendimentos na crise e cerca de outro ponto de mudanças políticas no sistema de impostos e transferências não relacionadas com a inflação.

“Dado o baixo crescimento do rendimento de mercado [salários e pensões] e uma combinação de políticas amplamente centradas nas medidas de preços, a Grécia e Espanha apresentam aumentos relativamente baixos do rendimento nominal disponível, abaixo dos 2,5%, enquanto a Alemanha, Itália e Portugal terão tido aumentos de mais de 4%”, indicam.

Neste sentido, destacam que embora alguns países tenham colocado uma forte ênfase na contenção dos preços aumentos, outros tomaram mais medidas para apoiar as famílias através de transferências diretas. “Aqui, a Grécia e Portugal constituem dois casos quase polares”, assinalam.

“A Grécia recorreu principalmente às medidas de preços, que compensaram a perda de poder de compra no primeiro decil de rendimento, enquanto as medidas de rendimento desempenharam um papel muito menor”, apontam. Em contraste, indicam, “as medidas de preços em Portugal compensaram apenas cerca de um ponto percentual das perdas de bem-estar das famílias mais pobres, enquanto as medidas de rendimento desempenharam um papel muito maior”, acrescentando que estas medidas não se aplicaram aos rendimentos mais elevados.

Famílias com menos rendimentos foram mais prejudicadas pela crise

Os economistas concluem que o bem-estar das famílias com rendimentos mais baixos na Zona Euro foi mais severamente afetado pelo aumento da inflação em 2022 do que o das famílias com rendimentos elevados. Para a Zona Euro, o impacto dos aumentos de preços por si só teria significado uma queda no bem-estar de mais de 13% para as famílias com rendimentos mais baixos, 2,8 vezes superior à das famílias com rendimentos mais elevados“, indicam.

Esta “disparidade de desigualdade” foi impulsionada principalmente por dois fatores: as famílias com rendimentos mais baixos tinham um peso maior de bens com utilização intensiva de energia no seu cabaz de consumo, pelo que enfrentaram geralmente taxas efetivas de inflação mais elevadas, e, “mais importante”, sofreram mais com a inflação devido à maior parte do rendimento gasto ser gasto no consumo.

Porém, também consideram que, “embora as medidas governamentais não tenham sido fortemente orientadas para as famílias com rendimentos mais baixos, as intervenções políticas deram um contributo significativo para a redução da perda de bem-estar face ao aumento da inflação“.

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