Dominguinhos dramatiza reprogramação do PRR. “Seis meses adicionais são fundamentais para concretizar investimentos”

Pedro Dominguinhos diz que execução no terreno das Agendas está “10 a 15 pontos acima” do reporte financeiro. Riopele “não se meteu em aventuras” e escolheu parceiros capazes de cumprir as metas.

Da esquerda para a direita: Jorge Nadais (partner da Deloitte), José Teixeira (CEO da Riopele), Luís Ribeiro ( board member do Novobanco) e Pedro Dominguinhos (presidente da CNA do PRR)

O presidente da comissão nacional de acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) já avisou o Governo que “face aos constrangimentos burocráticos, ao atraso inicial e ao impacto das Agendas Mobilizadoras para a economia portuguesa, era desejável aproveitar o tempo todo que [há] ao dispor no PRR, ou seja, até junho de 2026, para concretizar” esses projetos.

“O que os consórcios têm de saber é se podem executar os investimentos no primeiro semestre de 2026. Esses seis meses adicionais são fundamentais para concretizar o investimento”, advertiu Pedro Dominguinhos, notando que as empresas não querem “correr o risco” se isso não for, entretanto, garantido.

A bem do interesse nacional – e não das agendas particulares -, sustentou, “como há motivos para estender o prazo, era desejável [as empresas] terem os seis meses adicionais e um processo de reprogramação do PRR” que depende do Executivo liderado por Luís Montenegro, frisou o responsável, durante a 7.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Alfândega do Porto.

Após seis meses iniciais para “assinar papéis”, Dominguinhos atesta que houve uma aceleração dos investimentos por parte das Agendas Mobilizadoras do PRR e que ela será sentida com “maior intensidade” no próximo ano. No entanto, assegura que “o que é reportado é inferior à execução física neste momento”, uma vez que os relatórios são trimestrais e há reportes que são deixados para mais tarde. “No terreno estamos com um investimento superior, entre 10 a 15 pontos percentuais acima. Face aos 33% de execução financeira, a execução [real] anda entre os 42% e os 45%”, contabilizou.

José Teixeira, CEO da Riopele

No caso da Riopele, o CEO assegurou na mesma conferência que o Projeto Lusitano, que nasceu em Vila Nova de Famalicão e que envolve um total de 17 parceiros numa aposta em soluções sustentáveis e energéticas para revolucionar a fileira têxtil está perto da execução dos 70%. “Não nos metemos em aventuras e só nos rodeámos de parceiros que consigam cumprir as mesmas metas”, notou José Teixeira, destacando que a empresa “não utiliza os fundos se eles não casarem com a estratégia”.

“Em dois a três anos, 100% do valor da nossa produção que era feita com gás natural passou a biomassa e vamos conseguir atingir valores superiores a 35% em energia elétrica que a Riopele gera com parques fotovoltaicos”, assegurou ainda o líder da gigante têxtil minhota, que espera atingir a neutralidade carbónica em 2027. José Teixeira não tem dúvidas de que o “PRR acelerou este investimento, mas salvaguarda que isso “é algo que vem da fundação da empresa”.

Não nos metemos em aventuras e só nos rodeámos de parceiros que consigam cumprir as mesmas metas.

José Teixeira

CEO da Riopele

Ora, a comissão de acompanhamento já visitou mais de 40 Agendas Mobilizadoras e ouviu os empresários envolvidos dizerem que aproveitaram os fundos da bazuca europeia para fazerem “investimentos que de outra forma não fariam”. No entanto, Pedro Dominguinhos avisou que “nem toda a investigação e desenvolvimento (I&D) dá o resultado esperado no imediato” e que esses são “processos particularmente exigentes”. Outra vantagem apontada por Dominguinhos foi o reforço da capacidade de contratação de recursos humanos altamente qualificados, incluindo provenientes do estrangeiro, que “pretende-se que fiquem para futuro” ao serviço das empresas nacionais.

Jorge Nadais partner da Deloitte

Presente no mesmo painel com o tema “As Agendas Mobilizadoras Transformam a Economia?”, Jorge Nadais recordou que as agendas no âmbito da energia estão a ter dificuldades de execução. O partner da Deloitte justificou que estes constrangimentos estão relacionados com o facto de “os produtos na área de energia obrigarem a legislação que nem sequer existia, como é o caso do hidrogénio verde”. No entanto, apesar das dificuldades enumeradas, o responsável da consultora recordou que “apostar em projetos inovadores era a grande ambição do PRR”.

Questionado sobre os projetos que não serão concluídos dentro do prazo previsto, o partner da Deloitte sublinhou que as empresas ainda têm ano e meio para concluir as agendas do PPR. “Haverá certamente projetos que vão ficar concluídos, mas alguns não vão ficar concluídos. Porém, isso não depende de Portugal e será a Comissão Europeia a avaliar esse assunto”, completou.

Luís Ribeiro, administrador do Novobanco, está habituado a ouvir os empresários portugueses a comentar a falta de recursos humanos, sejam eles mais ou menos qualificados, mas também de “toda a burocracia na máquina do Estado” e de um “enquadramento fiscal adverso, seja no IRC, no IRS ou nas contribuições para a Segurança Social”. Por outro lado, lembrou que “os fundos que podem transformar a economia portuguesa não se esgotam no PRR”.

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Concluída contratação de 570 Oficiais de Justiça

Os 507 Oficiais de Justiça vão ser distribuídos pelas diversas comarcas do país. A entrada em funções está prevista para 13 de janeiro de 2025.

Já está concluída a contratação dos 570 Oficiais de Justiça que vão reforçar as secretarias judiciais de todo o país. A informação foi avançada esta terça-feira pelo Ministério da Justiça. A entrada em funções está prevista para 13 de janeiro de 2025.

Os Oficiais de Justiça foram colocados nas vagas disponíveis combinando dois critérios: a classificação obtida no concurso e a preferência indicada sobre as vagas disponíveis, fixadas de acordo com as necessidades prioritárias de cada comarca.

As 507 vagas vão distribuídas pelas diversas comarcas do país: 302 para a região norte e centro, 204 para a região da grande Lisboa, 51 para o sul e 13 para as ilhas.

“Hoje é um dia de dupla celebração para a Justiça: não só se dá início à tramitação eletrónica do inquérito no processo penal – o que muito vai contribuir para dar celeridade aos processos-crime – como ficou concluída a contratação de quase 600 Oficiais de Justiça, preenchendo-se todas as vagas. Os funcionários Judiciais são essenciais ao funcionamento da Justiça. Estou muito contente por termos fechado esta contratação massiva“, sublinhou a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice.

A diretora-Geral da Administração da Justiça, Ana Cláudia Cáceres, considerou que estes novos funcionários vão “reforçar as secretarias Judiciais e do Ministério Público, permitindo que a Justiça preste um melhor serviço”. “Os funcionários judiciais são essenciais para que trabalho dos magistrados e dos advogados seja consequente e eficiente. É com especial satisfação que damos por concluído o processo, preenchendo todas as 570 vagas”, acrescenta.

O processo de contratação foi autorizado pelo Ministério das Finanças em agosto, tendo o procedimento começado, formalmente, a 10 de setembro, com a publicação do aviso. No total, o concurso recebeu mais de duas mil candidaturas. Dos 2.029 candidatos, foram admitidos a concurso 1.647 interessados.

“Entretanto, o Ministério da Justiça prossegue, conjuntamente com a Secretaria de Estado da Administração Pública, os trabalhos de revisão do “Estatuto dos Oficiais de Justiça”, para que possa entrar em vigor em data a definir em 2025”, refere o Executivo em comunicado.

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Ministro da Agricultura diz que “há decréscimo no consumo e um ataque ao vinho”

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

"O vinho não é inimigo do ambiente, bem pelo contrário, é amigo da economia, da competitividade, da coesão territorial, das nossas diferenças e daquilo que é o nosso território", disse o ministro.

O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, disse esta terça-feira, no Porto, que “há um decréscimo no consumo global e um ataque ao vinho que não faz sentido”.

“É preciso que o vinho seja consumido com moderação, como eu tenho insistido, mas também tenho dito, por exemplo, que o vinho faz parte da nossa dieta mediterrânica, assim como o azeite, e portanto, é algo que é essencial também para a nossa economia”, sublinhou.

O ministro da Agricultura presidiu à abertura do Simpósio Internacional de Viticultura e Clima, organizado pela Embaixada dos EUA em Portugal, juntamente com a rede de Centros de Clima do Departamento de Agricultura dos EUA, a decorrer na Universidade Católica, no Porto.

“O vinho não é inimigo do ambiente, bem pelo contrário, é amigo da economia, da competitividade, da coesão territorial, das nossas diferenças e daquilo que é o nosso território”, afirmou José Manuel Fernandes. Na sua intervenção, José Manuel Fernandes salientou que “o combate às alterações climáticas não tem fronteiras” e que, portanto, todos têm de cooperar.

“É importantíssimo que as democracias reforcem os acordos de cooperação. Para combatermos os efeitos das alterações climáticas, há que reforçar a investigação e a inovação”, acrescentou.

“Cada um tem de fazer a sua parte. A União Europeia está a fazê-la, temos o Pacto Ecológico Europeu (Green Deal), que é uma lei vinculativa em que estamos todos empenhados. Aliás, 30% do montante do quadro financeiro plurianual é para manter o combate às alterações climáticas, mas é evidente que é necessário o esforço de todos, só os nossos esforços, ainda que importantes, não têm o efeito que nós pretendemos”, sublinhou o ministro da Agricultura.

Apelou para que “as democracias, pelo menos elas, se unam na defesa de valores e princípios como a solidariedade”, defendendo que “combater as alterações climáticas é uma questão de solidariedade, já para com as gerações atuais, mas sobretudo para com as gerações futuras”.

“Claro que o caminho tem de se fazer sem fundamentalismos, caso contrário, nunca atingimos os objetivos”, frisou. O ministro referiu ainda que em janeiro de 2025 será apresentado o cronograma de investimentos no âmbito do “Água que Une”, a nova estratégia nacional para a gestão da água.

“Serão milhares de milhões de euros que têm como objetivo armazenar a água para distribuí-la para a agricultura, para consumo humano, mas também para darmos aos rios o caudal ecológico que eles necessitam. Este ‘Água que Une’ tem o objetivo de ajudar também a combater as alterações climáticas, mantendo a produção que temos e até podendo reforçá-la”, disse à Lusa José Manuel Fernandes.

O simpósio reúne mais de 70 investigadores, produtores, representantes do Governo e associações de Portugal, França, Espanha e Estados Unidos para debater os desafios climáticos comuns enfrentados pela indústria da viticultura, particularmente em climas mediterrânicos.

Os especialistas presentes identificarão lacunas no conhecimento na qual a colaboração internacional e a partilha de informação possam produzir melhores e mais rápidos resultados para os produtores.

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Presidente sul-coreano declara “lei marcial de emergência”

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O presidente sul-coreano justifica a medida para "erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem democrática constitucional".

O Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, declarou esta terça-feira “lei marcial de emergência” para proteger a “ordem democrática constitucional”, acusando a oposição de controlar o parlamento e simpatizar com a Coreia do Norte.

Durante uma comunicação transmitida pela televisão, Yoon prometeu “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem democrática constitucional”.

Desconhece-se ainda como as medidas vão afetar a governação e a democracia, porém, o Ministério da Defesa convocou uma reunião dos “principais comandantes e apelou a uma vigilância reforçada”, segundo a agência noticiosa local Yonhap. “O ministro ordenou igualmente que as forças armadas se mantivessem em guarda de emergência”, segundo a curta notícia divulgada depois de o Presidente ter decretado a lei marcial.

Enfrentando uma diminuição na sua aprovação, Yoon tem-se esforçado por implementar a sua agenda desde que assumiu o cargo em 2022, contra um parlamento controlado pela oposição. O partido conservador Poder Popular de Yoon regista um impasse com o Partido Democrático, da oposição liberal, sobre o projeto de lei orçamental para 2025.

Yoon tem também rejeitado os apelos a investigações independentes sobre os escândalos que envolvem a sua mulher e altos funcionários, o que tem levado a fortes críticas dos seus rivais políticos. Também o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, convocará uma reunião de emergência com os principais responsáveis económicos, segundo a Yonhap.

Esta reunião incluirá os diretores do Banco da Coreia, da Comissão de Serviços Financeiros e do Serviço de Supervisão Financeira, informou o Ministério das Finanças, acrescentando que a reunião será seguida de uma sessão separada com altos funcionários do Ministério das Finanças.

O Partido Democrático terá convocado uma reunião de emergência dos seus deputados depois do anúncio de Yoon.

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PAF Advogados assessora Unik Capital Solutions em investimento imobiliário de 70 milhões de euros

A PAF Advogados assessorou a Unik Capital Solutions na aquisição de três ativos na área da saúde, até agora detidos pela Orpea Portugal IMMO. O investimento foi de 70 milhões de euros.

A PAF Advogados assessorou a Unik Capital Solutions, empresa sediada no Luxemburgo que oferece soluções de investimento imobiliário, na aquisição de três ativos na área da saúde, até agora detidos pela Orpea Portugal IMMO. O investimento foi de 70 milhões de euros.

Os três imóveis adquiridos são um lar de idosos no Porto e dois terrenos destinado à construção de lares de idosos em Gaia e Setúbal. Foi ainda realizada a assinatura de um contrato de arrendamento de 20 anos com operadoras de saúde.

“Com esta operação, a Unik Capital Solutions reforça o seu posicionamento no setor da saúde e marca um passo significativo na sua expansão na Península Ibérica. A PAF representou a Unik Capital Solutions, tendo realizado a due diligence aos três ativos, desenvolvendo e liderando a parte contratual e negociação para a aquisição”, explica o escritório em comunicado.

Segundo Cristina Alves de Freitas, sócia fundadora da PAF Advogados, a firma tem vindo a desenvolver um “vasto” trabalho no mercado de fusões, aquisições e operações de investimento imobiliário. “Esta operação resulta de uma especialização adequada ao perfil dos clientes e de um acompanhamento muito próximo dos mesmos”, acrescenta.

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Comissão Executiva da Global Media muda no final do mês. Diogo Queiroz de Andrade e Mafalda Campos Forte deixam funções

Os administradores com o pelouro editorial, de inovação e comercial deixam a comissão executiva do grupo dono do Diário de Notícias no final do ano.

Diogo Queiroz de Andrade e Mafalda Campos Forte vão deixar a comissão executiva da Global Media no final do mês. O mandato da atual administração termina no dia 31 de dezembro e os dois administradores terão renunciado às funções, em meados de novembro. Vítor Coutinho mantém-se na comissão executiva do grupo.

Liderada por Vítor Coutinho, que acumula os pelouros financeiro e recursos humanos, património, serviços gerais e Direção de Documentação e Informação, a comissão executiva da Global Media era ainda formada desde abril por Mafalda Campos Forte, com o pelouro comercial, e por Diogo Queiroz de Andrade, com os pelouros editorial, digital e inovação, DTSI — Direção de Tecnologias e Sistemas de Informação, Global Imagens e comunicação institucional.

A administração da Global Media foi indicada em fevereiro e a comissão executiva entrou em funções no início de março, ainda antes da venda de parte dos títulos à Notícias Ilimitadas, a nova dona do Jornal de Notícias. Entretanto, recentemente, também José Pedro Soeiro deixou de integrar o conselho de administração, agora composto por Kevin Ho, António Manuel Mendes Ferreira e Victor Menezes.

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Miguel Albuquerque será recandidato em cenário de novas eleições na Madeira

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O presidente do Governo Regional da Madeira reafirmou hoje que o PSD/Madeira está preparado para ir a eleições se a oposição "deitar o governo abaixo" e garantiu que será novamente o cabeça de lista.

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, reafirmou hoje que o PSD/Madeira está preparado para ir a eleições se a oposição “deitar o governo abaixo” e garantiu que será novamente o cabeça de lista do partido.

“Nós não podemos transformar as questões simples em questões complexas. Nós temos um governo que foi eleito na região há menos de sete meses, esse governo foi eleito pelo povo madeirense”, declarou, aludindo ao ato eleitoral de 26 de maio.

“Se a oposição, por motivos fúteis, quer deitar o governo abaixo, só há uma solução e essa solução, nós assumimos integralmente, é devolver a voz ao povo madeirense e irmos outra vez a votos”.

Miguel Albuquerque, que falava à margem de uma visita a uma empresa, no Funchal, reagiu assim à recusa dos dois maiores partidos da oposição — PS e JPP — em negociarem alterações à proposta de Orçamento da região para 2025 apresentada pelo executivo social-democrata minoritário.

O repto foi lançado na segunda-feira pelo secretário regional da Educação, Ciência e Tecnologia, Jorge Carvalho, após uma reunião da conferência dos partidos com assento no parlamento insular.

“Estamos a fazer um esforço, com toda a humildade, no sentido de auscultar os partidos no quadro parlamentar para assegurar a aprovação do Orçamento”, explicou Miguel Albuquerque, sublinhando que se o documento não for aprovado, “toda a gente, sem exceção, será prejudicada na Madeira”.

Como exemplos positivos da proposta de Orçamento, o chefe do executivo salientou a inscrição de 56 milhões de euros para atualizações salariais na função pública, o aumento do valor do subsídio de insularidade, a redução fiscal de 30% no 6.º escalão e de 15% no 7.º escalão do IRS, que implica uma devolução de 19 milhões de euros, e o lançamento da terceira fase da obra do novo hospital.

“Ninguém ganha em bloquear uma situação que diz respeito à vida de toda a gente”, afirmou, reforçando que o PSD tem “disponibilidade para o diálogo”.

No entanto, reiterou que, caso a oposição derrube o executivo, o PSD está disponível para ir novamente para eleições e recordou que nas antecipadas de 26 de maio o partido venceu em 45 das 54 freguesias e em nove dos 11 concelhos da região autónoma.

“Se há sete meses foi assim, nós não temos qualquer problema de devolver a voz ao povo madeirense, porque não é o senhor A, nem o senhor B, nem os partidos que vão decidir qual o Governo da Madeira”, disse, vincando que “quem decide o Governo da Madeira é o povo madeirense”.

Miguel Albuquerque disse ainda que a liderança do partido na região ficou resolvida com as eleições internas em março e, por isso, reúne todas as condições para ser outra vez o cabeça de lista do PSD.

“Claro! Quem é que vai ser?”, enfatizou.

A discussão das propostas de Orçamento e Plano e Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração da RAM (PIDDAR) para 2025 está agendada no parlamento madeirense para os dias 09, 10 e 11 de dezembro.

No dia 09 acontece a sessão de abertura com a votação na generalidade, sendo a votação final global no dia 11 de dezembro.

Em 22 de novembro o Governo Regional entregou na Assembleia Legislativa as propostas de Orçamento para 2025, no valor de 2.611 milhões de euros (ME), e de Plano de Investimentos, orçamentado em 1.112 ME, os valores “mais elevados de sempre”.

Para 17 de dezembro está, entretanto, agendada a discussão da moção de censura apresentada pelo Chega.

A confirmarem-se as intenções de voto divulgadas, a moção de censura terá aprovação garantida com os votos de PS, JPP, Chega e IL, que juntos têm maioria absoluta. O parlamento conta ainda, além do PSD, com o CDS-PP e o PAN.

A aprovação da moção de censura implica a demissão do Governo Regional e a permanência em funções até à posse de uma nova equipa.

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Glovo passa a contratar “riders” para garantir paz social

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O diretor-geral da Glovo assegurou em Tribunal que a empresa decidiu contratar os seus motoristas de entregas para evitar discussões com a Justiça e com a Inspeção do Trabalho.

O diretor-geral da Glovo assegurou esta terça-feira em Tribunal que a empresa decidiu contratar os seus motoristas de entregas para evitar discussões com a Justiça e com a Inspeção do Trabalho, apesar de considerar que o modelo atual é legal.

O CEO da Glovo, Oscar Pierre, prestou declarações durante menos de meia hora perante a juíza de Barcelona que investiga a queixa que o Ministério Público apresentou contra si por empregar falsos trabalhadores independentes, um dia depois de a Glovo ter anunciado que vai mudar o seu modelo laboral e que passa a contratar os seus motoristas de entregas, segundo fontes judiciais.

A perguntas do seu advogado, Cristóbal Martell, o arguido insistiu que o anúncio da mudança do modelo laboral da Glovo é uma “coincidência” e justificou que procura “paz social” e evitar conflitos com a Inspeção do Trabalho e os tribunais, após as múltiplas sanções por empregar os “riders” como falsos trabalhadores independentes.

O fundador da Glovo explicou que o compromisso de mudar o modelo foi acordado em reunião de direção da empresa para evitar mais litígios com a Inspeção do Trabalho e os tribunais, apesar de estarem convencidos da legalidade do atual sistema de contratação.

A juíza titular do 31.º Tribunal de Instrução de Barcelona está a investigar Oscar Pierre na sequência de uma queixa apresentada pela Procuradoria de Crimes Económicos contra o CEO da Glovo por ofensa aos direitos dos trabalhadores, por manter os seus motoristas de entregas como trabalhadores independentes, apesar das decisões do Supremo Tribunal e de numerosos tribunais em toda a Espanha que estabelecem que os “riders” são empregados por conta de outrem.

Pierre argumentou perante a juíza que a Glovo tem vindo a modificar o modelo de contratação de motoristas de entregas para o adaptar às decisões judiciais e laborais, bem como à regulamentação em vigor e que, nesta matéria, a empresa tem estado em contacto permanente com a Inspeção do Trabalho.

Por esta razão, defendeu que o atual sistema de condutores de entregas independentes é legal, embora o conselho de administração tenha decidido modificá-lo para garantir a “paz social”.

O patrão da Glovo não detalhou como será implementado o novo modelo de contratação de motoristas de entregas, nem abordou a forma como os ‘riders’ receberam o anúncio, embora uma das suas linhas de defesa neste caso seja a de que é do interesse dos trabalhadores continuarem a trabalhar por conta própria.

Num comunicado divulgado na segunda-feira, a Glovo, propriedade do grupo alemão Delivery Hero, assegurou que tinha dado este passo “no âmbito do seu firme compromisso com Espanha, o seu país de origem e principal mercado”, e que abrirá um diálogo com os parceiros sociais para orientar a mudança de modelo.

Oscar Pierre (Barcelona, 1992) é considerado uma referência no mundo dos “empreendedores” pela criação da Glovo, mas os seus detratores censuram-no por ter fundado a sua empresa com base numa mão-de-obra de entregas que lhe valeu múltiplas sanções.

Sindicatos e grupos que representam os chamados “riders” denunciam que é prática comum alugar as contas dos motoristas de entregas a imigrantes sem documentos, que tentam ganhar dinheiro entregando comida ao domicílio de bicicleta, mota, trotineta elétrica ou mesmo a pé.

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Criatividade e inovação de mãos dadas no NEXXT Leiria

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  • 3 Dezembro 2024

O primeiro dia do NEXXT Leiria ficou marcado pela presença de vários empreendedores e caras conhecidas do grande público, que explicaram como a criatividade e a inovação podem disruptivas no mercado.

A segunda edição do NEXXT Leiria, que decorreu de 18 a 24 de novembro, arrancou com a presença de vários speakers que contaram um pouco das suas histórias de empreendedorismo e, muitas vezes, de coragem, que os levou a apostar no seu talento e criatividade para chegarem onde realmente desejavam.

O evento, que decorreu ao longo de sete dias, contou com conferências, conversas, workshops e inúmeras mesas redondas, mas foi também plataforma aberta de redes de contacto, com o objetivo de dar palco aos mais variados projetos económicos e criativos da região.

“Este evento não poderia acontecer noutra cidade. Em Leiria, queremos ser mais do que espectadores da mudança, queremos ser protagonistas da mudança. Queremos estar onde a inovação acontece, seja nas nossas escolas, nos palcos, nas ruas, nas nossas vidas. Ambicionamos que Leiria seja uma cidade propícia à inovação, seja na ciência, na tecnologia, nas artes, na economia criativa”, começou por dizer Gonçalo Lopes, presidente da Câmara Municipal de Leiria.

"O que controlar os dados vai controlar o mundo. Mas tudo aquilo que não puder ser automatizado vai explodir o valor. E o que é que não pode ser automatizado? A empatia e a criatividade. Então, qual é o grande desafio? Pensar nas pessoas.”

André Coelho, criador da marca NEXXT

Ainda na abertura do evento, André Coelho, criador da marca NEXXT, explicou que ainda “existem muitas questões sobre o futuro” e que é precisamente por isso que iniciativas como esta são importantes: “É impossível prever o futuro porque existem vários futuros. A única certeza que temos é que aquilo que poderá ser automatizado vai ser automatizado. E o que controlar os dados vai controlar o mundo. Mas tudo aquilo que não puder ser automatizado vai explodir o valor. E o que é que não pode ser automatizado? A empatia e a criatividade. Então, qual é o grande desafio? Pensar nas pessoas. Pensar a partir delas e pensar com elas. E essa é a razão pela qual estamos todos aqui reunidos, para pensarmos no futuro juntos”.

Fazer arte com música e inovação

Durante a manhã, as várias sessões dedicaram-se, sobretudo, à exploração das emoções através da arte, bem como o seu impacto em contexto profissional. Nesse sentido, Paulo Lameiro, da Musicalmente, veio apresentar o projeto “Amplify”, que acontece no seguimento do “Concertos para Bebés”, nos quais os pequenos são os “verdadeiros solistas” e os músicos apenas seguem os sons que eles vão fazendo para criarem música ao vivo.

Assim, o “Amplify” vem aumentar a capacidade de criação dos bebés ao desenvolver sensores, que serão colocados nas crianças, para medir a sua frequência respiratória e cardíaca, “tudo o que ajuda a medir a emoção do ser humano”, a fim de, depois, traduzirem “o que o bebé está a sentir para uma partitura musical”.

Esta solução inovadora mostra a adaptação a um mundo cada vez mais digital e tecnológico, mas os exemplos não se ficam por aqui. Ainda dentro do mundo da música, houve espaço para uma mesa redonda, intitulada “Leiria Music City: Innovation, Creativity, Arts & Culture”, na qual os especialistas Hugo Ferreira, da OMNICHORD; John Gonçalves, dos The Gift; e Maria Miguel Ferreira, Consultora de Inovação, deixaram mais exemplos de parcerias que devem acontecer, seja com novas tecnologias, política e marcas, para potenciar o setor.

"Primeiro, é preciso criar as condições para os músicos e um ecossistema musical. Segundo, é necessário que estas condições também aconteçam para apresentações ao vivo, tanto para os nossos como para os de fora. E a terceira etapa é quando já aparecem indústrias ligadas ao setor da música.”

Hugo Ferreira, da OMNICHORD

“Há três etapas que fomos aprendendo na criação de music city. Primeiro, é preciso criar as condições para os músicos e um ecossistema musical. Segundo, é necessário que estas condições também aconteçam para apresentações ao vivo, tanto para os nossos como para os de fora. E a terceira etapa é quando já aparecem indústrias ligadas ao setor da música. Se olharmos para Leiria como paradigma deste caminho, podemos ver algo em que a música ajudou a transformar uma cidade”, começou por explicar Hugo Ferreira.

Nesse seguimento, Maria Miguel Ferreira fez um paralelo entre a indústria musical e a tecnológica: “Tal como na área da tecnologia, as incubadoras 1.0 começaram por ser espaços que alugavam infraestruturas. Depois evoluíram e, hoje, o paradigma 4.0 das incubadoras já prevê que exista uma estrutura de suporte de serviços partilhados, uma estratégia de parcerias com empresas prestadoras destes serviços, que ajudem na profissionalização e em parcerias com os investidores de capital de risco. No entanto, no caso da indústria cultural e criativa, há diferenças. O capital de risco não se interessa minimamente por projetos na área da cultura, a não ser que tenha uma base tecnológica subjacente. Por isso, é importante trazer para as incubadoras quem conheça e consiga apoiar o acesso a fundos de financiamento na área cultura, bem como programas de aceleração”.

"Os apoios do privado só existem quando há público.”

John Gonçalves, dos The Gift

Por sua vez, John Gonçalves, acrescentou, ainda, a parceria com marcas como fundamental para o crescimento do setor e, para isso, deu o exemplo dos The Gift. “Nós, nos The Gift, temos sabido cativar alguns sponsors que nos permitem fazer os projetos. Temos conseguido falar a linguagem do mercado e tivemos a capacidade e o talento de juntar o produto artístico com os sponsors“.

O músico deu, ainda, alguns exemplos de parcerias que fizeram com várias marcas conhecidas do grande público, mas também mencionou algumas marcas da região, que os apoiaram no início de carreira e continuam a prestar esse patrocínio agora. Em ambos os casos, salientou que “os apoios do privado só existem quando há público”.

As marcas enquanto alavancas da arte

A importância das marcas como parceiras das artes continuou a ser destacada por Carlos Coelho, da Ivity Brand Corp, que na sua apresentação começou por dizer que “as marcas e as artes têm poderes que devem ser valorizados”: “É uma coisa esquisita separar as marcas da cultura. Como se a cultura fosse algo que pudéssemos prescindir ou se tivéssemos alguma outra forma de nos relacionarmos com o mundo que não fosse através da nossa capacidade cultural”.

Carlos Coelho explicou, por isso, que as marcas, para terem sucesso, devem responder a três corpos, nomeadamente, o corpo físico, o corpo emocional e o corpo espiritual. “Precisamos de unir os três corpos para unificar. Inicialmente, as marcas surgiram para responder às necessidades do corpo físico, mas depois tiveram de acrescentar a emoção ao que vendiam para torná-lo mais interessante e atrativo e, agora, eu acredito que caminhamos para uma terceira geração, onde as marcas têm de ver para além do visível e conectar com aquilo que não é o óbvio, com estreita ligação com a natureza”, revelou.

A mesma opinião foi partilhada por Lourenço de Lucena, da Blug Group, que acrescentou que a tecnologia pode ajudar nesse caminho, mas se usada com equilíbrio. “A tecnologia trouxe enorme conveniência. Faz parte da dinâmica dos nossos tempos e está cá para nós facilitar a vida, mas tornou-nos preguiçosos, apáticos sensoriais, mais distantes. Então como podemos ser mais físicos e mais humanos num tempo em que somos empurrados para a tecnologia? De que forma as nossas marcas podem capitalizar a fisicalidade? De que forma podemos dar corpo sensorial para que as experiências sejam mais humanas?”, questionou.

"Um grande incentivo que as artes trazem muito para a indústria é esta ideia de autonomia e de emancipação. O grande desafio que tem de ser lançado é que o tempo da liberdade não é um tempo de passar tempo.”

José Teixeira, da DST GROUP

O responsável apresentou alguns exemplos de como a tecnologia e a arte podem ajudar nisso, como a criação de uma música associada a uma marca, algo que ele faz com o objetivo de despertar o lado sensorial dos clientes que, quando escutam determinados sons, vão sentir emoções positivas que, por consequência, acabam relacionadas à marca. Além do lado auditivo, Lourenço de Lucena vai mais longe e fala, também, de se associarem cheiros a marcas, algo que ele também faz, criando fragrâncias que, de igual forma, despertam sensações positivas em quem as cheira e que, por exemplo, ao entrar numa loja que tenha um difusor com esse ambientador vai associar isso àquele lugar.

“Um grande incentivo que as artes trazem muito para a indústria é esta ideia de autonomia e de emancipação. O grande desafio que tem de ser lançado é que o tempo da liberdade não é um tempo de passar tempo”, disse, por sua vez, José Teixeira, da DST GROUP, mais focado em perceber o lado dos trabalhadores neste benefício da arte no âmbito profissional. “Como ouvimos os trabalhadores para lá dos muros presentes? Só com a liberdade das artes é que consegue fazer isto”, garantiu.

José Teixeira afirmou mesmo que “pela nossa natureza, nós somos artistas”, mas essa liberdade de ser vai sendo perdida à medida que as pressões da vida e das profissões são impostas. “A experiência do trabalho hoje é algo que tem de mudar completamente, isto porque vivemos no trabalho com uma ausência cinestésica”, disse, mas alertou que isso é uma “clara oportunidade” para as empresas começarem a fazer diferente.

Infelicidade como facilitador da mudança

As sessões da manhã terminaram duas histórias de sucesso, nas quais a infelicidade serviu como motor para uma mudança de vida e de inspiração para muitas outras pessoas. Trata-se da história de Madalena Carey, fundadora da Hapiness Business School, e de Catarina e Filipe, mais conhecidos por All Aboard Family.

“A Happiness Business School é uma academia para a felicidade corporativa, que visa alavancar estruturas de trabalho mais sustentáveis”, começou por dizer Madalena Carey, que partilhou que esta iniciativa surgiu fruto da sua própria infelicidade, uma vez que foi diagnosticada com depressão aos 10 anos e, depois de terminar uma licenciatura, decidiu ir para a Austrália, onde começou a estudar sobre psicologia positiva e a perceber de que forma poderia ajudar outras pessoas a não passarem pelo mesmo.

Depois de perceber que a maior parte das pessoas com quem falava se sentia infeliz por questões laborais, a decisão de criar esta academia consolidou-se. “Como melhoramos? Olhando para as equipas e organizações como seres humanos e não como máquinas. A felicidade no trabalho assenta em dois pilares: resultados e relações”, disse.

"Como melhoramos? Olhando para as equipas e organizações como seres humanos e não como máquinas. A felicidade no trabalho assenta em dois pilares: resultados e relações.”

Madalena Carey, Hapiness Business School

O mesmo ponto de partida (infelicidade) também foi o que motivou o casal Catarina e Filipe a vender todos os seus bens materiais, inclusivamente a casa onde viviam, para partirem à aventura, viajando o mundo, na altura apenas com um filho, mas agora com três. Assim nasceu o projeto All Aboard Family, no qual tinham como objetivo partilhar duas coisas: como uma doença não pode paralisar uma vida e como viajar com filhos é possível e enriquecer para as crianças.

Filipe Almeida tem insuficiência renal e, desde que começou a fazer hemodiálise, sentiu que estava a ganhar vida, mas que não a estava a aproveitar. Já Catarina Almeida era team líder numa multinacional, mas questionava o que saberia fazer além daquilo e, com a doença do marido, ganhou o mesmo ímpeto de avançar: “Há um dia em que eu, muito zangada no meu trabalho, digo ao Filipe ´vamos dar a volta ao mundo´. Disse-lhe que íamos criar a nossa página para podermos partilhar a nossa história, com as nossas missões. Vendemos tudo e com esse valor fomos descobrir o mundo com o Guilherme, com dois anos”.

Educar através da arte

A segunda parte do evento, durante a tarde, começou com uma mesa redonda, intitulada “O poder das Emoções; A educação ligada à natureza, à música e ensino”, da qual fizeram parte Luís Brito e Faro, da Brave Generation Academy; Vanessa Aires, da KETI KETA, CreativeYou, TORKECC; e Ricardo Cardoso, fundador da escola das emoções.

“Eu tenho uma convicção muito forte de que nós somos pouco mais do que emoções. Podemos acrescentar a questão da mente e do pensamento, mas nada existe sem o nosso poder emocional. E isso sente-se nas empresas quando os trabalhadores não conseguem comunicar que não estão motivados. Tudo isso é o poder das emoções”, começou por dizer Ricardo Cardoso.

Esta convicção foi corroborada por Vanessa Aires, que acrescentou: “Há muitos profissionais que não estão conectados com as suas emoções. E isso acontece muito porque não aprendemos a fazer essa navegação pelas emoções. A verdade é que emoções todos temos, são inatas, mas é preciso saber navegar nelas. O desafio é chegar a essas pessoas, principalmente as que lidam com crianças, e ensiná-las a navegarem essas emoções”.

"Há muitos profissionais que não estão conectados com as suas emoções. E isso acontece muito porque não aprendemos a fazer essa navegação pelas emoções. A verdade é que emoções todos temos, são inatas, mas é preciso saber navegar nelas.”

Vanessa Aires, da KETI KETA

A importância de explorar as emoções desde criança e de ter orientadores, como progenitores, professores e educadores, a ajudar nesse caminho é fundamental. E foi com esse objetivo em mente, de permitir uma navegação mais livre nas emoções, que nasceu a Brave Generation Academy. A escola tem, de acordo com Luís Brito e Faro, “um modelo de aprendizagem auto dirigida, na qual o aluno percebe onde está, para onde quer ir, e escolhe o plano que tem de fazer para lá chegar. Percebe, ainda, quais são as suas paixões e explora isso”.

Ainda dentro de projetos dedicados à educação, Rui Amado e Gil Jerónimo apresentaram o Projeto Mus-e, que tem como objetivo promover a inclusão em contexto escolar através do desenvolvimento das áreas de expressão artística nas escolas. Atualmente, o projeto marca presença em 12 países e 265 cidades, e conta com 1022 artistas.

Em Leiria, estão presentes na EB1 Marrazes e Gil Jerónimo garante que têm conseguido, com o uso da expressão artística, fazer com que “os alunos conheçam melhor a cidade e promovam a tal inclusão na sua própria cidade”. Rui Amado acrescentou também que “o artista Mus-e é, principalmente, alguém que olha para a sociedade e para o mundo e que, com a sua arte, consegue falar sobre isso”.

Inclusão na expressão do talento

A inclusão também foi a inspiração para a criação do projeto social “Mundu Nôbu”, que empodera e inspira jovens de comunidades menos representadas a atingirem todo o seu potencial individual e coletivo através da educação, da participação cívica e da celebração cultural. Dino Santiago, criador do projeto, revelou: “Acima de tudo, o principal objetivo é fazer com que eles sintam com que a “Mundo Nôbu” é uma família, que mesmo passados aqueles três anos, vai continuar a ser uma família”.

Atualmente, o projeto, totalmente gratuito, é exclusivo para residentes dos bairros sociais do município de Lisboa, com idades entre os 14 e os 18 anos. “Esta faixa etária é importante porque é quando alguns comportamentos e decisões começam a afetar de forma importante a vida adulta. A primeira pergunta que lhes fazemos é como imaginam o seu futuro. A maioria das respostas carregam muita dor e solidão e temos de criar espaço para estes jovens saírem do modo de sobrevivência”, esclareceu Liliana Valpaços, também responsável pelo projeto.

"Não existe tradução para a palavra futuro nas línguas que se falam em Moçambique. E isso já diz muito. Mas todos os dias aprendia algo novo com aquelas crianças.”

Luís Mileu, Fotógrafo/Designer

O tema da inclusão foi também mote de uma mesa redonda, dedicada a perceber o projeto “Futuros Presidentes”, da qual fizeram parte Jorge Trindade, Big Fish; Luís Mileu, Fotógrafo/Designer; e Ricardo Henriques, Copywriter. “Este projeto nasce da necessidade de darmos visibilidade ao trabalho de 10 anos da ONG Helpo, que trabalha com crianças em idade escolar para garantir que elas conseguem estar na escola, em Portugal e Moçambique”, começou por dizer Jorge Trindade.

“Numa primeira fase, estivemos nas comunidades e divulgamos esse trabalho em cada comunidade. Depois, houve uma segunda fase, na qual demoramos 2/3 meses, para amadurecer as entrevistas e retratos que fomos fazendo”, explicou Luís Mileu. Estas entrevistas e retratos culminaram numa exposição, onde, de acordo com Ricardo Henriques, que entrevistou muitas crianças, se podia aprender muito com os seus relatos: “Não existe tradução para a palavra futuro nas línguas que se falam em Moçambique. E isso já diz muito. Mas todos os dias aprendia algo novo com aquelas crianças”.

Mas o que é o talento?

Apesar de o talento poder ser o ponto de partida para a inclusão, ele também pode ser a força motriz do propósito de cada pessoa. A questão é: sabe-se mesmo o que é um talento? Para Tiago Forjaz, da The Epic Talent Society, “a maior parte das pessoas não sabe distinguir uma skill de um talento”. “Um talento é algo que eu faço e eu gosto, mas eu posso escolher aplicá-lo de maneiras diferentes e essa aplicação é uma skill“.

A mesma pergunta também foi respondida por Raquel Machado, da BLIP – a Flutter Company, que não hesitou em dizer que a maior parte das pessoas desconhece os seus talentos e, por causa disso, “vão aceitando desafios profissionais que nem sempre ressoam com o que gostam”. “Sabiam que as empresas que investem na identificação e desenvolvimento do talento individual têm um resultado de 29% superior de lucro do que as que não fazem nada? Isto não é acaso nem coincidência. Mas sim uma estratégia usada pelas melhores empresas da Forbes 500”, revelou.

Para Rita Sambado, da The School of Being, encontrar o nosso talento parte de sair da zona de conforto e de outros dois aspetos, nomeadamente “ter uma visão extraordinária e começar grande”, sem medos, e “ter o coração lá”, reforçando que o mais importante é a pessoa sentir que aquilo lhe faz sentido. “Não interessa se quem está ao lado gosta ou entende. O que interessa é que é nosso. Só assim vamos ter o entusiasmo suficiente para continuarmos. Vamos, cada um de nós, tornar a nossa visão tão irresistível que não tem como não se tornar inevitável”, garantiu.

"Talentos podem ser identificáveis. E quando são identificáveis, eles começam a ser mais objetivos porque nos permitem construir planos de ação muito mais concretos.”

Raquel Machado, BLIP - a Flutter Company

O talento também foi o ponto de partida para a mesa redonda “Talento 4.0 – Capital Humano na Era Digital”, na qual Raquel Machado, BLIP – a Flutter Company, afirmou: “Talentos podem ser identificáveis. E quando são identificáveis, eles começam a ser mais objetivos porque nos permitem construir planos de ação muito mais concretos”.

Esses planos de ação concretos podem passar, muitas vezes, por implementar novas medidas dentro das empresas, que deixem os seus colaboradores mais livres, fator que todos concordam ser muito valorizado hoje em dia. João Mota, da Void Software, explicou que, na empresa, têm “a possibilidade de teletrabalho implementada” há muitos anos, mas, com “o fenómeno da COVID, agora passou a ser standard”, e isso fez com que houvesse “uma perda de cultura da empresa”, algo que considera abrir oportunidade para novas medidas com vista a atração de talento.

Estas remodelações acabam por ser necessárias e Paulo Pinto, da La Redoute, explicou isso muito bem, usando o exemplo de renovação na equipa de recursos humanos da sua empresa. “Criamos um programa de recursos humanos muito forte, que era o VOCÊ. Esse programa consistiu numa nova equipa de RH, sem vícios, e que tivesse vocacionada para criar valor nas pessoas, com vista a enfatizar a componente humana”, disse.

Nesse sentido, João Bogalho, da Leadzai, reforçou que as pessoas devem procurar as pessoas certas para as suas organizações serem bem sucedidas: “As pessoas certas têm de ter os valores da organização. São pessoas que entendam o que queremos resolver e que contribuem”. Para isso, Paulo Martins, da Incentea, considera importante colocar tudo o que é talento, ou seja, o que se gosta de fazer, no CV. “Há tantas coisas que não pomos no nosso CV e que nos trazem valor para o que queremos construir. Todos vivemos com um propósito e temos de ter uma visão clara do que queremos. Primeiro, é importante para o colaborador sentir a empresa como uma família, na qual quer construir algo e da qual receberá o retorno financeiro”, disse.

O papel dos líderes

Esta valorização, captação e fomento de talento partem, muitas vezes, do tipo de líderes que estão à frente das organizações. “O que nós mais gostamos é de líderes que nos inspiram, que nos fazem fazer”, referiu João Arozo, da Leadzai. No entanto, nem todas as pessoas que podem ser líderes, a começar pelas suas próprias vidas, decidem sê-lo, mas a mudança começa por aí. Quem o disse foi Sofia Castro Fernandes, criadora do blog “Às 9”.

“Há muita gente que tem a oportunidade de mudar e, ainda assim, continua em cima do prego. E as pessoas que estão a vida toda sentadas em cima de um prego encontram sempre desculpas para não fazerem nada. O importante aqui é perceber qual é o difícil que vou escolher. Vou ficar a trabalhar com este cliente difícil ou vou à procura de outros clientes? Ambas as escolhas são difíceis, então qual é o difícil que eu vou escolher?”, exemplificou.

"É muito importante nós, líderes, sentirmos e ouvirmos as preocupações da nossa equipa. E, com isso, adaptar a nossa liderança de forma a sermos mais transparentes na nossa comunicação e encontrarmos maneiras de recompensar as nossas equipas.”

Sónia Calado, do Grupo DRT

Nesse sentido, várias líderes presentes na última mesa redonda do evento dedicada ao tema, explicaram o que era uma boa liderança para elas. Sónia Calado, do Grupo DRT, ressalvou a importância de liderar com sensibilidade: “É muito importante nós, líderes, sentirmos e ouvirmos as preocupações da nossa equipa. E, com isso, adaptar a nossa liderança de forma a sermos mais transparentes na nossa comunicação e encontrarmos maneiras de recompensar as nossas equipas”.

Para Tânia Galeão, do Instituto Educativo do Juncal, trata-se de “trabalhar com o coração”. Para isso, a responsável garante que se coloca muito no lugar dos outros e que isso a ajuda: “Eu acho que é o facto de me envolver como se fosse um aluno, como se um professor, uma não docente. Tento não perder o foco nem o que se quer para a escola, mas envolvo-me muito”.

“Nós temos de servir e a nossa missão é servir no sentido de ter a capacidade de aferir as expectativas das pessoas. Acima de tudo, queremos manter o bem-estar das pessoas, as respostas adequadas às suas necessidades, e, para isso, temos de estar permanentemente a ouvir”, concluiu Catarina Louro, da Câmara Municipal de Leiria.

NEXXT Leiria 2024

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Lagos reforça orçamento para o próximo ano em 27%

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

A Assembleia Municipal de Lagos aprovou o orçamento municipal para 2025, no valor de 124,4 milhões de euros, mais 27% do que para este ano, priorizando a habitação, abastecimento de água e educação

A Assembleia Municipal de Lagos, no Algarve, aprovou o orçamento municipal para 2025, no valor de 124,4 milhões de euros, mais 27% do que para este ano, priorizando a habitação, abastecimento de água e educação, foi hoje anunciado.

O Orçamento e Grandes Opções do Plano do município do distrito de Faro foram aprovados na segunda-feira por maioria, com 16 votos a favor do PS, seis abstenções do PSD (3), CDU (2) e BE (1) e os votos contra do Chega (1) e do movimento Lagos Com Futuro (2).

Os documentos de planeamento financeiro para o próximo ano foram aprovados pelo executivo municipal no final de novembro, também por maioria, com os votos a favor dos quatro vereadores do PS e com as abstenções dos dois eleitos do PSD.

O total da receita e da despesa prevista ascende a 124.406,400 euros, um aumento de 26,312 milhões de euros em relação a este ano, cujo orçamento rondou os 98 milhões de euros, com 61 milhões agora afetos ao Plano Plurianual de Investimento.

As áreas da habitação, abastecimento de água, ensino não superior, indústria e energia, administração geral e proteção do meio ambiente e conservação da natureza, consomem 75% dos 61 milhões afetos ao plano, refere a autarquia em comunicado.

O investimento em habitação é uma das principais prioridades, com uma verba destinada de mais 14,1 milhões de euros, que inclui a construção de 260 fogos a custos controlados, no âmbito do programa 1.º Direito.

Seguem-se as áreas do abastecimento de água (9,3 milhões), ensino não superior (8,7 milhões), indústria e energia (5,4 milhões), administração geral (4,8 milhões) e da proteção do meio ambiente e conservação da natureza (4 milhões), detalhou o município.

Segundo a autarquia, as “opções estratégicas, investimentos e ações foram alinhados com os objetivos de desenvolvimento sustentável, cujo desempenho tem estado a ser monitorizado através de um conjunto vasto de indicadores que integram o índice de sustentabilidade municipal”.

Ao nível de impostos, o município vai abdicar da totalidade da taxa (5%) de participação no IRS sobre os rendimentos, no seguimento do plano, “em manter a política de desagravamento fiscal das famílias e empresas”.

Já no Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) a autarquia vai aplicar uma taxa de 0,8% para os prédios rústicos e de 0,3% para os prédios urbanos avaliados.

Ao nível fiscal vai ser mantida a minoração em 30% da taxa de IMI para os imóveis intervencionados na Área de Reabilitação Urbana (ARU) da cidade ao abrigo da concessão de licenças de utilização emitidas em 01 de dezembro de 2023 e 30 de novembro de 2024.

Vai ser igualmente mantida a majoração para o triplo da taxa de IMI para os prédios devolutos há de mais de um ano e para os prédios em ruínas situados na ARU, refere a autarquia.

Por outro lado, será aplicada uma redução na taxa de IMI tendo em conta o número de dependentes e não será lançada qualquer cobrança de derrama para as empresas.

“Num período em que a inflação tem um impacto cada vez maior nas vidas das famílias e na economia local, a autarquia lacobrigense pretende manter estas medidas de apoio como forma de mitigação desses encargos”, conclui.

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Casais suspende atividade na Alemanha pela primeira vez em 30 anos

O líder da construtora bracarense justificou a decisão com o difícil momento que o setor enfrenta no país, adiantando que "não há edificação".

Presente no mercado alemão desde 1994, o Grupo Casais tomou a decisão de suspender a atividade na Alemanha, aquele que foi “o berço da internacionalização do Grupo Casais”, confirmou o CEO da empresa de construção. De acordo com António Carlos Rodrigues, “não há edificação” no país neste momento.

Vamos suspender a nossa atividade na Alemanha pela primeira vez em 30 anos“, adiantou o empresário, numa intervenção durante a 7.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Alfândega do Porto.

De acordo com a informação divulgada no site do grupo de construção, a Alemanha foi “o berço da internacionalização do Grupo Casais”, sendo que o primeiro projeto da empresa no país foi a requalificação de um quarteirão da cidade de Halle (Saale) e, “desde então, temos vindo a empreender obras nos mais diversos setores, nomeadamente edifícios públicos, residenciais, comerciais, escritórios, desportivos, industriais, infraestruturas hidráulicas, obras de engenharia, entre outros”, refere o site.

CEO da Casais, António Carlos RodriguesRicardo Castelo

“Nos últimos anos, temos executado predominantemente edifícios, entre os quais, as empreitadas Friends Tower, Bavaria Towers e Nockherberg, em Munique”, acrescenta a empresa na sua página da Internet.

Três décadas volvidas, a empresa não tem projetos que justifiquem manter a atividade no país, focando a sua atenção noutros mercados, com o CEO da Casais a destacar que a atividade internacional tem um impacto significativo nas contas.

Com cerca de 50% das receitas nos mercados internacionais — peso já foi maior, mas Portugal tem vindo a recuperar –, “temos de crescer lá fora porque sabemos que o nosso mercado não é elástico“, admite.

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Marcelo promulga com reparo diploma do Governo sobre contratação de médicos

  • Lusa
  • 3 Dezembro 2024

O Presidente da República lamenta "que se regresse a um procedimento centralizado do concurso na Administração Central do Sistema de Saúde, por incapacidade atual das ULS devido a falta de meios”.

O Presidente da República promulgou esta terça-feira o diploma que altera o decreto-lei que estabelece um regime especial para admissão de pessoal médico na categoria de assistente, mas lamentou que se regresse a um concurso centralizado.

Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa deixa um reparo, “lamentando que se regresse a um procedimento centralizado do concurso na Administração Central do Sistema de Saúde, I.P., por incapacidade atual das Unidades Locais de Saúde devido a falta de meios, e o que isso implica de indefinição em áreas importantes do Serviço Nacional de Saúde”.

Nesse sentido, e “atendendo à urgência invocada pelo Governo na contratação de pessoal médico na categoria de assistente”, o Chefe de Estado promulgou o diploma que procede à alteração do Decreto-Lei n.º 41/2024, de 21 de junho, que estabelece um regime especial para admissão de pessoal médico na categoria de assistente.

O decreto-lei estabelecia um regime especial de admissão de pessoal médico, na categoria de assistente da carreira médica das entidades públicas empresariais integradas no Serviço Nacional de Saúde e da carreira especial médica.

O Presidente da República também promulgou o diploma que procede à alteração do Decreto-Lei n.º 82/2009, de 3 de abril, fixando o montante do suplemento remuneratório a pagar aos médicos que exerçam funções de autoridade de saúde.

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