Joana Fernandes Bernardo reforça a equipa de laboral da Andersen

Transitando da Linklaters, Joana Fernandes Bernardo reforça a equipa de laboral da Andersen Portugal, na qualidade de associada sénior.

A Andersen Portugal reforçou a área de Laboral com a contratação de Joana Fernandes Bernardo, na qualidade de associada sénior. A advogada transita da Linklaters.

“A entrada da Joana constitui uma enorme mais-valia para a Andersen e um ótimo reforço para o departamento laboral. Sentimos a necessidade fortalecer a equipa, de modo a podermos servir os nossos clientes nesta área, especialmente num ano que se projeta com desafios permanentes no âmbito das projetadas alterações à lei laboral, flexibilidade, digitalização, bem como novos desafios que se prendem com a transposição de diretivas europeias como a transparência salarial”, sublinha José Mota Soares, sócio e diretor do escritório de Lisboa.

Com mais de 10 anos de experiência profissional na área do Direito Laboral, Joana Fernandes Bernardo começou a sua carreira na DLA Piper e passou pela CCR Legal – Sociedade de Advogados, uma firma de advogados independente, membro da PwC para matérias legais. No seu percurso profissional consta ainda a SRS Legal e a Linklaters, de onde transita, agora, para a Andersen.

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Pensões por acidente de trabalho sobem 2,6% em 2025

  • Joana Abrantes Gomes
  • 6 Janeiro 2025

Em 2025, as pensões por incapacidade permanente e por morte resultante de acidente de trabalho aumentam 2,6%. Cálculo é feito com base na evolução do PIB e da inflação (excluindo habitação).

O ano de 2025 traz um aumento de 2,6% às pensões por acidente de trabalho, à boleia do crescimento económico e da inflação. A portaria que o determina foi publicada esta segunda-feira em Diário da República.

De acordo com a lei, o valor das pensões por acidentes de trabalho é atualizado no primeiro mês de cada ano, sendo calculado a partir da média do crescimento económico dos últimos dois anos e da variação anual do Índice de Preços no Consumidor (IPC) (excluindo habitação).

Considerando estes dois indicadores — 2,31% no caso do PIB e 2,10% no caso do IPC –, o Governo calculou uma taxa de atualização das pensões por acidente de trabalho de 2,6%.

Neste momento, esta prestação corresponde a 1,1 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que aumentou para 522,50 euros. Ou seja, a pensão por acidente de trabalho sobe para 574,75 euros em 2025.

É considerado um acidente laboral aquele que acontece no local e no horário de trabalho. Contudo, este acidente deve produzir, de forma direta ou indireta, uma lesão corporal, perturbação funcional ou uma doença, que resulte na redução da capacidade de trabalho, de ganho ou em morte.

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Mandato do grupo de acompanhamento da expansão da Portela prolongado até abril

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

O relatório final deverá incluir um plano de investimentos que identifique as medidas e ações concretas que permitam atingir uma capacidade declarada de 45 movimentos por hora.

O Governo prolongou até final de abril o mandato e o prazo para a entrega das conclusões do grupo de acompanhamento para a expansão da capacidade do Aeroporto Humberto Delgado para 45 movimentos por hora, segundo um despacho publicado esta segunda-feira.

“Devido à complexidade da matéria, tornou-se clara a necessidade de estender o período de trabalho do Grupo de Acompanhamento, para que este possa concluir os seus trabalhos com o nível de detalhe pretendido e para que seja possível maximizar a utilidade dos mesmos”, lê-se no documento publicado em Diário da República, assinado pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo.

Assim, aquela estrutura, cujos trabalhos deveriam ter sido concluídos até 30 de dezembro passado, com a entrega do relatório final ao Governo, vê o seu mandato prolongado até 30 de abril deste ano.

O relatório final deverá incluir um plano de investimentos que identifique as medidas e ações concretas que permitam atingir uma capacidade declarada de 45 movimentos por hora.

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“O Brutalista” e “Emilia Pérez” são os filmes do ano nos prémios Globos de Ouro

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

No campo da televisão, a série japonesa “Shōgun”, que inclui personagens portuguesas, foi a que venceu os maiores prémios da 82ª cerimónia dos Globos de Ouro.

A primeira grande cerimónia de prémios do ano, os Globos de Ouro, distinguiu “O Brutalista”, de Brady Corbet, e “Emilia Pérez”, de Jacques Audiard, como os melhores filmes do ano, entregando várias estatuetas a ambos.

“O Brutalista” foi o Melhor Filme Dramático e também deu a Brady Corbet o globo de Melhor Realização, com o protagonista Adrien Brody a vencer o prémio de Melhor Ator na categoria de drama.

“No centro de ‘O Brutalista’ está uma história sobre a capacidade humana para a criação”, afirmou Brody, que interpreta o arquiteto húngaro László Tóth na sua fuga para os Estados Unidos após a II Guerra Mundial.

Ele próprio filho de uma húngara que fugiu da Europa pós-guerra, Brody mostrou-se muito emocionado pela vitória, dizendo que deve muito à mãe e aos avós pelo sacrifício que fizeram. “Espero que este trabalho possa elevar-vos e dar-vos uma voz”, afirmou.

O realizador Brady Corbet, que subiu duas vezes ao palco do Beverly Hilton, onde os prémios foram entregues, disse que ganhar tinha muito significado para um filme que até há poucos meses tinha tudo contra ele. “O Brutalista” demorou mais de sete anos a ser feito e foi com a A24 e Warner Bros. que se tornou um dos títulos mais cotados do ano.

“Obrigado a todos os que apostaram neste filme quando estava a desmoronar-se”, agradeceu Corbet. O cineasta usou a segunda ida a palco para dizer que tem de ser o realizador a ter a palavra final na edição.

“Disseram-me que este filme era impossível de distribuir, que ninguém ia vê-lo, que não ia funcionar”, lembrou Corbet, sobre a longa-metragem. “Os filmes não existem sem os cineastas, vamos apoiá-los“, urgiu. “Ninguém pediu um filme de três horas e meia sobre um designer de meio do século, mas funciona”.

O outro grande vencedor da 82ª cerimónia dos Globos de Ouro foi o filme do francês Jacques Audiard “Emilia Pérez”, um musical sobretudo falado em espanhol.

Protagonizado pela atriz transgénero Karla Sofía Gascón, Zoe Saldaña e Selena Gomez, levou para casa quatro globos de ouro: Melhor Filme Musical ou Comédia, Melhor Filme em Língua Estrangeira, Melhor Atriz Secundária em filme para Zoe Saldaña e Melhor Canção Original, “El Mal”.

“Obrigada por celebrarem o nosso filme e honrarem as mulheres de ‘Emilia Pérez'”, disse a atriz Zoe Saldaña, que chorou abertamente no discurso de aceitação. “Karla, mais ninguém teria podido interpretar Emilia. És única”, disse, olhando para a atriz.

Na estatueta final, Jacques Godiard deu o palco a Karla Sofía Gáscon, que aproveitou o momento para deixar uma mensagem ao mundo sobre a comunidade transgénero.

“A luz ganha sempre à escuridão. Podem prender-nos, bater-nos, mas nunca podem roubar a nossa alma, a nossa existência, a nossa identidade”, afirmou a atriz. “Levantem as vossas vozes e digam: sou o que sou, não o que tu queres”, acrescentou.

Gascón estava nomeada na categoria de Melhor Atriz em filme musical ou comédia, mas perdeu para Demi Moore, que fez um dos discursos mais longos e emotivos da noite. “Estou em choque”, disse a veterana. “Faço isto há 45 anos e esta é a primeira vez que recebo alguma coisa como atriz”, sublinhou.

Moore interpreta Elisabeth Sparkle em “A Substância”, que tem um dos argumentos considerados mais inesperados do ano. A atriz, com 62 anos, aceitou este papel numa altura em que estava praticamente a desistir da carreira.

“Há 30 anos, um produtor disse-me que eu era uma atriz de pipocas”, revelou Moore. “Percebi isso como significando que isto era algo que eu não podia ter, que podia fazer filmes de sucesso e muito dinheiro mas não ter reconhecimento”, disse.

Essa ideia foi corrosiva ao longo dos anos. “Foi quando estava em baixo que este argumento ousado, corajoso, fora da caixa, absolutamente doido me apareceu. O universo disse-me que eu ainda não estava acabada”, revelou Moore.

Kieran Culkin venceu Melhor Ator Secundário em filme, por “A Verdadeira Dor” e, na categoria de Melhor Ator em filme musical ou comédia, o galardão foi para Sebastian Stan, por “Um Homem Diferente”. Stan considerou estes filmes necessários e disse ser preciso acabar com “a ignorância e desconforto” que sentimos com as deficiências.

O Melhor Filme de Animação foi “Flow”, um título vindo da Letónia, a Melhor Banda Sonora a de “Challengers”, enquanto “Conclave”, sobre a escolha de um papa e a mecânica do Vaticano, ganhou Melhor Argumento.

Já “Wicked” venceu um prémio criado no ano passado, de Conquista Cinemática e de bilheteira.

A 82ª cerimónia dos Globos de Ouro decorreu esta madrugada em Beverly Hills e foi histórica por ter dado a primeira estatueta de sempre a uma atriz brasileira, Fernanda Torres, em “Ainda Estou Aqui”.

Eis a lista de vencedores nas categorias de Cinema:

  • Melhor Realização: Brady Corbet, “O Brutalista” (A24)
  • Melhor Argumento: Peter Straughan, “Conclave” (Focus Features)
  • Melhor Filme Dramático: “O Brutalista” (A24)
  • Melhor Atriz em Filme Dramático: Fernanda Torres, “Ainda Estou Aqui” (Sony Pictures Classics)
  • Melhor Ator em Filme Dramático: Adrien Brody, “O Brutalista” (A24)
  • Melhor Atriz Secundária em Filme: Zoe Saldaña, “Emilia Pérez” (Netflix)
  • Melhor Ator Secundário em Filme: Kieran Culkin, “A Verdadeira Dor” (Searchlight Pictures)
  • Melhor Filme Musical ou Comédia: “Emilia Pérez” (Netflix)
  • Melhor Atriz em Filme musical ou comédia: Demi Moore, “A Substância” (Universal Pictures)
  • Melhor Ator em Filme musical ou comédia: Sebastian Stan, “A Different Man” (A24)
  • Melhor Filme de Animação: “Flow“, Gints Zilbalodis (Dream Well Studio)
  • Melhor Filme em Língua Estrangeira: “Emilia Pérez“, França (Netflix)
  • Melhor Canção Original: “El Mal”, interpretada por Zoe Saldaña, “Emilia Pérez” (Netflix)
  • Melhor Banda Sonora: Trent Reznor e Atticus Ross, “Challengers” (Amazon MGM Studios)
  • Conquista cinemática e de bilheteira: “Wicked” (Universal Pictures)

“Shōgun” conquista Globos de Ouro com prémios para “Hacks” e “Baby Reindeer”

No que diz respeito às séries, a japonesa “Shōgun”, que inclui personagens portuguesas, foi a que venceu os maiores prémios de televisão da 82ª cerimónia dos Globos de Ouro. A série da FX dominou a categoria de drama e levou quatro estatuetas para casa: Melhor Série, Melhor Atriz para Anna Sawai, Melhor Ator para Hiroyuki Sanada e Melhor Ator Secundário para Tadanobu Asano.

“Nada desta série foi algo esperado”, confessou o cocriador Justin Marks, ao aceitar a estatueta de Melhor Série dramática do ano. “Foi construída em cima das costas de muitos ‘sins’ destemidos que recebemos ao longo dos anos”, continuou. “É uma série a que vocês nunca deviam ter dito sim”, gracejou, dirigindo-se aos patrões da Disney. “É um milagre que toda a gente ainda tenha um emprego”.

Retrato ficcional sobre o Japão do século XVI, “Shōgun” tem no elenco o português Joaquim de Almeida e o luso-canadiano Louis Ferreira. Já tinha triunfado nos Emmys em setembro.

“Estou tão feliz por estar aqui com estes grandes nomeados”, exclamou o ator Hiroyuki Sanada, que usou o discurso de agradecimento para deixar uma mensagem inspiradora. “Aos jovens atores e criadores no mundo, sejam vocês mesmos, acreditem em vós próprios e nunca desistam”.

Outra vencedora da noite foi a série “Baby Reindeer”, da Netflix, considerada a Melhor Minissérie do ano. “Isto é de loucos”, disse Richard Gadd, que escreveu e protagonizou a série com base em factos verídicos que lhe aconteceram. “A forma como vocês abraçaram esta série significa tudo para mim”.

Gadd deixou uma mensagem para os executivos da televisão, considerando que muitas vezes histórias sombrias e difíceis são rejeitadas porque há um equívoco sobre o que a audiência quer.

“Há algum tempo que há esta crença na televisão que histórias sombrias não vendem”, afirmou. “Nós precisamos de histórias que se liguem à natureza complicada dos nossos tempos”, continuou. “Lembrem-se de guardar algum dinheiro para que o pequeno criador conte a sua história”.

“Baby Reindeer” também deu a Jessica Gunning o globo de Melhor Atriz Secundária em televisão. A britânica contou uma história de infância para ilustrar quão surreal o último ano tem sido devido ao sucesso do trabalho na Netflix.

“Não consigo acreditar que isto está a acontecer-me”, exclamou. “Baby Reindeer mudou a minha vida”.

Ainda em minissérie, foi Jodie Foster que levou o galardão de Melhor Atriz, pela interpretação da detetive Liz Denvers em “True Detective: Night Country”. A veterana agradeceu ao povo indígena Iñupiaq, que habita as terras do Alasca há milhares de anos, por ter partilhado as suas histórias com ela.

Nessa categoria, Colin Farrel agarrou a estatueta de Melhor Ator, pela interpretação na série da HBO Max “The Penguin”. Em comédia, “Hacks” ultrapassou toda a concorrência. Foi a Melhor Série e voltou a dar a Jean Smart o globo de ouro de Melhor Atriz.

“Nunca pensei que ficaria tão contente por ser chamada de ‘hack’”, gracejou Smart, referindo-se ao título da série e à expressão pejorativa que indica mediocridade. “Estamos a meio da quarta temporada e ainda a divertir-nos imenso”, partilhou.

Já o Melhor Ator em comédia foi Jeremy Allen White, por “The Bear”, sendo que o ator não compareceu na cerimónia. A comediante Ali Wong recebeu o globo por ter tido o melhor especial de comédia ‘stand-up’, com “Ali Wong: Single Lady” na Netflix.

Esta é a lista de vencedores nas categorias de televisão:

  • Melhor Série Dramática: “Shōgun” (FX)
  • Melhor Atriz em série dramática: Anna Sawai, “Shōgun” (FX)
  • Melhor Ator em série dramática: Hiroyuki Sanada, “Shōgun” (FX)
  • Melhor Atriz Secundária em televisão: Jessica Gunning, “Baby Reindeer” (Netflix)
  • Melhor Ator Secundário em televisão: Tadanobu Asano, “Shōgun” (FX)
  • Melhor Minissérie, série de antologia ou Filme para Televisão: “Baby reindeer” (Netflix)
  • Melhor Atriz em minissérie, série de antologia ou filme para televisão: Jodie Foster, “True Detective: Night Country” (HBO Max)
  • Melhor ator em minissérie, série de antologia ou filme para televisão: Colin Farrell, “The Penguin” (HBO Max)
  • Melhor Série Musical ou Comédia: “Hacks” (HBO Max)
  • Melhor Atriz em série musical ou comédia: Jean Smart, “Hacks” (HBO Max)
  • Melhor Ator em série musical ou comédia: Jeremy Allen White, “The Bear” (FX)
  • Melhor Performance Stand-Up para Televisão: Ali Wong, “Ali Wong: Single Lady” (Netflix)

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Portugal dá mais um passo na implementação do PPR europeu

Numa equiparação aos PPR nacionais, foi esta segunda-feira publicada uma lei que define as condições de resgate e as entidades de supervisão do Produto Individual de Reforma Pan-Europeu (PEPP).

Portugal deu mais um passo na implementação do Produto Individual de Reforma Pan-Europeu (PEPP), também conhecido como PPR europeu, com a publicação esta segunda-feira de uma lei que executa um conjunto de regulamentos europeus sobre serviços e infraestruturas financeiros, com especial foco no PEPP.

A nova legislação, que surge na sequência do Regulamento (UE) 2019/1238 do Parlamento Europeu e do Conselho, estabelece as bases para a introdução do PEPP no mercado português. Segundo o documento, o PEPP é definido como um produto individual de poupança a longo prazo, direcionado à reforma, e uma das principais características do PEPP é a sua portabilidade dentro da União Europeia.

Como estabelecido na lei, os subscritores de qualquer PEPP só podem exigir o pagamento dos benefícios das suas subcontas nacionais em cinco casos: reforma por velhice, desemprego de longa duração, incapacidade permanente para o trabalho, doença grave e em caso de atingir a idade normal de acesso à pensão de velhice, nos termos legalmente previstos.

“Em caso de morte do aforrador em PEPP, os beneficiários elegíveis ou, na sua falta, os herdeiros legais, têm direito ao reembolso do montante acumulado na sua subconta nacional ou, caso a morte ocorra durante a fase de pagamento dos benefícios, ao montante remanescente dos benefícios acumulado na sua subconta nacional”, refere ainda o diploma.

A nova legislação também aborda a questão da supervisão do PPR europeu. O documento especifica que são três as autoridades de supervisão competentes para efeitos da aplicação do Regulamento PEPP:

  • Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF): no que respeita a empresas de seguros e entidades gestoras de fundos de pensões
  • Banco de Portugal, no que respeita a instituições de crédito, quando a prestação de PEPP tenha lugar no quadro do exercício de atividades de comercialização de produtos e serviços sujeitos à sua supervisão
  • Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no que respeita a instituições de crédito, quando a prestação de PEPP tenha lugar no quadro do exercício de atividades de intermediação financeira, empresas de investimento que prestam o serviço de investimento de gestão de carteiras por conta de outrem e sociedades gestoras e organismos de investimento coletivo sob forma societária autogeridos.

Esta nova legislação vem na sequência do desenvolvimento de outras matérias aprovadas pelo Governo ao longo de 2024. Em junho de 2024, foi noticiado que o PPR europeu ganharia um tratamento fiscal idêntico ao dos planos de reforma nacionais.

Esta medida foi justificada como um estímulo à poupança, “seguindo a Recomendação da Comissão Europeia, de 29 de junho de 2017, sobre o tratamento fiscal dos produtos individuais de reforma, nomeadamente do PEPP, numa lógica de neutralidade com outros produtos semelhantes, como é o caso dos produtos de poupança-reforma”.

Posteriormente, em outubro de 2024, o governo alinhou as condições do PPR europeu aos PPR nacional, reforçando a harmonização entre os dois produtos.

A nova lei procura abordar algumas destas questões, estabelecendo um quadro regulatório mais claro e detalhado para o PEPP em Portugal. Segundo o diploma, as autoridades de supervisão competentes podem “a informação relativa a PEPP a prestar às autoridades competentes para efeitos de supervisão, assim como os termos e condições da sua submissão” e “os termos e condições de submissão de informação para efeitos de registo pelos prestadores PEPP, nomeadamente o estabelecimento de portais ou outros métodos digitais disponíveis nos seus sítios na internet.”

Com estas medidas, espera-se criar um ambiente mais favorável para a adoção e o sucesso do PEPP junto dos investidores nacionais, alinhando com as iniciativas europeias de promoção da poupança para a reforma e facilitando a mobilidade dos trabalhadores dentro da União Europeia, numa altura em que o PPR europeu contabiliza quase dois anos de existência, mas permanece a ter muito pouca expressão, contando com apenas um fornecedor (uma pequena startup na Eslováquia), a oferecer o produto.

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Desemprego sobe ligeiramente, mas população empregada renova máximos

Taxa de desemprego fixou-se em 6,7% em novembro, mais 0,1 pontos percentuais do que no mês anterior e mais 0,2 pontos percentuais do que há um ano. População empregada também cresceu.

Depois de dois meses consecutivos sem mexer, a taxa de desemprego aumentou (ainda que ligeiramente) em novembro. Os dados foram publicados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta, porém, que também a população empregada aumentou no penúltimo mês de 2024, atingindo o novo valor mais elevado desde o início da série.

“A taxa de desemprego situou-se em 6,7%, valor superior ao de outubro (0,1 pontos percentuais) e ao de novembro de 2023 (0,2 pontos percentuais)”, informa o gabinete de estatísticas, num destaque publicado esta manhã.

No total, no penúltimo mês do ano, havia 363,8 mil pessoas desempregadas em Portugal, mais 0,3% do que no mês anterior e mais 3,1% do que há um ano.

Por outro lado, novembro foi sinónimo também de um aumento da população empregada. Portugal contou, nesse mês, com 5,1 milhões de pessoas empregadas, mais 1,3% do que há um ano e o valor mais elevado da atual série estatística.

Ora, com estas variações do emprego e do desemprego, a população ativa aumentou (tanto em cadeia, como em termos homólogos) para quase 5,5 milhões de pessoas. “Em novembro de 2024, a população ativa (5 470,9 mil) alcançou o valor mais elevado desde o início da série iniciada em fevereiro de 1998″, destaca o INE.

Mas também a população inativa cresceu, chegando a quase 2,5 milhões de pessoas. “A evolução da população inativa resultou,
essencialmente, do acréscimo do número de outros inativos, os que não estão disponíveis nem à procura de trabalho (8,9 mil; 0,4%”, explica o gabinete de estatísticas, em relação à variação em cadeia deste indicador.

O INE indica, além disso, que a taxa de subutilização do trabalho ficou em 11,0% em novembro, “valor superior ao observado em outubro (0,1 p.p.) e inferior relativamente ao de novembro de 2023 (0,6 p.p.)”.

(Notícia atualizada às 11h23)

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Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2025

Com as alterações desta segunda-feira, a taxa a três meses, que avançou para 2,757%, continuou acima da taxa a seis meses (2,585%) e da taxa a 12 meses (2,487%).

A Euribor subiu esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses face a sexta-feira. Com as alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,757%, continuou acima da taxa a seis meses (2,585%) e da taxa a 12 meses (2,487%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, subiu esta segunda-feira para 2,487%, mais 0,031 pontos do que na sexta-feira. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,36% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,13% e 25,54%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, avançou esta segunda-feira para 2,487%, mais 0,039 pontos.
  • A Euribor a três meses também subiu esta segunda-feira, ao ser fixada em 2,757%, mais 0,026 pontos do que na sessão anterior.

Em dezembro, a média da Euribor desceu de novo a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em novembro e com mais intensidade no prazo mais curto.

A média da Euribor em dezembro desceu 0,182 pontos para 2,825% a três meses (contra 3,007% em novembro), 0,156 pontos para 2,632% a seis meses (contra 2,788%) e 0,070 pontos para 2,436% a 12 meses (contra 2,506%).

Em 12 de dezembro, como esperado pelos mercados, o BCE cortou, pela quarta vez em 2024 e pela terceira reunião consecutiva, as taxas diretoras em 25 pontos base.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 30 de janeiro em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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AICEP contratualizou 420 milhões de euros em investimentos em 2024

Os projetos vão permitir criar mais de 1.000 postos de trabalho, segundo os números do ministério da Economia. Investimentos na área do automóvel, semicondutores e farmacêutico destacam-se.

A AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal contratualizou investimentos de 420 milhões de euros, no último ano, que vão permitir criar mais de mil postos de trabalho em seis áreas de atividade, revela o ministério da Economia. Setores automóvel, farmacêutico, semicondutores, tecnologias da informação, plásticos e madeira destacam-se nos investimentos.

“Este conjunto importante de investimentos contratualizados, em setores estratégicos e com
criação forte de emprego qualificado, são uma prova de confiança dos investidores na
economia portuguesa e uma aposta no nosso futuro”, sublinha o Ministro da Economia, Pedro
Reis.

O ministério da Economia adianta que, além dos mil postos de trabalho que serão criados, “os projetos abrangidos por este pacote de investimento permitirão afetar de forma permanente mais de 600 trabalhadores altamente qualificados a atividades de investigação e desenvolvimento tecnológico”.

“O reforço muito expressivo da contratualização de investimento permitirá à economia portuguesa arrancar 2025 com boas perspetivas de criação de valor e postos de trabalho, numa conjuntura externa desafiante”, acrescenta o mesmo comunicado.

Em termos de projetos, o ministério da Economia destaca:

  • Um investimento de 150 milhões de euros da Amkor Technology, a antiga Qimonda, para aumentar a capacidade da sua unidade fabril de Vila do Conde;
  • Um projeto de 47 milhões de euros da West Horse Powertrain Portugal para reforçar a sua capacidade produtiva em Cacia;
  • Investimento de 26 milhões de euros da Bosch Car Multimedia para desenvolver soluções inovadoras de tecnologia e de eletrónica;
  • 28 milhões de euros da Vicaima – Indústria de Madeira e Derivados para aumentar a cpacidade de produção na unidade de Vale de Cambra;
  • Investimentos de 47 milhões de euros da Medinfar, Bial e Glint aplicados à saúde.

Estes projetos, realça o ministério da Economia, somam-se a outras iniciativas já em execução, nomeadamente a fábrica de Mangualde da Stellantis, que iniciou em outubro a produção em série de veículos elétricos, na sequência de um investimento global de 119 milhões de euros.

Já a Bosch inaugurou o Laboratório de Investigação e Desenvolvimento de Soluções Sustentáveis de Climatização, com um investimento de 35 milhões de euros. E a Lufthansa Tecnik anunciou a instalação de uma fábrica de reparação de peças de motores e componentes de aviões em Santa Maria da Feira, Distrito de Aveiro, lembra o ministério liderado por Pedro Reis.

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Vasco Pais Brandão é candidato ao Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados

Vasco Pais Brandão é candidato presidência do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados, juntando-se na corrida a Telmo Semião e Pedro Rocha.

Vasco Pais Brandão é candidato presidência do Conselho Regional de Lisboa (CRL) da Ordem dos Advogados (OA). O anúncio foi feito nas suas redes sociais. A candidatura une-se à de João Massano, atual presidente do CRL e candidato a bastonário.

“A nossa classe enfrenta um período eleitoral inesperado para os órgãos regionais e nacionais da Ordem dos Advogados. Este cenário pode vir a representar uma mudança e um futuro promissor para a advocacia portuguesa“, revela.

Sobre a união da candidatura com a de João Massano, o advogado sublinha que reflete a convicção de que “juntos podemos mais”. “Acreditamos firmemente que a união das nossas forças e competências é o caminho para um futuro mais próspero e justo para todos nós”, refere.

Advogado desde 2002, Vasco Pais Brandão fundou a firma Tavares, Brandão e Associados – Sociedade de Advogados RL em 2003. Após alguns anos a exercer individualmente, fundou e integrou a equipa da Quadro Legal Advogados, em 2024. O advogado centra a sua prática na áreas penal, laboral e cível, tendo ainda a responsabilidade da direção dos serviços jurídicos de um grupo empresarial na área da hotelaria e comércio.

Na corrida pela liderança do Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados está também Telmo Semião e Pedro Rocha.

A atual bastonária da Ordem dos Advogados – eleita em janeiro de 2023 – anunciou no dia 27 de novembro a convocação de eleições antecipadas para todos os órgãos da instituição, incluindo o que lidera, o Conselho Geral (CG). Os advogados vão a votos nos dias 18 e 19 de março para a primeira volta e, caso aconteça, 31 de março para a segunda volta. As propostas de candidatura serão apresentadas à Comissão Eleitoral até às 18h00 do dia 17 de janeiro de 2025.

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A ajudar o marketing e comunicação da Deloitte a falarem a uma só voz, Gonçalo Oliveira, na primeira pessoa

Depois de um período sabático, em que esteve na Costa Rica quatro meses, Gonçalo Oliveira tornou-se diretor de brand, communications & marketing da Deloitte. Adora fazer novos desportos e teatro.

Na Deloitte desde 2007, Gonçalo Oliveira é desde há cerca de quatro anos diretor de brand, communications & marketing da Deloitte Portugal, área que trabalha em conjunto com a de estratégia e negócio. É este paralelismo que tem permitido uma “combinação muito feliz” e possibilitado fazer frente a um dos grandes desafios que é “ter um marketing e comunicação a falarem a uma só voz”.

Segundo Gonçalo Oliveira, numa organização composta por cerca de 5.500 pessoas e que atua junto de diversos setores de atividade e de negócios de diferentes naturezas, conseguir garantir uma “mensagem consistente e coerente para todos os targets” é, de facto, um desafio, diz em conversa com o +M.

É um desafio constante, quer seja pelas diferenças de setores e negócios, quer seja pelas diferenças de público, com as diferenças geracionais existentes, dos meios utilizados, da dimensão física versus digital ou pelas mensagens que temos de destacar. Garantir uma cola entre estas coisas todas de facto pode ser, porventura, o maior desafio“, refere.

Pegando nos dois “mundos” que são o da estratégia de negócio e o de marketing e comunicação, “um dos temas-chave hoje em dia é garantir a sua articulação para garantir, por um lado, que esta máquina que é o marketing é potenciadora de crescimento, de negócio e de oportunidades, mas também para garantir de alguma forma que há uma consistência na mensagem e na forma como estamos a atuar”, acrescenta.

Para garantir essa consistência e coerência – e embora trabalhe com um leque “relativamente alargado” de agências consoante os diferentes projetos, até para conseguir ter “algum sangue novo” — a Deloitte conta com uma “espécie de mini agência interna”, que integra profissionais de áreas como a da fotografia, design, criativa ou de eventos.

Esta estrutura funciona como um “corpo base” que permite à consultora “ter uma certa autonomia”. “Permite-nos ter bastante coerência nas coisas que fazemos, porque há sempre um tronco comum que acaba por coordenar os trabalhos que fazemos e garante que sejamos coerentes com as várias coisas que vamos fazendo. Serve como fio condutor“, explica Gonçalo Oliveira.

“A alternativa seria ter isto completamente externalizado — o que acho que também acarreta alguns riscos — ou andar a saltar de agência em agência, o que penso que não permite ter coerência numa proposta que seja una nos diferentes momentos. Daí achar importante haver um tronco comum que nos garanta essa tal consistência”, acrescenta.

No que toca à comunicação da Deloitte, esta acaba por se dividir entre duas componentes principais. Desde logo o mercado de talento, “super-relevante” para a consultora, que tenta mostrar o que é enquanto organização, os seus valores e a proposta de valor que tem para os seus atuais e (eventuais) futuros trabalhadores.

Naturalmente que hoje em dia temos um conjunto de canais — nomeadamente as redes sociais — que são catalisadores importantes para garantir que as mensagens de cá dentro acabam por passar lá para fora, nomeadamente do que é ser um colaborador da Deloitte e de fazer parte desta família. Esses veículos são muito importantes para o fazer e são sem dúvida um canal a que nós acabamos por dar muita relevância”, refere o responsável de 40 anos.

No outro extremo, surge a comunicação direcionada para os clientes, onde se apresenta uma mensagem “completamente diferente” e que se prende mais com o que é a “proposta de valor da entrega”, a atuação da Deloitte nos diferentes setores e negócios em que atua, as suas ofertas para cada um desses negócios, e com o “valor que pode aportar” aos clientes.

Antes de assumir a responsabilidade que agora tem na Deloitte, o percurso de Gonçalo Oliveira em nada estava relacionado com o marketing e comunicação. Depois de ter estudado engenharia eletrotécnica de computadores por pouco tempo — o suficiente para perceber que aquilo não era para si — formou-se em gestão e engenharia e industrial. Embora pensasse que iria trabalhar numa área mais industrial, ligada aos ramos fabris e de produção, acabou por entrar na Deloitte em 2007.

E aí permaneceu, enquanto consultor, durante cerca de 13 anos, com especial enfoque no setor financeiro mas também em temas de estratégia, marketing e comunicação. “Um bocadinho o que faço hoje mas numa vertente de cliente, ou seja, de desenvolver projetos nestas matérias para os clientes”, explica Gonçalo Oliveira, que se foi dividindo entre Portugal, Angola e Moçambique.

Em 2020, tomou a decisão tirar algum tempo para si, optando por avançar para uma pausa sabática de cerca de meio ano, para descansar, viajar e desafiar-se. “Tinha o objetivo de aprender a tocar piano — que claramente não foi conseguido — mas consegui pelo menos estar fora, na Costa Rica, durante quatro meses. Foi uma experiência bastante enriquecedora e, na verdade, acho que foi também um sítio onde treinei o meu gosto por viagens e por viajar sozinho”, diz.

Foi então quando regressou em 2020 que deixou a consultoria e “agarrou” outras áreas dentro da Deloitte, nomeadamente a de direção de brand, marketing e comunicação, passando a dividir o seu dia-a-dia entre essa área e a da direção de estratégia e negócio.

Ainda em relação ao período sabático, “o objetivo foi ter um momento de pausa e reflexão para perceber o que queria“, diz Gonçalo Oliveira. “Eu gosto muito de desafios e de coisas novas e se há coisa que gosto na profissão que tenho agora é que tenho sempre coisas diferentes. Depois de ter estado alguns anos a trabalhar comecei a sentir que se calhar gostaria de ter desafios novos e aproveitei para fazer essa pausa, porque na verdade na nossa vida ativa não é assim tão fácil ter de repente um longo período de pausa, estamos sempre com o tempo contado. Agradava-me muito a ideia de ter tempo para mim, para me desafiar a fazer um desporto novo, a tocar um instrumento, viajar, ter tempo para fazer coisas com qualidade”, recorda o responsável.

E as coisas foram-se desenrolando e o novo caminho profissional foi aparecendo à minha frente, e fico muito feliz que de facto tenha encontrado grandes e novos desafios dentro desta organização em que já estou há muito tempo e de que gosto muito“, afirma.

Inicialmente a ideia não passava por se cingir à Costa Rica, mas sim por viajar ao longo de uma zona mais alargada, da América Central e do Sul. No entanto, as limitações de circulação e encerramento de fronteiras impostas pela pandemia acabaram por se revelar uma complicação, pelo que Gonçalo Oliveira acabou por ficar pela Costa Rica, país onde gostou “imenso” de estar.

“Foram meses em que não estava a trabalhar e isso só por si foi superinteressante. Gosto também imenso de natureza, de mar, floresta, montanha, e a Costa Rica de facto é um país com um ecossistema e uma biodiversidade tremenda, pelo que é muito simpático para quem gosta destas coisas”, diz.

E apesar de achar que todos os conceitos de viajar são bons, o de viajar sozinho — ainda por cima para um país desses — faz com que todos os dias e a toda a hora estejamos a conhecer pessoas novas. E eu, gostando imenso de pessoas e de comunicar, se calhar o melhor da viagem para mim foi mesmo ter conhecido dezenas ou centenas de pessoas, com vivências completamente diferentes e de países, culturas e ambições diferentes. Quando vamos mais acompanhados e com menos tempo isto não acontece de forma tão natural”, explica.

Enquanto próximo destino elege o Japão, onde ainda não teve oportunidade de ir — até pela sua distância — mas que gostava de, num futuro breve, ter a oportunidade de visitar, também pela “diversidade e por ser tão diferente do que temos em Portugal”.

Gonçalo Oliveira sempre viveu em Lisboa — à exceção dos períodos que, por motivos profissionais, esteve em Angola e Moçambique — onde ainda hoje reside.

Adepto de desporto, tem experimentado diversos desportos ao longo da vida, “sendo talvez por isso que não seja muito bom em nenhum”. A prática de novos desportos é algo que o continua a desafiar, pelo que quando tirou a licença sabática começou a fazer surf e este ano tentou fazer uma experimentação em vela. De forma mais recorrente faz padel, ténis e corridas, tendo-se já inscrito para a meia-maratona de Madrid deste ano.

É uma coisa que me ocupa e que para além daqueles desportos que vou fazendo de uma forma mais histórica ou recorrente, gosto de ir experimentando e colocando-me no desconforto de experimentar algo que nunca fiz, para me testar“, refere.

Outro hobbie que o acompanhou ao longo da sua vida — desde a infância, passando pela adolescência até à fase adulta — é o teatro. Embora atualmente não faça teatro, gostava de um dia mais tarde voltar a ter “tempo e disponibilidade mental e física” para o fazer de novo.

É uma coisa completamente diferente, que nos mete numa dimensão diferente de espaço, liberdade e criatividade, o que me agrada muito. O vestir a pele de uma pessoa diferente, com uma história diferente, num determinado contexto, acho que tem tanto de desafiante como de interessante e tenho experimentado em vários momentos“, diz Gonçalo Oliveira.

Encara enquanto desafio da sua vida o de “encontrar a felicidade“, algo que vai sendo feito através dos pequenos momentos da vida.

“Penso que é algo que tenho conseguido trabalhar bem, retirando felicidade das diversas dimensões da minha vida: nas viagens, na família, no trabalho, nos amigos, nos momentos de lazer. O reconhecimento desses momentos é algo que, de facto, me traz muita felicidade e me preenche bastante”, conclui.

Gonçalo Oliveira em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

Não sendo propriamente uma escolha original diria a campanha da Nike, Just do it. Pela sua capacidade mobilizadora, pelo apelo à ação, ao acreditar e ao fazer acontecer, de uma forma tão simples quanto eficaz. E num contexto em que tantas vezes se destaca a necessidade de autenticidade e consistência, é notável a longevidade desta campanha, e as várias vidas que assumiu ao longo das suas quase quatro décadas de existência.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Priorizar investimentos e iniciativas. Julgo que o grande desafio é garantir a consistência das decisões, garantindo que as apostas estão alinhadas com a estratégia da marca e que gerem, com equilíbrio, o curto e longo prazo.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

Como elevar a fasquia na próxima campanha ou projeto. É quase desassossegante, mas admito que me agrada muito o desafio (constante) de inovar e criar algo realmente diferenciador.

4 – O briefing ideal deve…

Conseguir, logo à partida, resumir numa ideia chave o objetivo da campanha. Mas, acima de tudo, deve incluir os elementos certos para que se possa criar um projeto único que marque a diferença.

5 – E a agência ideal é aquela que…

É uma extensão da nossa equipa e que consegue compreender ao detalhe as especificidades da nossa marca.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Regra geral, as campanhas que perduram são também as mais disruptivas, mas penso que cada projeto é único e que, por isso, o nível de risco tem sempre de ser ponderado consoante os objetivos da marca e o contexto em que se insere.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Acredito que continuaria a atuar muito em linha com o que fazemos hoje, mas utilizaria os recursos adicionais para potenciar a experiência e o valor que entregamos. No contexto atual, tenderia por exemplo a reforçar as ferramentas de inteligência artificial aplicadas ao marketing, garantindo que as equipas podem estar dedicadas às atividades e projetos de maior valor acrescentado.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

É uma área onde Portugal tem tido bastante sucesso – todos nos lembramos de campanhas icónicas – mas que continua em franco desenvolvimento, principalmente no digital. Acredito que haverá um foco crescente na personalização dos conteúdos e adaptação das campanhas para públicos específicos.

9 – Construção de marca é?

É um caminho exigente e desafiante, que permite estabelecer uma relação de confiança com os stakeholders.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Como muitas vezes acontece, o que faço hoje, foi um feliz acaso, resultado de um conjunto intrincado de acontecimentos, reflexões e decisões. Apesar de me imaginar noutra pele, quero acreditar que elementos como a comunicação, criatividade, e a possibilidade de criar mundos e narrativas novas fariam de alguma forma parte desse meu outro caminho. Escritor de histórias infantis talvez…

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Salários até 870 euros deixam de reter IRS este ano

Salários e pensões até 870 euros não fazem retenção na fonte durante este ano. Quem recebe o salário mínimo nacional (que subiu para 870 euros) continua, assim, sem fazer descontos mensais.

Os trabalhadores dependentes e os pensionistas com salários e reformas até 870 euros vão ficar isentos de retenção na fonte de IRS ao longo deste ano. É o que ditam as tabelas que foram publicadas esta segunda-feira em Diário da República, a tempo do processamento dos salários do primeiro mês do ano.

Todos os meses, os salários dos portugueses são sujeitos a dois descontos: um para a Segurança Social (11%) e outro em sede de IRS, que é guiado pelas tabelas de retenção na fonte.

Esta segunda-feira, o Governo publicou aquelas que irão vigorar ao longo de 2025 (que pode consultar abaixo), e estas determinam que os vencimentos até 870 euros vão ficar dispensados de reter IRS na fonte todos os meses.

Importa notar que este mês o salário mínimo nacional passou de 820 euros mensais para 870 euros. Ora, se o Governo não alterasse as tabelas de retenção na fonte, quem ganha a retribuição mínima garantida iria passar a ter de descontar IRS todos os meses. As tabelas publicadas esta segunda-feira impedem que isso aconteça. Ou seja, quem ganha o salário mínimo nacional vai continuar sem ter de fazer descontos mensais de IRS em 2025.

De notar, contudo, que na Função Pública o “salário mínimo” — isto é, a base remuneratória — vai ficar acima da retribuição mínima garantida. A diferença é de cerca de oito euros e é suficiente para levar quem ganha o salário mais baixo do Estado a descontar IRS todos os meses.

Tal já tem acontecido nos últimos anos, apesar de os sindicatos defenderem que o Governo devia desenhar as tabelas de retenção na fonte de modo a proteger também quem tem os rendimentos mais baixos da Função Pública.

As tabelas de retenção na fonte publicadas esta segunda-feira refletem-se também as atualizações dos escalões do IRS previstas no Orçamento do Estado para 2025, bem como a atualização do mínimo de existência para 12.180 euros, realça o Governo no despacho publicado esta manhã.

O mínimo de existência determina o nível de rendimento que é assegurado a cada contribuinte após a aplicação dos impostos. Ou seja, sempre que o rendimento depois da tributação é inferior ao mínimo de existência, o Estado abdica de imposto, ficando o contribuinte isento de IRS.

Com a atualização para os referidos 12.180 euros (anuais), garantiu-se que quem ganha o salário mínimo nacional ficaria isento de IRS este ano, o que já deixava prever a atualização das tabelas de retenção na fonte publicada esta segunda-feira.

Veja aqui as tabelas de IRS para 2025:

(Notícia atualizada às 10h49)

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Assista à webtalk: futuro do talento e talento do futuro

  • Trabalho
  • 6 Janeiro 2025

André Ribeiro Pires, COO do Clan, partilhou, na webtalk "Futuro do talento e talento do futuro", quais as principais diferenças na captação e retenção de talento ao longo dos anos e no futuro.

Num mercado de trabalho em constante transformação, a captação e retenção de talento têm sido desafios cada vez mais complexos para as organizações. Para abordar este tema tão atual, André Ribeiro Pires, COO da até agora Multipessoal, foi o convidado da webtalk “O Futuro do Talento e o Talento do Futuro”. O responsável revela também que, a partir deste mês, a referida empresa de recursos humanos passará a chamar-se Clan, assumindo assim o nome do seu braço mais digital.

Durante a conversa, foram exploradas também as mudanças na forma como o talento tem sido gerido ao longo dos anos e discutidas as tendências que moldarão o futuro das relações de trabalho e do desenvolvimento profissional.

Assista a toda a conversa aqui:

 

“A verdade é que as perspetivas futuras não serão muito diferentes do que aconteceu este ano. Quando falamos na perspetiva do trabalho qualificado, das lideranças e da estratégia, o grande desafio tem sido a escassez de pessoas e a dificuldade em reter e atrair talento que dê resposta às necessidades específicas do mercado português“, começou por dizer André Ribeiro Pires.

Nesse sentido, o COO do Clan reforçou a importância de haver uma adaptação aos novos tempos, de forma a tornar as empresas mais atrativas, mas também uma mudança de mindset, na qual se percebe que são as empresas que devem procurar os seus trabalhadores e não o contrário: “Hoje, acho que não temos qualquer dúvida de que nós é que temos de procurar as pessoas e implementar tecnologia para otimizar processos e para chegar mais rapidamente a elas”.

Com este objetivo em mente, a Multipessoal criou o Clan, uma solução 100% digital, na qual os candidatos podem criar um perfil personalizado, procurar emprego numa área de interesse e, ainda, receber acompanhamento constante por profissionais especializados na área. “O Clan veio trazer-nos a simplicidade na relação com as pessoas, com os nossos candidatos e colaboradores. E 2025 vai abrir-nos a porta para que essa relação passe também para as empresas”, disse.

“Nós criamos a cultura de efetivamente sermos um ‘clã’ e já não faria sentido que isso não fosse a nossa principal identidade. Então, 2025 trouxe-nos aquilo que nós acreditamos ser o nosso futuro, mais concretamente os próximos 30 anos, que é sermos apenas o Clan. A Multipessoal passa, agora, a ser o Clan, porque passa a ser a nossa única identidade, que se relaciona com empresas, candidatos e colaboradores”, revelou o COO.

Com esta nova funcionalidade, a empresa passou a assumir funções na área da consultoria, de forma a poder esclarecer dúvidas que, até então, tinham de passar por muita burocracia para serem respondidas, como “explicar um recibo de vencimento”, por exemplo. Por essa razão, André Ribeiro Pires garante que a mudança é “apenas na comunicação propriamente dita” porque a essência da Multipessoal mantém-se, nomeadamente o “estar próximos das pessoas e empresas”.

“A determinada altura, com a pandemia, as empresas acabaram por colocar o teletrabalho como um benefício e não deve ser um benefício, mas sim uma configuração do trabalho. Relativamente ao desenvolvimento de uma carreira, a inovação tem sido dos fatores que mais acelera a captação de talento no mercado português. A tendência será, por isso, haver talento híbrido, já que as pessoas procuram diversas experiências e ambientes de trabalho onde, mais do que o híbrido do escritório, querem participar em projetos híbridos, diversos e diferentes ao longo do tempo”, concluiu.

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