Governo quer pedir sexto cheque do PRR ainda esta semana

O Governo submete esta semana o sexto pedido de pagamento, mas imediatamente depois pede a suspensão da sua avaliação e entrega um pedido de reprogramação.

O Governo pretende entregar em Bruxelas o sexto pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência ainda esta semana, apurou o ECO. Em causa estão 1,86 mil milhões de euros que têm subjacentes o cumprimento de cerca de 30 metas e marcos. No entanto, o pedido seguirá sem que todos estejam cumpridos.

Na discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2025, na especialidade, o ministro Adjunto e da Coesão anunciou que o sexto pedido de pagamento do PRR ia ser feito este mês, mas o ECO sabe que o Executivo tenciona fazê-lo esta semana.

Mas há um conjunto de marcos por cumprir, nomeadamente o concurso para a compra de dois barcos nos Açores que ficou deserto, a assinatura do contrato relativo a um navio de investigação multifuncional, na região Autónoma da Madeira, cujo concurso também teve problemas; a assinatura do contrato relativo à construção de uma linha de metro ligeiro de superfície entre Odivelas e Loures, investimento que é assegurado pela componente empréstimos do PRR, mas também o relatório intercalar que o Metro de Lisboa já deveria ter entregado. As falhas foram elencadas pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Hélder Reis, na mesma audição, em resposta às questões dos deputados.

Não é a primeira vez que Portugal submete um pedido sem ter tudo cumprido. No terceiro e quarto pedidos de desembolso, feitos em simultâneo, Bruxelas reteve 713 milhões por incumprimentos das metas e marcos. Montante que só foi pago cerca de seis meses depois.

Mas desta vez, em vez de o país ter seis meses para cumprir os marcos que não completou a tempo, será entregue em Bruxelas uma reprogramação do PRR que irá retirar do sexto pedido de pagamento estes marcos em falta. Os 1,86 mil milhões de euros poderão ser reduzidos se o Executivo não encontrar investimentos ou reformas de valor equivalente, já realizados entretanto, que possam entrar no sexto pedido de pagamento. Mas a reprogramação evitará que Bruxelas meta um carimbo de incumprimento no trabalho do novo Executivo.

O Governo submete o sexto pedido de pagamento, mas imediatamente depois pede a suspensão da avaliação do mesmo e entrega o pedido de reprogramação.

Sendo marcos desafiantes, sobretudo os relacionados com o metro, o Governo está a adotar a mesma estratégia que já foi seguida por António Costa quando entregou em maio de 2023 a primeira reprogramação do PRR – passar os investimentos em risco que são financiados a fundo perdido para a componente dos empréstimos.

Mesmo que os atrasos não permitam que estes investimentos sejam financiados pela bazuca europeia, é sempre possível recorrer ao Banco Europeu de Investimento (BEI) ou até mesmo aos mercados internacionais para obter esse financiamento, sobretudo agora que as taxas de juros estão numa trajetória descendente e a melhoria do rating da República baixou em muito o custo do financiamento público.

O Ministério da Coesão tem feito, nas últimas semanas, um levantamento junto dos outros ministérios de quais os investimentos mais atrasados e que podem representar um risco de cumprimento de prazos, apurou o ECO. Desse trabalho dependerá a entrega a Bruxelas da proposta de reprogramação. Algo que poderá acontecer já em dezembro, disse ao ECO, o ministro Adjunto e da Coesão à margem da cerimónia de encerramento do Lisboa 2020 esta terça-feira.

Recorde-se que as regras comunitárias determinam que os Estados-membros só podem submeter dois pedidos de pagamento por ano – daí a urgência em submeter este ano o sexto pedido – e caso não sejam cumpridas todas as metas e marcos subjacentes um determinado pedido, Bruxelas dá seis meses para que os países possam concluir esse trabalho.

Findo esse prazo, caso o incumprimento persista, então o Estado-membro perde o dinheiro correspondente a essa meta ou marco. Algo que já aconteceu com a Hungria. O sucesso da reprogramação é fundamental para que Portugal não perca as verbas associadas aos projetos mais arriscados.

No sexto pedido de desembolso, Portugal está ainda a jogar com o facto de Bruxelas levar muito tempo a apreciar o cumprimento das metas e marcos inerentes a cada pedido, para ter algum tempo “extra” para cumprir mais alguns objetivos acordados com Bruxelas. Até agora há cerca de 16 metas e marcos completamente fechados, quatro que não serão possíveis de cumprir e os restantes dez deverão ser concluídos entretanto.

O prazo mínimo para avaliar os pedidos são dois meses, mas costuma ser dilatado. Veja-se o caso do quinto cheque, submetido em junho e que ainda não recebeu luz verde (neste prazo há que descontar o mês de agosto, quando a Comissão está de férias). Desconfianças de duplo financiamento estão a atrasar os trabalhos. Tudo começou depois de ter sido tirada uma fotografia a um autocarro que tinha autocolantes de dois programas comunitários e que levantou a suspeita de duplo financiamento.

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PS estuda proposta de aumento extra das pensões no Orçamento do Estado para 2025

Em cima da mesa estará uma atualização de 1,25 pontos, tal como já tinha sido apresentada ao primeiro-ministro. Partido será frugal no número de alterações, porque este não é um OE socialista.

O PS deverá avançar com uma proposta de subida extraordinária das pensões no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), apurou o ECO. Está a ser estudado um aumento de 1,25 pontos percentuais face à atualização regular anual para reformas até 1.565 euros mensais brutos, que deverá ter um impacto no aumento da despesa pública de 270 milhões de euros. Esta medida já tinha sido apresentada pelo líder do PS, Pedro Nuno Santos, ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, como alternativa à versão inicial do IRS Jovem do Executivo, que iria custar mil milhões de euros.

O grupo parlamentar está a fechar as propostas para o Orçamento do Estado e deverá apresentá-las na sexta-feira, último dia para a submissão de alterações ao documento, sabe o ECO. Para além da atualização extraordinária das pensões, deverão ser apresentadas iniciativas para aumentar o investimento público na construção e reabilitação de novas habitações para a classe média, nomeadamente jovens, e de residências estudantis, e propostas para aprofundar o regime de exclusividade dos médicos do SNS, de adesão voluntária.

Pensões, habitação para os jovens e SNS são a aposta do secretário-geral socialista. No documento que Pedro Nuno Santos entregou, no início de outubro, a Luís Montenegro, no âmbito das negociações com vista a obtenção de um acordo para viabilizar o Orçamento, já tinham sido elencadas propostas nessas três áreas.

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos. ANTÓNIO COTRIM/LUSAANTÓNIO COTRIM/LUSA

Do mesmo modo, no discurso de encerramento do debate na generalidade do OE, o líder do PS voltou a içar a bandeira das pensões, do parque público de habitação para os jovens e dos médicos do SNS. “Propusemos aumentar as pensões acima da atualização prevista na lei. Nos últimos oito anos, os governos do PS fizeram seis aumentos extraordinários que melhoraram os rendimentos, de forma permanente, da população que vive com pensões baixas. Este esforço tem de continuar no próximo ano. Aumentar pensões não é alimentar clientelas – é respeitar os mais velhos, os nossos pais e os nossos avós”, defendeu, na altura, Pedro Nuno Santos.

A manter-se o desenho da medida que Pedro Nuno Santos apresentou, em outubro, ao primeiro-ministro, o PS deverá propor uma atualização extraordinária de 1,25 pontos percentuais para pensões até 1.565 euros, que acresce ao aumento anual regular que decorre da lei e que, para o próximo ano, o grupo parlamentar estima de 2,5% para prestações até cerca de 1.043 euros, o que corresponde a duas vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), e de 2% para reformas entre 1.043 euros (2IAS) e 1.565 euros (3IAS).

Propusemos aumentar as pensões acima da atualização prevista na lei. Este esforço tem de continuar no próximo ano. Aumentar pensões não é alimentar clientelas.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Somando o adicional de 1,25 pontos às percentagens normais da atualização, os pensionistas que ganhem até 1.043 euros teriam direito a um aumento de 3,75% em vez de 2,1% e as prestações entre 1.043 e 1.565 euros seriam atualizadas em 3,25% em vez de 2%. Pelas contas do PS, esta medida deverá ter um custo orçamental de 270 milhões de euros.

O Governo já descartou esta proposta que iria ter um impacto nas atualizações futuras das pensões, defendendo antes a atribuição de um bónus pontual, entre 100 e 200 euros para pensões até 1.527,78 euros, que não conta para cálculo dos aumentos dos próximos anos. No fundo, é repetir a medida implementada no mês passado. Tendo em conta que, em outubro de 2025, há eleições autárquicas, os socialistas criticam “o oportunismo e eleitoralismo” do Executivo da Aliança Democrática.

“Os reformados não podem ficar a espera da próxima Festa do Pontal, em vésperas de eleições autárquicas, para saberem se vão receber um suplemento em outubro”, atirou Pedro Nuno Santos, no encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2025.

Aumento das pensões pode estar nas mãos do Chega

Mesmo com a oposição dos partidos que suportam o Governo, a proposta do PS de atualização extraordinária das pensões pode passar com a abstenção do Chega, tal como aconteceu com viabilização das alterações ao IRS introduzidas pelos socialistas. Aliás, o partido de André Ventura já entregou uma proposta de alteração ao OE2025 semelhante à do PS, que determina uma subida extraordinária de 1,5% para reformas até 1.018,52 euros mensais brutos.

Tendo em conta que os partidos mais à esquerda do PS — BE, PCP e Livre — e o PAN são tradicionalmente favoráveis à melhoria das reformas, a proposta do PS poderá assegurar 92 votos: 78 do PS, 5 do BE, 4 do PCP, 4 do Livre e um do PAN. Ainda assim, seriam insuficientes para viabilizar o diploma, porque são precisos pelo menos 116. Com o voto favorável ou a abstenção dos 50 parlamentares do Chega, a aprovação estaria garantida. A abstenção favorece sempre o lado com mais votos e o PSD, com 78 lugares, o CDS, com dois, e a IL, com oito, perfazem 88, ou seja, menos do que os 92 de toda a esquerda junta.

O número de propostas de alteração ao OE do PS será menor do que o de anos anteriores. Deverão rondar as poucas dezenas, ao contrário das centenas que o grupo parlamentar costuma apresentar, apurou o ECO. Pedro Nuno Santos já referiu por diversas vezes que é necessário manter as contas públicas equilibradas e que este não é um orçamento do PS, por isso, o partido vai adotar uma postura frugal no número de propostas para não ter um impacto orçamental elevado.

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Jack Teixeira condenado a 15 anos de prisão por fuga de informação do Pentágono

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Jack Teixeira, lusodescendente de 22 anos, admitiu ter recolhido ilegalmente alguns dos segredos mais sensíveis dos Estados Unidos e partilhado na rede social Discord.

Um juiz federal norte-americano condenou esta terça-feira a 15 anos de prisão Jack Teixeira, membro da Guarda Nacional Aérea do Massachusetts que se declarou culpado de divulgação de informação classificada do Pentágono.

Teixeira, lusodescendente de 22 anos, admitiu ter recolhido ilegalmente alguns dos segredos mais sensíveis dos Estados Unidos e partilhado na rede social Discord.

Os procuradores haviam pedido originalmente uma sentença de 17 anos para Teixeira, dizendo que ele “perpetrou uma das violações mais significativas e consequentes da Lei de Espionagem na história americana”.

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Novo embaixador dos EUA em Israel nega ocupação e existência da Cisjordânia

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Mike Huckabee, ex-governador do Arkansas, será o novo embaixador dos EUA em Israel. "Há certas palavras que me recuso a usar. Não existe Cisjordânia. (...) Não existe ocupação”, disse.

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta terça-feira a intenção de designar o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee como embaixador norte-americano em Israel. “Ele adora Israel e o povo de Israel e, da mesma forma, o povo de Israel adora-o”, justificou o político republicano numa declaração.

Huckabee é um defensor acérrimo de Israel e o anúncio da sua nomeação ocorre numa altura em que Trump prometeu alinhar mais estreitamente a política externa de Washington com os interesses do Governo israelita, envolvido em guerras contra o Hamas na Palestina e o Hezbollah no Líbano, dois grupos islamitas apoiados pelo Irão.

“O Mike [Huckabee] trabalhará incansavelmente para levar a paz ao Médio Oriente”, prosseguiu Donald Trump, que foi eleito há uma semana para regressar à Casa Branca, após um primeiro mandato entre 2017 e 2021. Huckabee tem sido um forte defensor de Israel e liderou durante anos visitas de grupos turísticos ao país, anunciando frequentemente as viagens em meios de comunicação de tendência conservadora.

Segundo a cadeia televisiva CNN, o político e ex-pastor batista tem apoiado os colonatos israelitas na Cisjordânia, tendo inclusive lançado a primeira pedra para um novo bairro num dos maiores assentamentos no território palestiniano ocupado em 2017. Na altura, defendeu, em entrevista àquela estação de televisão, que “Israel tem títulos de propriedade da Judeia e da Samaria”, usando termos bíblicos para a Cisjordânia.

“Há certas palavras que me recuso a usar. Não existe Cisjordânia. É a Judeia e a Samaria. Não existe acordo. São comunidades, são bairros, são cidades. Não existe ocupação”, declarou.

Enquanto se aguarda o nome que Trump vai escolher para liderar a diplomacia de Washington, o futuro Presidente norte-americano tem declarado o reforço do seu compromisso com Israel, mas também o desejo de terminar os conflitos na região.

Durante o seu primeiro mandato na Casa Branca, patrocinou os acordos de Abraão, com o objetivo de normalizar as relações de Israel com vários países árabes, e reconheceu Jerusalém como capital israelita, rompendo a neutralidade da comunidade internacional a este respeito.

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Deputados franceses rejeitam lei orçamental para 2025

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Na sequência desta rejeição pela Assembleia Nacional francesa, o governo poderá apresentar ao Senado o texto original em vez do que foi amplamente alterado.

A Assembleia Nacional francesa rejeitou esta terça-feira, em primeira leitura, a proposta de lei do Orçamento de Estado para 2025, com apenas a esquerda a votar a favor do texto que ajudou a reescrever. “É importante que estes debates não tenham sido em vão”, defendeu o ministro francês do Orçamento, Laurent Saint-Martin, na Assembleia Nacional, após a votação.

O resultado das discussões “é uma confusão orçamental que não tem pés nem cabeça, que não tem coerência interna, que não pode ser aplicada em 80% e que, portanto, é indigna do respeito que devemos aos franceses e à nossa assembleia”, afirmou David Amiel, da coligação macronista, afeta ao Presidente Emmanuel Macron.

Já o deputado do União Nacional (RN, sigla em francês, extrema-direita) Matthias Renault denunciou um orçamento “inaceitável” para o partido, que “estabeleceu uma linha vermelha muito clara desde o início, sem aumento global de impostos”. Na sequência desta rejeição pela Assembleia Nacional francesa (câmara baixa do Parlamento), o governo poderá apresentar ao Senado (câmara alta) o texto original em vez do que foi amplamente alterado.

As discussões sobre o orçamento francês, iniciadas em 21 de outubro, foram marcadas pela ausência de deputados da maioria e por alianças variáveis, em que o governo sai frequentemente derrotado. Os oradores da oposição rejeitaram à vez o texto, considerando-o “distorcido”, “irrealista e irresponsável”, e com a omissão de um dos artigos principais, relativo à contribuição da França para o orçamento da União Europeia.

Este orçamento é o orçamento da Nova Frente Popular (NFP), é o orçamento que os franceses escolheram em 7 de julho”, na segunda volta das eleições legislativas que colocaram o NFP na liderança, disse Aurélien Le Coq, deputado da França Insubmissa (LFI, esquerda radical, maior partido da coligação).

O deputado da LFI estimou em “75 mil milhões” as “novas receitas propostas pelo NFP e pelo LFI, para um excedente positivo de 58 mil milhões de euros”.

Este número foi contestado pelo relator-geral do Orçamento, o centrista Charles de Courson, que estimou que as alterações votadas nas últimas semanas resultaram “aparentemente” em 65 mil milhões de euros de receitas adicionais, mas na realidade numa “perda líquida de receitas fiscais de mais de seis mil milhões de euros”.

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Setúbal vai ter comboios da Fertagus para Lisboa de 20 em 20 minutos

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

"O primeiro comboio parte de Setúbal às 05:43 e o último às 00:43 e de Lisboa o primeiro sai às 05:53 e o último à 00:23", explica o autarca de Setúbal.

A cidade de Setúbal vai ter comboios da Fertagus de 20 em 20 minutos para Lisboa todos os dias, a partir de meados de dezembro, anunciou esta terça-feira o presidente do município sadino, André Martins.

Numa publicação na rede social Facebook, o autarca refere que os comboios da Fertagus, de Setúbal para Lisboa e no sentido inverso, que atualmente se realizam de hora a hora, vão ter uma periodicidade de 20 minutos nos dois sentidos.

O primeiro comboio parte de Setúbal às 05:43 e o último às 00:43 e de Lisboa o primeiro sai às 05:53 e o último à 00:23. Aos fins de semana e feriados, o primeiro parte de Setúbal às 06:03 e o último às 23:03. De Lisboa o primeiro comboio parte de Roma-Areeiro às 06:13 e o último às 00:43”, escreve André Martins.

O presidente da Câmara de Setúbal revela ainda que foi informado pela empresa Fertagus destas alterações, “depois de várias reuniões com o Ministério das Infraestruturas, com a IP – Infraestruturas de Portugal e com a Fertagus”.

“Com esta medida será possível garantir uma melhor mobilidade ferroviária dos nossos munícipes para a capital e para os restantes concelhos da península de Setúbal, além de se aliviar a pressão notória que se sente nas carreiras rodoviárias da Carris Metropolitana para Lisboa”, acrescenta o autarca.

O presidente da Câmara de Setúbal promete “insistir para que o serviço da Fertagus seja estendido a Praias do Sado, para servir os milhares de alunos e professores do Instituto Politécnico de Setúbal e a população” daquela zona do concelho de Setúbal.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot aumenta para 137 milhões de euros

  • ECO
  • 12 Novembro 2024

O jackpot desta terça-feira ronda os 137 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 137 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot voltou a subir depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 12 de novembro :

Números: 10, 11, 12, 22 e 50

Estrelas: 1 e 10

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Sindicato e APROSE acordam atualização dos salários nos seguros

Ficam oficiais as novas tabelas e condições salariais dos trabalhadores de agentes e corretores de seguros, sócios ou não da APROSE. Veja aqui o que mudou.

O STAS – Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Seguradora, liderado por Patrícia Caixinha, anunciou a publicação da Portaria de Extensão (PE) das alterações ao Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) da APROSE – Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros, referentes, nomeadamente, à atualização da tabela salarial para 2024, do valor do subsídio de refeição e das restantes cláusulas de expressão pecuniária.

Acordo renovado: David Pereira, presidente da APROSE, e Patrícia Caixinha, presidente do STAS.

A Portaria de Extensão foi publicada esta segunda-feira no Diário da República, (Portaria n.º 249/2024/1), entrando em vigor no 5º dia posterior à sua publicação, mas a partir de 1 de julho de 2024 no que respeita à tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária.

O CCT celebrado entre o STAS e a APROSE abrange as relações de trabalho entre Empregadores que, no território nacional, se dediquem à atividade de mediação de seguros e resseguros, e que estejam inscritos oficialmente com as categorias de agente de seguros, corretor de seguros e mediadores de resseguros, e Trabalhadores ao seu serviço das profissões e categorias previstas no referido CCT.

A PE agora publicada tem como consequência a aplicação da referida atualização salarial a todo o setor, independentemente da filiação daqueles empregadores na APROSE, ou seja, passam a ser extensíveis a todos os trabalhadores.

Aplicação da nova Tabela Salarial reflete os seguintes aumentos em 2024:

  • Banda Salarial A: 4,52%, com um valor mínimo de 2.409,5€;
  • Banda Salarial B: 4,52%, com um valor mínimo de 1.667€;
  • Banda Salarial C: 4,51%, com um valor mínimo de 1.271€;
  • Banda Salarial D: 4,77%, com um valor mínimo de 1.130€;
  • Banda salarial E: 4,99%, com um valor mínimo de 1.100€;
  • Banda Salarial F: 7,44 %com um valor mínimo de 870,2€;
  • Banda Salarial G: 7,43%, com um valor mínimo de 830€.

Quanto ao Subsídio de Refeição e Cláusulas de Expressão Pecuniária, os novos valores em 2024 são os seguintes:

  • Subsídio de Almoço passa a 9,15€ por dia;
  • Atualização dos valores das despesas de deslocação em serviço;
  • Valor do Km atualizado para 0,44€.

Segundo o STAS, os efeitos desta portaria são estendidos a todo o território continental. Já foi efetuada na RA da Madeira tendo a Secretaria Regional de Inclusão Trabalho e Juventude da Região Autónoma da Madeira, publicado a sua extensão através da portaria n.º 33/2024 de 26 de julho de 2024. Quanto ao Governo Regional dos Açores, é aguardada a publicação da respetiva portaria de extensão aplicável na região.

O STAS nasceu em 28 de fevereiro de 1934 e foi um dos fundadores da UGT em 1978, sendo o sindicato com maior representatividade no setor segurador com acordos de empresas estabelecidos com dezenas de seguradoras, bem como com a APROSE.

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Maior sindicato da PSP apresenta propostas à tutela para processo negocial de janeiro

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Associação Sindical dos Profissionais da Polícia quer que o Governo tenha "uma noção clara" da parte financeira "para salvar a PSP", uma vez que "cada dia que passa existem dificuldades crescentes".

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) entregou esta terça-feira à ministra da Administração Interna três documentos com propostas e reflexões políticas e orçamentais para as negociações que terão início a 6 de janeiro de 2025.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, afirmou que o sindicato fez este “trabalho de casa” com bastante esforço e reflexão, no sentido de facilitar à tutela a abordagem, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado, de procedimentos que têm a ver sobretudo com as tabelas remuneratórias, suplementos remuneratórios e alterações ao Estatuto Profissional.

O dirigente sindical adiantou que estas propostas surgem com base nos acordos assinados com o Ministério da Administração Interna (MAI) em julho passado e para que o Governo tenha “uma noção clara” da parte financeira “para salvar a PSP”, uma vez que “cada dia que passa existem dificuldades crescentes” na instituição.

Paulo Santos adiantou que informou a ministra de que o processo negocial a partir de 6 de janeiro só terá início “após todas as matérias já negociadas ficarem resolvidas, entre elas a colocação do pessoal nos índices remuneratórios por avaliação de serviço e a alteração de três para dois anos da mudança de nível remuneratório, assim como a necessidade de, uma vez que já se está em novembro, de emanar o despacho de pré-aposentação para este ano e os serviços remuneratórios que se encontram por pagar”.

Paulo Santos disse ainda que a estrutura sindical receia que o executivo não “tenha condições políticas e financeiras” para as negociações de janeiro, salientando que a ministra se mostrou “sensível e atenta” a todas as questões apresentadas, mas que “é preciso dar passos efetivos”.

Em julho, quatro sindicatos da PSP e o Ministério da Administração Interna alcançaram um acordo quanto à atribuição de um suplemento de risco, que se traduziu num aumento faseado de 300 euros até 2026, e à negociação a partir de janeiro de 2025 sobre outros assuntos relacionados com questões remuneratórias dos polícias.

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Conselho Económico e Social pede avaliação do “sucesso” do novo IRS Jovem

Conselho Económico e Social recomenda estudo sobre o impacto do IRS Jovem para a retenção no país. Mostra-se "preocupado" com acesso à habitação, impostos e as cativações.

O Conselho Económico e Social (CES) instou o Governo a fazer uma avaliação do sucesso das alterações ao IRS Jovem após a medida ser implementada, particularmente sobre o impacto para a retenção dos jovens no país. A recomendação consta do parecer ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) aprovado esta terça-feira, no qual alerta também para o impacto das cativações.

No parecer às Grandes Opções do Plano para 2024-2028, o CES tinha manifestado reticências face à proposta que previa a redução do IRS Jovem para uma taxa máxima de 15% a todos os jovens até aos 35 anos, com a exceção do último escalão de rendimentos. A medida entretanto foi revista e o organismo que junta as confederações empresariais e sindicatos dá nota disso.

O CES destaca que o alargamento do IRS Jovem é apresentado no OE2025 como “uma medida que permitirá o aumento dos salários líquidos dos jovens e que poderá contribuir para a sua retenção em Portugal”. Contudo, sublinha “que deve haver um acompanhamento e ser realizada uma avaliação do sucesso da medida introduzida, nomeadamente quanto ao impacto da mesma para a retenção de jovens” em Portugal.

“Tal como salientado no Parecer sobre as Grandes Opções para 2024-2028, o CES considera positivas medidas que contribuam para a retenção e regresso de jovens a Portugal, incluindo o desagravamento fiscal para os jovens, desde que sejam construídas com base em princípios de equidade, justiça social e solidariedade“, refere.

O CES regista ainda “o facto de a aplicação do IRS Jovem não depender do grau de escolaridade e das habilitações académicas e destaca ainda a necessidade de políticas que prossigam tais objetivos de forma transversal e integrada, não se esgotando na área fiscal”.

Destaca ainda a proposta de atualização dos limites dos escalões de IRS à taxa de 4,6%, que considera a evolução dos preços e o crescimento da produtividade do trabalho, uma décima abaixo do referencial de valorização de 4,7% do salário médio previsto no Acordo Tripartido sobre Valorização Salarial e Crescimento Económico 2025-2028.

Embora sublinhe que a atualização não está “perfeitamente alinhada” com a valorização acordada para o salário médio, “traduz-se numa maior justiça fiscal face às atualizações ocorridas nos últimos três anos, dado que em 2022 e 2023 as atualizações ficaram aquém da taxa de inflação (…) e em 2024 a atualização se fixou apenas 0,7 pontos percentuais acima da taxa de inflação”.

Sublinha ainda a “preocupação” com o aumento dos impostos indiretos em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), justificando “que, pela forma como são aplicados, são socialmente mais injustos”.

O CES considera, pois, que o OE2025 está “ainda está longe de refletir uma alteração na política fiscal suficientemente ambiciosa face ao imperativo de promover uma justa tributação dos rendimentos e melhorar a atratividade do investimento (interno e externo), promovendo uma melhor distribuição da riqueza e contribuindo para a transformação do perfil de crescimento económico de Portugal”.

Garantia pública pode ser “insuficiente”

O CES alerta que a garantia pública no crédito à habitação para jovens pode ser “insuficiente”, devido aos “baixos rendimentos, em média, e ao elevado custo da habitação” e defende a prorrogação da medida de isenção do pagamento da comissão por amortização antecipada de crédito da casa com taxa variável.

Considera também que a promoção da dedução de juros do crédito em sede de IRS “é ainda uma medida importante que beneficiaria em geral as famílias que têm crédito à habitação, com impacto positivo a médio e longo prazo”, assinalando a ausência de medidas de revisão dos requisitos, e respetivos valores, para benefício de isenção automática de IMI.

Alerta ainda para “a importância de promover a oferta habitacional no mercado de arrendamento, garantindo previsibilidade e estabilidade a senhorios/as” e apela a “medidas de proteção dos arrendatários mais vulneráveis”.

Preocupação com cativações do OE2025

O organismo manifesta ainda “preocupação” com a política de cativações inscrita no OE2025 e “reitera a posição assumida em anteriores pareceres de que o recurso a cativações significativas tem um impacto negativo no normal funcionamento dos serviços públicos”.

Segundo o parecer, esta política “pode desvirtuar o Orçamento do Estado, tal como aprovado pela Assembleia da República”.

Paralelamente, o CES considera que poderia existir “maior ambição na poupança anual” com a revisão de despesa, para a qual o Ministério das Finanças prevê uma poupança de 84,7 milhões de euros.

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APIN com o pior resultado financeiro entre empresas municipais e intermunicipais

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior voltou a registar o pior resultado financeiro entre empresas municipais e intermunicipais, com 2,5 milhões de euros de resultado negativo.

A APIN – Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal, que integra municípios do interior dos distritos de Leiria e de Coimbra, voltou a liderar a lista de piores resultados financeiros entre empresas municipais e intermunicipais, a nível nacional, em 2023, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, da responsabilidade do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (CICF/IPCA) e com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados e do Tribunal de Contas, que foi esta terça-feira divulgado.

De acordo com o documento consultado pela agência Lusa, a empresa, que opera na área do saneamento e abastecimento de água, registou 2,5 milhões de euros de resultado negativo em 2023, depois de também ter liderado a lista em 2022, com um resultado negativo de cerca de 1,7 milhões de euros.

No mesmo anuário, a APIN também surge em lugar destacado no que toca ao passivo exigível (dívidas a pagar), em que aquela empresa, criada em 2019, fica em 7.º lugar, com 36,6 milhões de euros de passivo, valor que tem vindo a aumentar substancialmente desde a sua criação (em 2022, era de 22 milhões).

Questionado pela Lusa, o presidente da APIN, João Miguel Henriques, referiu que os resultados negativos “só podem ser compensados através de uma atualização tarifária, que compense os custos operacionais da empresa”.

“Nós não temos podido realizar essa atualização porque a APIN sofreu uma alteração relativamente à sua constituição. Os pressupostos de uma empresa com 11 municípios foram alterados com a saída de Penacova”, esclareceu.

Segundo João Miguel Henriques, há “uma necessidade de reajustar o plano de investimentos da empresa e regime tarifário“, mas tal só será possível quando a questão da saída da câmara de Penacova do sistema fique “completamente resolvida” (o município tem contestado o valor de indemnização a pagar pela saída).

Com a saída de Penacova, que era um dos maiores municípios e contribuidores do sistema, o próprio estudo de viabilidade económico-financeira terá de ser alterado, notou.

O presidente da APIN, que é também o presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, referiu ainda que está a ser procurada uma “solução para o futuro” da empresa, mas escusou-se a adiantar que solução será essa. “A solução tem de ser garantida no próximo ano”, vincou, recordando que a empresa não pode estar mais de três anos consecutivos com resultados líquidos negativos.

Com a saída de Penacova, a APIN passou a integrar os municípios de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande (distrito de Leiria), Góis, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penela e Vila Nova de Poiares (distrito de Coimbra).

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Autarca de Sintra defende investimento e revisão da Lei das Finanças Locais “da ‘troika'”

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

O autarca diz que esta não é a primeira vez que Sintra é considerado o número um em eficiência financeira, "umas vezes nos grandes concelhos, outras vezes a nível nacional".

O presidente da câmara de Sintra considerou, esta terça-feira, que uma boa eficiência financeira municipal passa pelo controlo da despesa e aumento do investimento, mas defendeu a necessidade da urgente revisão da Lei das Finanças Locais do “tempo da ‘troika'”.

“O grande princípio, nós somos fiéis depositários do dinheiro dos outros [e temos de], primeiro, controlar a despesa; segundo, aumentar o investimento; terceiro, diminuir os impostos. É isso que a gente fez”, explicou Basílio Horta (PS).

O também presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa falava à Lusa após a divulgação do Anuário Financeiro dos Municípios, segundo o qual as câmaras de Sintra, Abrantes e Grândola obtiveram as melhores pontuações nos respetivos ‘rankings’ dos concelhos de grande, média e pequena dimensão com melhor eficiência financeira em 2023.

O autarca salientou que esta não é a primeira vez que Sintra é considerado o número um em eficiência financeira, “umas vezes nos grandes concelhos, outras vezes a nível nacional”, mas que isso “é natural” quando se gere as taxas e os impostos que os “contribuintes pagam”.

“Essas verbas não são nossas, temos que ser, como é que eu hei de dizer, muito exigentes na despesa corrente, temos que ser muito exigentes nos investimentos que fazemos, porque estamos a fazê-lo em nome de terceiros, […] que pagaram os seus impostos e assim foi”, frisou.

Basílio Horta recuou ao seu primeiro mandato, quando teve de fechar empresas municipais que davam prejuízo. “Libertamo-nos da dívida ao longo do tempo, encerrámos as empresas municipais, portanto, o serviço da dívida de quatro milhões passou para investimento”, explicou, com prioridade para a área da saúde, que se encontrava “num estado lastimável” e “estava abandonada”.

Além da reformulação de centros de saúde, decidiu “que era necessário fazer um hospital”, que alivie o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) da “enorme pressão” de uma unidade construída para servir 200 mil pessoas e serve 500 mil dos dois concelhos.

“O hospital está feito e agora vai começar a funcionar logo que as reuniões, logo que as condições de segurança estejam completadas e o hospital possa abrir em plena segurança”, adiantou, destacando ainda o investimento na área social, no espaço público, nas escolas, sem deixar de baixar “os impostos” aos municípios.

Obviamente que a câmara precisa de alteração da Lei das Finanças Locais.

Basílio Horta

Presidente da Câmara Municipal de Sintra

Em relação à descentralização de competências, Basílio Horta admitiu que o município não tem dificuldades, mas no futuro pode “vir a ter”.

“Não temos dificuldades, neste momento, porque temos uma almofada financeira, enfim bastante confortável. Agora é evidente que temos muitos investimentos programados, temos investimentos programados da ordem dos 170 milhões de euros“, estimou o autarca, avisando que a situação pode modificar-se “se a Lei das Finanças Locais não for alterada” para serem “compensados dos défices” resultantes da transferência de competências da administração central.

Enquanto no caso da educação, o défice é de cinco milhões de euros, na saúde ainda não aceitou competências “porque os meios não são suficientes”.

Na estratégia local de habitação, nós temos cerca de 400 milhões de euros, dos quais uma parte a 100% do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], há outra parte que é a 85%, e há uma parte” que “a câmara vai ter que, se quiser continuar com a estratégia”, desembolsar na “ordem dos 50 milhões” de euros.

“Neste momento, se não houvesse a almofada financeira que temos, as receitas cobrem a despesa, porque os investimentos que temos vindo a fazer são muitos” e “cobrem praticamente a 100%, até fica um bocadinho de fora”, que se vai buscar “a saldos transitados”, reconheceu.

Por isso, o presidente da autarquia defendeu que a revisão da Lei das Finanças locais “é fundamental”. “É uma lei que está datada, está antiquada, nunca foi revista, ainda está influenciada pela ‘troika’; ainda está influenciada por aquela ideia de que as câmaras municipais é que eram a origem da dívida, um disparate completo, como se vê agora, a dívida tem sido paga em larga medida pelas câmaras”, salientou.

Nesse sentido, Basílio Horta reforçou que na gestão municipal “é necessário ver, no futuro, a curto e médio prazo” e, assim, “obviamente que a câmara precisa de alteração da Lei das Finanças Locais.

Os ‘rankings’ do Anuário Financeiro foram elaborados com base na pontuação obtida pelos municípios em 10 indicadores, para um máximo de 1.900 pontos, relativos a eficiência e eficácia financeira, como a liquidez, o peso do passivo exigível no ativo, o passivo por habitante e os impostos diretos por habitante.

Segundo o Anuário, a pontuação máxima em 2023 foi obtida por grandes municípios, com a melhor pontuação a ser alcançada pela Câmara de Sintra (distrito de Lisboa), com 1.675 pontos, seguida dos municípios de Maia (distrito do Porto), com 1.592 pontos, e de Santa Maria da Feira (distrito de Aveiro), com 1.583.

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