Governo fixa quota mínima de 29% de energia renovável no setor dos transportes até 2030

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Junho 2025

Decreto-lei aprovado em Conselho de Ministros estabelece metas específicas para os setores da indústria e dos transportes.

O Governo definiu que, até 2030, o setor dos transportes deve ter uma quota de energia proveniente de fontes renováveis de, pelo menos, 29%, ou reduzir a intensidade dos gases com efeito de estufa em, pelo menos, 14,5%.

As metas, de acordo com o decreto-lei publicado esta terça-feira em Diário da República, foram definidas mediante o estabelecido na Diretiva 2023/2413, do Parlamento Europeu e do Conselho, que data de 18 de outubro de 2023.

A diretiva europeia em causa indica também que Portugal deve “envidar esforços para aumentar a quota de fontes renováveis na quantidade de fontes de energia utilizadas para objetivos finais energéticos e não energéticos no setor industrial através de um aumento indicativo de, pelo menos, 1,6 pontos percentuais como média anual calculada para os períodos de 2021 a 2025 e de 2026 a 2030”.

Quanto aos biocombustíveis avançados e biogás, as metas definidas são de, pelo menos, 1% em 2025 e 5,5% em 2030, dos quais uma quota de 1 ponto percentual é de combustíveis renováveis de origem não biológica em 2030.

No setor dos transportes marítimos, em particular, a quota de combustíveis renováveis de origem não biológica na quantidade total de energia fornecida deve ser de, pelo menos, 1,2%.

As metas foram definidas no âmbito do quadro regulamentar para o hidrogénio renovável, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com o Executivo a estabelecer um prazo de seis meses para a sua implementação.

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Taxa de poupança das famílias desce ligeiramente para 12,4% no arranque do ano

Despesas de consumo final cresceram a um ritmo superior ao crescimento do rendimento disponível bruto, fazendo recuar a taxa de poupança das famílias de forma ligeira no primeiro trimestre do ano.

As famílias mantiveram praticamente o nível de poupança no arranque do ano. A taxa de poupança decresceu ligeiramente no primeiro trimestre, atingindo os 12,4% do rendimento disponível, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em relação ao final do ano passado, trata-se de uma descida de 0,1 pontos percentuais, quando a taxa de poupança se fixou nos 12,5%, segundo o INE.

Esta evolução reflete o facto de as despesas de consumo final (1,5%) terem aumentado a um ritmo superior ao rendimento bruto disponível (1,3%).

O INE lembra que as variáveis aqui apresentadas estão em termos nominais, ou seja, no caso do consumo final, significa que a evolução também foi influenciada pelo crescimento dos preços. “Em termos reais, o consumo final aumentou 0,9% no ano acabado no primeiro trimestre de 2025”, explica o gabinete de estatísticas.

O rendimento disponível bruto das famílias atingiu os 18,9 mil euros no primeiro trimestre, mais 1,1% em comparação com o trimestre anterior. As remunerações per capita atingiram os 13,2 mil euros, subindo 1,5% face ao trimestre anterior.

O INE destaca ainda o investimento das famílias, que corresponde sobretudo ao investimento em habitação. A Formação Bruta de Capital Fixo aumentou 2,8% nos três primeiros meses do ano, desacelerando em relação ao final do ano passado. A taxa de investimento — medida através do rácio entre a FBCF e o rendimento disponível — fixou-se nos 5,9%, mais 0,1 pontos percentuais do que no trimestre anterior.

(Notícia em atualização)

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Contas públicas arrancam o ano com excedente de 0,8%

Saldo positivo do setor das Administrações Públicas, em percentagem do PIB, fixou-se em 0,8% no ano terminado no primeiro trimestre de 2025, mais 0,1 p.p. que o observado no trimestre anterior.

As contas públicas registaram um excedente de 0,8% no primeiro trimestre do ano, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística. Representa um aumento de 0,1 pontos percentuais face ao trimestre anterior. O saldo apresentado é em contabilidade nacional (ótica de compromisso), ou seja, a que releva para as regras europeias.

“O saldo positivo do setor das Administrações Públicas, em percentagem do PIB, fixou-se em 0,8% no ano terminado no primeiro trimestre de 2025, mais 0,1 p.p. que o observado no trimestre anterior”, escreve o INE. Este excedente resulta “um aumento da receita (1,6%) superior ao aumento da despesa (1,4%)”. Todas as categorias de receita aumentaram, assim como as de despesa, com exceção dos ‘subsídios’.

Em comunicado enviado após serem conhecidos os dados do INE, as Finanças salientam que “este valor reforça a confiança na execução orçamental de 2025, nos objetivos estabelecidos pelo Governo para o saldo orçamental e para a redução da dívida pública este ano”.

A evolução da despesa resultou de um aumento de 1,2% da despesa corrente e de 3,9% da despesa de capital, precisa o INE, acrescentando que “a variação positiva da despesa corrente traduz crescimentos de todas as suas componentes, à exceção dos subsídios (decréscimo de 19,6%), destacando-se o aumento de 3,6% da outra despesa corrente, de 1,9% das despesas com pessoal e de 1,5% dos encargos com juros. Já a despesa corrente primária, que exclui a componente de juros pagos, aumentou 1,1% no ano terminado no primeiro trimestre. E o aumento da despesa de capital resultou do crescimento das duas componentes: a outra despesa de capital aumentou 7,3% e o investimento 3,0%.

Considerando os valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das Administrações Públicas no primeiro trimestre de 2025 atingiu 125 milhões de euros, correspondendo a 0,2% do PIB, o que compara com -0,4% no período homólogo. Face ao mesmo período do ano anterior, verificou-se um aumento de 7,8% da receita e de 6,4% da despesa”, acrescenta.

O INE detalha que, por componentes da despesa, se registou “um crescimento de 5,2% da despesa corrente, em resultado do aumento da outra despesa corrente (18,1%), das despesas com pessoal (8,6%), dos encargos com juros (6%), dos encargos com prestações sociais (5,5%) e do consumo intermédio (5,1%), enquanto os subsídios diminuíram 58,7%. A diminuição dos subsídios está relacionada com o efeito de base devido ao registo, no primeiro trimestre de 2024, da alocação adicional de verbas ao Sistema Elétrico Nacional (SEN) para redução das tarifas de eletricidade, por parte do Fundo Ambiental”. Já a despesa corrente primária, que exclui os juros pagos, aumentou 5,1%.

No capítulo das receitas, o crescimento de 7,2% da receita corrente traduz aumentos em todas as suas componentes, com destaque para a variação de 22,4% na outra receita corrente e de 7,9% e 7,7% na receita com contribuições sociais e vendas, respetivamente. “O crescimento de 44% na receita de capital refletiu, em larga medida, o aumento de receita do Plano de Recuperação e Resiliência”, explica o INE.

“A receita total continuou a subir acima do orçamentado, sobretudo devido ao forte crescimento do IVA, em resultado de uma diminuição significativa dos reembolsos, mas agora também do IRS”, sublinhou o Fórum para a Competitividade na sua última nota de conjuntura. No documento assinado pelo economista Pedro Braz Teixeira era ainda frisado que também a despesa total “está abaixo do projetado (sobretudo nos juros), com exceção da despesa com pessoal”, sendo que o investimento público “também está a crescer menos do que o previsto na meta anual, em especial o referente ao SNS”.

Na comparação do primeiro trimestre de 2024 e de 2025, houve uma melhoria do saldo em contabilidade nacional, aquela que interessa a Bruxelas, mas que é ainda mais expressiva no saldo em contabilidade pública, que é publicado mensalmente pela DGO, numa ótica de caixa e que permite antever a evolução das contas públicas.

Em contabilidade nacional, o saldo das administrações públicas passou de -0,4% do PIB no primeiro trimestre de 2024 para 0,2% no mesmo trimestre de 2025. Uma melhoria que pode ser explicada pelo “valor das injeções de capital e assunção de dívidas no primeiro trimestre deste ano ter sido, na sua totalidade, destinado a entidades do setor das Administrações Públicas, sem impacto no saldo agregado”, explica o INE.

O INE sublinha ainda que, “devido às medidas de pagamento fracionado de impostos, foi feito um ajustamento na receita de impostos sobre a produção e importação no período em que se gerou a obrigação de pagamento”.

Apesar do impulso dado pelo excedente de 0,7% do PIB alcançado em 2024, “em 2025, as medidas de política legisladas em 2024 e as pensões, deverão continuar a pressionar em baixa o desempenho orçamental, somando-se a aceleração na implementação do PRR, com um agravamento previsional de 569 milhões de euros dos encargos com o seu financiamento”, alertou a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), no relatório de abril.

Para o conjunto do ano, o Governo a previsão de registar num excedente de 0,3% do PIB. O cenário internacional é adverso, mas o ministro das Finanças, no Parlamento, na discussão do Programa do Governo, recordou que o Governo da AD “superou as expectativas” no ano passado, ao alcançar um excedente de 0,7%, “mais do triplo que o Governo anterior tinha previsto”. Joaquim Miranda Sarmento rejeita assim acompanhar as várias instituições que acompanham as contas públicas portuguesas que projetam um regresso aos défices orçamentais este ano ou no próximo.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Euribor desce a três meses para menos de 2% e sobe a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 24 Junho 2025

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa tiveram comportamentos diferentes. A Euribor desceu no prazo a três meses, mas subiu a seis e 12 meses.

As Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, tiveram comportamentos diferentes esta terça-feira. A taxa desceu a três meses para menos de 2% e subiu a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses avançou para 2,041%, mais 0,005 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou para 2,110%, mais 0,017 pontos do que na segunda-feira.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses caiu para 1,997%, menos 0,034 pontos.

Em maio, as médias mensais da Euribor voltaram a cair nos três prazos, menos intensamente do que nos meses anteriores e mais fortemente no prazo mais curto (três meses).

A média da Euribor em maio desceu 0,162 pontos para 2,087% a três meses, 0,086 pontos para 2,116% a seis meses e 0,062 pontos para 2,081% a 12 meses.

Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.

Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.

A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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WPP Media reduz previsão do crescimento do investimento publicitário em 2025 para 6%

A revisão da WPP Media traduz uma diminuição de 1,7 pontos percentuais em relação à sua última previsão. O investimento publicitário global em 2025 deve assim cifrar-se 1,08 biliões de dólares.

A WPP Media reviu em baixa as suas previsões em relação à evolução do investimento publicitário global para este ano. Antecipa agora um crescimento do investimento na ordem dos 6%, o que traduz uma diminuição de 1,7 pontos percentuais em relação à sua última previsão, em dezembro de 2024.

Este recuo deve-se às “interrupções no comércio global” e às “contínuas pressões da desglobalização“, que acabam por afetar o investimento feito em publicidade, indica a WPP Media, que substituiu recentemente o GroupM como empresa global de meios. A WPP Media prevê então que a receita global com publicidade atinja os 1,08 biliões de dólares (que compara com os 1,1 biliões anteriormente antecipados) em 2025, e projeta um crescimento de 6,1% para 2026.

A companhia destaca que o digital continua a dominar o ecossistema publicitário, devendo a publicidade puramente digital ser responsável por 73,2% do investimento global em anúncios em 2025. Se incluir algumas extensões digitais como streaming de televisão, digital out-of-home (DOOH) e impressão digital, esta percentagem sobe para 81,6%.

Já o retail media é um dos segmentos com maior crescimento, com a WPP Media a projetar que este atinja os 169,6 mil milhões de dólares a nível global este ano, número que deve crescer para 252,1 mil milhões até 2030, passando a representar 18% de toda a receita publicitária no final da década.

A WPP Media prevê ainda que, em 2025, mais da metade da receita de publicidade conseguida através conteúdos gerados por utilizadores venha de plataformas como TikTok, YouTube, Kuaishou ou Instagram, devendo a receita deste tipo de conteúdos atingir 184,9 mil milhões de dólares este ano. Este número revela um aumento de 20% em relação ao ano passado. A expectativa é que este valor duplique até 2030, altura em que se deverá cifrar em 376,6 mil milhões.

Já a televisão (incluindo streaming) deve crescer este ano de forma conservadora, na ordem de 1%, para 162,5 mil milhões. O streaming em televisão contribui para este bolo com 41,8 mil milhões, prevendo-se que o mesmo cresça para 71,9 mil milhões até 2030.

Enquanto o investimento em publicidade out-of-home (OOH) permanece estável, com o out-of-home digital (DOOH) a representar 41% do mercado de outdoor, avaliado em 52 mil milhões este ano, a publicidade impressa continua em declínio. A previsão é que o investimento publicitário em imprensa caia 3,1% este ano para 45,5 mil milhões.

Já a publicidade em áudio também permanece estável em 26,5 mil milhões de dólares, com o crescimento no streaming a compensar um declínio de 1,7% nos formatos convencionais. O investimento publicitário em search, por seu turno, deve crescer 7,3%, para 226,2 mil milhões este ano.

Entre os maiores mercados publicitários, e em termos de crescimento do investimento, destaca-se o Brasil, que deve crescer na ordem dos 11,9%, seguindo-se a Índia, cujo investimento deve avançar 8,4% este ano.

Com uma previsão de crescimento de 5,6%, os EUA continuam a ser o maior mercado publicitário devendo o investimento alcançar os 404,7 mil milhões de dólares. Entre os maiores mercados, segue-se a China (que deve crescer 6,8% para 221,6 mil milhões) e o Reino Unido (6,5%, para 55 mil milhões).

Embora mais otimista que a WPP Media, também a WARC (World Advertising Research Center), em abril, reviu em baixa as suas previsões em relação à evolução do investimento publicitário a nível global para este ano, apontando para um crescimento global na ordem dos 6,7%, num recuo de quase um ponto percentual em relação às previsões que tinha avançado em novembro de 2024 (7,6%).

A nova análise, que à data ainda não acomodava as tarifas de Donald Trump, evidenciava que o mercado publicitário global pudesse crescer 6,7% este ano, — atingindo os 1,15 biliões — e 6,3% até 2026, o que representa, respetivamente, uma queda de 0,9 e 0,7 pontos percentuais em comparação com as previsões que tinha feito cinco meses antes e que traduz uma perda de quase 20 mil milhões de dólares em dois anos.

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Cessar-fogo em risco. Israel ordena resposta firme após disparo de mísseis pelo Irão

Ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou às Forças Armadas do país que respondessem com firmeza ao que chamou de violação do cessar-fogo por parte do Irão.

Israel concordou com a proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, de cessar-fogo com o Irão, avançou o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, em comunicado, esta terça-feira. Mas o Irão sublinha que não há um acordo formal e o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou às Forças Armadas do país que respondessem com firmeza ao que chamou de violação do cessar-fogo por parte do Irão, depois do disparo de mísseis esta manhã.

Trump, através das redes sociais apelou a ambas as partes para cumprirem o cessar-fogo que teve um efeito de alívio imediato nos mercados com as bolsas em alta, o petróleo em queda, assim como o gás, o ouro e a prata.

Trump afirmou na terça-feira que estava em vigor um cessar-fogo entre Israel e o Irão e apelou a ambos os países para não o violarem. “O CESSAR-FOGO ESTÁ AGORA EM VIGOR. POR FAVOR, NÃO O VIOLEM!”, escreveu em maiúsculas, como é frequente, o Chefe de Estado norte-americano na sua plataforma, Truth Social.

Trump tinha dito anteriormente através da mesma rede social que as tréguas seriam introduzidas gradualmente ao longo de um período de 24 horas, com o Irão a suspender inicialmente todas as operações antes de Israel fazer o mesmo 12 horas depois.

“PARABÉNS A TODOS! Foi plenamente acordado entre Israel e o Irão que haverá um CESSAR-FOGO completo e total (daqui a aproximadamente seis horas, quando Israel e o Irão tiverem acalmado e concluído as suas missões finais em curso!), durante 12 horas, altura em que a guerra será considerada TERMINADA!”, afirmou Trump, na rede social Truth.

Israel começou o dia a “agradecer ao Presidente Trump e aos Estados Unidos pelo seu apoio à defesa e pela sua participação na eliminação da ameaça nuclear iraniana”. Em comunicado, o Governo de Benjamin Nethanyahu sublinhou que foi alcançado o objetivo de eliminar a ameaça nuclear e de mísseis balísticos de Teerão. “Perante o alcance dos objetivos da operação, e em total coordenação com o Presidente Trump, Israel concordou com a proposta do presidente para um cessar-fogo mútuo”, acrescentou o comunicado, citado pela Reuters, que prometia responder com firmeza a qualquer violação do cessar-fogo.

Mas o Irão lançou vagas de mísseis, que, segundo o serviço de ambulâncias israelita, mataram pelo menos quatro pessoas, o que imediatamente foi considerada uma violação do cessar-fogo.

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou às Forças Armadas que respondessem com firmeza ao que chamou de violação do cessar-fogo com Israel por parte do Irão, já que foi detetado o lançamento de mísseis do Irão em direção a Israel. Katz afirmou que as Forças Armadas tinham recebido instruções para realizar operações de alta intensidade contra alvos em Teerão.

O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araqchi, disse que não houve acordo de cessar-fogo formal, mas condicionou a interrupção dos ataques à suspensão das hostilidades israelitas. Num novo post, poucos minutos depois, confirmou que às 4h00 de Teerão iriam aceitar uma trégua. Mas, entretanto, Israel diz que há mísseis iranianos a caminho do seu território.

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Resultado líquido da ADSE cai 16% com gastos das autarquias

  • ECO
  • 24 Junho 2025

Resultado líquido de 134 milhões de euros em 2024 foi o mais baixo em cinco anos, devido à ADSE ter passado a assumir os custos dos cerca de 230 mil funcionários das autarquias.

O resultado líquido da ADSE em 2024 recuou 16,4% face ao ano anterior, para 134,3 milhões de euros, o valor mais baixo em cinco anos, avança o Jornal de Negócios (acesso pago). Segundo o Instituto Público, esta diminuição é “essencialmente explicada” com o facto de a ADSE ter passado a assumir a “responsabilidade financeira pelos cuidados de saúde” de cerca de 230 mil funcionários das autarquias nesse ano.

De acordo com o relatório de atividades da ADSE referente a 2024, essa mudança levou, por um lado, a “um menor rendimento com a receita de reembolsos e capitação“, e, por outro, a “uma maior pressão do lado dos gastos com regime convencionado (+37,5 milhões de euros, ou +8%) e regime livre (+30,3 milhões de euros, ou +17%)”.

Além disso, verificou-se uma quebra de 73% nos proveitos de reembolsos, que estarão relacionados com os custos das autarquias a nível do regime convencionado. Contudo, a receita de descontos de trabalhadores e aposentados, que é de longe a mais significativa, também subiu 8,5%, para 823,5 milhões de euros.

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Private equity apostam em empresas de contabilidade em Portugal

Os investidores de private equity veem no setor da contabilidade uma aposta atrativa, numa altura em que as empresas deste segmento tentam crescer além da via orgânica para se manterem competitivas.

O crescimento das empresas de contabilidade tem sido feito de forma orgânica, à boleia da sua reputação no setor e numa aposta em relações de longo prazo com os clientes. Mas a rápida revolução digital, aumento da concorrência e necessidade de escalar os serviços têm tornado os investimentos externos mais atrativos. Esta necessidade abre a porta a outras entidades, nomeadamente aos investidores de private equity, que veem neste mercado uma oportunidade. É uma realidade nos EUA e na Europa a que Portugal não escapa.

“A área da contabilidade tem sido tradicionalmente caracterizada por estruturas de partnership e por um crescimento orgânico. As empresas têm crescido através de desenvolvimento interno, relações de longo prazo com os clientes e reforço da reputação, em vez de investimentos externos ou aquisições”, refere um estudo publicado pela Accountancy Europe, entidade que representa 49 organizações profissionais de 35 países e que representa um milhão de contabilistas, auditores e consultores na Europa.

No entanto, “a rápida evolução tecnológica, digitalização e aumento da concorrência têm levado as empresas a investirem mais para se tornarem competitivas. Ao mesmo tempo, os private equity têm identificado oportunidades para investir em empresas de contabilidade, atraídos pelas suas receitas recorrentes, fluxos de caixa e potencial de crescimento. Tem havido um aumento notável dos investimentos de private equity em contabilidade nos últimos anos”, indica a análise que abrange o período de 2015 a 2025, notando que esta tendência começou por surgir nos EUA, mas “rapidamente se estendeu para o Reino Unido e para a Europa”, nomeadamente para Portugal. É, hoje, um dos temas quentes neste setor.

“Esta tendência já existe em Portugal, havendo fundos de capital com participações consideráveis em sociedades de contabilidade e consultoria fiscal”, afirma fonte oficial da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) ao EContas, explicando que o “International Ethics Standards Board for Accountants (IESBA) tem vindo a analisar com bastante atenção a crescente influência do private equity nas firmas de contabilidade, especialmente no que diz respeito à independência, integridade e objetividade dos profissionais da contabilidade”.

"Esta tendência já existe em Portugal, havendo fundos de capital com participações consideráveis em sociedades de contabilidade e consultoria fiscal.”

Fonte oficial da Ordem dos Contabilistas Certificados

“A temática tem ganhado destaque à medida que fundos de investimento adquirem participações significativas em firmas de auditoria ou contabilidade, criando potenciais ameaças à ética e à independência profissional”, continua a mesma fonte, apontando para as “pressões comerciais para maximizar retornos, que podem conflituar com a obrigação de agir no interesse público, interferência na governação das sociedades, podendo comprometer decisões éticas, e conflitos de interesse, caso o investidor tenha interesses noutras entidades auditadas pela firma”.

Hugo Salgueiro, CEO da DFK, defende que “existe um movimento internacional de consolidação mas em Portugal ainda não tem uma grande escala”. E acrescenta que se deve ter cuidado com insinuações sobre eventual falta de ética e independência. “Discordo completamente dessa afirmação de que o capital de private equity possa comprometer a ética e a independência, nomeadamente na auditoria. O grau de independência de um auditor é diferente do de um contabilista, e não é um private equity que vai alterar essa independência. Há modelos de governance robustos”, afirma o responsável. O líder da DFK pede que não se confunda o capital e a gestão, sobretudo em áreas como a auditoria: “a auditoria é altamente regulada e a gestão executiva tem de ser assegurada por auditores. Um private equity não sabe gerir um negócio de auditoria, nem quer”.

"Os negócios de private equity [na contabilidade] passaram de ser 10 a 20 anualmente antes de 2022 para mais de 100 transações em 2023 e perto de 200 em 2024.”

Estudo da Accountancy Europe

A OCC reconhece, ainda assim, que a entrada de investidores de private equity pode trazer vantagens estratégicas e operacionais, nomeadamente o “acesso a capital para investimento em talento e tecnologia, profissionalização da gestão, crescimento rápido e escalável, aceleração da digitalização de processos e aumento da rede de contactos”. Esses são também pontos que a DFK, que tem a Explorer como um dos acionistas, salienta. “A presença de mais capital, nomeadamente de private equity, permite concentrações e o investimento, e o ganho de dimensão acaba até por ser incentivado pelo regulador, a CMVM, que cada vez tem regras mais apertadas, o que até já devia ter acontecido há mais tempo. Com essas exigências, ao nível do investimento, da formação, por exemplo, muitas entidades mais pequenas corriam o risco de desaparecer, e a concentração combate esse fenómeno”, defende Hugo Salgueiro.

Regulação dificulta aposta na auditoria

Se, por um lado, está a crescer o interesse dos investidores de private equity no setor da contabilidade, os constrangimentos regulatórios fazem com que seja mais difícil investir na auditoria, indica o estudo da Accountancy Europe. “As regras europeias obrigam que as empresas de auditoria sejam detidas na sua maioria por auditores qualificados”, refere, fazendo com que “cerca de 60% dos negócios dos private equity seja com empresas de contabilidade, fiscalidade e consultoria, enquanto 40% envolvem empresas com serviços de auditoria”.

"Os negócios de private equity [na contabilidade] passaram de ser 10 a 20 anualmente antes de 2022 para mais de 100 transações em 2023 e perto de 200 em 2024.”

Estudo da Accountancy Europe

Ainda assim, observa-se um crescimento em ambas as áreas. Enquanto antes de 2022 havia, anualmente, entre 10 a 20 negócios dos private equity no setor da contabilidade, em 2023 esse número foi superior a 100 e cresceu para perto de 200 no ano passado. Na auditoria, e apesar das limitações impostas pela regulação, também há um aumento. A mesma análise revela que os investimentos triplicaram em 2023 e quadruplicaram em 2024, o que “mostra um aumento do interesse apesar dos constrangimentos da legislação”.

Recentemente, em conversa com o ECO, José Carmo, CEO e cofundador da consultora de auditoria C. (antiga Carmo e Cerqueira), revelou ter sido abordado por estas entidades. “Há fundos, como a Explorer, a tentar comprar sociedades de revisores. Já vieram falar connosco para nos tentarem adquirir”, além de terem sido também abordados por algumas das “Big Four”, disse. Mas “não temos interesse em caminhar para aí. Uma coisa é integrar uma estrutura de auditoria, uma PwC ou uma EY, [outra coisa é integrar uma estrutura liderada por um fundo]. Não temos essa ambição”.

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Transparência salarial em 2026: está preparado para o reporte salarial?

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  • 24 Junho 2025

Em 2026, a transparência salarial passa a ser uma obrigação legal. As empresas terão de gerir o reporte salarial e ajustar os modelos internos para responder às novas exigências.

Num contexto empresarial cada vez mais atento à equidade, a União Europeia aprovou, em 2023, a Diretiva da Transparência Salarial, que visa reforçar a igualdade de remuneração por trabalho igual ou de igual valor e reduzir disparidades. Os Estados-Membros terão de transpor estas normas para a legislação nacional até junho de 2026, data a partir da qual as empresas com mais de 100 colaboradores terão de divulgar bandas salariais, garantir o acesso a critérios de remuneração e reportar as diferenças salariais entre géneros.

Em síntese:

  • A diretiva está integrada na Estratégia Europeia para a Igualdade de Género 2020 -2025 e obriga ao reporte da diferença salarial entre géneros;
  • Segundo o Global Gender Gap Report 2025, do World Economic Forum (WEF), são necessários 123 anos para atingir a paridade de género. Em Portugal, o gender pay gap é de 10%.
  • A aplicação da Diretiva dependerá da transposição para a lei nacional, cabendo às empresas cumprir as regras locais e manter coerência nas suas políticas globais.

A diretiva estabelece novas obrigações para reforçar a transparência salarial. No recrutamento, as empresas terão de divulgar as bandas salariais e deixar de solicitar o histórico salarial dos candidatos. Os colaboradores terão o direito de consultar o seu nível salarial, os níveis salariais médios por género e os critérios utilizados na definição da remuneração e da progressão. Impõe-se, ainda, o reporte da diferença salarial entre géneros, com frequência ajustada à dimensão da empresa. Diferenças superiores a 5%, sem justificação objetiva e neutra em termos de género, obrigam a uma avaliação salarial conjunta com representantes dos trabalhadores. A diretiva prevê sanções, compensação aos colaboradores discriminados e inversão do ónus da prova em caso de incumprimento.

Cláudia Gomes, Senior Consultant EY, People Consulting

Para garantir a conformidade e reforçar o modelo organizacional, as Empresas deverão atuar em quatro pilares:

1) Rever a arquitetura de funções

Rever a arquitetura de funções através da identificação e descrição das funções, da revisão da estrutura e dos níveis organizacionais e da avaliação objetiva das funções com base em fatores e subfatores, para comparar trabalho igual ou de igual valor.

2) Analisar a igualdade salarial e identificar gaps

Analisar as diferenças salariais através da sistematização do registo remuneratório e na desagregação por género, grupo profissional, categoria e nível. Calcula-se a remuneração média para cada grupo comparável, considerando a remuneração base e variável, com normalização prévia dos componentes salariais. Verifica-se as disparidades entre homens e mulheres e, em casos de gaps superiores a 5% sem justificação objetiva — com base no mérito, mobilidade, antiguidade ou desempenho — avança-se com o joint pay assessment e um conjunto de medidas corretivas.

3) Alinhar políticas e práticas de gestão de talento e compensação

Alinhar as políticas e práticas de gestão de talento e compensação através da definição de requisitos objectivos, da estruturação de sistemas de remuneração e compensação para cada função, bem como princípios orientadores para progressão e mobilidade.

4) Definir a estratégia de transparência e comunicação

Preparar o plano para disponibilizar a informação salarial e os critérios de remuneração implica estruturar o reporte e a consulta nos termos legais e definir métricas e formatos de comunicação. Promover a capacitação de líderes e equipas e implementar um plano de comunicação que promova uma cultura mais diversa e inclusiva.

O impulso para maior equidade pretende contribuir para reduzir disparidades, apoiar a atração e retenção de talento e reforçar a confiança nas organizações. Ao mesmo tempo, introduz novas dinâmicas na gestão e maior atenção à gestão das expetativas, às relações internas e à motivação das equipas. A transparência é uma variável de gestão que deve ser integrada de forma consistente na cultura da empresa, na forma de reconhecer o desempenho e na comunicação com as equipas.

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Há mais 42 mil utentes sem médico de família no espaço de um ano

  • ECO
  • 24 Junho 2025

Das 585 vagas abertas em abril, para a colocação de médicos recém-formados em medicina geral e familiar, só 231 foram preenchidas.

O número de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sem médico de família aumentou em maio para um total de 1.644.807 pessoas. São mais 11.106 pessoas sem médico, em relação ao mês anterior, e mais 42.230 em comparação com maio de 2024, revela o Correio da Manhã (acesso pago)

Assim, a percentagem de utentes sem médico atribuído face ao total de inscritos aumentou de 15,27% em abril, para 15,55% no último mês, segundo os dados do Registo Nacional de Utentes. Este aumento do número de utentes sem médico de família deve-se, sobretudo, à subida do número de inscritos no SNS, devido ao saldo migratório positivo.

A situação agrava-se já que das 585 vagas abertas em abril, para a colocação de médicos recém-formados em medicina geral e familiar, só 231 foram preenchidas, avança o Público (acesso condicionado), que revela os resultados de mais um concurso nacional para a colocação de médicos. Ou seja, só 39% tiveram interessados e não é garantido que fiquem todas preenchidas. Só depois de terminarem os prazos para a assinatura dos contratos será possível saber.

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Hoje nas notícias: Saúde, ADSE e Defesa

  • ECO
  • 24 Junho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Desde maio do ano passado, mais 42 mil utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ficaram sem médico de família, elevando o total para mais de 1,64 milhões de pessoas. O resultado líquido da ADSE recuou 16,4% em 2024 face ao ano anterior, para 134,3 milhões de euros. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Mais 42 mil utentes sem médico de família no espaço de um ano

O número de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sem médico de família aumentou em maio para um total de 1.644.807 pessoas. São mais 11.106 pessoas sem médico, em relação ao mês anterior, e mais 42.230 em comparação com maio de 2024. Assim, a percentagem de utentes sem médico atribuído face ao total de inscritos aumentou de 15,27% em abril, para 15,55% no último mês, segundo os dados do Registo Nacional de Utentes. Este aumento do número de utentes sem médico de família deve-se, sobretudo, à subida do número de inscritos no SNS, devido ao saldo migratório positivo.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Resultado líquido da ADSE cai 16% com gastos das autarquias

O resultado líquido da ADSE em 2024, ano em que assumiu os custos dos cuidados de saúde dos trabalhadores das autarquias, recuou 16,4% face ao ano anterior, para 134,3 milhões de euros — o mais baixo em cinco anos. Segundo o Instituto Público, este decréscimo é “essencialmente explicado” com o facto de a ADSE ter passado a assumir os custos de cerca de 230 mil funcionários dos municípios, o que reduziu algumas receitas e contribuiu para um aumento dos gastos que foi especialmente expressivo no regime livre (17%).

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Julgamento da Operação Marquês em risco de ser adiado

A juíza Susana Seca, presidente do coletivo que irá julgar os arguidos da Operação Marquês, terá de tomar uma decisão determinante para o futuro do processo até 3 de julho: ou aceita a sugestão da juíza de instrução para juntar o “mini-caso” em que José Sócrates e Carlos Santos Silva foram pronunciados por três crimes de branqueamento de capitais, ou segue com o julgamento “maior” sem qualquer alteração. Se seguir com o primeiro cenário, terá de dar um prazo às defesas do antigo primeiro-ministro e do seu amigo para contestarem a nova acusação. Tendo em conta que o processo é urgente e de especial complexidade, esse prazo é de 50 dias e não se suspende durante as férias judiciais, o que adia o início do julgamento para setembro ou outubro.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Conselho Orçamental Europeu avisa que “flexibilidade na Defesa não deve ser atalho para um orçamento expansionista”

Os responsáveis do Conselho Orçamental Europeu (COE) alertam, no relatório anual do organismo, que os governos — principalmente dos países com níveis de dívida já elevados — devem ser “prudentes” na forma como usam a exceção às regras orçamentais concedida pela Comissão Europeia para o reforço do investimento em Defesa. As simulações feitas “sugerem que aumentos da despesa com Defesa financiados por dívida podem levar a um agravamento significativo dos rácios da dívida pública no PIB no médio e longo prazo”, avisa o COE. Por isso, pede que se comecem já a preparar para um futuro em que as despesas com defesa se mantêm elevadas, mas as exceções às regras europeias deixam de existir. “A flexibilidade na Defesa não deve ser atalho para um orçamento expansionista”, afirmou, citado num comunicado, o presidente do COE, Pieter Hasekamp.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

“Não precisamos de uma bomba nuclear”, diz embaixador do Irão

O embaixador do Irão em Lisboa diz-se surpreendido com o ataque dos Estados Unidos contra três instalações nucleares do seu país. “Antes de Biden, [Donald Trump] disse que nunca deixaria que tal catástrofe acontecesse em Gaza, mas parece que não tem razão e está à procura de novas aventuras”, afirma Majid Tafreshi, em entrevista à Renascença. O diplomata refuta que Teerão esteja próximo de produzir armas nucleares: “O Irão não precisa de uma arma desse tipo. Se quiséssemos, poderíamos tê-la, mas, como disse o nosso líder, não a podemos usar contra ninguém, porque não há proporcionalidade nem há necessidade.”

Leia a entrevista completa na Rádio Renascença (acesso livre)

 

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Ormuz, o Estreito pelo qual Portugal lutou, está no centro das atenções dos mercados

O Estreito que vê passar 20% do petróleo mundial, e que o Irão poderá bloquear, foi no século XVI conquistado por Portugal por razão semelhante - como rota comercial (no caso, de especiarias).

Foi longa e complexa a relação de Portugal com Ormuz, desde a invasão inicial (falhada) liderada por Afonso de Albuquerque em 1507, passando pela tomada da cidade em 1515 até à queda frente aos persas (aliados aos nossos supostos aliados ingleses) em 1622. Mas o objetivo foi sempre claro, controlar o estreito que partilha o nome com a cidade, para dessa forma controlar um crucial ponto de passagem do comércio entre a Índia e a Europa através do Golfo Pérsico.

Se há 518 anos era o transporte das valiosas especiarias e outros produtos exóticos da Índia que motivava guerras entre portugueses e otomanos, hoje é o petróleo do Golfo Pérsico que torna o Estreito de Ormuz num local crucial na escalada de mais uma guerra no Médio Oriente. A 13 de junho, Israel iniciou bombardeamentos de vários locais do programa nuclear iraniano, este sábado à noite os EUA juntaram-se, também bombardeando o mesmo tipo de alvo.

O Irão retaliou esta segunda-feira, disparando mísseis para a base militar de Al Udeid, sede regional do comando central dos EUA, onde trabalham cerca de 9.000 cidadãos norte-americanos. Nos mercados, os preços do Brent afundaram quase 7%. Reação inesperada para uma escalada de conflito? Sim, mas com uma nuance. O alívio nos mercados, que poderá ser temporário, veio da ideia que a retaliação do Irão vai cingir-se a alvos militares e não ao bloqueio do Estreito de Ormuz.

Mesmo que haja margem para que alguns fluxos sejam desviados, um bloqueio efetivo do Estreito de Ormuz levaria a uma mudança dramática nas perspetivas para o petróleo, empurrando o mercado para um profundo défice.

Analistas do ING

Nota de research de 23 de junho de 2025

A primeira reação do Irão aos ataques norte-americanos foi a aprovação pelo parlamento do bloqueio do estreito que separa o Golfo Pérsico do Golfo do Omã e o resto do mundo. A decisão carece ainda do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional. Não é certo que Teerão quererá mesmo seguir este caminho, mas a mera opção está a provocar nervosismo nos mercados.

Porquê? Com 33 quilómetros de largura no ponto mais estreito, uma rota marítima de apenas 3 quilómetros de largura em cada direção, o estreito é vulnerável a ataques. E estes teriam certamente impacto no mercado petrolífero e na economia global, pois cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo passa pelo estreito.

Desde o início de 2022 e o mês passado, entre 17,8 milhões e 20,8 milhões de barris de petróleo bruto, condensado e combustíveis passaram pelo estreito diariamente, segundo dados da empresa de análise Vortexa.

“Sensibilidade particular”

“Pode haver uma sensibilidade particular nos mercados de energia se o acesso ao Estreito de Ormuz for interrompido, dada a sua importância como rota de transporte de petróleo”, alertaram os analistas do LLoyds Bank, numa nota.

Segundo a Reuters, pelo menos dois superpetroleiros fizeram inversões de marcha perto do Estreito de Ormuz após os ataques militares dos EUA ao Irão, de acordo com dados de rastreamento de navios, já que mais de uma semana de violência na região levou as embarcações a acelerar, pausar ou alterar as suas rotas.

O bloqueio, que o Irão poderia executar com a colocação de minas ou ataques ou captura de navios no Golfo, um método que já utilizou em várias ocasiões no passado, poderá obrigar a desvios de rotas, mas não sem consequências. “Mesmo que haja margem para que alguns fluxos sejam desviados, um bloqueio efetivo do Estreito de Ormuz levaria a uma mudança dramática nas perspetivas para o petróleo, empurrando o mercado para um profundo défice”, referiram os analistas do banco de investimento neerlandês ING.

Além disso, “a capacidade de produção excedente da OPEP não ajudaria nesta situação, uma vez que a maior parte dela se encontra no Golfo Pérsico, portanto, esses fluxos também teriam de passar pelo Estreito de Ormuz”, destacam ainda os analistas do ING, notando também que que embora os preços mais altos do petróleo levem a um aumento na atividade de perfuração nos EUA, levará tempo para que esse fornecimento adicional chegue ao mercado. “E os volumes não serão suficientes para compensar as perdas no Estreito de Ormuz”.

Em caso de bloqueio bem-sucedido, esperaríamos ver o Brent sendo negociado a até 120 dólares no curto prazo“, uma previsão que compara com os atuais 70,47 dólares. “Uma interrupção prolongada (até ao final de 2025) levaria, provavelmente, os preços a serem negociados acima de 150 dólares, atingindo novos recordes”, concluíram.

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