Telecoms europeias pedem consolidação e políticas para cabos submarinos

O diretor geral da Connect Europe critica Portugal por ter impedido a compra da Nowo pela Vodafone e apela à aceleração do 5G puro, que ainda só “fala inglês e chinês”.

A Connect Europe – Associação Europeia de Operadores de Telecomunicações considera que é preciso avançar com uma “reforma política” no setor, que inclua apoios à consolidação de empresas e ao desenvolvimento da indústria de cabos submarinos na Europa.

O diretor geral da Connect Europe (antiga ETNO) apela ainda, em entrevista ao ECO, à rápida implementação das propostas que constam no relatório elaborado por Mario Draghi, que envolve menor fragmentação e regulamentação menos centrada nas tabelas de preços.

“Priorizaria escala e consolidação. Temos muitas operadoras na Europa, quando nos Estados Unidos há quatro ou cinco, dependendo da forma do cálculo, e na China três. É claro que a Europa não chegará a números tão baixos, mas não podemos ter mais de 40 grandes como agora. Temos de jogar o jogo como uma Europa unida”, afirmou Alessandro Gropelli.

A Europa não está a investir o suficiente nos cabos submarinos. Gostaríamos de ver uma política que apoiasse esta indústria”, disse ainda o diretor geral da Connect Europe, antes de subir ao palco do 34º congresso da APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, que decorre na Culturgest.

Alessandro Gropelli explicou que a principal mensagem que traz a Lisboa é que nos encontramos “num momento crucial” para o futuro da liderança tecnológica europeia, sobretudo o 5G StandAlone (SA) – a chamada rede de quinta geração pura -– que é “uma grande oportunidade” para as empresas, mas também aí estamos atrás das maiores economias do mundo.

Os americanos e os chineses já têm 5G SA. Nós estamos atrasados, com cerca de 40% de cobertura da população. Quero que cheguemos aos 100% o mais rápido possível para que possamos manter o controlo da nossa conectividade. Debatemos constantemente que gostávamos de ter mais crescimento e mais competitividade enquanto continente, porque percebemos que estamos atrás dos Estados Unidos e da China”, diz o diretor geral da Connect Europe, associação da qual a Meo é membro fundador.

No entanto, deixa críticas à regulação em Portugal, que travou a compra da Nowo pela Vodafone: “Uma pequena consolidação com um player local foi bloqueada pelos reguladores locais. Para mim, Portugal um dos mercados mais interessantes e inovadores, apesar de ser um país pequeno em comparação com a Alemanha. Não faz sentido impedir… Corre-se o risco de criar condições de investimento fracas”.

No conjunto das tecnologias europeias, existem três áreas: serviços (internet de consumo, apps para smartphones), que fala principalmente inglês ou chinês; dados na cloud e IA, que também fala muito inglês ou chinês, e infraestruturas (conectividade), que ainda fala algum inglês europeu. Precisamos de uma reforma política para garantir se mantém europeia. O setor da conectividade não está a vender batatas. Vende infraestrutura estratégica para segurança, crescimento e resiliência.

Na sua opinião, o país (ou a Autoridade da Concorrência) podiam inspirar-se no caso do Reino Unido, em 2024, quando a Autoridade da Concorrência e dos Mercados (CMA) impôs remédios na fusão entre a Vodafone a Three, estabelecendo limites de preços para determinados tarifários e planos de dados durante um tempo após o acordo e obrigando a investir 11 mil milhões em 5G a oito anos.

“Isto mostrou-nos que há possibilidade de fechar um bom negócio que ajuda o setor a fortalecer-se e a manter os preços acessíveis”, sublinha o líder da Connect Europe.

Questionado sobre os primeiros meses de operação da Digi em Portugal, Alessandro Gropelli referiu apenas “uma corrida para bater no fundo dos preços não é um bom sinal, pois significa uma corrida para reduzir a capacidade de investimento”.

Fraco apetite para investir que se denota mesmo no 5G SA. Segundo Alessandro Gropelli, o problema não é a falta de ímpeto que as operadoras têm, mas as previsões de baixo retorno.

“Podemos pressionar as empresas o quanto quisermos [para investir no 5G SA], mas o problema não é as empresas não o quererem fazer. Elas querem. É uma equação simples que qualquer empreendedor, pequeno ou grande, compreender: se investir me custa mais do que o retorno que recebo, não posso investir”, esclarece.

Alessandro Gropelli, diretor geral da Connect Europe

Além de representar as maiores ou mais antigas telecoms na Europa, a Connect Europe tem outros membros observadores, entre os quais AT&T, Verizon, Nokia, Ericsson, Cisco, Qualcomm ou OVHcloud.

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Hugo Borguinho fica exclusivo na supervisão prudencial. ASF procura mais um diretor

  • ECO Seguros
  • 2 Julho 2025

O diretor acumulou até maio passado as direções de Supervisão Prudencial e de Análise de Risco e Solvência do supervisor. ASF procura novo diretor.

Na sequência de um concurso de recrutamento público Hugo Borginho foi designado para o cargo de diretor do Departamento de Supervisão Prudencial da ASF, entidade reguladora do setor, reportando ao Vice-presidente Rui Baleiras e deixando de acumular essas funções com as de diretor de Análise de Riscos e Solvência em que reportava à Presidente Margarida Corrêa de Aguiar.

Hugo Borginho designado para o cargo de diretor do Departamento de Supervisão Prudencial da ASF cuja direção está a passar por uma transformação.

A direção de Supervisão Prudencial está a passar por uma transformação e irá assegurar a supervisão das empresas de seguros e a supervisão das sociedades gestoras de fundos de pensões, partilhando serviços técnicos de apoio especializado, organizados numa área transversal ao departamento que reúne uma “pool” de recursos partilháveis.

Com a exclusividade de Hugo Borguinho na supervisão prudencial, a ASF lançou, para o cargo de direção de Análises de Riscos e Solvência, um recrutamento público cujo prazo-limite de candidatura é o próximo dia 21 de julho de 2025.

O diretor está há 23 anos na ASF e é mestre em Gestão Atuarial após licenciatura em Ciências Atuariais pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Leciona disciplinas na área de Modelos de Solvência no ISEG, e em cursos pós-graduados da NOVA Information Management School e da NOVA School of Sciences and Technology.

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Bruxelas mantém meta de baixar em 90% emissões de gases até 2040 mas com “flexibilidades”

  • Lusa
  • 2 Julho 2025

A Comissão quer reduzir em 90% das emissões de gases de efeito estufa até 2040, em comparação com os níveis de 1990, mas aceita flexibilidades no cálculo.

A Comissão Europeia confirmou a manutenção do objetivo de reduzir em 90% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2040, mas introduzindo flexibilidades no cálculo, em resposta a países mais resistentes.

Numa altura que a Europa está sob uma vaga de calor, o executivo reafirmou suas ambições na luta contra as emissões poluentes e o aquecimento global, mas com uma abordagem pragmática para responder às diferentes sensibilidades entre os 27 Estados-membros.

Como já recomendava há mais de um ano, a Comissão quer reduzir em 90% das emissões de gases de efeito estufa até 2040, em comparação com os níveis de 1990, mas aceita flexibilidades no cálculo.

Uma das flexibilidades na proposta é de, a partir de 2036, a aquisição de créditos de carbono internacionais, até o limite de 3% do total, para financiar projetos fora da Europa, medida que as organizações ambientalistas contestam.

A diminuição de emissões de GEE em 90% em 2040 é uma etapa para que a UE alcance a neutralidade de carbono em 2050. Isso implica transformações profundas como eletrificação dos automóveis, abandono progressivo dos combustíveis fósseis e renovação energética dos edifícios, entre outros.

O debate sobre a proposta começa numa reunião informal do Conselho de Ministros do Ambiente, em 10 e 11 de julho. Após ser votado pelos ministros da UE, o texto será submetido ao escrutínio do Parlamento Europeu, onde os grupos políticos de centro-direita, direita e extrema-direita são maioritários.

Bruxelas ainda espera que esse objetivo para 2040 seja aprovado antes da conferência climática da ONU (COP30), em novembro, em Belém, no Brasil.

Em maio, uma avaliação da comissão indicava que a UE está em vias de conseguir reduzir, coletivamente, em 55% as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) até 2030 e a alcançar uma quota de pelo menos 42,5 % de energias renováveis.

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Módulo Jean Monnet debate papel dos seguros no combate à pobreza

  • ECO Seguros
  • 2 Julho 2025

A conferência internacional da NOVA Law arranca 10 de julho e junta especialistas para debater o papel dos seguros na erradicação da pobreza e na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

A 3.º Conferência Internacional do Módulo Jean Monnet sobre Direito dos Seguros da União Europeia começa já dia 10 de julho. Com possibilidade de participação online, o foco deste ano será debater o papel dos seguros no combate à pobreza e analisar de que forma o reforço de políticas públicas e quadros jurídicos adequados podem promover a oferta e a acessibilidade dos seguros. O objetivo é debater soluções que permitam a superação dos obstáculos que impedem as populações mais vulneráveis de aceder a mecanismos de proteção contra impactos económicos e financeiros das alterações climáticas, promovendo simultaneamente a resiliência e práticas de adaptação.

O principal objetivo deste evento anual é proporcionar um espaço de encontro entre académicos, profissionais, organizações não governamentais, o setor cooperativo e social e agências governamentais, para debater temas de interesse comum, com ênfase em recomendações de políticas públicas sobre o papel dos seguros na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

O propósito? Criar conhecimento e sensibilizar para a importância dos seguros na promoção da igualdade no acesso aos direitos humanos e na concretização dos ODS, em consonância com os valores fundamentais da União Europeia.

Programa completo

A diretora da Nova School of Law, Margarida Lima Rego, fará a abertura do encontro, seguindo-se a intervenção da presidente da Autoridade Supervisora de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Corrêa de Aguiar.

O primeiro keynote speaker será Francisco S. Espejo Gil, do Consorcio de Compensación de Seguros (Espanha), que abordará o papel do seguro como instrumento de prevenção da pobreza em cenários pós-catástrofe. A sessão contará ainda com a perspetiva de Hugo Borginho, diretor do Departamento de Análise de Riscos e Solvência da Autoridade de Supervisão de Seguros e de Fundos de Pensões, sobre o tema. Seguir-se-á um momento de debate com perguntas do público.

Pelas 11h30, terá lugar a primeira mesa-redonda de discussão, moderada por Maria Elisabete Ramos, vice-presidente da AIDA Portugal, com representantes do setor segurador – António Castanho (CA Vida), Rui Leão Martinho (MPS) e Virgílio Lima (Montepio) – para uma análise prática da realidade do mercado.

Antes do almoço, será apresentado o artigo académico de Lídia Maria Ribas e Fernanda Ramos Konno, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (Brasil), dedicada ao papel da microseguros no desenvolvimento socioeconómico.

Durante a tarde, o foco será a prevenção de perdas causadas por catástrofes naturais com a segunda keynote speaker, Franziska Arnold-Dwyer, da University College London, com comentário crítico de Lucila de Almeida, da NOVA School of Law. A sessão será conduzida em inglês e incluirá espaço para debate.

A sessão seguinte, moderada por Margarida Lima Rego, será dedicada à apresentação de trabalhos de doutorandos de várias universidades europeias. Serão debatidas questões como a evolução do conceito de mutualidade no seguro (Niccolò Pellini, Universidade de Florença, Itália), a obrigatoriedade do seguro contra riscos catastróficos (Miriam Fasulo, Universidade de Nápoles ‘Parthenope’, Itália) e o reconhecimento do microseguro como direito fundamental (Kathleen Defever. Universidade de Ghent, França). Estes recém-douturados apresentam trabalhos que estão concurso para a um prémio consiste em 500 euros e num certificado.

O primeiro dia termina com a intervenção de Pedro Pinheiro, do Insurance Development Forum (Luxemburgo), sobre o microseguro como ferramenta para erradicar a pobreza. Comentários serão feitos por Kathleen Defever (Universidade de Ghent) e Niccolò Pellini (Universidade de Florença).

O segundo dia começa com uma intervenção de Maria Elisabete Ramos, que apresentará as principais conclusões da conferência e recomendações de políticas públicas, com especial enfoque no papel das mútuas de seguros e no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1 (Erradicação da Pobreza).

A manhã de dia 11 será dedicada à apresentação de trabalhos de estudantes de mestrado e doutoramento, com especial destaque para os alunos da disciplina de Direito dos Seguros da União Europeia da NOVA School of Law. Haverá debate com espaço para perguntas e interação com o público.

O primeiro dia da conferência de 2025 decorrerá no Anfiteatro A da NOVA School of Law, no Campus de Campolide, enquanto no segundo dia a conferência muda-se para o Auditório da ASF. Com a possibilidade de assistir online.

A conferência é financiada pelo programa de Erasmus da União Europeia e conta com o ECOseguros como media partner.

A taxa normal de conferência é de 100 euros e para os participantes a distância e para membros da AIDA a taxa e reduzida para 50 euros. O registo é gratuito para os estudantes e pessoas com deficiência.

Mais informações e inscrições, aqui.

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Antiga central da EDP no Freixo transformada em projeto imobiliário de 200 milhões

O projeto Central Freixo, da autoria do arquiteto Souto de Moura, contempla numa primeira fase a construção de três edifícios de apartamentos e comércio em torno de uma praça central.

Nos antigos terrenos da central termoelétrica da EDP, no Freixo, vai nascer um “dos maiores projetos imobiliários do Porto”, com habitação, comércio, serviços e espaços públicos. A construção da primeira fase arranca no final do ano.

O fundo de investimento europeu Ginkgo Advisor e a Emerge, empresa de desenvolvimento e promoção imobiliária do grupo Mota-Engil, vão investir 200 milhões de euros no projeto batizado de Central Freixo, que vai ser apresentado esta quarta-feira no Porto.

A primeira fase do projeto contempla três edifícios com cerca de 14 mil metros quadrados de área edificada (66 apartamentos de tipologias T0 e T3 e dez espaços para comércio e serviços), organizados em torno de uma praça pública. Estão também previstas dez moradias sobre o rio.

Ao todo, a primeira de cinco fases do projeto, que se estende entre a Rua do Freixo e a Avenida Paiva Couceiro, prevê 5.384 metros quadrados de construção e 31.418 metros quadrados de áreas de cedência pública.

As quatro fases seguintes têm uma previsão de dois anos e meio cada, dependendo do ritmo de absorção do mercado perante o projeto.

Desativado há várias décadas, este polo industrial será alvo de um processo de regeneração urbana que contempla a descontaminação de solos industriais e a revitalização de uma zona da cidade desaproveitada.

O projeto de arquitetura do Central Freixo, assinado pelo gabinete Souto Moura Arquitectos, define o rio como ponto de partida. “O tema deste fragmento de cidade é o rio. Tudo é feito em função do rio”, afirma o arquiteto Eduardo Souto de Moura, galardoado com o Prémio Pritzker em 2011.

“Chegar a este monte de pedra e fazer uma cidade, com miúdos a brincar, com gente a viver, é uma coisa comovente”, confessa o arquiteto. Por esse motivo, a intervenção respeita o relevo e a memória do lugar: muros antigos, ladeiras, casas assentes sobre estruturas de suporte, praças e veredas inspiradas no centro histórico do Porto.

Chegar a este monte de pedra e fazer uma cidade, com miúdos a brincar, com gente a viver, é uma coisa comovente.

Eduardo Souto de Moura

Arquiteto

“Temos praças, temos jardins, temos alamedas como nas Fontainhas”, descreve o arquiteto, acrescentando que este projeto “tem as condicionantes todas para ser bom, pedir mais é quase impossível”. “O sítio é este. A nova cidade do Porto vai ser aqui”, afirma Souto de Moura.

A construção da primeira fase do Central Freixo deverá arrancar no final de 2025 e terá uma duração estimada de dois anos. A comercialização, que terá início no outono, contará com o apoio das consultoras Dils e Savills, parceiras para os mercados nacional e internacional.

Nesta zona da Campanhã está a ser reconstruído o antigo Matadouro do Porto, que deu lugar ao M-ODU, com abertura prevista para o próximo ano. Este investimento de 40 milhões de euros por parte da Mota-Engil contará com escritórios e restauração.

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Augusto Santos Silva não avança na corrida a Belém e defende candidatura independente

Antigo presidente da Assembleia da República anunciou esta quarta-feira que não é candidato à Presidência da República por considerar que seria divisiva e defende candidatura independente.

Augusto Santos Silva não vai ser candidato à Presidência da República. O antigo presidente da Assembleia da República anunciou esta quarta-feira, após um período de reflexão, que não vai entrar na corrida à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa em janeiro do próximo ano, deixando António José Seguro como o único nome socialista na pista.

Não serei candidato“, afirmou em declarações à RTP. “Cheguei à conclusão que a minha candidatura não seria suficientemente abrangente para ser suficientemente forte e em consequência a melhor candidatura possível é a de uma personalidade independente oriunda da sociedade civil que possa colocar em cima da mesa os temas que temos de discutir na campanha presidencial”.

Santos Silva que afirmou ter recebido “muitos apoios de pessoas muito valiosas” chegou à conclusão que a sua candidatura seria “divisiva”, não reunindo capacidade agregadora suficiente.

As três candidaturas que já estão no terreno e a quarta que foi anunciada no domingo passado não cumprem as condições necessárias para que um vasto campo social e político possa sentir-se representado nas próximas eleições presidenciais e para que os temas que interessa discutir sejam discutidos”, argumentou o socialista.

Para Santos Silva, uma “candidatura independente” é “a melhor opção” para as próximas eleições presidenciais. Para que avance, não esclarecendo se estará em causa o nome de Sampaio da Nóvoa, considerou ser necessário que abandonasse a equação de possibilidades. “É isso que estou a fazer agora”, disse.

Abro espaço para a apresentação de uma candidatura forte, agregadora e independente, retirando a minha disponibilidade e espero que nos próximos dias possa surgir uma candidatura essa sim mais forte, mais abrangente do que a minha“, afirmou.

Neste sentido, defendeu que “o PS não está obrigado a apoiar um candidato só porque esse candidato tem o cartão de militante, da mesma forma que o PS não está obrigado a não apoiar ninguém se houver dois candidatos com dois cartões de militante ou um que tenha e outra que não o tenha”.

Depois de António Vitorino o fazer, Santos Silva retira-se assim do campo de possibilidades de candidaturas à esquerda. Oficialmente, estão na corrida a Belém António José Seguro, Luís Marques Mendes, Henrique Gouveia e Melo e António Filipe.

(Notícia atualizada às 13h47)

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Governo quer serviços mínimos “em todas as ocasiões”

Governo quer que "em todas as ocasiões" haja serviços mínimos que não ponham em causa proporção entre direito à greve e os demais direitos, como o direito ao trabalho e à mobilidade.

O primeiro-ministro explicou, esta quarta-feira, que o Governo pretende mudar a lei da greve, de modo a garantir que “em todas as ocasiões” há serviços mínimos que não ponham em causa a proporção entre o exercício desse direito e os demais. No final da primeira reunião de Concertação Social desta legislatura, Luís Montenegro indicou que essa será uma das matérias a discutir no âmbito de uma revisão mais ampla do Código do Trabalho.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro (C), ladeado pelo ministro das Finanças, Joaquim Sarmento (C-D) e pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Rosário Palma Ramalho (C-E), preside à reunião plenária da Comissão Permanente de Concertação Social, para apresentação de cumprimentos institucionais e intervenção dos parceiros, na sede do Conselho Económico e Social, em Lisboa, 02 de julho de 2025.ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

“Somos um país que tem uma legislação laboral, que importa revisitar para poder dar às empresas maior capacidade de serem competitivas e aos trabalhadores a possibilidade de terem maior perspetivas de segurança e progressão nas carreiras“, começou por sublinhar o chefe de Executivo, em declarações aos jornalistas.

Partilhei com os parceiros sociais a nossa pretensão de, em diálogo social, fazermos a avaliação das alterações à lei laboral, incluindo à lei da greve, aí permitindo uma conciliação maior entre a garantia inabalável do exercício do direito à greve e o exercício de outros direitos, como o direito a trabalhar e o direito à mobilidade para aceder a cuidados de saúde e serviços públicos”, acrescentou Luís Montenegro.

A intenção de “equilibrar” o direito à greve já constava do programa do Governo, mas, desta vez, o primeiro-ministro precisou que o que o Governo pretende é que “essa alteração possa consagrar que, em todas as ocasiões, há serviços mínimos que não põem em causa proporção entre o exercício do direito à greve e o exercício dos demais direitos“.

“O objetivo que pretendemos alcançar é o de termos a possibilidade de ter uma solução legislativa que garanta maior proporcionalidade entre o exercício de direitos e garanta que, naquelas circunstâncias, onde os serviços mínimos, por vicissitudes legais, não são possíveis para garantir essa proporção, possam passar a ser“, revelou ainda o governante.

A lei da greve voltou recentemente à ribalta, uma vez que, durante a campanha eleitoral da ida às urnas de 18 de maio, os trabalhadores da Comboios de Portugal levaram a cabo uma paralisação, que afetou significativamente a mobilidade no país. “Um dia vamos ter de pôr cobro a isto”, não tardou a reagir Luís Montenegro.

A campanha eleitoral, entretanto, terminou, as greves na Comboios de Portugal também. Mas o assunto não desapareceu da mente do primeiro-ministro. Tanto que, no programa do Governo, ficou a intenção de “equilibrar de forma mais adequada o exercício do direito à greve com a satisfação de necessidades impreteríveis”.

No programa, não eram detalhadas que alterações legislativas estariam em cima da mesa, mas as declarações desta quarta-feira do primeiro-ministro sinalizam que, afinal, as mudanças acontecerão ao nível dos serviços mínimos.

Hoje, está fixado que em empresas ou estabelecimentos para “satisfação de necessidades sociais impreteríveis” (como é o caso dos transportes), os sindicatos devem assegurar a “prestação de serviços mínimos indispensáveis” para salvaguardar essas necessidades.

Esses serviços mínimos podem ser definidos por acordo entre os representantes dos trabalhadores e os empregadores ou, na ausência desse entendimento, pelo Ministério do Trabalho e do Ministério responsável pelo setor de atividade afetado (ou, tratando-se de empresa do setor empresarial do Estado, por tribunal arbitral).

No caso da Comboios de Portugal, a decisão de não decretar serviços mínimos nos primeiros dias da greve em questão foi do tribunal arbitral, que argumentou que havia “o sério risco de se colocar em perigo a vida e a integridade dos passageiros”. Isto tendo em conta que a CP assumiu que um número reduzido de comboios “conduziria ao risco de acumulação descontrolada de pessoas nas estações e nos comboios”, foi explicado.

Parceiros sociais com outras prioridades na lei do trabalho

O primeiro-ministro, Luís Montenegro (D), ladeado pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Rosário Palma Ramalho (3-E) e pelo ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes (2-E), fala aos jornalistas após a reunião plenária da Comissão Permanente de Concertação Social, para apresentação de cumprimentos institucionais e intervenção dos parceiros, na sede do Conselho Económico e Social, em Lisboa, 02 de julho de 2025.ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

À saída da reunião de Concertação Social desta quarta-feira, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, defendeu que a revisão da lei do trabalho deve ser, sim, uma prioridade nesta legislatura, mas identificou o teletrabalho e os bancos de horas como os temas mais quentes. Questionado sobre a lei da greve, atirou: “não é um dos temas prioritários, mas não há tabus“.

No mesmo sentido, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), identificou como prioridades, na revisão da lei do trabalho, não a greve, mas os bancos de horas, frisando que é preciso atualizar a legislação laboral e diminuir a sua carga ideológica.

Já o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Armindo Monteiro, salientou que é preciso clarificar as razões para serem definidos serviços mínimos, em caso de greve. “O direito à greve não deve impedir o direito ao trabalho”, disse.

Do lado dos sindicatos, Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, realçou que este Governo quer “limitar o impacto das greves“, sendo esta a única ferramenta que os trabalhadores têm para conseguir melhores condições. Já Mário Mourão, secretário-geral da UGT, não fechou a porta a mudanças na lei da greve: “qualquer parte pode fazer propostas. Quanto a haver acordo, vai depender da proposta”.

A próxima reunião de Concertação Social ficou marcada para 24 de julho, altura em que deverão ser definidos os calendários das matérias a abordar nesta sede no curso da legislatura que acaba de começar.

(Notícia atualizada às 13h50)

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Ministro recorda que decisão de impedir voos noturnos na Portela “está tomada”, mas “demora tempo”

  • Lusa
  • 2 Julho 2025

Miguel Pinto Luz assegura que decisão do Governo e da ANAC para impedir voos noturnos é para ser concretizada, mas, como "precisa de regulação”, “demora tempo a ser implementada”.

O ministro das Infraestruturas e Habitação recordou esta quarta-feira que a decisão de impedir voos noturnos no aeroporto de Lisboa “está tomada”, mas reconheceu que “demora tempo a ser implementada”.

Questionado pela Lusa, à margem do International Forum on Urbanism (IFoU25), que está a decorrer em Lisboa, Miguel Pinto Luz vincou que “a decisão política do Governo e da ANAC [Autoridade Nacional da Aviação Civil] foi tomada e é para ser concretizada“.

Em causa está o protesto convocado para esta quarta-feira pela plataforma “Aeroporto fora, Lisboa melhora” contra a “inação das autoridades” face ao ruído e à poluição causados pelo aeroporto de Lisboa.

Em novembro de 2024, após o relatório de um grupo de trabalho sobre o tema, entregue em julho de 2022, o Governo anunciou a proibição de voos noturnos, entre as 1h00 e as 5h00, no Aeroporto Humberto Delgado, mas essa decisão ainda não está a ser cumprida.

Em março deste ano, ainda antes das legislativas, o Conselho de Ministros determinou a operacionalização das restrições à operação noturna à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), reguladora do setor da aviação.

Em causa, indicou então o executivo PSD/CDS-PP, estavam restrições à operação de aeronaves mais ruidosas entre as 23 horas e as 7 horas, além da imposição de um período sem slots de voos (hard-curfew) entre as 1h00 e as 5h00, bem como a implementação de novos procedimentos aeronáuticos para a redução do ruído.

“A decisão está tomada e, portanto, está a ser implementada, [mas] demora um tempo a ser implementada”, disse esta quarta-feira o ministro, à saída do Pavilhão de Portugal, depois de participar na sessão de abertura do IFoU25, fórum internacional sobre urbanismo este ano acolhido pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa e que decorre até 4 de julho.

Em concreto, a implementação “precisa de regulação, precisa de falar com o aero controlo”, enumerou o governante, sublinhando que “a ANAC está a levar todos os procedimentos, em conjunto com a NAV [entidade que garante a prestação de serviços de tráfego aéreo], para que assim se possa fazer”.

Até lá, e porque “falta [algum tempo]”, reconheceu, “é fundamental continuar a construção do novo aeroporto para desmantelar completamente o Humberto Delgado, porque não é sustentável ter um aeroporto no centro da cidade, com todos os impactos ambientais, sociais na vida dos cidadãos de Lisboa, nomeadamente [dos] que vivem no corredor de serviço do aeroporto e na envolvente”.

Durante este período de tempo, o Governo está “a fazer obras” e “a equipar o aeroporto com todas as condições para melhorar”, acrescentou, referindo que vai ser inaugurado em breve o remodelado terminal 2. “Tomámos as decisões que tínhamos de tomar”, repetiu Pinto Luz.

A ação de protesto da plataforma “Aeroporto fora, Lisboa melhora” — agendada para as 19 horas, à saída da estação de metro do Aeroporto Humberto Delgado — servirá para reivindicar o fim dos voos noturnos, o encerramento do aeroporto e a criação, no local, de “um novo pulmão verde na cidade”, bem como a construção urgente do novo aeroporto fora da cidade.

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+M

LLYC recupera cartazes que iniciaram a luta pelos direitos LGBTQIA+ em campanha

  • + M
  • 2 Julho 2025

Desenvolvida com a produtora Dim Sum, a campanha "Signs of Pride" recupera e reativa os cartazes originais daqueles que ergueram a voz nas primeiras marchas Pride, para os devolver às ruas em 2025.

A LLYC lançou uma campanha em prol dos direitos LGBTQIA+, recuperando os cartazes que marcaram o início desta luta.

A iniciativa surge tendo em conta que, nos últimos três anos, mais de 90 reformas legais em diferentes países reduziram direitos essenciais para a comunidade LGTBQIA+. Além disso, a homossexualidade ainda é considerada ilegal em 62 países e o casamento entre pessoas do mesmo sexo só é reconhecido oficialmente em 38 países. “Neste contexto de retrocesso global, é mais urgente do que nunca ouvir quem já viveu essa luta“, aponta a LLYC em nota de imprensa.

É neste âmbito que a campanha “Signs of Pride” recupera e reativa os cartazes originais daqueles que ergueram a voz nas primeiras marchas Orgulho LGBTQIA+, para devolvê-los às ruas em 2025. Desenvolvida em colaboração com a produtora Dim Sum e com o apoio de organizações LGTBQIA+ de cinco países, a ação “presta homenagem às origens do ativismo pela igualdade, num momento em que muitas das conquistas sociais do passado voltam a estar ameaçadas“, refere a agência em nota de imprensa.

“Signs of Pride é o nosso contributo para a defesa dos direitos da comunidade, num momento em que cresce o risco de retrocesso em muitos países. Fazemo-lo com uma proposta que recupera o legado de figuras importantes que iniciaram a luta pelos nossos direitos e que nem sempre foram suficientemente ouvidas. O que escreveram há décadas, continua a ser necessário agora”, diz David González Natal, sócio da LLYC e líder do projeto, citado em comunicado.

A LLYC recupera assim cartazes históricos para os trazer às ruas em 2025 em marchas celebradas em cidades como Bogotá, Cidade do México, Madrid e Santiago do Chile. Este trabalho foi desenvolvido em conjunto com as organizações Redi, Fundación 26 de Diciembre, Yaaj, Colectivo Sol, Colombia Diversa, Movilh e Grand Rapids Pride, que acompanharam a LLYC no processo de investigação.

A campanha inclui também uma peça audiovisual protagonizada por Ramón Linaza, ativista sénior espanhol, que revive as primeiras marchas Orgulho LGBTQIA+. “Através da sua experiência, percorre os avanços conquistados ao longo dos anos e oferece um olhar crítico sobre o panorama atual que a comunidade enfrenta”, testemunho ao qual se juntam quase uma dezena de conversas com ativistas seniores de diferentes países, cujas vozes “entrelaçam o passado e o presente, e revelam que estes sinais de orgulho continuam a ser fundamentais”, refere-se em nota de imprensa.

Através de uma experiência web do projeto é ainda possível aprofundar cada história, descobrindo quem foram os portadores dos cartazes, como era o mundo quando marcharam pela primeira vez e como são vistos hoje. “Através de um exercício visual e emocional, são apresentadas fotografias comparativas que reproduzem fielmente as imagens originais ao lado de fotos atuais tiradas nos mesmos locais, com os mesmos cartazes (restaurados ou reproduzidos artesanalmente), com o objetivo de evidenciar que as mensagens daquela época ainda são válidas“, descreve-se.

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António José Teixeira e Nicolau Santos trocam argumentos em artigos de opinião

A demissão do diretor de informação da RTP tem sido justificada pelo presidente com os resultados da RTP3. Após uma semana de silêncio, António José Teixeira responde em artigo de opinião.

António José Teixeira respondeu esta quarta-feira, em artigo de opinião publicado no Público, a Nicolau Santos. “Em nome da verdade”, o até à última semana diretor de informação da RTP pretende assim desmontar os argumentos que, segundo o presidente da RTP, levaram à sua demissão e, no essencial, se prendem sobretudo com os resultados da RTP3.

“Se a confiança, a qualidade e a independência não estão em causa, mesmo que todos os dias tenhamos de lutar por elas, parece estar apenas em causa a audiência de um só canal, a RTP3, que se diz continuar a afundar. É falso. E não é uma questão de opinião. É factual”, começa por afirmar, passando de seguida aos resultados. “No presente trimestre está acima do período homólogo de 2024. Em 2024, teve o mesmo share de 2023. Em 2024, os nossos concorrentes diretos perderam audiência, ao contrário da RTP3“.

Ou seja, conclui António José Teixeira, “em resumo, nestes últimos três anos não houve quebra de audiência na RTP3. O rating de 2024 até foi superior ao de 2023. Já agora, as audiências dos principais formatos informativos diários (seja o Telejornal, o Jornal da Tarde ou o Portugal em Direto) ou não diários (Linha da Frente ou A Prova dos Factos) estão a crescer. O mesmo se pode dizer da área de notícias no digital, que teve crescimentos acima dos 30% no ano passado”.

“Estamos satisfeitos? Não”, prossegue o jornalista. “Por isso, há vários anos que alertamos e insistimos na necessidade de renovação dos estúdios, das condições de trabalho na redação, da sua organização e da imagem da informação. Foi por persistente proposta da DI que avançámos há um ano e meio para um projeto ambicioso, intitulado Casa das Notícias, cuja primeira fase se concluirá dentro de pouco mais de dois meses. Foi por nossa iniciativa que se avançou para um novo estúdio de informação no Porto, dois estúdios completamente remodelados em Lisboa, uma nova imagem para a informação e a reformatação do canal de informação, incluindo a sua marca. Porque é preciso fazer mais e melhor, estivemos a trabalhar com todas as áreas da empresa e com o acompanhamento permanente de um vogal da administração da RTP e a assessoria técnica e editorial da EBU”, descreve António José Teixeira.

“Por alguma razão, até agora por explicar, se quis interromper este processo”, conclui o jornalista, que termina o artigo afirmando que “os portugueses precisam de uma RTP livre e independente, que não mude ao sabor de equívocos ou dos ciclos políticos”.

Esta segunda-feira, Nicolau Santos respondeu, também em artigo de opinião no Público a Pedro Adão e Silva, que tutelava a pasta da comunicação social no último Governo de António Costa. “Após a sucessão de ataques de que a RTP foi alvo, vindos diretamente do centro do poder, é um sinal errado exonerar o seu diretor de Informação. As coisas são como são, perante este historial e na ressaca da tomada de posse de um novo Governo, esta substituição deve preocupar todos aqueles que defendem um jornalismo independente e incómodo. Afinal, vislumbra-se na decisão a concretização do desejo de Montenegro de “termos uma comunicação social mais tranquila e não tão ofegante”, escrevia também em artigo de opinião o ex ministro da Cultura, no dia 27 de junho.

Na resposta, e após garantir que “nas mudanças que agora ocorreram na RTP não houve qualquer interferência do poder político”, Nicolau Santos escreve: “Afirmei publicamente, no início de 2024, na Assembleia da República, que alguma coisa teria de ser feita para resolver o seu problema em termos de audiências; repeti-o em meados de 2024 no encontro anual da APDC; e voltei a falar no tema no primeiro trimestre de 2025 durante o encontro da APIT“, para concluir “e o que ocorreu? A RTP3 continuou a cair nas audiências, foi ultrapassada por um canal recém-chegado ao mercado e tornou-se o canal informativo diário que menos interessa aos espectadores portugueses”.

Em 2023, de acordo com dados trabalhados na altura pela Dentsu para o +M, no universo Adultos a RTP3 registou um share de 0,6% e um rating de 0,2%. Já em 2024, no acumulado do ano e também no universo adultos, a audiência média foi de 0,2 e o share de 0,8%. No último trimestre, de abril a junho, o share é de 0,9%, que compara com 0,7% do período homólogo.

De notar que todos os canais de informação crescem neste trimestre. A CNN Portugal passou de 2,5% para 2,7%, a SIC Notícias de 2% para 2,5% e o Now passou de 0,3%, em junho, mês de estreia, para 1,5%.

António José Teixeira, recorde-se, foi demitido da direção de informação da RTP e do cargo de diretor da RTP3 no início da última semana. Pouco depois, soube-se que estava em curso uma reorganização do organograma da empresa, que leva ao fim de 11 direções, e também à saída de Teresa Paixão, até agora diretora da RTP2, Nuno Galopim, diretor da Antena 1, RDP África e RDP Internacional. Entretanto, Vítor Gonçalves será o próximo diretor de informação.

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CEO da SIBS vai liderar associação europeia de pagamentos móveis

  • ECO
  • 2 Julho 2025

Madalena Cascais Tomé foi eleita presidente da EMPSA, associação que reúne 11 sistemas de pagamentos europeus com cerca de 110 milhões de utilizadores.

A CEO da SIBS foi eleita presidente da EMPSA, a associação europeia de pagamentos móveis que reúne 11 sistemas de pagamentos, representando aproximadamente 110 milhões de utilizadores. Madalena Cascais Tomé irá cumprir um mandato de dois anos.

“É com um profundo sentido de responsabilidade que assumo este cargo para liderar a EMPSA no momento crucial que vivemos atualmente”, afirmou a gestora portuguesa em comunicado.

“Juntos podemos ser ainda mais fortes e eficazes na promoção de soluções privadas e da inovação como motores do desenvolvimento dos pagamentos digitais na Europa. O nosso objetivo é ter uma voz ativa no diálogo com as instituições, reguladores e supervisores europeus, e na definição das políticas e dos enquadramentos que irão moldar a liderança da Europa nos pagamentos de retalho”, acrescentou.

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Castro e Almeida lidera integração do TSB no Santander

  • ECO
  • 2 Julho 2025

Gestor português é um dos líderes da equipa que vai executar o processo de integração da instituição britânica que o Santander acabou de comprar ao Sabadell.

Pedro Castro e Almeida, presidente do Santander Portugal e responsável pelas operações na Europa do banco espanhol, foi um dos escolhidos para liderar a equipa que vai executar o processo de integração do banco britânico TSB que foi agora adquirido ao Sabadell por cerca de 3,1 mil milhões de euros.

Além do gestor português, a equipa terá ainda como outros líderes Juan Olaizola e Mike Regnier, com o Santander a destacar a “profunda experiência em integrações bancárias e migrações tecnológicas” deste trio.

Castro e Almeida é administrador não executivo do Santander UK, cargo que assumiu em 2023, quando foi nomeado como responsável máximo pelas operações europeias do grupo espanhol, depois da saída de António Simões.

O Santander é o quarto maior banco no segmento do crédito à habitação no Reino Unido, quota que será reforçada com o TSB, cuja aquisição deverá estar concluída no início do próximo ano.

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