Governo em gestão deixa Estado de fora da venda do Novobanco

Executivo pediu um parecer ao centro jurídico do Estado para avaliar se ainda reunia condições para decidir venda da participação da DGTF no Novobanco.

Se o Novobanco avançar para a bolsa no próximo mês, tal como aponta o acionista Lone Star, o Estado vai ficar de fora da operação. Isto acontece porque o Governo se encontra em gestão corrente e não reúne as condições necessárias para tomar uma decisão em relação à participação que a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) detém na instituição financeira, na ordem dos 11,5%.

Fontes governamentais adiantaram ao ECO que o Executivo de Luís Montenegro pediu um parecer ao Centro Jurídico do Estado (CEJURE) para perceber se podia decidir sobre uma eventual venda da participação direta do Estado no banco, na ordem dos 11,4% – isto no caso de a Lone Star avançar com a operação em maio, para quando estão marcadas as eleições. O parecer concluiu que não. O ECO questionou o Ministério das Finanças, mas não obteve uma resposta.

Apesar da turbulência que tem fustigado as bolsas nas últimas semanas, por conta da escalada da guerra comercial, o Novobanco mantém os planos de avançar com uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês), mas sublinhou que o exato momento continua a “depender das condições de mercado”.

Esses planos passam por executar a operação em maio ou, não estando as condições reunidas, esperar pela ‘janela’ de setembro, segundo disse o CEO Mark Bourke internamente.

O Estado controla ainda uma participação indireta de 13,54% no Novobanco através do Fundo de Resolução, mas neste caso cabe à entidade liderada por Luís Máximo dos Santos decidir se vende ou não.

Em entrevista ao ECO publicada esta quinta-feira, o ministro das Finanças recusou comentar sobre se a elevada volatilidade e incerteza nos mercados financeiros globais podiam colocar em risco o processo de venda do Novobanco. Aquilo que sei é que há uma intenção da Lone Star em fazer um IPO, ou seja, uma oferta pública de venda, mas que a Lone Star também não exclui fazer uma venda direta”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento.

“Naturalmente, acompanhamos o processo, porque, como disse, o Estado tem, direta e indiretamente, um total de 25% do capital, mas compete à Lone Star tomar as decisões que entender sobre a venda parcial ou total ou continuidade do Lone Star como acionista do Novobanco”, acrescentou.

No âmbito do ‘side agreement’ assinado em dezembro, no contexto do fim antecipado do acordo de capital contingente, o Estado não ficou obrigado a vender a sua posição num processo de IPO, mas assegurou que terá as mesmas condições dos outros dois acionistas se decidir participar na operação, incluindo o preço.

Num processo de venda direto, o cenário muda: o Estado assegurou que vende ao mesmo preço da Lone Star (mecanismo tag along), mas o acionista americano poderá forçar o Estado a vender a sua posição (mecanismo drag along), isto no caso de alienar mais de 75% da sua posição.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 21 Abril 2025

O Nobel da Economia Paul Krugman está em Lisboa para participar numa conferência do Banco de Portugal. Iniciam as reuniões de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.

A semana começa com a participação do Nobel da Economia Paul Krugman na conferência do Banco de Portugal: “Falar em liberdade: 50 anos do 25 de Abril”. Ainda por cá, prosseguem os debates para as legislativas de 18 de maio que colocam os partidos frente a frente. Já lá fora, iniciam as reuniões de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional e são conhecidas as medidas a impor à Google por abuso da posição no mercado da tecnologia publicitária.

Nobel da Economia Paul Krugman no Banco de Portugal

O Nobel da Economia Paul Krugman participa nesta segunda-feira na conferência “Falar em liberdade: 50 anos do 25 de Abril”, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, numa iniciativa do Banco de Portugal cujo governador, Mário Centeno, faz as honras da casa. O evento também conta com a presença de Vital Moreira, José Pacheco Pereira e Graça Morais.

Início da reunião de primavera do FMI e Banco Mundial

O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, participa nas reuniões de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) que começam esta segunda-feira. A iniciativa decorre até dia 26 de abril e debruça-se sobre temas como a “dívida pública em risco” ou a “vulnerabilidades do setor corporativo num mundo de juros altos: riscos crescentes para a estabilidade financeira”.

Indicadores do INE medem o pulso à economia

Esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os indicadores da conjuntura de março assim como as taxas de Juro Implícitas no Crédito à Habitação referentes ao mesmo mês. A taxa dos empréstimos da casa caiu para 3,83% em fevereiro, baixando 15,4 pontos base.

Justiça decide medidas a impor à Google

São conhecidas em Washington as medidas que a Justiça vai impor à Google por abuso da posição no mercado da tecnologia publicitária. A gigante tecnológica poderá perder o monopólio de pesquisa da Google. Estão ainda em risco os contratos de exclusividade com a Apple e a Samsung, para ser o motor de pesquisa por defeito dos dispositivos das empresas.

PS versus CDU e CH versus BE: mais dois debates para as legislativas

Prosseguem esta segunda-feira os debates televisivos para as eleições legislativas de 18 de maio que colocam frente a frente os candidatos de diferentes espetros políticos. O primeiro está marcado para as 21h na RTP entre Pedro Nuno Santos (PS) e Paulo Raimundo (CDU). Uma hora depois, na Sic Notícias, será a vez de André Ventura (Chega) e Marina Mortágua (Bloco de Esquerda).

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Ivirma promove debate global sobre medicina reprodutiva no 11º Congresso Internacional realizado em Barcelona

  • Servimedia
  • 21 Abril 2025

O Congresso reunirá 1.400 especialistas e instituições académicas de 58 países para debater os últimos avanços científicos em fertilidade, embriologia, genética reprodutiva e IA.

De 24 a 26 de abril, Barcelona acolherá a décima primeira edição do Congresso Internacional Ivirma, o terceiro congresso mais importante do mundo em termos de números e de divulgação científica no domínio da reprodução humana assistida.

O evento, organizado pela Ivirma Global, reunirá especialistas internacionais em fertilidade, embriologia, genética reprodutiva e inteligência artificial aplicada à reprodução humana. O congresso realiza-se num contexto em que a Espanha se consolidou como um dos países europeus com maior volume de tratamentos de reprodução assistida e com uma participação notável na investigação clínica e no desenvolvimento de novas técnicas. De acordo com dados do setor, cerca de 11% dos nascimentos no país estão relacionados com algum tipo de tratamento reprodutivo.

O Professor Antonio Pellicer, Presidente Executivo do Conselho de Administração da Ivirma Global e um dos maiores especialistas mundiais em medicina reprodutiva, explica que “a medicina reprodutiva está a avançar muito rapidamente, mas deve fazê-lo com solidez científica e com uma reflexão constante sobre os aspetos bioéticos envolvidos”. De acordo com Pellicer, congressos como este “permitem partilhar a evidência científica e lançar as bases para uma prática médica mais precisa e segura”.

Da mesma forma, o Dr. Agustín Ballesteros, diretor do IVI Barcelona e do comité organizador do congresso, sublinha a importância de “continuar a investigação em áreas como a vitrificação de óvulos, os meios de cultura personalizados e as novas abordagens terapêuticas da infertilidade masculina, onde ainda existem desafios clínicos importantes”.

ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR

Ao longo de três dias, profissionais de várias disciplinas vão abordar os últimos avanços científicos e os desafios éticos, clínicos e tecnológicos do setor. Entre os temas em destaque estarão a utilização da inteligência artificial na seleção de gâmetas e embriões, os fatores metabólicos que influenciam o desenvolvimento embrionário e as novas linhas de investigação centradas no tratamento da infertilidade masculina grave utilizando células estaminais.

Por seu lado, Javier Sánchez-Prieto, CEO da IVI RMA Global, salienta que “nos próximos dias, Barcelona será o ponto de encontro dos principais líderes do setor, refletindo o papel que Espanha tem assumido no desenvolvimento e aplicação de tratamentos reprodutivos de alta complexidade”. Na sua opinião, “a colaboração internacional é fundamental para enfrentar os desafios futuros neste domínio”.

Estes dados indicam que a Espanha se tornou um dos principais destinos dos pacientes internacionais que procuram tratamentos de fertilidade. Os fatores que explicam esta tendência são o quadro jurídico atual, as infra-estruturas clínicas e a experiência acumulada pelos profissionais do setor.

CONGRESSO DE REFERÊNCIA

Durante três dias, Barcelona acolherá 1400 especialistas e instituições académicas de 58 países que debaterão o futuro de uma disciplina médica que, segundo os seus organizadores, combina alta tecnologia com uma dimensão profundamente humana. Entre eles, contam-se o Dr. Alan Stewart Penzias, especialista em endocrinologia reprodutiva, o Dr. James M. Hotaling, urologista especializado em infertilidade masculina e células estaminais, e o Dr. Denny Sakkas, embriologista com uma vasta experiência em FIV clínica e investigação reprodutiva, com mais de 200 publicações no domínio da fertilização.

Outros participantes notáveis incluem o Dr. Alan Penzias (Boston IVF, Universidade de Harvard, EUA), a especialista em psicologia Dra. Jackie Boivin (Universidade de Cardiff, Reino Unido), o Dr. Emre Seli (Universidade de Yale, EUA), o Dr. Craig Niederberger (Universidade Northwestern, EUA, especialista em infertilidade masculina) e o Dr. Jim Hotaling (Universidade de Utah, EUA, especialista em células estaminais).

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Hiscox: “Queremos duplicar os nossos seguros em Portugal”

Emérico Gonçalves explica porque a célebre Hiscox dos seguros especiais para arte e patrimónios de elevado valor quer aumentar a sua presença em Portugal com novos produtos e envolvimento direto.

Emérico Gonçalves: “O negócio da arte tem o seu próprio ecossistema e as suas próprias comunidades. Alguns brokers integram este tipo de ecossistemas”.

Conhecida pelos seus seguros de arte e de patrimónios de elevado valor, a Hiscox cresceu em Portugal durante doze anos representada pela Innovarisk. Agora decidiu estabelecer-se diretamente aproveitando a carteira existente e o investimento em Portugal onde tem 600 colaboradores de 29 nacionalidades baseados no edifício Atrium Saldanha em Lisboa. Para dirigir a operação a Hiscox convidou Emérico Gonçalves que deixou a AIG onde foi responsável pelo negócio português nos últimos 21 anos. A companhia quer duplicar o volume de prémios no país, e vai juntar as linhas financeiras à sua oferta de seguros. Causas, estratégia e ambições foram explicadas por Emérico Gonçalves em entrevista a ECOseguros.

Porquê veio a Hiscox diretamente para Portugal?

A Hiscox está em Portugal há mais de 20 anos. Estabelecemos um escritório em Lisboa que tem sido inclusivamente um pilar estratégico para a nossa operação na Europa. Nos últimos dez anos ampliamos ainda mais esta nossa presença e temos hoje uma equipa já com quase 600 profissionais de 29 nacionalidades que apoiam diversos mercados desde Lisboa, em áreas financeiras, da IT, de operações, de compliance, entre outras. Mais de 50 colaboradores que estão dedicados ao negócio português e ainda temos operações ibéricas, para os dois mercados, e ainda temos mais colaboradores em Madrid. No total temos 100 colaboradores para a Operação Ibérica e para a Operação Portuguesa.

Qual o peso dos portugueses nestes 600 baseados em Lisboa?

Uma grande parte são portugueses, a Hiscox decidiu apostar no talento português, e na facilidade linguística que os jovens portugueses têm, até comparativamente com os de outras nacionalidades. Entre esses colaboradores temos uma equipa formada por subscritores portugueses, que aliás sempre esteve sediada em Lisboa, que foram os primeiros na área a trabalhar com o mercado espanhol e continuam cá nesta operação.

Temos uma equipa de subscritores e cerca de 220 atividades listadas que vão estar em subscrição na plataforma de Responsabilidade Civil Profissional, o que é uma coisa imensa.

O que é interessante do mercado português para a Hiscox?

Temos uma carteira consolidada no segmento da arte e dos patrimónios de elevado valor, e adicionalmente identificámos um enorme potencial de crescimento em linhas financeiras em Portugal. Colocamos especial enfoque no segmento das pequenas e médias empresas, o segmento mais representativo do tecido empresarial português, e em que a nossa competitividade e estas capacidades de subscrição nestas áreas de negócio, superam os padrões do mercado conferem-nos uma proposta de valor excecionalmente sólida.

Nas linhas financeiras quais os segmentos a explorar?

Com certeza na responsabilidade civil D&O (seguros para administradores e diretores de organizações), em que somos a segunda ou terceira do mercado, e em que grande parte da equipa responsável por essa conquista está sediada em Lisboa e são portugueses. Isto dá-nos a força e a confiança para trazermos para desenvolver muito mais negócio em Portugal, sendo certo que nós manteremos a carteira de linhas financeiras que temos atualmente.

As renovações de contratos serão com a Innovarisk, o novo negócio já diretamente com a Hiscox?

Iniciámos as operações a 1 de abril, mais para efeito no negócio da arte e dos patrimónios de elevado valor. Em simultâneo, começámos o novo negócio nas linhas financeiras, segmento de mercado em que nós identificamos este potencial e temos estrutura e capacidade e recursos para o fazer. A Innovarisk também o tinha, mas com uma dimensão diferente.

Como será a distribuição nos segmentos de arte e património de alto valor?

Definimos dois segmentos de distribuição distintos, um para as linhas de arte e património elevado valor, em que o foco será fundamentalmente em mediadores estratégicos que desenvolvem a sua atividade no seio de ecossistemas e comunidades com o perfil das nossas soluções. O negócio da arte tem o seu próprio ecossistema e as suas próprias comunidades. Portanto, podem ser museus, fundações ou municípios, por exemplo, inclusivamente algum tipo de coleções particulares. Alguns brokers integram este tipo de ecossistemas.

Na nossa plataforma podemos subscrever risco para empresas até 25 milhões de euros de faturação, com limites de indemnização que podem até três milhões de euros de forma automática

Nas linhas financeiras será mais abrangente?

Nessa área definimos uma estratégia que é alicerçada em três pilares. Em primeiro lugar, os grandes brokers que se especializam na distribuição de soluções de linhas financeiras, portanto, ciber (riscos cibernéticos), D&O (seguros para administradores e diretores de empresas), RC (Responsabilidade Civil) profissionais e outros produtos de linhas financeiras. Portanto, os grandes brokers especialistas. Em segundo lugar, modelos de distribuição alternativa – alternative distributor é o vocábulo utilizado para estes modelos. E aí daremos atenção aos agregadores (wholesaler, agregador de sub-agentes), às facilities e em schemes, que é uma forma hoje de distribuir este tipo de produtos, nomeadamente o seguro Ciber, o D&O e a RC (Responsabilidade Civil) Profissional. Estas seguradoras, com projetos similares à nossa, já desenvolveram modelos de subscrição simplificada, que lhes permite, com tecnologia, substituírem brokers agregadores. Em terceiro lugar, temos os restantes mediadores que estão espalhados pelo país, até porque Portugal é um país com muito mediadores embora não estejam vocacionados para nichos com esta complexidade.

E a gestão de toda essa rede?

Temos um canal digital e é através de uma plataforma poderosíssima, considerada a melhor plataforma em Espanha, que permite simular seguros de ciber, de D&O e RC Profissional, os produtos mais complexos em termos de subscrição estão nessa plataforma. Depois, há uma equipa de suporte que simula, emite, gera, retira documentos, podem fazer a própria gestão da carteira na plataforma. Há uma equipa de suporte dedicada para este canal, uma equipa de subscritores e temos cerca de 220 atividades listadas que vão estar em subscrição na plataforma de RC Profissional, o que é uma coisa imensa.

A plataforma é para mediação ou clientes finais?

É só para a mediação, a nossa vocação é trabalhar através dos canais profissionais, corretores e mediadores profissionais, tendencialmente não trabalhamos diretamente, privilegiamos o negócio através dos canais profissionais.

A Innovarisk, até agora representante da Hiscox em Portugal, conseguiu uma carteira de seguros de 14 milhões de euros. Qual o objetivo da Hiscox pelo seu próprio caminho?

O nosso objetivo é muito ambicioso, duplicar a carteira. Os nossos objetivos estão bem definidos, e vão para além da consolidação da capacidade do segmento de arte e património de alto valor. Embora este, não sendo um mercado gigante em Portugal, ter ainda muito por fazer. Temos uma base porque a Innovarisk fez um excelente trabalho desde 2013 até 2024.

O risco ciber tem possibilidade de maior adesão?

O ciber é um risco para estar no topo das preocupações dos empresários portugueses e dos dirigentes das empresas. Nós vamos conseguir subscrever ou dar a possibilidade de subscrever esse risco na nossa plataforma para empresas até 25 milhões de euros de faturação, que já inclui uma grande parte das empresas e com limites de indemnização que podem até três milhões de euros de forma automática. A capacidade de subscrição está simplificada com meia dúzia de perguntas.

O que fazem os concorrentes?

As seguradoras mais especialistas no mercado têm questionários muito densos, com mais de dez páginas de perguntas. Isso não ajuda no processo de subscrição porque a proposta vai andar dentro das empresas, vai de uma área para a outra, para responder a perguntas da área financeira, outras da área mais tecnológica e por aí adiante. É igual a muitas coisas acontecem no nosso mundo de seguros, dificuldades, e não facilidade, na contratação de seguros. Nós simplificamos, com base na experiência que temos em vários mercados, inclusivamente no mercado português e no mercado espanhol. Colocamos só as questões que necessitamos fundamentalmente saber.

Como podem analisar o risco concretamente?

O resto, por mutualidade, já conhecemos o risco. Temos uma experiência de subscrição de anos, os riscos cyber desde o ano de 1999. Com sinistros, diversas situações, ocorrências, incidentes, toda essa experiência. Os subscritores estão em Lisboa, têm um nível de subscrição dentro do grupo Hiscox muito elevado e dois deles têm mesmo a máxima termos do grupo a nível global.

A sua experiência anterior indica que esta resposta é diferenciada?

Eu venho de outras congéneres internacionais em que o processo de subscrição está centralizado noutras geografias. Portanto, as capacidades elevadas, as capacidades de subscrição, estão noutras geografias. Não é o mesmo do que ter as ao nosso lado.

Até por trabalhar em segmentos de mercado de elevado rendimento e de empresários, e tem um nível de serviço. Não podem os clientes pensar que estão a pagar pela marca, para além do risco?

É uma questão pertinente na área dos patrimónios de elevado valor, talvez não tanto na arte. Desde que começámos a fazer seguros, inclusive na Lloyd’s, onde temos o Sindicato 33, o mais antigo número que está em atividade, desenvolvemos uma experiência nesta área da arte que nos permite ter a capacidade de oferecer em Portugal, produtos para a arte que são únicos.

O que os torna únicos?

Nós não seguramos uma peça de arte, ou conjuntos que formam uma peça de arte, como se fosse uma apólice, por exemplo, de multirriscos, que tem um determinado preço e está a proteger aquele bem, que é valiosíssimo dessa forma. O know how que desenvolvemos desde há décadas, permitiu-nos chegar hoje a um elevado nível de conhecimento passá-lo para a proteção dos bens. Por exemplo, se uma peça faz parte de um conjunto e se danifica, indemnizamos o conjunto inteiro pelo valor que é atribuído e é convencionado. Não há discussão. Os danos acidentais neste tipo de apólices também estão cobertos. É uma abordagem diferente do que é segurar uma peça num multirriscos, que só indemniza se houver inundação, aluimento de terras ou qualquer fenómeno semelhante. Obviamente, aumenta o espectro de risco, é o risco quase na totalidade, porque foram retiradas praticamente todas as exclusões.

As apólices para património de elevado valor dão cobertura para bens que estejam dentro do próprio local da residência, mas também em qualquer parte do mundo, porque as pessoas viajam e podem levar coisas – como joias – e estas apólices dão cobertura mundial para os bens

E no património de elevado valor?

Em um seguro património de elevado valor os recheios das casas também incorporam e incluem objetos de arte, pinturas e objetos especiais, os bens pessoais e essas apólices dão cobertura para estes bens que estejam dentro do próprio local da residência mas também em qualquer parte do mundo, porque as pessoas viajam e podem levar coisas – como joias – e estas apólices dão cobertura mundial para os bens. São apólices desenhadas para este segmento do mercado, daí que o preço, obviamente, é diferente.

E nas linhas financeiras o preço será adequado ao país?

A proteção das empresas a par, por exemplo, com o escrutínio dos reguladores e dos acionistas, faz com que as empresas tenham de olhar para a subscrição deste tipo de seguros que hoje têm um custo, não diria que é residual, mas é mesmo muito baixo. Quando há 20 anos, quando começámos a vender financial lines em Portugal, os preços destes tipos de seguros, nomeadamente de D&O, eram de outro nível. Com a mutualidade que se conseguiu, não só a Hiscox mas o mercado em geral, os preços baixaram muito. Quase não há razão para as empresas não comprarem o seguro de D&O. E agora o cyber está cada vez mais evoluído há mais situações de riscos cibernéticos não só por ataques, mesmo incidentes provocados de forma inadvertida pelos próprios colaboradores como abrir e-mails que são alvos de phishing.

A Hiscox tem também fama de realizar seguros idiossincráticos como as mãos do pianista ou as pernas do futebolista…Querem fazê-los em Portugal?

Esses seguros são designados de contingência. Nesta primeira fase, não iremos trazer. Fazemos contingências em muitos países, mas o nosso foco, durante o ano de 2025 em Portugal, é consolidar e desenvolver o nosso negócio de arte e património de elevado valor de um lado, e por outro lado, e o desenvolvimento das linhas financeiras, com especial enfoque no D&O, RC Profissional e cyber, porque queremos ajudar a colmatar um gap de proteção importante de que as empresas portuguesas sofrem.

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📹 Quatro soluções para a crise hídrica na Europa

  • ECO
  • 20 Abril 2025

A Comissão Europeia preparou um vídeo com os desafios mais urgentes ao nível dos recursos hídricos da União Europeia. Veja as quatro soluções.

A crise hídrica na Europa está a atingir níveis críticos, com alguns países a serem afetados pela escassez de água e outros por inundações devastadoras. A Comissão Europeia preparou um vídeo com os desafios mais urgentes ao nível dos recursos hídricos da União Europeia. Veja as quatro soluções propostas por Bruxelas.

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UNA Seguros renova parceria com Federação Portuguesa de Ténis pelo terceiro ano consecutivo

  • ECO Seguros
  • 20 Abril 2025

A seguradora, que mantém o estatuto de patrocinador oficial da FPT, continuará a dar nome ao Circuito Absoluto FPT/UNA Seguros e prolonga o seu compromisso com os diversos torneios internacionais.

A UNA Seguros e a Federação Portuguesa de Ténis (FPT) renovaram a parceria que une ambas as entidades, dando continuidade a um projeto conjunto que entra agora no seu terceiro ano consecutivo, anunciou em comunicado a federação.

Vasco Costa, secretário-geral da FPT, João Paulo Santos, presidente da FPT, Nuno Catarino, administrador comercial da UNA Seguros e Catarina Rodrigues, diretora de Marketing Estratégico da UNA Seguros na cerimónia que oficializou o acordo no Complexo de Ténis do Jamor, durante o Oeiras Open, o único torneio nacional a combinar uma prova ATP Challenger 125 com uma WTA 125.

A seguradora, que mantém o estatuto de patrocinador oficial da FPT, continuará a dar nome ao Circuito Absoluto FPT/UNA Seguros. Este circuito integra torneios de nível A e B, Campeonatos Regionais e o Campeonato Nacional, culminando no Masters Absoluto FPT/UNA Seguros — evento que reúne os melhores tenistas da época nas categorias masculina e feminina, e realiza-se em simultâneo com o Masters sub-18 e da competição de ténis em cadeira de rodas.

Além do apoio direto ao circuito, a UNA Seguros prolonga também o seu compromisso com os diversos torneios profissionais internacionais organizados pela FPT em território nacional. Só em 2024, a federação promoveu 20 torneios ITF femininos, 16 ITF masculinos, um WTA e nove eventos ATP Challenger.

“É com muito agrado que a Federação Portuguesa de Ténis reforça esta parceria de sucesso com a UNA Seguros, que assim continua a ver no ténis um veículo para a sua aposta no segmento de saúde e desporto”, afirmou João Paulo Santos, presidente da FPT. O dirigente destacou ainda o impacto positivo da colaboração no aumento do número de praticantes e na elevação do nível competitivo nas provas seniores.

Para Nuno Catarino, administrador comercial da UNA Seguros, esta renovação traduz a visão de longo prazo da companhia em matéria de investimento no desporto nacional. “Estamos muito orgulhosos por renovar esta parceria com a Federação Portuguesa de Ténis, uma relação que tem vindo a crescer e a consolidar-se ano após ano. Acreditamos no poder do desporto como motor de desenvolvimento pessoal e social, e o ténis, pela sua exigência, disciplina e valores, é um excelente reflexo disso mesmo. Com este apoio, queremos continuar a impulsionar o talento nacional e a promover momentos de excelência desportiva”, sublinhou o responsável.

A formalização do acordo contou ainda com a presença de Vasco Costa, secretário-geral da FPT, e de Catarina Rodrigues, diretora de Marketing Estratégico da UNA Seguros. O acordo foi oficializado no Complexo de Ténis do Jamor, durante o Oeiras Open, o único torneio nacional a combinar uma prova ATP Challenger 125 com uma WTA 125.

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Fact-checking acaba nas redes sociais (nos EUA). É seguro para as marcas investir?<span class='tag--premium'>premium</span>

O fim da política de verificação de factos independente abre a porta à desinformação e é um alerta para as marcas. Investir em redes sociais sem verificação é um risco acrescido.

Este artigo integra a 13.ª edição do ECO magazine. Pode comprar aqui.A notícia chegou em janeiro, duas semanas antes de Donald Trump voltar a ocupar a cadeira principal da Sala Oval. Mark Zuckerberg anunciou que a dona do Facebook e Instagram ia acabar com o programa de verificação de factos no país, substituindo-o por um modelo baseado em notas da comunidade. A mudança, prosseguia, era inspirada no modelo da rede social X, de Elon Musk, o multimilionário que lidera o departamento de Eficiência Governamental criado pelo Presidente dos EUA, e tinha como objetivo garantir a liberdade de expressão e diminuir os erros de moderação. Na Europa a medida não foi recebida com aplausos e também a Rede Internacional de Verificação de Factos lançou o alerta: “ Se a Meta decidir acabar com o programa

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Generali é o primeiro grupo estrangeiro a controlar 100% uma seguradora P&C na China 

  • ECO Seguros
  • 20 Abril 2025

A compra das 51% das ações da CGI custaram 99 milhões de euros ao segurador que investiu com o objetivo de posicionar a Generali de forma a conquistar uma quota crescente do crescente mercado chinês.

O grupo Generali anunciou em comunicado ter adquirido 51% da ações da Generali China Insurance Company Limited (GCI) – percentagem que lhe restava para ser a única acionista.

Já obtidas todas as aprovações regulamentares, a Generali detém agora a propriedade total do seu negócio de seguros de Propriedade e Responsabilidade Civil (ou P&C, na sigla inglesa) na China. Os 51% que restavam à Assicurazioni Generali S.p.A. custou-lhe 99 milhões de euros, passando assim a deter 100% da CGI, indicou em janeiro do ano passado o grupo segurador em comunicado.

As quinze localizações da CGI são agora 100% do grupo italiano, após aquisição da parte da CNPC – China National Petroleum Corporation.

O grupo segurador estima que a aquisição terá um impacto de aproximadamente -1 ponto percentual no rácio de solvência do grupo.

Concluída a aquisição, a Generali torna-se no primeiro operador estrangeiro a adquirir o controlo de uma companhia de seguros de P&C a uma única entidade estatal na China, exclusivamente através de um processo de leilão público obrigatório no final de 2023 que foi iniciado pela chinesa CNPC (China National Petroleum Corporation), até esta transação a acionista maioritária com 51% da GCI.

Enquanto entidade totalmente detida por estrangeiros, a GCI passará a operar sob a marca Generali na China, em plena consonância com a estratégia da Generali e permitindo que a atividade local tire partido do mercado em rápido crescimento na China.

A aquisição representa um investimento estratégico a longo prazo com o objetivo de posicionar a Generali de forma a conquistar uma quota crescente do crescente mercado chinês.

Como única proprietária da GCI, a Generali visa expandir a sua rede de distribuição na China, aproveitar os investimentos da China no sentido da neutralidade carbónica para expandir os seguros de negócios ecológicos. A companhia também quer aproveitar as suas competências globais, regionais e e locais para melhorar a estratégia de distribuição da GCI.

A Generali e a CNPC Capital continuam a ser parceiros de joint-venture na Generali China Life Insurance Company, criada em 2002 bem como na Generali China Asset Management Company.

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Zurich Viagens amplia cobertura com consultas médicas e apoio psicológico

  • ECO Seguros
  • 20 Abril 2025

A seguradora reforçou o produto cujas coberturas que já faziam parte do produto foram ampliadas. É o caso do reembolso em caso de cancelamento e despesas médicas por doença ou acidente.

A Zurich Portugal anunciou em comunicado que reforçou a cobertura do seu seguro de viagens, passando a incluir consultas médicas especializadas para os segurados antes da partida.

Emília Sanches, Diretora de Marketing da Zurich Portugal: ” Além de refletir o nosso compromisso contínuo em oferecer soluções inovadoras e personalizadas aos nossos clientes, a nova versão do produto reforça a nossa missão de estar ao lado dos nossos clientes em todas as jornadas”.

A renovação do seguro Zurich Viagens visa responder às necessidades dos viajantes modernos, ao disponibilizar agora a Consulta do Viajante — um serviço de aconselhamento médico especializado, adaptado ao destino da viagem, que assegura uma preparação mais segura em termos de saúde. O produto passa ainda a incluir acompanhamento psicológico ao beneficiário em caso de falecimento da pessoa segura.

A cobertura médica foi também reforçada, com um aumento do capital seguro para despesas médicas em caso de doença ou acidente, garantindo assim acesso a cuidados de saúde de qualidade no estrangeiro. O produto sofreu igualmente um ajuste dos capitais de acidentes pessoais.

No que diz respeito ao reembolso por cancelamento, a cobertura foi ampliada e passa agora a abranger gastos irrecuperáveis com bilhetes para espetáculos, eventos culturais, atividades desportivas e similares, desde que exista comprovativo de pagamento.

As coberturas do seguro são agora descritas como “mais claras e abrangentes”, após a reorganização das garantias de cancelamento.

“Acreditamos que viajar deve ser uma experiência memorável e sem preocupações, por isso, renovámos o nosso Zurich Viagens para garantirmos que os nossos clientes se sentem protegidos em qualquer situação. Além de refletir o nosso compromisso contínuo em oferecer soluções inovadoras e personalizadas aos nossos clientes, a nova versão do produto reforça a nossa missão de estar ao lado dos nossos clientes em todas as jornadas”, afirma Emília Sanches, Diretora de Marketing da Zurich Portugal.

O Zurich Viagens pode ser subscrito através da app Zurich4You ou com um mediador Zurich.

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Ciência e negócio devem dialogar. Maria Manuel Mota vai presidir ao 34º congresso da APDC

  • ECO
  • 20 Abril 2025

A cientista Maria Manuel Mota, que vai presidir ao 34.º congresso da APDC, defende que a ciência e o negócio devem dialogar, admitindo que "muitas vezes este diálogo é difícil".

A cientista Maria Manuel Mota, que vai presidir ao 34.º congresso da APDC, defende que a ciência e o negócio devem dialogar, admitindo que “muitas vezes este diálogo é difícil porque as línguas são diferentes”. A APDC reagendou o 34.º Digital Business Congress para 01 e 02 de julho, na sequência das eleições antecipadas de 18 de maio, o qual terá como tema de fundo “Science & Business: Working Together”, a ciência e o negócio a trabalharem em colaboração.

“Ao princípio, sou franca, pensei: “Será que se enganaram“, começou por questionar-se Maria Manuel Mota, presidente executiva (CEO) do Gulbenkian Institute for Molecular Medicine (GIMM), resultante da fusão entre o Instituto de Medicina Molecular (IMM) e o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC).

A própria APDC evoluiu enquanto associação, sendo que “começou comum objetivo completamente diferente”, sendo agora “Digital Business”, prossegue. “No fundo estamos nessa era […] e eu pensei que isto pode ser mais útil até para mim”, até porque “nós estamos a querer fazer fazer uma grande transformação digital dentro da Fundação GIMM”, pelo que “é muito interessante conhecer todas estas pessoas“, admite a investigadora, reconhecida pelos seus significativos contributos na investigação da malária.

O mote do congresso deste ano é ‘science & business’ [ciência & negócio].

“À partida as pessoas pensam que não tem nada a ver – e há uma parte que não pode ter a ver”, ou seja, a da descoberta, “da ciência, de cientistas que o fazem porque são curiosos e essa parte é mesmo muito importante e esses cientistas têm que ser mesmo protegidos”, prossegue.

Mas, “obviamente, sabemos que essas descobertas, mais cedo ou mais tarde, podem chegar às pessoas, podem chegar ao que for, ao planeta e é muito importante que esse caminho possa ser feito e, portanto, é óbvio que aí o ‘business’, o negócio, tem que entrar dentro da equação”, refere.

Esta é uma “faceta da nossa instituição que também está presente”, portanto, “quando vi – e acho que interpretei bem o convite -, pensei: Acho que podemos fazer uma boa parceria”, no sentido em que “uns e outros ganham”, sublinha. “Achei que era super interessante e, depois da primeira conversa com eles, achei mesmo que poderíamos fazer algo muito bem“, considera.

A investigadora defende que a ciência e o negócio, as empresas, “possam dialogar”. “Precisamos é que haja um diálogo”, insiste, recordando que a fundação GIMM é recente, mas que tem “um grande legado” de duas grandes instituições – IMM e o IGC -, este último que começou em 1961 e o primeiro há 20 anos, mas com percurso paralelo, distinto.

É um percurso que ambos se aproximavam em transferir todas as suas descobertas, nós chamamos de ‘translation’, traduzir aquilo que os nossos cientistas descobrem sem, inicialmente, qualquer interesse em ‘business’ ou sem qualquer interesse, apenas […] levados pela curiosidade“, continua Maria Manuel Mota.

A instituição “em si trabalha com os investigadores cada vez mais e as novas gerações de cientistas querem fazer mais isso, de traduzir, no fundo, essas suas descobertas para algo que possa ter impacto na sociedade, no planeta, nas pessoas, seja o que for”.

“Acho que é algo que podemos trazer, essa visão, e a nossa visão é uma visão de diálogo”. Contudo, “muitas vezes este diálogo é difícil porque as línguas são diferentes”, mas “tem que haver esta aproximação para cada vez nos entendermos melhor”, defende.

Tal não quer dizer que “temos que passar a ter a mesma linguagem, de todo. Cada macaco no seu galho e cada um vai desenvolvendo da sua forma, mas temos que ter a capacidade de comunicar uns com os outros porque acho que temos a ganhar uns com os outros nesse diálogo”, remata a investigadora.

Questionada sobre o trabalho no GIMM, a cientista diz que estão a fazer “descobertas o tempo todo”. Aliás, as pessoas da comunicação do instituto até estão “à rasca porque, de repente, temos não sei quantos ‘papers’ publicados este mês, em grandes revistas científicas e descobertas, quer na malária, quer em inflamação, quer em cancro colorretal“, aponta.

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Ministro francês das Finanças diz que Trump arrisca credibilidade do dólar se mexer na Fed

  • Lusa
  • 20 Abril 2025

O ministro francês das Finanças considera que Donald Trump, colocaria em risco a credibilidade do dólar e desestabilizaria a economia dos EUA se demitisse o presidente da Reserva Federal.

O ministro francês das Finanças, Eric Lombard, considera que o Presidente norte-americano, Donald Trump, colocaria em risco a credibilidade do dólar e desestabilizaria a economia dos EUA se demitisse o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell. “Donald Trump prejudicou a credibilidade do dólar com as suas medidas agressivas em matéria de direitos aduaneiros – durante muito tempo“, afirmou Lombard numa entrevista publicada no jornal La Tribune Dimanche, citada pela Bloomberg.

Se o presidente do banco central norte-americano for afastado, “esta credibilidade será ainda mais afetada, com a evolução do mercado obrigacionista”. O resultado seria um aumento dos custos do serviço da dívida e “uma profunda desorganização da economia do país”, afirmou Lombard, acrescentando que as consequências levariam os Estados Unidos, mais cedo ou mais tarde, a negociações para acabar com as tensões.

Os comentários de Lombard surgem depois de Donald Trump, frustrado com a precaução de Powell em reduzir as taxas de juro dos EUA, ter publicado nas redes sociais, na passada quinta-feira, que a saída do presidente da Fed “já vem tarde“, não ficando claro se pretende demitir Powell ou está ansioso pelo fim do seu mandato, em maio de 2026. O diretor do Conselho Económico Nacional dos Estados Unidos, Kevin Hassett, disse esta sexta-feira que Trump está a estudar se pode demiti-lo.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, já se opôs publicamente a Trump em várias questões, incluindo a Ucrânia, comércio e até se ofereceu para acolher em França cientistas sediados nos Estados Unidos cujo financiamento federal para investigação foi cortado.

Mesmo assim, os comentários de Lombard são “invulgarmente diretos” sobre os assuntos internos dos Estados Unidos, nota a agência Bloomberg.

O ministro francês das Finanças afirmou que as tarifas de 10% impostas por Trump às importações da União Europeia não fazem sentido e que o objetivo da Europa é criar uma zona de comércio livre com os Estados Unidos.

O nível de 10% é “um aumento enorme, que não é sustentável para a economia dos Estados Unidos e representa grandes riscos para o comércio global“, disse Lombard.

O ministro das Finanças apelou também aos CEO europeus para que demonstrem “patriotismo” e trabalhem com os seus governos para que a região não saia prejudicada.

Na quinta-feira, o bilionário francês Bernard Arnault, cujo grupo LVMH é proprietário de marcas de champanhe como Moët & Chandon e Veuve Clicquot, bem como do conhaque Hennessy, pareceu sugerir que os líderes da UE não estavam a exercer pressão suficiente para chegar a um acordo sobre os direitos aduaneiros.

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Empresas portuguesas testam soluções para dar “passaporte digital” aos produtos

Um regulamento técnico e de difícil leitura, o investimento em digitalização e a "concorrência desleal" são os principais desafios. Do calçado à cutelaria, várias empresas já estão a testar soluções.

É já a partir do próximo ano que as empresas vão ser obrigadas a ter um Passaporte Digital do Produto (DPP), uma iniciativa da União Europeia que tem como objetivo aumentar a transparência e rastreabilidade na indústria. Uma obrigatoriedade que está a desafiar o tecido empresarial, que passará a ter de recolher e organizar dados que até agora não eram obrigatórios — e para a qual as empresas parecem ainda não estar preparadas.

Um regulamento demasiado técnico e ainda indefinido, o investimento em tecnologia e o desafio de reorganização das empresas estão entre as principais dificuldades apontadas. Outro dos obstáculos enumerados pelos especialistas ouvidos pelo ECO é a “concorrência desleal” face a empresas de países terceiros, que não são obrigadas a ter o Passaporte Digital do Produto.

Os têxteis, a par de grupos de produtos como mobiliário e equipamentos eletrónicos, são considerados prioritários na definição de requisitos de conceção ecológica. E serão objeto do primeiro plano de trabalho da Comissão, que deverá ser adotado nos próximos dias.

O presidente da Associação Nacional das Indústrias do Vestuário e Confeção (Anivec) lamenta que o Passaporte Digital do Produto seja “uma obrigação para as empresas europeias e não para as empresas de países terceiros”, recordando que “mais de 85% dos produtos têxteis e vestuário consumidos na Europa têm proveniência de países terceiros”. César Araújo considera que esta regulamentação é “concorrência desleal”.

O Passaporte Digital do Produto é uma obrigação para as empresas europeias e não para as empresas de países terceiros. Isto é uma concorrência desleal.

César Araújo

Presidente da Anivec

O Centro Tecnológico das Empresas do Setor Têxtil e Vestuário (Citeve) tem realizado investimentos em ferramentas tecnológicas — desde o armazenamento de dados até à disponibilização e interoperabilidade — que cobrem aspetos essenciais para a operacionalização futura do Passaporte Digital do Produto neste setor tradicional.

Há quatro anos, o diretor geral do Citeve, Braz Costa, já avisava que era “imprescindível criar indicadores que melhorem a transparência, rastreabilidade e avaliação do ciclo de vida das peças”. Uma espécie de um bilhete de identidade das peças de roupa.

O Passaporte Digital do Produto vai reunir informações essenciais sobre um produto, nomeadamente a composição, origem, impacto ambiental e circularidade – e que poderá ser acedido ao longo de toda a cadeia de valor pelos consumidores.

Para ajudar as empresas neste processo foi criado o Greentech Lab, um projeto que faz parte da Rede Nacional de Test Beds e concebido para apoiar as pequenas e médias empresas na transição para a sustentabilidade. “Aqui, as empresas podem experimentar soluções, perceber o que funciona e como se adaptar antes de terem de cumprir a regulamentação de forma obrigatória”, refere João Pedro Pinto, partner da Aliados Consulting, entidade promotora do projeto.

“O nosso objetivo é tornar esta mudança mais simples e acessível para as empresas, transformando um desafio numa oportunidade”, afiança o partner da Aliados Consulting. João Pedro Pinto explica ao ECO que as empresas vão ter de “investir em tecnologia para garantir que essa informação está acessível digitalmente” e “adaptar processos internos e a relação com fornecedores para cumprimento dos novos requisitos”.

As empresas vão ter que investir em tecnologia para garantir que essa informação está acessível digitalmente e adaptar processos internos e a relação com fornecedores para cumprimento dos novos requisitos.

João Pedro Pinto

Partner da Aliados Consulting

No entanto, o partner da Aliados Consulting considera que, apesar destes desafios, o DPP irá trazer benefícios, como uma maior confiança por parte dos clientes, a otimização da cadeia de abastecimento e novas oportunidades de negócio.

Numa primeira fase, as empresas têm de perceber que informações vão ter de fornecer sobre os seus produtos. “Isso significa fazer um levantamento detalhado dos dados que já recolhem e dos que ainda precisam de começar a registar – desde a composição dos materiais até à pegada ambiental”, detalha João Pedro Pinto.

As regras do Passaporte Digital do Produto ainda estão a ser fechadas e podem variar consoante o setor. O partner da Aliados Consulting aconselha as “empresas a estarem atentas às atualizações para garantir que cumprem os requisitos desde o início”.

“Não basta ter a informação – é preciso estruturá-la de forma digital e garantir que pode ser facilmente partilhada ao longo da cadeia de valor”, afirma João Pedro Pinto, acrescentando que “mesmo sem todos os detalhes fechados, as empresas já podem começar por mapear o que têm, o que falta e como se podem adaptar, para não serem apanhadas desprevenidas quando a obrigatoriedade entrar em vigor”.

Qual o grau de preparação?

O partner da Aliados Consulting, entidade promotora do projeto GreenTech Lab considera que a “a maioria das empresas ainda não está preparada”. “Algumas grandes empresas e setores como a eletrónica e a moda já começaram a preparar-se, mas muitas PME ainda desconhecem o impacto que isto terá no seu negócio“, avisa João Pedro Pinto.

Uma opinião partilhada pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), que atesta igualmente que as “empresas não estão preparadas”. A associação liderada por Luís Miguel Ribeiro explica ao ECO que “o regulamento que fixa indicativamente os requisitos de desempenho, informacionais e outras obrigações adicionais, é um regulamento base que será posteriormente complementado por atos delegados específicos para cada grande grupo/família de produtos e, esses regulamentos delegados, com a adaptação dos requisitos genéricos fixados no Regulamento Base, ainda não foram publicados”.

“Ainda que já se conheçam genericamente os elementos que irão constituir o Passaporte Digital do Produto, o conhecimento dos aspetos específicos relativos a cada grupo de produtos é condição essencial para as empresas começarem a preparar o seu “sistema” de produção e recolherem informação a fim de conseguirem disponibilizar o documento”, refere o líder da AEP.

O presidente da Anivec considera que o têxtil e o vestuário estão preparados para a rastreabilidade, embora considere que existem indefinições no regulamento. “Não podemos dizer que estamos preparados sem saber as regras do jogo“, refere César Araújo.

Quais os principais desafios?

Um regulamento técnico e de difícil leitura, o investimento em digitalização e o desafio de reorganização do tecido industrial empresas são alguns dos principais desafios elencados pelos vários intervenientes ouvidos pelo ECO.

O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) considera que a “interpretação do próprio regulamento, muito extenso e muito técnico, com muitas remissões, e nem sempre escrito numa linguagem amigável”, é uma grande dificuldade para o tecido empresarial.

Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de PortugalHenrique Casinhas/ECO

A acrescentar à lista das dificuldades, enumera o “desafio da reorganização da empresa, necessária à integração das obrigações substantivas e de informação previstas no regulamento nos procedimentos da empresa, a fim de facilitarem a aplicação do regulamento” e “o investimento na digitalização deste instrumento, sem o qual não é possível dar resposta às exigências do regulamento”.

“Há aspetos do PDP que ainda não se encontram totalmente definidos, o que dificulta a adoção de uma abordagem preventiva por parte dos operadores económicos. De facto, não é fácil preparar aquilo que ainda não se conhece bem”, comentam Raquel Barroso Margarida de Oliveira Pedro, da Abreu Advogados.

A implementação poderá representar um desafio significativo para as empresas portuguesas, especialmente no que diz respeito à rastreabilidade dos produtos ao longo da sua cadeia de valor.

Abreu Advogados

Embora o Passaporte Digital do Produto represente um passo fundamental para a transparência e sustentabilidade no mercado europeu, a Abreu Advogados recorda que a “implementação poderá representar um desafio significativo para as empresas portuguesas, especialmente no que diz respeito à rastreabilidade dos produtos ao longo da sua cadeia de valor”.

Garantir que as informações essenciais sobre os produtos estão disponíveis e são rastreáveis em cada fase do seu ciclo de vida “exige um investimento considerável na aquisição ou desenvolvimento de soluções tecnológicas adequadas, bem como na formação dos trabalhadores”, asseguram as duas especialistas.

Na ótica das porta-vozes da Abreu Advogados, “as mudanças poderão revelar-se particularmente exigentes por prejudicar sobretudo as pequenas e médias empresas, que dispõem de recursos técnicos e financeiros limitados e que, muitas vezes, já enfrentam dificuldades consideráveis ao nível da transição digital e capacitação de recursos humanos”.

O líder da Anivec não tem dúvidas de que o maior desafio das empresas é a “concorrência” desleal perante as empresas de países terceiros que não são obrigadas a ter o Passaporte Digital do Produto. “O setor não está é preparado para a concorrência desleal que a Europa está estimular – que é o que está a acontecer”, considerando que a “Europa está indiretamente a aniquilar setores europeus”.

César Araújo recorda que “quem não cumpre os critérios, consegue pôr um produto mais barato no mercado”. E assegura que a grande maioria dos consumidores europeus não querem saber se o produto tem passaporte ou não; querem é o melhor preço”.

Calçado, cutelaria e embalagens antecipam soluções

Antecipando este desafio, mais de 30 pequenas e médias empresas já estão a testar soluções no GreenTech Lab, a plataforma que permite validar produtos e processos para cumprir os novos requisitos europeus de rastreabilidade, transparência e circularidade.

Embora a cutelaria não esteja abrangida pela obrigatoriedade em 2026 já decretada para indústrias como o têxtil ou o calçado, Emídio Silvério, responsável de sustentabilidade da Herdmar sabe que esse momento há de chegar. E a centenária Herdmar que ser das primeiras a ter um conjunto de talheres que mostre ao consumidor, através de um QR Code, essa informação sobre a compra da matéria-prima, as emissões, os gastos de água ou os métodos de produção.

A Herdmar está a trabalhar com uma consultora e espera ter esse produto no mercado até ao final do ano, como base para um modelo que possa ser extrapolado. “Se as diferenças de preços não forem gritantes”, Emídio Silvério acredita que será algo valorizado pelos consumidores. “Exportamos para mais de 80 países e alguns terão essa consciência e capacidade de absorver” o custo adicional, confia o responsável de sustentabilidade.

Reportagem na Herdmar, fábrica de cutelaria - 17MAR25

A Herdmar é uma das empresas que integra o GreenTech Lab, que na ótica da CEO Clara Marques “permitiu à empresa aceder a uma plataforma de conhecimento e suporte tecnológico para o desenvolvimento de um projeto-piloto centrado na criação do nosso DPP. “Estar na vanguarda do ecodesign e da economia circular é essencial para o futuro da cutelaria de mesa”, resume.

Outra das empresas que integra este projeto é a Procalçado. “Ao integrar esta plataforma, estamos a preparar-nos para os desafios regulatórios e a garantir que os nossos produtos cumprem os mais altos padrões de transparência e circularidade”, diz o responsável de engenharia de materiais. “O DPP reforça a confiança dos consumidores e melhora a eficiência da nossa cadeia de abastecimento, ao facilitar processos de reciclagem, reutilização e promoção da economia circular na indústria do calçado” destaca Rui Martins.

O DPP reforça a confiança dos consumidores e melhora a eficiência da nossa cadeia de abastecimento, ao facilitar processos de reciclagem, reutilização e promoção da economia circular na indústria do calçado.

Rui Martins

Responsável de engenharia de materiais da Procalçado

Já Isabel Neto, gestora de qualidade e ambiente da Sopsa Eco Innovation, salienta que a empresa entrou no GreenTech Lab com o objetivo de se preparar para a implementação do DPP e “antecipar os desafios” que essa transição poderá trazer. “Está a ajudar-nos a definir o caminho a seguir para desenvolvermos um Passaporte Digital dos nossos produtos de forma eficaz e alinhada com as exigências do mercado”.

“Acreditamos que esta mudança terá um impacto positivo tanto na nossa empresa como no setor, impulsionando um mercado mais transparente e eficiente, onde a rastreabilidade e a sustentabilidade sejam normas e não exceções”, corrobora Natércia Garrido, responsável pela gestão da qualidade, ambiente, saúde e segurança no trabalho da Silvex.

A Fapil já tem uma gama Ocean que é produzida com, pelo menos, 20% de plástico marítimo reciclado (artes de pesca) e entre 50% a 80% de plástico terrestre reciclado. “Vivemos uma mudança de paradigma, onde a redução da pegada de carbono e dos gases de efeito estufa é central para a sustentabilidade empresarial”, reforça Sara Teixeira do departamento de sustentabilidade da Fapil.

Apesar do setor alimentar não estar atualmente incluído nas categorias prioritárias para a implementação do DPP, também o CEO da Arcádia conta ao ECO que a empresa “está comprometida em promover a transparência e sustentabilidade na cadeia de valor”. “Continuaremos a monitorizar as diretrizes europeias e a adaptar as nossas práticas para assegurar conformidade com futuras regulamentações que possam impactar o nosso setor”, assegura Francisco Bastos.

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