Incerteza política? Agentes económicos adoram “previsibilidade”, mas economia mostra “resiliência”, diz Centeno

Governador do BdP diz que economia portuguesa tem tido condições de resiliência que são positivas, pelo que não antecipa "que venham a ser postas em causa" devido à incerteza política.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, defendeu esta quinta-feira que os agentes económicos “adoram” previsibilidade e estabilidade, mas que a economia portuguesa tem mostrado resiliência nos últimos anos — mesmo perante três eleições legislativas num curto espaço de tempo.

A posição de Mário Centeno foi transmitida durante a apresentação do “Boletim Económico de março”, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, quando questionado pelos jornalistas sobre um eventual impacto da crise política na economia portuguesa. O Banco de Portugal prevê um crescimento de 2,3% este ano, uma décima acima dos 2,2% avançados em dezembro e mais duas décimas do que a previsão oficial do Ministério das Finanças. No entanto, a economia deverá voltar a desacelerar em 2026, para 2,1%, e novamente em 2027, para 1,7%

E vão três [eleições]: 2022, 2024 e 2025. Melhorar, não melhora. Os agentes económicos adoram previsibilidades, estabilidade, capacidade de projetar o futuro. A variável que mais sofre com essa incerteza é o investimento”, disse.

No entanto, realça que ao longo dos últimos anos tem sido visível que “a economia portuguesa tem tido condições de resiliência que são positivas” e que o Banco de Portugal não antecipa “que venham a ser postas em causa“.

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Euribor a três meses cai pela 4.ª sessão consecutiva para novo mínimo desde janeiro de 2023

  • Lusa
  • 20 Março 2025

Esta quinta-feira, as taxas Euribor baixaram em todos os prazos: a três meses para 2,387%, a seis meses para 2,411% e a 12 meses para 2,379%.

A Euribor desceu esta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a quarta-feira e no prazo mais curto, pela quarta sessão consecutiva, para um novo mínimo desde janeiro de 2023. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,327%, ficou abaixo da taxa a seis meses (2,411%) e da taxa a 12 meses (2,379%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou, ao ser fixada em 2,411%, menos 0,010 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou para 2,379%, menos 0,027 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou, ao ser fixada em 2,387%, menos 0,024 pontos e um novo mínimo desde 18 de janeiro de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%. A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.

Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses. A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro. Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%. A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Com novas eleições à porta, CEO da Sonae diz que 2025 é “um ano perdido para Portugal”

Cláudia Azevedo considera que "os portugueses estão um bocado fartos das polémicas que envolvem a política". Investimento do grupo em 2024 “dificilmente será replicável tão cedo”, reconhece.

A CEO da Sonae, Cláudia Azevedo, considera que o quadro de instabilidade política no país, com novas eleições legislativas antecipadas, vai resultar num “ano perdido” para Portugal. A empresária disse ainda que “os portugueses estão um bocado fartos das polémicas que envolvem a política” e que cabe aos políticos governar, algo que não têm feito.

“Vamos ter novas eleições, depois formar novo Governo, depois há autárquicas [no outono]. É um ano perdido para Portugal e é um ano em que Portugal tinha muito para fazer“, disse a líder da dona do Continente durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados de 2024.

Vamos ter novas eleições, depois formar novo Governo, depois há autárquicas [no outono]. É um ano perdido para Portugal e é um ano em que Portugal tinha muito para fazer.

Cláudia Azevedo

CEO da Sonae

Questionada sobre a crise política no país, Cláudia Azevedo lembrou que há precisamente um ano, após a eleição de Luís Montenegro como primeiro-ministro, tinha defendido que os políticos teriam de se focar nas pessoas e governar para elas. “Não me parece que este ano tenha contribuído para isso”, completou, sendo a situação agravada pelo nível de incerteza global.

“Os portugueses estão um bocado fartos das polémicas que envolvem a política”, reforçou a empresária nortenha. “Ouvir [os debates na] Assembleia da República através da televisão é uma coisa que não recomendamos a ninguém. A prioridade é governar; não entrar em polémica uns com os outros”, criticou. “Os pequenos casos não acrescentam valor nenhum à sociedade”, acrescentou.

Apresentação dos resultados de 2023 do grupo Sonae - 13MAR24
Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, na apresentação dos resultados de 2023 do grupoRicardo Castelo/ECO

Quanto à situação internacional, a empresária destacou que é “difícil” fazer previsões sobre evolução dos preços, porque todos os dias há alguma novidade, adiantou, referindo-se aos anúncios de tarifas que chegam dos EUA. Ainda assim, Cláudia Azevedo garantiu que os supermercados Continente, detidos pelo grupo, “tudo farão para ter os melhores preços”.

Sobre as tarifas, o CFO João Dolores diz que “ninguém sabe muito bem o que vai acontecer”, mas que com a aplicação de taxas aduaneiras “haverá certamente impacto à escala global“. Mas “neste momento não estamos a sentir nenhum impacto ao nível da sociedade”, garantiu. “O Continente tem feito um trabalho de apoio à produção nacional, o que mitiga a dependência de fatores externos”, salvaguardou a CEO da empresa da Maia.

Otimismo para 2025, mas investimento “dificilmente replicável tão cedo”

Em termos globais, “num mundo muito incerto, vemos o mundo com muito otimismo na Sonae”, disse ainda a empresária. Depois de um ano que qualificou como “memorável”, em que a empresa atingiu um volume de negócios de quase 10 mil milhões de euros e um EBITDA acima de mil milhões, com um investimento recorde, onde a empresa investiu 1,6 mil milhões de euros, reservando 1,1 mil milhões deste valor a aquisições, Cláudia Azevedo diz que 2024 “foi um ano recorde, dificilmente replicável tão cedo”.

“Vamos ter um forte investimento nos nossos negócios e os nossos negócios atuais já incluem aquisições de 2024”, como a Musti ou a Druni, esclareceu a líder da Sonae.

Quanto a novas aquisições, depois de um ano em que a companhia concluiu a aquisição da Musti, num investimento de 700 milhões, a compra de 89% da Diorren por 160,5 milhões e a “combinação dos negócios” da Druni e da Arenal Perfumarias, não se antecipa outro grande negócio em 2025. “Não estou a prever uma aquisição num setor e numa geografia completamente diferente“, adiantou, destacando, porém, que para manter a liderança “implica um forte investimento anual”.

A CEO da Sonae destacou ainda que a dívida aumentou em 2024 – triplicou para 1,6 mil milhões – e “num mundo muito instável, temos que ser mais conservadores desse lado“.

Portefólio reforçado com aquisições

Na apresentação dos indicadores económicos, João Dolores, CFO da empresa, realçou que “foram resultados extraordinários, com recordes a todos os níveis”. “Este ano foi um ano particularmente importante no reforço do nosso portfólio”, justificou.

O responsável detalhou que a aquisição da Druni foi um “investimento muito importante”, no valor de 266 milhões de euros, explicando que “o segundo investimento mais importante foi na Musti“, naquele que foi “o maior investimento que fizemos até à data num único ativo”, de 700 milhões. “É uma plataforma muito importante, com muito potencial de expansão internacional”, acrescentou.

Foi um ano intenso do ponto de vista de investimento e de reforço de portefólio. Dá-nos muita confiança para enfrentar futuro.

João Dolores

CFO da Sonae

João Dolores referiu ainda que “o terceiro investimento foram os investimentos que a Sparkfood fez, com destaque para investimento em França”, com a aquisição da BCF Life Sciences (BCF) por 160 milhões de euros.

Outro investimento destacado pelo administrador financeiro foi a compra da Claranet pela NOS; já em 2025. Trata-se de um negócio que “vem mudar o perfil de negócio da Nos neste segmento [das empresas]. São 1000 pessoas que se juntam à família da Nos”.

“Foi um ano intenso do ponto de vista de investimento e de reforço de portefólio. Dá-nos muita confiança para enfrentar futuro“, concluiu.

Margem pressionada na Worten

Em relação aos vários segmentos de negócio, o administrador financeiro destacou que a MC teve um “ano extraordinário”, suportado pelo setor alimentar, com o Continente a apresentar um “desempenho muito forte”.

O setor alimentar registou um volume de negócios de 6,5 mil milhões de volume de negócios, o que representa um crescimento homólogo de 7,1%, num ano em que abriu 25 novas lojas, elevando o número de espaços abertos para 68.

João Dolores destacou que mesmo num contexto de baixa inflação, com uma inflação de 1% no mercado alimentar, o grupo expandiu a posição de liderança em Portugal

O segmento de saúde, beleza e bem-estar fechou 2024 com um volume de negócios de 1,1 mil milhões, o que representa um crescimento de 9,8% excluindo a Druni, com o setor a apresentar vendas online de 109 milhões.

“A Worten teve um ano muito positivo, com reforço da liderança no mercado português, num mercado super concorrencial”, acrescentou João Dolores. O CFO disse ainda que a empresa se tem afirmado neste que é um setor muito digital, com as vendas online a subirem 18,4% para 310 milhões. Pesam mais de 20% total.

Apesar de considerar que a Worten fechou o exercício com bons resultados, João Dolores reconheceu que a empresa registou uma “margem um pouco pressionada pela inflação que sentimos nos custos“, apresentando uma margem EBITDA de 5,6%.

Em termos globais, este foi um “crescimento muito forte”, sintetizou. “Crescemos melhorando a rentabilidade operacional. Só com esta saúde financeira conseguimos continuar a investir”, concluiu.

(Notícia atualizada pela última vez às 12:30)

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Insolvências sobem 21% em fevereiro. Número de novas empresas também em queda

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Março 2025

O mês de fevereiro teve mais 63 empresas a declararem insolvência do que há um ano. Desde janeiro, houve 767 pedidos de insolvência. Número de novas empresas também baixou 4%.

As insolvências em Portugal aumentaram 21% em fevereiro face ao mesmo mês de 2024. No total, 357 empresas apresentaram pedido de insolvência no mês em análise, mais 63 do que um ano antes, segundo dados divulgados esta quinta-feira pela Iberinform.

O mesmo estudo revela que as declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas aumentaram 63% nos dois primeiros meses do ano, com mais 88 empresas a requererem a insolvência, enquanto as declarações de insolvência requeridas por terceiros subiram mais de 43%, num total de 147.

Os encerramentos com plano de insolvência tiveram um incremento de 50%, atingindo um total de nove ações. Até ao final de fevereiro, foram concluídos 383 processos de insolvência, menos dois do que em igual período do ano passado.

Fonte: Iberinform

No acumulado dos dois meses, as insolvências registam um aumento de 21% face ao período homólogo, com 767 processos registados.

A Iberinform realça também que os distritos do Porto e de Lisboa são os que registam o maior número de insolvências — 197 e 180, respetivamente. Face a 2024, o Porto tem um acréscimo de quase 25% e Lisboa vê as insolvências aumentarem 24%.

Por setores, os maiores aumentos nas insolvências registaram-se nas atividades de agricultura, caça e pesca (+200%); transportes (+92%); e hotelaria e restauração (+41%). Os principais decréscimos, por outro lado, foram registados nos setores da eletricidade, gás e água (-100%), construção e obras públicas (-2%) e indústria transformadora (-0,5%).

Número de novas empresas cai 4%

A constituição de novas empresas também baixou em fevereiro: foram constituídas 4.660 novas empresas, menos 174 do que em igual período do ano passado (-3,6%). No total do ano, foram já criadas 10.028 novas empresas, o que representa um decréscimo de 3,7% face aos dois primeiros meses de 2024.

Por distrito, Lisboa regista o maior número de constituições (3.007), embora com um decréscimo de 5% face aos valores apurados no ano passado.

Já as atividades de agricultura, caça e pesca (+33%), construção e obras públicas (+11%) e comércio a retalho (+2%) são os setores que lideram os aumentos na criação de novas empresas.

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Infraestruturas de Portugal vai estudar agrupamento de estradas novas e existentes para integrarem PPP

Governo autoriza verba de 446,7 milhões de euros para estudos e obras até 2028, que inclui apenas oito das cerca de 30 intervenções nas vias rodoviárias consideradas prioritárias.

A Resolução de Conselho de Ministros que determina à Infraestruturas de Portugal (IP) o estudo e concretização de cerca de 30 projetos rodoviários prioritários, prevê que seja avaliado o agrupamento de estradas novas e existentes em novas concessões, incluindo o modelo de Parceria Público-Privada (PPP).

A empresa pública responsável pela gestão da infraestrutura ferroviária e rodoviária nacional tem até ao final do segundo semestre de 2025 para apresentar ao futuro ministro das Infraestruturas “uma proposta fundamentada que permita uma tomada de decisão relativamente ao modelo de contratação e de gestão a adotar para a concretização” de vários projetos. No comunicado do Conselho de Ministros, o Governo indicava que pretendia que fosse avaliada “a materialização dos principais eixos rodoviários em modelo de PPP“.

Segundo o diploma, publicado esta quinta-feira em Diário da República, a proposta da IP “pode considerar o agrupamento de infraestruturas rodoviárias novas e existentes, sobretudo que careçam de investimento em conservação, requalificação e alargamento no sentido de garantir as condições de circulação e segurança contratual e legalmente exigidas”. Isto aplica-se quer à rede rodoviária sob gestão direta da IP, ou à que passe a integrá-la, uma vez terminados os contratos de concessão de que são atualmente objeto.

Entre os projetos que serão considerados nesta análise está a duplicação e requalificação do IP3, entre Santa Comba Dão e Viseu, prevista e ainda não executada. A IP tem de apresentar, até ao final de junho de 2025, o cronograma das ações, concurso e obras necessárias a garantir uma ligação rodoviária em traçado duplo entre Souselas e Santa Comba Dão. Inclui ainda outras 12 vias, como a ligação Algés/Trafaria, que o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, admitiu ao Jornal de Negócios ser integrada numa mesma concessão com as duas travessias já existentes no Tejo e a terceira travessia que levará a linha de Alta Velocidade Lisboa – Madrid.

A resolução autoriza a IP a realizar 446,7 milhões de euros de despesa entre 2025 e 2028 para estudos e obras, verba a transferir do Orçamento do Estado, mas que inclui apenas oito das cerca de 30 intervenções consideradas prioritárias.

O Governo defende a definição destes investimentos prioritários com a necessidade de responder aos “eixos crónicos de falta de capacidade da rede rodoviária existente, de sinistralidade, dos estrangulamentos de mobilidade urbana, ou da necessidade de reabilitação dos ativos”, bem como a “complementaridade com os grandes projetos que já se encontram em curso”, como o desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa e de dois eixos ferroviários de alta velocidade.

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Puma lança “Go Wild”, a sua maior campanha global até à data

  • + M
  • 20 Março 2025

A campanha "Go Wild" da Puma integra aquele que é o maior investimento da marca em marketing. Procura simbolizar a renovação do seu ADN e "ressoar profundamente nas novas gerações".

Go Wild” é a nova campanha global da Puma — e a maior até à data — que assinala também uma evolução na identidade da marca desportiva, “reforçando o seu empenho em redefinir o jogo e em criar as bases para um crescimento sustentável a longo prazo”.

A campanha representa o maior investimento de marketing da Puma realizado até hoje, com um aumento de 40% nos investimentos de marketing relativamente a 2024, e simboliza a renovação do seu ADN, que pretende “ressoar profundamente nas novas gerações, em particular na Geração Z, que procura experiências imersivas, interação social e prazer através do desporto”, refere-se em nota de imprensa.

A marca apresenta assim uma “nova visão do desporto, alinhada com as expectativas das novas gerações e enraizada na sua história, onde o desporto é considerado como uma forma de auto expressão, de satisfação e de ligações sociais”.

O objetivo passa também por inspirar as pessoas a libertarem a sua energia através do desporto, bem como “expandir a sua presença global e estabelecer ligações com propósito com o seu público” ao captar o “instinto humano sentido quando se pratica desporto”.

“A Puma sempre incorporou esta visão, desde o punho erguido de Tommie Smith em 1968 até à explosão de alegria de Usain Bolt em 2008. Acreditamos que a grandeza começa com a coragem de sermos honestos connosco e esta filosofia sempre orientou a Puma, ressoando mais do que nunca junto da geração mais jovem”, diz Richard Teyssier, global VP brand and marketing da Puma, citado em comunicado.

Com esta campanha “estamos a dar o primeiro passo para criar uma ligação ainda maior com o nosso público, através de uma abordagem única e disruptiva“, acrescenta.

Já Julie Legrand, senior director global brand strategy and communications da marca, explica que a campanha “foi desenvolvida com base no maior estudo sobre o consumidor alguma vez realizado pela marca, encontrando um espaço claro no mercado, onde o desempenho encontra a alegria, um território inexplorado em que a Puma está posicionada de forma única para o preencher”.

“Go Wild” pretende assim funcionar também como uma homenagem às pessoas que correm e desbloqueiam o “runner’s high”, ou seja “substâncias químicas que são libertadas durante a atividade física criando a sensação de felicidade”. O spot afasta-se do protagonismo dos atletas e das celebridades, celebrando as pessoas que correm todos os dias.

A campanha vai manter-se no ar até 2026, “destacando estrategicamente” diferentes unidades de negócio relacionadas com o desporto, incluindo o basquetebol e o futebol, e explorando os principais eventos desportivos mundiais.

Com criatividade da Adam&Eve e lançada a nível global, a campanha é amplificada através de vários pontos de contacto, como digital, outdoor, relações-públicas, social media, televisão, retalho e ativações em todo o mundo. Em Portugal, a campanha é digital e focada no YouTube.

A mensagem de “Go Wild” é reforçada através de uma série de conteúdos que visam explicar o conceito, lançada por embaixadores da marca. O planeamento de meios ficou a cargo da Havas Media.

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Banco de Portugal revê em ligeira alta crescimento deste ano para 2,3%

Estimativa fixa-se uma décima acima da estimativa de dezembro e duas décimas acima da previsão oficial do Ministério das Finanças. Porém, para 2026 prevê uma desaceleração do crescimento.

O Banco de Portugal (BdP) está ligeiramente mais otimista sobre o desempenho da economia portuguesa este ano, prevendo agora um crescimento de 2,3%. As previsões constam do “Boletim Económico de março”, no qual a instituição liderada por Mário Centeno revê, contudo, em baixa de uma décima a estimativa para o próximo ano.

A previsão do regulador para este ano fixa-se uma décima acima dos 2,2% avançados em dezembro e mais duas décimas do que a previsão oficial do Ministério das Finanças. No entanto, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse recentemente acreditar que o crescimento poderá ascender a 2,5% em 2025.

Após a aceleração do crescimento este ano face aos 1,9% registados no ano passado, deverá voltar a desacelerar em 2026, para 2,1%, e novamente em 2027, para 1,7%, prevê o BdP.

“O crescimento económico em 2025–26 beneficia do alívio das condições financeiras e tem subjacente uma aceleração da procura externa e uma execução dos fundos europeus mais concentrada agora em 2026″, explica o supervisor.

O menor crescimento em 2027 é justificado, segundo o BdP, em larga medida, pelo fim do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Por sua vez, o consumo e o investimento poderão beneficiar de um aumento da confiança, mas “a sua concretização exige uma redução da incerteza interna e externa”.

Fonte: Banco de Portugal, Boletim Económico de março

Por seu lado, a inflação (medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) deverá reduzir-se para 2,3% em 2025 e situar-se em 2% em 2026 e 2027.

Contudo, as previsões estão rodeadas de incerteza. Segundo o BdP, os riscos adversos em torno da projeção para a atividade acentuaram-se e prevalece uma incerteza elevada sobre a evolução da economia mundial.

Para além dos fatores de risco já existentes — relacionados com a invasão militar da Ucrânia pela Rússia e os conflitos no Médio Oriente — surgiram novos fatores, com destaque para as alterações na orientação de política geoestratégica e comercial nos EUA.

Banco de Portugal

“Para além dos fatores de risco já existentes — relacionados com a invasão militar da Ucrânia pela Rússia e os conflitos no Médio Oriente — surgiram novos fatores, com destaque para as alterações na orientação de política geoestratégica e comercial nos EUA“, aponta.

A instituição liderada por Mário Centeno alerta que “a materialização destes riscos pode conduzir a subidas de preços das matérias-primas, disrupções nas cadeias de abastecimento, menor crescimento do comércio mundial e variações cambiais marcadas, com impacto desestabilizador sobre a atividade“.

“Esta incerteza pode levar os agentes económicos a adiar ou cancelar decisões de investimento, a aumentar a poupança por motivos de precaução ou a exigir prémios de risco mais elevados, reduzindo o preço dos ativos e aumentando os custos de financiamento”, adverte.

O BdP destaca ainda que “a materialização de um cenário de aumento de tarifas pelos EUA às importações da UE, envolvendo retaliação e aumento da incerteza/redução da confiança, teria um impacto negativo relevante na atividade económica em Portugal”.

Rendimento nominal deve reduzir-se 1,2% no primeiro trimestre

O Banco de Portugal destaca o papel que o consumo privado teve no crescimento económico de 2024, nomeadamente na reta final do ano, refletindo “a aceleração significativa do rendimento disponível no quarto trimestre”, com uma variação em cadeia estimada de 5%.

O regulador assinala que esta evolução resultou sobretudo das alterações ao IRS com efeitos retroativos, refletidas nas tabelas de retenção específicas em setembro e outubro, e ao pagamento do suplemento extraordinário de pensão em outubro, estimando que, no conjunto, estas medidas de política orçamental representaram um aumento de cerca de dois mil milhões de euros no rendimento das famílias, equivalendo a quase 4% do rendimento trimestral.

Porém, prevê que, no primeiro trimestre de 2025, o rendimento disponível nominal deverá reduzir-se 1,2%, revertendo assim parcialmente o aumento do quarto trimestre, com consequências para o consumo privado, que deverá retrair-se.

“O consumo privado deverá ser também condicionado no segundo trimestre pelo impacto da redução prevista nos reembolsos do IRS, resultante das menores retenções na fonte ocorridas em setembro e outubro de 2024“, aponta.

Deste modo, estima que um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), em cadeia, de 0,2% no primeiro trimestre, de 0,4% no segundo trimestre e de 0,5% nos trimestres seguintes. “Estas variações em cadeia do PIB em 2025 são inferiores às projetadas em dezembro, pelo que a revisão em alta da taxa anual do PIB em 2025 reflete o maior efeito de arrastamento do crescimento no quarto trimestre de 2024”, explica.

Na fotografia global, espera que após um aumento de 3,2% em 2024, o consumo privado cresce 2,8% em 2025 e 1,8% em 2026 e 2027. Já para as exportações prevê um crescimento a uma taxa média de 2,9% em 2025–27, inferior à dos últimos anos, “num contexto de aceleração esperada da procura externa e menores ganhos de quota”.

(Notícia atualizada às 11h24)

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“Façam a coisa certa”. Trump pressiona Fed para cortar as taxas de juro

Banco central manteve inalterados os juros e provocou a ira de Trump. Na sua rede social, o presidente classificou o dia de 2 abril, quando anunciará as tarifas reciprocas, como o "dia da libertação".

A Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos deveria cortar os juros durante o período em que as novas tarifas aduaneiras comecem a “transitar” e “facilitar” para a maior economia do mundo, urgiu Donald Trump.

Horas depois de a Fed ter anunciado esta quarta-feira a manutenção das Federal Funds Rates no intervalo de 4.24%-4.50% pela segunda vez seguida, Donald Trump reagiu na sua rede social, a Truth Social.

“A Fed estaria MUITO melhor a CORTAR TAXAS à medida que os direitos aduaneiros dos EUA começassem a transitar (a facilitar!) o seu caminho para a economia. Façam o que é correto. 2 de abril é o Dia da Libertação na América!!!”, escreveu o presidente americano.

A posição contrasta com a de Jerome Powell, chairman da Fed, que na conferência de imprensa após a reunião de dois dias do Federal Open Market Committee (comité de política monetária), admitiu que os direitos aduaneiros anunciados pela administração Trump já estão a ter impacto, pelo menos parcial, nos aumentos dos preços e podem atrasar a luta contra a inflação este ano, mas sublinhou que Fed vai esperar clareza sobre o rumo da economia antes de ajustar a política monetária.

A Casa Branca informou esta terça-feira que Trump ainda pretende que novas taxas tarifárias recíprocas entrem em vigor em 2 de abril, apesar dos comentários anteriores do secretário do Tesouro, Scott Bessent, que indicaram um possível atraso na ativação.

“A intenção é decretar tarifas em 2 de abril”, disse fonte oficial da presidência à Reuters.

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Portugal no pódio da OCDE com maior redução da dívida empresarial desde a crise de 2008

  • Lusa
  • 20 Março 2025

Portugal, Islândia e Irlanda foram os únicos países da OCDE que conseguiram uma redução substancial do rácio de endividamento das empresas desde a crise financeira de 2008.

Portugal, Islândia e Irlanda foram os únicos países da OCDE que conseguiram uma redução substancial do rácio de endividamento das empresas desde a crise financeira de 2008, segundo um relatório da organização divulgado hoje.

No Global Debt Report 2025, a OCDE indica que “apenas três países da OCDE viram uma desalavancagem substancial desde 2008: Islândia, Irlanda e Portugal, todos eles significativamente impactados pela crise financeira de 2008”.

Por outro lado, a maioria dos países da OCDE “tem visto um aumento na alavancagem ao longo do tempo: desde 2008, os rácios dívida/PIB aumentaram em 30 dos 38 países, em nove pontos percentuais na mediana dos países”.

A OCDE indica também, neste relatório, que “em termos de rácios de necessidades de financiamento face ao PIB, o agregado da OCDE caiu em 2024 em comparação com 2023, apesar de ter aumentado em mais de metade dos países da OCDE durante este período”.

O destaque entre os maiores aumentos vai mesmo para Portugal, “devido ao aumento das despesas com pensões indexadas e cortes de impostos”, nota a organização, salientando também Israel (devido ao conflito no Médio Oriente) e Colômbia (devido aos subsídios a serviços públicos e ao gasóleo, e isenções fiscais).

Já quanto às necessidades de refinanciamento da OCDE em relação ao PIB, estas cresceram em 2024, ainda que apenas 15 países viram um aumento, incluindo grandes emissores como França, Itália, Reino Unido e Estados Unidos.

“Quedas nas necessidades de refinanciamento acima de dois pontos percentuais do PIB ocorreram no Luxemburgo e em Portugal”, salienta a OCDE.

Rácios da dívida pública na OCDE cresceram em 2024

Por outro lado, os rácios da dívida pública voltaram a crescer em vários países da OCDE em 2024 e a projeção é que se mantenha a trajetória de subida este ano, antecipa a organização no mesmo relatório.

“Após um efeito temporário de amortecimento da inflação no rácio da dívida face ao PIB, essas proporções começaram a crescer novamente em vários países da OCDE” no ano passado, lê-se no relatório sobre a dívida global.

No agregado da OCDE, o rácio médio da dívida pública aumentou de 82% em 2023 para 84% em 2024, número que “está projetado para crescer ainda mais para 85% em 2025, mais de 10 pontos percentuais acima do verificado em 2019 e quase o dobro do nível de 2007″.

Segundo a organização, a emissão de títulos soberanos em países da OCDE continuou a aumentar em 2024, ainda que num ritmo mais lento em comparação a 2023, sendo que “o aumento das necessidades de financiamento e os altos custos da dívida levaram os pagamentos de juros a uma parcela maior do PIB em 2024”.

“Esses dois fatores, combinados com a desaceleração do crescimento nominal do PIB contribuíram para o primeiro aumento no rácio da dívida” do conjunto dos países da OCDE desde 2020.

Esta evolução marcou um “ponto de viragem nas tendências dos rácios da dívida, que estavam amplamente estáveis ou cresciam lentamente nos cinco anos anteriores à pandemia e estáveis ou em declínio nos anos imediatamente posteriores, entre 2021 e 2023.

A OCDE considera que “o mundo já mudou para um novo paradigma em termos de níveis de dívida, com governos e empresas a financiarem-se aproximadamente 10 biliões de dólares a mais nos mercados a cada ano em comparação com o período pré-covid (2015-19) – maior do que o PIB combinado da Alemanha e do Japão”.

Além disso, os bancos centrais continuaram a reduzir as participações, o que levou a uma “maior dependência de uma base de investidores mais sensíveis ao preço”.

Os dados mostram que investidores estrangeiros e famílias “assumiram uma fatia maior da dívida pública à medida que as participações do banco central diminuíram”, numa altura em que as participações dos bancos centrais em títulos soberanos nacionais caíram de 29% em 2021 para 19% em 2024 no conjunto dos 25 países com mais dívida da OCDE.

A OCDE alerta ainda que os rácios de pagamento de juros em relação ao PIB continuaram a aumentar em 2024 e “aumentarão ainda mais se os custos dos empréstimos permanecerem elevados”.

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Desempregados inscritos no IEFP baixam 3% entre janeiro e fevereiro

Número de desempregados inscritos no IEFP aumentou 2,3% em termos homólogos, mas caiu 3% em cadeia, interrompendo a série de subidas consecutivas. Em fevereiro havia quase 339 mil inscritos.

Depois de vários meses consecutivos a subir, o número de desempregados inscritos nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) recuou 3% em fevereiro, face ao mês anterior. Ainda assim, em comparação com o mesmo mês de 2024, houve um aumento superior a 2%. No total, no segundo mês do ano havia quase 339 mil desempregados inscritos.

“No fim do mês de fevereiro de 2025, estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 338.735 indivíduos desempregados. O total de desempregados registados no país foi superior ao verificado no mesmo mês de 2024 (+7.727; +2,3%), mas inferior ao do mês anterior (-10.603; -3%)”, informa o IEFP na nota que publicou esta manhã.

A nível regional, só os Açores e a Madeira “escaparam” aos aumentos homólogos do desemprego registado. Nessas regiões, verificaram-se descidas de 2% e 11,6%, respetivamente. Já o Algarve foi a região do país onde o desemprego registado mais subiu (4,8%), face a fevereiro de 2024.

Quanto às diferenças entre setores, há a notar que as atividades agrícolas viram o desemprego aumentar 3,2% em termos homólogos em fevereiro, enquanto no setor secundário o salto foi de 7,7%. Já no setor terciário a subida de 1,7%.

“As ofertas de emprego por satisfazer, no final de fevereiro de 2025, totalizavam 12.544 nos serviços de emprego de todo o país. Este número corresponde a um aumento das ofertas em ficheiro na análise anual (+1.167; +10,3%) e face ao mês anterior (+1.481; +13,4%)”, indica ainda o IEFP.

(Notícia atualizada às 10h47)

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Portugal lança aviso para inovação nos combustíveis sustentáveis de aviação

Está disponível um primeiro aviso de 9 milhões e será lançado um outro, ainda este ano, no valor de 6 milhões. Compromisso foi firmado esta semana em Bruxelas.

Portugal vai reservar fundos de 15 milhões de euros para projetos de investigação e inovação na aviação. Este ano lança um aviso de 6 milhões de euros que visa apoiar projetos relacionados com os combustíveis sustentáveis para este setor.

Este compromisso foi firmado esta semana, em Bruxelas, entre Portugal, representado pela Agência Nacional de Inovação (ANI) e pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), e o Clean Aviation Joint Undertaking (CAJU), uma parceria europeia, estabelecida sob o programa Horizonte Europa, que promove a investigação e inovação na aviação.

O memorando de cooperação prevê ainda a criação de um Roteiro Técnico Comum para identificar oportunidades de investimentos com vista ao desenvolvimento de aeronaves disruptivas de baixas emissões de carbono.

Neste sentido, estarão disponíveis dois avisos do programa Compete 2030 durante o ano de 2025. Um deles, ainda por lançar, destina-se a projetos de investigação e desenvolvimento (I&D) na área dos combustíveis de aviação sustentáveis, com uma dotação de 6 milhões de euros. Outro, apoiará projetos de inovação na área da aeronáutica, espaço e defesa, em parceria com entidades do Canadá, com uma dotação de 9 milhões de euros e que estará em fase de candidaturas até outubro.

Poderão ainda vir a ser apoiados, no âmbito do Compete 2030, projetos CAJU aprovados no programa Horizonte Europa que tenham sido excluídos por falta de dotação, mas que tenham obtido o selo de excelência, beneficiando, assim, de um processo simplificado de avaliação, acrescenta o comunicado.

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, foi a relatora da CAJU e das restantes parcerias europeias do Horizonte Europa, na sua mais recente passagem pelo Parlamento Europeu, como eurodeputada entre 2019 e 2024.

Em outubro do ano passado, o Governo já havia lançado o RONDA — Roteiro Nacional para a Descarbonização da Aviação, no âmbito da qual destinou 40 milhões de euros do Fundo Ambiental para apoiar a produção de combustíveis sustentáveis para a aviação, assim como outros objetivos de descarbonização.

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+M

As marcas mais diferenciadas, conhecidas, autênticas e inovadoras em Portugal

A Google é a marca mais conhecida e diferenciada para os portugueses. Super Bock lidera na autenticidade, enquanto o ChatGPT é a marca percecionada como mais inovadora.

A Google é não só a marca mais diferenciada, na opinião dos portugueses, como também a mais conhecida. Em termos de diferenciação segue-se o ChatGPT e a marca de Cristiano Ronaldo (CR7), enquanto MB Way e Whatsapp são as outras duas marcas mais conhecidas.

As conclusões são da oitava edição do Brand Asset Valuator (BAV), do grupo WPP, que inquiriu 12.167 pessoas em Portugal sobre 999 marcas, entre 129 categorias e 134 métricas.

No ranking das marcas mais diferenciadas surge a Tesla na quarta posição, enquanto a Netflix fecha o top cinco. Entre as 10 marcas encaradas como mais diferenciadas pelos portugueses segue-se a Lego, MB Way, Ikea, Apple e Iphone.

Já entre as marcas mais conhecidas, o Continente é quarto e o YouTube quinto. O top 10 fica completo com o Pingo Doce, PayPal, Compal, Coca-Cola e Disney.

Os rankings foram apresentados por João Maria, head of BAV, no evento “Brand Asset Valuator – Um novo capítulo”, organizado pelo grupo WPP. Esta é uma ferramenta “muito poderosa e baseada em conhecimento muito concreto, validado academicamente”, sublinhou ao +M, à margem do evento.

Segundo o responsável, este modelo foi criado em 1993 pelo que, desde aí, tem sido desenvolvido o aprofundamento, pelas mesmas métricas, que vão permitindo que se crie um “conhecimento cada vez mais profundo sobre o modo como as pessoas percebem as marcas”.

“Possibilita que a ferramenta seja um auxiliar à gestão estratégica das marcas, permitindo perceber como a marca está, de onde vem e para onde, inevitavelmente, vai. E isso possibilita adequar a resposta a cada momento. Nesse sentido, o BAV é único. Nós temos um acumulado de 31 anos de informação, que não existe em mais lado nenhum. É como se fosse um aquário cheio de informação que nós vemos de vários pontos de vista“, explica.

Esta é assim uma ferramenta que permite “ver a estrutura e o DNA da marca, como ele está num determinado momento e como evolui ou não em função do nosso trabalho ou de uma circunstância exterior“.

Atualmente, com recurso a inteligência artificial e tendo por base 30 anos de estudos a nível global — e oito a nível nacional — o BAV conta agora também com uma capacidade preditiva. Analisando uma marca com um determinado perfil, a plataforma, permite aferir o que aconteceria ao equity de marca caso fossem trabalhadas e aumentadas determinadas métricas, explica João Maria.

Isto é fundamental para nós termos uma gestão estratégica e contundente, do ponto de vista comercial, sobre a maneira como alocamos os recursos. Porque temos precisamente essa capacidade de ensaiar previamente o modelo de evolução sobre as marcas“, acrescenta.

O head of BAV mostrou ainda que a Super Bock é a marca que os consumidores portugueses percecionam como mais autêntica, seguindo-se a Coca-Cola, as “marcas” Alentejo e Açores, e a Lego. O ranking fica completo com a Sagres, Porto, Douro, Vista Alegre e Disney.

Já o ChatGPT é a marca percecionada como mais inovadora, seguindo-se a MB Way, Google, Apple, Tesla, Samsung Galaxy S, Netflix, Ikea, Samsung e Whatsapp.

No entanto, estas perceções variam consoante a audiência em análise, ressalvou João Maria na sua apresentação, exemplificando que as marcas ChatGPT, Samsung Galaxy S e Tesla são as mais inovadoras para quem tem menos de 29 anos, enquanto MB Way, ChatGPT e Google são as eleitas pelo target com idade superior a 35 anos.

O responsável mostrou ainda como o tempo imprime mudanças nas perspetivas dos consumidores, comparando as marcas consideradas como mais inovadoras em Portugal em 2010 e no ano passado.

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