Colaboradores da MetLife acumulam 144.000 horas de trabalho voluntário

  • Servimedia
  • 4 Dezembro 2024

A empresa estabeleceu o objetivo de atingir 800 000 horas de voluntariado dos seus empregados até 2030.

Os colaboradores da MetLife acumularam mais de 144.000 horas de voluntariado em “ações educativas, ambientais e sociais” centradas em comunidades desfavorecidas de 38 mercados, informou a seguradora na quarta-feira, no Dia Internacional do Voluntariado. A empresa estabeleceu o objetivo de atingir 800 000 horas de voluntariado dos seus empregados até 2030.

Oscar Herencia, vice-presidente para a Europa do Sul e diretor-geral, afirmou que a missão da MetLife é “ter um impacto positivo na vida das pessoas e isso é possível graças ao empenho e dedicação dos nossos colaboradores, que encarnam os nossos valores em todas as ações de solidariedade”.

A MetLife afirma ter desenvolvido um “forte programa de voluntariado empresarial” em Portugal e Espanha, em áreas como o bem-estar, a sustentabilidade e a responsabilidade social.

Em Espanha, a Fundação MetLife doou 50.000 dólares à ONG World Central Kitchen para preparar refeições quentes para as pessoas afectadas pela tempestade DANA que atingiu Valência. Em Portugal, os voluntários da MetLife participaram na corrida Siempre Mujer, para angariar fundos para a luta contra o cancro, e colaboraram com o Banco Alimentar Contra a Fome e a Fundação O Século, entre outras ações.

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Montenegro responde a dados do Banco de Portugal. “Mantemos o nosso objetivo de continuar a descer o IRC”

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

O primeiro-ministro explicou que com a descida do IRC, o Governo pretende que as empresas sintam mais incentivo a investir, a inovar e a pagar melhores salários.

O primeiro-ministro assegurou esta quarta-feira que o Governo mantém o objetivo de continuar a descer o IRC, depois de não ter conseguido baixar o imposto em dois pontos percentuais em 2025, como era a sua intenção inicial.

Pretendíamos baixar o IRC em dois pontos percentuais. Por vicissitudes da necessidade de essa medida ser aprovada no parlamento, ficámos apenas a metade desse objetivo, mas mantemos o nosso objetivo de continuar a descer o IRC”, disse Luís Montenegro, no dia em que o Banco de Portugal publicou um estudo a indicar que a redução do IRC apenas faz subir o PIB em 0,1%.

O primeiro-ministro falava durante o encerramento da cerimónia de entrega dos prémios “PME Excelência 2023”, que decorreu hoje no Europarque, em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro. Perante uma plateia de centenas de empresários, Montenegro explicou que com a descida do IRC, o Governo pretende que as empresas sintam mais incentivo a investir, a inovar e a pagar melhores salários.

“Não vamos deixar de perder de vista esse objetivo”, afirmou, sem concretizar como. O primeiro-ministro referiu ainda que é preciso combater a ideia de que o IRC é pago pelas grandes empresas, referindo que mais de 60% das receitas do IRC é pago pelas Pequenas e Médias Empresas.

No seu discurso, Montenegro assumiu ainda uma aposta na captação de investimento direto estrangeiro, adiantando que ainda há trabalho a fazer no domínio fiscal, onde o país está em desvantagem com outros países. Apesar disso, manifestou confiança no caminho que o Governo está a percorrer no combate à burocracia e ao alívio da carga fiscal, adiantando que há condições para acreditar em Portugal.

“Somos um país seguro, com bons recursos humanos, que está a trilhar um caminho de combate à burocracia, ao excesso de regulamentação, um pais que quer ter uma administração publica mais ágil para melhor servir os cidadãos e as empresas”, sustentou, adiantando que o Governo está concentrado em “não atrapalhar e facilitar”.

Durante a sessão, que contou também com a presença do ministro da Economia, foi entregue o prémio “PME Excelência 2023” a 4 136 empresas, representativas dos vários setores de atividade, que são responsáveis por 132 973 postos de trabalho.

Esta iniciativa do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação e do Turismo de Portugal distingue anualmente as melhores Pequenas e Médias Empresas portuguesas, que se destacam pela robustez do seu desempenho financeiro.

Segundo dados do IAPMEI, do universo das 4 136 empresas distinguidas, 71,7% (2 965), são empresas de pequena dimensão, 22% (910) são de média dimensão e as restantes 6,3% (261) representam as microempresas.

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Aprovação da comissão de inquérito à Efacec nas mãos do PSD

Proposta da Iniciativa Liberal para se criar uma comissão de inquérito à tutela política da gestão do grupo Efacec vai contar com os votos a favor do Chega, CDS, PAN. PSD não foi claro.

“564 milhões de euros. É quanto a Efacec poderá custar aos contribuintes portugueses. Cinco vezes mais do que os prejuízos da Santa Casa que justificaram uma comissão de inquérito. São 140 vezes mais do que o custo do tratamento das gémeas que justificou outra comissão parlamentar de inquérito”. Foi desta forma que o deputado Carlos Guimarães Pinto introduziu a proposta da Iniciativa Liberal para se criar uma comissão de inquérito à tutela política da gestão do grupo Efacec.

A iniciativa vai contar com os votos a favor do Chega, CDS, PAN. PS vai votar contra. PSD, Bloco de Esquerda e Livre não foram claros sobre qual será o seu sentido de voto. Já o PCP abriu a porta à viabilização caso sejam acrescentados alguns pontos.

O PSD deixou o compromisso de “tudo fazer para apurar a legalidade deste processo”, mas não foi claro se vai viabilizar a comissão de inquérito proposta pela Iniciativa Liberal. Bruno Ventura deixou um alerta: seja qual for o partido no poder, na visão do PSD, “o Estado é uma pessoas de bem que honrar os seus compromissos”, deixando assim implícito que o Governo não vai rasgar o contrato assinado com o fundo alemão Mutares.

É imperativo saber o que aconteceu na Efacec”, disse Paulo Núncio, anunciado que o CDS votará, quinta-feira, “a favor da proposta de criação de uma comissão de inquérito proposta pela Iniciativa Liberal”.

O partido parceiro de coligação do PSD no Governo recordou que o CDS requereu, logo na sequência do relatório do Tribunal de Contas e antes da constituição desta comissão de inquérito, a audição na COFAP do ex-ministro das Finanças João Leão. “Pretendemos obter esclarecimentos sobre a nacionalização relâmpago da Efacec e com que fundamento a empresa foi identificada como estratégica e se o valor estratégico justificava os mais de 500 milhões de euros dos contribuintes enterrados na empresa”, detalhou Paulo Núncio.

O deputado centrista aproveitou para acusar o Governo anterior de ter cedido às pressões, de “opacidade extrema”, de “ocultar aos portugueses a real situação da empresa”, lembrando que o Tribunal de Contas disse que nenhum dos objetivos definidos foi alcançado. Paulo Núncio recorda que o Governo AD já “marcou a diferença” no caso Inapa.

“Na matriz do Partido Socialista a Efacec era estratégica e não havia nada a fazer”, acusou o deputado Bruno Ventura do PSD, lembrando que a intervenção temporária afinal durou três anos e das “resmas de interessados só sobrou o fundo Mutares” que comprou 70% da empresa por 15 milhões de euros. “Mas o erário público público foi lesado em 484 milhões de euros. Hoje sabemos que houve áreas de negócio que foram encerradas e se perderam 600 postos de trabalho“, acrescentou o deputado social-democrata.

Em mais uma crítica ao PS, Bruno Ventura recordou a mais recente entrevista do líder Pedro Nuno Santos na qual “rejeitou que recursos públicos possam financiar o setor privado da Saúde”. “O PS escolhe brindar outros setores com dinheiros públicos“, atira. “Injetar 500 milhões de euros numa qualquer Efacec é ter visão estratégica”, ironiza Bruno Ventura. “Como o socialismo nunca se engana, só nos resta saber qual será a próxima TAP ou Efacec”, acrescentou.

Tal como o CDS também o PAN acompanha a iniciativa. “Foi uma prenda para quem compra e um prejuízo para o erário público”, justificou Inês Sousa Real.

O Chega anunciou que vai votar “a favor da comissão de inquérito, doa a quem doer”, recordando que já o partido já tinha apresentando propostas nesse sentido. “Não lembra ao diabo o que está a ser feito na Efacec”, disse o deputado Carlos Barbosa. “Devemos começar a pensar e estruturar novas circunstâncias as futuras intervenções do Estado em empresas privadas”, explicou.

A proposta da IL de criar uma comissão de inquérito, para o PCP, “insere numa campanha de ataque permanente ao setor público empresarial”. Mas ainda assim, o deputado António Filipe admite a possibilidade de viabilizar a iniciativa se forem acrescentados alguns pontos a apurar pela comissão de inquérito.

“A IL não está minimamente interessada em saber o que aconteceu com a viabilização de recurso públicos para tapar os buracos da gestão provada e defender os interesses da banca”, acusou o deputado comunista.

Se assim não fosse não omitiriam do objeto desta proposta aspetos essenciais, como apurar as responsabilidades dos acionistas privados”, acusou. “O PCP propõe assim que ao objeto de inquérito parlamentar sejam aditados pontos como a real situação financeira do grupo aquando da intervenção do Estado, a responsabilidade dos acionistas privados, o papel da banca e de outros credores, acordos feitos com o comprador e consequências dessas decisões. Ou se esclarece isso ou corremos o risco de deitar poeira para os olhos e não esclarece nada”, elencou António Filipe.

Do lado da bancada da IL, a deputada Mariana Leitão acenava em sinal de concordância e Carlos Guimarães Pinto acenava em anuência.

“Nem tudo correu bem”, admitiu André Pinotes Batista. “Assumimos o que temos de assumir, mas não o que a direita quer que assumamos”, frisou o socialista, sublinhando que este “processo não foi isento de dificuldades”. “Não se espantem se em breve a Efacec vier a dar lucros”, atirou, gerando um clamor no plenário.

Recordando que este processo de privatização “decorreu durante a maior pandemia do século“, André Pinotes Batista disse que o PS vai votar contra a constituição da comissão de inquérito porque os “objetivos foram total ou parcialmente cumpridos”, “nem tudo correu bem mas estamos melhor do que à época e porque a atuação da tutela dos antigos governantes é facilmente escrutinável”.

O Bloco de Esquerda elogiou a intenção do PS em salvar a empresa, mas criticou o modo como o fez. “Durante os anos em que a empresa esteve nacionalizada não houve gestão pública e perdeu-se a oportunidade de reforçar o seu papel estratégico na área da energia e da mobilidade. Permitiu-se que a empresa fosse sangrada de quadros”, criticou José Soeiro, sem definir o seu sentido de voto na quinta-feira.

“Foi a obsessão com a privatização que levou a um péssimo negócio que nem sequer salvaguardou os postos de trabalho. PS preferiu entender o Estado como mero pagador”, acusou o deputado bloquista, recordando casos com o Banif e o Novobanco, os quais o Estado “salva a empresa para os privados virem a recolher os lucros mais tarde”.

Carlos Guimarães Pinto sublinhou os 483 milhões de euros de financiamento público na Efacec, “com potencial para subir até 564 milhões”. “Antes de ser nacionalizada a Efacec já estava numa situação complicada, mas após três anos de gestão pública conseguiu ficar ainda pior”, com quebras nas várias áreas de negócio, que “estavam em crescimento um pouco por todo mundo”.

O deputado liberal acusou o Governo de António Costa de ter nacionalizado a Efacec “com base apenas nas garantias da administração que lá estava que a empresa era viável e economicamente sustentável e que as dificuldades eram apenas temporárias”.

“Alguma vez iremos recuperar este dinheiro? Não sabemos, como chegámos até aqui? Não sabemos. Perdeu quadros qualificados para a concorrência. Porquê? Não sabemos. O dinheiro não chegava aos fornecedores essenciais, não sabemos se eram feitos pagamentos a empresas satélite de Isabel dos Santos, já sob gestão pública. E havia trabalhadores que não iam trabalhar porque não tinham nada que fazer? Não sabemos”, enumerou.

Esconder o que aconteceu na Efacec era o primeiro passo para permitir que tudo voltasse a acontecer”, concluiu, rematando que os “prejuízos privados devem ficar no privado e o Estado não tem nada a ver com isso”.

(Notícia atualizada com mais informações)

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Cristiano Ronaldo Jr. protagoniza campanha do Sporting

  • + M
  • 4 Dezembro 2024

Com criatividade da VML, produção da Garage e planeamento de meios da Media Gate, a campanha é 100% focada em plataformas digitais.

O filho de Cristiano Ronaldo é o protagonista do vídeo de apresentação do terceiro equipamento do Sporting CP para a época 2024/25.

O Clube decidiu trazer o número 7 para a frente da nova camisola, em tons dourados, em homenagem a Cristiano Ronaldo e às suas cinco Bolas de Ouro. E associou-se a quem, melhor do que ninguém, podia vestir esta camisola: Cristiano Ronaldo Jr.”, explica o clube em nota de imprensa. “Sabemos que a sorte se veste de esforço, dedicação e devoção e que há números que deixam um legado porque, por trás deles, estão pessoas que o constroem dia após dia”, prossegue o clube, com que com esta ação desafia os sportinguistas a vestir a camisola 7.

Com criatividade da VML, produção da Garage e planeamento de meios da Media Gate, a campanha é 100% focada em plataformas digitais.

O equipamento será estreado no encontro frente ao Moreirense FC, agendado para esta quinta-feira.

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Vasco Vieira de Almeida recebe prémio Advocatus Lifetime Achievement

A entrega do prémio Advocatus Lifetime Achievement a Vasco Vieira de Almeida, sócio fundador da VdA, realizar-se-á no próximo dia 5 de dezembro, pelas 19h00, no Centro Cultural de Belém.

O sócio fundador da sociedade de advogados Vieira de Almeida (VdA), Vasco Vieira de Almeida, é o vencedor do prémio Advocatus Lifetime Achievement, uma iniciativa lançada pelo ECO e pela Advocatus, e que terá periodicidade anual.

O objetivo é homenagear personalidades da advocacia que registaram um percurso de elevada influência para a afirmação do direito enquanto pilar central da sociedade e da economia. Distinguirá, assim, carreiras que servem de inspiração para a comunidade legal. A entrega do prémio realizar-se-á no próximo dia 5 de dezembro, num jantar solene no Centro Cultural de Belém, às 19.00, na sala Fernando Pessoa. Contará ainda com a presença da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice.

Na sua primeira edição, o júri foi constituído pelos diretores de algumas das principais faculdades de Direito: Eduardo Vera-Cruz Pinto, da Universidade de Lisboa, Margarida Lima Rego, da Nova School of Law, e Ana Taveira da Fonseca, Diretora da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito da Universidade Católica.

Programa do evento

19h00 – 19h30 – Receção dos Convidados;

19h30 – 19h35 – António Costa, diretor do ECO fala sobre o prémio Advocatus Lifetime Achievement;

19h35 – 19h40 – Vídeo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa;

19h40 – 19h50 – Intervenção da Representante do Júri (Margarida Lima Rego, diretora da NOVA School of Law);

19h50 – 20h00 – Intervenção da Ministra da Justiça, Rita Júdice;

20h00 – Discurso de agradecimento de Vasco Vieira de Almeida.

Perfil do vencedor

Vasco Vieira de Almeida dispensa apresentações. Nascido em 1932, licenciou-se em Direito com o curso complementar de Ciências Jurídico-Económicas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, foi ministro da Coordenação Económica do Governo de Portugal (1974) e ministro da Economia do Governo de Angola – Representante do Governo Português (1975). Em 1976 foi embaixador Itinerante do Governo Português. Fundou a Vieira de Almeida em 1976, que acabou por se tornar numa das principais sociedades de advogados do mercado português. Especialista em Direito Bancário e Corporate, coordenou importantes transações internacionais, com especial ênfase no apoio a grandes investidores estrangeiros em Portugal.

Tornou-se advogado em 1961, após estagiar com Mário Castro, seguindo-se uma carreira na área da banca como diretor-geral do Banco Português do Atlântico (entre 1970-1972) e presidente do Conselho de Administração do Crédito Predial Português (entre 1972 e 1974). Foi ainda administrador da Câmara de Comércio Britânica (1967-1969), vice-presidente (1969) da Câmara de Comércio Alemã e administrador da Câmara de Comércio Italiana (1970).

Logo após o 25 de abril de 1974 seria nomeado delegado da Junta de Salvação Nacional junto da banca e, com a constituição do I Governo Provisório, nomeado Ministro das Finanças e da Agricultura, exercendo essas funções entre 15 de maio e 15 de julho de 1974, como ministro da Coordenação Económica. Demitir-se-ia do governo (tal como Francisco Sá Carneiro e Mário Firmino Miguel) em solidariedade com Adelino da Palma Carlos, que decidiu demitir-se da chefia do governo em virtude do chumbo pelo Conselho de Estado da proposta de realizar eleições diretas presidenciais antes da Constituinte.

A 7 de novembro de 2023, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

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Investigadores querem proteger qualidade do Queijo da Serra da Estrela

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

Investigadores da Universidade do Porto (FCUP) lideram um projeto para proteger a qualidade do Queijo da Serra da Estrela, ajudando os produtores a tirar partido das enzimas essenciais à sua produção.

Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) lideram um projeto para proteger a qualidade do Queijo da Serra da Estrela, ajudando os produtores a tirar partido das enzimas essenciais à sua produção.

O projeto, revelado nesta quarta-feira e intitulado ProCardo, pretende ajudar os produtores “a tirar maior partido das cardosinas”, enzimas que funcionam como coagulante vegetal (“coalho”) e que conferem ao queijo características únicas, avança, em comunicado, a FCUP.

Estas enzimas estão presentes na flor do cardo, que se encontra no interior do país desde a Serra da Estrela ao Algarve.

Geralmente, as flores usadas na produção do Queijo da Serra da Estrela são provenientes do sul do país, zona suscetível aos efeitos da seca e calor excessivo “numa tendência crescente” face às alterações climáticas.

Nesse sentido, os investigadores querem perceber se as alterações climáticas podem ameaçar a qualidade destes queijos e dotar a indústria queijeira de ferramentas para “ultrapassar eventuais alterações das características das cardosinas nas flores de cardo”.

Citada no comunicado, a líder do projeto, Cláudia Pereira, esclarece que existem dois tipos de cardosinas importantes no coagulante vegetal (A e B) com diferentes propriedades na sua ação: cortar a principal proteína do leite [caseína] e promover a sua coagulação.

“Sabemos que a proporção entre cardosina A e B é muito importante para que o queijo mantenha as suas características”, salienta a investigadora da FCUP e do GreenUPorto — Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável.

Neste momento, a equipa está a realizar ensaios de campo em Viseu em situações de ‘stress’ e conforto hídrico e a comparar os resultados com ensaios realizados em plantas em Beja, no Alentejo, onde em estufa estão sujeitas as temperaturas elevadas.

O objetivo é perceber como varia a expressão destas enzimas quando expostas a diferentes tipos de ‘stress’ ambiental, tendo os primeiros ensaios de campo permitido perceber que existem diferenças na proporção das cardosinas produzidas em plantas expostas a temperaturas elevadas e nas produzidas em plantas em situação de conforto hídrico.

“Normalmente nas flores de cardo temos maior quantidade de cardosina A do que cardosina B, mas em plantas expostas a temperatura mais elevada as proporções tendem a igualar-se”, adianta a investigadora.

Em função dos ensaios de campo, os investigadores tencionam, futuramente, selecionar algumas das condições mais extremas, obter flores colhidas nessas condições e usá-las na produção de Queijo da Serra da Estrela DOP.

“Esse queijo será analisado em relação às características físico-químicas em laboratório e pelo painel da câmara de provadores do Queijo Serra da Estrela DOP, para avaliação sensorial quanto à textura, sabor e aroma”, acrescenta Cláudia Pereira.

No âmbito do projeto, que conta com um financiamemto de 150 mil euros do programa Promove, uma iniciativa do BPI, Fundação “La Caixa” e Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), está também prevista a realização de ‘workshops’ para mostrar e apresentar os resultados do projeto à indústria queijeira.

O projeto decorre até 2026 e tem como parceiros o Instituto Politécnico de Viseu, Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo (CEBAL), em Beja, e a Queijaria de São Cosme, em Gouveia. Está também prevista a colaboração com produtores espanhóis que poderão ter acesso e beneficiar do conhecimento científico produzido.

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Governo antecipa pensão de dezembro e subsídio de natal para dia 6

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

Como a normal data de pagamento, a 8 de dezembro, calha a um domingo, a Segurança Social decidiu fazer a transferência das prestações na sexta-feira anterior, a 6 de dezembro.

O pagamento das pensões da Segurança Social de dezembro, mês em que os pensionistas recebem igualmente o subsídio de Natal, vai ser antecipado para sexta-feira, dia 6, disse à Lusa o Ministério do Trabalho.

“O Governo vai antecipar o pagamento da pensão de dezembro, com o subsídio de Natal, para a próxima sexta-feira, dia 6 de dezembro”, indicou esta quarta-feira fonte oficial do Ministério do Trabalho Solidariedade e Segurança Social, numa informação enviada à Lusa, lembrando que o calendário fixado ainda no ano de 2023 colocava o pagamento das pensões e restantes prestações sociais do mês de dezembro no dia 9.

Por regra, as pensões são pagas no dia 8 de cada mês, sendo que, quando este dia coincide com um feriado ou fim de semana, “o pagamento é feito no dia útil anterior ou no dia útil seguinte”, não podendo nunca ser posterior ao dia 10.

O calendário disponível no site da Segurança Social indica que no dia 9 serão pagos o complemento solidário para idosos (CSI) e a prestação social para a inclusão (PSI), entre outras prestações.

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Tribunal de Contas impõe coima à Câmara de Gaia e remete caso para o Ministério Público

Câmara de Gaia aprovou protocolos e acionou pagamento de cerca de 424 mil euros sem autorização do Tribunal de Contas.

A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia vai ter de pagar 4.282,07 euros por decisão do Tribunal de Contas (TdC) que provou haver ilegalidade na execução de dois protocolos de colaboração para continuidade de aquisição de assinaturas Andante Metropolitano destinados a alunos do concelho. A autarquia fez produzir efeitos materiais e financeiros sem ter o visto do TdC, que remete agora o processo para o Ministério Público.

O tribunal deixa ainda, ao município, o aviso de que tem de cumprir “todos os normativos legais relativos à sujeição a fiscalização prévia dos atos/contratos sujeitos a este tipo de fiscalização do Tdc”.

No relatório da auditoria, a instituição refere três protocolos de colaboração celebrados pela autarquia gaiense com a empresa TIP – Transportes Intermodais do Porto, com vista à aquisição de assinaturas Andante Metropolitano, para alunos residentes no concelho, pelos valores de 1,3 milhões de euros, 1,2 milhões de euros e 900 mil euros, celebrados, respetivamente, em 14 de abril, 22 de julho e 22 de dezembro de 2022.

Vila Nova de GaiaWikimedia Commons

Mas o maior problema, lê-se no documento, diz respeito a dois dos acordos com montante superior a 950 mil euros, por terem produzido efeito sem prévia sujeição ao crivo do TdC. E, inclusive, ter sido autorizado o pagamento de uma fatura respeitante a um destes acordos, no valor de cerca de 424 mil euros. A autarquia só viria a submeter o processo à fiscalização prévia do TdC em fevereiro de 2023. A entidade alertou então câmara de Gaia para que se “abstivesse de conferir efeitos retroativos aos contratos”.

A autarquia alegou “razões de interesse público” para cometer os atos, lê-se no documento.

De acordo com o relatório deste tribunal, os indiciados responsáveis pela prática da infração são os vereadores do executivo municipal e a diretora municipal” da Inclusão Social. Os primeiros por terem aprovado a celebração dos protocolos com efeitos retroativos e por terem autorizado a execução material antes da decisão deste tribunal. Já a diretora municipal da Inclusão Social “permitiu o início de execução material ilegal deste protocolo em data anterior à pronúncia do TdC, em sede de fiscalização prévia”.

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“Éramos felizes e não sabíamos”, diz Marcelo sobre coabitação com Costa

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

"As novas lideranças são emocionais, as novas formas de comunicação são emocionais, os novos poderes são emocionais, não são racionais", apontou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República referiu-se esta quarta-feira aos oito anos de coabitação com o anterior primeiro-ministro, António Costa, como um tempo que, “comparado com o que vinha por aí”, será recordado como de “felicidade relativa”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava numa iniciativa do jornal Público sobre literacia mediática, em que manifestou “grande preocupação” com o panorama mediático e declarou que nos seus mandatos tem procurado “agir perante o chamado populismo, pela via popular, sem ultrapassar os limites que separam o popular do populista”.

A meio da sua intervenção, ao falar das mudanças constantes e da “reconstrução permanente da História”, o chefe de Estado referiu-se ao tempo em que coabitou com António Costa, agora presidente do Conselho Europeu. “Dizia muitas vezes a um governante com o qual partilhei quase oito anos e meio de experiência inesquecível: um dia reconhecerá que éramos felizes e não sabíamos”, relatou.

“Era tudo relativo, era uma felicidade relativa, mas, comparado com o que vinha por aí, era uma felicidade”, considerou o Presidente da República. Neste discurso, Marcelo Rebelo de Sousa retomou a ideia de que se está a entrar num novo ciclo “relativamente aos sistemas políticos, económicos, sociais e comunicacionais” e que “a realidade não está racional, está emocional”.

“As novas lideranças são emocionais, as novas formas de comunicação são emocionais, os novos poderes são emocionais, não são racionais”, apontou.

Sobre o panorama mediático, associou à presidência norte-americana de Donald Trump iniciada em 2016 o surgimento de uma “corrente de comunicação direta com os destinatários”, que procura “abolir a intermediação toda” e criar “novos meios de comunicação social à medida daquele estilo”, definindo “um novo paradigma de comunicação”.

“Sem responsabilidade, influenciam, servem de intermediários e não respondem, porque não são eleitos. Ajudam a eleger. Isto é um fenómeno transnacional novo, que coincide com uma geopolítica em que vivemos hoje”, descreveu.

O chefe de Estado manifestou-se “muito preocupado” com este “fenómeno transnacional” e com os problemas dos “meios de comunicação social mais clássicos”, que no seu entender estão “mais fracos, lutando pela sobrevivência, com maior instabilidade interna, do ponto de vista dessa sobrevivência, com uma capacidade de renovação limitada”.

O Presidente da República defendeu que, perante este “contexto novo”, os sistemas políticos, económicos e sociais “ou se reajustam ou entram em crise”. “Isto se aplica também às lideranças. As lideranças ou se reajustam ou morrem mais depressa ou morrem mais devagar – coincidindo ainda por cima com um período de substituição natural de lideranças, nomeadamente na Europa”, acrescentou.

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Sindicato dos Jornalistas reúne-se com Presidente da República sobre dona da Visão a 14 de dezembro

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

O Sindicato dos Jornalistas entende que o Presidente da República "pode ter um papel muito importante para uma possível saída para esta crise, que afeta a vida de cerca de 150 pessoas".

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) vai reunir-se com o Presidente da República em 14 de dezembro, depois de ter pedido audiência urgente para debater a crise na Trust in News (TiN).

Na segunda-feira, o SJ disse que tinha pedido “uma audiência urgente ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o intuito de debater a grave crise na TiN”, que detém a Visão, Exame ou Jornal de Letras, entre outros.

O SJ defendeu que, “enquanto mais alto magistrado da nação, o Presidente da República, uma pessoa com grande proximidade e passado nos media, pode ter um papel muito importante para uma possível saída para esta crise, que afeta a vida de cerca de 150 pessoas“.

Entretanto, a TiN, liderada por Luís Delgado, foi esta quarta-feira considerada insolvente, tendo o tribunal fixado em 30 dias o prazo para reclamação dos créditos e assembleia de credores para 29 de janeiro, segundo a sentença a que Lusa teve acesso.

Esta decisão acontece no mesmo dia em que os trabalhadores da TiN se concentram no Largo de Camões, em Lisboa, para denunciar a situação do grupo.

O tribunal nomeou como administrador de insolvência André Fernando de Sá Correia Pais e decretou a “apreensão imediata, para entrega ao/à administrador/a da insolvência, dos elementos de contabilidade da insolvente e de todos os bens (ainda que arrestados, penhorados ou apreendidos)”, lê-se no documento.

O tribunal nomeou ainda a Comissão de Credores, que tem como membros efetivos o Instituto da Segurança Social, a Autoridade Tributária, a Impresa Publishing, o Novo Banco e o Representante dos trabalhadores a indicar pela Comissão de Credores.

Os CTT e o BCP são membros suplementes desta Comissão.

A TiN, que detém 16 títulos, entre os quais a Visão, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Caras, Activa, TV Mais, viu o Plano Especial de Revitalização (PER) ser reprovado em 05 de novembro, tendo em 12 de novembro a administração anunciado a intenção de apresentar um plano de insolvência, requerendo a convocação de uma assembleia de credores para apresentação e fundamentação de um plano de recuperação.

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Banco de Portugal define novas regras para publicidade a produtos financeiros

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2024

O aviso obriga a serem comunicadas ao Banco de Portugal todas as publicidades, independentemente dos meios usados para a sua difusão.

O Banco de Portugal estabeleceu novas regras para a publicidade a produtos financeiros a entrarem em vigor em meados de 2025, obrigando o diploma a que os anúncios explicitem o que significam expressões como “0% de juros” ou “sem custos”.

O aviso desta quarta-feira revoga o de 2008, considerando o Banco de Portugal que importa atualizar as exigências feitas na publicidade a produtos e serviços financeiros, tendo em conta a evolução e inovação na publicidade, desde logo a digitalização. As regras aplicam-se não só a bancos, sociedades financeiras e instituições de pagamento como também a intermediários de crédito.

O aviso obriga a serem comunicadas ao Banco de Portugal todas as publicidades, independentemente dos meios usados para a sua difusão. Regula ainda a informação que consta dos anúncios, que tem de ser “facilmente legível“, com letra adequada, cores que a tornem bem visível e tempo adequado de leitura.

Quando há informação em áudio, refere, tem de ser “claramente audível” e com tempo suficiente para ser percecionada.

O aviso diz ainda que a publicidade deve conter “de forma não dissimulada” a informação necessária para o cliente avaliar corretamente as características e benefícios de um produto ou serviço.

O aviso é mesmo detalhado, explicando que expressões como “sem juros” ou “0% de juros” só podem ser usadas quando não há qualquer pagamento de juros.

“sem custos” ou “gratuito” pode ser usado quando não for exigível “pagamentos de quaisquer juros, comissões ou outros encargos”.

Expressão como “mais baixo do mercado” sobre um produto ou serviço só pode aparecer quando é dito em seguida, e com destaque similar, “as condições particulares que suportam a afirmação”.

Este aviso do Banco de Portugal entra em vigor em 01 de julho de 2025

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Tarifas de Trump? Exportadoras devem procurar novos mercados, avisa Banco de Portugal

Trocas comerciais de Portugal ainda não deram sinais de abrandamento face ao aumento das políticas protecionistas, mas Banco de Portugal deixa recomendações se Trump avançar com aumento de tarifas.

O Banco de Portugal (BdP) recomenda que o Governo reforce o apoio às empresas portuguesas na procura de novos mercados para as exportações nacionais e promova o investimento direto estrangeiro após a eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, que poderá levar avante um aumento significativo das tarifas às importações. Isto apesar de, para já, as trocas comerciais de Portugal ainda não ter dado sinais de abrandamento face ao aumento das políticas protecionistas.

Num artigo sobre o comércio internacional português e a fragmentação da economia mundial, divulgado esta quarta-feira, os economistas do regulador destacam que “o resultado do recente processo eleitoral nos EUA poderá conduzir a um aumento significativo das suas tarifas à importação e as eventuais medidas retaliatórias poderão acentuar a reconfiguração do comércio internacional, com impacto na economia portuguesa e europeia“.

Neste cenário, consideram que para manter o bom desempenho das exportações nacionais registado nos últimos anos, “é importante reforçar o apoio às empresas na procura de novos mercados, promover o investimento direto estrangeiro e continuar a flexibilizar a alocação de recursos na economia“.

“Para tal, sobressai a importância do capital humano como fonte de inovação e facilitador da mobilidade dos trabalhadores entre setores”, apontam.

Fonte: Banco de Portugal

Na análise, os economistas destacam que tem existido uma estabilidade das barreiras tarifárias ao comércio português até 2022. No entanto, assinalam que existem evidências de que “as barreiras não tarifárias, que são mais difíceis de quantificar, têm vindo a aumentar até 2023”.

Num contexto de participação na União Europeia (UE) e de estabilização das barreiras tarifárias, o comércio português de bens e serviços não tem demonstrado sinais de abrandamento nos últimos anos, verificando-se um aumento continuado do grau de abertura da economia“, pode ler-se no artigo. Porém, acrescentam: “Há um papel crescente da distância geopolítica enquanto determinante das importações portuguesas de bens”.

Entre as pressões protecionistas indicadas pelos economistas estão o aumento das barreiras tarifárias entre a China e os EUA a partir de 2018 e a saída do Reino Unido da UE em 2020, após o referendo de 2016, bem como um reforço dos apoios dos Estados a empresas após a pandemia.

Tanto nas exportações como nas importações, o peso do comércio intracomunitário em termos nominais é superior a 60%, mesmo após a saída do Reino Unido da UE em 2020. Assim, a participação na UE constitui uma forte proteção para Portugal face
à fragmentação da economia mundial“, refere a análise.

Tarifa média aplicada às exportações portuguesas é de 4%

O Banco de Portugal estima que a tarifa efetiva média aplicada às exportações portuguesas de bens tem vindo a diminuir desde 2014, situando-se em valores em torno de 4% em 2022 e que são mais penalizadas do que as importações portuguesas provenientes de países extracomunitários, limitando a capacidade de penetração das empresas nacionais nesses mercados.

Os autores do estudo indicam também que o número de novas medidas não tarifárias em 2023 é superior ao observado antes da pandemia, sendo a principal as subvenções financeiras a empresas nacionais. Porém, estas medidas implementadas por Portugal também aumentaram nos últimos quatro anos, refletindo principalmente medidas de política ao nível da União Europeia referentes a sanções e subvenções financeiras.

Distância geopolítica pesa nas importações portuguesas

A análise publicada pelo regulador também conclui que a distância geopolítica passou a ser um “determinante significativo” das importações portuguesas. Em média em 2020-2022, um aumento unitário no índice de distância geopolítica traduziu-se numa redução de 1% do valor anual de importações, o que não acontecia em 2017.

O crescimento das importações de países geopoliticamente mais distantes foi sistematicamente mais fraco“, pode ler-se. O aumento da sensibilidade regista-se sobretudo no comércio de bens, já que nas importações de serviços já se verificava anteriormente.

A distância geopolítica é medida pelos autores do estudo através da proximidade do sentido de voto a Portugal na Assembleia Geral das Nações Unidas. Como exemplo apontam a Rússia, que desde 2019 aumentou em 19 pontos a sua distância geopolítica e de onde as importações nominais caíram 70% no mesmo período, embora reflita em larga medida as proibições à importação de bens energéticos implementadas pela União Europeia.

Fonte: Banco de Portugal

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