Autarca de Vila Real critica horários dos voos entre Trás-os-Montes e Algarve. “Serviços piorou”

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2025

O serviço é retomado em moldes que “não são os mais adequados”, diz autarca de Vila Real, uma vez que o avião da Sevenair não aterra às quartas e quintas-feiras nesta cidade.

O presidente da Câmara de Vila Real lamentou esta quinta-feira que a carreira área Trás-os-Montes/Algarve, que é retomada a 19 de fevereiro, não pare às quartas e quintas-feiras nesta cidade, considerando que o “serviço piorou” com este Governo.

Em reação ao regresso da ligação que une o Norte e o Sul do país, entre Bragança e Portimão e paragem em Vila Real, Viseu e Cascais, o socialista Rui Santos afirmou que “vale mais tarde do que nunca”. No entanto, considerou que o serviço é retomado em moldes que “não são os mais adequados”, já que o avião não aterra às quartas e quintas-feiras na cidade de Vila Real.

“E isso obviamente desagrada-nos e espero que, mais cedo do que tarde, essa situação possa ser retificada”, afirmou. A carreira aérea regional foi interrompida a 30 de setembro, altura em que terminou o último ajuste direto à empresa Sevenair, enquanto se esperava o desfecho do concurso público internacional.

Decorrente do novo contrato de concessão, válido por quatro anos, a Sevenair retoma na quarta-feira os voos diários de segunda a sábado até março, duplicando a frequência entre abril e outubro, reforçando assim a oferta de operação num período de maior procura. Rui Santos lembrou que Vila Real, Viseu e Bragança são as únicas capitais de distrito que não têm comboio e, “por isso, talvez se justifique mais uma linha aérea”.

“Mas lembro também que essa linha aérea devia funcionar todos os dias da semana, era assim que acontecia no passado recente e este concurso trouxe-nos a novidade de às quartas e quintas-feiras o avião não aterrar em Vila Real, nem em Viseu, nem em Cascais”, frisou.

Segundo os horários disponibilizados pela empresa concessionária do serviço aéreo, entre 19 de fevereiro e 29 de março há menos ligações, já que às quartas e quintas-feiras o avião só liga Bragança a Cascais. Depois de 31 de março e até 24 de outubro, os aviões passam a aterrar em todas as cidades e a frequência duplica também.

“Tudo serve de desculpa e de justificação. O facto é que o serviço público que tínhamos piorou com este Governo”, afirmou Rui Santos, considerando que a redução dos horários é “uma opção estranha e lesiva para os interesses quer da carreira aérea como um todo, quer dos cidadãos que insistem e resistem em viver neste território”.

O autarca socialista disse ainda que “estranhamente esta carreira aérea esteve encerrada entre 2011 e 2013 e agora e que estes momentos têm um denominador comum que é um Governo que olha para o Interior de forma muito pouco cuidada”. O anterior contrato entre o Estado e a empresa de serviços aéreos decorreu entre março de 2019 e fevereiro de 2022, tendo sido prorrogado até fevereiro de 2024, mês em que foi feito um ajuste direto e o número de voos diários foi reduzido.

Em setembro, a companhia área anunciou que o transporte iria parar até que fosse paga a verba que tinha a receber do Estado, por estar numa situação de “estrangulamento de tesouraria”. O resultado do concurso público foi conhecido no final de 2024, com a única concorrente – a Sevenair –, que presta o serviço desde 2009, a ser escolhida para continuar a operar nos próximos quatro anos.

Esta quinta, o Ministério das Infraestruturas e Habitação anunciou que o Tribunal de Contas (TdC) emitiu o visto prévio ao contrato de concessão para a ligação aérea regional entre Bragança e Portimão. Em comunicado explicou que o visto ao contrato, válido por quatro anos, assinado entre o Estado e a empresa Sevenair no final de 2024, permite que seja retomada a ligação aérea entre Bragança, em Trás-os-Montes, e Portimão, no Algarve.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

António Granado indicado pelo Conselho de Opinião para o CGI da RTP

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2025

Além de Arons de Carvalho, integram o CGI Ana Margarida de Carvalho, Isabel Medina, Isabel Pires de Lima e Vítor Caldeira.

O Conselho de Opinião da RTP indicou o professor António Granado para o Conselho Geral Independente (CGI), depois da renúncia de Leonor Beleza como membro do órgão em novembro, de acordo com informação disponível no ‘site’.

“O Conselho de Opinião da RTP indicou o professor António Maria Salvado Coxito Granado como membro do Conselho Geral Independente”, refere o órgão liderado por Deolinda Machado, num comunicado datado de 20 de janeiro.

Em 4 de novembro, Leonor Beleza, na altura presidente do CGI, confirmou à Lusa que tinha renunciado à qualidade de membro do órgão por considerar que não deveria manter-se como tal quando pertence à direção de um partido político.

Em 11 de novembro, o CGI, o órgão de supervisão e fiscalização interna do cumprimento das obrigações de serviço público de rádio e televisão previstas no contrato de concessão celebrado entre a sociedade e o Estado, elegeu Alberto Arons de Carvalho presidente, substituindo Leonor Beleza no cargo.

Além de Arons de Carvalho, integram o CGI Ana Margarida de Carvalho, Isabel Medina, Isabel Pires de Lima e Vítor Caldeira.

O CGI é composto por seis elementos, sendo um presidente e cinco vogais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CNP Assurance atinge pontuação máxima em índice de igualdade de género

  • ECO Seguros
  • 13 Fevereiro 2025

Representatividade feminina nos cargos de gestão da seguradora também é significativa, com 40% do comité executivo e 40% dos altos quadros da empresa sendo mulheres, sem contar nas subsidiárias.

A CNP Assurances, grupo segurador ao qual pertence a CNP Iberia, obteve a pontuação máxima de 100/100 no índice de igualdade de género no trabalho 2024 elaborado pelo ministério do Trabalho e Emprego francês.

Marie-Aude Thépaut, diretora-geral da CNP Assurances: “Estamos empenhados em criar um ambiente de trabalho onde todos, independentemente do seu género, possam desenvolver-se profissionalmente e contribuir plenamente para os nossos objetivos”.

Assim como em 2022, a CNP Assurances alcançou a pontuação máxima em todos os critérios do índice: 40/40 na igualdade salarial entre homens e mulheres, 20/20 nos aumentos salariais individuais, 15/15 nas diferenças de promoção, 15/15 na percentagem de colaboradores que receberam um aumento salarial após a licença de maternidade e 10/10 na distribuição dos salários mais elevados entre mulheres e homens.

Liderada por Marie-Aude Thépaut, a representatividade feminina nos cargos de gestão da seguradora também é significativa, com 40% do comité executivo e 40% dos altos quadros da empresa sendo mulheres, com base na média anual da CNP Assurances excluindo as suas subsidiárias. A seguradora é liderada por uma equipa inteiramente feminina, com Véronique Weill como presidente do conselho de administração e Marie-Aude Thépaut como diretora-geral.

“Estamos empenhados em criar um ambiente de trabalho onde todos, independentemente do seu género, possam desenvolver-se profissionalmente e contribuir plenamente para os nossos objetivos” afirma Marie-Aude Thépaut, diretora-geral da CNP Assurances.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trump anuncia tarifas recíprocas a todos os parceiros comerciais

O presidente norte-americano anunciou um programa para impor a todos os países a taxa máxima que é cobrada aos Estados Unidos, em cada produto transacionado. Mas não há datas para entrar em vigor.

O presidente dos EUA anunciou esta quinta-feira a imposição de tarifas recíprocas com todos os parceiros comerciais, ou seja, igualando as taxas dos direitos aduaneiros cobrados por cada país na importação de produtos norte-americanos. O princípio é de que os EUA cobrem a taxa máxima que outros países cobram aos seus produtos, embora faltem praticamente todos os detalhes acerca deste programa.

Para já, Donald Trump assinou um memorando a pedir à sua equipa para estabelecer as condições concretas de como esta medida iria funcionar. E não há qualquer calendário formal para que tal aconteça. “Queremos um jogo equilibrado”, afirmou o responsável, em conferência de imprensa.

A tarefa de preparar o dossier detalhado com a política de tarifas, e as taxas específicas, ficou nas mãos de Howard Lutnick, o recém-nomeado diretor do Departamento do Comércio. Esse trabalho começará pelos países com os quais os EUA têm um maior défice comercial.

Trump manifestou a expectativa de que, perante este cenário, vários países baixem as suas tarifas sobre produtos norte-americanos, naquilo que parece ser mais um episódio da sua forma de negociar: ameaçar uma medida forte mas que pode não chegar sequer a ser implementada. Ainda assim, admitiu que é possível que muitos países se recusem a baixar as tarifas.

Um responsável da Casa Branca falou aos jornalistas de forma a enquadrar as afirmações de Trump mas confirmou que não há um calendário fechado para que este plano das tarifas recíprocas esteja no terreno, embora o draft das medidas concretas possa estar preparado dentro de algumas semanas. Segundo Trump, “a falta de reciprocidade é uma das fontes do grande e persistente défice comercial” dos Estados Unidos.

Um dos pontos focados por Trump e por fonte oficial da Casa Branca é o IVA cobrado na Europa, que tecnicamente não é uma tarifa mas que encarece os produtos americanos. Este imposto deverá ser incluído no cálculo da tarifa que os norte-americanos pretendem impor aos produtos europeus.

Questionado sobre o efeito que esta guerra tarifária poderá ter sobre a economia e os consumidores norte-americanos, Trump afirmou que pode haver um “ligeiro aumento dos preços no curto prazo”, mas diz que não é certo que tal aconteça. Mostra mais certezas quanto ao emprego – “vai subir” – e as taxas de juro – “vão descer”.

Num evento anunciado pelo próprio Trump como dedicado ao tema das tarifas, o presidente norte-americano acabou por abandonar o assunto, acabando por falar longamente aos jornalistas acerca da Ucrânia, do Canadá ou da venda do Tiktok.

Desde que voltou à Casa Branca a 20 de janeiro, o republicano tem feito vários anúncios sobre medidas de comércio internacional, nomeadamente tarifas de 25% na importação de bens do Canadá e do México (entretanto adiadas por um mês) e de 10% para importações da China.

No domingo, Trump afirmou que quer impor tarifas de 25% às importações de alumínio e aço, prometendo anunciar também esta semana medidas alfandegárias recíprocas para os parceiros comerciais. A confirmar-se, a União Europeia já prometeu que irá retaliar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal contribui com 17 milhões de euros para os lucros da Mapfre

Prémios emitidos sobem para 28 mil milhões de euros em 2024, com os seguros Não vida a pesar 79% dos quais mais de metade provêm dos segmentos automóvel e de património e acidentes, juntos.

A Mapfre obteve um lucro líquido de 902 milhões de euros em 2024, mais 30% em termos homólogos e deste valor 367 milhões foram provenientes da operação ibérica, mais 1,6% face a 2023, tendo as seguradoras do grupo em Portugal contribuído com 17 milhões para o resultado. A região LATAM continua a ser a maior contribuidora para os lucros do grupo com 408 milhões de euros (mais 34 milhões que em 2023).

António Huertas: “O dividendo atingiu um novo máximo histórico e é a prova do nosso compromisso com os acionistas”.

Excluindo o lucro extraordinário de 46,5 milhões resultante da arbitragem pela rutura da aliança com o Bankia, o crescimento do resultado teria superado 17% na Ibéria, cerca de 52 milhões a mais do que no ano anterior.

O volume de negócios da Mapfre em 2024 atingiu 33,2 mil milhões de euros, o maior de sempre, com os prémios de seguro a significar 28,1 mil milhões da receita, mais 4,5% (e 6,5% em câmbio constante) em termos homólogos. Os seguros Não Vida pesam quase 79% na receita proveniente dos prémios emitidos, dos quais mais de metade provém dos segmentos automóvel e de património e acidentes, juntos.

Na Península Ibérica o volume de prémios emitidos atingiu 9,1 mil milhões de euros, mais 3% em termos homólogos, dos quais Espanha contribui com cerca de 8,7 mil milhões. A faturação em prémios aumentou 42,4% em Portugal empurrado pela “forte crescimento” nos produtos de poupança.

O índice que mede a rentabilidade técnica dos seguros Não Vida – rácio combinado (RC) – situou-se nos 94,4%, menos 2,8 pontos percentuais face ao ano anterior. Até um rácio combinado (RC) de 100% as empresas registam lucro, assim, os resultados do grupo foram melhores em termos homólogos porque quanto mais essa percentagem cai significa que mais recebe do que paga. A melhoria no resultado técnico foi impulsionada pela ausência de sinistros significativos e por medidas técnicas implementadas na companhia, indica a Mapfre. No entanto, para o segmento automóvel foi indicado um rácio combinado (RC) de 105,4% (resultados técnicos negativos e superiores em 1,7 pontos percentuais em termos homólogos).

Nos seguros proteção vida o RC foi de 85,5% no ano passado, mais 2,9 pontos percentuais em termos homólogos.

O grupo segurador atingiu um ROE (Return on equity), indicador que mede a rentabilidade de uma empresa em relação ao capital próprio dos acionistas, de 10,9% (ROE ajustado de 12%), ou seja, 1,9 pontos percentuais acima da registada em 2023.

Para os resultados do grupo pesaram negativamente:

  • Maior frequência de eventos atmosféricos, destacando as tempestades na Europa e as inundações no Brasil na região Rio Grande do Sul, com um impacto conjunto de 82 milhões líquidos;
  • A desaceleração do negócio agrícola no Brasil e altas taxas de juro que têm desacelerado a contratação de seguros – especialmente dos seguros agrícolas;
  • A desvalorização de moedas locais da América Latina pesam no crescimento;
  • O impacto de 90 milhões devido à desvalorização parcial do fundo de comércio da Verti Alemanha (75 milhões em 2023 nos Estados Unidos).

Não obstante a maior frequência de eventos atmosféricos, o cenário climático e catastrófico foi mais favorável que em 2023 e, juntamente com os ajustes tarifários impulsionaram o crescimento rentável.

O índice de Solvência II do grupo alcançou 202,4% em 2024, em comparação com os 199,6% do final do ano anterior e dentro da faixa prevista como objetivo.

O desempenho empresarial do grupo fez com que o Conselho de Administração propusesse à Assembleia Geral e Acionistas um dividendo complementar do exercício de 2024 de 9,5 cêntimos brutos por ação, para um dividendo total de 16 cêntimos.

“Estes resultados, os melhores da história da empresa, refletem a nossa ambição de crescimento e de excelência técnica, decorrente da execução do nosso Plano Estratégico. O dividendo atingiu um novo máximo histórico e é a prova do nosso compromisso com os acionistas. Iniciamos 2025 cheios de otimismo e com a confiança de que continuaremos criando valor”, afirma Antonio Huertas, presidente da MAPFRE.

A cotação de fecho desta quinta feira da Mapfre na Bolsa de Madrid valoriza a empresa em 8,44 mil milhões de euros, sendo a Fundación Mapfre – instituição sem fins lucrativos que tem como missão contribuir para o bem-estar social por meio de iniciativas em segurança viária, promoção da saúde, inclusão social, pesquisa em seguros e apoio à cultura – a sua maior acionista com 70% do capital. O restante está disperso com presença dos principais investidores institucionais europeus.

O comunicado dá também conta de mexidas nos quadros da empresa. Termina o mandato de Fernando Mata Verdejo como membro do Conselho de Administração do grupo e vai continuar como diretor financeiro até 31 de março deste ano, mas vai permanecer vinculado “através dos conselhos das subsidiárias”. José Luis Jiménez Guajardo-Fajardo junta-se ao conselho a 14 de março e a partir de 1 de abril atuará como diretor-geral financeiro do Grupo (CFO) e Juan Bernal Aranda como diretor-geral de investimentos da MAPFRE.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo deixa passar desagregação de freguesias à segunda, mas maioria parlamentar pode falhar

Parlamento demorou 13 dias a fazer chegar a Belém a lei para apreciação. A Marcelo bastaram cinco dias para vetar. Agora, PS assegura uma segunda votação, mas não está assegurada maioria parlamentar.

Nesta quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa surpreendeu a associação das freguesias e alguns partidos com assento na Assembleia da República ao vetar a desagregação de freguesias, e as críticas não se fizeram esperar. Já esta tarde, o Presidente da República explicou a base da decisão: “Uma coisa destas não se deixa para tão tarde”.

O Parlamento votou a desagregação de 135 uniões de freguesias em 302 freguesias muito em cima das autárquicas, para o chefe de Estado. “Não vetei por ter dúvidas sobre a vontade das populações, por entender que não se pode mudar de opinião, por achar que em si mesmo unir freguesias é por natureza certo. Vetei apenas por uma pequena razão, o tempo. O que era normal é que isto tivesse acontecido no ano passado, dava mais tempo para fazer o que é preciso fazer”.

O regresso do diploma ao Parlamento foi assegurado esta tarde pelo PS. Contudo, com um somatório de 87 deputados, PS, PCP e Bloco de Esquerda, que já vieram afirmar que votarão de novo a favor na reapreciação da desagregação de freguesias, estão aquém da maioria de 116 deputados necessária para obrigar o Presidente de República a promulgar o diploma que vetou nesta quarta-feira.

Mesmo adicionando o PAN, Livre e CDS, que também validaram a criação de 302 novas freguesias na primeira votação, a 17 de janeiro, a lista não supera os 94 votos a favor.

Na segunda votação, que o PS já afiançou que ocorrerá “de imediato”, exige-se uma “maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções”, aponta o artigo 136 da Constituição. A 17 de janeiro, na primeira votação, bastava uma votação por maioria simples, embora tenham estado a favor mais de dois terços dos deputados.

Contudo, agora o PSD ainda está a estudar a sua posição em nova votação. Se os socials-democratas e o Chega, que somam 127 deputados (aos quais acrescem dois do CDS, partido que também apoia o Governo, e o ex-membro da bancada do Chega, Miguel Arruda) se abstiverem ou votarem contra, a desagregação de freguesias não passará.

Ao passo que o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda já reconfirmaram, sem dúvidas, a sua posição a favor da desagregação, a posição dos sociais-democratas e do partido de André Ventura é ambígua.

Esta tarde, o PSD, pela voz do secretário-geral e líder do grupo parlamentar, Hugo Soares, considerou que a posição de Marcelo “tem peso” e “merece reflexão”, pelo que preferiu não anunciar o passo seguinte, seja o pedido de reapreciação parlamentar (já assegurado pelo PS) ou o sentido de voto.

Uma posição que o presidente da ANAFRE, Jorge Veloso, não deixa passar em claro a posição do partido: “O PSD esteve com o PS e os outros partidos que votaram a favor. O que é que o faz mudar de opinião? Não entendemos o que o faz mudar de opinião em 15 dias. Esperemos bem que não mude“.

Do lado do Chega, André Ventura reagiu igualmente no Parlamento e reafirmou que o partido “não apoiará esta reconfirmação” no Parlamento “se o diploma vier como está”. Ventura exige que as novas freguesias a criar sejam aquelas que cumprem os critérios de desconcentração, excluindo-se assim aquelas que entraram à última hora na lista em votação no Parlamento, depois de a sua criação ter sido chumbadas na comissão parlamentar onde as candidaturas das freguesias foram apreciadas.

Conversando com os jornalistas no Parlamento, Hugo Soares considera que “nem o país está com uma urgência nesta decisão, nem isto é uma decisão que careça de uma urgência de pé para a mão, da manhã para a noite”, afirmação que carece de alguma sustentação, considerando que o prazo máximo para criação das freguesias será o final de março, ou início de abril, mediante a data que o Governo venha a marcar para as autárquicas.

Até lá, será necessário que a lei seja de novo reapreciada e enviada para Belém, sendo que Marcelo Rebelo de Sousa terá de promulgar o diploma no prazo de oito dias. Será ainda necessário que a lei fique expressa em Diário da República e entre em vigor.

Nem o país está com uma urgência nesta decisão, nem isto é uma decisão que careça de uma urgência de pé para a mão, da manhã para a noite

Hugo Soares

Presidente da bancada parlamentar do PSD

Quem já garantiu não mudar de sentido de voto serão PS, BE e PCP, que nesta quinta-feira reforçaram a mensagem de apoio ao diploma de desagregação.

Pedro Nuno Santos, líder socialista, assegurou esta tarde que “o Partido Socialista reconfirmará” o voto a favor “no que diz respeito à desagregação das freguesias. O Partido Socialista é muito claro: nós temos um dever de respeito para com as populações, que viram expectativas criadas, trabalharam, empenharam-se, mobilizaram-se para terem as suas freguesias de volta”.

Antes Marina Gonçalves, vice-presidente da bancada socialista, já prometera uma reação “de imediato”, anunciando: “Na data mais próxima possível será reagendado e será da nossa parte confirmado o processo que aqui tivemos no Parlamento”.

No Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, considera que “não há nenhuma razão para este veto. Aliás, o senhor Presidente da República tinha dito que não ia obstaculizar, interferir neste processo”, notou a líder bloquista em declarações aos jornalistas. O BE o que fará é reafirmar o diploma que saiu da Assembleia da República e fazê-lo de forma a que possa cumprir os prazos legais, para ser aplicado nas eleições autárquicas”.

No PCP, a posição é particularmente dura para com PS e PSD numa mensagem intitulada “repor as freguesias, ultrapassar o veto, fazer justiça às populações”. Os comunistas, que contam com quatro deputados na Assembleia, indicam que “não há razões nem argumentos plausíveis para não dar concretização à reposição das freguesias”. Defende o PCP que “invocar a proximidade às eleições não tem a mínima base de consistência se for tido em conta que, quando se tratou da liquidação de mais de um milhar de freguesias, imposta pelo governo PSD/CDS a pretexto da troika – a sete meses das eleições locais de 2013 –, esse critério não foi invocado!”

Marcelo e o tempo

Na altura dessa aprovação da agregação de freguesias, na chamada “lei Relvas”, a presidência estava nas mãos de Aníbal Cavaco Silva. Agora, é Marcelo Rebelo de Sousa o chefe de Estado. “A minha ideia não é travar por travar. É pedir à Assembleia que reflita uma vez, porque do que se trata não é apenas mudar uma lei eleitoral”, mas sim “pôr em funcionamento freguesias que há 11 anos não funcionam autónomas. É dividir o património, as finanças, organizar coisas”.

O Presidente indica que “teria preferido que isso tivesse sido preparado com mais tempo. A razão por que me apressei a vetar foi para dar chance do Parlamento, se quiser, dizer ‘é este ano, tem de ser este ano’. Eu ficaria de consciência pouco tranquila por não chamar a atenção para isto. Separar ou unir não se pode fazer a correr. Foi por causa disso que eu fui contra a agregação que foi feita muito a correr em 2013”.

Caso tenha de promulgar o diploma da desagregação numa nova fase, Marcelo não fará frente aos deputados, assegura. “É a vontade popular quem mais ordena. Não fico preocupado, ferido, melindrado, nada”.

Já seguro está o voto contra da bancada parlamentar da Iniciativa Liberal, único partido contra esta desagregação na votação de 17 de janeiro. Manifestando “grande satisfação” pelo veto de Marcelo, a líder parlamentar, Mariana Leitão, disse ao ECO/Local Online que “a sustentação do Presidente da República faz todo o sentido. O que sabemos é que a reposição de freguesias não traz benefícios para a população”.

Pelo contrário, afirma, “vai originar mais estruturas, cargos políticos, custos acrescidos para os contribuintes, a que sempre nos opusemos”. A líder parlamentar liberal é clara: “Não vamos sair de onde sempre estivemos, contra a reposição freguesias. Estamos na expectativa de que pelo menos alguns dos partidos aproveitem para repensar a sua posição”.

Apesar da veemência social-democrata a 17 de janeiro no Parlamento, “o PSD tudo fez para terminar o processo de desagregação. Está feito. Está na hora de fechar este ciclo e olhar para o futuro”, disse então a deputada Olga Freire, que é também presidente da Junta de Freguesia da Maia –, não é ainda certo se o partido seja coerente com essa posição ou com a de 2013, quando, apenas com apoio do CDS, aprovou a “lei Relvas”.

O presidente da associação das freguesias, Jorge Veloso, afirma-se ““perplexo” com o veto e, à Lusa, recordou que “ainda há um mês o senhor Presidente falou para comunicação social quando começaram a ser levantadas algumas hipóteses de veto (…) e disse que nunca lhe passaria pela cabeça essa situação porque ele próprio tinha promulgado esta lei que permitiu que houvesse a desagregação”.

De forma veemente, o presidente da Anafre considera que “o que está aqui em causa é que o Presidente tem uma posição que é contra os autarcas, contra as suas populações e contra todo o trabalho que os deputados tiveram na Assembleia da República e para nós isso é chocante.

Marcelo Rebelo de Sousa já veio defender a sua posição. Alvo de críticas de vários quadrantes ao longo desta quinta-feira, deixou esta tarde um novo dado para o julgamento da sua decisão: o Parlamento demorou quase o dobro a enviar-lhe a lei para apreciação daquilo que o Presidente levou para a analisar e vetar.

Eu estava a olhar para o calendário – e a dizer está a andar o calendário– e nunca mais me chega esta lei. Todos os dias me falavam ‘a lei está votada, mas está em redação final’”. O diploma, explicou aos jornalistas, chegou a Belém a 5 de fevereiro e o despacho presidencial é de 12 de fevereiro, “muito antes de haver convocação de eleições, para dar tempo à Assembleia para confirmar e seguir em frente. A minha ideia não é travar por travar. É pedir à Assembleia que reflita, uma vez porque do que se trata não é apenas mudar uma lei eleitoral”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresa da Finerge contesta imposto de dois milhões após compra de eólicas

Corner and Border precisa de resposta formal do Tribunal de Justiça da União Europeia, mas o advogado-geral defende que a lei se opõe à tributação em imposto do selo.

A empresa portuguesa Corner and Border, que pertence à Finerge e está ligada à energia limpa, pode ver eliminado um imposto, de cerca de dois milhões de euros, aplicado pelo Fisco após a aquisição de duas eólicas. O advogado-geral do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) concluiu esta quinta-feira que a lei se opõe à tributação das garantias dadas no empréstimo para esse negócio.

O advogado-geral europeu defende que o TJUE responda ao CAAD – Centro de Arbitragem Administrativa, num futuro acórdão, com a indicação de que a diretiva se opõe à tributação em imposto do selo de uma série de garantias.

“Consubstanciadas em penhores financeiros de ações, de saldos de contas bancárias, de créditos acionistas e na cessão de créditos com escopo de garantia, prestadas em relação a uma operação de emissão de obrigações, desde que o contrato de garantia possa ser considerado uma formalidade conexa com o contrato de financiamento”, detalha o italiano Andrea Biondi.

Segundo o jurista, a prestação de garantias imposta por lei – como quando existe uma obrigação associada à emissão de obrigações – é vista como “formalidade conexa” e, portanto, a diretiva europeia relativa aos impostos indiretos que incidem sobre as reuniões de capitais considera que não tem de se sujeitar à taxa.

O ECO sabe que os pareceres dos advogados-gerais são seguidos pelo TJUE na maioria vezes. “O Tribunal de Justiça sempre tem em conta o parecer dos advogados-gerais, no sentido de tomá-lo em consideração, mas nem sempre concorda com eles. Não há estatísticas exatas. Na grande maioria dos casos, concordam”, explicou fonte oficial da instituição judicial com sede em Luxemburgo.

O caso remonta a janeiro de 2022, quando a Corner and Border celebrou um contrato de financiamento com o Santander Totta para suportar a compra da Eólica do Sincelo e da Eólica da Linha e refinanciar a dívida dessas sociedades. No âmbito desse empréstimo, foram prestadas garantias – sujeitas a imposto do selo – para assegurar as obrigações subscritas.

Porém, a Corner and Border considera que não era devido imposto do selo das garantias prestadas e processou a Autoridade Tributária, pedindo ao CAAD a anulação da liquidação da taxa no valor de 2.093.400 euros.

O litígio começou porque a empresa de Matosinhos considera que as garantias em causa servem propósitos que, formalmente, são autónomos, mas estão economicamente ligados à emissão das obrigações, o que significa que tributar em imposto de selo seria o mesmo que tributar toda a angariação de capital como um todo.

A Corner and Border dedica-se à gestão de projetos ligados a energias renováveis e detém 100% do capital social da Eólica da Linha e da Eólica do Sincelo, que faz produção de eletricidade através do sol, vento ou calor do interior da Terra.

À data das ocorrências, a Corner and Border era uma sociedade comercial detida na totalidade pela Onex Renewables, mas, em março de 2023, a Finerge notificou a Autoridade da Concorrência sobre a aquisição da empresa e recebeu o luz verde do regulador.

O advogado-geral é um membro do Tribunal de Justiça, que opera no contencioso da UE em casos que requeiram a sua intervenção independente e imparcial. Nomeado pelo Governo do Estado-membro de onde é natural, tem autoridade técnica para fazer uma apresentação pública com conclusões fundamentadas, mas não tutela nem intervém como representante desse país.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Crise inflacionista deixa cicatriz. Rendimentos reais subiram mais que percepção das famílias

Análise do BCE conclui que aumento da inflação marcou as percepções das famílias, que consideram que os rendimentos reais são menores do que realmente são.

A crise inflacionista teve um impacto negativo nas perceções das famílias da Zona Euro. As famílias têm uma posição muito mais pessimista sobre o seu rendimento real face à realidade, com Portugal a situar-se acima da média dos países do euro, penalizando o consumo, de acordo com uma análise divulgada esta quarta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).

No artigo publicado no “Boletim Económico” da instituição liderada por Christine Lagarde, os economistas assinalam que nos últimos anos o consumo privado aumentou a um ritmo mais lento (1,2% entre o segundo trimestre de 2022 e o segundo trimestre de 2024) do que o rendimento disponível real (3,8%).

Fonte: Boletim Económico de janeiro. Banco Central Europeu.

Uma possível explicação para o crescimento mais lento do consumo é que o recente aumento da inflação marcou as crenças das pessoas, fazendo com que as famílias considerem que o seu rendimento real é menor do que realmente é. À medida que as famílias ajustam o consumo com base nessas crenças, essas perceções podem ter um efeito sobre os gastos do consumidor”, pode ler-se na análise assinada por economistas do BCE.

Como exemplo recordam que, em resposta a um inquérito do BCE de setembro de 2024, apenas 37% dos entrevistados (21% em resposta à mesma pergunta em setembro de 2023) indicaram que o rendimento real aumentou ou continuou na mesma. Um quadro que contrasta com os dados que revelam que mais de 50% das mesmas famílias tiveram um aumento dos rendimentos reais durante o mesmo período.

“Assim, as famílias têm uma percepção muito mais pessimista do seu rendimento real do que o seu rendimento real implicaria – embora essa percepção tenha melhorado desde 2023. Isso sugere que o recente aumento da inflação teve um impacto negativo nas perceções das famílias“, consideram.

Segundo os economistas do BCE, este pessimismo é maior entre as famílias da Zona Euro com menores rendimentos. É, no entanto, transversal à generalidade dos países (com exceção da Bélgica – podendo estar ligada à indexação da inflação aos salários). Em Portugal, essa percentagem ascende a 35,6%, fixando-se assim acima dos 33,2% da média registada na Zona Euro.

Fonte: Boletim Económico de janeiro. Banco Central Europeu.

Como o ECO noticiou, nos últimos três anos, o aumento acumulado do rendimento disponível real das famílias atingiu 7,2%, colocando Portugal na liderança da Zona Euro e em segundo lugar na União Europeia, apenas atrás da Hungria, segundo dados divulgados na terça-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Esta tendência positiva é espelhada particularmente no último ano, com o rendimento disponível real (descontado pela inflação) das famílias portuguesas a aumentar 6,06% entre o terceiro trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024. Mais uma vez, Portugal ficou em segundo lugar na União Europeia, ligeiramente atrás da Hungria, que apresentou um crescimento de 6,12% neste período.

No entanto, os economistas do BCE assinalam que o pessimismo registado nos vários países sobre os rendimentos tem consequências, entre as quais uma penalização do consumo. “Essa diferença é visível em todas as categorias de consumo, mas é maior em serviços do que em necessidades e bens duráveis”, pode ler-se na análise.

Ainda assim, mostram-se otimistas de que a situação se inverta. “À medida que os efeitos cicatrizantes do recente aumento da inflação se dissipam, espera-se que o consumo alcance o crescimento do rendimento real“, apontam.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

GA_P ultrapassa os 100 milhões de euros de faturação

Sociedade ibérica ultrapassa, globalmente, a marca dos 100 milhões de euros. Escritório de Lisboa regista um crescimento na ordem dos 25%.

A Gómez Acebo & Pombo (“GA_P”) acaba de anunciar os resultados relativos a 2024. Pela primeira vez, a sociedade ultrapassou a barreira dos 100 milhões de euros, o que representa, no seu volume de negócios global, um crescimento de quase 8% em relação ao ano anterior, segundo comunicado do escritório.

A atividade internacional da firma teve um aumento na sua faturação, tendo o escritório de Lisboa registado um acréscimo na sua atividade superior a 25%. Globalmente, as áreas que mais se destacaram, com crescimentos de dois dígitos, foram as de Societário, Fusões e Aquisições, Contencioso e Concorrência.

De acordo com Íñigo Erlaiz, Managing Partner da GA_P: “Estes resultados são muito bons e estamos muito orgulhosos deles. Sobretudo porque se trata de uma conquista muito coletiva, equilibrada e, essencialmente, orgânica, com todas as áreas e escritórios a contribuírem positivamente. E acrescenta: “Para 2025, centrar-nos-emos no posicionamento internacional. Para tal, continuaremos a apostar no reforço da nossa identidade ibérica, aprofundando o projeto em Portugal, que será muito importante nos próximos anos.”

Mafalda Barreto, Managing Partner do escritório de Lisboa da GA_P sublinha: “Acreditamos que, em 2025, o escritório de Lisboa ganhará ainda mais relevância no contexto ibérico, tendo sempre em conta as pessoas, o seu bem-estar e a coesão interna, aspetos essenciais para o sucesso do nosso projeto”.

A GA_P é uma sociedade de advogados ibérica que presta assessoria jurídica na área de direito empresarial, desde 1971. Está presente em Espanha, Portugal, Bélgica, Reino Unido e Estados Unidos. Atualmente, conta com a colaboração de mais de 300 advogados e presta aconselhamento em todas as áreas do direito empresarial espanhol e português.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ucrânia. EUA defendem que perda de território é “reconhecimento das duras realidades do poder”

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2025

O secretário da Defesa, Pete Hegseth, não acredita que a "adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica seja um resultado realista de um acordo negociado" e rejeitou tropas dos EUA em território ucraniano.

O secretário da Defesa norte-americano defendeu esta quinta-feira que a renúncia pela Ucrânia às fronteiras que tinha antes da anexação da Crimeia em 2014 não é uma “concessão” ao Presidente russo mas um “reconhecimento das duras realidades do poder”.

Apontar simplesmente para o realismo, como o facto de as fronteiras não voltarem a ser o que todos gostariam que fossem, antes de 2014, não é uma concessão a Vladimir Putin. É um reconhecimento das duras realidades do poder no terreno”, disse Pete Hegseth numa conferência de imprensa após a reunião dos ministros da Defesa da NATO, em Bruxelas.

Hegseth já tinha afirmado, em outra reunião do grupo de contacto para o conflito ucraniano, realizada na quarta-feira, que “não é realista” que a Ucrânia possa regressar às fronteiras anteriores a 2014, quando a Rússia começou a ocupar os seus territórios, nem que possa aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) em resultado de um acordo de paz.

Os Estados Unidos não acreditam que a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica seja um resultado realista de um acordo negociado”, sublinhou, acrescentando que ‘em vez disso, qualquer garantia de segurança deve ser apoiada por tropas europeias e não europeias’. “Para ser claro, como parte de qualquer garantia de segurança, não haverá tropas norte-americanas na Ucrânia”, frisou.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu que “não haverá negociações bem-sucedidas” para o fim da guerra na Ucrânia ou “paz duradoura” sem a participação de ucranianos ou europeus no processo, dada a anunciada mediação norte-americana.

“Não haverá negociações credíveis e bem-sucedidas, nem paz duradoura, sem a Ucrânia e sem a União Europeia (UE)”, escreveu António Costa na rede social X.

“A paz na Ucrânia e a segurança da Europa são indissociáveis. A paz não pode ser um simples cessar-fogo e a Rússia não deve continuar a ser uma ameaça para a Ucrânia, para a Europa, para a segurança internacional”, elencou ainda o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da UE.

A posição de António Costa surge um dia depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, terem mantido uma longa conversa telefónica em que, entre outros assuntos, discutiram a guerra na Ucrânia e comprometeram-se a iniciar “de imediato” negociações sobre o assunto.

Posteriormente, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou ter falado igualmente ao telefone com o homólogo norte-americano sobre as “possibilidades de alcançar a paz” na Ucrânia. Ainda esta quinta, a Comissão Europeia afirmou que o Presidente russo, Vladimir Putin, “não pode obter uma recompensa pela sua agressão” contra a Ucrânia, na sequência dos telefonemas que Donald Trump teve com os seus homólogos russo e ucraniano sobre negociações de paz.

Devemos ter presente que a Rússia é o agressor e não pode obter uma recompensa pela sua agressão”, disse a porta-voz do executivo comunitário, Paula Pinho, na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas. Na quarta-feira, a chefe da diplomacia da UE considerou que “não é possível chegar a um acordo sem europeus ou ucranianos” na guerra na Ucrânia causada pela invasão russa.

“Qualquer que seja o acordo, os europeus e ucranianos são os que irão implementá-lo, pelo que não é possível chegar a um acordo sem europeus ou ucranianos. A implementação é importante”, afirmou a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, em entrevista à Lusa e outras agências europeias em Bruxelas no âmbito do projeto Redação Europeia (European Newsroom).

Após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter levantado a possibilidade de a Ucrânia se tornar russa um dia, a responsável apontou nas mesmas declarações: “Há todo o tipo de declarações, claro, que surgem a toda a hora e nós estamos a lê-las, a ouvi-las, mas não estamos a reagir sempre que há uma declaração”.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia. O conflito de quase três anos provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Seis novos secretários de Estado já tomaram posse

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Fevereiro 2025

Silvério Regalado, Maria Luísa Oliveira, Filipa Lima, Jean Barroca, Carla Rodrigues e Alberto Santos são os novos membros do Governo de Luís Montenegro.

Tomaram posse esta quinta-feira os seis novos secretários de Estado que passam a integrar a equipa de Luís Montenegro. Embora só um dos lugares estivesse por ocupar, desde a demissão de Hernâni Dias, o primeiro-ministro aproveitou o embalo para levar a cabo a primeira remodelação da sua equipa governativa.

Para o lugar de Hernâni Dias na secretaria de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, que foi exonerado no final de janeiro após várias polémicas (entre as quais ser o alvo de uma investigação da Procuradoria Europeia), foi nomeado Silvério Regalado, deputado do PSD eleito por Aveiro e presidente da Câmara Municipal de Vagos durante 11 anos.

A nomeação está a gerar controvérsia, na medida em que, enquanto foi presidente da Câmara de Vagos, a autarquia liderada por Silvério Regalado celebrou por ajuste direto contratos de mais de 200 mil euros com uma sociedade de advogados na qual o atual primeiro-ministro era sócio, contabilizou esta quinta-feira a Renascença.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (3-D), o primeiro-ministro, Luís Montenegro (D) e o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco (6-D), durante a cerimónia de posse dos novos secretários do XXIV Governo Constitucional, no Palácio de Belém, em Lisboa, 13 de fevereiro de 2025. O Presidente da República deu hoje posse a seis novos secretários de Estado na primeira remodelação do XXIV Governo Constitucional que não altera qualquer ministro.JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Maria Luísa Oliveira, que ocupava atualmente o cargo de diretora-geral da Administração Escolar, substitui Pedro Dantas da Cunha na secretaria de Estado da Administração e Inovação Educativa, enquanto Jorge Campino, até agora secretário de Estado da Segurança Social, será substituído por Filipa Lima, que virá do Banco de Portugal.

A secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, foi exonerada e para o lugar foi nomeado Jean Barroca, que trabalhava na Deloitte em soluções e ativos para apoiar a modernização digital do setor público. Na Secretaria de Estado Adjunta e da Igualdade sai Carla Mouro para ser substituída por Carla Rodrigues.

Na Cultura, Maria de Lurdes Craveiro é substituída por outro quadro do PSD, Alberto Santos, que era agora o cargo de presidente da Assembleia Municipal de Penafiel.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucros da Navigator sobem 4% para 287 milhões de euros no “segundo melhor ano de sempre”

Administração da papeleira propõe distribuição adicional de dividendos aos acionistas no valor de 75 milhões de euros, depois do adiantamento de 100 milhões que já foi pago em janeiro.

A The Navigator Company fechou o ano passado com um resultado líquido de 287 milhões de euros, o segundo maior da história da empresa, após uma subida de 4% face aos lucros que tinha obtido em 2023, de acordo com o comunicado publicado esta quinta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A papeleira liderada por António Redondo, que em outubro anunciou o arranque da produção na nova fábrica de embalagens de celulose moldada em Aveiro, já pagou a 14 de janeiro quase 100 milhões de euros em dividendos antecipados aos acionistas, correspondentes a um valor bruto aproximado de 14 cêntimos por ação. Agora, propõe a distribuição adicional de 75 milhões de euros, correspondente a pouco mais de 10,5 cêntimos por ação.

Ainda sem incluir o impacto das recentes aquisições na área de tissue em Espanha (GC Consumer) e no Reino Unido (Accrol), também nos indicadores do volume de negócios (+7%, para 2.088 milhões de euros) e do EBITDA (+9%, para 547 milhões de euros) — sendo a margem EBITDA de 26% (+0,5 pp) — este grupo industrial alcançou em 2024 os segundos valores mais elevados de sempre.

Por segmentos, as vendas de papel de impressão e de embalagem aumentaram 8% e encolheram 16% na pasta, enquanto no tissue (produto acabado e bobines) registou um disparo de 55% – e oito em cada dez euros já são faturados no estrangeiro. Já o negócio de packaging duplicou as vendas face a 2023, com a exportação para a Europa a valer 70%, com destaque para Itália, Espanha, França e Alemanha.

Na nota enviada à CMVM, a Navigator sublinha que estes resultados foram “alcançados num ano marcado por um contexto macroeconómico e geopolítico adverso e muito desafiante, com grande volatilidade nos mercados internacionais (financeiros, energéticos, logísticos e de matérias-primas)”. Assentaram, por isso, numa “gestão eficiente [que] permitiu reduzir os cash costs entre 2% e 10% face a 2023 em todos os segmentos de pasta e papel”.

Por outro lado, apesar do “esforço de tesouraria” que exigiu a aquisição britânica (153 milhões de euros, acrescidos da consolidação de dívida), do aumento de 29% do investimento para 241 milhões e do pagamento de 150 milhões em dividendos relativos ao exercício anterior, o rácio dívida líquida / EBITDA fixou-se em 1,13x, com o custo médio da dívida a situar-se abaixo de 2,4%.

Isto, reforça a empresa na comunicação feita ao regulador, num “enquadramento de renovação da dívida, totalizando 330 milhões de euros, com alargamento de prazos e em contexto de taxas de juro em alta à época”. Cerca de 90% da dívida total foi emitida a taxa fixa.

“Partilha” 19 milhões com os empregados

No plano laboral, um dia depois de ter anunciado que vai atribuir até 925 euros por trabalhador para apoiar com as despesas da compra de habitação própria ou arrendamento, a Navigator contabiliza que vai propor à assembleia geral a “participação dos colaboradores nos resultados do exercício até 19 milhões de euros”, sendo que 3 milhões já foram pagos antecipadamente em dezembro.

“A performance alcançada pela empresa tem também um impacto nos salários, na medida em que os colaboradores, além do aumento geral, irão beneficiar de uma percentagem do resultado exclusivamente para progressões e promoções de carreira, o que se traduzirá num aumento médio final de cerca de 5,8%”, acrescenta no comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.