Governo vai extinguir Fundação Berardo

  • ECO
  • 8 Janeiro 2022

Depois de a IGF ter concluído que a Fundação José Berardo promovia atividade fora do seu âmbito de atuação legal, Governo decidiu extingui-la.

O Governo vai extinguir a Fundação José Berardo, avança este sábado o Observador. A decisão foi tomada depois de a Inspeção-Geral das Finanças (IGF) ter chegado à conclusão que a fundação em causa promovia atividades fora do seu âmbito de atuação legal. Esta é a primeira vez que o Estado acaba com uma fundação privada, acrescenta o jornal.

“O procedimento administrativo com vista à extinção foi iniciado oficiosamente a 5 de janeiro de 2022″, confirmou o Ministério da Presidência do Conselho de Ministros. O Observado avança também que a Caixa Geral de Depósitos, o BCP e o Novo Banco (que são credores da fundação) já foram notificados.

Nem as instituições bancárias, nem a Fundação José Berardo, nem o próprio Joe Berardo quiseram prestar declarações sobre o caso. “Não posso comentar nada, thank you“, disse o empresário ao jornal.

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Portugal falhou transposição de diretiva sobre energias renováveis, diz associação Zero

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2022

"Seis meses. É este o tempo de incumprimento por parte do Governo na transposição da Diretiva das Energias Renováveis", alerta associação Zero.

A associação ambientalista Zero alertou este sábado que Portugal falhou o prazo de transposição da nova diretiva sobre Energias Renováveis, que deveria ter entrado em vigor no passado dia 01 de janeiro.

Seis meses. É este o tempo de incumprimento por parte do Governo na transposição da Diretiva das Energias Renováveis (conhecida como REDII) para a legislação nacional, relativa à promoção da utilização de energia de fontes renováveis”, diz a associação em comunicado, no qual além de alertar para a necessidade da transposição diz que é precisa uma discussão do tema “aberta e transparente”.

A associação afirma que é preciso, nomeadamente, discutir questões como acabar com a utilização de óleo de palma e de todos os resíduos associados a essa indústria, calendarizar o abandono de outros óleos alimentares usados na produção de biocombustíveis associados à desflorestação, como a soja, ou reduzir ao mínimo a meta de biocombustíveis a partir de culturas alimentares.

É preciso também, defende a Zero, disponibilizar ao consumidor informação sobre as matérias-primas e a sua origem (que são usadas na produção do biocombustível incorporado no gasóleo), e melhorar o nível de recolha de óleos alimentares usados a nível nacional.

A Zero recorda que a Diretiva das Energias Renováveis (RED), introduzida em 2010, estabeleceu para cada Estado-Membro uma meta para o setor dos transportes de 10% de energias renováveis até 2020.

Em 2018 foi aprovada a nova Diretiva das Energias Renováveis pelo Parlamento Europeu, por larga maioria, que estabelece nomeadamente uma meta obrigatória de 32% da energia da União Europeia ser gerada de fontes renováveis até 2030. A diretiva previa que fossem transpostas pelos Estados até ao fim de junho de 2021 algumas das medidas nela contidas.

No comunicado a Zero salienta que a revisão da diretiva resultou, entre outras alterações, na publicação de um regulamento da Comissão Europeia no qual o óleo de palma foi declarado matéria-prima insustentável, impondo o abandono da sua utilização na produção de biocombustíveis, de forma progressiva entre 2023 e 2030.

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Legislativas. Municípios com medidas extraordinárias para recolher votos devido à pandemia

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2022

Pandemia está a a levar o municípios de todo o país a adotarem medidas extraordinárias para a ida às urnas de 30 de janeiro, como o aumento das mesas de voto antecipado.

Municípios de todo o país estão a adotar medidas extraordinárias para as eleições legislativas tendo em conta a pandemia, como o aumento de mesas de voto antecipado, brigadas para recolher boletins de confinados e maior distância entre secções de voto.

As eleições legislativas antecipadas realizam-se no dia 30 de janeiro, mas no dia 23 ocorre o voto antecipado em mobilidade, tendo a Câmara do Porto (independente) previsto disponibilizar 50 mesas, mais do que duplicando o número das que estiveram disponíveis nas eleições presidenciais do ano passado, numa operação que deverá rondar os 75 mil euros.

Já em Lisboa, a Câmara Municipal (PSD) prevê “uma resposta alargada face ao último ato eleitoral”, com um total de 133 secções de voto para uma distribuição de 500 eleitores por secção, num total de 66.500 inscritos. Em 2021, nas eleições presidenciais, foram afetas 77 secções de voto concentradas num único local, na Cidade Universitária”, indicou o município de Lisboa, em resposta à agência Lusa.

Desta vez, as mesas estarão em três locais: na Escola Secundária do Restelo, no complexo de Escolas do Lumiar e na Cidade Universitária com cinco edifícios (Reitoria, Faculdades de Letras, Direito e Psicologia e Cantina Velha).

A Câmara de Coimbra (PSD) afirmou à agência Lusa que está a preparar 20 mesas para o voto antecipado (o mesmo número utilizado para as presidenciais de 2021), tendo ainda “mais 20 mesas supletivas para ativar caso o número de eleitores inscritos venha a aumentar”.

No concelho de Évora, o número de mesas de voto destinadas aos eleitores que vão votar antecipadamente também deverá aumentar para o dobro em relação às autárquicas de 2021, passando de cinco para dez, revelou à Lusa o presidente do município, Carlos Pinto de Sá (CDU).

Salientando que ainda se desconhece o número de pedidos para votação antecipada e em mobilidade no concelho, o município de Faro (PSD) estima que sejam necessárias 15 secções de voto para cumprir as regras de segurança, mais oito do que nas presidenciais.

A Câmara do Funchal (PSD) prevê instalar oito mesas destinadas ao voto antecipado em mobilidade, mais cinco do que nas eleições presidenciais (24 de janeiro de 2021), nas instalações da Reitoria da Universidade da Madeira, disse à Lusa a vice-presidente do município.

No caso de São Miguel (Açores), o voto antecipado em mobilidade vai decorrer no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada, que terá quatro mesas, com o devido distanciamento e cumprimento de todas as medidas previstas, como a higienização das mãos à entrada e a medição da febre corporal.

Autarcas de outros municípios também asseguraram à Lusa estarem a fazer esforços para garantir a segurança da votação antecipada em tempo de pandemia, mas em muitos deles não será difícil.

Em Barrancos, o mais pequeno do distrito de Beja, com uma só freguesia e cerca de 1.300 eleitores inscritos, “facilmente se consegue controlar a situação para evitar aglomerados”, afirmou o presidente do município, Leonel Rodrigues (CDU).

Para o voto antecipado, Barrancos terá apenas uma secção de voto, no edifício da Junta de Freguesia, e no dia das eleições terá duas secções, uma no Quintalão de Festas e outra na sede do Agrupamento de Escolas de Barrancos, frisou o autarca, assegurando que “está tudo preparado para, com maior ou menor expressão da pandemia em Barrancos, os eleitores possam ir às urnas em segurança”.

Em Boticas, no distrito de Vila Real, estão inscritos cerca de 7.500 eleitores e a garantia do presidente do município, o social-democrata Fernando Queiroga, é que “não ficará ninguém por votar” nestas eleições legislativas, quer esteja confinado ou requisite o voto em mobilidade.

Segundo explicou à agência Lusa, vai ser preparada uma mesa para o voto em mobilidade, que deverá ser suficiente, já que nas eleições presidenciais de 2021 apenas 17 pessoas votaram nesta modalidade.

O presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo (PS), disse à Lusa que, desde as eleições presidenciais de janeiro de 2021, o município, com mais de 6.800 eleitores, tomou uma série de medidas para permitir o distanciamento físico e possibilitar o voto em segurança.

Haverá uma mesa de voto antecipado nos Paços deste concelho de Castelo Branco e no dia 30 serão 13 o número total de mesas de voto, algumas das quais foram “transferidas para edifícios que garantem essas condições”.

Os autarcas consultados pela Lusa realçam que não é possível ter o número exato de equipas necessárias para a recolha de votos de pessoas em isolamento ou confinadas, já que este número depende da evolução da pandemia e os municípios só conhecerão o número de inscritos a partir do dia 24 de janeiro.

A Câmara do Porto afirma estar previsto um “reforço” das brigadas face às eleições presidenciais, em Lisboa o município prevê “duplicar a capacidade” da recolha de votos em confinamento em relação às autárquicas de 26 de setembro, de seis para 12 brigadas de recolha, e a Câmara de Coimbra terá um mínimo de 16 equipas, compostas por funcionários do município.

Em Évora, o concelho mais populoso do Alentejo, com mais de 46 mil votantes inscritos, o presidente Carlos Pinto de Sá indicou que a autarquia ainda não recebeu orientações sobre o voto no domicílio de eleitores em confinamento, mas assegura que “seja qual for o número de pessoas que estejam confinadas” arranjará “os meios para que todas as pessoas possam votar nas condições que a lei determina”.

Cristina Pedra, vice-presidente do Funchal, adiantou que a recolha dos votos das pessoas em isolamento será coordenada com os Bombeiros Sapadores do Funchal, depois de definido o número de equipas com base no número de eleitores inscritos para o efeito, mas assegurou que “estão salvaguardados todos os recursos” necessários.

Em Barrancos, há uma equipa preparada para entregar e recolher boletins de voto antecipado de quem não conseguir deslocar-se às urnas e em Proença-a-Nova o presidente João Lobo sublinha que o município tem duas equipas alocadas à recolha de voto, que já estiveram ativas nos anteriores atos eleitorais durante a pandemia.

Em Boticas, o presidente Fernando Queiroga disse que irão para o terreno as equipas necessárias, mas nas presidenciais foram precisas apenas duas equipas mistas para recolher os votos de 10 eleitores.

Augusto Marinho, presidente da Câmara de Ponte da Barca (PSD), no distrito de Viana do Castelo, garantiu “estarem reunidas as condições” para assegurar a recolha dos votos antecipados dos eleitores “que estejam impossibilitados de o fazer presencialmente” e acrescentou que no dia da votação haverá desdobramento das mesas de voto de acordo com a realidade de cada freguesia.

“Umas mantêm o mesmo número de secções de voto. Outras, como a União de Freguesias de Ponte da Barca, Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães, na malha urbana, passaram, já nas últimas presidenciais e autárquicas, de três para sete secções”, especificou.

As eleições legislativas decorrem em 30 de janeiro, mas os cidadãos recenseados podem votar antecipadamente, no dia 23 de janeiro, numa mesa de voto em mobilidade escolhida por si, desde que o requeiram, o que pode ser feito através do portal www.votoantecipado.mai.gov.pt.

Já as pessoas em confinamento ou isolamento devido à Covid-19 e outros impedidos de se deslocar à assembleia de voto no dia da eleição, como utentes de lares ou presos, podem pedir a recolha do respetivo voto na morada onde se encontram a cumprir confinamento, o que ocorrerá entre 25 e 26 de janeiro.

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Entidades públicas podem candidatar-se a programa de estágios a partir hoje

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2022

Entidades públicas já podem apresentar candidaturas ao programa de estágios. Estão em causa, pelo menos, mil vagas para jovens licenciados.

As entidades da administração central direta e indireta do Estado podem candidatar-se a partir deste sábado ao programa de estágios remunerados que prevê pelos menos 1.000 vagas para jovens licenciados.

Segundo um comunicado do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, o aviso para a apresentação de candidaturas ao programa de estágios “com pelo menos 1.000 vagas destinadas a jovens licenciados” está disponível nas páginas online do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e da Direção-Geral da Administração e Emprego Público (DGAEP), a entidade gestora do programa.

“Podem candidatar-se a este programa as entidades da administração central direta e indireta do Estado que pretendam receber estagiários e que preencham os requisitos estabelecidos, devendo apresentar as suas candidaturas entre hoje [este sábado] e as 17h00 horas de dia 21 de fevereiro“, indica o ministério.

Às 1.000 vagas da segunda edição do programa EstágiAP XXI “acrescerá o número de vagas que não forem ocupadas na primeira edição do programa que incluía 500 vagas, o que permitirá, com as duas edições, promover 1.500 estágios em vários serviços da Administração Pública”, acrescenta o gabinete da ministra Alexandra Leitão.

As candidaturas das entidades públicas podem ser feitas através da plataforma eletrónica do Sistema de Informação da Recuperar Portugal (SI PRR) cujo endereço e forma de acesso é divulgado na página online da DGAEP e do PRR.

A DGAEP terá depois 30 dias úteis para decidir sobre a atribuição de vagas de estágio financiado a cada entidade. Após este processo, serão mais tarde abertas as candidaturas aos jovens interessados.

Os estágios destinam-se a jovens licenciados com idade até aos 30 anos, ou até aos 35 anos com deficiência e/ou incapacidade, que se encontrem à procura do primeiro emprego ou de novo emprego correspondente à sua área de formação.

A bolsa de estágio é de 1.007,49 euros ilíquidos, correspondente à primeira posição remuneratória da carreira de técnico superior e nível remuneratório 11 da Tabela Remuneratória Única e os estagiários têm também direito a subsídio de refeição.

“Esta é a segunda edição do programa EstágiAP XXI, financiada a 100% pelo PRR, ao abrigo da reforma “Capacitação da AP – formação de trabalhadores e gestão do futuro”, um concurso com uma dotação de 12,3 milhões de euros, refere o ministério.

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CDS quer criar complemento de pensão de inverno e renegociar PRR

  • Lusa e ECO
  • 8 Janeiro 2022

Francisco Rodrigues dos Santos revela que CDS vai propor, no seu programa eleitoral, a criação de um complemento das pensões de inverno, bem como a renegociação do PRR.

O programa eleitoral do CDS-PP vai propor um complemento das pensões no inverno para ajudar os idosos com a fatura da luz e a descida de um escalão de IRS para as famílias a partir do segundo filho.

Em entrevista à Lusa, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, antecipou algumas das medidas que vão constar do programa eleitoral do partido, e que conta financiar, em parte, com uma renegociação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) já entregue em Bruxelas.

“Uma medida importantíssima: o complemento da pensão de inverno para os idosos poderem pagar a sua fatura de energia. Sabemos que há muitos idosos que estão isolados e abandonados e são pobres e, durante o inverno, não têm dinheiro para pagar a fatura da eletricidade para se poderem aquecer”, explicou, ligando esta medida a outra há muito defendida pelo partido, o vale farmácia, para os ajudar no pagamento de medicamentos.

Na área da natalidade, o CDS-PP proporá que, a partir do segundo filho, “as famílias desçam um escalão de IRS” para colmatar as despesas e incentivar ao equilíbrio da pirâmide demográfica.

Do ponto de vista fiscal, o CDS pretende diminuir o número de escalões do IRS e baixar as taxas deste imposto, numa medida que está ainda a ser detalhada, mas que tem como objetivo, segundo o líder do CDS, que “trabalhar compense”.

“Para que aqueles que trabalham mais não subam imediatamente de escalão e sejam mais tributados e levem menos dinheiro para casa do que se tivessem trabalhado menos no escalão anterior”, justificou.

No IRC, a proposta dos democratas-cristãos é que este imposto desça para 19% já em 2022 e, até ao final da legislatura, para 15%. O CDS-PP pretende ainda reduzir para metade o peso do Estado na fatura dos combustíveis e da eletricidade. “Neste momento, o nível de impostos está na casa dos 60% por cento do valor destas faturas. Nós queremos que o Estado cobre, no máximo, até 30% do valor das faturas”, afirmou.

Na habitação, o CDS-PP propõe a isenção total de impostos na compra da primeira habitação, deduções em sede de IRS com as contas de poupança habitação e, para os inquilinos, a devolução dos 28% de impostos que pagam na renda das suas casas, através de um mecanismo de acerto numa conta-corrente com o Estado.

Tornar opcional a disciplina de Educação para a Cidadania – que o CDS considera “abrir a porta à doutrinação das crianças” – e dar um cheque-ensino a todas as famílias “para permitir a cada estudante poder escolher a escola onde quer estudar” são outras propostas dos democratas-cristãos.

Na área do sistema político, o CDS-PP quer limitar os mandatos dos deputados a um máximo de três consecutivos, como acontece com os presidentes de câmara, “para combater a eternização dos políticos nos seus lugares”. “A democracia não tem donos e aqueles que se perpetuam nas suas funções começam a confundir o interesse particular com o interesse público. E isso é mau”, disse, considerando que a política não pode ser vista como uma profissão, mas “como um serviço”.

Questionado como será feita a compensação destas medidas (algumas significam aumento de despesa, outras baixas de receita), Rodrigues dos Santos considerou que “algumas pagam-se a si próprias”, como a descida do IRC – “sempre que baixou a taxa, aumentou a receita fiscal no país” – e outras têm custos reduzidos, como o vale farmácia, que custaria 11 milhões de euros.

“Como compensamos as outras medidas? Em primeiro lugar, privatizando todas as companhias de transportes. O Estado logo aí ganha um balão de oxigénio porque são milhares de milhões de euros que despeja constantemente nas suas empresas de transporte: os privados fazem melhor e mais barato e poupam ao erário público”, disse. Essa privatização começaria pela TAP, com o líder do CDS-PP a argumentar que “três mil milhões de euros fazem muita falta à economia e às famílias”.

Por outro lado, defendeu, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “deve triplicar os apoios à economia privada e às empresas”, assumindo que “é um compromisso do CDS” renegociar os apoios de Bruxelas já fechados pelo atual Governo do PS. “A repartição destes fundos tem de ser radicalmente alterada: a nossa prioridade tem de estar naqueles que criam riqueza e geram postos de trabalho. No nosso país são os empresários, o Estado não tem investimento reprodutivo”, disse.

Desafiado a escolher qual seria a primeira medida a inscrever num projeto-lei com a sua assinatura – se for eleito será pela primeira vez deputado -, Francisco Rodrigues dos Santos apontou o vale-farmácia. “Esta é uma situação aflitiva. Eu fiz a campanha autárquica e muitos idosos diziam-me que não tinham dinheiro para comprar os medicamentos. Sendo o candidato mais novo líder de um partido, devo estabelecer essa ponte intergeracional”, justificou.

Líder do CDS ambiciona governar sozinho com PSD

O presidente do CDS-PP defendeu que o PSD e o seu partido devem ter a ambição de governar sozinhos, embora admita que o eleitorado de centro-direita se possa ter sentido “traído” pela ausência de uma coligação pré-eleitoral entre ambos.

Em entrevista à Lusa, Francisco Rodrigues do Santos classificou o CDS-PP como “o partido que pode dar um passaporte ao PSD para poder governar Portugal” e admite a presença da Iniciativa Liberal num Governo de centro-direita – mas não o Chega – se este partido “parar com concessões à esquerda”.

“Eu tenho a certeza absoluta de que o CDS e o PSD devem alimentar a ideia de poder sozinhos conseguir governar o país. E é nesse foco que temos que trabalhar, porque de acordo com a nossa tradição democrática nós nunca precisámos de outras forças políticas para ter uma maioria parlamentar”, defendeu.

Questionado se esse é um cenário realista face às tendências das sondagens – que colocam partidos como Chega e IL à frente do CDS-PP -, Rodrigues dos Santos deu o exemplo da Câmara Municipal de Lisboa, em que essas novas forças políticas não integraram a coligação. “Devemos trabalhar nesse sentido. Depois contam-se os votos e há uma solução, cabe depois às outras forças políticas dizer se votam ou não essa solução”, afirmou.

Questionado se se sentiu traído por a direção de Rui Rio não ter aprovado uma coligação pré-eleitoral entre os dois partidos, Rodrigues dos Santos respondeu de forma indireta. “Não posso dizer que fui eu quem se sentiu traído. Quem se sentiu traído certamente foram todos os eleitores de centro-direita que, desde as eleições dos Açores até às eleições autárquicas, acharam que Rui Rio era verdadeiramente alguém que queria construir uma solução alternativa ao Partido Socialista”, afirmou.

Rodrigues dos Santos atribuiu a opção do PSD – uma decisão maioritária da Comissão Política – a uma estratégia que “passa também pela possibilidade de poder entender-se com o Partido Socialista para viabilizar o Governo de António Costa”. “Não quis prejudicar essa janela aberta com uma alternativa de centro-direita”, disse, reiterando que nunca o CDS votará para viabilizar um Governo de bloco central.

Apesar de considerar natural o entendimento pós-eleitoral com o PSD, há pelos menos duas matérias que o CDS incluiu nas suas “linhas azuis” (a forma como designam as chamadas linhas vermelhas): os democratas-cristãos são contra a eutanásia e contra a regionalização, incluindo a realização de um novo referendo.

No primeiro caso, o líder do CDS espera, num eventual entendimento com o PSD, poder “inscrever no programa de Governo” uma posição contrária à despenalização da morte assistida (no PSD há liberdade de voto e Rui Rio é a favor).

Já sobre a regionalização, Rodrigues dos Santos ambiciona que um Governo de centro-direita possa fazer “uma descentralização séria”, mas sem a criação de regiões administrativas e afastando “um Estado maior com mais vícios”. “No nosso caso nós entendemos que não devemos chegar sequer ao referendo. O povo já se pronunciou sobre essa matéria e de forma segura”, disse.

Desafiado a apontar diferenças com os seus novos concorrentes à direta, o líder do CDS-PP classificou a IL como “um partido que, tirando a economia, é exatamente igual à esquerda e defende exatamente a mesma agenda fraturante”. “Eu devo até dizer que o voto na IL não é necessariamente um voto contra a esquerda, pelo contrário é um voto a favor da esquerda em muitas matérias: por exemplo, na eutanásia, na ideologia de género nas escolas, na regionalização, na questão da liberalização das drogas leves e na prostituição”, apontou.

Já quanto ao Chega, o líder do CDS-PP aponta-lhe “ideias estouvadas, que nenhum partido democrata-cristão pode alguma vez acompanhar”. “Um partido que se funda na dignidade da pessoa humana e que segue a doutrina social da Igreja não pode nunca acreditar que seja possível castrar pessoas, perseguir etnias, atacar migrantes que fogem da guerra e da fome, aceitar penas de morte, tolerar prisões perpétuas”, afirmou, dizendo afastar-se até da versão “mitigada’ que provocou polémica no debate entre Rio e Ventura.

“Nós acreditamos sempre na redenção da pessoa, acreditamos que cada homem e mulher são maiores do que o seu erro e confiamos no sistema preventivo para nível penal de prevenção geral da sociedade”, reforçou.

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Listas por Lisboa do Chega e CDS-PP violam lei da paridade, alerta Tribunal Constitucional

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2022

Os partidos tem agora dois dias para corrigirem as listas "em conformidade" com a lei da paridade.

O Tribunal Constitucional determinou esta sexta-feira que os partidos Chega, CDS-PP e Nós, Cidadãos! apresentam irregularidades relativas à lei da paridade nas listas às legislativas pelo círculo eleitoral de Lisboa, dando dois dias para corrigirem a situação.

O Constitucional determina que os mandatários das listas às legislativas têm um prazo de dois dias para “procederem à correção das respetivas listas em conformidade” com a lei da paridade, “sob pena de rejeição integral das mesmas”, refere o acórdão publicado hoje, a que a agência Lusa teve acesso.

A decisão surge na sequência de um recurso apresentado pelo partido Aliança considerando que aqueles três partidos violavam a lei da paridade.

No caso do Chega, cuja lista é encabeçada pelo líder do partido, André Ventura, não é respeitado o pressuposto de representação mínima de 40% do sexo feminino.

Em 53 candidatos do Chega por Lisboa, 21 são mulheres (39,62%), não atingindo por isso o “liminar mínimo”, constata o Constitucional, recordando outro acórdão que conclui que esse valor não permite arredondamentos para atingir o mínimo legalmente exigido.

No caso das listas do Nós, Cidadãos! e do CDS-PP, está em causa um artigo da lei da paridade que determina que não podem ser colocados mais do que dois candidatos do mesmo sexo consecutivamente.

Na lista do CDS-PP, encabeçada pelo líder do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, esse artigo é violado por três vezes (três nomes femininos consecutivos por duas vezes – posições 34.º, 35.º e 36.º e 57.º, 57.º e 59.º – e com quatro nomes masculinos consecutivos – do lugar 40.º até ao 43.º).

Já o Nós, Cidadãos! tem quatro nomes masculinos consecutivos na lista pelo círculo eleitoral de Lisboa.

 

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Ramalho confirma reunião com Vieira, mas rejeita preparação para CPI

  • ECO
  • 7 Janeiro 2022

Presidente executivo do Novobanco confirma reunião com Luís Filipe Vieira, diz que a sua "idoneidade é revista permanentemente" e quer investigação para esclarecer o caso.

Não houve da parte do Novobanco nenhuma concertação nem nenhuma preparação do senhor Luís Filipe Vieira para efeitos da comissão de inquérito“, garante António Ramalho, depois da notícia avançada esta sexta-feira pela CNN Portugal sobre escutas que indicam que o presidente do Novobanco terá preparado o antigo presidente do Benfica para responder aos deputados sobre as dívidas à instituição que resultaram em perdas e imputadas ao Fundo de Resolução, financiado por fundos públicos. “A idoneidade é revista permanentemente“, afirma em entrevistado na CNN, depois de ser questionado sobre as suas condições para se manter como presidente.

Confirmando a reunião no dia 3 de maio de 2021, antes de Luís Filipe Vieira ir à comissão de inquérito, António Ramalho justifica o encontro numa entrevista à CNN Portugal. “Depois de se ter assistido na comissão de inquérito a um momento particularmente triste que foi a ida de Bernardo Moniz da Maia que, de alguma maneira, demonstrou um desconhecimento total em relação àquilo que parecia que ia“. Neste contexto, revela Ramalho, “houve uma reunião particularmente rápida onde eu não estava sozinho, estava acompanhado pelo diretor que é responsável pela gestão da Promovalor, o Engº Castro Simões, apenas se falou de duas coisas: Primeiro, que o banco disponível a dar toda a informação que fosse necessária para que as pessoas se preparassem adequadamente para responder à comissão de inquérito. E simultaneamente, por amor de Deus, não me façam as cenas de ‘não saber, não conhecer e de não perceber o que é que se passa‘”.

Houve vários grandes clientes que estiveram na comissão de inquérito, como Nuno Vasconcellos ou Gama Leão. Também reuniu com estes devedores?, questionou o jornalista e diretor executivo da CNN, Pedro Santos Guerreiro. “Não, porque todos esses clientes eram de crédito vencido”, justifica o gestor. “Não acontecia o mesmo com a Promovalor, que tinha um processo de reestruturação que herdei integralmente do BES, não dei um tostão de crédito ao senhor Luís Filipe Vieira“.

Depois da notícia da CNN Portugal, a coordenadora do BE, Catarina Martins, questionou a idoneidade do presidente do Novo Banco, enquanto Duarte Pacheco, do PSD, falou numa promiscuidade entre o presidente do Novobanco e o antigo presidente do Benfica, agora arguido no processo ‘Cartão Vermelho’. “A idoneidade é revista permanentemente, e eu também espero que a minha seja revista em permanência”, afirma António Ramalho.

O presidente do Novobanco revela que avisou o Banco de Portugal da entrevista que daria à CNN Portugal para responder sobre este caso. “Simultaneamente, escrevi uma carta ao compliance do banco, como sempre faço em situações como esta, dando nota da minha versão destes factos e dizendo que assim, acho, defendo os interesses do banco“. E Ramalho pede que se investigue tudo para esclarecer o caso.

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Vogal do conselho fiscal da TAP Fátima Geada renuncia “por motivos pessoais”

  • Lusa
  • 7 Janeiro 2022

A renúncia teve efeitos no dia 31 de dezembro. Fátima Geada saiu por "motivos pessoais" e terá de ser substituída por outra mulher no cargo de vogal do conselho fiscal da TAP.

A vogal do Conselho Fiscal da TAP Fátima Geada apresentou a sua renúncia ao cargo, com efeito a partir de 31 de dezembro de 2021, e a companhia terá de nomear uma mulher para a substituir, foi esta sexta-feira conhecido.

“Por carta dirigida ao Presidente do Conselho Fiscal da TAP, de 25 de novembro de 2021, a Dra. Maria de Fátima Castanheira Cortês Damásio Geada apresentou renúncia ao cargo de vogal do Conselho Fiscal da TAP, por motivos pessoais, a qual produziu efeitos a 31 de dezembro de 2021″, pode ler-se num comunicado hoje enviado pela TAP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No comunicado, a companhia aérea liderada por Christine Ourmières-Widener refere que dada a “impossibilidade de realizar a sua substituição direta pelo membro suplente do Conselho Fiscal da TAP”, devido às leis da paridade “terá de ser designado um novo membro feminino para o Conselho Fiscal da TAP”.

Em causa está a lei 62/2017, de 1 de agosto, “que determina o regime da representação equilibrada entre mulheres e homens nos órgãos de administração e de fiscalização das entidades do setor público empresarial e das empresas cotadas em bolsa”.

Segundo a companhia, a nomeação de uma mulher para o cargo “será objeto de informação ao mercado e ao público em geral assim que suceder”.

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Se for primeiro-ministro, TAP é para privatizar, diz Rio

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Janeiro 2022

O líder do PSD, Rui Rio, considera que a TAP "é uma vergonha" e admitiu privatizar a companhia, se chegar ao cargo de primeiro-ministro.

Rui Rio defendeu esta sexta-feira a privatização da TAP. No frente a frente com o líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, o candidato do PSD às eleições legislativas de 30 de janeiro respondeu afirmativamente quando questionado se a companhia de aviação portuguesa é para privatizar se for primeiro-ministro. “Aquilo que o Governo [de António Costa] fez com a TAP é uma vergonha”, disse, acrescentando que o Governo PSD-CDS “privatizou e bem”.

“Acha que a TAP fica neste estado, a sangrar permanentemente as finanças públicas, em vez de servir o país como um todo? Não faz serviço público nenhum, só serve o aeroporto de Lisboa, abandona Faro, abandona Porto, abandona as regiões autónomas“, considerou Rui Rio, no debate televisivo transmitido na TVI.

O líder social-democrata começou o frente a frente com Rodrigues dos Santos por delinear diferenças entre os partidos de ambos, dizendo que votar no PSD é “votar mais ao centro”, enquanto um voto no CDS é “mais à direita” e “mais conservador”. Para Rui Rio, no centro “cabem eleitores de direita, mas também de esquerda”, o que já existe “desde os tempos de Sá Carneiro e Freitas do Amaral”.

Sobre o facto de o PSD ir a votos sozinho, contrariamente ao que aconteceu em vários municípios nas eleições autárquicas, Rui Rio justificou que “o mais comum” é os dois partidos não irem coligados, mas admitiu ter existido “um grande debate interno sobre a coligação com o CDS”, que acabou por ser rejeitada.

Depois de Francisco Rodrigues dos Santos apelar ao voto no CDS, dizendo que é o único que garante que o PSD “não vai por maus caminhos”, designadamente “para o bolso de António Costa”, o líder social-democrata rematou: “voto útil, voto útil é no PSD, que é quem pode impedir o PS de governar”. Porém, Rui Rio revelou que, no caso de vencer as legislativas sem maioria, o primeiro partido com o qual procurará entendimentos é o CDS.

Por seu lado, o líder centrista respondeu que “o CDS não foi descartado, tem projeto próprio e não é muleta”. Para Francisco Rodrigues Santos, o voto útil terminou em 2015, com a formação da geringonça. “Temos uma identidade de direita, não somos um partido do centro, porque quem é do centro é tudo e o seu contrário”, declarou.

Essa postura dá ao CDS a “oportunidade” de ser a voz da direita sensata e com sentido de compromisso, acrescentou, criticando Rui Rio por fazer acordos com os socialistas sobre a descentralização e por ter admitido viabilizar um Governo PS.

Francisco Rodrigues dos Santos não ficou sem resposta de Rui Rio, que sublinhou a existência de “eleições democráticas”, nas quais os partidos que perderem “devem estar disponíveis para construir a governabilidade do país”. “Se eu ganhar, os outros têm de estar disponíveis para contribuir para a estabilidade; se eu perder, tenho de estar disponível para o mesmo”, realçou, lembrando os meses de negociações até à formação do novo Governo alemão.

O debate, que ficou ainda marcado pela discussão de temas como a redução de impostos, nomeadamente do IRC e do IRS, e a eutanásia, terminou com Rui Rio a dizer: “Se não quiserem votar no PSD, podem votar no CDS”.

(Notícia atualizada às 22h36)

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Wall Street fecha primeira semana do ano em queda

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Janeiro 2022

Os três principais índices bolsistas dos EUA fecharam a semana no vermelho, depois de o Departamento do Trabalho ter revelado que a criação de emprego em dezembro ficou aquém do esperado.

Os principais índices bolsistas dos EUA terminaram a primeira semana de 2022 em terreno negativo, após a divulgação de dados estatísticos que apontam para uma melhoria do emprego mais fraca do que o previsto no país, salientando os receios dos investidores de que a Reserva Federal aumentará rapidamente as taxas de juro para combater a inflação.

O industrial Dow Jones fechou a sessão em variação negativa de 0,02%, para 36.228,20 pontos. O S&P 500 cedeu 0,42%, para 4.676,51 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq recuou 0,98%, para 14.934,57 pontos.

Os dados divulgados esta sexta-feira apontam para um aumento do emprego não agrícola em apenas 199 mil postos de trabalho, quando estavam previstos 400 mil. No entanto, os dados indicam também que a conjuntura do mercado de trabalho esteja a puxar pelos salários. Já a taxa de desemprego caiu abaixo dos 4% da força de trabalho pela primeira vez desde março de 2020.

Wall Street encerrou, assim, a primeira semana do novo ano com perdas diárias e semanais, face às preocupações dos investidores com a iminência de subidas nas taxas de juro e com as mais recentes notícias sobre a variante Ómicron.

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PAN e IL chocam nas prioridades climáticas

  • Lusa
  • 7 Janeiro 2022

Os liberais defendem que "as soluções que o PAN propõe conduzem ao empobrecimento dos países”. PAN responde que é "falacioso" dizer que as atividades que mais poluem geram mais rendimento no país.

Os líderes do PAN e da Iniciativa Liberal partilharam esta sexta-feira preocupações sobre o ambiente e o Serviço Nacional de Saúde, temas em destaque no debate televisivo na SIC Notícias, mas distanciaram-se nas soluções para os problemas.

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, e o presidente da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, estiveram esta sexta frente a frente na SIC Notícias, num debate para as eleições legislativas de 30 de janeiro marcado essencialmente por dois temas em que partilharam preocupações, mas discordam nas soluções.

Desde logo, os dois candidatos sublinharam a importância das questões climáticas, mas a diferença entre ambos foi apontada por Cotrim de Figueiredo, quando disse que, enquanto a maior preocupação do PAN é o ambiente, a da IL é o crescimento económico “como veículo para resolver os problemas ambientais”.

“As soluções que o PAN propõe conduzem ao empobrecimento dos países”, avaliou o liberal, justificando como exemplo que não é possível reduzir as emissões gases com efeito de estufa sem reduzir a atividade económica.

No mesmo tom cordial que mantiveram, de parte a parte, ao longo dos 25 minutos de debate, o argumento foi imediatamente contrariado por Inês de Sousa Real. “É falacioso achar que as atividades que hoje estão a poluir geram mais rendimento ao país”, começou por dizer a líder do PAN, acrescentando que, no futuro, Portugal será particularmente afetado pelas alterações climáticas e, por isso, a transição energética será uma inevitabilidade.

Apesar da explicação, Cotrim de Figueiredo insistiu que é do crescimento económico que se deve partir para as políticas ambientais e considerou ainda que “os planos de intervenção para a correção das alterações climáticas estão a ser usados como espécie de substituto da luta de classes para atacar a economia de mercado e facilitar a intervenção do Estado”.

Em vez disso, a IL propõe para as políticas ambientais uma lógica contratual, que substitua a regulamentar, em que as empresas são compensadas mediante o cumprimento de certos objetivos.

Quanto ao Serviço Nacional de Saúde, os dois candidatos reconheceram problemas no funcionamento atual, mas colocaram-se em polos opostos quanto ao futuro. Para os liberais, a solução é uma espécie de sistema misto, público mas em que o prestador de cuidados de saúde pode ser privado, mantendo o acesso universal gratuito.

Já a porta-voz do PAN criticou a canalização de investimento para o setor privado, defendendo que o Serviço Nacional de Saúde precisa de ser priorizado e reforçado, sob pena de “transformar a saúde em algo a que apenas alguns podem aceder”.

Ao longo do debate, a questão em que os dois candidatos mais se aproximaram foi na necessidade de alargar a rede ferroviária nacional, mas já no final voltaram a distanciar-se quando o tema dos impostos foi colocado em cima da mesa.

Do lado da IL, Cotrim de Figueiredo insistiu na taxa única de IRS, afirmando que “o sistema fiscal não pode ser redistributivo ao ponto de ser punitivo”. Inês de Sousa Real, por seu turno, defendeu a introdução de mais dois escalões para beneficiar a classe média.

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Sondagem dá vitória ao PS com 38% dos votos

  • ECO
  • 7 Janeiro 2022

De acordo com uma sondagem da Universidade Católica, caso as eleições legislativas fossem hoje, o PS sairia vitorioso, com 38% dos votos, logo seguido do PSD, com 32%.

Uma sondagem da Universidade Católica para a RTP, a Antena 1 e o Público dá 38% dos votos ao Partido Socialista (PS) caso as eleições legislativas se realizassem hoje, logo seguido do PSD, com 32%, avança a RTP. BE e CDU alcançam 6% cada, enquanto o Chega e a Iniciativa Liberal surgem empatados com 5%.

A mesma estimativa aponta ainda 2% dos votos para o PAN, a mesma percentagem que o CDS-PP. O Livre aparece com 1%, sendo que os restantes 3% dos votos iriam para outros partidos ou seriam nulos ou brancos.

Estes resultados foram calculados a partir da intenção direta de voto de 1.238 inquiridos, tendo sido depois redistribuídos os indecisos com base em duas outras perguntas sobre intenção de voto.

Questionados sobre qual o partido que consideram que será o mais votado a 30 de janeiro, 73% dos participantes responderam que foi o PS, com apenas 16% a acreditar que será o PSD.

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