Centeno fora da corrida a Belém. “Não vou ser candidato à Presidência da República”

Governador do banco central garante estar empenhado em cumprir o mandato até ao fim e exclui-se da corrida à Presidência da República.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, anunciou esta quarta-feira que não irá candidatar-se à Presidência da República em 2026. O responsável do supervisor bancário colocou assim fim ao tabu sobre se entrava na corrida a Belém para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa, após meses a ser apontado como um dos putativos candidatos.

Não vou ser candidato à Presidência da República. Não vou apresentar nenhuma candidatura à Presidência da República. Não está no meu horizonte que isso aconteça”, afirmou Mário Centeno, no programa “Grande Entrevista” da RTP3.

Mário Centeno afirmou que a decisão foi “muito amadurecida”, “pessoal” e tomada dentro do seu “círculo pessoal, da família” e daquilo que é visão “pessoal e profissional” de si mesmo e do que quer fazer no futuro. Questionado sobre se informou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, o responsável do Banco de Portugal afirmou que comunicou a decisão “a um conjunto de pessoas” com as quais tem falado.

Não vou ser candidato à Presidência da República. Não vou apresentar nenhuma candidatura à Presidência da República. Não está no meu horizonte que isso aconteça.

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

Esta decisão é a minha decisão face a todo o ciclo das presidenciais“, garantiu, quando questionado sobre a decisão se poderia alterar em julho, data em que termina o primeiro mandato à frente do regulador.

O ex-ministro das Finanças surgiu na sondagem mais recente como o terceiro “protocandidato” com maior potencial de voto (43%). Apesar de ainda não ter anunciado a candidatura às eleições presidenciais do próximo ano, Gouveia e Melo lidera a sondagem da Pitagórica para a TSF/Jornal de Notícias/TVI/CNN Portugal, divulgada esta semana. Entre os possíveis nomes ligados ao PS, Centeno tem a melhor prestação (32%) numa hipotética segunda volta frente a Gouveia e Melo (51%), empatando com Pedro Passos Coelho e vencendo Marques Mendes.

Mário Centeno considerou que existe “uma projeção na sociedade portuguesa” daquilo que é a sua função como governador e do cargo anterior de ministro das Finanças, no governo de António Costa. “São sondagens. Não quero nem sobre nem subvalorizá-las. São apenas isso, sondagens”, disse.

Obviamente fico satisfeito que haja uma avaliação com eco na população daquilo que tem sido o desempenho das minhas funções. Isso agrada-me, mas é só isso“, admitiu. No entanto, garante que “não foi um momento que tenha procurado” e que nunca fez focus grupos sobre o tema.

Garantiu assim que o seu foco é completar o mandato à frente do Banco de Portugal e reiterou a disponibilidade para um segundo mandato, uma decisão que será tomada pelo Governo de Luís Montenegro, com quem mantém uma relação tensa. “Nunca desempenhei as minhas funções para passar com dez. O foco é esse. A minha expectativa é irrelevante para o tema. Não está nas minhas mãos“, disse.

Nunca desempenhei as minhas funções para passar com dez. O foco é esse.

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

Em novembro, Mário Centeno deixou a porta entreaberta a uma candidatura. “As mudanças acontecem, por vezes são inesperadas, noutras vezes são expectáveis”, respondeu numa conferência da CNN, quando questionado sobre o assunto, acrescentando: “Não temo a mudança, mas estou muito focado no meu trabalho, e a minha resposta é sempre a mesma: estou sempre focado no que estou a fazer no momento.”

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, considerou, em outubro, que Mário Centeno seria um “bom candidato”, sendo um “nome com grande qualidade política, com uma grande relação com as pessoas“. Porém, apontou António José Seguro, António Vitorino ou Ana Gomes como outros “bons” nomes.

(Notícia atualizada às 00h12 do dia 16 de janeiro com mais informação)

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Função de consultor do Banco de Portugal “é situação temporária, não é de carreira”, diz Centeno

Governador do Banco de Portugal garante que a instituição é transparente. Consultores são "pessoas que estiveram na administração" do banco central, tendo "funções compatíveis com a sua experiência".

O governador do Banco de Portugal defendeu esta quarta-feira que a instituição se pauta pela transparência e que os consultores da administração têm funções e tarefas atribuídas que justificam o seu vencimento. A posição de Mário Centeno foi transmitida durante uma entrevista na RTP3, na qual recordou que a função de consultoria é temporária.

Têm apenas acesso trabalhadores inseridos na função de direção. Quando deixam de ser membros da administração regressam a função de diretor. A função de consultor é uma situação temporária, não é de carreira“, afirmou o responsável do supervisor bancário quando questionado sobre o tema.

Em causa está a polémica sobre quais os critérios que regem o número de consultores do Banco de Portugal e como é definido o seu vencimento. Mário Centeno prometeu mais esclarecimentos na audição parlamentar na qual será ouvido na próxima semana.

Não há nada que se passe no Banco de Portugal que não seja totalmente transparente”, garantiu. Segundo o governador, “todos os trabalhadores do Banco de Portugal, incluindo os consultores têm funções e tarefas atribuídas que justificam o seu vencimento” e detalhou que “não há uma tabela salarial para os consultores do Banco de Portugal”.

Centeno recordou que os consultores são “pessoas que estiveram na administração” do banco central, tendo “funções compatíveis com a sua experiência”.

O rastilho da polémica sobre os consultores do regulador acendeu-se com o anúncio de Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal até setembro de 2024, para secretário-geral do Governo. Após a desistência da função que não chegou a assumir, o quadro do supervisor manteve-se na instituição com o estatuto de ‘consultor’ – em termos formais, é diretor — até ser nomeado administrador da Valora, empresa detida pelo BdP e que imprime as notas.

A prática da nomeação de ‘consultores’ da Administração não é nova e não é exclusiva do mandato de Mário Centeno ou de Carlos Costa, o anterior governador. Quando um quadro do BdP abandona o Conselho de Administração ou regressa ao banco central após ter sido destacado para altos cargos – como ministro das Finanças ou para a administração de outros reguladores -, tradicionalmente passa a exercer as funções de ‘consultor’.

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PRR

Governo açoriano teve conduta “danosa” na reabilitação de 40 moradias do PRR

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2025

O tribunal indica que Governo açoriano não seguiu disposições legais que levariam a procedimentos concursais abertos à concorrência que poderiam levar a uma despesa inferior à realizada"

O Governo dos Açores teve uma conduta “danosa” no processo de reabilitação de 40 moradias em São Miguel previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), violando os deveres de “boa gestão”, concluiu o Tribunal de Contas (TdC).

Numa auditoria, a que a agência Lusa teve acesso, o TdC visa a atuação da vice-presidência e da direção da Habitação do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) nos “procedimentos por ajuste direto e por ajuste direto simplificado” nos contratos de reabilitação de 40 habitações na ilha de São Miguel.

“A conduta da vice-presidência do Governo Regional e da direção regional da Habitação revelou-se danosa para os interesses da região autónoma, ao promoverem o recurso a procedimentos por ajuste direto, sem seguirem as disposições legais que levariam a procedimentos concursais abertos à concorrência que poderiam levar a uma despesa inferior à realizada”, defende o tribunal.

Os quatro procedimentos foram adjudicados entre 18 de outubro de 17 de novembro de 2021, sendo o total do preço base das intervenções superior a 294 mil euros.

De acordo com o TdC, face ao investimento envolvido, “deveria ter sido promovida a realização de, pelo menos, um concurso público, eventualmente dividido em lotes”.

“Não se demonstrou que foi garantido o melhor preço do mercado, uma vez que o convite a contratar dirigiu-se a apenas um empreiteiro em cada procedimento”, lê-se no relatório.

Os juízes consideram que o diretor regional da Habitação, Daniel Pavão, “deveria ter informado o vice-presidente do Governo da necessidade de ser promovido, pelo menos, um concurso público” face ao montante das intervenções.

O TdC também alerta que o diretor regional autorizou contratações no “montante superior ao limite até ao qual é legalmente competente para autorizar despesas”.

“A conduta do responsável [diretor regional da Habitação], representada na ausência de adoção de outros procedimentos, traduz a violação dos deveres objetivos de cuidado na boa gestão e utilização dos dinheiros públicos que sobre ele recaía, sendo-lhe exigível um comportamento diferente”, sublinha o tribunal.

Na auditoria, realizada após uma denúncia, a direção regional da Habitação justifica os procedimentos com a “necessidade urgente de conclusão das obras” para cumprir as metas do PRR, mas o TdC esclarece que aquele departamento governamental não solicitou a prorrogação dos prazos.

“Além de não ter sido solicitada a prorrogação do prazo para a execução da meta, a impossibilidade de prorrogação do prazo acima referida é contrariada pelo previsto nos contratos de financiamento com o beneficiário intermediário e com o beneficiário final”, lê-se no documento.

Apesar de a conduta ser passível de responsabilidade sancionatória, o TdC recomenda apenas à direção regional da Habitação a “implementação de mecanismos de controlo que visem assegurar a escolha dos procedimentos pré-contratuais adequados”.

“Com o acatamento da recomendação formulada, o TdC espera impactos positivos no cumprimento da legalidade e da regularidade e melhoria da gestão financeira pública, da transparência e da responsabilidade”, conclui o tribunal.

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Seguradoras vão pagar mais que esperado pelos incêndios de LA. Analistas apontam para 30 mil milhões de dólares

  • ECO Seguros
  • 15 Janeiro 2025

Analistas afirmam que o setor segurador consegue absorver os danos devido à diversificação dos riscos e à capacidade de aceder ao mercado global de resseguros.

Os incêndios florestais em Los Angeles deverão provocar perdas seguradas acima dos 30 mil milhões de dólares, o que conduziu a um impacto negativo, mas controlável, nos perfis de crédito das seguradoras, de acordo com analistas da Morningstar DBRS, citado pelo Reinsurance News.

Com mais de 12.000 estruturas destruídas, esses incêndios podem se tornar os mais custosos da história dos Estados Unidos, porque estar a afetar uma área de propriedades de elevado valor.

Especialistas em seguros e resseguros, como o BMS Group e a KBW, estimam que as perdas seguradas variem entre 25 mil milhões de dólares e 40 mil milhões, respetivamente. Embora o impacto seja significativo, os analistas afirmam que o setor segurador consegue absorver os danos devido à diversificação dos riscos e à capacidade de aceder ao mercado global de resseguros.

No entanto, os incêndios intensificaram a crise no mercado de seguros habitação na Califórnia, onde grandes seguradoras já deixaram de emitir novas apólices por questões de custo e risco.

Outro desafio diz respeito ao aumento dos custos de resseguro, que dificulta ainda mais a operação das seguradoras. Os analistas apontam a necessidade de intervenções regulatórias, incluindo a implementação de preços baseados em riscos reais, para evitar a saída de mais seguradoras do mercado. Sem isso, planos como o Fair Plan, criado para atender propriedades de alto risco, tornar-se-ão insustentáveis, pressionando ainda mais os preços e prejudicando os proprietários.

A restauração de um ambiente de precificação saudável e a viabilidade económica das apólices são fundamentais para atender tanto aos proprietários regulares quanto às propriedades de alto risco. Sem mudanças significativas, a cobertura de seguros pode se tornar cada vez mais inacessível, afetando não apenas os valores imobiliários, mas também a resiliência económica da região frente a desastres naturais.

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IA é usado para combater queixas recusadas pelas seguradoras de saúde

  • ECO Seguros
  • 15 Janeiro 2025

AltitudeCreate otimiza recursos financeiros e humanos. Ainda que surja no meio da maré de críticas ao setor segurador nos EUA, CEO garante que produto estava em desenvolvimento há mais de seis meses.

A empresa de pagamentos de cuidados de saúde Waystar anunciou esta segunda-feira uma nova ferramenta que usa inteligência artificial (IA) para redigir automaticamente cartas de reclamação a recursas de seguros, avançou a CNBC.

A empresa considera que a nova solução, denominada de AltitudeCreate, pode ajudar os prestadores de saúde a reduzir os custos do processo e poupá-los de procurar contratos e registos complexos para montar as cartas manualmente. Segundo o grupo Premier, os hospitais e sistemas de saúde gastam quase 20 milhões de dólares por ano a tentar anular pedidos recusados.

“Pensamos que se conseguirmos desenvolver um software que melhore a vida das pessoas num momento stressante em que estão a receber cuidados de saúde, então estamos a fazer algo de bom”, disse Matt Hawkins, CEO da Waystar, à CNBC.

Hawkins disse que, embora tenha havido muita discussão em torno das recusas de reclamações recentemente, o AltitudeCreate está a ser desenvolvido na Waystar nos últimos seis a oito meses. A empresa anunciou uma parceria centrada na IA com a Google Cloud em maio e a automatização das respostas às recusas de reclamações foi um dos 12 casos de utilização que as empresas planearam explorar.

O AltitudeCreate é uma ferramenta disponível em um conjunto mais amplo de ofertas de IA da Waystar chamado AltitudeAI, que a empresa também revelou na segunda-feira. O AltitudeCreate foi lançado para organizações que já estão a utilizar os módulos de software de gestão de rejeição de pedidos e reclamação da Waystar no início deste mês, sem nenhum custo adicional, disse a empresa.

A Waystar planeia tornar a funcionalidade mais amplamente disponível no futuro.

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FC Porto perdeu 50 milhões de euros em comissões e cinco milhões em bilhética

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2025

O clube ficou a perder em comissões acima dos referenciais da FIFA, irregularidades na venda de bilhetes para jogos do FC Porto aos Super Dragões, despesas "não elegíveis" e muito mais.

O FC Porto perdeu 50 milhões de euros em comissões acima dos referenciais da FIFA ou dos padrões de mercado associadas a transferências de futebolistas na última década, segundo a auditoria forense publicada esta quarta-feira pelo clube.

Na análise feita pela consultora Deloitte às 879 transações dos ‘dragões’ nas dez épocas anteriores, entre 2014/15 e 2023/24, foi contabilizado um montante total de 158 milhões de euros em comissões acordadas, havendo maior contribuição das saídas (46%), entradas (37%) e renovações (16%), contra uma representação ínfima dos empréstimos e das rescisões.

A existência de 27% de saídas e 61% de entradas com valores de comissões acima dos referenciais levou a 38,4 milhões de euros de comissões em excesso, enquanto 95% das renovações analisadas superaram o limite de 3% do salário bruto, totalizando 11,5 milhões de euros de excessos.

O documento enviado à Lusa com as sínteses das conclusões da auditoria diz ainda que metade das comissões (80 milhões de euros) foram atribuídas a apenas oito agentes, com 35% concentrado nos três principais intermediários – a Gestifute, de Jorge Mendes, a PP Sports e a N1 Carreiras Desportivas, ambas de Pedro Pinho, e a Bertolucci Assessoria.

Houve também 16 mandatos de exclusividade concedidos a cinco agentes, alguns dos quais sobre os atletas mais valiosos do plantel, restringindo a liberdade de negociação.

Aprofundando a análise de 55 transferências auditadas, 51 não tinham documentação de suporte, tais como relatórios de prospeção ou justificações para contratação, e 41 apresentaram comissões acima dos referenciais, sendo ainda identificados pagamentos de comissões pendentes relativos a 23 atletas, num total de 15,8 milhões de euros em incumprimentos.

Além das transações de futebolistas, a auditoria forense revelou irregularidades na venda de bilhetes para jogos do FC Porto aos Super Dragões, uma das claques, e às casas do clube, estimando perdas de 5,1 milhões de euros em 2017/18, 2018/19, 2021/22, 2022/23 e 2023/24.

Os Super Dragões averbaram dívidas de 2 milhões de euros em relação a ingressos não restituídos ao FC Porto e uma perda de 1,45 milhões de euros em faturas não elegíveis à luz do protocolo, tendo utilizado de forma indevida recursos do clube para pagarem viagens pessoais a membros e familiares da direção da claque rumo a destinos onde não existiam jogos dos ‘dragões’.

Ainda sob a esfera daquele grupo organizado de adeptos, que deixou de ser liderado em 2024 por Fernando Madureira, um dos arguidos na Operação Pretoriano, eram atribuídos com regularidade descontos não autorizados aplicados sobre o valor facial dos bilhetes vendidos para os jogos do Estádio do Dragão, resultando numa perda de 850 mil euros.

Já o impacto financeiro da oferta indevida de ingressos consumada pelos Super Dragões aquando de partidas com grande relevância comercial de bilheteira cifrou-se nos 340 mil euros.

Diversas casas do FC Porto também atuaram na venda de bilhetes sem fornecer dados legais obrigatórios, causando perdas de 81 mil euros, abaixo dos 110 mil resultantes do excesso de ingressos comercializados face à bolsa média permitida, restringida a 2.500.

A última área de gestão analisada denunciou 3,6 milhões de euros de despesas de representação não elegíveis em consonância com o regulamento interno da SAD, mas que foram usufruídas por anteriores administrações da sociedade gestora do futebol profissional dos ‘dragões’.

As 10 temporadas investigadas pela Deloitte reportam ao período em que Pinto da Costa liderou o clube e a SAD, cargos que deixou de exercer em 2024 ao fim de 42 e 27 anos depois, respetivamente, após ter sido derrotado por André Villas-Boas nas eleições mais participadas da história portista, com o antigo treinador a prometer uma auditoria forense.

“A auditoria forense revelou fragilidades e irregularidades sérias na gestão do clube nos últimos anos, com decisões e comportamentos que causaram impactos financeiros e reputacionais muito significativos”, lamentou o FC Porto, num dia em que os associados tiveram acesso prioritário ao documento através do portal da transparência dos ‘dragões’.

O processo iniciou-se em maio de 2024, aquando da tomada de posse dos novos corpos sociais da SAD, e começou por atentar nas “principais irregularidades” decorrentes das últimas duas épocas, antes de a “relevância das evidências encontradas e a necessidade de avaliar tendências históricas” levar ao aprofundamento da análise a partir de 2014/15.

“As atuais administração e equipa de gestão têm o compromisso de adotar as medidas necessárias para minimizar ou mitigar os impactos negativos, procurar o ressarcimento sempre que tal for possível, e prosseguir a colaboração com a justiça nos processos em curso”, finalizou.

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Funcionários públicos sentem aumentos salariais a partir de fevereiro. Novas tabelas de IRS aplicadas já neste mês

Salários de janeiro já foram processados, pelo que ainda não refletem aumentos promulgados há poucos dias. Salários de fevereiro vão, por isso, não só trazer reforço, como retroativos.

Os salários de janeiro dos funcionários públicos ainda não vão refletir os aumentos acordados entre Governo e os sindicatos. Fonte oficial do Ministério das Finanças disse ao ECO que os vencimentos deste mês já foram processados, pelo que os reforços serão sentidos a partir de fevereiro, com efeitos retroativos ao início do ano. Ainda assim, os funcionários públicos sentirão já neste mês de janeiro o efeito das novas tabelas de retenção na fonte de IRS.

“As novas tabelas de retenção do IRS serão aplicadas já aos vencimentos de janeiro da Administração Pública. Relativamente à atualização salarial, que decorre do Acordo de Valorização Plurianual da Administração Pública, considerando que o decreto-lei aguarda ainda publicação e que os vencimentos deste mês já foram processados, esta será aplicada aos vencimentos de fevereiro, com efeito retroativo a janeiro”, adiantou o gabinete de Joaquim Miranda Sarmento, numa resposta enviada esta quarta-feira ao ECO.

O acordo firmado entre o Governo e duas das estruturas sindicais que representam os funcionários públicos prevê a subida da base remuneratório do Estado — isto é, do “salário mínimo” da Função Pública — de 821,83 euros para 878,41 euros. Ou seja, fica 8,41 euros acima do salário mínimo nacional em termos brutos.

Essa será a regra para 2025. No entanto, como em fevereiro serão pagos retroativos relativos ao arranque do ano, esses funcionários receberão não com um reforço de 56,58 euros brutos face a 2024, mas de 113,16 euros. Já em março, a situação será normalizada, pelo que serão pagos os tais 878,41 euros mensais brutos.

Para os demais funcionários públicos, ficou previsto que os vencimentos até 2.630 euros terão um incremento de 57,58 euros, enquanto os ordenados superiores têm um aumento de 2,15%.

Mais uma vez, em fevereiro, como serão pagos retroativos, o reforço efetivamente sentido por estes trabalhadores será a dobrar, sendo os pagamentos “normalizados” a partir de março.

Por outro lado, no que diz respeito ao IRS, o Governo atualizou as tabelas de retenção na fonte de modo a refletir a subida do salário nacional (de 820 euros para 870 euros), as alterações feitas aos escalões de IRS e a subida do mínimo de existência.

As novas tabelas foram publicadas no início deste mês, a tempo do processamento dos salários no privado e também no público, de acordo com a resposta enviada esta tarde ao ECO. Tal significa que para vários funcionários haverá um aumento do rendimento líquido já a partir deste mês. As simulações feitas pela EY para o ECO mostram que há mesmo quem veja o ordenado líquido subir 23 euros com as novas tabelas.

(Notícia atualizada às 19h44)

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Na nova campanha da Goldenergy até um papagaio canta

  • + M
  • 15 Janeiro 2025

“O papagaio cantor” é a assinatura da nova campanha idealizada pelo departamento criativo interno e produzida pela Bonzi. O planeamento de meios é da Nova Expressão.

Visando refletir a facilidade com que se pode contratar ou mudar para a Goldenergy, a marca mostra através de uma nova campanha multimeios que contratar um serviço de energia pode mesmo ser “um processo simples, sem riscos, sem problemas e sem complicações”.

No spot, após consumidora mulher concluir ao telefone um processo de contratação de energia para a sua casa com a Goldenergy — algo que “é tão simples que o consegue fazer enquanto aquece uma chávena de café no micro -ondas da sua cozinha — o alarme começa a tocar de uma forma diferente, colocando toda a casa a cantar, incluindo até o papagaio.

Com esta publicidade, queremos transmitir a nossa atitude vital, positiva e confiante. Trazer leveza, mas também uma seriedade descontraída ao nosso serviço de fornecimento de eletricidade 100% verde, oferecendo o melhor atendimento possível e um preço justo“, diz Miguel Checa, CEO da Goldenergy, citado em comunicado.

Sílvia Pinto, marketing manager da Goldenergy, reforça aquela que é a “mensagem principal” do anúncio. “Com o passar dos anos, verificámos que muitos clientes vêm pelo preço, mas o motivo para ficarem é o nosso atendimento próximo, simples, eficiente e empático. Por isso, quisemos refletir essa premissa na nossa campanha e acrescentámos um pouco de música para dar um toque mais Goldenergy, mantendo o humor e o surrealismo intrínsecos ao tom da marca“, explica.

“Atribuímos uma enorme importância à componente musical, uma vez que, nesta campanha em particular, a mensagem está diretamente na letra da canção, o que lhe confere ainda mais relevância”, acrescenta.

“O papagaio cantor” é a assinatura da nova campanha idealizada pelo departamento criativo interno e produzida pela Bonzi. Com presença em televisão, rádio, cinema, Spotify e redes sociais, o planeamento de meios da campanha ficou a cargo da Nova Expressão.

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Maioria está otimista com o regresso de Trump. Europa com ansiedade generalizada

Uma Europa “ansiosa” e o resto do mundo “otimista”. É desta forma que é encarado o regresso de Trump como Presidente dos EUA, que toma posse na próxima segunda-feira.

Trump regressa à Casa Branca na próxima segunda-feira, 20 de janeiro, como 47º presidente dos Estados Unidos. Na Europa, a ansiedade é generalizada (e as últimas declarações do futuro presidente em nada têm contribuído para apaziguar as tensões) mas, em muitos outros países, as pessoas sentem-se positivas em relação ao segundo mandato de Trump.

As conclusões surgem numa sondagem realizada pelo European Council on Foreign Relations (ECFR) realizada em novembro de 2024 em 11 países da União Europeia (Bulgária, Dinamarca, Estónia, França, Alemanha, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, Roménia, Espanha), na Rússia, Suíça, Turquia, Ucrânia e Reino Unido e oito países não europeus (Brasil, China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul e Estados Unidos). Ao todo, foram ouvidos 28.549 inquiridos com o objetivo de medir o pulso da opinião pública global em relação a Donald Trump e aos próximos tempos da política mundial.

De acordo com os resultados, a maioria dos cidadãos de Índia, China, Turquia e Brasil estão otimistas quanto ao regresso de Donald Trump ao poder. Nestas nações, um retorno de Trump à Casa Branca será “positivo” tanto para a paz no mundo como para o seu país e para os cidadãos norte-americanos. Esta opinião é especialmente evidente na Índia, onde a satisfação com Trump supera a de todos os participantes no inquérito: 82% dos inquiridos consideram que o regresso de Trump é “bom” para a paz no mundo; 84% consideram-no bom para o “seu país”; e 85% “bom” para os cidadãos norte-americanos.

Na África do Sul, Turquia, Indonésia, Ucrânia e Suíça, embora a maioria dos inquiridos não seja clara quanto ao impacto que um regresso de Trump poderá ter para o próprio país, a maioria dos cidadãos diz-se otimista em relação ao impacto que o futuro presidente norte-americano terá na paz no mundo e mesmo no próprio povo norte-americano.

No entanto, os especialistas da ECFR consideram que o acolhimento de Trump nestes países pode mudar rapidamente, se as ameaças em relação às políticas tarifárias se materializarem — ou se as promessas que fez em relação à resolução dos conflitos no Médio Oriente ou na Europa ficarem aquém do expectável.

Em contrapartida, em 11 países da União Europeia (sendo Portugal um deles), apenas 29% dos inquiridos pensam que o regresso de Trump será bom para a paz no mundo. A percentagem encolhe mais um bocado quando a questão é se Trump na Casa Branca será “bom” para o seu país (22%), mas volta a subir ligeiramente quando questionados sobre se será bom para os cidadãos norte-americanos (34%).

Só na Coreia do Sul (67%) e no Reino Unido (54%) é que o pessimismo é superior, com apenas 11% e 15%, respetivamente, a prever um efeito positivo no regresso de Donald Trump à Casa Branca.

Hoje, apenas 22% dos europeus diz ver os EUA como um aliado — um valor significativamente inferior ao registado há dois anos (31%) e que corresponde a menos de metade da percentagem de americanos que consideram a UE um aliado (45%). De facto, o número de americanos que veem a UE como um aliado manteve-se estável e a percentagem dos que a consideram um parceiro necessário até aumentou, de 24% para 32%.

Influência dos EUA deverá aumentar… tal como a da China

Com o regresso de Trump, os inquiridos consideram que a influência dos Estados Unidos no mundo deverá aumentar. Mas não ao ponto disso resultar num domínio global.

A opinião predominante, em todos os públicos inquiridos, é que os EUA terão “mais” influência global nos próximos dez anos. Porém, a ideia de um domínio dos EUA não é amplamente partilhada, nem reflexo de que a América se tornará “grande de novo”, como o futuro presidente tem prometido. A expectativa é de que a China seja tão ou mais competitiva.

Para a maioria dos inquiridos da China (81%), Rússia (77%), Arábia Saudita (71%), Turquia (68%), Indonésia (68%), África do Sul (67%), Suíça (59%), Brasil (56%), UE (55%) e Reino Unido (52%), a China irá tornar-se na potência mais forte do mundo nos próximos 20 anos.

Apenas na Ucrânia e na Coreia do Sul existem maiorias que consideram esse resultado “improvável” – com 86% e 68%, respetivamente; já a opinião pública na Índia (45%) e nos EUA (41%) está dividida quanto a este ponto.

Presidente dos EUA, Donald J. Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, numa cerimónia de boas-vindas no Grande Salão do Povo em Pequim, China, 2017.EPA/ROMAN PILIPEY

Quanto à relação entre os dois países, a maioria dos americanos acredita que as relações do seu país com a China se manterão inalteradas (22%) ou melhorarão (37%) efetivamente nos próximos cinco anos — altura em que Donald Trump já estaria fora da Casa Branca, desta vez para não voltar, devido a limitação constitucional.

Na China, o otimismo não é tão visível. Apenas 25% dos inquiridos prevê uma melhoria nas relações entre os dois países, com 29% a acreditar num enfraquecimento.

No entanto, a maioria dos chineses (44%) e americanos (42%) admite ser mais provável que as tensões entre Pequim e Washington diminuam assim que Trump regressar à Casa Branca. Nesta questão, e olhando para o bloco que se encontra entre os dois países, o otimismo da UE é refletido em apenas 25% das respostas.

Maioria antecipa fim dos conflitos no Médio Oriente e Ucrânia com Trump

Acabar com a guerra na Ucrânia “em 24 horas” foi uma das promessas eleitorais de Trump. Não se sabe ao certo quando é que isso será, mas o presidente norte-americano já indicou que está focado em agendar uma reunião com Vladimir Putin, assim que tomar posse.

Além de ter prometido resolver o conflito na Ucrânia, Trump também prometeu dar resposta ao conflito no Médio Oriente, tendo o próprio deixado a ameaça de que “o inferno vai rebentar” se os reféns israelitas do Hamas não forem libertados nos próximos dias. Precisamente esta quarta-feira, foi anunciado um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, com Trump a reclamar para si os louros, apesar de ainda não ter tomado posse.

Na maioria dos países inquiridos, a maior parte da opinião pública considera que Trump é um pacificador.

Muitos — especialmente na Índia (65%), Arábia Saudita (62%), Rússia (61%), China (60%), África do Sul (53%) e nos próprios EUA (52%) — acreditam que o presidente conseguirá pôr termo à guerra na Ucrânia, que se aproxima do seu terceiro ano.

No entanto, menos pessoas partilham esta opinião na Europa. Apenas 34% acredita que Trump é um pacificador, e 26% diz mesmo ser pouco provável que o conflito entre Kiev e Moscovo seja resolvido graças ao inquilino da Casa Branca. No que toca à resolução das tensões no Médio Oriente, a perceção dos inquiridos é, de forma geral, muito semelhante.

A maioria dos inquiridos dos 24 países atribui culpas à Rússia pelo início da guerra, com 25% dos russos a apontar dedos a ambos os lados e 24% somente à Ucrânia. Ainda assim, a grande maioria prevê que o resultado final do conflito chegue com os dois países a chegarem a um acordo.

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Carlos Rodrigues assume liderança editorial da revista Sábado

  • + M
  • 15 Janeiro 2025

"A Sábado é uma marca fortíssima e prestigiada, que vai encontrar o seu espaço multiplataforma. Esse é o desafio e o grande objetivo dos próximos tempos", diz Carlos Rodrigues.

Carlos Rodrigues, diretor-geral editorial do grupo Medialivre, assume agora também a liderança editorial da revista Sábado, numa altura em que o grupo vai “iniciar uma nova fase de afirmação” deste projeto.

Esta fase “passará pelo desenvolvimento mais célere da sua vertente multiplataforma, em papel, no digital e na televisão, assente numa equipa com provas dadas na relevância e pertinência da informação, com o espírito de liberdade e independência que caracteriza o Grupo Medialivre”, refere-se em nota de imprensa.

“A Sábado é uma marca fortíssima e prestigiada, que vai encontrar o seu espaço multiplataforma. Esse é o desafio e o grande objetivo dos próximos tempos”, diz Carlos Rodrigues, citado em comunicado.

Nuno Tiago Pinto, jornalista que era até agora diretor da publicação, cessa esta quarta-feira as suas funções. “A Medialivre agradece todo o profissionalismo e entusiasmo dedicado ao longo dos últimos anos a este título de referência”, lê-se em nota de imprensa.

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Universidade do Minho lidera pedidos de patentes em Portugal. Seguem-se Aveiro e Lisboa

Entre os 29 registos de patentes da Universidade do Minho constam inovações nas áreas de medicina, biotecnologia, condução autónoma, fabricação, produção e construção.

Universidade do MinhoUMinho

A Universidade do Minho anuncia, esta quarta-feira, que é a instituição nacional com mais pedidos de “famílias de patentes” (29), seguida das universidades de Aveiro e de Lisboa (ambas com 28 famílias de patentes), de acordo com o “Barómetro Inventa 2024 – Patentes Made in Portugal” divulgado pela consultora Inventa International.

“Os resultados reforçam o papel da UMinho como um dos principais motores de inovação em Portugal, bem como a sua ligação ao tecido económico-social”, assinala a academia minhota num comunicado. Entre os 29 registos desta universidade constam inovações nas áreas de medicina, biotecnologia, condução autónoma, fabricação, produção e construção, detalha o estabelecimento de Ensino Superior.

Depois da Universidade do Minho, este ranking destaca as universidades de Aveiro, de Lisboa (ambas com 28 famílias de patentes) e de Coimbra (25), o Raiz – Instituto de investigação da Floresta e do Papel (23), a Universidade do Porto (20) e a multinacional alemã Bosch (19). Esta empresa mantém, há mais de uma década, uma intensa colaboração em projetos de I&D&I com a UMinho.

“A maioria dos pedidos de patentes nacionais foi efetuada por instituições de ensino superior, 90% das quais com ligação às regiões Norte, Centro e Lisboa”, revela o relatório segundo a instituição minhota.

Os resultados reforçam o papel da UMinho como um dos principais motores de inovação em Portugal, bem como a sua ligação ao tecido económico-social.

Universidade do Minho

“Entre 2012 e 2022, Portugal cresceu 1,7% ao ano nos pedidos de patente, sendo que a nível internacional cresceu mais do dobro nesse período (de 420 para 1019 pedidos)”, destaca. A UMinho assinala ainda que, no contexto europeu, o país subiu da 23ª para a 18ª posição no ranking de patentes numa década, “graças ao aumento do investimento em I&D e ao apoio técnico e financeiro de programas como o Portugal 2020 e o Compete”.

Apesar deste sucesso nacional, a Inventa International avisa que “Portugal ainda enfrenta o desafio de se aproximar das economias líderes na Europa, como Alemanha e França”.

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Israel e Hamas acordam cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2025

Acordo promete a libertação de dezenas de reféns israelitas mantidos pelo Hamas, a libertação de centenas de prisioneiros palestinianos em Israel e que pessoas deslocadas em Gaza voltem para casa.

Israel e Hamas aceitaram esta quarta-feira um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza que prevê também a libertação de reféns, indicaram fontes próximas das negociações às agências noticiosas France-Presse (AFP) e Associated Press (AP), que citam mediadores.

O acordo, que acontece após semanas de negociações meticulosas na capital do Qatar, promete a libertação de dezenas de reféns israelitas mantidos pelo Hamas em várias fases, a libertação de centenas de prisioneiros palestinianos em Israel e permitirá que centenas de milhares de pessoas deslocadas em Gaza regressem ao que resta das suas casas.

Também permitirá a entrada da ajuda humanitária muito necessária na Faixa de Gaza.

O acordo põe, para já, fim a uma devastadora guerra de 15 meses na Faixa de Gaza e aumenta a possibilidade de acabar com os combates mais mortais e destrutivos entre as duas partes.

O acordo ainda precisa ser aprovado pelo Gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, mas deve entrar em vigor nos próximos dias.

Espera-se que o acordo forneça uma interrupção inicial de seis semanas nos combates, que deve ser acompanhada pela abertura de negociações para encerrar a guerra por completo.

Ao longo de seis semanas, 33 dos quase 100 reféns ainda em mãos do Hamas serão libertados após meses em cativeiro sem contacto com o mundo exterior, embora não esteja claro se todos estão vivos.

Por esclarecer está ainda quando e quantos palestinianos deslocados poderão regressar ao que resta das suas casas e se o acordo levará ao fim completo da guerra e à retirada total das tropas israelitas de Gaza – as principais exigências do Hamas para libertar os restantes refém em cativeiro.

Muitas questões de longo prazo sobre Gaza no pós-guerra permanecem, incluindo quem governará o território ou supervisionará a difícil tarefa de reconstrução.

Ainda assim, o anúncio de um cessar-fogo oferece o primeiro sinal de esperança em meses de que Israel e o Hamas podem pôr fim à guerra mais mortal e destrutiva que já travaram, um conflito que desestabilizou o Oriente Médio em geral e desencadeou protestos em todo o mundo.

O Hamas desencadeou a guerra após atacar Israel a 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 israelitas e sequestrando cerca de 250.

Israel respondeu com uma ofensiva que matou mais de 46.000 palestinianos, de acordo com as autoridades de saúde locais, controladas pelo Hamas, e forçou a deslocação de cerca de 90% da população de Gaza, desencadeando uma crise humanitária.

Mais de 100 reféns foram libertados de Gaza numa trégua de uma semana em novembro de 2023.

Israel frisa que há cláusulas do acordo de cessar-fogo em Gaza não fechadas

O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou esperar concluir esta noite o acordo de cessar-fogo em Gaza, frisando que ainda há cláusulas por fechar.

“Perante a posição firme do primeiro-ministro Netanyahu, o [movimento islamita palestiniano] Hamas recuou na sua exigência de última hora para alterar a distribuição de forças no Corredor de Filadélfia”, refere o comunicado.

O chamado Corredor de Filadélfia é uma zona tampão desmilitarizada de 14 quilómetros de comprimento e 100 metros de largura, que se estende ao longo de toda a fronteira entre o Egito e Gaza.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, defendeu esta quarta-feira que o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza seja seguido de negociações para alcançar uma cessação permanente das hostilidades.

Mesmo antes do secretário de Estado norte-americano, reagir à informação, o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu às redes sociais para chamar a si o sucesso das negociações, referindo que o Governo de Israel e o Hamas chegaram a um acordo sobre a libertação dos reféns israelitas, que será publicado “em breve”.

(Notícia atualizada às 18h53 com mais informação)

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