Presidente do Tribunal de Contas defende controlo prévio para proteger dinheiro dos contribuintes

Filipa Calvão alerta que "preocupação com a agilização da contratação pública não deve esquecer que um puro modelo de controlo sucessivo focado na responsabilização pode gerar nos gestores públicos".

A presidente do Tribunal de Contas defende o controlo prévio num momento em que o Governo quer “acelerar o sistema de controlo financeiro” do Estado apostando no controlo “concomitante e sucessivo” e reforçando a responsabilização dos decisores públicos.

Numa nota às redações a propósito do 636.º aniversário do Tribunal de Contas, Filipa Urbano Calvão, aproveitou para recordar que “o controlo prévio é uma importante garantia da legalidade e da proteção do interesse público”. “A preocupação com a agilização da contratação pública não deve esquecer que um puro modelo de controlo sucessivo focado na responsabilização pode gerar nos gestores públicos o medo de agir e a consequente paralisia da Administração Pública”, alertou a responsável.

O reparo deve-se à decisão do Executivo de, nos contratos públicos financiados com fundos europeus, o visto prévio do Tribunal de Contas ter sido dispensado e da crescente discussão sobre a necessidade de alterar as regras da contratação pública para a tornar mais ágil. Num diploma publicado no início de dezembro de 2024, foram introduzidas alterações para permitir “que os projetos avancem”, sem depender da decisão do Tribunal de Contas. A fiscalização passa a ser realizada, em simultâneo, com a execução do projeto.

O ministro Castro Almeida, na altura apenas com a pasta da Coesão, garantiu sempre que a medida não visava reduzir o controlo, mas sim acelerar as obras. Caso o Tribunal de Contas encontre desconformidades legais, quando está em causa uma “irregularidade grave” esta, de facto, trava a obra. Ao que se coloca a questão: quem paga a obra ilegal feita até ao chumbo do Tribunal de Contas? “Nos casos em que os trabalhos sejam parados por eventual deteção de irregularidade grave, a questão dos custos é exclusivamente contratual, que dependerá do que se encontra regulado em cada contrato e do que foi acordado entre as partes”, explicou ao ECO, na altura, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial. “A regra geral será o pagamento de trabalhos, entretanto realizados ficar a cargo da entidade adjudicante”, precisou Manuel Castro Almeida.

Contudo, o Tribunal de Contas encara a mudança como “mais um desafio significativo no quadro da sua missão constitucional”. A presidente do Tribunal de Contas alerta que a “eficiência da gestão pública que se quer promover não pode deixar de ser acompanhada pelo reforço da sua fiscalização”, uma função que cabe à instituição liderada por Filipa Urbano Calvão, “em linha com o que sucede no resto da Europa e nos demais países de tradição democrática”, lembrou ainda a Presidente do Tribunal.

Filipa Urbano Calvão fez questão de sublinhar na nota que a capacidade de adaptação do tribunal. “A longevidade do Tribunal de Contas é reflexo da sua capacidade de se adaptar aos tempos, sem nunca abdicar do seu papel essencial: promover uma cultura de integridade na gestão pública”, afirmou. Acrescentando que o “Tribunal de Contas tem evoluído e acompanhado a evolução da Administração Pública, utilizando ferramentas modernas de auditoria, promovendo as melhores práticas e o rigor na gestão das receitas públicas”.

Num momento de aniversário, a responsável reafirmou a “missão constitucional” do Tribunal: “garantir que o dinheiro dos contribuintes é bem aplicado, com transparência, rigor e responsabilidade”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PRIME advogados, em Angola, integra VdA Legal partners

A atividade da PRIME será desenvolvida através de uma abordagem colaborativa e perspetiva global através da rede VdA Legal Partners.

A partir do mês de junho o mercado jurídico angolano passou a contar com uma nova firma, a PRIME Advogados, cuja atividade será desenvolvida através da integração na rede VdA Legal Partners.

A PRIME Advogados resulta da combinação de duas firmas, a ASP Advogados e a LEAD Advogados e nasce com uma equipa de 30 pessoas, para assessoria jurídica nacional e internacional.

A atividade será desenvolvida através de uma abordagem colaborativa e perspetiva global, potenciadas pela integração na rede VdA Legal Partners. Para Paula Gomes Freire, Managing Partner da VdA, “este movimento representa um passo importante para fortalecer a ligação da VdA Legal Partners ao mercado angolano”.

Para Emanuela Vunge, Managing Partner da PRIME Advogados “trata-se de uma abordagem inovadora e uma visão ambiciosa, assentes no rigor, proximidade e dedicação de sempre”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carlos Moedas vai discutir problemas da segurança em Lisboa com ministra da Administração Interna

Presidente da Câmara de Lisboa pediu reunião "com caráter de urgência" à ministra da Administração Interna. Autarca admite pagar a agentes da PSP para fazerem policiamento.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa já tem marcada a reunião no Ministério da Administração Interna que reclamava há um mês, na qual pretende expressar a preocupação com casos de insegurança na capital. Na manhã de terça-feira, Carlos Moedas será recebido pela ministra Maria Lúcia Amaral, “para discutir respostas aos problemas de segurança que a cidade enfrenta”, segundo informação da autarquia.

O autarca eleito em 2021 pela coligação Novos Tempos enviou uma carta à ministra, então recém-empossada, a solicitar uma reunião “com caráter de urgência”, em virtude da “situação de insegurança e violência” que considera existir na cidade. O social-democrata, que ainda não anunciou a sua recandidatura – embora diga que está para breve a sua decisão – tem mantido o tema da insegurança na agenda, com pedidos, designadamente, para aumento das competências da Polícia Municipal.

Como presidente da Câmara, não posso não fazer um grito de alerta ao Governo. Precisamos de ajuda. Tudo o que é segurança na cidade é feito pelo Estado central e não podemos ter uma capital europeia em que hoje há menos polícia do que há 14 anos.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Um dia após ser conhecida a carta endereçada à ministra, a agressão a um ator do teatro A Barraca levou Moedas a voltar ao tema: “Como presidente da Câmara, não posso não fazer um grito de alerta ao Governo. Precisamos de ajuda. Tudo o que é segurança na cidade é feito pelo Estado central e não podemos ter uma capital europeia em que hoje há menos polícia do que há 14 anos”.

Já na última sexta-feira, o autarca tinha falado à SIC sobre o pedido de reunião, deixando críticas à demora: “Há mais de um mês que peço uma reunião à ministra da Administração Interna. Imagino que esteja muito ocupada, e percebo isso, mas preciso de ter uma reunião com ela porque precisamos de polícia em Lisboa”.

O presidente da autarquia explicava que “não é o presidente da câmara que contrata a polícia. Se não há capacidade de o Governo ajudar, posso pagar aquilo que se chama os gratificados e, portanto, vou pagar à PSP para estar nesses sítios, mas preciso da PSP ali. Não é normal a pessoa não ver polícia na rua”.

Moedas admite que “a situação começou ligeiramente a melhorar”, contudo, diz, “estamos tão longe, tão longe, tão longe daquilo que precisamos”. Moedas diz não poder conceber que numa “cidade capital uma mulher jovem tenha medo de andar a partir de certa hora da noite em certos sítios da cidade”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UE está mais perto de um acordo de princípio sobre tarifas com os EUA

Comissão Europeia considera que foram "feitos progressos substanciais", após chamada entre Ursula von der Leyen e Donald Trump, para um acordo de princípio antes do prazo final de 9 de julho.

A União Europeia acredita estar mais perto de um acordo de princípio com os Estados Unidos, depois das negociações que decorreram na semana passada e da presidente da Comissão Europeia ter falado ao telefone com o presidente norte-americano no domingo.

Foram feitos progressos substanciais para um acordo de princípio“, disse porta-voz da Comissão Europeia, Olaf Gill, no briefing diário da instituição, em Bruxelas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente norte-americano, Donald Trump, tiveram uma “boa troca de opiniões” no domingo, de acordo com o sinalizado pelo porta-voz do executivo comunitário. “Queremos fechar um acordo com os EUA. Queremos evitar as tarifas. Acreditamos que elas provocam dor. Queremos alcançar um resultado win-win e não um resultado prejudicial para ambos“, disse.

Questionado diversas vezes pelos jornalistas, escusou-se contudo a adiantar mais detalhes. No domingo, o secretário norte-americano do Comércio afirmou que as chamadas “tarifas recíprocas” às importações vindas de todo o mundo, que tinham sido suspensas até 9 de julho, entrarão em vigor a 1 de agosto.

Horas antes, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse à emissora norte-americana CNN que as tarifas regressarão aos níveis de 2 de abril se os países ou blocos não tiverem acordos finalizados até 1 de agosto.

Na sexta-feira, Donald Trump disse que o Governo dos EUA iria enviar cartas, “provavelmente a 12” países, com os quais não chegou a um acordo comercial, para notificá-los das tarifas que pretende impor.

(Notícia atualizada às 12h24)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCE pode antecipar cortes das taxas de juro se economia falhar, alerta Centeno

O fantasma da estagnação ronda Frankfurt. O governador do Banco de Portugal avisa que o BCE pode ser forçado a mexer nas taxas se o PIB da Zona Euro não acordar e a inflação cair para perto de 1%.

A cerca de duas semanas da próxima reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), Mário Centeno alerta que se a economia da Zona Euro continuar anémica e a inflação resvalar para 1%, o banco central terá de agir.

Em entrevista ao serviço noticioso Econostream, o governador do Banco de Portugal e membro do conselho do BCE revela, inclusive, que o principal risco da área do euro já não é a inflação alta, mas sim ficar aquém da meta de 2%. “Se o crescimento económico for fraco nos próximos dois trimestres, se o investimento não aumentar e se a inflação se mantiver próxima de 1%, teremos de fazer alguma coisa.”

Centeno recorda que, antes da pandemia, a inflação rondava níveis persistentemente baixos e que “os fundamentos por trás da inflação não mudaram muito desde a pandemia”. O surto de preços pós-Covid foi travado, mas o balanço entre um crescimento frágil e a necessidade de manter a estabilidade de preços cria um dilema.

Depois do primeiro de oito cortes de 25 pontos base das taxas de juro em junho do ano passado, o mercado dá como praticamente seguro um compasso de espera na reunião de 23 e 24 de julho do Conselho do BCE. Ainda assim, Centeno recusa comprometer-se com o “piloto-automático” e insiste que tudo dependerá dos dados. “Comprometemo-nos a não agir antes de vermos os dados”, diz, lembrando que a leitura de inflação de junho “alinhou-se totalmente” com as projeções do BCE.

Estamos a um ano do fim do NextGenEU. As despesas têm de estar concluídas até lá e isso parece difícil. Por isso temos de ser cautelosos.

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal em entrevista à Econostream

Contudo, o governador do Banco de Portugal admite que, sem sinais de aceleração da atividade, a política continuará restritiva mesmo com a inflação nos 2%. “Com os números atuais, continuaremos a ser restritivos mesmo com a inflação nos 2% se o PIB não recuperar”, reconhece. Por isso, se o crescimento falhar, os cortes poderão regressar mais cedo do que muitos investidores antecipam.

“Lutar contra a inflação e estabilizá-la nos 2% já não é o mesmo jogo. Por isso, agora temos de ser muito cuidadosos”, adverte ainda Centeno, enquanto reconhece que “não sei se 25 pontos base serão suficientes” e que “é difícil dizer o montante e o calendário de novos cortes. Tudo depende da evolução do investimento, do mercado de trabalho e, claro, dos preços no final.”

Um dos pilares do cenário base do BCE é uma retoma sustentada do investimento público, alavancada pelos fundos Next Generation da União Europeia. Mas Centeno duvida da sua execução no terreno: “Estamos a um ano do fim do NextGenEU. As despesas têm de estar concluídas até lá e isso parece difícil. Por isso temos de ser cautelosos”. Se esse investimento ficar aquém, a procura agregada pode falhar o impulso necessário para manter a inflação no alvo.

O governador do Banco de Portugal lembra que o BCE “não está aqui para estimular a economia, mas para ter a inflação nos 2%”. Ainda assim, reconhece que sem “dinamismo económico” o objetivo torna-se inatingível. A fórmula é simples: crescimento fraco implica pressões de preços mais baixas e justifica uma orientação monetária menos restritiva.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há 30 anos que os bancos não tinham tão poucos balcões

Setor encerrou 36 agências no ano passado. Rede bancária fechou 2024 com 4.502 balcões, o número mais baixo desde 1994, há três décadas.

Há três décadas que a rede comercial dos bancos não era tão pequena. Os bancos encerraram 36 agências no ano passado, passando a contar com 4.502 balcões, o número mais baixo desde 1994, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.

Foi o 14.º ano seguido em que a banca encerra balcões — desde o pico atingido em 2010, quanto tinha mais de 8.100 agências, foram encerradas mais de 3.600.

Vários fatores concorreram (e concorrem) para esta tendência. Desde logo a necessidade de reestruturação de um setor que passou por uma profunda crise na década passada, com prejuízos milionários devido, em grande parte, a perdas com créditos ruinoso e falências de bancos (BES em 2014 e Banif em 2015), mas também pela crescente e imparável informatização e digitalização dos serviços bancários, cada vez mais usados pelos clientes.

Desde 2011, quando o setor chegou a empregar mais de 80 mil pessoas, os bancos cortaram mais de 20 mil postos de trabalho, sendo que 12 mil dos postos de trabalho suprimidos foram em Portugal.

Os dados do supervisor mostram que, no mercado doméstico, os bancos tinham 3.284 balcões no final do ano passado, o número mais reduzido desde 1993. Fora de portas, verificou-se uma inversão de tendência, com as instituições a abrirem sete agências nos mercados externos no ano passado, fechado 2024 com 1.218 agências.

O Banco de Portugal explica que a evolução registada no ano passado “foi transversal à maioria dos grupos bancários, com exceção de algumas instituições de natureza mais regional, que assumiram a importância da proximidade ao cliente e da criação de novos bancos”.

Bancos continuam a cortar balcões

Fonte: Banco de Portugal

Menos 20 mil trabalhadores desde 2011

O ajustamento da banca refletiu-se também numa forte redução dos quadros neste período, embora a situação esteja a estabilizar (e a inverter) nos últimos anos. Segundo dados do Banco de Portugal, os bancos empregavam 59.846 trabalhadores no final do ano passado, mais 759 do que um ano antes – cresceu pelo terceiro ano seguido.

O regulador liderado por Mário Centeno explica que “este crescimento é amplamente explicado pelo aumento do número de trabalhadores de uma entidade residente pertencente a um grupo internacional que presta serviços à escala global para outras entidades do grupo”. Não refere o nome, mas será o BNP Paribas, com mais de 8.700 trabalhadores no Porto e Lisboa.

“A entidade em causa é o maior empregador do setor em Portugal, tendo resultado inicialmente da absorção de uma entidade igualmente orientada para aquele tipo de serviços, mas também de uma forte dinâmica de contratação de novos colaboradores nos últimos anos”, acrescenta o Banco de Portugal.

Ainda assim, desde 2011, quando o setor chegou a empregar mais de 80 mil pessoas, os bancos cortaram mais de 20 mil postos de trabalho — 12 mil dos quais em Portugal. Os oito mil postos reduzidos lá fora tiveram sobretudo a ver com a venda das operações internacionais a outras entidades.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal precisa de mais 1,6 mil milhões por ano para atingir objetivos ambientais

Os custos da não aplicação da legislação ambiental da UE através da poluição do ar e da água, da degradação da natureza e dos resíduos são estimados em 180 mil milhões de euros por ano para a UE.

A Comissão Europeia aponta que Portugal precisa de investir mais 1,6 mil milhões de euros por ano para conseguir atingir os respetivos objetivos ambientais, sendo que a maior fatia se destinaria às áreas da biodiversidade e ecossistemas.

A indicação é dada a propósito do quarto reexame da aplicação da política ambiental por parte da Comissão Europeia, que olha à evolução e necessidades no âmbito do bloco europeu, e faz uma análise mais detalhada país a país. O hiato no nível de investimento, de 1,6 mil milhões de euros representa 0,65% do Produto Interno Bruto nacional, abaixo dos 0,77% que são a média na UE.

Portugal ainda enfrenta desafios consideráveis a nível ambiental e das necessidades de investimento“, em particular nas áreas de gestão de resíduos e água, proteção da natureza, qualidade do ar e respetiva execução, lê-se na avaliação da CE.

Na ótica da Comissão “Portugal necessita de melhorar a gestão de resíduos e o potencial para a economia circular“, pois, por esta altura, o país já falhou a meta de reciclar 50% do lixo municipal até 2020 e e comporta um “alto risco” de atingir as metas nesta área em 2025.

Na Natureza e Biodiversidade, o executivo europeu insta Portugal a adotar os planos de gestão das zonas Natura 2000. No que diz respeito à poluição, são necessários investimentos de infraestrutura para melhorar a gestão hídrica, do tratamento das águas à gestão de perdas.

Pela positiva, a Comissão destaca que a implementação de legislação europeia no país contribuiu, até agora, para preservar e melhorar o meio ambiente em Portugal, e destaca as medidas para melhorar a gestão florestal e a aprovação do PENSAARP 2030 — Plano Estratégico para o Abastecimento de Água e Gestão de Águas Residuais e Pluviais 2030.

Os custos da não aplicação da legislação ambiental da UE através da poluição do ar e da água, da degradação da natureza e dos resíduos são estimados em 180 mil milhões de euros por ano para a União Europeia, ou seja 1% do produto interno bruto do Velho Continente. Em paralelo, a Comissão assinala que disponibilizou vários fundos da UE aos Estados-membros para cobrir as suas necessidades de investimento, num montante de cerca de 122 mil milhões de euros por ano, em todos os objetivos e prioridades ambientais.

CE vê necessidade “premente” de melhorar aplicação da lei ambiental

A Comissão debruça-se sobre cinco áreas no relatório, no qual identifica “uma necessidade premente de melhorar a aplicação da legislação ambiental da UE“.

No que diz respeito à economia circular, o documento conclui que vários Estados-membros devem melhorar a prevenção de resíduos e reabilitar os aterros que não cumprem as normas. Já na área da água são necessárias “medidas urgentes” para cumprir os objetivos em matéria de qualidade e quantidade de água doce, de forma a atenuar “o risco crescente” de escassez de água e seca. Nesse sentido, os Estados-membros devem utilizar melhor os fundos da UE disponíveis para recolher e tratar as águas residuais urbanas.

Bruxelas sublinha que a biodiversidade continua a registar mais perdas do que recuperação, algo que se deve sobretudo à “intensificação” da agricultura. “Os Estados-membros devem melhorar a integração da proteção da natureza noutras políticas e acelerar a aplicação da legislação em matéria de natureza”, recomenda o Executivo europeu.

No que toca a poluição atmosférica, o nível de poluentes atmosféricos continua a ser demasiado elevado em muitos países, pelo que é sugerida uma mobilidade sustentável com base em energia renovável, a melhoria da eficiência energética e da introdução de técnicas agrícolas com baixas emissões.

Sobre o clima, a Comissão destaca que vários Estados-membros têm dificuldades com a aplicação do sistema de comércio de licenças de emissão para os edifícios, o transporte rodoviário e a pequena indústria.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Auchan aposta no pronto-a-comer e investe cinco milhões em fábrica

Com esta aposta, a cadeia — que agora conta com mais de 560 lojas físicas — reforça numa área onde cadeias como o Pingo Doce ou o Continente têm vindo a apostar. Unidade criou 61 postos de trabalho.

A Auchan está a reforçar a aposta no pronto a comer da marca e investiu cinco milhões numa fábrica para produzir refeições que irão abastecer as mais de 500 lojas da cadeia de retalho alimentar no país. Criou 61 postos de trabalho.

Trata-se da primeira unidade de Produção Alimentar da Auchan em Portugal e a nível global. Situada na Venda do Pinheiro, a fábrica vai abastecer todas as lojas da cadeia de Norte a Sul do país, próprias e em regime de franquia, permitindo a transformação de produtos frescos em refeições. Na unidade, com 1.900 metros quadrados, 61 trabalhadores irão produzir sopas, refeições prontas, saladas, sandes, wraps, mini pizzas e sobremesas.

Unidade de produção da Auchan.

Com esta aposta, a cadeiaque agora conta com mais de 560 lojas físicas, 30 gasolineiras, quatro armazéns e duas lojas digitais, e emprega mais de 11.000 colaboradores, com a compra da cadeia Minipreço em 30 de abril de 2024 — reforça numa área onde cadeias como o Pingo Doce ou o Continente têm vindo a apostar.

A cadeia da Jerónimo Martins tem, inclusive, duas cozinhas centrais (Odivelas e Aveiro) através das quais serve a secção de pronto-a-comer e take-away da cadeia, bem como área de restauração dentro das lojas, enquanto o Continente tem vindo também a investir nesse conceito através da marca Cozinha Continente, a marca de restauração da insígnia da Sonae. O primeiro abriu em 2022, no Continente de Viseu, atualmente já são onze os espaços de restauração.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vinda do Brasil para liderar a comunicação da Repsol em Portugal, Beatriz Giacomini, na primeira pessoa

Trocou o foco industrial do negócio da Repsol pelo da relação com o cliente, e o Rio de Janeiro por Lisboa, onde encontrou segurança. Estuda italiano e está atenta ao panorama cultural português.

Com mais de 25 anos de experiência profissional, Beatriz Giacomini já dedicou quase metade (13 anos) à Repsol. A trajetória na marca de energia e petroquímica começou a ser construída no Brasil até que, há quase um ano e meio, atravessou o Atlântico para vir liderar a comunicação e relações externas da marca em Portugal.

Depois de 12 anos de Repsol no Brasil, e numa altura em que era responsável pela comunicação, relações institucionais e governamentais e sustentabilidade da marca no país, Beatriz Giacomini começou a desenhar o seu plano de carreira “de uma maneira diferente”, pensando no futuro e em ampliar o seu horizonte e experiência dentro da empresa.

“Não foi difícil perceber para onde é que a empresa também apontava as suas apostas. O Brasil tem projetos muito importantes dentro do portfólio da Repsol, mas são projetos de longo prazo. É uma experiência que difere muito dos países onde há um negócio de clientes, que é muito mais dinâmico, ativo, e que tem outras exigências e tempos de comunicação“, diz ao +M, explicando que as operações da Repsol no Brasil são de exploração e produção de petróleo e gás, não trabalhando atualmente a área de clientes, detendo assim um perfil industrial e diferente daquele que a marca tem em Portugal.

Isto tendo também em conta que a Repsol começava a diversificar-se e a investir, por exemplo, no negócio de eletricidade e em negócios de baixas emissões de carbono, sendo que a Península Ibérica “correspondia, no plano estratégico da Repsol, a 60% dos seus investimentos”.

Para alguém que estava a pensar como desenvolver a sua carreira dentro da empresa, foi fácil perceber que era nesse território que havia uma perspetiva interessante não só de negócio, mas também de carreira. Portugal e Espanha pareciam-me igualmente interessantes, mas em Portugal temos o benefício da língua, o que é uma facilidade para fazer uma mobilidade internacional“, afirma.

Beatriz Giacomini apontou assim a vinda para Portugal como objetivo de carreira, até que chegou um momento em que o responsável pela área em Portugal se iria aposentar, pelo que se candidatou à sua vaga. Com o apoio da empresa, tornou-se assim a responsável pela comunicação e relações externas da Repsol em Portugal há quase um ano e meio.

Foi então que se deparou com um “contexto de negócio realmente diferente“, pelo que, num misto de surpresa e curiosidade, passou por um “processo de adaptação” à nova fase da sua carreira. “Mas são riscos e tomadas de decisão interessantes para se ter numa carreira dentro de uma empresa como a Repsol. Acho que é uma sorte poder fazer esse tipo de movimento“, sublinha a diretora de comunicação de 47 anos.

A maior diferença na mudança entre os dois países e, no fundo, áreas de negócio, são mesmo “os tempos“, aponta. Num ambiente de negócios da área industrial, tratam-se projetos de longo prazo que exigem outros tempos, mas que também requerem outras necessidades de comunicação. “Havia um contexto muito maior, mais estratégico de comunicação institucional e governamental, de relação com stakeholders, que não só o Governo e instituições, mas também públicos de áreas de influência, comunidades, ONG, universidades ou centros de pesquisa, e a comunicação interna, que tem sempre bastante importância”.

“Já em Portugal deparo-me com um portfólio de negócios que exige uma comunicação constante com os clientes e que começa, obviamente, nas estações de serviço, que são um dos nossos principais pontos de contacto”, mas exigindo também presença na media e nas redes sociais, explica a responsável.

As redes sociais são, na verdade, um dos projetos “mais exigentes ao nível estratégico dentro da gestão da comunicação” na Repsol. “A nossa presença nas redes sociais é relativamente recente e tem-se tornado cada vez mais importante como local de diálogo e de formação dessa comunidade digital da Repsol. E nos últimos anos temos conseguido avançar de uma maneira bem interessante neste território”, observa.

Recentemente, a marca lançou-se no TikTok, sendo que já estava presente no Facebook e Instagram. Neste trabalho desenvolvido no âmbito das redes sociais, a Repsol conta com o apoio da agência Esta Pasando. Beatriz Giacomini conta também na sua equipa com outras três pessoas e com o apoio da LLYC, como agência de comunicação.

Em junho, a Repsol apostou na evolução da sua marca, reforçando a sua “estratégia multienergética centrada no cliente“. A referência que existia da Repsol “sempre foi muito forte como vendedora de combustíveis, de estações de serviço, e também na área industrial. Nos últimos anos, a empresa tem vindo a fazer uma transformação de oferta de produtos e serviços e nós achámos que a imagem da marca precisava refletir e fazer jus ao que a Repsol se tornou, que é afinal uma empresa multienergia, que oferece diferentes soluções energéticas para diferentes necessidades”, explica Beatriz Giacomini.

Houve sempre uma preocupação de que a marca fosse a mesma, não mudámos a nossa marca mas atualizámo-la. Tem agora um novo visual e um novo slogan — “Com toda energia” –, que procura esse sentido de ter várias soluções energéticas, mas também a alegria e entusiasmo que sugere uma mudança como esta“, acrescenta.

A diretora de comunicação e relações externas diz mesmo que foi feita uma “transformação” na marca. Estando o cliente “no centro de tudo”, houve uma “grande preocupação de que a marca pudesse sobreviver no ambiente digital, ser mais flexível e dinâmica, e proporcionasse uma conversa mais fluida e mais próxima das pessoas — algo que passa pelo ambiente digital e redes sociais –, para fortalecer a nossa comunidade e criar conversas autênticas com os clientes, que são a nossa audiência“, aponta.

A chegada do Guia Repsol a Portugal, enquanto conteúdos de oferta de lazer, viagem, bem-estar e comida, também abriu um “espaço de diálogo muito interessante“. “São espaços e territórios de conversa que têm sido estratégicos e importantes para nós”, diz a responsável, que aponta ainda o MyRepsol, programa de fidelização que se materializa numa app que concentra a oferta e benefícios para os clientes, como outro elemento central na estratégia da marca.

Recuando até aos primeiros passos da sua carreira, Beatriz Giacomini começou por se formar em Comunicação com especialização em Publicidade, tendo começado o seu percurso profissional no departamento de comunicação da SESC São Paulo Serviço Social do Comércio, instituição com a missão de proporcionar lazer e bem-estar aos empregados do comércio e serviços com atividades educativas, culturais e desportivas.

Foi aí que se “encantou” pela área cultural, migrando da comunicação para a gestão cultural, nomeadamente nas artes visuais, tendo depois feito uma pós-graduação em Gestão Cultural e um mestrado em Arte.

Depois de quase dez anos no SESC, Beatriz Giacomini queria uma nova oportunidade. O facto de ter conhecido o seu atual marido — músico e do Rio de Janeiro — alimentou a vontade de uma mudança para o Rio de Janeiro, que aconteceu no final de 2009. Pelo seu percurso no SESC São Paulo — “que é uma referência muito importante no Brasil” — não foi difícil encontrar uma “porta aberta”, através da qual entrou para a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, para assumir o cargo de coordenadora de projetos culturais na Casa França-Brasil.

Cerca de um ano depois, foi convidada pela Repsol para participar num processo de seleção para o cargo de gestora de comunicação e relações externas. “Eu não tinha muitas referências sobre a Repsol, mas ir para um universo corporativo chamou-me à atenção. Mas foi a minha experiência na cultura e em instituições com um caráter social que fizeram com que eu fosse uma candidata interessante para a Repsol naquele momento e que fez com que eu também achasse que podia aportar algum valor à empresa”, recorda.

Passou então, dentro do departamento de comunicação da Repsol, a ser responsável pela atividade de gestão de responsabilidade social, “um tema que estava a começar a nascer nas empresas”. Naquela altura, a atividade de responsabilidade social “ainda era um misto de patrocínio com caridade e voluntariado”.

“A empresa tinha uma boa vontade de fazer as coisas bem, de fazer coisas boas e de dar retorno às comunidades, mas ainda estava a tentar encontrar um caminho. E eu acho que cheguei num momento importante para fazer com que a responsabilidade social ganhasse aqui um viés mais estratégico”, afirma.

Acabou por também se apaixonar pelo tema, pelo que procurou fazer outra especialização, nomeadamente com um MBA em Economia e Gestão da Sustentabilidade. “Muito envolvida com essa gestão das ações de sustentabilidade” da empresa, Beatriz Giacomini sente-se orgulhosa de “ter feito parte do grupo que levou à adoção dos objetivos de desenvolvimento sustentável na Repsol, com o ISO 26000, que continua a ser o referencial da empresa neste tema”.

Durante esse período foi assim responsável pela gestão da sustentabilidade da Repsol no Brasil, mas também pela gestão de projetos de investimento comunitário e de patrocínios, tudo dentro da área da comunicação. “Ou seja, nunca perdemos de vista a importância que estes investimentos e ações, que eram completamente voluntárias, também acrescentavam valor à nossa imagem, à nossa reputação, ao nosso relacionamento“, diz.

Pouco depois assumiu a gestão da área, como um todo, passando a dedicar-se à comunicação “de uma maneira ainda mais estratégica”, ficando responsável pela comunicação, relações institucionais e governamentais e sustentabilidade da empresa no Brasil, até que veio depois para Portugal.

Já no país, é na Quinta do Lambert, no Lumiar (Lisboa) que Beatriz Giacomini vive com o marido e o filho de 11 anos. Giacomini já tinha visitado Portugal mas, vivendo agora no país, confessa que a questão da segurança foi o que mais a impactou.

“Sou de São Paulo e vivi no Rio de Janeiro cerca de 14 anos. Nunca me aconteceu nada, mas havia sempre aquela apreensão de ter de haver muito cuidado com tudo. A questão que mais me chama a atenção é esta sensação de segurança, onde não é preciso ter tanta preocupação ao fazer coisas básicas, como andar na rua com o telemóvel ou andar com o carro de vidro aberto”, diz.

Também pelo seu histórico e gosto pessoal, tem estado muito atenta ao panorama cultural em Portugal, achando “muito interessante” o que tem sido feito em Lisboa em termos de festivais — até porque é também uma área onde a Repsol tem investido em termos de patrocínios — e tentando perceber como a cultura está a ser apresentada e quais são as pessoas que começam a ganhar voz.

António Zambujo é um artista que considera que trabalha a música tradicional portuguesa “de uma maneira muito interessante e mais contemporânea, misturando muitas referências, incluindo brasileiras”. Mas também outros artistas lhe chamam a atenção como Selma Uamusse ou Dino D’santiago, achando “incrível” a forma como este último traz para a discussão “temas super contemporâneos como a africanidade, a política e a migração”.

Todos esses atores vão trazer um resultado e um impacto interessante para a cultura portuguesa, nesse caldeirão de misturas que se está a formar“, afirma.

Beatriz Giacomini destaca também “como se vive bem em Lisboa”, exemplificando com o Fnac Live, um festival aberto ao público que decorreu a 7 de junho e que foi patrocinado pela Repsol. “Foi uma experiência incrível, com uma paz, uma calma, um saber viver, um saber estar. Acho que foi um momento super agradável de convivência e de desfrute da cultura”, recorda.

Sendo também italiana, Beatriz Giacomini tem procurado aprimorar a língua, através de estudo, aulas e leitura de livros em duas versões (português e italiano).

Em termos de leituras, aprecia particularmente José Eduardo Agualusa, sendo que um dos poucos livros que trouxe do Brasil foi “Nação Crioula”. “O multiculturalismo é um tema que me chama sempre muito a atenção e que é um aspeto da questão social muito positivo. Embora haja muitos desafios, e isso tem que ser muito bem cuidado, mas do ponto de vista cultural vejo como super interessante“, explica.

Analisando-se a si mesma, define-se como uma “líder colaborativa“. Embora desempenhe um papel que envolve “mostrar caminhos e em que é preciso assumir responsabilidades”, procura, “acima de tudo, ser uma pessoa muito próxima e muito colaborativa“.

Além disso, considera-se também uma pessoa que arrisca, apresentando como prova disso mesmo as mudanças que fez ao longo da sua vida, nomeadamente o movimento que fez de São Paulo para o Rio de Janeiro, antes de cruzar o Atlântico, para Lisboa. “Nunca vamos ter o melhor momento e todas as respostas para tudo, acho que é preciso tomar algum risco para se vivenciar algumas coisas na vida. Então tenho corrido riscos e acho que é isso que me tem proporcionado emoção e movimento na minha carreira e na minha vida pessoal“, conclui.

Beatriz Giacomini em discurso direto

1 – Qual é a decisão mais difícil para um responsável de comunicação?

Com um leque cada vez mais amplo de exigências, equipas reduzidas e profissionais multifacetados, acredito que a decisão mais difícil para um responsável de comunicação é justamente a priorização de assuntos a gerir. É um desafio constante identificar quais necessidades devem receber atenção imediata porque terão maior impacto e saber abrir mão de iniciativas ou ideias que precisarão ser adiadas. Essa decisão nem sempre é fácil, pois pode gerar frustração ao confrontar o que gostaríamos ou achávamos que deveríamos fazer com aquilo que realmente é possível executar.

2 – No (seu) top of mind está sempre?

A responsabilidade de cuidar da reputação da empresa, garantindo que a mesma é percecionada como transparente, confiável e relevante no mercado. Entendo que a publicidade é uma ferramenta poderosa e sedutora para promover uma marca, mas sozinha não basta para construir uma imagem sólida. A imagem corporativa é resultado de uma comunicação integrada, que envolve relações-públicas, comunicação institucional, relacionamento com stakeholders e ações consistentes no tempo. Por isso, no meu horizonte está sempre essa visão integrada.

3 – O briefing ideal deve…

Ser claro, concreto, transparente e resumir-se ao essencial.

4 – E a agência ideal é aquela que…

Vai muito além de executar uma única tarefa ou uma campanha pontual e demonstra disponibilidade em compreender a marca e a cultura da empresa. Por estar do lado de fora da organização, a agência tem um papel fundamental em trazer novas perspetivas, ideias inovadoras e desafios que ajudem o cliente a expandir a sua visão e a renovar a sua comunicação.

5 – Em comunicação é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Na comunicação corporativa, acredito que a base deve ser sempre a atuação preventiva e estratégica, ou seja, agir por antecipação para evitar crises e fortalecer a reputação. Contudo, para realmente conquistar corações e mentes — gerar impacto e engagement — é necessário, sim, estar aberto a correr certos riscos, inovar e explorar abordagens criativas. Vejo essa combinação entre segurança e ousadia fundamental para construir uma comunicação eficaz e relevante.

6 – Como um profissional de comunicação deve lidar e gerir crises?

A experiência mostra-nos que um profissional de comunicação deve agir de forma rápida, transparente e coordenada ao lidar com crises. Ter um processo interno de gestão de crise bem estruturado é fundamental, assim como promover formações e simulações periódicas para preparar toda a equipa. Essa preparação permite compreender melhor a real dimensão do problema, quando e se ele acontecer, identificar os riscos reputacionais, tomar as decisões necessárias e agir com celeridade e eficácia. Contudo, o mais importante é evitar que as crises ocorram, ou seja, ter a capacidade de antecipar problemas e evitá-los antes que se transformem numa crise.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Se eu tivesse um orçamento ilimitado investiria cada vez mais na criação de conteúdos próprios e autênticos sobre a marca. Acho que as marcas de luxo no mundo da moda descobriram um modelo muito interessante ao contar as suas histórias através de séries envolventes, como a Chanel, Dior e Balenciaga. Assumir a narrativa da marca de forma genuína e emocional é uma estratégia certeira para conectar profundamente a marca com o público, gerar engagement e construir relacionamentos duradouros.

8 – A comunicação em Portugal, numa frase?

Tenho visto que a comunicação em Portugal parece navegar entre o tradicional e o exclusivo — como o pastel de nata e o pastel de Belém. É curioso como, num país tão pequeno, existem tantas particularidades culturais para descobrir. Percebo também uma linguagem bastante literal, menos inventiva, talvez porque muitas vezes se diz “As pessoas não vão perceber”. Sinto que, em algumas ocasiões, subestima-se a inteligência do público.

9 – Construção de marca é?

Consistência, conexão e emoção.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em comunicação?

A minha formação multidisciplinar em comunicação, cultura, artes e sustentabilidade proporciona-me uma grande flexibilidade profissional. Arrisquei-me a estudar e a vivenciar diferentes áreas no meu percurso. Mesmo que o meu dia a dia atual seja focado em competências específicas da comunicação, valorizo muito todas essas áreas e lanço mão desse conhecimento sempre que necessário, pois, de certa forma, procurei uma relação entre elas. Eu seria muito feliz a liderar projetos e equipas em qualquer uma dessas áreas, mas mantenho sempre a porta aberta para novos conhecimentos, acho que é o melhor dos riscos que podemos correr.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Faturação eletrónica fomenta a inovação, mas custos travam as PME

Especialistas alertam que os adiamentos da faturação eletrónica obrigatória para as PME são uma “oportunidade perdida” para inovar. Do lado das empresas, há um protelar explicado pelos custos.

A obrigatoriedade da faturação eletrónica para as pequenas e médias empresas (PME) e microempresas tem sido constantemente adiada pelos Orçamentos de Estado (OE). Embora estas prorrogações deem mais tempo para que estas entidades se preparem para a mudança, deixando para trás as faturas em papel, os especialistas que isto pode estar a travar a sua aposta na inovação.

As obrigações sobre a emissão de faturas eletrónicas entraram em vigor para as grandes empresas em 2021. Para as restantes empresas, mais pequenas, esta data já foi adiada em três anos consecutivos, sendo que o novo prazo para aderirem à faturação eletrónica está, agora, fixado a 1 de janeiro de 2026. A partir desse momento, será também obrigatório que todas as faturas tenham assinatura digital qualificada.

“Os adiamentos podem ser compreendidos à luz dos desafios enfrentados pelas PME portuguesas, que continuam a lidar com constrangimentos orçamentais, escassez de recursos técnicos e a necessidade de adaptação a múltiplas alterações legais em prazos frequentemente curtos”, afirma Pedro Montez, Senior Manager Legal Watch na Cegid, ao ECOntas.

Esta obrigatoriedade vai representar um esforço financeiro para as empresas mais pequenas. “A faturação eletrónica para as micro e PME vai, seguramente, obrigar ao investimento em novos softwares ou ao desenvolvimento dos que já existem, a gastos acrescidos com o suporte técnico e à formação dos colaboradores, de forma a respeitar os requisitos legais”, refere Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP).

Ainda que os custos sejam relevantes, o adiar da adesão a esta nova forma de trabalhar digital “tem consequências que não podem ser ignoradas. Desde logo, adiam os benefícios tangíveis da faturação eletrónica, nomeadamente a maior transparência fiscal, a redução de custos administrativos, o reforço do controlo interno nas organizações e a melhoria do combate à evasão e fraude fiscal”, sublinha o especialista da Cegid.

"Os sucessivos adiamentos refletem a preocupação legítima com a preparação do tecido empresarial, sobretudo das micro e pequenas empresas. Contudo, esta prática recorrente adia investimentos em software, formação e novos processos, criando um efeito de incerteza que prejudica o planeamento das empresas e o avanço tecnológico do país. ”

António Santos

Consultor Sénior de Oferta e Operações da Minsait em Portugal

“Esta prática recorrente adia investimentos em software, formação e novos processos, criando um efeito de incerteza que prejudica o planeamento das empresas e o avanço tecnológico do país. Portugal arrisca um desalinhamento com os calendários da União Europeia, atrasando-se face a práticas mais maduras de digitalização e sustentabilidade”, nota, por outro lado, António Santos.

“A faturação eletrónica não deve ser vista apenas como uma obrigação legal, mas como uma oportunidade para modernizar processos administrativos, reduzir burocracia e promover um funcionamento mais eficiente e ágil das empresas”, aponta o consultor sénior de oferta e operações da Minsait em Portugal, frisando que o “efeito negativo dos atrasos na publicação do regulamento torna duvidosa a aplicação do regulamento e faz com que as empresas não invistam até que ele seja uma realidade”.

Cada adiamento representa uma oportunidade perdida para acelerar a modernização das empresas portuguesas. Em vez de se promover competitividade, eficiência e transparência, prolonga-se a incerteza e reforça-se a perceção de que o cumprimento pode ser eternamente adiado”, afirma, por sua vez, Rui Fontoura, managing director da Sovos Europa.

Perante o adiamento das novas regras e, com isso, da aposta na inovação, as empresas de menor dimensão ainda têm algum trabalho de preparação pela frente para conseguir cumprir esta obrigatoriedade. Um estudo divulgado pela Cegid em 2023 mostrava que apenas 39% das PME portuguesas tinha aderido à faturação eletrónica.

"A necessidade de investir em software específico, em formação de pessoal e na adaptação de procedimentos internos pode representar um esforço muito significativo, pelo que as empresas poderão não reconhecer, numa primeira fase, os benefícios desta transição, criando, naturalmente, uma resistência à mudança.”

Luís Miguel Ribeiro

Presidente da AEP

“É certo que algumas empresas já estão a adotar soluções digitais e podem estar preparadas para a transição, dando resposta a esta exigência” que vai, a “longo prazo, permitir uma redução de custos, associados à impressão e envio postal, contribuindo simultaneamente para a sustentabilidade ambiental” e “melhorar a eficiência da empresa, tornando-a mais competitiva”, diz Luís Miguel Ribeiro. “As empresas poderão não reconhecer, numa primeira fase, os benefícios desta transição, criando, naturalmente, uma resistência à mudança”, alerta o presidente da AEP.

“As empresas portuguesas estão, de forma progressiva, a preparar-se, mas existe ainda um caminho considerável a percorrer”, refere António Santos, da Minsait. Entre as entidades de maior dimensão, este trabalho já está mais adiantado. “As grandes empresas e organizações com estruturas financeiras mais robustas têm, em regra, vindo a preparar-se com maior antecedência, adotando soluções de faturação eletrónica integradas, compatíveis com os requisitos legais em matéria de assinatura digital qualificada e arquivo eletrónico”, afirma Pedro Montez, da Cegid. Isto porque também já são obrigadas a cumprir as novas regras.

Faturação eletrónica para combater fraude fiscal

A expectativa entre os especialistas é de que o novo Governo liderado por Luís Montenegro mantenha o calendário relativo à faturação eletrónica obrigatória, ainda que não haja menção ao tema no programa que agora apresentou. Esta ferramenta, dizem os especialistas, vai também ajudar a combater a fraude fiscal.

“As mudanças políticas recentes e a entrada em funções do novo Governo suscitam expectativas renovadas relativamente ao futuro da faturação eletrónica”, indica Pedro Montez, Senior Manager Legal Watch na Cegid, pedindo ao Executivo que “mantenha o compromisso com a modernização do sistema fiscal português, nomeadamente através da consolidação da faturação eletrónica como instrumento central para a transparência, a simplificação e a eficiência fiscal”.

"Estamos expectantes que o novo Governo mantenha o compromisso com a digitalização da economia e garanta a previsibilidade na execução das medidas já calendarizadas. Portugal precisa de estabilidade regulatória para que as empresas possam planear com confiança e não fiquem reféns de sucessivos recuos.”

Rui Fontoura

Managing Director da Sovos Europa

Esta posição é partilhada por Rui Fontoura, que diz estar “expectante que o novo Governo mantenha o compromisso com a digitalização da economia e garanta a previsibilidade na execução das medidas já calendarizadas. Portugal precisa de estabilidade regulatória para que as empresas possam planear com confiança e não fiquem reféns de sucessivos recuos”. Para o managing director da Sovos Europa, a faturação eletrónica deve ser “uma ferramenta essencial no combate à fraude fiscal por parte dos governos”.

Também António Santos pede estabilidade na nova legislatura. “Esperamos que o novo executivo defina uma estratégia clara e estável para a implementação da faturação eletrónica, garantindo previsibilidade e reforçando a confiança das empresas para investir”, aponta o consultor sénior de oferta e operações da Minsait em Portugal, apelando ainda que sejam “criadas medidas e incentivos específicos para acelerar a adoção, nomeadamente junto das PME, promovendo não só a conformidade legal, mas a transformação digital como um motor de competitividade e alinhamento com as melhores práticas da União Europeia”.

O EContas questionou o Ministério das Finanças sobre este tema, mas não obteve resposta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Membros do Instituto Tony Blair ajudaram a desenvolver plano para construir “Riviera do Médio Oriente” em Gaza

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Julho 2025

Duas pessoas da equipa do instituto do antigo primeiro-ministro do Reino Unido participaram em reuniões sobre o plano para transformar Gaza numa zona comercial.

Dois membros da equipa do Instituto Tony Blair (TBI, na sigla em inglês) participaram no desenvolvimento de um plano pós-guerra para a Faixa de Gaza, que previa a reconstrução da economia daquele território através de uma “Riviera Trump” e uma “Zona de Fabrico Inteligente Elon Musk”, revela o Financial Times (acesso pago).

O jornal britânico relata que teve acesso a um power point com o plano intitulado “Great Trust”, que terá sido partilhado com a Administração Trump e propunha pagar a meio milhão de palestinianos para abandonarem a área e atrair investidores privados para desenvolver Gaza.

O plano foi delineado por empresários israelitas e utilizou modelos financeiros desenvolvidos pelo prestigiado Boston Consulting Group (BCG) para reimaginar Gaza como uma próspera zona comercial.

Embora o Instituto Tony Blair não tenha sido o autor ou subscritor do power point, os dois membros da equipa do instituto do antigo primeiro-ministro britânico participaram em grupos de mensagens e telefonemas durante o desenvolvimento do projeto, segundo fontes familiarizadas com o plano.

Um desses membros terá escrito e partilhado um documento que descrevia a ideia de uma “Riviera de Gaza” com ilhas artificiais ao largo da costa semelhantes às do Dubai, iniciativas comerciais baseadas em tecnologia blockchain, um porto de águas profundas para ligar Gaza ao corredor económico Índia – Médio Oriente – Europa e “zonas económicas especiais” com impostos baixos.

No documento lê-se que a guerra devastadora em Gaza “criou uma oportunidade única no século para reconstruir Gaza (…) como uma sociedade segura, moderna e próspera”. Embora houvesse algumas semelhanças com o power point dos empresários israelitas, com mais de 30 diapositivos, o documento do instituto não fazia referência à deslocalização dos palestinianos — uma ideia defendida pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, no início deste ano, mas condenada internacionalmente.

Na primeira vez que foi abordado pelo Financial Times sobre o seu papel no projeto, um porta-voz do Instituto Tony Blair disse que a história do jornal britânico “está categoricamente errada”. O instituto “não esteve envolvido na preparação do projeto, que era um projeto do BCG, e não deu qualquer contributo para o seu conteúdo”.

Mas, quando confrontados com mensagens trocadas num grupo de 12 pessoas utilizado para o projeto — que incluía dois funcionários do Instituto Tony Blair, consultores do BCG e os empresários israelitas — e um documento intitulado “Gaza Economic Blueprint”, elaborado pelo instituto do ex-primeiro-ministro britânico e apenas partilhado no seio daquele grupo, o mesmo porta-voz respondeu: “Nunca dissemos que o Instituto Tony Blair não sabia nada sobre o que este grupo estava a fazer ou que não participava nas chamadas em que o grupo discutia os seus planos.”

O Instituto Tony Blair afirmou também que, quando se reúne com grupos para discutir planos para o pós-guerra, está “essencialmente em modo de escuta”. O “documento interno” em causa analisava as propostas “apresentadas por várias partes [e] é um dos muitos documentos deste tipo [e] um dos muitos documentos internos do género”, afiançou.

O porta-voz acrescentou que o instituto “não forneceu, de forma alguma, o seu próprio documento interno para efeitos do trabalho do BCG” e que a sua equipa “viu” o power point, mas “não o criou”. “Seria errado sugerir que estávamos a trabalhar com este grupo para produzir o seu plano de Gaza”, alegou.

O Instituto Tony Blair defendeu ainda o papel do seu fundador na procura por uma “Gaza melhor para os habitantes de Gaza” nas últimas duas décadas: “Nunca se tratou de realojar os habitantes de Gaza, que é uma proposta que o TBI nunca criou, desenvolveu ou apoiou”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Taxas usadas no crédito à habitação descem em todos os prazos

  • Lusa
  • 7 Julho 2025

Euribor a seis meses recuou para um novo mínimo desde 13 de outubro de 2022.

As taxas Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação de casa, desceram em todos os prazos em relação a sexta-feira, e no prazo a seis meses recuou para um novo mínimo desde 13 de outubro de 2022.

  • A taxa Euribor a seis meses desceu para 2,016%, menos 0,010 pontos do que na sexta-feira.
  • No prazo de três meses, a taxa Euribor para 1,944%, menos 0,035 pontos do que na sexta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a 12 meses desceu para 2,044%, menos 0,022 pontos do que na sexta-feira.

Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.

Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.

A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.