Sindicato diz que serviços mínimos quase anulam direito à greve na easyJet na Madeira

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

O sindicato sinalizou também a “novidade” dos serviços mínimos a partir de Faro, algo que não tinha acontecido nas últimas três greves na easyJet.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) considerou esta segunda-feira que os serviços mínimos decretados pelo Governo para a greve de tripulantes de cabine da easyJet, esta semana, quase anulam o direito à greve no arquipélago.

É como se anulassem o nosso direito à greve para o arquipélago da Madeira, uma vez que quase todas as ligações para lá estão a ser asseguradas pelos serviços mínimos e não conseguimos compreender assim tão bem, dada toda a oferta disponibilizada por outras companhias também para o arquipélago da Madeira”, disse à Lusa Ana Dias, do SNPVAC.

O Governo decretou serviços mínimos para a greve de três dias de tripulantes de cabine da easyJet, entre quinta-feira e sábado, que asseguram ligações à Madeira, Genebra, Luxemburgo e Londres, a partir de Lisboa, Porto e Faro, após falta de acordo entre empresa e sindicato. O SNPVAC sinalizou também a “novidade” dos serviços mínimos a partir de Faro, algo que não tinha acontecido nas últimas três greves na easyJet.

“Por exemplo, para Londres [partida de Faro] havia alternativas, só no primeiro dia de greve, havia 19 ligações de outras companhias, e para o arquipélago da Madeira também havia outras alternativas, obviamente que as taxas de ocupação já não são as melhores, neste momento, mas ainda havia muitas alternativas”, realçou a sindicalista.

Ainda assim, à exceção destas duas questões, o sindicato considerou que os restantes serviços mínimos são “razoáveis”, tendo em conta a proposta que a easyJet tinha feito, que considerou “completamente desproporcional”. Segundo o SNPVAC, a companhia aérea tinha pedido que os serviços mínimos assegurassem 124 voos, dos 144 que ainda não tinham sido cancelados.

[A companhia aérea] estava a pedir 86% daqueles voos; tendo em conta esses números, achamos que houve aqui alguma razoabilidade, porque nem um terço dos voos foram dados como serviços mínimos”, apontou Ana Dias. O sindicato entendia que não deviam ser decretados serviços mínimos, alegando que o único caso em que é colocada em causa a coesão territorial é na ligação à ilha da Madeira, que é assegurada por outras companhias aéreas.

O sindicato disse ainda que a easyJet cancelou mais voos nas últimas horas, além dos 164 cancelamentos feitos após a entrega do pré-aviso de greve, num total de 308 voos que estavam marcados para os dias da greve, que o SNPVAC já tinha comunicado.

“Aqueles voos que não foram considerados serviços mínimos, para dar um exemplo, no Porto, já não existem, no primeiro dia de greve já só existem serviços mínimos”, apontou a responsável sindical, considerando que esta posição da empresa demonstra que sabia que vai haver “uma adesão massiva” à paralisação e prefere cancelar os voos para não causar mais transtorno aos passageiros no próprio dia.

Segundo o pré-aviso de greve enviado pelo sindicato ao Ministério do Trabalho e à companhia aérea, a que a Lusa teve acesso, a paralisação tem início às 00:01 do dia 15 de agosto e fim às 24:00 de dia 17, para “todos os voos realizados pela easyJet, bem como para os demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos”, em território nacional.

O sindicato diz que os trabalhadores estão insatisfeitos com o “contínuo e cada vez mais acentuado desrespeito pela sua dignidade profissional”, com os problemas de falta de estabilidade de escalas, com o tratamento discriminatório relativamente aos pilotos nas compensações dadas no âmbito da disrupção de verão, com a insuficiência de pessoal em todos os departamentos relevantes, ou com a pressão para fazer horas extraordinárias.

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Governo autoriza contratação de 570 oficiais de justiça. Tribunais vão ser reequipados

O ministro das Finanças já autorizou a contratação de 570 oficiais de justiça. Ministra avança que estão a rever o estatuto destes profissionais e conta ter boas notícias em breve.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, anunciou esta segunda-feira, na inauguração da Feira de Artesanato da Pampilhosa da Serra, que já foi autorizada a contratação de 570 Oficiais de Justiça por parte do ministro das Finanças. O Governo vai ainda distribuir novos equipamentos informáticos por todos os tribunais do país.

“Tenho a enorme satisfação de poder anunciar aqui na Pampilhosa da Serra, que acabo de saber que o senhor ministro de Estado e das Finanças autorizou a contratação de 570 oficiais de justiça. Vamos poder, assim, dar início ao processo de contratação de quase 600 novos profissionais, sem os quais nenhum tribunal consegue funcionar. Ao mesmo tempo, estamos a rever o estatuto destes profissionais e contamos ter boas notícias nos próximos meses“, avançou a titular da pasta da Justiça.

Rita Alarcão Júdice considera que ter mais pessoas a trabalhar nos tribunais, “pessoas motivadas”, é uma “condição essencial” para que a celeridade da Justiça “deixe de ser apenas uma vontade para ser cada vez mais uma realidade”.

Outra das novidades anunciadas pela ministra foi a distribuição de equipamento informático por todos os tribunais do país. “Queremos reformar a Justiça. Mas de nada valem grandes planos, grandes mudanças, se no dia-a-dia o computador não funciona, a impressora não imprime, ou há ninguém para atender o telefone”, disse.

Assim, Rita Alarcão Júdice avançou que o Governo vai instalar em todos os tribunais do País novos equipamentos de videoconferência, novos sistemas de áudio e novos telefones, que vão permitir maior capacidade nas comunicações. Os novos equipamentos são financiados pelo PRR, os concursos de fornecimento estão concluídos e o visto do Tribunal de Contas foi concedido.

“O trabalho de casa já está a ser feito pelo Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça e pela Direção Geral da Administração da Justiça – as configurações, a etiquetagem e formação, para que, já a partir de setembro e até ao final do ano, estas infraestruturas estejam ao serviço da Justiça“, acrescentou.

Sobre a Agenda Anticorrupção, Rita Alarcão Júdice recordou que termina esta segunda-feira a sua consulta pública. “Em cerca de 60 dias de consulta pública, recebemos mais de duas dezenas de contributos, sobretudo de cidadãos, advogados, juristas e associações“, avançou.

As medidas da agenda anticorrupção foram dadas as conhecer no dia 20 de junho, após terem sido aprovadas em Conselho de Ministros. Regulamentar o lóbi, ter atenção às autarquias e a sua relação com empresas locais, voltar a pôr na agenda a delação premiada, reforçando o seu alcance, criar uma “lista negra” de fornecedores do Estado e recorrer mais vezes aos advogados do Estado e menos a sociedades de advogados são algumas das medidas incluídas na agenda.

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Morreu o antigo presidente da SATA António Luís Teixeira

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

António Luís Teixeira encontrava-se a realizar sozinho a travessia entre as ilhas de São Miguel e Santa Maria, a bordo de um veleiro, quando foi resgatado ao final do dia pela Força Aérea.

O gestor e antigo presidente do grupo de aviação açoriano SATA António Luís Teixeira morreu no domingo de doença súbita, aos 58 anos, confirmou esta segunda-feira fonte próxima da família à agência Lusa.

A fonte adiantou que António Luís Teixeira encontrava-se a realizar sozinho a travessia entre as ilhas de São Miguel e Santa Maria, a bordo de um veleiro, quando foi resgatado ao final do dia pela Força Aérea e transportado para o hospital privado da ilha de São Miguel. O gestor foi presidente do grupo de aviação SATA entre julho de 2018 e novembro de 2019.

António Luís Teixeira foi ainda membro da equipa liderada pela EDA (elétrica açoriana) e Somague, no processo de privatização da Electra, S.A., empresa de produção, transporte, distribuição e comercialização de energia e água em Cabo Verde. O antigo presidente do grupo de aviação SATA iniciou a carreira profissional como monitor do Departamento de Economia e Gestão da Universidade dos Açores, onde se licenciou em Organização e Gestão de Empresas.

Foi formador em diversas escolas profissionais da região e desempenhou também funções de membro da Comissão Executiva e vogal do INOVA – Instituto de Inovação Tecnológica dos Açores, diretor empresarial da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada e administrador da EDA, onde assumiu diversos cargos de administração e de gerência em empresas participadas, nomeadamente na Globaleda, na Sogeo, na Geoterceira, na SEGMA e na EEG.

Atualmente estava ligado à gestão do recém-inaugurado hotel do grupo Hilton na cidade da Lagoa, em São Miguel.

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Exportações de vinhos portugueses sobem 8,5% em volume e 1,25% em valor até junho

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

Os principais mercados de exportações, em valor, foram os França (53,4 milhões de euros), EUA (50,1 milhões de euros) e Brasil (38,9 milhões de euros).

As exportações de vinhos cresceram 8,58% em volume e 1,25% em valor no primeiro semestre face ao mesmo período de 2023, segundo a ViniPortugal, que lamenta a diminuição do preço por litro e atribui ao excesso de stock. No primeiro semestre de 2024, foram exportados 171,5 milhões de litros no valor de 452,4 milhões de euros, sendo o preço médio de 2,64 euros por litro.

Em comunicado, a ViniPortugal afirmou que, “apesar do aumento expressivo em volume, o mesmo não foi acompanhado por um crescimento proporcional no que toca ao valor”, resultando numa diminuição homóloga do valor do preço médio em 6,52%. Segundo a associação, tal “reflete a pressão dos stocks que se faz sentir no setor vitivinícola global”.

Citado no comunicado, o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão, considerou importante o aumento das exportações em volume, desde logo porque acontece “numa altura em que o setor vitivinícola se depara com um excesso de stock nas adegas” e porque significa que os vinhos portugueses são procurados nos mercados internacionais demonstrando “competitividade, resiliência e qualidade”.

Contudo, afirmou, o setor continua “a ter um desafio no que toca ao preço médio, que se reduziu em vez de aumentar”. Quanto aos mercados de exportação, em valor os principais são França (53,4 milhões de euros), Estados Unidos da América (50,1 milhões de euros) e Brasil (38,9 milhões de euros). Por volume, França mantém a posição de liderança (17,5 milhões de litros), seguida de Espanha (16,4 milhões de litros) e Angola (15,3 milhões de litros).

Em julho, em entrevista à Lusa, o presidente da ViniPortugal disse que o setor do vinho quer, em 2030, atingir exportações de 1.200 milhões de euros e crescer no preço médio para 3,19 euros por litro, para “garantir a sustentabilidade económica”. Frederico Falcão defendeu ainda a agilização de verbas para financiar a promoção do vinho português e disse que o setor se está a debater com problemas de excesso de stock.

Para combater o excedente de vinho nas adegas, a ViniPortugal defendeu medidas, como já anunciadas a nível europeu, para destilar algum do vinho em excesso, cujo álcool será usado em outros fins. Em 2023 houve uma redução de consumo de vinho em termos nacionais e mundiais. Em Portugal, a vindima também foi maior do que o normal em 2023 e o mesmo a ViniPortugal prevê para este ano, devido à reestruturação da vinha que a tornou mais produtiva.

Na semana passada, o ministro da Agricultura disse que os 15 milhões de euros de verbas comunitárias atribuídos a Portugal para a destilação de crise são “um paliativo” para ajudar a resolver o problema dos elevados stocks de vinho. José Manuel Fernandes considerou que foi por falta de “proatividade” que se chegou até “um ponto [em que] não há onde meter o vinho”, sendo necessária uma nova destilação de crise.

Ao apoio de 15 milhões de euros da Comissão Europeia destinado à destilação de crise em Portugal, cuja portaria do Governo foi publicada na semana passada em Diário da República, o ministro disse que há que adicionar para a Região Demarcada do Douro 3,5 milhões de euros provenientes de saldos de gerência do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

Também na semana passada, o governante disse que não quer “andar a pôr as regiões umas contra as outras” devido ao preço por litro da destilação do vinho”, mas que a produção de vinho é diferente entre regiões, em resposta a críticas sobre o preço aplicado à destilação do vinho. A ViniPortugal agrupa associações e organizações do setor do vinho e tem como missão a promoção dos vinhos portugueses.

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Portugueses só “são sensíveis” a aposta nos atletas durante os Jogos Olímpicos, sugere Marcelo

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

"Não sei se os portugueses, daqui por uns meses, quando tiver passado o entusiasmo dos Jogos Olímpicos, são tão entusiásticos assim na ideia de reforçar substancialmente", diz o Presidente.

O Presidente da República considerou esta segunda-feira que na altura dos Jogos Olímpicos os portugueses “são muito sensíveis” a uma maior aposta financeira na preparação dos atletas, mas daqui a uns meses talvez não sejam “tão entusiásticos”.

“A questão é a seguinte, os portugueses em geral, na altura dos Jogos Olímpicos, são muito sensíveis à ideia de que era preciso fazer uma aposta financeira mais forte e uma aposta organizativa mais forte na preparação dos Jogos Olímpicos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Em declarações à SIC Notícias em Monte Gordo (Algarve), onde está de férias, o chefe de Estado assinalou que o tempo de preparação foi menor do que é habitual e que houve um “esforço muito grande”, que “tem muito mérito de José Manuel Constantino”, o presidente do Comité Olímpico de Portugal, que morreu no domingo.

“Os resultados obtidos atingiram as metas, mas pode-se fazer mais, pode-se fazer melhor, implica mais dinheiro, implica uma aposta mais funda. Eu não sei se os portugueses, daqui por uns meses, quando tiver passado o entusiasmo dos Jogos Olímpicos, são tão entusiásticos assim na ideia de reforçar substancialmente, como fazem outros países que gastaram fortunas, verdadeiramente fortunas, até países com dimensões próximas da nossa, para poderem ter resultados políticos”, defendeu. Marcelo Rebelo de Sousa considerou que os resultados “são desportivos, mas são políticos”.

“É uma aposta como outra qualquer, eu penso que entra-se um novo ciclo, com um novo líder, esperemos com a garra e a força de José Manuel Constantino, e vamos ver se isso tem como resultado, numas olimpíadas difíceis vão ser as americanas – porque o nível está a subir, e os asiáticos estão a subir, e portanto, de repente, é mais difícil a competição – se nós podemos ir mais longe, em medalhas, em diploma, ainda do que fomos”, assinalou.

Paris recebeu, entre 26 de julho e domingo, os Jogos Olímpicos da XXXIII Olimpíada, com Portugal a conquistar quatro medalhas, com o destaque a ir para o ouro no madison dos ciclistas Rui Oliveira e Iúri Leitão, que foi prata no omnium masculino, com Pedro Pichardo a ser segundo no triplo salto e a judoca Patrícia Sampaio a conquistar o bronze em -78kg, além de outros 10 diplomas.

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Marcelo defende pacto de regime na saúde

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

“Pacto de regime no sentido de haver uma continuidade política. Isso era fundamental”, afirmou o Presidente da República.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta segunda-feira um pacto de regime entre os maiores partidos na área da saúde, considerando que “é mesmo fundamental” existir estabilidade e “continuidade política” no futuro. “Pacto de regime no sentido de haver uma continuidade política. Isso era fundamental”, afirmou, em declarações à SIC-Notícias em Monte Gordo (Algarve), onde está a gozar um curto período de férias.

Marcelo Rebelo de Sousa indicou que “o Governo anterior não tinha começado ainda a aplicar a reforma que pretendia no modelo de gestão do Serviço Nacional de Saúde, havia lugares para preencher, tudo isso se passaria em 2024” e assinalou que “o novo Governo mudou algumas políticas, mudou a forma de gestão, os responsáveis mudaram”.

O chefe de Estado considerou depois que “haver uma estabilidade para o futuro é útil” e “no Serviço Nacional de Saúde é mesmo fundamental”. A proposta de um acordo de regime entre PSD e PS na saúde foi deixada no domingo à noite pelo comentador da SIC e antigo líder social-democrata, Luís Marques Mendes.

No que toca ao “imediato, o urgente”, o Presidente da República sustentou que “há medidas que são fáceis de aplicar e há outras que são mais lentas”, considerando que é importante “continuar o tipo de acompanhamento que o Governo está a fazer da execução do plano de emergência”.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “as operações ao cancro não foram fáceis, mas foram rápidas e eficientes e funcionaram a recuperação da lista de espera”, mas “as urgências de obstetrícia são mais complicadas, têm mais problemas de fundo e há outros pontos importantes que exigem não uma semana, duas semanas, mas meses ou até um ano”.

Falando com a praia como pano de fundo, o Presidente da República foi questionado também sobre o que espera por parte dos partidos para os próximos meses e disse que “gostaria que houvesse uma abertura à negociação do Orçamento de Estado”. “Era positivo, sobretudo dos principais partidos políticos. Significava que estes meses que faltam até outubro/novembro eram meses em que, para além das divergências existentes, havia um objetivo comum, que é estabilizar financeiramente, economicamente e politicamente o país”, defendeu.

O chefe de Estado apelou também aos partidos que digam como “veem os efeitos do mundo em Portugal”. Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “politicamente há muitas incógnitas”, mas economicamente há perspetivas “aparentemente boas, ou pelo menos razoavelmente boas em Portugal até ao final do ano”.

“Mas como é que são para o ano que vem? As pessoas gostariam, depende muito do que aconteça lá fora, de encontrar também uma estabilidade, um crescimento da economia, o não aumento do desemprego, o equilíbrio das finanças públicas e uma estabilização social”, salientou.

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Paramount e Warner Bros reavaliam os seus canais por cabo em menos 15 mil milhões

  • + M
  • 12 Agosto 2024

Enquanto a Paramount reviu o valor dos seus canais por cabo em menos de seis mil milhões, a Warner Bros Discovery assumiu uma desvalorização de nove mil milhões dos seus canais pagos.

A Paramount e a Warner Bros, duas das maiores empresas de televisão dos Estados Unidos da América (EUA), admitiram que os seus canais por cabo valem menos 15 mil milhões de dólares face ao valor a que estavam avaliados.

Enquanto a Paramount reviu o valor dos seus canais por cabo (como MTV ou Nickelodeon) em menos de seis mil milhões, a Warner Bros Discovery assumiu uma desvalorização dos seus canais por cabo (que incluem a CNN, HBO ou Food Network) de nove mil milhões, avança o Financial Times (FT), que refere que estas revisões destacam o “colapso acelerado” daquele que já foi um dos negócios mais lucrativos da história do setor.

Este declínio tem vindo a ser causado pelo crescimento dos serviços de streaming, que tem motivado muitos utilizadores a cortarem nos serviços de televisão por cabo. Na verdade, segundo uma análise da MoffettNathanson, a estimativa é de que 2,4 milhões de pessoas tenham cancelado a sua assinatura de televisão por cabo durante os primeiros três meses do ano nos EUA, naquele que é o pior trimestre já registado, revela o FT.

Segundo o analista Craig Moffett, citado pelo jornal britânico, estas empresas entraram num “ciclo vicioso” ao transferirem o melhor da sua programação televisiva para as plataformas de streaming, o que tem acelerado o colapso dos canais televisivos. Moffet prevê que em 2028 existam apenas 50 milhões de assinantes de televisão por cabo nos EUA, numa expressiva diminuição face aos 73 milhões que existiam em 2023.

Embora os serviços de streaming tanto da Paramount como da Warner Bros tenham melhorado o seu desempenho no último trimestre, o lucro que geram ainda é escasso, o que não compensa as perdas dos canais de televisão por cabo. Entretanto, a Paramount já anunciou que vai cortar cerca de 15% da sua força de trabalho.

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Fogos rurais quase duplicam em julho

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

Ainda assim, o registo de 1.082 incêndios rurais em julho está muito abaixo da média da década 2014-2023 para o mesmo período e que foi de 2.193.

O número de incêndios rurais atingiu em julho o valor mais elevado deste ano, com 1.082 ocorrências, quase o dobro face aos 596 incêndios rurais de junho. Segundo os dados provisórios do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os 1.082 incêndios rurais do último mês representam uma subida de cerca de 81% relativamente a junho, que era até agora o mês com mais ocorrências em 2024, e correspondem a 38% do total (2.820) de fogos rurais registado entre janeiro e julho deste ano.

Ainda assim, o registo de 1.082 incêndios rurais em julho está muito abaixo da média da década 2014-2023 para o mesmo período e que foi de 2.193. Já ao nível da área ardida, o mês passado foi também o que apresentou valores mais elevados neste ano, com 1.538 hectares afetados pelas chamas, acima dos 949 observados em junho, e correspondendo a 35% do total de 4.425 hectares ardidos em 2024.

Na distribuição da área ardida, os povoamentos foram a área que mais ardeu em julho, com 732 hectares, seguida dos fogos rurais em matos (475) e zonas agrícolas (331). Tal como no número de incêndios, também a comparação com a média anual dos últimos 10 anos para este período é favorável a 2024, uma vez que a média de área ardida para julho era de 18.754 hectares.

As estatísticas do ICNF para as causas dos incêndios entre janeiro e julho deste ano revelam que o incendiarismo é a causa isolada mais frequente entre as 1.975 ocorrências investigadas, sendo responsável por 24% dos incêndios rurais, à frente das queimadas extensivas de sobrantes florestais ou agrícolas (16%).

No entanto, agregando os diferentes tipos de queimadas e usos do fogo alcança-se um total de 42% nas causas de incêndios. Seguem-se os incêndios rurais com origens acidentais (16%), provocados por outras causas não especificadas (12%), os reacendimentos (3%), a realização de fogueiras (2%) e os fogos causados por razões naturais, como a queda de raios (1%).

“Do total de 2.820 incêndios rurais verificados no ano de 2024, 1.975 foram investigados e têm o processo de averiguação de causas concluído (70% do número total de incêndios – responsáveis por 82% da área total ardida). Destes, a investigação permitiu a atribuição de uma causa para 1.464 incêndios (74% dos incêndios investigados – responsáveis por 68% da área total ardida)”, lê-se no relatório.

Em termos regionais, os distritos de Porto (429), Viana do Castelo (265) e Braga (239) são aqueles que registam maior número de incêndios rurais em 2024. Contudo, ao nível de área ardida este ano destaca-se o distrito de Viana do Castelo, com 712 hectares, seguido de Beja (697) e de Braga (449).

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Governo avalia reforço de oficiais de registos para desbloquear demora nos processos de nacionalidade

Demora nos processos de nacionalidade de filhos e netos de emigrantes deve-se a "falta de recursos especializados". Resposta aos constrangimentos pode passar por reforço de oficiais e conservadores.

Os constrangimentos nos processos de obtenção de nacionalidade têm levado a que alguns processos de filhos e netos de emigrantes demorem largos meses na avaliação, pelo que o Governo está a avaliar o reforço do recrutamento de oficiais de registos e de conservadores como uma das formas de minimizar o impacto. A informação foi enviada pelo Ministério da Justiça aos deputados, após ser questionado por parlamentares do PSD sobre o tema.

O Ministério tutelado por Rita Alarcão Júdice admite que o principal constrangimento nos processos de nacionalidade para filhos e netos de emigrantes prende-se com “a falta de recursos humanos especializados para a análise”, como os oficiais de registos, e “sobretudo para a decisão dos processos, os conservadores de registos“.

Para a tutela, este quadro resulta “da falta de recrutamento para as carreiras especiais durante mais de 20 anos“. Neste sentido, reconhece “a necessidade de afetar trabalhadores das carreiras especiais aos serviços da nacionalidade, permitindo que preencham postos de trabalho em Conservatórias da especialidade nacionalidade”.

Paralelamente, considera também existir a “necessidade de reforçar o contingente de recursos humanos em matérias transversais”, como assistentes técnicos e técnicos superiores, “libertando” os trabalhadores das carreiras especiais para exercerem funções da especialidade.

A minimização dos constrangimentos poderá passar pelo reforço do recrutamento de recursos humanos, na carreira especial de oficial de registo e de conservador

Ministério da Justiça

A minimização dos constrangimentos poderá passar pelo reforço do recrutamento de recursos humanos, na carreira especial de oficial de registo e de conservador”, aponta entre as medidas que o Executivo vai implementar para debelar os constrangimentos.

O Governo considera ainda que a redução dos prazos na tramitação dos processos poderá alcançar-se com o “desenvolvimento da Plataforma da Nacionalidade”, criada no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O objetivo é “garantir que a totalidade do processo é tramitado de forma eletrónica, reduzindo a duração ou eliminando passos” e deste modo “diminuindo o tempo total de tramitação dos processos”.

Deste modo, prevê que 80% a 90% dos pedidos seja efetuado de forma eletrónica pelos mandatários, que já submeteram obrigatoriamente o pedido por via eletrónica, ou pelos requerentes, que passam a classificar, digitalizar e submeter os documentos na plataforma.

Com a entrada dos processos online, o envio dos processos para as conservatórias passa a ser automático, seguindo-se o processo de consulta às entidades também por via eletrónica. Por fim, a conclusão do processo, com a decisão de diferimento, dá origem de forma automática a um registo de nascimento na aplicação do sistema de registo civil, “eliminando a necessidade deste passo ser efetuado de forma anual”.

Mais de 526 mil pedidos em cinco anos

O Ministério da Justiça estima que nos últimos cinco anos foram recebidos mais de 526 mil pedidos de atribuição de nacionalidade por cidadãos com pais ou avós portugueses emigrantes.

Do total, 464.291 foram pedidos por filhos de mãe portuguesa ou de pai português nascidos no estrangeiro, enquanto 62.258 por indivíduos com, pelo menos, um ascendente de nacionalidade portuguesa originária do segundo grau na linha reta que não tenha perdido essa nacionalidade, que declararem que querem ser portugueses e possuíam laços de efetiva ligação à comunidade nacional.

Dos pedidos de cidadãos com pais portugueses, 241.217 deram entrada através de integração consular, 142.693 de transcrição de nascimento, 71.543 de inscrição de nascimento online e 8.838 de registo de nascimento online.

Segundo os dados enviados pelo gabinete da ministra da Justiça ao Parlamento, na sequência de uma pergunta do grupo parlamentar do PSD, entre 2019 e 2023 foram realizados 410.617 registos de nascimento e indeferidos 5.711 pedidos.

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Câmaras pedem mais verbas e regime fiscal dois anos após o incêndio na Serra da Estrela

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

Autarcas pedem mais verbas para reparar os danos nas infraestruturas, modelo fiscal diferenciado, concretização dos projetos previstos no Plano de Revitalização e menos burocracia.

Dois anos após o incêndio na serra da Estrela, os autarcas pedem mais verbas para reparar os danos nas infraestruturas, um modelo fiscal diferenciado, a concretização dos projetos previstos no Plano de Revitalização e menos burocracia.

“Ao fim destes dois anos muitas coisas ainda estão por fazer. Foram feitas algumas, mas outras estão aquém daquilo que poderiam estar”, apontou à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa.

O autarca deu o exemplo da reflorestação e considerou que “as ações que têm vindo a ser feitas são meros ensaios”.

Sérgio Costa destacou que o Plano de Revitalização para a serra da Estrela, aprovado pelo anterior Governo, tem “medidas musculadas” também nessa área que é preciso implementar.

“Queremos que este plano passe das palavras aos atos no mais curto espaço de tempo. No município da Guarda temos vários projetos para começar a executar. Só precisamos que nos digam onde apresentamos as candidaturas. Estas populações não podem ser esquecidas”, sustentou.

O eleito pelo movimento Pela Guarda realçou a união dos autarcas da serra da Estrela após o incêndio e a pressão que exerceram para que a região fosse compensada.

“Só aconteceu porque os autarcas deram um grito de revolta perante aquilo que tinha acontecido”, assinalou.

Uma das primeiras medidas foi a disponibilização de 2,6 milhões de euros para reparar as infraestruturas municipais danificadas nos seis municípios do Parque Natural da Serra da Estrela.

De acordo com o presidente da Câmara da Guarda há necessidade de haver um reforço deste apoio, porque os valores alocados na altura são insuficientes.

“Já fiz sentir que é preciso um reforço de verbas para estas intervenções. Ninguém tem culpa dos incêndios, mas não pode ser uma vez mais tudo feito à custa do erário público municipal e por isso pedimos ao Governo um apoio adicional”, apontou o autarca.

No concelho de Seia continua por reabilitar uma casa destruída pelo incêndio. O presidente da Câmara Municipal, Luciano Ribeiro, disse à Lusa que o munícipe continua sem a casa e apontou que “burocracias relacionadas com os apoios que foram disponibilizados dificultaram a resposta ágil à população”.

Para Luciano Ribeiro, a região necessita da concretização efetiva do Plano de Revitalização: “Precisamos de ações concretas. Comparando este plano com outros, como o do Pinhal Interior que já leva sete anos e coisas concretas no terreno pouco ou nada há, não queremos que este plano siga o mesmo caminho”, sustentou.

O autarca eleito pelo PS disse que o mais importante para o concelho são os apoios à atividade económica, salientando que deve haver um investimento no aeródromo municipal de Seia quer em valências para empresas quer em valências para a Proteção Civil.

Luciano Ribeiro destacou ainda a possibilidade de se adotar um regime fiscal e aduaneiro diferenciado para a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela.

“Os municípios já avançaram nos estudos e nas propostas para se poder definir. Esperemos que o Governo possa ver aí também uma vantagem, tendo em conta que este Governo tem uma maior sensibilidade para a questão fiscal”.

O autarca argumentou que no âmbito das regras europeias é possível haver um auxílio maior às empresas que se queiram instalar na região.

O incêndio que deflagrou no dia 06 de agosto de 2022 no concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco) lavrou durante 11 dias na serra da Estrela, estendendo-se aos concelhos de Manteigas, Gouveia, Guarda, Celorico da Beira, Seia e Belmonte.

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Governo decreta serviços mínimos na greve da easyJet após desacordo entre as partes

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

O Ministério das Infraestruturas decretou serviços mínimos para a greve de tripulantes de cabine da easyJet, entre 5.ª feira e sábado, que asseguram ligações à Madeira, Genebra, Luxemburgo e Londres.

O Governo decretou esta segunda-feira serviços mínimos para a greve de tripulantes de cabine da easyJet, entre quinta-feira e sábado, que asseguram ligações à Madeira, Genebra, Luxemburgo e Londres, após falta de acordo entre empresa e sindicato.

Em despacho conjunto dos ministérios das Infraestruturas e do Trabalho, publicado no site da Direção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), refere-se que a determinação dos serviços mínimos contempla os serviços considerados “necessários para suprir as necessidades sociais impreteríveis referentes ao direito constitucional à deslocação”, atendendo-se ao número de dias da greve, à época abrangida, “em que, por razões sociais, se assiste à deslocação de um número significativo pessoas e ao facto de nos encontrarmos em pleno verão IATA (nomenclatura aeroportuária da International Air Transport Association), bem como a necessidade de salvaguarda da continuidade territorial das Regiões Autónomas”.

Desta forma, o Governo definiu que, na quinta-feira, a companhia aérea assegure como serviços mínimos três voos de ligação Lisboa — Funchal — Lisboa, um voo de ligação Lisboa — Genebra — Lisboa, uma ligação Lisboa — Luxemburgo — Lisboa, dois voos de ligação Porto — Funchal — Porto, uma ligação Porto — Genebra — Porto, uma ligação Porto — Luxemburgo — Porto, outra Porto-Porto Santo-Porto, um voo de ligação Faro-Genebra-Faro e outro Faro-Londres-Faro.

no dia 16 devem ser cumpridas duas ligações Lisboa — Funchal — Lisboa, uma Lisboa — Genebra — Lisboa, uma Lisboa — Luxemburgo — Lisboa, uma Lisboa -Porto Santo — Lisboa, duas Porto — Funchal — Porto, uma Porto — Genebra — Porto, uma Porto — Luxemburgo — Porto, uma Faro-Genebra-Faro e ainda uma Faro-Londres-Faro.

No último dos três dias de greve de 24 horas, a companhia aérea tem de assegurar dois voos de ligação Lisboa — Funchal — Lisboa, um voo de ligação Lisboa — Genebra — Lisboa, um voo de ligação Porto — Funchal — Porto, um Porto – Genebra — Porto, um Porto — Luxemburgo — Porto, um Faro-Genebra-Faro e ainda um voo de ligação Faro-Londres-Faro.

No pré-aviso de greve, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) defendia que não deviam ser decretados serviços mínimos para esta greve, argumentando que o conceito de necessidades impreteríveis no setor do transporte aéreo apenas se confina às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, por razões de coesão nacional e isolamento das populações para quem é essencial este meio de transporte, que são destinos assegurados por outras companhias aéreas.

A Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) promoveu uma reunião entre o sindicato e a empresa para definição de serviços mínimos, como é habitual nos casos em que não há acordo entre as partes, tendo a companhia aérea apresentado uma proposta com a qual o SNPVAC não concordou.

“A EasyJet – Airline Company Limited – Sucursal em Portugal é uma empresa privada pelo que, não tendo existido acordo, a definição dos serviços mínimos e dos meios necessários para os assegurar compete aos membros do Governo responsáveis pela área laboral e pelo setor de atividade em causa“, explica o Ministério, no mesmo documento.

Segundo o pré-aviso de greve enviado pelo sindicato ao Ministério do Trabalho e à companhia aérea, a que a Lusa teve acesso, a paralisação tem início às 00h01 do dia 15 de agosto e fim às 24 horas de dia 17, para “todos os voos realizados pela easyJet, bem como para os demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos”, em território nacional.

O sindicato diz que os trabalhadores estão insatisfeitos com o “contínuo e cada vez mais acentuado desrespeito pela sua dignidade profissional”, com os problemas de falta de estabilidade de escalas, com o tratamento discriminatório relativamente aos pilotos nas compensações dadas no âmbito da disrupção de verão, com a insuficiência de pessoal em todos os departamentos relevantes, ou com a pressão para fazer horas extraordinárias.

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Ministro israelita acusa Borrell de estar “do lado dos terroristas”

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

Se Josep Borrell se preocupasse com os palestinianos "ajudaria os habitantes de Gaza a escapar à brutalidade do Hamas e a começar uma vida nova e segura na UE", disse ainda Bezalel Smotrich.

O ministro israelita Bezalel Smotrich (extrema-direita) acusou esta segunda-feira o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, de estar “do lado dos terroristas”, por ter admitido sanções contra ele por declarações que considerou incitarem a crimes de guerra em Gaza.

“O dia em que a Europa se envergonhará de Borrell por estar do lado dos verdadeiros terroristas”, escreveu o ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, numa mensagem na sua conta na rede social X, na qual anexou a posição manifestada no domingo pelo Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança.

Smotrich acusou Borrell de considerar os bombardeamentos israelitas em Gaza “piores” do que os da Alemanha nazi e de utilizar o sofrimento do povo palestiniano “apenas para poder atacar Israel”.

“Se Borrell se preocupasse realmente com os palestinianos, opor-se-ia ao muro construído pelo Egito para cercar Gaza e aprisionar os habitantes de Gaza e ajudaria os habitantes de Gaza a escapar à brutalidade do Hamas e a começar uma vida nova e segura na UE”, acrescentou o governante israelita.

Desde o início da atual guerra na Faixa de Gaza, o chefe da diplomacia europeia tornou-se uma das vozes mais críticas em relação ao Governo israelita, que há meses critica por “violar o direito internacional humanitário” devido à sua dura ofensiva no enclave palestiniano, que ao fim de 10 meses já matou quase 40.000 pessoas.

“Enquanto o mundo pressiona para um cessar-fogo em Gaza, [o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben] Gvir apela ao corte do combustível e da ajuda aos civis”, afirmou Borrell numa mensagem divulgada no domingo, apelando a Israel para que “se empenhe de boa-fé” nas negociações para um cessar-fogo “imediato”.

O Alto Representante da UE considerou que “tal como as declarações sinistras do ministro Smotrich, esta é uma incitação aos crimes de guerra”. “As sanções devem estar na agenda da UE”, afirmou. Borrell já tinha criticado anteriormente as declarações do ministro israelita, que no início da semana passada considerou “justificado e moral” deixar morrer de fome e sede os dois milhões de habitantes de Gaza para obter a libertação dos restantes reféns israelitas detidos pelo grupo islamita Hamas.

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