Ministério Público pede extinção do partido Ergue-te

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

O Tribunal Constitucional pode decretar a extinção de um partido quando não apresenta "contas em três anos consecutivos ou cinco interpolados num período de 10 anos".

O Ministério Público pediu a extinção do partido Ergue-te por ter falhado a apresentação de contas nos últimos três anos, confirmou a agência Lusa junto de fonte do Tribunal Constitucional (TC). “A ação corre termos na 4.ª Secção sob o número de processo 621/2025”, refere o TC numa resposta enviada à agência Lusa.

De acordo com o artigo 18 da lei dos partidos políticos, o Tribunal Constitucional pode decretar a extinção de forças partidárias em várias situações, sendo uma delas a “não apresentação de contas em três anos consecutivos ou cinco interpolados num período de 10 anos”.

É este o artigo em causa que poderá ditar a extinção do partido Ergue-te, antigo PNR, presidido por Rui Fonseca e Castro, expulso da magistratura judicial por incentivar, na qualidade de juiz, à violação das leis relativas à prevenção da pandemia da covid-19.

O Ergue-te é um partido nacionalista de extrema-direita, que foi criado a partir do Partido Nacional Renovador (PNR), então liderado por José Pinto Coelho.

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Pelo menos uma pessoa sobreviveu ao acidente aéreo na Índia

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

As equipas de socorro recuperaram 204 corpos do local do acidente do voo da Air India com destino a Londres que se despenhou em Ahmedabad, no noroeste da Índia.

Pelo menos uma pessoa sobreviveu ao desastre aéreo desta quinta-feira em Ahmedabad, na Índia, e está a receber tratamento hospitalar, disse uma fonte da polícia à comunicação social.

Canais televisivos indianos divulgaram imagens em que se vê um homem que afirmam ser um sobrevivente do acidente com o voo AI171 da companhia Air India, que se despenhou com 242 pessoas a bordo, incluindo sete de nacionalidade portuguesa.

O chefe da polícia da cidade do noroeste da Índia, G.S. Malik, confirmou o resgate de uma pessoa com vida que estava sentada no banco 11A do aparelho, um Boeing 787-8, que se despenhou. As equipas de socorro recuperaram 204 corpos do local do acidente do voo da Air India com destino a Londres que se despenhou em Ahmedabad, no noroeste da Índia, anunciou a polícia local.

“Recuperámos 204 corpos e 41 pessoas estão atualmente a ser tratadas”, disse G.S. Malik à agência de notícias France-Presse (AFP). O canal indiano NDTV noticiou que pelo menos cinco pessoas morreram e várias ficaram feridas depois de o avião se ter despenhado contra uma residência de estudantes de Medicina.

As vítimas mortais em terra são quatro estudantes universitários e um médico residente do BJ Medical College, que se encontravam no edifício no momento do impacto, informou a NDTV, segundo a agência de notícias espanhola EFE. O acidente ocorreu por volta da hora do almoço.

O avião despenhou-se com os depósitos cheios de combustível, dado que acabara de descolar do aeroporto de Ahmedabad, uma cidade com mais de cinco milhões de habitantes no noroeste da Índia. O aparelho da Air India que fazia a ligação entre Ahmedabad e Londres, transportava 242 pessoas, incluindo 230 passageiros e 12 tripulantes.

Sete portugueses figuram na lista de passageiros, segundo a Air India, bem como 169 indianos, 53 britânicos e um canadiano.

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Câmara de Évora começa a cobrar taxa turística a partir de 1 de agosto

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

O município espera encaixar 600 mil euros por ano com a nova taxa, admitindo que, nos primeiros meses de aplicação, “haverá alguma adequação” e a cobrança poderá não ser normal.

A Câmara de Évora vai começar a cobrar, a partir de agosto, uma taxa de 1,5 euros por hóspede e por noite nos estabelecimentos turísticos do concelho, prevendo uma receita anual mínima de 600 mil euros. “O regulamento já foi publicado” em Diário da República, pela que a Taxa Municipal Turística de Évora “entra em vigor no dia 1 de agosto”, realçou esta quinta-feira o presidente da câmara, Carlos Pinto de Sá, em declarações à agência Lusa.

Consultado pela Lusa, o regulamento da Taxa Municipal Turística de Évora, publicado no dia 06 em Diário da República, determina a entrada em vigor no primeiro dia do segundo mês seguinte ao da sua publicação. “Estamos agora a preparar tudo, quer do ponto de vista das plataformas informáticas necessárias para o devido registo, como também a estabelecer contactos com [quem explora] as unidades que vão cobrar a taxa para lhes explicar o funcionamento”, adiantou.

Pinto de Sá previu que o município obtenha com a taxa uma receita mínima anual de 600 mil euros, admitindo que, nos primeiros meses de aplicação, “haverá alguma adequação” e a cobrança poderá não ser normal. “Será uma receita que consideramos importante para o município poder garantir e reforçar investimentos em áreas como da limpeza e higiene pública, promoção turística e conservação de monumentos, algumas bastante carenciadas”, salientou.

O regulamento fixa a cobrança de 1,5 euros por hóspede com mais de 16 anos e por noite nos estabelecimentos turísticos do concelho, até um máximo de três noites seguidas, estando previstas algumas isenções.

De acordo com as normas, os hóspedes e um acompanhante cuja estadia seja motivada por tratamentos médicos no concelho, portadores de deficiência e estudantes dos estabelecimentos de ensino do concelho não pagam a taxa. As unidades turísticas e de alojamento têm até ao dia 15 do mês seguinte ao da sua cobrança para declarar à câmara o valor cobrado, devendo entregar a verba no prazo de 10 dias úteis após a apresentação da declaração.

A par da taxa turística, será ainda constituída uma entidade, designada Comité de Investimento, cuja composição será determinada pelo município, para a gestão e aplicação da receita arrecadada com a taxa. “A receita da taxa turística deverá ser aplicada em áreas da atividade municipal, designadamente a promoção turística, recuperação do património e do espaço público, a higiene e limpeza urbanas, cultura e desporto, emergência e proteção civil”, lê-se no regulamento.

Na nota justificativa do regulamento, o presidente da câmara salienta que “Évora tem registado nos últimos anos um desenvolvimento significativo do turismo”, indicando que o concelho registou 694.895 dormidas, em 2023.

“O incremento dos fluxos turísticos, embora seja um vetor de desenvolvimento económico, conduz a uma maior necessidade da atuação em competências diretas do município, de modo a mitigar o efeito da ‘pegada turística’: manutenção e qualificação das infraestruturas, equipamentos e espaços públicos”, alega.

O município retomou em 2024 a discussão em torno da aplicação de uma taxa turística no concelho, depois de ter suspendido o processo, em junho de 2020, pouco meses após o início da pandemia de covid-19.

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IGCP anuncia leilão para colocar até 1.000 milhões em dívida a 11 meses

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

O IGCP adiantou que "vai realizar no próximo dia 18 de junho pelas 10:30 um leilão da linha de BT com maturidade em 22 de maio de 2026".

O IGCP anunciou esta quinta-feira que vai realizar na quarta-feira um leilão de Bilhetes do Tesouro (BT) a cerca de 11 meses com um montante indicativo global entre 750 milhões de euros e 1.000 milhões de euros.

Em comunicado, o IGCP adiantou que “vai realizar no próximo dia 18 de junho pelas 10:30 um leilão da linha de BT com maturidade em 22 de maio de 2026, com um montante indicativo entre 750 milhões de euros e 1.000 milhões de euros”.

No mais recente leilão de BT, a 21 de maio, a agência colocou 1.500 milhões de euros em BT a seis e a 12 meses à taxa média de 1,947% e 1,949%, respetivamente.

Segundo a página do IGCP, em BT com vencimento em 21 de novembro de 2025 (seis meses) foram colocados 600 milhões de euros, à taxa média de 1,947%, inferior à verificada nos últimos dois leilões comparáveis, e a procura atingiu 2.053 milhões de euros, 3,42 vezes o montante colocado.

Já em BT com vencimento em 22 de maio de 2026 (um ano) foram colocados 900 milhões de euros, à taxa média de 1,949% e a procura atingiu 2.468 milhões de euros, 2,74 vezes o montante colocado.

No anterior leilão de BT com maturidade comparável, em 16 de abril, o IGCP colocou 1.250 milhões de euros em BT a 11 meses à taxa média de 1,974%.

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Kiev quer pôr fim a guerra com Moscovo “este ano”

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

"Chegou a hora de recorrer à diplomacia da pressão", disse o chefe da diplomacia ucraniana, afiançando que "só a pressão pode obrigar a Rússia a procurar a paz: pressão económica, militar e política".

O chefe da diplomacia ucraniana declarou esta quinta-feira que Kiev quer acabar a guerra “este ano”, pedindo ao Ocidente para reforçar a “pressão económica e militar” sobre Moscovo, porque a política de apaziguamento não funciona.

“Temos de acabar com esta guerra, estamos preparados e queremos pôr-lhe fim este ano”, afirmou Andriï Sybiga numa reunião de parceiros da Ucrânia em Roma, acrescentando que “é muito importante manter a pressão sobre o agressor para alcançar a paz e iniciar uma negociação”.

“Chegou a hora de recorrer à diplomacia da pressão”, sustentou, afiançando que “só a pressão pode obrigar a Rússia a procurar a paz: pressão económica, militar e política”.

Sybiga participou em Roma no Fórum Ministerial ‘Weimar’, que contou com a presença do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, da Alta-Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Kaja Kallas, e de representantes de Espanha, Alemanha, Polónia, França e Reino Unido.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano defendeu que “a pressão económica” contra Moscovo deve incluir sanções aos bancos e ao setor económico, bem como o uso dos bens congelados russos, tal como se acordou na cimeira do G7 do ano passado. Mas considerou que terá de haver igualmente “pressão militar, o aumento da indústria defensiva ucraniana” e “novos pacotes militares”.

Por sua vez, Mark Rutte apelou para a manutenção do apoio à Ucrânia para que esta “esteja na melhor posição” possível para negociar um cessar-fogo e um eventual acordo de paz posterior. E o anfitrião, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, expressou “o apoio incondicional” da NATO a Kiev e apelou ao bloco euro-atlântico para “se manter unido”, para garantir a segurança e a defesa europeias “da Ucrânia a Portugal”.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com drones, alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da autorização dada à Ucrânia pelo ex-presidente norte-americano Joe Biden para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.

As negociações entre as duas partes estavam completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do território, até este ano se realizarem duas rondas negociais sem grandes avanços, em Istambul, na Turquia.

Antes de regressar à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, Trump defendeu o fim imediato da guerra na Ucrânia, garantindo que o conseguiria em 24 horas, mas não foi bem-sucedido até à data. No início de junho, afirmou que talvez seja melhor deixar a Ucrânia e a Rússia “lutar durante algum tempo” antes de as separar e procurar alcançar a paz, comparando a guerra entre os dois países a “uma luta entre duas crianças pequenas que se odeiam”.

A Ucrânia pede garantias sólidas de segurança aos aliados, para evitar que Moscovo volte a atacar, ao passo que a Rússia quer uma Ucrânia “desmilitarizada” e que entregue os territórios que a Rússia afirma ter anexado, o que Kiev considera inaceitável.

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Taxa turística chega ao Parque Nacional Peneda-Gerês neste Verão

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

Município de Terras de Bouro faz aumentar para pelo menos 42 os municípios a cobrar taxa turística no continente e ilhas. Alentejo está, por enquanto, fora deste grupo.

O município de Terras de Bouro, no distrito de Braga, em cujo território se encontra o único Parque Nacional do país, a Peneda-Gerês, começa na sexta-feira a aplicar taxa turística municipal, elevando-se assim para pelo menos 42 o número de autarquias portuguesas a cobrar pelas dormidas, uma medida em perspetiva em mais cinco concelhos.

No início do ano, dos 308 concelhos portugueses, perto de 40 já aplicavam taxa turística. Nos últimos meses, Nordeste (Açores), Câmara de Lobos, Porto Santo (estes dois na Madeira) e Matosinhos (distrito do Porto) juntaram-se ao grupo, no qual entrará agora Terras de Bouro.

No concelho, a taxa de um euro por dormida/noite mantém-se até 31 de outubro e nos próximos anos será cobrada entre 1 de maio e 31 de outubro.

No diploma do regulamento, lê-se que “a atividade turística de Terras de Bouro tem vindo a denotar um desenvolvimento muito significativo ao longo dos anos, afirmando o município como um dos principais destinos turísticos” que fazem parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).

A região do Alentejo continua a ser a única no país sem algum município que cobre a taxa, embora Évora já a tenha aprovado em câmara e assembleia municipal. Faltava a publicação em Diário da República do regulamento — que prevê cobrar 1,5 euros por hóspede e por noite nas unidades turísticas do concelho, com algumas exceções -, o que aconteceu na semana passada, iniciando-se a cobrança no segundo mês após essa publicação, ou seja, agosto.

Na Madeira, nove dos 11 concelhos cobram atualmente dois euros por noite, num máximo de sete noites: Funchal, Santa Cruz, Santana, Ponta do Sol, Machico, Ribeira Brava, Calheta, Câmara de Lobos e Porto Santo.

Em São Vicente, está em curso a preparação da aplicação, mas já não deve acontecer antes de terminar o atual mandato autárquico, este ano. No Porto Moniz, o atual presidente da autarquia, Emanuel Câmara, a cumprir o terceiro e último mandato, optou por não aplicar a medida.

Em janeiro passado, o Funchal, a par do que já acontecia em Lisboa desde abril de 2024, iniciou a cobrança de taxa aos visitantes que chegam por via marítima, com o valor unitário fixo de dois euros por passageiro desembarcado de um navio de cruzeiro em trânsito.

Já nos Açores, apenas os visitantes dos seis concelhos da ilha de São Miguel, dos 19 do arquipélago, têm de pagar uma taxa de dois euros por dia pela dormida, até ao máximo de três noites. Em causa estão Ponta Delgada, Ribeira Grande, Lagoa, Vila Franca do Campo, Povoação e Nordeste.

Quase todos os municípios da maior ilha açoriana começaram a aplicar a taxa turística em janeiro, à exceção do Nordeste, que só começou em maio devido a atrasos no processo.

O presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores, Alexandre Gaudêncio, justificou a medida com a pressão que o setor turístico tem registado e com os encargos consequentes, mas a decisão mereceu a discordância do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) e das associações empresariais. Em fevereiro, a Assembleia Legislativa chumbou uma proposta do PAN para criar uma taxa turística regional.

No continente, cada município fixa a sua taxa e define as normas de aplicação, mas há critérios comuns a todos, como a isenção para as crianças (começam a pagar a partir dos 12 anos em alguns casos, noutros mais tarde) e pessoas com incapacidade igual ou superior a 60%, além dos cidadãos hospedados para tratamentos médicos.

Há ainda municípios que excluem a taxa turística, pelo menos por uma noite, para aqueles que se encontrem em peregrinação religiosa a Fátima ou Santiago de Compostela, como Porto e Caminha.

À semelhança de Caminha, Viana do Castelo isenta, além de todas as outras exceções, aqueles que, por razões de conflito e deslocados dos seus países de origem, residem temporariamente em Portugal.

O máximo de taxa cobrada até este mês em Portugal é de quatro euros por noite, o que acontece em Lisboa desde setembro passado.

Na capital, o pagamento começou a ser aplicado em janeiro de 2016 sobre as dormidas de turistas nacionais (incluindo lisboetas) e estrangeiros nos hotéis e alojamentos locais, “até um máximo de sete noites por hóspede e por estadia”, estando isentos os menores de 13 anos.

Inicialmente o valor era de um euro por noite, mas em janeiro de 2019 aumentou para dois euros e em setembro do ano passado o valor duplicou.

No Norte, em Vila Nova de Gaia, a denominada Taxa da Cidade é de 2,5 euros e é também cobrado um imposto de 1,25 euros para dormidas motivadas por atividades profissionais, académicas, sociais, desportivas, culturais ou outras não predominantemente turísticas.

No município vizinho do Porto, o valor da taxa é agora de três euros por dormida para pessoas com mais de 13 anos e até um máximo de sete noites seguidas. Aqui também não se aplica a taxa a peregrinos instalados em albergues ou deslocados por razões de conflito nos países de origem.

A taxa portuense entrou em vigor em março de 2018, com um valor de dois euros, para responder ao crescimento da atividade, mas em dezembro de 2024 foi atualizada para três euros, com a justificação do aumento da despesa associada ao setor.

Em Braga, a câmara começou este ano a cobrar taxa ao longo de todo o ano e não apenas na chamada época alta, mantendo o valor em 1,5 euros.

Já no distrito de Viseu, nenhum dos 24 concelhos tem taxa turística em vigor. Há cerca de dois anos, o presidente da capital de distrito, Fernando Ruas, considerou que se justificava aplicar — o que poderia levar a arrecadar entre 200 e 300 mil euros por ano –, mas não houve qualquer avanço.

“Quem vier tem todo o direito de decidir. Se eu estiver cá no próximo mandato pensarei na taxa turística”, afirmou à Lusa, considerando que não faz sentido tomar a decisão a poucos meses das autárquicas.

A contribuição também varia em número de noites a ser pagas, podendo ir de três a sete, exceto em Vila do Conde, onde vai até às 14 noites.

Já a sul, no Algarve, só sete dos 16 municípios cobram atualmente pela pernoita.

Faro, capital do distrito, passou a cobrar dois euros por noite entre março e outubro e um euro entre novembro e fevereiro, enquanto Vila Real de Santo António, o primeiro município algarvio com a medida, cobra um euro, exceto nos parques de campismo, parques de caravanismo e áreas de serviço de autocaravanas, onde o valor é de 50 cêntimos. Há também taxas em Albufeira, Lagoa, Portimão, Olhão e Loulé.

A lista de atuais cobradores no país inclui ainda Póvoa de Varzim, Amarante, Coimbra, Cascais, Figueira da Foz, Loures, Mafra, Maia, Óbidos, Oeiras, Peniche, Setúbal e Sintra.

Em Almada a cobrança esteve em consulta pública na revisão do Regulamento e da Tabela de Taxas do Município – que incluía a criação de uma taxa de dois euros no caso de estabelecimentos de alojamento (num máximo de cinco noites) e de 1,5 euros no caso de parques de campismo e caravanismo -, mas o chumbo do Orçamento Municipal, no qual a medida estava inserida, impediu a sua aplicação.

Na Nazaré a taxa municipal está em processo de aprovação, estimando-se poder ser ainda implementada este ano.

A entrada em vigor no concelho de Baião, que estava prevista para este ano, encontra-se suspensa por tempo indeterminado, decisão que o município justifica com o impacto dos incêndios florestais de setembro de 2024.

“Havia operadores [turísticos] que começaram a queixar-se de cancelamentos de reservas após os incêndios e foi decidido, após conversas com eles, suspender a medida, para evitar que tivesse um impacto negativo na economia”, apontou à Lusa fonte da autarquia.

 

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Trabalhadores do INEM sem autorização para exceder limite de 60% de horas extra

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

A Comissão de Trabalhadores do INEM alerta que as Finanças ainda não autorizaram o pagamento de horas extra além dos 60% da remuneração.

A Comissão de Trabalhadores do INEM alertou esta quinta-feira que ainda não foi autorizado o pagamento de horas extra além dos 60% da remuneração, avisando que os profissionais não podem ser responsabilizados por uma paralisação forçada.

A comissão de trabalhadores adianta em comunicado que, “relativamente à questão do pagamento de trabalho suplementar correspondente apenas a 60% da remuneração base, não existe até ao momento a devida autorização por parte do Ministério das Finanças para que seja ultrapassado”.

“Temos a informação de que estarão reunidas as condições para que a autorização seja emitida, não tendo chegado efetivamente até ao presente momento”, sustenta.

A comissão de trabalhadores alerta que “os trabalhadores não podem ser responsabilizados, quando estão disponíveis para trabalhar e o Ministério das Finanças com a sua falta de decisão os impede, e onde o próprio INEM se declara obrigado a não pagar trabalho planeado e realizado, que inexplicavelmente deixou de estar autorizado, num procedimento díspar dos restantes locais de prestação”.

Os representantes laborais salientam que a atividade do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) em trabalho suplementar é realizada, muitas vezes, “com prejuízo da vida pessoal e familiar de muitos trabalhadores, e com a abnegação de muitos pela defesa do acesso a cuidados de saúde do cidadão”.

Colocar o INEM ao nível de uma repartição de finanças ou gabinete do cidadão, que fecha as portas às 17:00 ou deixa de distribuir senhas às 12:00, é uma medida cega e tecnocrática, ignora a natureza crítica e ininterrupta da missão do Instituto e pode comprometer seriamente a segurança dos portugueses, também nesta área, numa altura em que o serviço público de saúde passa por inequívocas dificuldades”, alerta.

A Comissão de Trabalhadores diz estar atenta e assegura que vai continuar “a dar notícias para que os trabalhadores possam tomar as suas decisões de forma fundamentada”.

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Metropolitano não marcha em Lisboa. Guia para chegar aos “Santos Populares” sem levar carro

Com trabalhadores em plenário, o metropolitano de Lisboa, transporte preferido para chegar à zona "quente" da noite dos Santos Populares, fecha portas às 20 horas. Veja aqui as alternativas.

A autarquia lamenta profundamente os transtornos que esta paralisação poderá causar à população, aos comerciantes e a todos os que pretendem participar nas festividades nos bairros históricos da cidade”. A mensagem da Câmara de Lisboa, enviada à comunicação social, segue-se à marcação do plenário de trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, responsável pelo encerramento deste transporte logo às 20 horas.

A relevância do serviço verifica-se no histórico de alargamento do horário habitualmente decidido, como aconteceu em 2024, por exemplo, quando a circulação nas linhas verde e amarela se manteve até às 3 horas na madrugada de 12 para 13 de junho, mais duas horas do que habitualmente.

Ao início da tarde desta quinta-feira, a Câmara revelou as medidas complementares criadas para a noite e madrugada das Festas dos Santos Populares.

Carris

Utilização gratuita das 18 horas de 12 de junho às 8 horas de 13 de junho. A autarquia promete informações adicionais sobre os percursos a serem reforçados para esta tarde.

CP

  • Reforço da oferta e disponibilidade toda a noite (acesso ao centro da cidade através das estações do Rossio, Cais do Sodré e Santa Apolónia)
  • Linha de Cascais – comboio 24h, um comboio por hora
  • Linha de Sintra – 24h, um comboio a cada 30 minutos
  • Linha da Azambuja – dois comboios durante a noite, à 1h30 e às 3h30 (em Santa Apolónia)

Fertagus

  • Partida de Roma/Areeiro: às 00h53 (até Setúbal) e 1h23 (até Coina)

Travessia fluvial do Tejo

  • Montijo/Seixal e Barreiro: às 2h00 e 5h00 (no Terreiro do Paço)

Táxis

  • 2 praças de tomada e largada de passageiros a partir de Martim Moniz e Praça da Alegria

TVDE

  • Zonas de Espera a partir do Marquês do Pombal (Alameda Edgar Cardoso)

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“Não estamos seguros daqui a três ou cinco anos”, diz secretário-geral da NATO

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

"Estamos seguros agora. Não estamos seguros daqui a três ou cinco anos, pelo que temos de gastar mais” em defesa, disse o secretário-geral da NATO.

O secretário-geral da NATO insistiu esta quinta-feira na urgência de um maior investimento em Defesa face à ameaça vinda da Rússia, depois de Berlim ter advertido que Moscovo poderá atacar território da Aliança em 2030.

“Precisamos de aumentar as nossas despesas com a Defesa. Ouvimos o Chefe do Estado-Maior da Defesa alemão dizer, há alguns dias, que em 2029, em 2030, a Rússia poderá estar pronta para tentar algo contra território da NATO. Portanto, estamos seguros agora. Não estamos seguros daqui a três ou cinco anos, pelo que temos de gastar mais”, declarou, em Roma.

Rutte referia-se a uma recente entrevista do inspetor-geral das forças armadas alemãs, Carsten Breuer, segundo o qual a partir de 2029 a Rússia poderá estar em condições de “lançar um ataque de grande escala contra território da NATO”, apontando que Moscovo está a produzir centenas de tanques por ano, muitos dos quais poderiam ser utilizados para um ataque aos países bálticos da Aliança.

O secretário-geral da NATO falava numa conferência de imprensa no final de uma reunião de chefes de diplomacia no formato Weimar+, o grupo de nações que lideram o apoio a Kiev, realizada na capital italiana.

Além dos países do “triângulo de Weimar” – Alemanha, França e Polónia –, este formato de reunião integra ainda Itália, Reino Unido e Espanha, além da Alta Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, tendo sido agora alargada, pela primeira vez, à Aliança Atlântica.

A menos de duas semanas de uma cimeira de líderes da NATO, em Haia, na qual os Aliados vão tentar chegar a acordo sobre a proposta de Mark Rutte, ‘inspirada’ na exigência do Presidente norte-americano, Donald Trump, de os Estados-membros aumentarem a despesa em Defesa para os 5% do respetivo produto interno bruto (PIB), o secretário-geral argumentou que este objetivo “baseia-se realmente em factos, num estudo aprofundado feito coletivamente sobre as lacunas existentes nas capacidades [dos Estados-membros] e a forma de as colmatar”.

“Os ministros da Defesa [da NATO] chegaram a acordo sobre isso na passada quinta-feira. Cabe agora aos dirigentes chegar a acordo sobre as despesas suplementares necessárias para que isso seja possível”, disse.

Relativamente à Ucrânia, o secretário-geral da Aliança Atlântica insistiu que é necessário garantir que Kiev está “na melhor posição possível para, por um lado, manter o conflito em curso com a Rússia, a agressão russa não provocada contra a Ucrânia, mas também para estar na melhor posição possível quando surgir um cessar-fogo a longo prazo e um acordo de paz para garantir que [o Presidente russo, Vladimir] Putin nunca, mas nunca, voltará a tentar fazer isto”.

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José Luís Carneiro quer salário médio ao nível do europeu e casa para todos até 2035

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

As metas constam na moção estratégica de José Luís Carneiro à liderança do PS, na qual apresenta o que chama de "Pacto Portugal Futuro". Eleições internas no partido realizam-se em 27 e 28 de junho.

O candidato a secretário-geral do PS José Luís Carneiro quer que o salário médio nacional atinja o nível do europeu até 2035 e que, nesse mesmo prazo, todas as famílias tenham acesso a habitação condigna.

Estas duas metas constam na moção estratégica de José Luís Carneiro à liderança do PS, a que agência Lusa teve acesso, na qual apresenta o que chama de “Pacto Portugal Futuro”, “um pacto com os mais jovens e as futuras gerações”, que tem “como horizonte a visão de país” que ambiciona ter em 2050.

Nesse pacto, José Luís Carneiro defende a necessidade de uma “política sólida de aumento dos rendimentos e de diminuição da carga fiscal, de forma a que, no prazo de 10 anos, o salário médio português alcance o salário médio europeu”.

O candidato à liderança do PS defende que “salários justos são um pressuposto necessário para a dignificação do trabalho e para a qualidade de vida dos trabalhadores, contribuindo para uma melhor justiça social, num quadro de desenvolvimento socioeconómico harmonioso do país”.

O desenvolvimento social do país exige um aumento dos salários e rendimentos, o qual pressupõe o crescimento da economia e que trabalhadores e empreendedores sejam parte do sucesso das empresas”, lê-se. Este pacto apresentado na moção de José Luís Carneiro inclui também metas para a habitação, setor em que, defende, o PS deve continuar a priorizar “novas políticas, reforçando o sentido de emergência social na atuação nesta área”.
“O nosso objetivo deve ser garantir que, no prazo de dez anos, todas as famílias tenham acesso a uma habitação condigna, fazendo conjugar a oferta de mercado com a oferta municipal de habitação e os incentivos à construção de casas a preços acessíveis”, sustenta.

Outra das metas que constam neste pacto é o de garantir que, “no máximo até 2035, Portugal seja capaz de se autoabastecer de eletricidade com recurso a fontes renováveis”, com José Luís Carneiro a defender que o PS deve “continuar a liderar as propostas políticas no campo da proteção e regeneração ambiental e da ação climática”.

Além destas metas concretas, José Luís Carneiro refere que o “Pacto Portugal Futuro” que propõe “não pode prescindir do património de equilíbrio orçamental e credibilidade financeira e orçamental em que o PS deixou o país”.

“Deve dar prioridade ao crescimento sustentável da economia e dos rendimentos com base em ‘contas certas’; recuperando a justiça fiscal nos rendimentos do trabalho e melhorando a competitividade fiscal das empresas; e melhorando as condições de vida, em especial no acesso à habitação e no combate à pobreza e às desigualdades”, lê-se.

Apelando a que se reforcem os apoios às micro, pequenas e médias empresas, “uma vez que representam uma fatia significativa do emprego nacional”, José Luís Carneiro compromete-se também a promover a justiça fiscal, “combatendo a fraude e evasão fiscais, reduzindo correspondentemente os impostos sobre os cidadãos e empresas cumpridores”.

O candidato à liderança do PS considera ainda que o partido tem de reafirmar a defesa de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) “robusto e moderno”, de um “sistema de pensões público, que garanta equidade intergeracional” e de “uma escola pública de qualidade, que seja um fator de melhoria das qualificações e da igualdade de oportunidades”.

“O PS rejeita a privatização da saúde, a mercantilização das pensões e a desorçamentação da escola pública”, defende. Em termos de entendimentos com o Governo da AD, Carneiro volta a frisar na moção que será uma “oposição firme e responsável”, mas reitera a disponibilidade para “consensos democráticos” em áreas como a política externa e europeia, a Defesa, segurança, Justiça e organização do Estado.

As eleições internas para a liderança do PS realizam-se em 27 e 28 de junho e, até ao momento, José Luís Carneiro é o único candidato à sucessão de Pedro Nuno Santos, que se demitiu do cargo de secretário-geral do partido após os resultados das eleições legislativas de 18 de maio.

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Quem é o grupo francês BPCE, com 200 anos de uma história atribulada

Desde as origens no século XIX a um resgate estatal na sequência do escândalo Madoff, o caminho foi longo para o provável comprador do Novobanco.

O Groupe BPCE, que está em negociações avançadas para comprar o Novobanco, nasceu em 2019, mas as suas origens têm mais de 200 anos.

O BPCE resultou da fusão de duas instituições, o Banque Populaire e a Caisse d’Epargne, mas a história destas duas redes vem bem de trás. Em 1818 nasce a primeira Caisse D’Epargne, em português literalmente “Caixa de Poupança”, enquanto o primeiro Banque Populaire surge 60 anos depois, em 1878. A raiz destes bancos esteve em modelos coletivos, cooperativos ou de pequenos profissionais, algo que, apesar das mudanças ao longo dos anos, continuou a marcar o espírito destas entidades.

Depois dessas instituições fundadoras, foram nascendo outras organizações associadas, distribuídas geograficamente, debaixo do mesmo chapéu mas com autonomia de gestão (um pouco à semelhança do modelo do Crédito Agrícola, em Portugal). Hoje em dia, debaixo do Banque Populaire existem 14 instituições, enquanto a Caisse D’Epargne conta com 15, com milhares de balcões cada. Estes dois bancos estão reunidos no Groupe BPCE mas continuam a operar autonomamente, e até concorrencialmente, em França e com marcas separadas.

Também foram resgatados

A fusão debaixo do nome Groupe BPCE aconteceu em 2009 e não pelos melhores motivos. Tal como o Novobanco, também os bancos na origem do BPCE tiveram de ser resgatados com dinheiros públicos.

O problema principal veio do Natixis, braço de banca de investimento e de gestão de fortunas na altura detido em conjunto pelas duas instituições, que ainda eram formalmente autónomas. Na sequência da crise financeira, e de investimentos feitos no que se veio a descobrir ser um esquema piramidal de Bernard Madoff, os problemas do Natixis contaminaram tanto o Banque Populaire como o Caisse D’Epargne, levando o Estado francês a injetar nas instituições cerca de 7 mil milhões de euros, entre o final de 2008 e o início de 2009. A ajuda estatal estava paga no final de 2011.

Neste último ano dá-se a fusão entre as duas instituições, em julho, por forte iniciativa pública, sob a liderança do Presidente Sarkozy. Esse processo, no entanto, não foi isento de problemas. O primeiro presidente do recém-criado Groupe BPCE foi François Perol que, na qualidade de membro do staff de Nicolas Sarkozy, desenhou boa parte da política económica desse Presidente e, sobretudo, teve papel fundamental na definição da fusão dos bancos que deram originam ao BPCE. Em 2015, Perol foi levado a tribunal devido à violação da lei das incompatibilidades e conflito de interesses, uma vez que alegadamente não podia passar de um papel para o outro. Em 2017 foi absolvido, num processo em que as autoridades pediam uma pena de dois anos de pena de prisão, suspensa.

Após 2009, seguiu-se uma reestruturação e o fortalecimento do modelo cooperativo. O BPCE tem como acionistas (9,8 milhões) os membros das cooperativas do Populaire e da Caisse D’Epargne, que são normalmente os clientes, de forma que se pode equiparar, genericamente, à do Montepio, por cá. Fruto deste modelo, dois dos membros do Conselho de Administração são representantes dos trabalhadores.

Nos últimos anos, o negócio tem corrido bem para o BPCE, cujo logotipo roxo resulta da combinação das cores azul e vermelho dos bancos que lhe deram origem.

Atualmente, de acordo com os números da própria instituição, o BPCE é o segundo maior grupo bancário em França, tem 100 mil funcionários e 35 milhões de clientes em todo o mundo. Em termos de banca comercial, está apenas em França, com a presença mundial em mais de 50 países a ser assegurada através da banca de investimento para empresas e da gestão de fortunas feitas pela Natixis. É o Natixis, liás, o responsável pela relação com o Group BPCE com Portugal, uma vez que tem mais de 2 mil trabalhadores no nosso País.

No primeiro trimestre deste ano, o Groupe BPCE atingiu um resultado líquido de perto de 900 milhões de euros, uma subida de 4% face ao período homólogo.

Segundo uma apresentação do próprio banco, o grupo é líder no financiamento a PME em França, tem a segunda maior quota de mercado nos particulares e está na quarta posição na bancassurance. Tem também, habitualmente, uma exposição relevante em termos de crédito ao setor público, nomeadamente a nível local.

Nicolas Damias, CEO do grupo, apresentou recentemente a estratégia Vision 2030, que tem como primeiro pilar assumido o crescimento, inclusivamente fora de França. Se a compra do Novobanco for bem sucedida, está aí um passo assertivo nesse caminho.

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Transporte de passageiros nos aeroportos nacionais cresce 4,2% até abril

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

Aeroporto de Lisboa movimentou 10,7 milhões de passageiros até abril, mais de metade dos passageiros que passaram pelos aeroportos nacionais nos primeiros quatro meses do ano.

O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,2% nos primeiros quatro meses do ano, para 20,5 milhões, metade dos quais no aeroporto de Lisboa, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), hoje divulgados.

De acordo com as estatísticas rápidas do transporte aéreo, o aeroporto de Lisboa movimentou 10,7 milhões de passageiros até abril, o que corresponde a 52,4% do total e a um crescimento de 2,3% face ao mesmo período do ano passado.

Já o aeroporto do Porto concentrou 23,0% do total de passageiros movimentados (cerca de 4,7 milhões; +4,5%), enquanto o de Faro registou um crescimento de 8,1% no movimento de passageiros, totalizando 2,3 milhões.

O Reino Unido foi o principal país de origem e de destino dos voos, tendo registado crescimentos no número de passageiros desembarcados (+2,5%) e embarcados (+1,8%) face ao mesmo período de 2024.

França, que não registou alterações significativas face ao período homólogo, desceu para a segunda posição, seguindo-se Espanha, Alemanha e Itália.

Naquele período, registou-se um crescimento de 0,7% no movimento de carga e correio nos aeroportos nacionais (13,8% em 2024), sendo que o movimento de mercadorias no aeroporto de Lisboa representou 78,4% do total, atingindo 63.930 toneladas (+2,3% face ao mesmo período de 2024).

No conjunto dos restantes aeroportos, o movimento de carga e correio recuou 4,6%.

Numa análise apenas ao mês de abril, nos aeroportos nacionais movimentaram-se 6,5 milhões de passageiros e 21.400 toneladas de carga e correio, correspondendo a crescimentos de 8,1% e 1,7%, respetivamente, face ao período homólogo de 2024.

No mês em análise, registou-se o desembarque médio diário de 109.900 passageiros, valor superior em 8,3% ao registado em abril de 2024 (101.500).

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